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2. Atividades rítmicas e expressivas: aulas de expressão corporal como teatro e dança seja
ela, clássica, contemporânea, folclórica, popular e de salão;
Esse tipo de terapia dura cerca de 1 hora e pode ser realizada 1 ou 2 vezes por semana,
contribuindo positivamente para o desenvolvimento e aprendizagem infantil e qualidade de
vida.
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Para que serve
A psicomotricidade tem como objetivo melhorar os movimentos do corpo, a noção do espaço
onde se está, a coordenação motora, equilíbrio e também o ritmo. Estes objetivos são
alcançados através de brincadeiras como correr, brincar com bolas, bonecas e jogos, por
exemplo.
Quando é indicada
Algumas situações em que a técnica de psicomotricidade pode ser indicada são:
● Alterações na memória;
● Hiperatividade;
● Agressividade;
● Problemas posturais;
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● Dispraxia, que corresponde a dificuldades motoras.
Dessa forma, a psicomotricidade pode ser feita com crianças de possuem paralisia
cerebral, alterações genéticas, como a síndrome de Rett, ou mentais, como a esquizofrenia, por
exemplo, além de também poder ser recomendada para todas as crianças que possuem alguma
alteração no seu desenvolvimento.
Como é feita
Na psicomotricidade existem alguns elementos que devem ser trabalhados como tônus da
postura, repouso e sustentação, além do equilíbrio, lateralidade, imagem corporal, coordenação
motora, e estruturação no tempo e no espaço. Alguns exemplos de atividades psicomotoras que
podem ser usadas para alcançar estes objetivos são:
Andar sobre uma linha reta desenhada no chão: trabalha o equilíbrio, coordenação motora e
identificação corporal;
Procurar uma bolinha de gude dentro de uma caixa de sapato cheia de papel amassado:
trabalha a lateralidade, coordenação motora fina e global e identificação corporal;
Empilhar copos: é bom para melhorar a coordenação motora fina e global, e identificação
corporal;
Desenhar a si mesmo com canetas e com tinta guache: trabalha a coordenação motora fina e
global, identificação corporal, lateralidade, habilidades sociais.
Jogo - cabeça, ombro, joelhos e pés: é bom para trabalhar a identificação corporal, atenção
e foco;
Jogo da estátua: é muito bom para orientação espacial, esquema corporal e equilíbrio;
Jogo da corrida do saco com ou sem obstáculos: trabalha orientação espacial, esquema corporal
e equilíbrio;
Pular corda: é ótimo para trabalhar a orientação no tempo e no espaço, além de equilíbrio,
e identificação corporal.
Estas brincadeiras são excelentes para ajudar no desenvolvimento infantil e podem ser
realizadas em casa, na escola, parques infantis e como forma de terapia, quando indicados pelo
terapeuta. Normalmente cada atividade deve estar relacionada com a idade da criança, porque
bebês e crianças com menos de 2 anos não irão conseguir pular corda, por exemplo.
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caracteriza o ser humano, nas suas múltiplas e complexas manifestações biopsicossociais,
afetivo-emocionais e psicosóciocognitivas.
Multicontextual, na medida em que visa projetar o nível de aplicação do seu conhecimento, das
suas capacidades e competências de intervenção profissional nos vários contextos onde se
integra e observa a atividade humana, desde a família às creches, desde a educação pré-escolar
à escola primária e secundária, desde o hospital aos centros de lazer e animação cultural e
desportiva, desde os locais de trabalho aos lares de séniores, ou seja, o âmbito da inclusão total
do indivíduo na comunidade em geral.
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como um processo interactivo e evolutivo numa perspectiva biocultural e ecológica coerente e
integrada.
Desde o dualismo teológico ao cartesiano, que os estudos do corpo, e por inerência lógica, da
sua motricidade, continuaram alheios aos estudos do psiquismo, da consciência e da mente,
bem como da sua significação neurofuncional. Apesar da civilização grego-latina ter cultivado o
corpo harmonioso e sensual, o catolicismo reduziu o corpo a uma essência carnal e perversa,
que o cartesianismo escravizou a um instrumento executor dócil e comandado pela razão e pela
vontade. Tal racionalismo, que o iluminismo e o positivismo exacerbaram até à máxima
expressão, ainda que libertando o corpo flagelado e torturado, transformou-o inexoravelmente
num objeto físico e anatómico, sem sensibilidade e sem identidade, que ainda hoje tem os seus
defensores performáticos.
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A psicomotricidade tem como objetivo nuclear, colocar o corpo e a motricidade no centro do
comportamento e da evolução humanas.
Considerar o corpo como o lugar fenomenológico, onde o ser humano constrói e co-constroi a
sua identidade e o seu sentimento e conhecimento de si, como fonte de sensações, pulsões,
emoções e intenções, é pôr em causa um dualismo de vinte séculos, é também, produzir uma
rotura com o cognitivismo puro.
Eis o paradigma principal da psicomotricidade como ciência, donde emana em certa medida, a
sua legitimidade profissional e o seu reconhecimento social.
Romper com o paralelismo psicomotor, como se tratasse de duas entidades separadas do ser,
é o grande desafio da psicomotricidade. Reconhecer o corpo como um organismo complexo que
mobiliza a função tónica e postural para desenvolver a sua afetividade sociabilizada, evocar que
a ação é o primado do comportamento adaptativo e do pensamento reflexivo e o meio práxico
privilegiado para se apropriar dos objetos, do espaço, do tempo e do símbolo, numa palavra da
cultura, é o seu objetivo primacial.
A mente humana não pode ser independente do corpo e do cérebro, sendo consequentemente
impossível separar o mental do neuronal e o psíquico do motor, o que pressupõe compreender
o desenvolvimento pessoal e social dum indivíduo, normal ou portador de disfunções
psicomotoras, como o resultado de uma múltipla integração e interação entre o
corpo (periferia) e o cérebro (centro) e os diversos ecossistemas que constituem o contexto
sócio-histórico onde ele se insere e integra.
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O corpo e a motricidade do ser humano, não podem continuar hipotecados e restringidos ao
biológico, ao anatómico, ao fisiológico, ao físico, etc., defendendo um paralelismo
psicofisiológico desintegrado e fragmentado, deverá antes privilegiar, uma dimensão afetiva,
tónico-relacional, emocional, simbólica, cognitiva e interativa do seu ser total, na medida em
que se deve considerar o ser humano como um sujeito de ação e intenção, i. e., ter em
consideração que ele se constitui como um organismo biologicamente complexo mas situado
num contexto social e cultural, igualmente complexo.
Para servir os paradigmas da psicomotricidade, o corpo humano e a sua motricidade devem ser
situados na unidade e totalidade psicossomática do ser, consubstanciando abordagens mais
neuropsicológicas, comportamentais e contextuais, buscando nelas e nas disciplinas afins,
prolongamentos conteudísticos mais fundamentados e interconexões mais relevantes, não só
para a construção do conhecimento da psicomotricidade, como para que se possa formular um
entendimento mais sustentado sobre o disfuncionamento do seu funcionamento.
A referência ao esquema corporal e à imagem do corpo, como esquema mental que pode ser
"treinado por exercícios", em analogia com o desenvolvimento dos fatores de execução da
educação física e dos desportos, não absorve a transcendência das suas implicações
na psicogénese da consciência humana e nos diversos e múltiplos problemas de personalidade
e de comportamento que lhe estão adstritos, levando em consideração os seus fundamentos
neurofuncionais e sócio adaptativos.
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Pelo contrário, o conceito de psicomotricidade que interessa às diversas profissões da educação,
da reeducação e da reabilitação, tem necessariamente de abordar a significação subjetiva do
corpo e da motricidade nas seguintes componentes somatopsíquicas: na cinestesia; na
integração sensorial; na proprioceptividade; na tonicidade; na segurança postural; na
lateralizarão; na somatognosia; na ecognosia; na estruturação espaciotemporal; na dominância
manual; na especialização hemisférica; na representação iconográfica e gestual da linguagem;
na atenção; na interação; na afiliação; na imitação e identificação intrapessoal; na inteligência
emocional; na inteligência quinestésica e corporal; na proxémica; na organização e elaboração
práxica; no processamento da informação; na comunicação não verbal e verbal; na
aprendizagem não simbólica e simbólica; nos síndromes psicomotores; na apraxia e na dispráxia;
nas apractognosias somato-espaciais; na hipocondria; na anorexia mental; na histeria; na
anosognosia; na esquizofrenia; na despersonalização e neurastenia; nas ilusões somáticas; no
membro fantasma; etc., etc.
