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Sumário

1 HISTÓRICO E CONCEITOS DA PSICOMOTRICIDADE................................ 5

1.1 A psicomotricidade e o desenvolvimento da criança .................................... 9

1.2 Etapas do desenvolvimento psicomotor ..................................................... 18

1.2.1 Função motora ........................................................................................ 19

1.2.2 A estruturação do esquema corporal ...................................................... 19

1.2.3 Esquema corporal ................................................................................... 19

1.2.4 Etapas do desenvolvimento do esquema corporal .................................. 19

1.2.5 Imagem corporal ..................................................................................... 20

1.2.6 Coordenação Geral e Facial.................................................................... 20

1.2.7 Equilíbrio ................................................................................................. 21

1.2.8 Lateralidade............................................................................................. 21

1.2.9 A estrutura espacial ................................................................................. 22

1.3 Distúrbios psicomotores ............................................................................. 22

2 ALFABETIZAÇÃO ........................................................................................ 23

2.1 Atividades psicomotoras que contribuem para a alfabetização .................. 28

2.2 A Educação Psicomotora na Escola ........................................................... 31

3 CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO ........................................................ 37

3.1 O papel do professor na relação professor – aluno .................................... 37

3.2 A construção de valores humanos ............................................................. 39


4 PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL .......................................................... 42

5 PSICOMOTRICIDADE FUNCIONAL ............................................................ 43

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 44


INTRODUÇÃO

Prezado aluno,

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é


semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase
improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao
professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o
tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos
ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não
hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de
atendimento que serão respondidas em tempo hábil.

Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da


nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da
semana e a hora que lhe convier para isso.

A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser


seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!
1 HISTÓRICO E CONCEITOS DA PSICOMOTRICIDADE

O termo psicomotricidade é a integração das funções motoras e mentais


sob a influência da educação e desenvolvimento do sistema nervoso". De acordo
com Enderle (1987):

A Psicomotricidade na sua essência, não é só a chave da


sobrevivência, como se observa no animal e na espécie humana, mas
é igualmente, a chave da criação cultural, em síntese a primeira e
última manifestação da inteligência. A Psicomotricidade, em termos
filogenéticos, tem, portanto, um passado de vários milhões de anos,
porém uma história restrita de apenas cem anos. A motricidade
humana, a única que se pode denominar por psicomotora, é distinta
da motricidade animal por duas características: é voluntária e possui
novos atributos de interação com o mundo exterior. (ENDERLE ,1987)

Ao elaborar o conceito histórico de psicomotricidade, pode-se observar


que sua origem existe desde a antiguidade, as pessoas perceberam que as
mudanças relacionadas à evolução ocorridas no corpo humano, mesmo sem
saber, podem ser vistas como ocorreu. Esta evolução é demonstrada ao longo
do tempo. Também foi observado que o corpo tem significado físico, racial e
cultural conforme observado através da evolução. A história do movimento
mental nasceu com a história do corpo.

Sgreccia (1996, p.112) afirmou que "o corpo é uma barreira à aquisição
de conhecimentos que deve ser superada para que se possa alcançar a
plenitude".

Sustenta a união acidental da alma e do corpo, sendo a alma o


elemento eterno e divino, o corpo se revela como o obstáculo principal
ao conhecimento das ideias, e o ideal do homem consiste em se
subtrair ao que é corpóreo e afastar-se do mundo. (SGRECCIA,1996
p.112)

Nesse sentido, em um ambiente muito favorável, a criança pode encontrar


a oportunidade de realizar plenamente seu potencial inato, em um ambiente
diferente e hostil, apenas os potenciais básicos podem ser expressos.

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Nessa perspectiva, fica claro que, historicamente, a realidade de uma
criança pode influenciar o desenvolvimento psicomotor à medida que as crianças
desenvolvem habilidades por meio da criação de seus brinquedos e brincadeiras
em diferentes momentos históricos. Na sociedade atual, as crianças estão
expostas a brinquedos de prateleira que não requerem habilidades
psicomotoras. Com o avanço da tecnologia, a infância tornou-se mais estática
com a redução do espaço de lazer, cabendo à escola desenvolver a
psicomotricidade nos momentos interessantes, sempre vinculando o
desenvolvimento mútuo da mente e do corpo no método da psicomotricidade.

Dessa forma, pode ser definida como um método de trabalho que


proporciona um espaço para a legitimação de desejos e sentimentos em que o
indivíduo pode utilizar seus medos, anseios, fantasias em sua relação consigo
mesmo e ambivalência, apresentando-se inteiro, com os outros e em um
ambiente melhorado, desenvolvimento global, aprendizado, equilíbrio de
personalidade, fomento de relações emocionais e sociais.

A influência da psiquiatria escolar francesa na educação também


influenciou os movimentos psicomotores no Brasil. Em 1909, o psiquiatra francês
Duprén, que desempenhou um papel importante no campo da psicomotricidade,
observou que, diante de suas observações de fraqueza motora, ele apontou que
a discinesia pode ocorrer na ausência de alterações intelectuais e vice-versa.
Em 1935, o neurologista Edouard Guilmain desenvolveu o teste psicomotor para
diagnosticar o prognóstico e fornecer indicações para o tratamento psicomotor.

