Você está na página 1de 12

Trabalho biomateriais

 Desenvolvimento:

 Formação de Dentina: 1 pagina


 Como se formam as cáries e quais os sintomas clinicos:2 páginas (1 pagina
como se forma a carie e 1 pagina sintomas)
 Características de carie de lesões em dentina -1 pagina
 tratamento-1 a 2 paginas
Formação de Dentina: COMO OCORRE

Como sabemos, a dentina é um tecido conjuntivo diferenciado, secretado pela polpa


(tecido conjuntivo indiferenciado). Embora a maior parte dessa secreção ocorra durante
a fase de desenvolvimento do dente, os odontoblastos continuam a modificar a dentina
com o decorrer da vida.
Uma vez diferenciados, os odontoblastos invertem a polaridade de seus núcleos e
sintetizam a primeira camada de matriz de dentina (dentina do manto) , tornando-se
uma nova fonte de sinais moleculares. Estes sinais, juntamente com a presença da
dentina do manto, levam à diferenciação dos pré-ameloblastos em ameloblastos, os
quais iniciam a síntese da matriz orgânica do esmalte.

Posteriormente, inicia-se o estágio de coroa, cujos principais eventos são a continuação


do processo de dentinogênese e amelogênese. A deposição do esmalte ocorre de
forma centrífuga e a da dentina, de forma centrípeta, sendo que, quanto mais próxima
da cúspide for a região examinada, mais avançados se encontram os estágios de
diferenciação das células da papila dentária em odontoblastos e pré-ameloblastos em
ameloblastos.

Como a formação da dentina ocorre de forma centrípeta (de fora para dentro), a
densidade de túbulos e o diâmetro do mesmo aumentam em direção à polpa. Assim, a
dentina mais próxima à polpa (chamada de dentina profunda) é mais permeável (maior
densidade de túbulos e maior diâmetro) do que a dentina mais próxima à junção amelo-
dentinária.
É importante ressaltar que a maior parte das evidências sobre a formação de dentina
esclerosada subjacente a uma lesão cariosa de esmalte é baseada em alterações
histológicas com estereomicroscopia (análise microscópica estereoscópica com luz
refletida)
Há limitações da estereomicroscopia no tocante à detecção de reações dentinárias ao
processo carioso que são importantes para esse assunto. A esclerose dentinária é
associada com a translucidez da dentina detectada ao Estereomicroscópio, mas uma
dentina translúcida pode ser tanto esclerótica como cariada. Existe baixíssima
correlação entre a translucidez da dentina e sua radiopacidade
Formação de CÁRIE: COMO OCORRE
A cárie dentária é uma doença infecciosa que progride de forma muito lenta na maioria
dos indivíduos, raramente é autolimitante e, na ausência de tratamento, progride até
destruir totalmente a estrutura dentária FEJERSKOV; KIDD, 2005).
O esmalte do dente recém-erupcionado é imaturo, poroso. Com o passar dos anos, há
a maturação desse tecido devido à deposição de íons Cálcio e Fosfato, presentes na
saliva. Simultaneamente, há um processo de desmineralização natural, que mantém um
Equilíbrio Mineral entre o esmalte e o micro ambiente bucal
O processo de cárie inicia-se com a formação da placa bacteriana: a microbiota normal
coloniza a película adquirida na superfície do esmalte. As bactérias produzem um
Polissacarídeo Extra Celular (PEC). O PEC, um produto do metabolismo bacteriano
promove a aglutinação de bactérias ao dente formando a placa bacteriana. Para ser
cariogênica, a placa bacteriana deve manter um pH baixo (acidez) por tempo
prolongado e atuar como membrana que impede a diluição na saliva, dos ácidos
produzidos pelas bactérias
Há muitos fatores de risco para cáries, como a placa, o Tártaro, alguns defeitos na
superfície do dente, o consumo de alimentos açucarados ou ácidos, possuir pouco
flúor nos dentes, a redução do fluxo de saliva (por exemplo, devido a
medicamentos, radioterapia para tratamento de câncer ou distúrbios sistêmicos que
causam disfunção da glândula salivar) ou até mesmo fatores genéticos.