No seu conceito matricial, a atividade psíquica não pode ser vista separadamente da atividade
motora, mas sim como a sua componente complementar, retratando consequentemente, a
sua dialética funcional, a sua unidade e totalidade dinâmica, que exatamente consubstanciam
o ser humano em ação e em comportamento.
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A psicomotricidade não se pode preocupar apenas com a reaprendizagem motora em si, mas
sim, com a totalidade do processo de reaprendizagem, de redesenvolvimento, de
modificabilidade e de interação e contextualização das suas funções
receptivas (gnósicas), integrativas (representacionais e elaborativas) e expressivas (práxicas).
A prática clínica psicomotora apresenta uma lista substantiva de factos e evidências sobre as
estreitas relações que unem as anomalias psíquicas com as motoras, que mais não são do que a
expressão de uma solidariedade neurofuncional original e profunda entre as ações e as
sensações, entre o movimento e o pensamento.
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psicomotor ideal, provavelmente jamais consumado plenamente, por isso serve como objetivo
para ser seguido por qualquer indivíduo.
À luz da psicossomática, ou seja, do estudo das relações recíprocas e sistémicas, entre o soma e
o psíquico, e mesmo da definição de saúde, de qualidade de vida e de bem-estar (preconizados
pela Organização Mundial de Saúde), tal estado ideal de comportamento, deve subentender
uma relação inteligível, sentida, interiorizada e invariável entre o corpo, o cérebro e os
ecossistemas. É por esta razão que a psicomotricidade se legitima cientificamente e
profissionalmente.
Psicomotricidade é a ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em
movimento e em relação ao seu mundo interno e externo. Está relacionada ao processo de
maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas.
É sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto.
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“Em razão de seu próprio objeto de estudo, isto é, o indivíduo humano e suas relações com o
corpo, a Psicomotricidade é uma ciência encruzilhada... que utiliza as aquisições de numerosas
ciências constituídas (biologia, psicologia, psicanálise, sociologia, linguística...) Em sua prática
empenha-se em deslocar a problemática cartesiana e reformular as relações entre alma e corpo:
O homem é seu corpo e NÃO - O homem e seu corpo”. (Jean-Claude Coste, 1981)
A psicomotricidade pode também ser definida como o campo transdisciplinar que estuda e
investiga as relações e as influências recíprocas e sistémicas entre o psiquismo e a motricidade.
Baseada numa visão holística do ser humano, a psicomotricidade encara de forma integrada as
funções cognitivas, socioemocionais, simbólicas, psicolinguísticas e motoras, promovendo a
capacidade de ser e agir num contexto psicossocial. A psicomotricidade possui as linhas de
atuação educativa, reeducativa, terapêutica, relacional, aquática e ramain.
Na obra do professor Dr. Vitor da Fonseca (1998, p.351-5) encontramos os estudos de Luria,
referentes à organização funcional do cérebro. Tal organização resulta da interação conjunta e
hierarquizada de três blocos funcionais, dependentes das funções que comandam o trabalho
cerebral, implicando em todas as formas complexas de comportamento, nomeadamente na
organização psicomotora. Para Luria, as formas complexas de comportamento têm origem
social, a partir da qual se desencadeiam processos que elaboram, armazenam e conservam a
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informação do mundo exterior programando e controlando ações que materializam intenções,
obedecendo a uma organização estruturada, autorregulada e hierarquizada no cérebro.
Experimentalmente, Fonseca (198) verificou, em termos ontogenéticos, que a organização
psicomotora, de acordo com o modelo neuropsicológico de Luria, evolui do primeiro ao terceiro
bloco funcional, ou seja, da tonicidade à praxia fina, sugerindo a evolução maturacional do
córtex humano, parte do tronco cerebral (primeiro bloco) para os hemisférios cerebrais
(segundo e terceiro blocos), dando significado ao princípio da hierarquia estrutural do cérebro.
Se a evolução humana contém uma dinâmica organizativa e funcional do cérebro, onde ocorrem
transições e modificações, que tendem a evoluir das estruturas inferiores às superiores segundo
uma organização vertical ascendente (do primeiro ao terceiro bloco), e, se a evolução está pré-
programada para se desintegrar, isto é, retroceder das estruturas superiores às inferiores,
segundo uma organização vertical descendente e de sentido contrário, então a retrogênese
psicomotora deve seguir uma desmontagem declinativa do terceiro para o primeiro bloco.
Ou seja, a deterioração da organização psicomotora inicia-se com a praxia fina, a seguir com a
praxia global, nos desestruturamos espaço-temporalmente, perdemos a noção do corpo, o
equilíbrio e, por fim, a tonicidade.
A vida, como a evolução, é uma implacável e inevitável sequência de experiências, relevando o nosso
patrimônio filogenético e evidenciando a nossa competência ontogenética, que, num momento
determinado, se esvanece e regride – da filogênese à retrogênese, passando pela ontogênese.
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Com efeito, esses pequenos precisam passar por intervenções que vão treinar e
potencializar todos os aspectos necessários para o processo de aprendizagem. No contexto
escolar, as maneiras de se estimular as crianças podem variar bastante. Isso depende da
estrutura da instituição, da sala de aula, dos recursos utilizados, entre outros.
– Pintura;
– Desenho;
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possibilidades. Com isto a eficiência dos movimentos deve ser trabalhada a fim de
melhorá-los e gastar menos energia em busca do movimento pela consciência.
Portanto o psicomotricista é o profissional que age na conexão da saúde, educação e
cultura, avaliando, prevenindo, cuidando e pesquisando o indivíduo na relação com o
ambiente e processos de desenvolvimento, tendo por objetivo atuar nas dimensões do
esquema e da imagem corporal em conformidade com o movimento, a afetividade e a
cognição.
Podendo atuar nas áreas,
Introdução
É importante ressaltar que as razões para a mensuração em alunos com deficiência são
as mesmas para quaisquer outros grupos, principalmente se levarmos em conta que,
mesmo polemizado por alguns estudiosos, as estimativas da Organização das Nações
Unidas - ONU (1981), apontam que pelo menos 10% da população mundial apresenta
algum tipo de deficiência e que a deficiência mental é responsável pela maior parte
desse percentual. E segundo dados do IBGE - censo 2000 - no Brasil há 25,5 milhões de
portadores de necessidades especiais, que equivale a 14,5% da população e dentre este
número, 8,3% é deficiente mental (Internet).
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O diagnóstico e classificação são algumas das questões polêmicas que acompanham a
DM. É de certo modo bastante discutido os procedimentos utilizados para estabelecer
o diagnóstico, dando oportunidade para o desenvolvimento de diferentes opiniões
sobre este assunto. Dentre estas, há o modelo médico, que busca como fator etiológico
da DM as alterações orgânicas; o modelo psicopedagógico, onde o alvo do diagnóstico
pode ser o QI (Quociente intelectual), o desempenho psicomotor, estágio de
desenvolvimento cognitivo, além de outras considerações; e por fim, o modelo social
que propõe a avaliação da conduta adaptativa, tanto para o diagnóstico como para a
possibilidade de ações educacionais e melhoria nas condições de vida dos indivíduos.
Em outros casos, os alunos que possuem dificuldades acadêmicas são avaliados como
uma tentativa de se identificar em que medida as dificuldades psicomotoras podem
estar influenciando o desempenho acadêmico. E finalmente estes testes também são
usados para se diagnosticar lesões cerebrais e comportamentais.
Com esse intuito, o presente estudo teve como objetivo analisar a aplicabilidade da
bateria psicomotora elaborada por Fonseca (1995) como forma de avaliação do
desenvolvimento psicomotor do deficiente mental.
Desenvolvimento
Psicomotricidade
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De acordo com Ministério da Educação e do Desporto (MEC) e Secretaria de Educação
Especial (MEC/SEE, 1993), a psicomotricidade é a integração das funções motrizes e
mentais, sob o efeito do desenvolvimento do sistema nervoso, destacando as relações
existentes entre a motricidade, a mente e a afetividade do indivíduo.
SARA PAIN citada por Conceição (1984), distingue corpo e organismo, dizendo que um
organismo é comparável a um aparelho de recepção programada, que possui
transmissores capazes de registrar certos tipos de informação e reproduzi-las, quando
necessário. Já o corpo não se reduz a esse aparato somático, quando atravessado pelo
desejo e pela inteligência, compõe uma corporeidade, um corpo que aprende, que
pensa e atua.