Em 1977, foi criado o GAE (Grupo de Atividades Especializadas) para


assessorar em estudos temáticos em nível nacional e latino-americano. Isso tem
sua importância porque, por meio dele, se aprofunda o estudo da
psicomotricidade, e a compreensão em colaboração com a prática atual, vê o
sujeito como um todo em seu contexto, contribuindo assim para a melhoria do
processo das séries iniciais do ensino fundamental.

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Os profissionais da educação devem, portanto, estar preparados para
abordar a psicomotricidade sob uma perspectiva socioemocional, cognitiva e
psicomotora no processo de alfabetização, sem perder de vista que o objetivo
do trabalho é que as crianças sejam conhecidas e respeitadas, e esses traços
desenvolvem relações de respeito mútuo e confiança para ajudar os alunos a
desenvolver habilidades motoras.

Segundo Damasceno (1997, p.17), "pode-se dizer que o desenvolvimento


do comportamento motor, assim como o desenvolvimento do movimento, está
associado ao aumento da maturidade funcional".

A psicomotricidade deve tomar a criança como uma pessoa global como


objeto de estudo, valorizando a mente e o corpo para realizar trabalhos práticos,
auxiliando no processo de alfabetização, pois está relacionada ao meio físico,
mental, social e às emoções. Além disso, a psicomotricidade mostra a integração
entre corpo, ação e emoção, assim fica claro que a psicomotora existe no
movimento mais simples e natural, e compreendendo seu mecanismo, os alunos
podem melhorar seu aprendizado.

Portanto, diante dessa combinação corpo-ação-emocional, pode-se


compreender a importância da psicomotoridade para o dinamismo do processo
ensino-aprendizagem, em uma abordagem simultânea nos níveis emocional,
intelectual e físico, na construção e/ou elaboração por meio de processos
mentais da aprendizagem motora.

Dito isso, é aconselhável evitar ao máximo esse tipo de análise, para não
cair no erro de ver dois componentes distintos: psíquico e movimento, pois
ambos são a mesma coisa. A psicomotricidade não se limita a um novo método
ou uma "escola" ou uma "tendência" de ideias, nem é uma técnica, um processo,
mas sim o uso do movimento humano para fins educacionais.

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O desenvolvimento psicomotor passa por fases que são: o
desenvolvimento motor que reflete nas fases da vida da criança no que tange os
fatores sociais, intelectuais e culturais, podendo também apresentar
características como as possibilidades de reação do nosso corpo como a
interação com o meio externo, que é o próprio movimento, e o interno, que faz
parte dos processos neurológicos e orgânicos.

O esquema corporal é um elemento indispensável na formação da


personalidade infantil. É uma representação relativamente global, científica e
diferenciada do próprio corpo de uma criança. A consciência corporal se
desenvolve através da evolução psicoemocional. A autoimagem é o aspecto
subjetivo estabelecido por meio da troca de experiências que transmite a forma
como um indivíduo existe e vê os outros e também se refere ao espaço
circundante.

Segundo Leite (2012), um esquema corporal é o conhecimento do próprio


corpo e de suas partes – permitindo ao sujeito relacionar-se com o meio.
Exemplo: A criança sabe que a cabeça está no pescoço e que ambos fazem
parte de um todo maior, o corpo. Envolve o domínio do movimento e a
compreensão das dimensões, possibilidades e limitações do próprio corpo.

A estrutura temporal é abstrata e envolve o conceito de tempo, ou seja, a


capacidade de se posicionar em termos de continuidade de eventos (antes,
depois, durante), a duração do intervalo (o conceito de tempo longo e curto, o
conceito de tempo rápido e ritmo lento). Esses conceitos ainda são muito
abstratos e às vezes difíceis de absorver. Portanto, é importante ensinar esses
conceitos às crianças.

Estrutura espacial: É essencial para a leitura e a escrita, possibilitando


aos indivíduos agir e movimentar-se em diferentes espaços, podendo ser
aprendida, mas não ensinada, pois depende da relação que cada indivíduo
estabelece com o objeto.

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Coordenação motora ampla: São os movimentos mais amplos dos
grandes músculos, envolvendo movimentos, as extremidades superiores e
inferiores, associados a atividades como correr, caminhar, pular, etc.

Coordenação motora fina: indiscutivelmente os melhores movimentos


realizados pelos delicados membros das mãos, dedos e pés. Está interligado
com habilidades manuais e destreza.

Assim, na psicomotricidade, o planejamento físico se dá de forma


específica, o uso e a compreensão de comandos específicos e a realização de
outros movimentos (como correr, pular, rolar, etc.). A transversalidade, por sua
vez, envolve, por exemplo, a estrutura do espaço e do tempo, que ocorre por
volta dos cinco ou seis anos, quando a percepção de esquerda e direita deve
ocorrer sem intervenção do professor.

Por meio da estrutura espacial, o indivíduo organiza os objetos ao seu


redor e se conecta com os outros, adquirindo conceitos como perto, longe, dentro
e fora.

1.1 A psicomotricidade e o desenvolvimento da criança

A psicomotricidade é a capacidade de se mover intencionalmente, de


modo que o movimento pressupõe o exercício de uma variedade de funções
mentais, memória, atenção, raciocínio e discriminação.