Antes do processo de formação da cárie ocorre primeiro a formação de placa, ou


biofilme. Também conhecida como biofilme dental, é formada pelo acúmulo de restos
de alimento e bactérias na boca, o que pode trazer uma série de problemas: cáries,
tártaro, gengivite e periodontite. A placa é uma substância como uma película
pegajosa, incolor composta de bactérias, saliva, restos de alimentos e células mortas,
que se deposita continuamente na superfície externa dos dentes.

O tártaro, também conhecido cientificamente como cálculo, é a placa endurecida. Ele


pode ser branco, mas geralmente é amarelado e se forma na base dos dentes.
A cárie dentária surge quando o dente se encontra propenso a ela e estão presentes
bactérias produtoras de ácido e nutrientes (como o açúcar) para que as bactérias
prosperem e produzam ácido. Um dente propenso a cáries apresenta relativamente
pouco flúor protetor incorporado no esmalte ou anomalias evidentes, como uma
superfície rugosa, ou fendas (fissuras) que retêm a placa. A má higiene oral, que
permite o acúmulo de placa bacteriana e do tártaro, pode acelerar a evolução da
cárie. Embora a boca contenha uma grande quantidade de bactérias, apenas alguns
tipos geram o ácido que provoca a degradação do dente. A bactéria que mais
frequentemente é responsável pela cárie dentária é a Streptococcus mutans.
Os nutrientes que as bactérias causadoras de cáries precisam vêm da dieta da
pessoa. Quando bebês são levados ao berço com uma garrafa que contém tudo
menos água, seus dentes têm contato prolongado com a fórmula, leite ou suco, o que
aumenta a probabilidade de cáries. Grandes quantidades de açúcar na dieta também
proporcionam alimento para as bactérias.

O ácido na dieta acelera a cárie dentária. (Por exemplo, refrigerantes, bebidas


esportivas e bebidas energéticas, que são todos comumente ácidos, tendem a causar
cáries dentárias.)

O fluxo reduzido de saliva devido a medicamentos ou distúrbios (tais como a síndrome


de Sjögren) coloca as pessoas em grande risco de cárie dentária. Os idosos
geralmente tomam medicamentos que reduzem o fluxo de saliva, aumentando seu
risco de cáries.
Algumas pessoas alojam na boca bactérias particularmente ativas que causam a cárie
dentária. Os pais podem transmitir essas bactérias aos filhos ao dar-lhes
simplesmente um beijo, provando o alimento dos filhos ou ao partilhar talheres. As
bactérias desenvolvem-se na boca da criança a partir da primeira dentição, podendo
já nessa altura causar cáries. Assim sendo, a tendência para desenvolver cárie
dentária de tipo familiar não constitui necessariamente um reflexo de falta de higiene
oral, nem de maus hábitos alimentares. Essas bactérias também podem se espalhar
(raramente) por contato social com pessoas de fora da família.

A retração da gengiva também favorece o aparecimento de cáries, pois expõe as


raízes dos dentes, as quais não contam com a proteção de uma camada externa de
esmalte. Logo, as bactérias podem acessar as camadas internas do dente com mais
facilidade. A retração da gengiva e uma redução do fluxo salivar fazem com que
pessoas mais idosas fiquem propensas a cáries na raiz.

Cárie de Dentina
A dentina é mais mineralizada, sendo mais atacada pelos ácidos bacterianos. O
produto da desmineralização, os restos orgânicos e as bactérias ficam depositados no
interior dos túbulos. A seguir, a dentina intertubular é atingida, formando uma necrose
generalizada na malha de colágeno da dentina. Com isso, o processo evolui para a
esclerose tubular (remineralização e obstrução).
A velocidade de evolução determina o tipo de cárie, seja ela aguda (rápida, grande
necrose, dentina amolecida, fácil de remover) ou crônica (evolução lenta, pouca área
necrótica, muita esclerose, o que a torna endurecida, de difícil remoção e escura).