A aprendizagem inclui sempre o corpo, porque inclui o prazer, e este está no corpo, sem
o qual o prazer desaparece. A participação do corpo no processo de aprendizagem se dá
pela ação (principalmente nos primeiros anos) e pela representação.
Desenvolvimento Psicomotor
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Harlow e Bromer (1942) citado por Fonseca (1995), demonstraram que o córtex motor
exerce uma função determinante em todas as funções de aprendizagem, sedo as
relações entre psicomotricidade e aprendizagem efetivamente inter-relacionadas em
termos de desenvolvimento psiconeurológico.
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● Estágio 4 e 5: A inteligência sensório-motora prática vem permitir à criança uma
finalidade em seus atos. Em seguida, procura novos meios diferentes dos
esquemas de assimilação que ela já conhecia (8 a 12 meses e 12 a 18 meses).
● Estágio 6: Estágio de transição para o início do simbolismo, que para Piaget, só
começa aos dois anos, permitindo abandonar os simples tateios exteriores e
materiais, em favor de combinações interiorizadas (18 a 24 meses).
Ainda para o mesmo autor, o distúrbio psicomotor é aquele que prejudica apenas a
execução do movimento sem prejuízo da parte muscular. E crianças com DM
normalmente apresentam tais distúrbios.
Tonicidade
Equilíbrio
Lateralidade
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A lateralidade corporal se refere ao espaço interno do indivíduo, capacitando-o a utilizar
um lado do corpo com maior desembaraço.
Noção Corporal
Ajuriaguerra citado por Fonseca (1995), relata que a evolução da criança é sinônimo de
conscientização e conhecimento cada vez mais profundo do seu corpo, e através dele
que esta elabora todas as experiências vitais e organiza toda a sua personalidade.
Estruturação espaço-temporal
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A estruturação espacial leva a tomada de consciência pela criança, da situação de seu
próprio corpo em um determinado meio ambiente, permitindo-lhe conscientizar-se do
lugar e da orientação no espaço que pode ter em relação às pessoas e coisas.
Praxia Global
Praxia Fina
A praxia fina compreende todas as tarefas motoras finas, onde associa a função de
coordenação dos movimentos dos olhos durante a fixação da atenção, e durante a
fixação da atenção e manipulação de objetos que exigem controle visual, além de
abranger as funções de programação, regulação e verificação das atividades preensivas
e manipulativas mais finas e complexas.
Caracterização do Estudo
População e Amostra
Na caracterização individual dos sujeitos do referido estudo, tomou-se por base dados
do prontuário dos alunos e entrevista com a psicóloga e pedagoga responsáveis pela
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escola. Mesmo sendo caracterizado em diversas variáveis, utilizaremos no estudo
apenas variáveis de comportamento.
Instrumentos
Procedimentos
Foi realizada uma observação direta e individual dos alunos por somente um avaliador.
Os alunos foram observados em dias variados durante os meses de agosto e setembro
de 2001. Os locais nos quais foram realizadas as avaliações foram em uma sala com
aproximadamente 20 metros quadrados, destinada às atividades de fisioterapia da
instituição e uma sala ampla de aproximadamente 100 metros quadrados, onde está
construído um circuito psicomotor para o trabalho com os alunos.
Então, como forma de análise dos resultados, haja visto que um item foi abolido,
optamos por análise individual da média dos fatores.
Todos os resultados foram obtidos pela soma dos valores adquiridos pela avaliação dos
subfatores respectivos. Os valores para cada prova variavam entre 1 e 4. Em seguida, a
soma encontrada era dividida pela quantidade dos subfatores encontrados em cada
fator psicomotor para alcançar a média, que quando necessário era arredondada.
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Os valores entre 1 e 4 indicavam a seguinte situação:
Para obtenção dos resultados, utilizou-se da Média e do Desvio Padrão de cada fator
avaliado.
Resultados e discussão
Sujeito 5: Neste caso, foi adquirido escore 2 para tonicidade, indicando realização com
dificuldade de controle; 3 para lateralidade, indicando realização controlada e
adequada; e 1 para equilíbrio, noção corporal e praxias, sendo a realização imperfeita e
incompleta.
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Sujeito 8: O sujeito apresentou escore 2 em lateralidade e praxia global, tendo obtido
realização com dificuldade de controle e 1 em tonicidade, equilíbrio, noção corporal e
praxia fina, equivalente à realização imperfeita e incompleta.
Sujeito 9: Este apresentou 1 nos fatores tonicidade, equilíbrio, noção corporal e praxias,
indicando realização descoordenada e em lateralidade, obteve o escore 2, indicando
realização com dificuldade de controle.
Com a análise dos resultados, podemos verificar que a maioria indicava respostas
incompletas e imperfeitas, sugerindo perfil deficitário, sendo somente resultados
apenas com dificuldade, indicando a dispraxia, os obtidos pelos fatores tonicidade e
lateralidade. Tais resultados eram esperados, pelo motivo de trabalharmos com
indivíduos com DM, que por sua vez apresentam em maioria, dificuldades psicomotoras.
Fonseca (1995) afirma que uma pessoa (criança, adulto ou pessoa idosa) com uma
síndrome cerebral falha em muitas tarefas da bateria.
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No entanto não podemos ignorar a afirmação de Fonseca em sua obra sobre a BPM,
onde relata que:
"A BPM não foi construída para identificar ou classificar um déficit neurológico, nem tão
pouco serve para diagnosticar uma disfunção cerebral, nem uma lesão cerebral. Quando
muito, fornece alguns dados que nos permitem chegar a uma disfunção psiconeurológica
de aprendizagem ou uma disfunção psicomotora (dispraxias)."
Como pôde ser observado na cotação dos resultados finais, o fator noção corporal é o
que obteve menores valores. Isto pode explicar possivelmente os índices baixos de
outros resultados.
Conclusão
Com a análise dos resultados, podemos verificar que eles foram compatíveis com os
resultados esperados, onde demonstraram as dificuldades psicomotoras encontrados
na maioria dos portadores de DM. No entanto, encontramos facilidade em sua
aplicabilidade perante a população escolhida, eliminando somente um dos fatores
presentes, por este apresentar a maioria de suas atividades complexas para tais
indivíduos.
Então observamos que a BPM pode ser utilizado como forma de avaliação da
psicomotricidade dos portadores de DM, quando analisados seus fatores de forma
individual.
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afetivas e cognitivas. A psicomotricidade envolve atividades físicas que estimulam a
consciência corporal. Seja para que as crianças aprendam a situar-se no espaço, ou para
desenvolver a coordenação dos seus movimentos.
De modo geral esta prática leva ao domínio do equilíbrio corporal, sendo indispensável
para a adaptação ao mundo exterior. Além disso, coordenações globais e finas são
trabalhadas, de modo que competências futuras, como manipular um lápis, sejam
melhor executadas. Trata-se inclusive de um dos primeiros estímulos que podemos dar
à autonomia do indivíduo.
Atingindo essas três dimensões do IDH, o ser humano é capaz de ter uma vida longa e
saudável, acesso ao conhecimento (que é essencial para a garantia do exercício das suas
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liberdades individuais), e condições financeiras para manter um padrão de vida estável
(comprar comida, pagar suas contas básicas e ter um abrigo, por exemplo).
O IDH foi idealizado pelos economistas Mahbub ul Haq e Amartya Sen, que
apresentaram os primeiros resultados no Relatório de Desenvolvimento Humano do
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em 1990.
Desenvolvimento infantil
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Jean William Fritz Piaget (9 de agosto de 1896 - 16 de setembro de 1980)
Durante o tempo em que trabalhava em uma escola, Piaget se interessou por observar
o raciocínio utilizado pelas crianças para responder as perguntas de seus professores.
Posteriormente, passou a observar também os seus filhos e desta forma, acabou por
subdividir as fases da infância.
Sensório-motor: 0 a 2 anos
Nessa fase do desenvolvimento, a criança desenvolve a capacidade de se concentrar em
sensações e movimentos.
Os bebês nessa faixa etária só têm consciência daquilo que podem ver e é por isso que
choram quando a mãe sai do seu campo de visão, mesmo que ela esteja muito perto.