Desde o nascimento, a criança se movimenta e se adapta gradativamente


às possibilidades físicas de interação com o mundo. Através do movimento, eles
aprendem sobre si mesmos, se conectam com outros e objetos, desenvolvem
suas habilidades e capacidades.

O movimento, portanto, é o recurso que as crianças usam para adquirir


conhecimento e seu ambiente, expressar ideias e vivenciar relações com
pessoas e objetos. Dessa forma, temos o corpo como base para o

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desenvolvimento cognitivo e conceitual, ou seja, é o ponto de referência a partir
do qual o ser humano deve conhecer e interagir com o mundo. O movimento é
uma dimensão importante do desenvolvimento humano e da cultura, e o corpo
em movimento forma a matriz básica da aprendizagem das crianças.

Quando a criança age, ela compreende e expressa significados no


contexto histórico e cultural em que vive, ou seja, ao transformar em símbolos o
que pode vivenciar fisicamente, a criança constrói primordialmente seus
pensamentos na forma de ações. Ação é essencial para que as crianças
conheçam e compreendam o significado que existe em seu ambiente

Dupré cunhou o termo psicomotricidade em 1905. Em seu conceito, ele


explicou a relação entre os sintomas psicomotores (ou seja, discinesia e
localização do cérebro) e identificou a diferença entre motilidade e relaxamento
em seus aspectos negativos. Para ele, psicomotricidade significa a relação entre
movimento, pensamento e emoção. É impossível separar a ação do
pensamento, e a evolução da ação, simbolização e representação dá lugar à
linguagem. É por meio do movimento que a criança estabelece as bases de uma
relação com a primeira forma de linguagem e desenvolve o simbolismo, que
implica conotações sociais e permite à criança desenvolver relações sociais.

Cabe destacar também que, no início de seu desenvolvimento, as


crianças estabelecem relações comunicativas com seu ambiente, escolhendo
movimentos corporais que assegurem sua proximidade com os outros e suas
necessidades. Nos estágios iniciais do desenvolvimento infantil, o movimento
físico é visto como uma ferramenta de desempenho para o bem-estar e
desconforto.

O movimento não é um puro deslocamento espacial, nem uma simples


contração muscular, mas o significado de uma relação emocional com o mundo,
o que, para o autor, significa que o movimento é a única expressão e primeira

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ferramenta da mente. De acordo com essa situação, pode-se dizer que o
desenvolvimento esportivo é pioneiro em todos os outros campos.

Com isso, torna-se relevante compreender as complexidades do ser


humano, as formas pelas quais os educadores devem explorar as habilidades
motoras, ao invés de deixar de lado as conquistas individuais de cada criança no
autoconhecimento. Dessa forma, a psicomotricidade funciona engajando-se na
aprendizagem construtiva, significativa e global, disseminando o conhecimento
por meio de uma série de descobertas, mostrando que é a prática que nos ensina
desde que nos concentremos na mudança das realidades.

O processo de aperfeiçoamento motor permite que a criança desenvolva


um sistema de assimilação e um esquema de organização realista baseado em
estruturas espaço-temporais e causais. A percepção e o movimento detalham a
função simbólica de estimular e desenvolver a linguagem ao estabelecer
relações com o mundo externo, resultando em representação e pensamento.

A compreensão dos processos de controle motor é central em todas as


práticas pedagógicas e psicológicas, que por sua vez devem ter como foco a
promoção do desenvolvimento humano. A infância é o período mais importante
nesse processo, portanto, mais ênfase deve ser dada à aquisição de habilidades
e movimentos. Adquirir essas habilidades requer uma experiência motora ampla
e variada, prestando atenção aos aspectos qualitativos de ritmo, coordenação e
relaxamento.

É importante ressaltar que o movimento é um significado expressivo e


intencional, e além de ser uma importante manifestação do ser humano, resgata
a afirmação de que, por meio do movimento, a participação chega à mente,
dando ao movimento um conteúdo consciente. Daí a importância da
psicomotricidade na fase de alfabetização, pois traz consigo um campo de
dependência entre pensamento e ação, que produz desenvolvimento e
contribuição na educação.

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Portanto, o desenvolvimento do corpo depende das situações que o
indivíduo vivencia no decorrer de sua vida, e todas as suas vivências devem
acrescentar algo ao esquema corporal, para o qual o trabalho psicoeducativo
consciente deve priorizar o tato, cinestésicas, o auditivo e o visual com interação
ao corpo. À medida que o desenvolvimento avança, a relação da criança com o
ambiente facilita a identificação dos modos de comunicação, e o andar e a fala
desencadeiam um salto qualitativo no desenvolvimento da primeira infância,
dando-lhe maior autonomia e independência no estudo do espaço e dos objetos
nele contidos.

Nesse momento, os objetos e tecidos do espaço constituem


oportunidades ou ocasiões de movimentação e exploração corporal, e essa
observação propicia pesquisas e discussões pedagógicas sobre materiais
educativos no desenvolvimento da primeira infância. A educação psicomotora,
realizada nas séries iniciais do ensino fundamental, desempenha um papel
preventivo.

