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Fernanda Carvalho – 4 semestre

Desgaste dental

 A primeira é causada por fatores externos, como o consumo de alimentos e bebidas


ácidos ou até mesmo o uso de certos medicamentos. Já a segunda ocorre
principalmente devido à ação de ácidos gástricos na cavidade oral.

 O desgaste dos dentes pode ser provocado pelos mais diversos fatores, mas você sabia
que cada tipo de degradação da estrutura recebe um nome diferente?
 Abrasão, abfração, atrição e erosão podem ter nomes parecidos, mas cada
um afeta o dente de uma forma específica.

 A perda de substância dental mineralizada é um processo multifatorial e progressivo,


resultante da combinação de abrasão, erosão, atrição e abfração, consideradas
por muitos autores como desgaste dental..

 Apresentam-se clinicamente, sob diversas formas, desde sulcos rasos ou


profundos até defeitos sob forma de cunha, não ocorrendo isoladas e
determinando manifestações clínicas variáveis

 Desgaste dental relaciona-se, a hábitos alimentares e para funcionais, ocupação,


higiene oral, problemas sistêmicos e padrão oclusal.

 Por se tratar de perda de estrutura dental com prevalência variável, porém, elevada,
faz-se necessário ao cirurgião-dentista reconhecer suas características clínicas e
etiológicas a fim de estabelecer critérios para diagnosticar precocemente e efetuar
o melhor tratamento
Atrição:
 É definida como o desgaste fisiológico do dente resultante do contato dente a dente
durante a mastigação. Ocorre nas superfícies incisal e oclusal e, algumas vezes, na
superfície proximal.
 A atrição é um processo fisiológico e natural, onde ocorre o desgaste da estrutura
dentária em V na região incisal de dentes anteriores.

O desgaste dental que ocorre sob uma carga oclusal anormal não deve ser considerado
como fisiológico, pois o desgaste está ocorrendo de forma mais rápida que os
mecanismos fisiológicos compensatórios.

Alguns pacientes apresentam hábitos parafuncionais, que podem estar relacionados a


desgaste excessivo. Dentre esses hábitos, destaca-se o bruxismo, que é considerado
uma das desordens mais prevalentes, complexas e destrutivas do sistema
estomatognático, podendo levar a perdas significativas de tecido dental, comprometendo o
paciente estética e funcionalmente

Abfração:
 Nesse tipo de lesão, ocorre perda patológica de tecido duro em decorrência de forças
biomecânicas, que causam uma flexão dental e consequente fadiga do esmalte e
dentina em um local distante do ponto de carga oclusal.
 É causada principalmente pela má oclusão da arcada ou até pelo contato prematuro
entre os dentes. Também deve ser observado se hábitos parafuncionais, como o
excesso de força durante a mastigação ou o apertamento dos dentes, podem estar
influenciando neste quadro. 
 esse problema é caracterizado pela perda de estrutura dental na porção
cemento/esmalte nas regiões cervicais de dentes posteriores, mas diferentemente da
abrasão, as causas para isso estão relacionadas a fatores internos.

Abrasão:
 É um desgaste físico causado por outros materiais, que não o dente. A abrasão
dental pode ser descrita como sendo um desgaste patológico, que resulta de um
processo anormal, hábito ou instrumento abrasivo.
 Dependendo do seu agente causador, a abrasão pode se manifestar na borda
incisal ou na região cervical. Hábitos deletérios, como o uso de cachimbo,
onicofagia, colocação de objetos na boca, provocam chanfros localizados
preferencial-mente na borda incisal.
 Entretanto, as lesões presentes em nível cervical são mais associadas à escovação.
Diversos fatores estão relacionados à abrasão causada por escovação: a técnica, os mé-
todos rigorosos, o tempo e a frequência de escovação, a forma das cerdas e os
dentifrícios abrasivos.

Erosão:
 Atrelada a reações químicas provocadas por ácidos, ela pode ser causada tanto por
fatores extrínsecos - como o consumo excessivo de alimentos e bebidas ácidas - como
por fatores intrínsecos - como a ação de ácidos gástricos em nossa boca,
principalmente quando casos de refluxo e vômitos recorrentes são frequentes.
 Consiste na dissolução dos tecidos dentais mineralizados por um processo
químico, sem o envolvimento bacteriano.
 A lesão erosiva é o resultado físico de uma perda de tecido duro da superfície dental
provocada por ácido e/ou quelantes15.

 Os principais fatores etiológicos da erosão dental subdividem-se em extrínsecos e


intrínsecos:
 Os extrínsecos referem-se aos ácidos de origem exógena, a saber, medicamentos
(vitamina C e ácido acetilsalicílico), dieta (frutas e bebidas ácidas) e meio ambiente
(indústrias químicas e piscinas cloradas)16. As causas intrínsecas incluem os ácidos
oriundos do estômago, especificamenete o ácido clorídrico presente na regurgitação e
nos vômitos17.
A causa da erosão dental estaria também relacionada a outros fatores
dependentes do indivíduo, como:
- fluxo salivar e capacidade tampão da saliva, não sendo a presença de ácidos
na cavidade bucal condição sufi ciente para determinar a ocorrência de lesões
erosivas. Por isso, as análises do fluxo e pH salivar são importantes, pois a
redução na produção de saliva ou sua alteração em virtude da perimólise (erosão
intrínseca) pode resultar em mudanças na saúde bucal.