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Pré-operatório: 2 a 7 anos
Esse é o período onde ocorrem representações da realidade dos próprios pensamentos.
Nessa fase, algumas vezes a criança não tem a real percepção dos acontecimentos, mas
sim a sua própria interpretação.
Ao observar um copo fino e alto e um copo baixo e largo que comportam a mesma
quantidade, por exemplo, a criança acredita que o copo alto comporte uma quantidade
maior.
Durante esse período também é possível notar uma fase bastante acentuada
do egocentrismo e a necessidade de dar vida às coisas.
A criança é capaz de entender, por exemplo, que um copo fino e alto e um copo baixo e
grosso podem comportar a mesma quantidade de líquido.
Mesmo que a própria criança jamais tenha vivido determinada experiência e nem
mesmo nada parecido, ela passa a ter a capacidade de compreender através de
situações vividas por outros, ou seja, a compreender situações abstratas.
É importante referir que esses marcos podem acontecer mais cedo para umas crianças
do que para outras, mas uma variação de tempo excessivamente grande pode significar
algum distúrbio de desenvolvimento.
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● Logo a seguir ao nascimento: o bebê dorme a maior parte do tempo, chora ao
sentir desconforto e tem o hábito de sugar a boca;
● 6 semanas: sorri durante a interação com outras pessoas, fica deitado de bruços;
● 3 meses: abre e fecha as mãos, mantém a cabeça firme quando está sentado e a
eleva quando deitado de bruços, tenta alcançar objetos suspensos, começa a
balbuciar sons;
● 5-6 meses: rola o corpo quando deitado, reconhece pessoas, é capaz de sentar
(com apoio), emite sons semelhantes a pequenos gritos para exprimir alegria.
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Desenvolvimento infantil de 7 meses a 1 ano
● 12 meses: é capaz de andar com apoio e de dar um ou dois passos sem apoio,
aprende a bater palmas e a “dar tchau”, fala algumas palavras, aprende a ingerir
líquidos através de um copo.
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Desenvolvimento infantil de 1 ano e 6 meses a 3 anos
● 1 ano e 6 meses: a criança anda com mais segurança, sobe escadas se apoiando,
é capaz de comer certos alimentos sozinhos, estabelece comunicação através de
um vocabulário de cerca de 10 palavras, desenha linhas verticais,
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Desenvolvimento infantil de 4 a 6 anos
● 4 anos: consegue pular em um pé só, aprende a atirar bolas, sabe lavar as mãos
e o rosto, sobe e desce escadas alternando os pés.
● 5 anos: consegue agarrar uma bola atirada por outra pessoa, desenha pessoas,
sabe pular, sabe colocar a própria roupa e também se despir, conhece um
número maior de cores.
● 6 anos: sabe escrever o seu próprio nome, caminha em linha reta, apresenta fala
fluente (usa tempos verbais, plurais e pronomes corretamente), tem capacidade
de memorizar histórias, começa a aprender verdadeiramente a compartilhar,
começa a demonstrar interesse em saber de onde vêm os bebês.
Desenvolvimento afetivo
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O desenvolvimento afetivo está relacionado aos sentimentos e às emoções e é
perceptível por parte da criança desde a fase de bebê.
Desenvolvimento cognitivo
A cognição do ser humano é desenvolvida com o tempo. Enquanto bebê, uma pessoa
não tem uma capacidade de memória muito aguçada. Em geral, as pessoas não têm, por
exemplo, recordações de acontecimentos que tenham tido lugar antes dos seus dois
anos de idade.
Desenvolvimento físico
Desenvolvimento social
É com base nesse tipo de desenvolvimento que a criança estabelece com outras pessoas
uma espécie de intercâmbio de informações, que permite adquirir cultura, tradições e
normas sociais.
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O que pode influenciar o desenvolvimento infantil?
● Alimentação.
● Problemas físicos.
O psicólogo suíço Jean Piaget, fez uma analogia entre o desenvolvimento infantil e o
desenvolvimento de um embrião: ele considerou que o percurso do desenvolvimento
infantil consistia em fases e que a conclusão de uma determinada fase era condição
necessária para passar à fase seguinte, ou seja, defendia que o desenvolvimento ocorria
de forma sequencial, sem pular etapas.
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Em outras palavras, se o ambiente não demanda, a criança pode não “reagir” e não
“construir”.
O lúdico também permite que as crianças criem situações hipotéticas que auxiliam no
desenvolvimento das capacidades de reflexão, análise, raciocínio, imaginação e
criatividade.
A brincadeira com outras crianças, por exemplo, ensina a criança a partilhar seja um
brinquedo ou mesmo um espaço. Desta forma, a socialização ajuda a criança a
ultrapassar a fase do egocentrismo.
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Lev Semyonovich Vygotsky (17 de novembro de 1896 - 11 de junho de 1934)
Piaget considera que a interação se dê por meio da ação da criança. Desta forma ocorre
uma troca com o meio; a criança age e aprende por experiência própria, não há uma
pessoa ensinando.
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Em qualquer nível social, as telas vêm dominando a preferência da garotada. No pátio da
escola, dentro de casa, na rua, no parque, no transporte coletivo ou no carro, crianças e
adolescentes estão permanentemente com os olhos abaixados e os dedos ocupados em
celulares, tablets e joguinhos de toda sorte. Os especialistas alertam que, além de favorecer
o sedentarismo, um fator de risco para diversas doenças na vida adulta, esse
comportamento compromete o convívio social, levando ao isolamento.
Preocupada com esse cenário, já que 7,3% das crianças brasileiras com menos de 5 anos
estão acima do peso, a Sociedade Brasileira de Pediatria lançou, em 2017, um manual de
orientação para promover a atividade física na infância e na adolescência e para ajudar
médicos e educadores, incluindo pais, a encaminhar os pequeninos e jovens para a prática
diária de exercícios físicos.
Dos 6 aos 19 anos, por fim, a recomendação é de uma hora por dia de prática de esportes e
exercícios mais intensos, que demandem um pouco mais da capacidade cardiorrespiratória
– dependendo da modalidade, vale questionar o pediatra sobre a necessidade de avaliação
médica prévia. Adolescentes têm sinal verde para fazer musculação até três vezes por
semana, desde que com o acompanhamento de um educador físico.
Claro que nem sempre os pais têm tempo e mesmo recursos financeiros para ajudar os filhos
a cumprir essas metas. Muitas vezes, as próprias demandas escolares lotam a agenda dos
pequenos e dos adolescentes. Contudo, diante do fácil acesso aos eletrônicos, geralmente
o grande empecilho é mesmo conseguir a adesão da criança ou do jovem quando eles
finalmente estão livres. Para mudar essa rotina, confira as dicas a seguir e aproveite a
próxima consulta com o pediatra para conversar com a respeito.
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- Aproveite as vantagens dos eletrônicos. Use com as crianças aplicativos que incentivam o
progresso em determinados exercícios – como o contador de passos do celular – e games
baseados em movimentos, como os de esportes e dança.
- Abra espaço para brincadeiras dentro de casa. Reserve alguns dias – especialmente os
chuvosos – para transformar a sala num circuito, com túneis de caixas de papelão, pula-pula
nas almofadas, colchões para cambalhotas e por aí afora. Tudo com supervisão,
evidentemente. Se puder incluir os amiguinhos, fica melhor ainda. Depois, ponha todo
mundo para organizar a bagunça que isso também consome energia.
- Exemplo funciona mais que mil palavras. Se você se exercita regularmente, mostre às
crianças que não há tempo feio que iniba você de malhar. Dessa forma, desde cedo vão
perceber que a atividade física ocupa um lugar prioritário na rotina da família e aderir
naturalmente a uma vida ativa.
- Sempre que possível, deixe o carro na garagem e faça os percursos a pé com as crianças e
os jovens. Estudantes que vão e voltam da escola caminhando já cumprem boa parte da
meta de atividade semanal preconizada pelos especialistas.
A Educação Infantil é o primeiro contato da criança fora do ambiente familiar. Esta primeira
etapa tem como objetivo o desenvolvimento integral dos aspectos físico, psicológico, intelectual
e social. Para potencializar a evolução das habilidades motoras, cognitivas e emocionais, as aulas
de Educação Física no ensino infantil são de extrema importância e proporcionam hábitos de
vida saudável e qualidade de vida futura.