Com ele, pode-se evitar desatenção, confusão no reconhecimento de


palavras, confusão de letras e sílabas e outras dificuldades associadas à
alfabetização. Crianças com esquemas corporais deficientes não serão capazes
de coordenar bem seus movimentos. Suas habilidades manuais são limitadas,
sua leitura está em desarmonia, seus gestos acompanham as palavras, seu
ritmo de leitura não pode ser mantido ou param no meio das palavras. É por meio
das habilidades visuais e motoras que a criança descobre o mundo dos objetos
e, ao manipulá-los, redescobre o mundo.

No entanto, esse movimento através dos objetos só é possível quando a


criança é capaz de segurar e soltar, quando ela adquiriu um conceito da distância
entre ela e o objeto que está manipulando, ou seja, quando não é mais uma
simples parte dele. A descoberta será positiva com atividade física
indiferenciada.

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Dessa forma, a educação psicomotora deve ser considerada como
educação básica no primeiro ano de ensino. Constrange o processo de
alfabetização porque orienta a criança a tomar consciência de seu corpo,
lateralidade, colocar-se no espaço, direcionar seu tempo e adquirir
habitualmente coordenação de gestos e movimentos.

Portanto, para iniciar o processo de alfabetização, Fonseca acredita que


as primeiras necessidades são:

(…) Alfabetizar a linguagem do corpo e só caminhar para as


aprendizagens triviais que mais não são que investimentos perceptivo-
motor ligados por coordenadas espaços-temporais e correlacionados
por melodias rítmicas de integração e respostas. (FONSECA, 1996,
p.142)

Então a psicomotricidade ajuda no processo de alfabetização, se for


exercitada, ou seja, se a parte motora for bem desenvolvida e funcionar de forma
equilibrada na hora certa, dará ao aluno mais oportunidades de aprender a ler e
escrever, tendo em vista que se uma criança possui dificuldades motoras muito
provavelmente apresentará dificuldades de aprendizagem, pois a relação entre
motricidade e organização mental não é harmoniosa (Fonseca, 1996).

Existem alguns pré-requisitos relacionados ao desenvolvimento


psicomotor que permitem que as crianças se envolvam em uma aprendizagem
significativa em sala de aula. Para isso, no mínimo, ela deve ter um bom domínio
de gestos e instrumentos musicais. Isso significa que ela precisará escrever à
mão, portanto, deve ter uma boa coordenação. Poderá lidar melhor com objetos
de sala de aula como lápis, borrachas, réguas quando estiver ciente de que suas
mãos fazem parte do seu corpo e desenvolveram padrões de movimento
específicos, aprender a controlar seu tônus muscular e, o mais importante,
dominar seus gestos também.

É importante também que ela tenha uma boa coordenação global, saindo-
se bem ao se deslocar, transportar objetos e se movimentar em sala de aula e

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no recreio. Muitos dos jogos e brincadeiras realizados nos pátios das escolas
são, na verdade, uma preparação para uma aprendizagem posterior.

Assim, a criança integra os dados sensoriais através do movimento,


permitindo-lhe conhecer o seu corpo e determinar a sua lateralidade. O
desenvolvimento psicomotor infantil gira em torno dos componentes básicos de
seu desenvolvimento, tais como: esquema corporal, equilíbrio, coordenação,
estruturas especiais, tempo e lateralidade.

Aos 2 a 3 anos, a criança conquista a dimensão simbólica do pensamento,


ou seja, entra no mundo dos sonhos, o que lhe permite apropriar-se do
conhecimento cultural acumulado historicamente pelo meio social. Dessa forma,
a capacidade de simbolizar inicia quando a criança começa a imitar e representar
situações da vida. Fonseca observou:

A imitação é uma forma de atividade que parece implicar de uma


maneira incontestável relações entre o movimento e a representação.
A criança esboça o movimento já em relação a algo exterior a si própria,
os movimentos deixam de responder imediatamente a uma
necessidade impulsional para se ajustarem às situações exteriores.
(...) A imitação passa primeiramente por uma fase passiva e,
posteriormente, por uma fase ativa. Em qualquer delas a imitação
corresponde ao prelúdio da representação psicológica. (FONSECA,
1989, p. 227).

Assim, a capacidade de simbolizar permite à criança transcender os


limites sensório-motores do comportamento, o que é ampliado quando a criança
percebe, com o auxílio da linguagem, como seu corpo se sente ao manipular
diferentes objetos e/ou corpos, diante da experiência com a situação. Por meio
da linguagem falada, das representações verbais e não verbais e do
aprimoramento dos movimentos corporais, forma-se a capacidade expressiva da
criança, condição de elaboração da linguagem corporal.

Dessa forma, a criança utiliza o movimento de seu corpo como linguagem


para compreender, expressar e comunicar suas ideias, entendimentos e desejos,
entre outras coisas. É necessário, portanto, reconsiderar ou repensar uma

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concepção de educação escolar que valorize o movimento do corpo, da criança,
não apenas como necessidade físico-motora do desenvolvimento infantil, mas
também como capacidade de expressão e intenção.