A lesão de dentina, considerada cárie de dentina, é determinada por outros fatores com
mecanismo de ação diferente, que leva em conta fatores enzimáticos oriundos de
enzimas humanas, da família das metaloproteinases, as MMPs, que no processo de
cárie dentinária compreende as MMP-2, MMP-8, MMP-9 e a MMP-20, responsáveis por
degradar várias matrizes de proteínas, incluindo diferentes formas de colágeno.
Conclui-se, com isso, que elas participam do processo de cárie na dentina, graças à
atividade da telopepitidase, que retira os peptídeos da fibra do colágeno, causando
destruição da matriz dentinária, após remoção da parte mineral pelos ácidos
bacterianos. Sabe-se, também, que na lesão de dentina, o fenômeno da
desmineralização e degradação da matriz orgânica se dá em momentos diferentes, com
ações de estimulação e neutralização entre eles. No entanto, cabe salientar que para a
destruição do tecido dentinário há necessidade da atuação dos dois processos. O
envolvimento dentinário, pulpar, periodontal e orgânico da lesão dentinária
desencadeará um processo inflamatório que poderá ter consequências graves, sem
nenhuma relação com a lesão de esmalte, a qual participa, apenas, como responsável
pelo início do processo.

É óbvio que a cárie de dentina é dependente da lesão de esmalte e que o envolvimento


dentinário é um ato contínuo, porém determinando um mecanismo de destruição
distinto, pois envolve tecidos diferentes. Mesmo a lesão de dentina, também, pode
sofrer um processo de paralização e reversibilidade, através da reestruturação deste
tecido, no momento em que se consegue um reequilíbrio.
Sintomas Clínicos Cárie De Dentina
Quando o dano chega à dentina (a camada abaixo do esmalte), o paciente pode
começar a sentir sensibilidade e dor ao mastigar ou ao contato com o frio.

A dor causada por uma cárie dentária depende da parte do dente que foi afetada e da
gravidade de sua extensão. Uma cárie no esmalte não causa dor. A dor começa
quando a cárie atinge a dentina. No começo, as pessoas podem sentir dor somente
quando alimentos quentes, frios ou doces, ou bebidas entram em contato com o dente
afetado. Esse tipo de dor frequentemente indica que a inflamação na polpa é
reversível. Quando a cárie é tratada nessa fase, o dentista pode reparar o dente e é
provável que a dor não volte a surgir, nem as dificuldades de mastigação.
Quando a cárie atinge a dentina, o nível de dor começa a intensificar-se, podendo
sentir uma dor aguda no dente infetado. Quando a subsuperfície de esmalte está
enfraquecida devido à perda de cálcio e minerais de fosfato, o esmalte é
destruído, formando-se uma cavidade. Nesta fase, o tratamento mais provável
para restaurar o dente é uma obturação dentária.

Características de Cárie de lesões em Dentina


Quando a lesão se torna mais profunda, atingindo a dentina ou a polpa dentária, a
pessoa começa a apresentar sensibilidade e dor de dente, com ou sem dificuldade e
dores na hora de mastigar.
. Em um primeiro estágio, ela pode se limitar ao esmalte, apresentando aspecto rugoso
e opaco (cavidade em esmalte, FIG. 1.7) ou pode progredir atingindo a dentina, que se
mostra amolecida, com aspecto úmido e geralmente de coloração amarelada (lesão
cavitada em dentina, FIG. 1.8).
Carie dentária: conceitos e terminologia-cap 1.pag 11-15

Figura 1.8 – Lesão de cárie cavitada ativa em dentina (seta branca). No mesmo dente
pode-se observar a presença de lesão de cárie inativa (seta preta).

*imagens retiradas do Livro: Cárie dentária: Cariologia: Conceitos Básicos, Diagnóstico


e Tratamento Não Restaurador-2016-(Marisa Maltz Livia Maria Andaló Tenuta Sonia Groisman
Jaime A. Cury)*
As lesões cavitadas inativas em dentina coronária têm aspecto endurecido e
frequentemente escurecido (FIGURA 1.14)

Situação clínica:
A) esmalte dentário sem cavitação (orifício) percebida a olho nu;
B) a radiografia (simulação) revela lesão cariosa na dentina.