Nesta fase, a criança amplia a percepção do universo que a cerca e a Educação Física ajudam a
promover uma grande diversidade de experiências – descobrir o próprio corpo e seus limites, se
relacionar com o outro, se expressar emocionalmente e ativar a criatividade são alguns
exemplos.
Para trabalhar o desenvolvimento global das crianças durante as aulas de Educação Física
separamos três propostas de atividades que fortalecem a aprendizagem, a memória e o
raciocínio, incentivam as interações sociais e a formação da personalidade. Além disso, elas
exercitam as habilidades motoras e a capacidade sensorial.
Jogos e brincadeiras
38
Nos últimos anos, vem crescendo a percepção da importância das atividades recreativas e da
Educação Física escolar em todos os momentos do Ensino Fundamental. Uma das formas mais
eficazes de se trabalhar nesta faixa etária é por meio de jogos e brincadeiras.
Aquecimento
Muitas vezes ignorado, o aquecimento é uma atividade importante que prepara corpo e mente
para o esporte. Ele pode ser trabalhado desde a Educação Infantil e garante concentração e
entusiasmo para os exercícios a seguir.
Antes de começar a atividade física, o corpo está em estado de repouso e não está pronto para
esforços intensos e cargas pesadas. A falta de aquecimento pode provocar lesões leves a graves.
Respeitando os limites de cada um, o aquecimento provoca aceleração dos batimentos
cardíacos e da circulação, aumento da capacidade respiratória, aceleração do metabolismo,
entre outras reações benéficas ao organismo.
Para auxiliar o professor de Educação Física, o Impulsiona oferece a aula AQUECENDO PARA
NÃO ENTRAR NUMA FRIA. Você vai aprender o que é aquecimento e seus principais objetivos,
conhecer seus diferentes tipos e entender a diferença entre esta atividade e o alongamento.
Além disso, o material apresenta alguns jogos e brincadeiras que funcionam como aquecimento
e ainda divertem.
39
BNCC
Apesar da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) não nomear a Educação Física para o Ensino
Infantil, ela determina diversos aprendizados motores importantes para crianças pequenas.
Clique no botão abaixo para se inscrever no curso gratuito da BNCC na Educação Física.
REVISTACIENTIFICAMULTIDISCIPLINARNUCLEODOCONHECIMENTO
1. Introdução
A prática regular de atividade física tem sido apontada como um fator relacionado
funcionalmente à promoção da saúde dos indivíduos e à prevenção de algumas
condições de risco a doenças. Ressalta-se, primeiramente, a necessidade da
diferenciação entre os conceitos de atividade física e exercício. De acordo com
Caspersen, Powell e Christenson (1985), atividade física consiste em qualquer
movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos, resultando em maior gasto
energético, quando comparado à taxa metabólica de repouso. Por sua vez, o exercício
físico constitui uma subcategoria da atividade física, de caráter planejado, estruturado,
repetitivo e intencional, com objetivo de manter ou melhorar um ou mais componentes
da aptidão física.
Hoje, em tempos onde a Educação Física está sendo considerada um dos maiores
fenômenos sociais, muitos de seus praticantes ainda não conhecem os benefícios que
ela proporciona. A prática por modismo ou pela influência de amigos ou de seus pais
que querem ver no filho o atleta que eles não foram. Com isso, muitos de seus princípios
não são levados em conta até mesmo pelos seus orientadores, fazendo com que a
atividade física seja considerada como uma prática qualquer, podendo muitas vezes ser
prejudicial aos seus praticantes devido sua iniciação ter sido de forma errada e estafante
para a faixa etária em que foi aplicada. A prática regular de atividade física constitui um
elemento essencial à promoção da saúde e prevenção de algumas doenças que
acometem indivíduos e grupos populacionais.
40
Partindo desta visão, será feita uma pesquisa, na qual, através de uma revisão
bibliográfica será demonstrado conceitos e estudos feitos por alguns autores, referentes
à contribuição que a atividade física pode proporcionar ao ser humano, em específico
na criança, quando bem orientada. O texto foi fundamentado nas ideias e concepções
de autores como: KAMEL (2001), NETO (1999), FREIRE (1997) e Manifesto mundial de
educação física– FIEP (Federação Internacional de Educação Física).
Segundo a FIEP (2004), as atividades físicas, com fins educativos, nas suas possíveis
formas de expressão, reconhecidas em todos os tempos como os meios específicos da
Educação Física, constituem-se em caminhos privilegiados de Educação.
A atividade física permite que se vivenciem diferentes práticas corporais advindas das
mais diversas manifestações culturais e se enxergue como essa variada combinação de
influências está presente na vida cotidiana. As danças, esportes, lutas, jogos e ginásticas
compõem um vasto patrimônio cultural que deve ser valorizado, conhecido e
desfrutado. Além disso, esse conhecimento contribui para a adoção de uma postura não
preconceituosa e discriminatória diante das manifestações e expressões dos diferentes
grupos étnicos e sociais e às pessoas que dele fazem parte.
Salienta-se também que uma infância ativa não é garantia de saúde na vida adulta, visto
que são muitas as mudanças no processo de desenvolvimento de um indivíduo, mas que
a prática de atividade física deve ser constante na vida de uma pessoa, uma vez que o
sedentarismo é fator de risco para a saúde física e mental.
41
2. Atividade física na infância
A atividade física é definida por sua duração, intensidade e frequência, no qual a duração
é a quantidade de tempo gasto participando de uma sessão de atividade física. A
intensidade é a taxa de gasto energético. E a frequência é o número de sessões de
atividade física durante um período de tempo específico (por exemplo, de uma semana).
Sendo assim, a atividade física pode ser dividida em aeróbica e anaeróbica.
Esta fase do ser humano representa uma parcela importante da vida do ser humano.
Alguns autores destacam a importância do desenvolvimento da criança através de
padrões de movimento de acordo com a faixa etária, outros consideram que esta
padronização não deve existir, pois cada ser constrói seus movimentos a partir das
questões biológicas, psicológicas, ambientais de cada um, sendo assim é importante
conhecer os estudos realizados por diversos autores sobre ao desenvolvimento da
criança através de padrões, sem, contudo desconsiderar que estes padrões podem ser
alterados de acordo com a individualidade de cada criança.
Assim o ato motor não deve ser visto isoladamente na infância, pois as habilidades
motoras nesta visão devem ser desenvolvidas através de jogos, do brinquedo, das
cantigas de roda, da dança, inseridos nestes o aspecto lúdico, pois são fatores
importantes para o desenvolvimento das crianças. Desta forma não se pode reduzir a
educação física ao gesto motor puramente. Devem ser incorporadas ao trabalho
pedagógico da educação física as brincadeiras, as atividades que sempre contribuíram
para o desenvolvimento das crianças. Utilizar-se das atividades populares pode garantir
o aprimoramento das habilidades motoras, sem necessitar ficar preso a um gesto motor
padronizado.
42
combinações, surgindo movimentos mais refinados, e nesta fase, a do pé – escola, o
mundo da fantasia aparece e tudo pode ser transformado e modificado, um objeto pode
ganhar vida na imaginação da criança. As brincadeiras de faz de conta ocorrem com
frequência, o brincar de casinha, de pai, mãe, relacionam a atividade prática com a
atividade simbólica e a estruturação do corpo, a construção da leitura e da escrita vão
sendo construídas simultaneamente.
Freire (1997) afirma que a criança é para ser educada e não adestrada, sendo assim, as
atividades desenvolvidas pelas crianças devem levá-las a pensar, a terem consciência da
ação corporal que estão realizando. Independentemente de qual seja o conteúdo
escolhido, os processos de ensino e aprendizagem devem considerar as características
dos alunos em todas as suas dimensões (cognitiva, corporal, afetiva, ética, estética, de
relação interpessoal e inserção social).
A prática da atividade física na escola poderá favorecer a autonomia dos alunos para
monitorar as próprias atividades, regulando o esforço, traçando metas, conhecendo as
potencialidades e limitações e sabendo distinguir situações de trabalho corporal que
podem ser prejudiciais.
43
mesmo tempo em que dão subsídios para o cultivo de bons hábitos de alimentação,
higiene e atividade corporal e para o desenvolvimento das potencialidades corporais do
indivíduo, permitem compreende-los como direitos humanos fundamentais.
No que tange à questão do gênero, as aulas mistas de que envolvem atividade física,
podem dar oportunidade para que meninos e meninas convivam, observem-se,
descubram-se e possam aprender a ser tolerante, a não discriminar e a compreender as
diferenças, de forma a não reproduzir estereotipadamente relações sociais autoritárias.