Para reduzir ou corrigir essa concepção educacional de ação


assistemática e consciente, pouco domínio do movimento físico e do
conhecimento, é preciso realizar um ensino que atenda não apenas às
características e necessidades do desenvolvimento infantil, mas também às
características e necessidades de prática de desenvolvimento infantil, com uma
linguagem que ajude a construir temas que vão gerar sua cultura e replicar a
cultura na qual está inserido.

Para isso, é importante utilizar atividades que estimulem e desenvolvam o


movimento, pois a realidade de muitas escolas é uma realidade suspensa, ou
seja, o movimento ocorre apenas durante o recreio, e isso se limita às touradas,
das quais as crianças se deslocam lado a lado, tropeçando, discutindo, pegando
uns aos outros sem direção, sem objetivo definido.

Outro fator que dificulta o crescimento e o progresso do esporte é que as


crianças sem brinquedos educativos em casa ficam à mercê de babás
eletrônicas, assistindo TV o dia todo sem nenhuma atividade. Com isso,
voltamos a acreditar que a escola é o lugar onde essas crianças devem ser
expostas a uma boa educação para poderem se desenvolver física, mental e
socialmente.

Portanto, é importante ressaltar que exercícios cansativos, atividades


pontilhadas, curvas e retas não desenvolvem plenamente a psicomotora, pois o
uso dessas atividades não permitirá que o aluno se desenvolva como um todo.
Assim, brincar durante movimentos físicos intensos permite que as crianças
desenvolvam diferentes aspectos de seu treinamento, incluindo habilidades
físicas e motoras, e ao mesmo tempo, pode levá-las a compreender que esses

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movimentos são significativos, pois se mostram que servem ao propósito de
expressão e comunicação.

As mesmas atividades e jogos proporcionarão a compreensão dos


movimentos que envolvem a possibilidade de deslocamento do corpo (ex:
andar, correr, pular, rolar, etc.), manipular objetos (ex: jogar, pegar, tocar,
arremessar). etc.) e o equilíbrio (ex.: girar, balançar, agachar, etc.) configuram-
se em diferentes exercícios na primeira infância e são apresentados
principalmente na forma de atividades rítmicas, ginástica e jogos artísticos.

No entanto, podemos dizer que o desenvolvimento psicomotor


proporciona aos alunos algumas habilidades básicas para um bom desempenho
escolar, pois aumenta seu potencial atlético. A psicomotricidade é caracterizada
pelo uso do movimento na educação para outras aquisições mais refinadas,
como as intelectuais.

Para que uma criança aprenda significativamente, é necessário que ela


tenha um nível mínimo de proficiência em gestos e instrumentos como borracha,
tesoura, etc. Muitas crianças chegam à escola com uma boa proporção dessas
habilidades, mas há muitas que chegam sem conhecimento, a escola deve
desenvolver isso.

Se a escola realizar atividades psicomotoras com crianças no período de


alfabetização, o desenvolvimento cognitivo e intelectual será acelerado, o que
evitará baixo desempenho das crianças, além de permitir que ela consigacumprir
com aquilo que lhe é solicitado fazer em sala de aula.

A psicomotoridade é dividida nos seguintes aspectos: esquema corporal;


lateralidade; estrutura espacial; orientação temporal e esquema corporal.
Analisando os esquemas corporais, percebe-se que esse conceito não é
aprendido na escola e não pode ser ensinado com lápis e papel. Sua construção
psicológica ocorre gradativamente, e o que a criança faz com o corpo é organizar

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o esquema corporal. Desenvolve-se através do seu próprio corpo e objetos, das
relações com as pessoas e da maneira como forma laços emocionais com os
espaços físicos.

O conceito básico de organização é fundamental porque permite que as


crianças se compreendam. Suas emoções, seus pensamentos, suas interações
sociais dependem de como ela se entende e como ela considera a possibilidade
de interagir com o mundo ao seu redor. Eles também aprendem a decidir quais
ações são apropriadas em cada momento com base em suas circunstâncias de
vida.

O domínio dos aspectos físicos, mecânicos, motores e anatômicos do


corpo lhes dá uma sensação de segurança e a capacidade das partes do corpo
de ajudar o cérebro a perceber, pensar, sentir e decidir, ou seja, quando seu
corpo se comporta em movimento, a criança sente segurança. Fazendo
efetivamente o que ela pretende e esteja pronta para ler.

A lateralidade é a tendência do ser humano de usar preferencialmente um


lado do corpo sobre o outro em três níveis: "mãos, olhos e pés". Isso significa
que há uma vantagem de movimento, ou melhor, a vantagem de um lado é mais
forte, preciso e rápido, iniciando a execução da ação principal, e o outro lado
auxiliando essa ação é igualmente importante, na verdade, as duas não são
isoladas, mas complementares.

À medida que a criança cresce, ela fará escolhas sobre os movimentos e


como usar seu corpo para realizar os movimentos. Essas escolhas podem
determinar se ele é destro ou canhoto, e se a lateralidade não for brincada,
desenvolvida ou estimulada, a criança poderá escrever seus números e letras
em um "espelho", ou seja, na face invertida para baixo, se apresentará
dificuldade em aprender a orientação da figura (da esquerda para a direita), sua
escrita pode ser muito lenta e/ou ilegível, sentar-se incorretamente e escrever

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com esforço; Além de ter dificuldade em aprender conceitos de esquerda e
direita; e confundir letras de direções diferentes como b, d, q, p.

