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Fortaleza - 2021
©️2022 Redescobrindo a Cárie: vamos entender o que prejudica o seu dente?
Esta obra é de inteira responsabilidade dos autores.
Projeto Editorial
Autores
Ilustradora
Emilly Meneses Barros
Capa
Daniela Paz Costa
Emilly Meneses Barros
Lize Bezerra de Menezes Morais Correia
Aleitamento materno………………………………………. 39
Referências ………………………………………………… 62
...é te fazer entender, de uma maneira
científica, mas lúdica e divertida, todo o
processo da doença cárie, tirando a visão de
que se trata apenas um "bichinho que come
o dente", explicando, de verdade, como ela
se desenvolve, os fatores que influenciam a
sua aparência e o que se pode fazer para
evitá-la.
QUÍMICA DA
CÁRIE,
FLÚOR E
CREME DENTAL
A cárie é uma doença de alta incidência na
população e precisa receber muita atenção,
além disso, ela depende da combinação de
diversos fatores para ocorrer, tais como: tipo
de microrganismos, a qualidade dos tecidos
(esmalte e dentina), a quantidade e a
qualidade da saliva.
Quantidade
ideal de saliva
No tocante à saliva, ela tem um papel
fundamental, pois quanto mais é produzida,
menos tempo o açúcar fica na boca.
Além disso, a mastigação é uma forma de
aumentar a quantidade de saliva e, por esse
motivo, após o almoço, o açúcar é eliminado
mais rápido. Em contrapartida, durante o sono,
a salivação diminui e por isso a escovação, à
noite, é considerada a mais importante.
Vale lembrar que existem aspectos
influenciadores da doença cárie que podem ser
controlados, como a quantidade e a frequência
de ingestão de açúcares e ainda o tipo e a
consistência de carboidratos consumidos...
Favorecendo,
consequentemente,
o desenvolvimento
e crescimento
bacteriano.
Cristal menor de
hidroxiapatita da dentina.
Pode-se observar a
maior velocidade de
destruição que o ácido
provoca na dentina
O dente de leite (decíduo) é
menos mineralizado do que o
dente permanente, portanto é
mais vulnerável ao processo de
desgaste.
O time RE está apresentando maior dificuldade em equilibrar o jogo, por isso vemos o ion
H+ mais próximo do time DES, indicando que eles estão ganhando o desafio e resistindo
à tentativa do time RE de estabilizar o pH novamente.
A saliva consegue controlar a perda dos
minerais do dente, provocada pelo meio ácido,
até determinado nível. Entretanto, na presença
do flúor, os tecidos dentários ficam mais
fortalecidos, apresentando, dessa forma, uma
maior tolerância à acidez do meio.
Isso ocorre, pois são formadas estruturas mais
estáveis, as fluorapatitas (FA), em decorrência
das trocas dos íons OH- das hidroxiapatitas
por íons fluoreto. Quando essa troca ocorre de
forma parcial, chamamos de
fluorhidroxiapatita (FHA).
Ademais, na presença do flúor, a camada mais
superficial do esmalte fica fortalecida pelos
íons fluoreto. No entanto, a aplicação de flúor
não elimina a necessidade de um bom hábito de
escovação e de um controle de dieta adequado
para cada paciente.
É preciso lembrar que, após a alimentação, o
meio bucal fica ácido por determinado período
de tempo até que a saliva consiga equilibrar o
meio novamente. Quando a ingestão de
alimentos, principalmente com alto teor de
açúcar, ocorre em pequenos intervalos de
tempo, por exemplo, 12h-12:30-13h, a
remineralização, por meio da saliva, fica
comprometida...
...dessa forma, o meio permanece ácido por
mais tempo o que favorece o desenvolvimento
de bactérias capazes de produzir e sobreviver a
ácidos, além de contribuir para a produção de
substâncias provenientes do metabolismo
bacteriano. Tais substâncias atuam como um
depósito interno de açúcar dentro da célula e
ajudam a prolongar a fase da desmineralização
e a dificultar a etapa da remineralização.