Weffort e cols. (2009) propõem uma tabela que simplifica as recomendações em relação
à prática de atividade física para cada etapa de desenvolvimento da infância e da
adolescência:
Idade Atividade
(anos)
44
ambiente, pedalar, correr, saltar obstáculos
ou degraus, subir escadas, mergulhar.
13 a 18 Esportes competitivos.
Neto (1997) manifesta a sua preocupação ao afirmar que se tem vindo a assistir a um
crescente analfabetismo motor, no desenvolvimento da criança, num esforço
indisfarçável, para manter a criança intelectualmente ativa e corporalmente passiva. E
nesse sentido as crianças vêm cada vez mais reduzidos os seus espaços de jogo e o
acesso a estes espaços.
As características dos espaços de jogo para as crianças de diferentes idades, exige que
se conheça as suas necessidades motoras, as suas motivações, e sobretudo, as suas
etapas de desenvolvimento. Nesta perspectiva tanto o desenho como os equipamentos
e materiais a utilizar, podem fazer com que a criança se adapte aos mesmos, bem como
estes sejam concebidos segundo as possibilidades das crianças.
45
Nos jogos, ao interagirem com os adversários, as crianças podem desenvolver o respeito
mútuo, buscando participar de forma leal e não violenta. Confrontar-se com o resultado
de um jogo e com a presença de um árbitro permitem a vivência e o desenvolvimento
da capacidade de julgamento de justiça. Principalmente nos jogos, em que é
fundamental que se trabalhe em equipe, a solidariedade pode ser exercida e valorizada.
Em relação à postura diante do adversário podem-se desenvolver atitudes de
solidariedade e dignidade, nos momentos em que, por exemplo, quem ganha é capaz
de não provocar e não humilhar, e quem perde pode reconhecer a vitória dos outros
sem se sentir humilhado.
46
movimentos vão sendo executados pelo feto e refletem a necessidade da criança em se
movimentar.
Sendo assim, a atividade física é definida como um conjunto de ações que um indivíduo
ou grupo de pessoas prática envolvendo gasto de energia e alterações do organismo,
por meio de exercícios que envolvam movimentos corporais, com aplicação de uma ou
mais aptidões físicas, além de atividades mental e social, de modo que terá como
resultados os benefícios à saúde.
A atividade física é desde a infância o meio pelo qual a criança afirmar sua
independência e seus primeiros contatos sociais, sendo fundamental ao seu
desenvolvimento psicofísico de forma geral. Orientada muitas vezes por um predomínio
de impulsos cerebrais que originam uma grande compulsão para a movimentação, além
de uma menor percepção subjetiva do esforço, a criança tem no movimento uma
necessidade premente. Daí a prática regular de atividades corporais deve ser estimulada
precocemente, em conformidade às condições relativas ao estágio de desenvolvimento
em que se encontra.
Examinando a atividade física sob o prisma dos aspectos psíquicos da criança, nos
deparamos com duas vertentes – Os aspectos psicomotores, decorrentes do processo
normal do desenvolvimento motor, e os psicossociais, nascidos das inter-relações
humanas provocadas pela atividade físico-desportiva.
Numa época em que muito se enfatiza e objetiva uma melhor qualidade de vida para a
população, muitas são as estratégias utilizadas para se atingir esse alvo. Muitas vezes
47
desconsiderada, a atividade física constitui-se numa das principais maneiras e numa
forma prática e econômica para a promoção da saúde em comunidades do mundo
inteiro.
Os benefícios gerais são diversos, porém o objetivo maior e mais importante num
programa de atividade física está se concentrando no desenvolvimento da percepção da
necessidade de adoção de estilos de vida saudáveis, influenciando diretamente na
qualidade de vida do ser humano.
A busca por uma melhor qualidade de vida vem sendo constantemente associada a uma
vida não sedentária como ferramenta para promoção e/ou manutenção da saúde.
Conforme Burgos (2002, p.160) essa busca pela qualidade de vida tem sido cada vez
maior, e tem estreitado a relação saúde-atividade física gerando mudanças no estilo de
vida.
48
a) alegria – resultante da socialização com outros jovens; b) realização – com o
desenvolvimento pessoal e o reconhecimento social; c) benefícios físicos – relacionados
à aparência, desempenho físico e benefícios à saúde; d) benefícios psicológicos –
relativos ao humor e ao aumento de confiança.
Além de benefícios ligados diretamente à saúde física, observa-se também que através
dessas atividades as crianças aumentam a socialização, visto que em algumas práticas
elas terão que conviver com outras crianças que talvez nem conheçam, além da
presença de um professor que pode ser uma figura totalmente nova e significativa em
suas vidas.
De açodo com Rose Jr. cita de forma geral os benefícios que as crianças têm ao praticar
a atividade física (2009):
A prática de atividade física por crianças […] contribui não apenas para o controle de
peso corporal, mas também para uma série de fatores determinantes da saúde
individual e coletiva. A promoção de um estilo de vida ativo tem forte influência positiva
no padrão de crescimento e desenvolvimento; […] previne ou retarda o aparecimento
de fatores de risco cardiovasculares; […] melhora o relacionamento em grupo; minimiza
a depressão; e aumenta a autoestima. Dessa forma, o desfecho para esse conjunto de
adaptações é um indivíduo com melhor qualidade de vida e bem-estar. (DE ROSE Jr,
2009 p. 220).
Como exposto pelo autor, crianças ativas tem maior chance de se tornarem adultos
ativos, mas para que isto aconteça deve-se fazer com que esta atividade gere satisfação
para quem a pratica, além de mostrar aos alunos os benefícios que eles têm ao fazer
que esta atividade que está sendo praticada se torne um hábito em suas vidas.
49
A prática de atividade física na infância tem importante papel para prevenção de vaias
doenças, sendo assim, ao contrário de alguns mitos populares, exercícios físicos não são
prejudiciais para crianças quando realizados de forma segura. Ademais, tal prática
promove vários outros benefícios para a saúde infantil, além da prevenção e controle
da obesidade. São alguns deles:
Os exercícios devem ser realizados de forma agradável e leve e ter como principal
objetivo desenvolver o hábito no cotidiano das crianças, estimulando-as a gostar dessa
prática.
Isso é importante tanto no que diz respeito à saúde infantil quanto do ponto de vista
das habilidades sociais. As entidades profissionais, científicas e os meios de
comunicação devem considerar, portanto, a atividade física na infância como uma
questão de saúde pública, divulgando informações sobre sua importância e
implementando programas para a sua prática orientada.
Deve-se fazer com que as crianças mantenham o interesse pela atividade oferecendo
sempre alternativas para sua prática. Não pode se esquecer de fornecer aos alunos
experiências motoras variadas além de contemplar os interesses individuais e buscar
suprir o objetivo do aluno ao ingressar nessa atividade física.
A atividade física para crianças, quando ministrada de forma inadequada, pode trazer
prejuízos para a maturação do indivíduo, conforme cita De Rose Jr. (2009) condições
extremas de treinamento, acompanhadas de outros fatores negativos, muitas vezes
presentes no esporte de alto rendimento, como subnutrição e sobrecarga emocional,
podem atrasar a maturação.
Outro fator que pode interferir a não adesão de prática de atividade física em crianças
é citado por Silva e Costa Jr. (2011, p.45) “No entanto, o acesso facilitado à televisão e
videogame diminui a oportunidade de as crianças praticarem atividades físicas”.
50
Nos dias atuais tem-se também maior acesso a outros equipamentos eletrônicos que
distraem as crianças e as deixam longe das práticas de atividade física, como
computadores, tablets e celulares, cada vez mais modernos e com mais funções, jogos,
entre outras funcionalidades, além de problemas como falta de segurança nas ruas, e
conforme citado por Koezuka (2006, apud SILVA E COSTA Jr., 2011)
A criança que prática exercício físico tende a ter uma melhor qualidade de sono, maior
capacidade de concentração e aprendizado na escola, além de uma melhora na
coordenação motora. Através da atividade física a criança conhece melhor o seu corpo,
suas limitações e suas capacidades.
É preciso ressaltar que a importância da atividade física na infância vai além da estética.