Portanto, podemos concluir que a finalidade da psicomotricidade é para


fins educacionais, que serão alcançados através do uso do movimento humano,
portanto, é uma expressão de existência cuja aplicabilidade diz respeito ao fato
de que a atividade intencional, holística, como expressão da personalidade ou
como uma forma particular de se relacionar com o mundo dos objetos e das
pessoas.

Não há dúvida de que permite à criança aprender mais sobre si mesma e


sobre o mundo ao seu redor, desenvolver uma boa relação com sua
escolarização e sua realidade cotidiana, e uma vez que seu movimento é
explorado e trabalhado, sua atenção e cognição também será feito, levando a
um processo de aprendizagem para o sucesso.

1.2 Etapas do desenvolvimento psicomotor

Segundo Gonçalves (2004), as diversas fases do desenvolvimento


psicomotor levam em conta não apenas aspectos da maturação neural, mas
também os resultados dos processos relacionados. A motricidade pode ser
dividida nas seguintes etapas:

1ª fase: a primeira fase é caracterizada pela estrutura de movimento, sons


de fundo e ausência de respostas primitivas.

2ª fase: nessa fase, por meio das relações sociais, há tempo e espaço
para melhorias.

3ª fase: Através dos movimentos do sujeito, a aquisição do movimento


será automatizada.

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1.2.1 Função motora

A função motora refere-se a fatores envolvidos na capacidade de usar e


controlar o músculo estriado, que é responsável pelo movimento voluntário e é
mais utilizado na área da coordenação motora.

1.2.2 A estruturação do esquema corporal

Isso representa um papel importante no desenvolvimento da disciplina e


é o principal ponto de partida para suas ações. A estruturação do esquema
corporal da criança será realizada por meio das seguintes atividades: controle
do tônus muscular, movimentação global do corpo e equilíbrio corporal.

1.2.3 Esquema corporal

Os esquemas corporais são construídos a partir do momento em que o


sujeito descobre e utiliza seu corpo no meio em que vive. A criança
desenvolverá: percepção corporal, equilíbrio, lateralidade, independência dos
membros, controle muscular e controle da respiração. (SILVA, 2010)

Os esquemas corporais se estruturam quando um indivíduo descobre, usa


e controla seu corpo e toma consciência de sua relação com o mundo ao seu
redor (ALVES, 2008).

1.2.4 Etapas do desenvolvimento do esquema corporal

Segundo Alves (2008):

1ª etapa: corpo vivido (até 3 anos): corresponde à fase sensório-motora


de Piaget. Por exemplo, um bebê sente ao nascer que seu ambiente é parte
dele, mas ele ainda não está ciente do "eu", então ele ficará confuso em seu
ambiente. À medida que cresce e amadurece, o bebê expandirá sua experiência
e, assim, começará a diferenciar seu ambiente.

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2ª etapa: corpo percebido ou descoberto (3 a 7 anos): corresponde a um
esquema corporal organizado de acordo com funções internalizadas. Essa
aquisição é importante porque contribui para o desenvolvimento da percepção
corporal da própria criança.

3ª etapa: representando o Corpo (7 a 12 anos): nesta fase, as crianças


absorveram o conceito de seu corpo. Adquiriram posições e movimentos em
situações sociais controlando melhor o corpo. A partir disso, expande e mantém
seu plano corporal organizado.

1.2.5 Imagem corporal

Ainda segundo Alves (2008), a imagem corporal é a forma como o corpo


se apresenta a si mesmo. A relação entre o corpo e os objetos localizados em
seu espaço. Sua própria imagem é construída como qualquer outra estrutura
mental. Através da distância percebida entre a criança e o objeto, delineia seu
primeiro conceito de espaço.

1.2.6 Coordenação Geral e Facial

Durante este estágio, o desenvolvimento de todas as habilidades


perceptivas do indivíduo é registrado. Para a coordenação geral, é necessário
um equilíbrio perfeito do movimento muscular durante o repouso e o exercício.
Cinco tipos de coordenação motora podem ser enfatizados:

1) Coordenação motora fina: A coordenação motora fina é responsável


por usar os pequenos músculos do corpo para escrever, digitar e cortar. As
crianças que têm dificuldade em realizar esses movimentos, principalmente com
as mãos, não conseguirão controlar os pequenos músculos das mãos.

Essa dificuldade afeta o desempenho acadêmico das crianças, pois


prejudica sua capacidade de realizar atividades de escrita. As letras das crianças
não estão formatadas corretamente, tornando sua caligrafia ilegível.

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2) Coordenação motora ampla: essa pessoa possui a capacidade de usar
grandes músculos da melhor maneira possível, engatinhando, andando,
pulando, correndo.

3) Coordenação visomotora: a capacidade de coordenar a musculatura e


o olhar. É o deslocamento ao longo da linha do olho. Esta habilidade ajuda as
crianças a ler e escrever.

4) Coordenação audiomotora: traduz os comandos do aparelho auditivo


em ações. Isso pode ser feito por meio de brincadeiras rítmicas, como
brinquedos cantados.