Como cerca de 20% da dentina é composta por
matriz orgânica, o processo de remineralização
é mais difícil, fato que, associado à velocidade
da progressão da lesão de cárie na dentina,
demonstra a maior necessidade de flúor .
A dentina tenta
ultrapassar a linha de
chegada, que
representa a
remineralização, porém
está com dificuldade de
chegar a tempo.
até 2 anos
HIDROXIAPATITA FLUORAPATITA
O problema, portanto, ocorre quando a criança
já tem um consumo extra de outros alimentos,
principalmente quando contém Sacarose*, o
que provoca uma queda significativa no pH do
meio bucal. Dessa forma, a Lactose seria um
estímulo a mais para contribuir com a
desmineralização, podendo dar início a um
processo carioso.
* Ver página 48
{
Outro fator importante a ser destacado é a
forma como esse leite é introduzido na
alimentação das crianças, pois, quando ele
deixa de ser exclusivamente materno, deve-se
escolher opções que não contenham adição de
açúcares.
SEM ADIÇÃO
DE AÇÚCARES
Outro aspecto indispensável para se saber, desde
cedo, é o estímulo para a criança utilizar copos,
sejam eles com alças laterais ou tampas, pois estes,
além de facilitarem a destreza dos pequenos, evitam
que o leite permaneça por muito tempo na cavidade
bucal, o que é justamente o contrário do que ocorre
com o uso de mamadeiras, e que pode provocar um
maior prejuízo aos dentes. Com o uso de copos, o
leite apenas passa pela cavidade da boca e não
permanece, sendo uma forma de facilitar a
remineralização, tendo em vista que esse processo
terá condições de se iniciar mais rápido.
CARBOIDRATOS
Para conhecermos melhor os carboidratos,
destacamos que o primeiro grupo são os dos
Açúcares Convencionais, que favorecem o
desenvolvimento da doença cárie. Eles são
divididos em dois subgrupos, os
monossacarídeos, como a glicose e a frutose, e
os dissacarídeos, como a Sacarose (a principal
causadora da cárie), a Lactose e Maltose. Eles
são cariogênicos, pois seu metabolismo é
realizado através da fermentação feita por
bactérias, até se transformarem em ácido
lático e outros ácidos que vão reduzir o pH do
meio bucal, favorecendo a desmineralização e
deixando a estrutura dentária suscetível às
bactérias.
MONOSSACARÍDEOS
AÇÚCARES CONVENCIONAIS
DISSACARÍDEOS
GLICOSE
FRUTOSE
SACAROSE
LACTOSE
MALTOSE
A Sacarose, atualmente, representa o açúcar
que mais aumenta a formação do biofilme,
também conhecido como placa bacteriana,
sendo portanto a que possui maior ação
cariogênica, e isso pode ser explicado, por sua
alta prevalência em diversos alimentos, como:
doces e biscoitos recheados e até mesmo nas
frutas. Quando a Sacarose é quebrada pelas
enzimas que estão presentes na boca, ela é
dividida em diversas partes e foi comprovado
que existem várias formas de transportá-la.
Ademais, ela também é capaz de baixar mais o
pH da boca do que os outros tipos de açúcar,
facilitando o metabolismo pelas bactérias,
aumentando as condições dessas se
multiplicarem e assim desmineralizarem os
dentes.
SACAROSE
formação de
biofilme pelo
consumo dos
açúcares
ação da enzima
glicosiltransferase
Há substitutos para os açúcares convencionais,
isto é, os adoçantes, os quais encontram-se
divididos em dois grupos, como veremos a seguir,
entretanto é importante lembrar que, embora s
menos cariogênicos, continuam não sendo
recomendados para crianças, uma vez que podem
desencadear pré-disposição à doença Diabetes.
caseína
Já as gorduras servem como película para os
dentes ou mesmo englobam as moléculas de
carboidrato, impedindo que elas se fixem nos
dentes.
Dica: Olhar sempre a Tabela
Nutricional dos alimentos!
Os que aparecem primeiro
estão em maior quantidade!
CLOREXIDINA 1,2%