Ela ajuda a prevenir doenças, muitas das quais surgidas silenciosamente. Também é
importante instrumento para auxiliar no crescimento e desenvolvimento motor do
jovem e que pode ser fundamental na vida adulta. Praticados em grupo e em forma de
jogos cooperativos, por exemplo, ainda ajudam no aprendizado, de forma que as
crianças aprendam a competir, mas também a trabalhar em equipe, formando cidadãos
conscientes. Sendo assim, crianças que não praticam exercícios físicos tendem a se
tornar adultos sedentários.
Considerações finais
51
vídeo game ou navegando na internet, muitas das vezes rumo ao nada culminando com
o aumentando do índice de inatividade física na infância.
52
A importância do brincar na infância
O brincar durante a infância representa muito mais do que uma diversão. Esses momentos são
fundamentais para o desenvolvimento da criança e para a construção de um adulto mais confiante
e criativo.
Através do brincar as crianças têm oportunidades incríveis de se conectarem com o universo lúdico.
Uma verdadeira porta aberta para a criança fantasiar, imaginar, sonhar e viver a infância em toda
sua plenitude. É por essa razão que a ludicidade entra como a principal ferramenta da educação
infantil.
Pode ser brincando sozinhas com objetos ou com outras crianças, elas terão inúmeras oportunidades
para absorverem informações e construírem a sua cultura. Portanto, esses momentos são
caracterizados como o processo inicial de compreensão do mundo e das relações sociais.
Brincar é um direito de toda criança e fazer esse direito ser real para a criançada do nosso país é um
dos objetivos do Comitê pela Cidadania. As ações do Comitê são focadas especialmente para
crianças, que vivem em situação de vulnerabilidade social, na cidade de Belo Horizonte e regiões
metropolitanas, como Betim, Nova lima, Ibirité e Sarzedo.
Uma das ações do Comitê para promover esse mundo mágico é o projeto Natal Solidário. O Natal
Solidário teve início em 2003 e é uma das maiores campanhas da ONG.
No Natal Solidário, os voluntários se unem às instituições sociais, como creches, para presentear
crianças de 0 a 10 anos com brinquedos. Durante a campanha, que inicia todo mês de novembro, o
Comitê pela Cidadania pede doações de brinquedos ou doações em dinheiro, que é utilizado para
comprar mais brinquedos.
53
Os brinquedos arrecadados durante o Natal Solidário são distribuídos para diversas instituições que
possuem crianças assistidas. É um momento de alegria, onde a magia do Natal acontece e gera
lembranças inesquecíveis.
Certamente, cuidar das nossas crianças é uma linda forma para transformar o mundo.
As aulas de Educação Física na escola costumam ser muito esperadas pelos alunos, pois
são uma oportunidade para eles saírem da sala e realizarem atividades mais dinâmicas
e em grupo, rompendo a rotina das aulas teóricas, que costumam ser mais cansativas.
A Educação Física tem por objetivo promover um estilo de vida ativo e saudável para
as crianças e os adolescentes, com base na prática de exercícios físicos e atividades
desportivas na escola.
Ela realiza seu propósito transmitindo aos alunos conhecimentos da cultura corporal de
movimento, que envolve a motricidade humana e a expressão corporal, associadas aos
aspectos sociais, históricos e culturais da sociedade.
As atividades físicas são essenciais para a saúde física e mental, direito fundamental de
todo ser humano. Promover essas práticas também é um dever da sociedade e,
sobretudo, da escola.
Nesse sentido, a Educação Física na escola pretende promover a saúde por meio de
atividades físicas, tendo caráter preventivo de diversas doenças provocadas pelo
sedentarismo.
54
Outros benefícios que as atividades físicas proporcionam são:
● Alívio do estresse;
● Socialização;
● Conhecimento do próprio corpo;
● Melhora da autoestima;
● Desenvolvimento motor;
● Cooperação e empatia.
O estilo de vida das crianças e dos jovens, atualmente adeptos da tecnologia, diminuiu
o contato com estímulos físicos, sendo a escola um ambiente propício para proporcionar
essas atividades.
A Educação Física faz parte do desenvolvimento global dos alunos, que integra todas as
dimensões do ser humano: intelectual, física, mental, social e cultural. Desse modo,
além dos aspectos acadêmicos, é preciso expandir na escola a capacidade de o aluno de
lidar com o próprio corpo e a promoção do bem-estar.
Como podemos ver, a Educação Física é muito mais do que um momento recreativo de
prática de esportes e exercícios físicos
Na etapa da Educação Infantil, a Educação Física pode ser desenvolvida com base nos
direitos de aprendizagem e nos campos de experiência definidos pela BNCC, que se
adéquam às propostas dessa área do conhecimento, como propor atividades físicas e a
prática de esportes específicos para a faixa etária, com base nos direitos de
aprendizagem:
Brincar
55
suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e
relacionais.”
Participar
Explorar
Expressar
Conhecer-se
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O eu, o outro e o nós
Realizar atividades físicas em grupo, permite à criança ampliar seu auto percepção e a
percepção do outro. Com isso, aprende a valorizar a sua identidade, a respeitar os outros
e a reconhecer as diferenças entre si e seus colegas.
“A criança explora o espaço em que vive e os objetos a sua volta com o corpo, por meio
dos sentidos, gestos e movimentos. É nesse contexto — a partir das linguagens como
música, dança, teatro e brincadeiras — que elas estabelecem relações, expressam-se,
brincam e produzem conhecimentos. ”
Nas aulas de Educação Física, as práticas corporais devem ser abordadas como
fenômeno cultural dinâmico, entendidas como manifestações das possibilidades
expressivas dos alunos.
57
6. Interpretar e recriar os valores, os sentidos e os significados atribuídos às
diferentes práticas corporais, bem como aos sujeitos que delas participam.
7. Reconhecer as práticas corporais como elementos constitutivos da identidade
cultural dos povos e dos grupos.
8. Usufruir das práticas corporais de forma autônoma para potencializar o
envolvimento em contextos de lazer e ampliar as redes de sociabilidade e a
promoção da saúde.
9. Reconhecer o acesso às práticas corporais como direito do cidadão, propondo e
produzindo alternativas para sua realização no contexto comunitário.
10. Experimentar, desfrutar, apreciar e criar diferentes brincadeiras, jogos, danças,
ginásticas, esportes, lutas e práticas corporais de aventura, valorizando o
trabalho coletivo e o protagonismo.
Nessa etapa, os alunos devem ter acesso a um conhecimento mais aprofundado das
práticas corporais, realizadas em contextos de lazer e saúde, dentro e fora da escola.
58
● Esportes: atividades esportivas de rede/parede, de campo e taco, de invasão e
de combate.
● Ginásticas: de condicionamento físico e de conscientização corporal.
● Danças: modalidades de salão.
● Lutas: modalidades do mundo.
● Aventura: práticas corporais de aventura na natureza.
No Ensino Médio, a Educação Física faz parte da área de Linguagens e suas Tecnologias,
com a proposta de explorar o movimento e a gestualidade em práticas corporais de
diferentes grupos culturais, bem como analisar os discursos e os valores associados a
elas.
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motoras, religiosas, de compleição física, de orientação sexual e àquelas provenientes
de deficiências físicas e/ou intelectuais. Serão propostas, ainda, vivências de jogos e de
esportes em que ocorrem mais notadamente situações de discriminação, para que as
diferentes características dos praticantes desses jogos e esportes sejam valorizadas,
naturalmente sem prejuízo da qualidade e da eficiência da execução.
Respeito às diferenças
A soberania do vitorioso sobre o derrotado; a escolha dos mais habilitados para compor
as equipes; a supervalorização do alto rendimento em detrimento do lúdico; e a rigidez
de regras impostas, que inibem a construção coletiva, formam um conjunto de fatores
que caracteriza o esporte, mas dificulta sua utilização como ferramenta pedagógica para
trabalharmos temas importantes, entre os quais inclusão, tolerância, respeito às
diferenças e solidariedade.
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Outras práticas corporais, como as lutas, as diferentes modalidades de ginástica e as
danças, também podem contribuir tanto para a inclusão quanto para a exclusão de
crianças, adolescentes e jovens, por não se enquadrarem em um perfil de bons
executores em atividades escolares – nas aulas de Educação Física, em festivais culturais,
em mostras, etc.