5) Coordenação facial: capacidade de expressão facial. É feita através de


exercícios faciais, como por exemplo, a mastigação.

1.2.7 Equilíbrio

O equilíbrio torna-se cada vez mais importante à medida que a criança


cresce e pode ser estático durante o não exercício e dinâmico durante o
exercício.

1.2.8 Lateralidade

Essa é uma etapa importante do desenvolvimento pessoal, pois é por


meio dela que o sujeito tem um conceito de si mesmo, na formação de seu
esquema corporal e na percepção de seu corpo. Segundo Oliveira (2005), a
lateralidade humana é um traço progressivo de ambos os hemisférios cerebrais.
O ser humano tem lateralidade que é preferencialmente mais de um lado do
corpo do que do outro, ou seja, mãos, olhos e pés. Isso significa que um lado do
corpo cria uma área maior que o outro. O conhecimento de que a lateralidade é
"esquerda e direita" está errado. Nas palavras de Oliveira:

O conhecimento de "esquerda e direita" deriva do conceito de


dominância lateral. É uma generalização da percepção do eixo do
corpo, para tudo ao redor da criança, quanto mais saliente e

21
homogeneizada a lateralidade da criança, mais fácil é aprender esse
conhecimento. De fato, se uma criança pensa que está trabalhando
naturalmente com “essa mão”, então “essa mão” é a mão direita ou
esquerda. (OLIVEIRA, 2005)

1.2.9 A estrutura espacial

As crianças precisam de um espaço de atividade. A criança adquire


estrutura espacial quando: reconhece a realidade que representa; aprende a
localizar e ocupar o espaço.

Fonseca (1997) destacou que a estrutura espacial está integrada nas


regiões posteriores do córtex, o que fundamenta a função de análise,
processamento e armazenamento das informações adquiridas.

1.3 Distúrbios psicomotores

Segundo LEITE (2012), distúrbios psicomotores são dificuldades na


execução motora, percepção de partes do corpo, proporções entre essas
partes e conhecimento da lateralidade. A dificuldade com essas necessidades
expõe as crianças de forma desigual aos grupos de pares, o que pode criar
ansiedade, complexos de inferioridade e dificuldades na escola.
A patologia psicomotora é de natureza mental e essas crianças muitas
vezes não têm bom equilíbrio; têm dificuldade de movimento, como pular,
correr, vestir-se sozinhas, amarrar cadarços; tropeçam e caem com facilidade;
e têm dificuldade em se orientar no espaço.
Crianças com deficiência visual motora têm dificuldade para escrever
em linhas; as letras são irregulares, muitas vezes com traços pesados;
precisam de ajuda para recortar e/ou colar com precisão e desenhar dentro
das limitações. Esses distúrbios são de difícil diagnóstico, pois muitas vezes
estão relacionados a outros distúrbios e/ou problemas, porém, uma vez
detectadas essas dificuldades, a criança necessitará de uma avaliação para
acompanhamento de reeducação psicomotora.

22
2 ALFABETIZAÇÃO

O processo de alfabetização no Brasil passou por diversas etapas


históricas, nas quais alfabetizar é uma exigência da política social. Essa
exigência tem aumentado nas últimas décadas, com pesquisas relacionadas ao
assunto exigindo que os pesquisadores compreendam questões relacionadas ao
processo de alfabetização. Com a propagação extática da teoria construtivista,
a alfabetização não é mais apenas a decodificação dos sons, mas a escrita, a
codificação dos sons, transformando-os em símbolos gráficos.

A busca por métodos satisfatórios de alfabetização no Brasil é histórica.


Há anos, os professores vêm pesquisando, procurando receitas prontas que
potencializem seus esforços de alfabetização.

Essa busca cria um conflito de abordagens de letramento em conceitos


tradicionais de letramento quando métodos de síntese e análise são usados para
alcançar a codificação/decodificação dos elementos da escrita.

Existem três maneiras de trabalhar no método sintético: alfabético, fônico


e silábico. O método alfabético toma a letra como unidade e adorna todas as
letras do alfabeto, o método fonético utiliza o fonema relacionando-o ao símbolo,
com o som começando com as vogais ou uma palavra significativa, e o método
silábico inicia com a sílaba, sempre com uma palavra-chave. É a aprendizagem
mecânica que minimiza o prazer da leitura.

Os métodos analíticos, por outro lado, visam superar os problemas dos


métodos sintéticos iniciando o processo de alfabetização. O método de análise
parte do todo, utilizando palavras pertencentes à linguagem da criança, ou
utilizando jogos para resolver gradativamente as dificuldades e despertar o
interesse da criança pela escrita do texto, mas requer muita memória e muita

23
ajuda dos familiares. Embora pareçam opostos, os métodos de síntese e os
métodos de análise têm algo em comum no campo dos sistemas gráficos.

Permitir que os alunos construam seu conhecimento serve como base


para as atividades dos próprios alunos. Ensiná-lo e ajudá-lo a progredir também
é uma atividade básica do professor, por isso a escola existe.

O alfabetismo ou soletração, ocorre quando as letras são faladas


individualmente, seguidas da própria palavra, sendo a letra a menor unidade.
Exemplo: Sol=esse/o/ele... Sol. Desde o momento da leitura em relação às letras
e sons, até a conclusão da leitura global das palavras, a menor unidade é o
fonema. Exemplo: mel=mê/é/lê...mel. Silábico.