Como identificar?
 Não é muito difícil perder quando os dentes começam a ser afetados pela erosão, já
que o desgaste do esmalte pode ser percebido através de três fatores principais: a
sensibilidade, a coloração e o formato dos dentes.
 “Após diagnosticado o problema, caberá ao profissional investigar se a origem é
intrínseca (decorrente de distúrbios gástricos) ou extrínseca (devido a uma dieta
muito ácida)”, alega a endodontista Sofia Cabaleiro.
 Dependendo da causa do problema, a pessoa poderá ser indicada para um especialista
ou deverá fazer algumas mudanças na parte de alimentação.

• Sensibilidade - Com o desgaste do esmalte dentário, essa camada de proteção se


torna muito mais fina, expondo a dentina e consequentemente trazendo
maior sensibilidade para os dentes, principalmente ao consumir bebidas geladas ou
ácidas e alimentos doces.
• Cor dos dentes - A aparência do elemento dental se torna mais translúcida e
amarelada, já que a dentina possui esse tipo de coloração.
• Formato - Outro fator que pode ser percebido é quanto ao formato arredondado e a
superfície áspera que os dentes passam a adotar.

Quais são as causas?


A erosão dentária pode ser causada por diversos fatores, tanto externos quanto internos, e a
ajuda de um profissional se torna essencial para que seja possível identificar exatamente o
motivo do seu surgimento.

 “Os principais agressores são o ácido gástrico (presentes no refluxo gástrico) e


alimentos que contribuem para que o pH da boca se torne muito ácido (consumo
excessivo de refrigerantes e açúcares em geral)”, explica a especialista Sofia
Cabaleiro.

A erosão normalmente está associada à desordens alimentares, como a bulimia, anorexia e


alterações sistêmicas, como o refluxo gástrico e a doença renal crônica, sendo estas causas
intrínsecas do problema. Só após a descoberta exata da causa que o dentista especialista
estará apto a indicar a melhor abordagem para o caso, definindo um plano de tratamento
estético-funcional.

Qual o tratamento?
Se a doença ainda estiver em um estágio inicial, medidas mais simples devem ser tomadas,
como restaurações com resina composta para fechar a dentina exposta.

Entretanto, se o problema tiver evoluído e estiver comprometendo a cavidade oral do


indivíduo de alguma maneira, o tratamento deve ser mais severo, indicando-se a aplicação de
coroas unitárias ou laminados cerâmicos, facetas ou lentes de contato. Outro ponto
destacado pela dentista Thalita Costa é o tratamento para a sensibilidade, que pode ser feito
através do flúor tópico, bochecho com soluções manipuladas contendo fluoreto de sódio e
laser por um profissional.

É possível perder o dente?


Muitas pessoas acabam não levando a erosão como um problema realmente grave, mas a
questão é que, por se tratar de uma doença gradativa, ela pode evoluir pouco a pouco e quando
o paciente se dá conta seu sorriso já foi bastante afetado.

Normalmente quem tem o hábito de fazer um acompanhamento periódico com o dentista não
passa por isso, já que o especialista é capaz de identificar esse quadro e revertê-lo
rapidamente.

No entanto, pacientes que costumam negligenciar a saúde dos dentes podem ter um sério
problema pela frente. "Eles correm o risco de perder o dente ou ter a necessidade de
realizar um tratamento mais invasivo, como o canal, para conseguir reabilitar", afirma a
endodontista Heloísa Crisóstomo.

Exame clínico
Durante a realização do exame clínico, deve-se manter a superfície dental limpa, seca e sob
boa iluminação, uma vez que isso facilitará a identificação e o diagnóstico das lesões.

Clinicamente, a primeira manifestação da atrição é o aparecimento de uma faceta lisa e polida


em ponta de cúspide, crista ou bordo incisal.
Eventualmente essas cúspides tornam-se achatadas, as bordas incisais são encurtadas, e a
dentina é exposta, havendo redução da resistência dental ao desgaste. Uma vez observada
a presença de facetas de desgaste, é necessário se distinguir o padrão de desgaste
causado pela atrição fisiológica durante a mastigação normal daquele causado pelo ranger de
dentes durante o bruxismo.

Para tanto, deverá ser solicitado ao paciente que posicione a mandíbula lateral e
protusivamente para verificação do alinhamento destas, posto que a mastigação normal
reflete padrão de desgaste caracterizado por facetas em dentes antagônicos, que não
se alinham, enquanto as facetas de desgaste apresentadas por pacientes bruxistas
caracterizam-se pelo alinhamento com dentes antagonistas

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