Muitas vezes, mesmo sem querer excluir, os próprios professores expõem os alunos a
grandes frustrações, como acontece em apresentações de dança, nas quais selecionam
os mais talentosos de suas turmas, e na própria organização coreográfica, quando os
menos habilidosos ficam atrás, no fundo do palco. Diante desses exemplos, a escola e,
em particular, a disciplina de Educação Física podem constituir-se em espaços em que a
prática de esportes, jogos, danças, ginásticas e lutas seja um forte aliada na construção
de novos conhecimentos para os alunos e, principalmente, na consolidação de valores
essenciais que fomentem relações humanas mais fraternas e respeitosas.
Um espaço privilegiado
Isso acontece pelo fato de as aulas se darem, na maioria das vezes, em um ambiente
diferente do da sala de aula tradicional, caracterizada pela organização das cadeiras em
fileiras separadas e pela imobilidade dos alunos.
Mas não é o bastante. Essas vivências precisam da presença ativa do professor, criando
situações que provoquem a reflexão e o debate, mas que não gerem expectativas
inatingíveis ou frustrações demasiadas nos alunos. Como sugestão de atividades, que
separarmos para falar neste artigo, serão priorizados os conteúdos para as faixas entre
10 e 15 anos que possibilitem, de maneira diversificada, a abordagem dos temas
propostos aqui.
Futsal
Como todo jogo ou esporte coletivo, o futsal demanda a formação de equipes para sua
execução. Porém, que critérios adotar na montagem dos times? Como evitar a
superexposição de um aluno pouco habilidoso? Como garantir que nem os mais nem os
menos talentosos saiam frustrados do jogo?
61
O grande desafio, sem dúvida, será o de fazer com que eles compreendam como direito
universal o acesso aos conhecimentos produzidos pela humanidade (o futsal é um
deles). Portanto, quem desejar pode aprender a jogar essa modalidade de esporte sem
sofrer constrangimentos em razão de sua condição física, sua orientação sexual, sua
habilidade, sua origem socioeconômica, sua etnia ou mesmo por ser, eventualmente,
portador de alguma deficiência.
A partir desse conceito, vamos estimular que os alunos se organizem taticamente para
o futsal, de forma que suas equipes, mesmo compostas de maneira heterogênea, ou
seja, contando com indivíduos tão diferentes em habilidade, força física, sexo, etc.,
consigam resultado. E, quando não conseguirem, que encontrem meios/táticas, sem
discriminação, intimidação, exclusão ou opressão, para se reorganizar e tentar
novamente. Parece simples, mas, na verdade, os professores de Educação Física lidam
com turmas que aprenderam, fora da escola, conceitos como “no esporte sempre vence
o melhor” e que, para isso, deve-se eliminar qualquer impedimento, inclusive os colegas
de turma que não sabem jogar.
Frescobol e peteca
Existem duas diferenças importantes entre a prática do futsal (ou de qualquer outro
jogo/ esporte coletivo) e o frescobol e a peteca, além do tipo de material utilizado e da
quantidade de jogadores. A primeira delas refere-se a um hábito cultural que
popularizou o frescobol e a peteca como jogos de praia, e, portanto, quem mora longe
do litoral (a maioria da população carioca) não pratica nem um nem outro. A segunda
diferença está ligada à lógica dos jogos: tanto no frescobol como na peteca há uma
intenção permanente de colaboração entre os jogadores. Se isso não acontece, a bola
ou a peteca cai no chão e a atividade é descontinuada.
Hip-hop
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Desenvolver o conteúdo da dança sempre foi um grande desafio para os professores de
Educação Física. Além da falta de espaços e de equipamentos nas escolas, a própria
formação acadêmica desses professores, geralmente muito esportividade, não oferece
muitos subsídios para eles tratarem, pedagogicamente, uma prática corporal construída
e aprimorada pela humanidade. E que, por isso mesmo, deveria estar presente nos
programas escolares da disciplina.
A situação é agravada até pela questão espacial das quadras e dos pátios das escolas,
usados normalmente para a Educação Física e que se localizam, geralmente, em espaços
devassados, sem paredes ao redor. Apesar disso, a dança (e suas modalidades) constitui-
se em um conteúdo forte no interior da escola. Além de agregar conhecimentos ao
repertório cultural dos alunos, é um espaço de reflexão sobre os preconceitos em
relação à compleição física, à orientação sexual, à habilidade, à deficiência física e
outros. Na história da dança, encontra-se um universo amplo e diversificado de ritmos
e de movimentos que expressam crenças, hábitos, formas de convivência, enfim,
culturas que se perpetuam e se modificam a partir dessa prática corporal. Nesse
universo, o hip-hop destaca-se como um conteúdo fértil a ser desenvolvido com alunos
do 6º ao 9º ano de nossas escolas municipais.
Exatamente por a dança no hip-hop ter como sua maior marca o improviso, foi
identificado um potencial para o trabalho com grupos de alunos que apresentam
diferentes níveis de habilidades, ritmos, gostos, desejos, composições físicas, etc. A
inexistência, nas danças de rua, de rígidos padrões de performance e de execução,
presentes em outras modalidades, é um elemento facilitador para atrair alunos que,
tradicionalmente, se recusam a participar de atividades dessa natureza. Outro dado
positivo é que o hip-hop e outras danças de rua foram incorporados aos hábitos culturais
de parcelas significativas de crianças, a adolescentes e jovens do Rio de Janeiro e de
todo o Brasil.
63
efetivas de se apropriar, de maneira lúdica, de um conhecimento novo, respeitando as
limitações e as potencialidades de cada um.
O esporte é apresentado como eixo na instituição e como conteúdo da educação física propõe
práticas que contemplam conceitos importantes para a formação de pessoas íntegras, bem
como benefícios fisiológicos e sociais. A prática esportiva regular e bem orientada contribui para:
64
As vantagens da prática de atividade física já foram comprovadas cientificamente. No Brasil,
futebol, ginástica e caminhada são os exercícios mais populares.
No Objetivo Sorocaba, o esporte é um dos pilares dos métodos de ensino. A escola estimula
todos os alunos a participarem das mais variadas atividades esportivas, acreditando sempre que
o esporte seja parte integrante do desenvolvimento de importantes habilidades, como a
socialização, o trabalho em equipe, o respeito a regras, a cultura corpórea e o aprender a ganhar
e, também, a perder.
Recreação e Lazer
Não entraremos aqui em uma discussão moral, ética, política ou legal. Gostaríamos
porém de apresentar que este caráter ilícito não permite a caracterização de tais
práticas como recreativas, uma vez que não condizem com a proposta de crescimento
individual ou social, de revigorar das forças, de revitalizar, que são característicos do
trabalho recreativo. Igualmente se tornam incompatíveis com a necessidade de
objetivos elaborados por um profissional, que também é essência do trabalho
recreativo.
As verificações, citadas acima, são feitas de forma estática, porém, devemos realizar um
exame dinâmico, para observar a marcha e como o corpo se comporta no momento de
sua realização. É muito importante que seu aluno não saiba que você estará observando-
o na marcha, pois isto poderá estar interferindo em uma marcha mais natural e seu
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aluno acabar escondendo, mesmo que inconsciente algum problema que possa estar
iniciando.
É com base nesses fatos que vemos a escola como local ideal para atuação do
profissional de Educação Física não só, para jogos, esportes, dança e recreação. Mas
também, atuando na educação postural dos alunos prevenindo e orientando os
desequilíbrios posturais. Afinal, é na escola que encontramos o maior número de
crianças reunidas, e onde podendo aplicar os recursos disponíveis em nossa formação,
informando pais e alunos da importância de melhores posicionamentos da postura,
prevenir desequilíbrios, diagnosticar precocemente, e orientar com eficiência, afim de
combater o aparecimento e desenvolvimento de alterações posturais.
Como sugestão, na avaliação física dispor de uma ficha de avaliação individual, fita
métrica e simetrógrafo. Esta ficha pode conter um formulário de Anamnese contendo
informações do histórico da criança, e um quadro para anotar as observações realizadas
na visão anterior, posterior e sagital. Pode-se verificar a critério, a flexibilidade, condição
muscular e o equilíbrio.
Podemos perceber após este relato que, as alterações posturais são ocorrências
significativamente presentes entre as crianças de 9 a 12 anos, daí a necessidade de estar
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avaliando. Outro fato importante, é a presença significativa da escoliose idiopática não
estrutural.
No entanto, após realizada a avaliação postural, se faz necessário que os pais tomem
conhecimento dos resultados e que se necessário, seja orientado a procurar um
ortopedista, para um melhor acompanhamento da criança.
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