*imagens retiradas do Livro: Cárie dentária: Cariologia: Conceitos Básicos, Diagnóstico e


Tratamento Não Restaurador-2016-(Marisa Maltz Livia Maria Andaló Tenuta Sonia Groisman Jaime A. Cury)*

Tratamento de Carie em Dentina


Geralmente lesões cariosas não cavitadas, restritas a esmalte e terço superficial da
dentina e sem a presença de sintomatologia dolorosa, não necessitam de intervenção
operatória restauradora, a menos que a lesão esteja progredindo para porções mais
internas da dentina
O procedimento clínico restaurador, deixou de ser a única forma de tratamento para se
tornar parte de um conjunto de medidas que visem à orientação e instrução de saúde
bucal, podendo ser utilizado ou não no tratamento da doença cárie, dependendo do
estágio de comprometimento da estrutura dentária.
O aparecimento de tecido dentinário escurecido em processos cariosos crônicos, é
indicativo de procedimento conservador para o complexo dentina polpa, isto é, a
camada dentinária escura é formada por dentina esclerosada, essa camada deve ser
preservada, visto que ela é uma forma de proteção biológica, produzida pelos
odontoblastos para proteger a polpa dos agentes agressores. A remoção da dentina
reacional escurecida constitui-se em uma agressão adicional, cuja magnitude
ultrapassa a do ataque ácido, uma vez que envolve o aquecimento gerado pela ação
dos instrumentos rotatórios, somando à remoção cirúrgica de tecido vital
Os tratamentos invasivos devem ser reservados somente para casos em que as
intervenções preventivas não sejam aplicáveis, pois qualquer restauração apresenta um
período de duração, exigindo-se substituições periódicas por novas restaurações
entrando, assim, em um ciclo restaurador, as novas restaurações serão inevitavelmente
maiores, contribuindo-se para uma diminuição da expectativa de vida do dente, O
procedimento restaurador é indicado para casos que: exista lesão em dentina que não
permita desorganização do biofilme; lesão envolvendo a dentina e colocando em risco a
vitalidade dental;
Curiosidade: apenas caso queiram utilizar

Figura 1.2 – Fatores determinantes e modificadores do processo de doença cárie. Fatores que
atuam no nível da superfície dentária estão apresentados no círculo verde. O círculo amarelo
compreende os fatores que atuam no nível do indivíduo/população. Adaptado de Fonte:
Adaptada de Fejerskov e Manji.3-2016

livro Cárie dentária: conceitos e terminologia Marisa Maltz Livia Maria Andaló Tenuta
Sonia Groisman Jaime A. Cury
FONTES

statics-submarino.b2w.io/sherlock/books/firstChapter/28283384.pdf
docs.bvsalud.org/biblioref/2019/03/981487/24321-75591-1-pb.pdf

statics-submarino.b2w.io/sherlock/books/firstChapter/28283384.pdf
scielo.br/j/dpress/a/4G4SMnBnHzyvvbFNqVK9DWL/?format=pdf&lang=pt
msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-da-boca-e-dos-dentes/dist
%C3%BArbios-dent%C3%A1rios/c%C3%A1ries
msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-da-boca-e-dos-dentes/dist%C3%BArbios-dent
%C3%A1rios/c%C3%A1ries
edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/6031586/mod_resource/content/0/Roteiro%20Biocompatibilidade
%20Completissimo.pdf

revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-72722012000200020
https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/21457/1/MariaLuizaLimaAlvesLira_Dissert.pdf

.forp.usp.br/restauradora/dentin.html

.icb.usp.br/bmm/jogos/material%20del%20apoio_sm.pdf

www.scielo.br/j/dpress/a/4G4SMnBnHzyvvbFNqVK9DWL/?format=pdf&lang=pt

drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/carie/

oralb.pt/pt-pt/saude-oral/condicoes/caries-dentarias/sintomas-de-carie-dentaria

statics-submarino.b2w.io/sherlock/books/firstChapter/28283384.pdf

ufrn.br/imprensa/materias-especiais/39044/tratamento-de-carie-sem-dor

REFERENCIAS TEXTO

Livro: Cárie dentária: Cariologia: Conceitos Básicos, Diagnóstico e Tratamento Não


Restaurador-2016 6(4) -(Marisa Maltz Livia Maria Andaló Tenuta Sonia Groisman Jaime A. Cury)*

revodonto.bvsalud
https://www.forp.usp.br/restauradora/dentin

DENTINOGENESE formação dentina. Produção de Bruna Souza. Goiânia.1


video(25min09seg). disponível em https://www.youtube.com/watch?v=3LigX3ejFD0

Você também pode gostar