As sílabas são combinadas em palavras. O processo começa com o


treinamento auditivo, onde é formulado para que os alunos entendam que as
palavras são formadas por simples grupos de sílabas ou consoantes. Exemplo:
boneca = bê/ô/bo...ene/é/ne..cê/á/ca boneca ou bê/ó/bo...ene/é/ne...cê/á/ca
boneca.

Em um sistema integrado, pode-se concluir que os alfabetizadores que


utilizam esse método no processo de alfabetização, não trabalhando com alunos
que ainda não dominam a leitura de textos elaborados, devem fornecer aos
alunos a identificação das letras do alfabeto e suas possíveis famílias.

O sintético pode ser definido como ensinar uma parte de um todo. Quanto
à abordagem analítica no processo de ensino, diz que os professores trabalham
a partir das palavras, considerando que os alunos aprendem melhor porque a
aprendizagem torna-se mecânica quando se inicia com letras e/ou sílabas.
Nesse percurso do método analítico, a leitura é vista como condição de
compreensão das palavras, que devem ser palavras que os alunos utilizam em
seu cotidiano.

24
Portanto, um alfabetizador que utiliza esse método sempre inicia suas
atividades de ensino com as menores partes que considera as mais simples –
as sílabas – e as palavras, frases e textos mais complexos.

Cabe, portanto, ao professor mediar, facilitar esse processo de desafio e


aprendizagem, e proporcionar aos alunos diversas formas de leitura e escrita.
Dessa forma, ele poderá compreender diferentes formas de escrita, seja em
histórias infantis ou em publicidade, ou em embalagens de produtos, enfim,
conscientizando o aluno sobre a presença da escrita em seu cotidiano, criando
assim um ambiente significativo. O processo de aquisição da escrita para alunos,
em uma abordagem construtivista, as crianças desenvolvem seu próprio modo
de ler e escrever, buscando construir seu conhecimento articulando
pressupostos.

Dito isso, em termos de construtivismo, pode-se entender que as crianças,


independentemente da classe social, têm a capacidade de aprender a ler e
escrever, para ser alfabetizada.

Portanto, é compreensível que a relação entre falar e escrever, em última


análise, organize e facilite o processo de alfabetização da linguagem e da escrita,
mas a matemática também deve funcionar desde cedo, pois é essencial,
enquanto a numerácia e o desenvolvimento da habilidade matemática formal são
essenciais. Técnicas que dotam os alunos de espírito crítico e os envolvam na
compreensão e transformação de seu ambiente, como a alfabetização
matemática pode ser considerada um pré-requisito para a libertação social e
cultural.

Skovsmose afirma:

"Freire introduziu o conceito de alfabetização, de modo que inclui mais


do que apenas a capacidade de ler e escrever. Da mesma forma, a
alfabetização matemática está associada a diferentes formas de
ignorância, tanto política quanto ideológica, podendo trazer mudanças
para o indivíduo e a sociedade em que vive". Mas para isso, além de

25
respeitar o tempo de cada criança para construir seu próprio
conhecimento, os professores devem criar ambientes significativos que
estimulem o aprendizado. (SKOVSMOSE, 2006, p. 68)

A alfabetização também é alcançada através do processo criativo da


linguagem, em que os alunos descobrem coisas novas e recriam as funções que
a leitura e a escrita têm na sociedade, para a qual a língua materna deve ser
usada como ponto de partida e ponto de conveniência, pois assim os alunos
adquirem a linguagem escrita e falada (alfabetização).

Os alunos devem ser expostos ao mais amplo mundo possível da escrita.


Muito importante para acessar esse vasto universo, os alunos passam pelas
diferentes etapas da alfabetização para que ela ocorra. Essas etapas ocorrem
na fase de reconhecimento de letras, pré-sílaba, fase de sílaba. A composição,
a elaboração de frases e assim as ideias que surgem através da própria escrita,
aprendendo a usar palavras que tenham seus significados.

Para realizar esse processo com sucesso, os educadores devem usar


diferentes métodos, desde copiar, ler, ditado avaliativo, cortar e combinar frases,
até expressar por meio de figuras. Nesse sentido, o desenvolvimento psicomotor
dará uma contribuição significativa, pois os alunos trabalham tanto físico quanto
psicologicamente, aprendendo a ouvir, interpretar, criar, organizar, expressar
suas ideias do abstrato ao concreto e, assim, nos processos de ensino
concretos.

Dada a importância da psicomotricidade para o indivíduo, auxiliar os


alunos com atividades psicomotoras é fundamental e deve ser proporcionado a
eles.

As avaliações psicomotoras dos alunos são necessárias para possibilitar


e/ou facilitar novas recomendações de conhecimentos e atividades prévias dos
educadores e para atender e satisfazer necessidades e funções.

26
Assim, é fundamental que os alunos sejam avaliados e esta avaliação não
é da responsabilidade específica da equipe docente, mas também dos
psicólogos e outros profissionais relevantes.

Quando são detectadas dificuldades psicomotoras em um aluno, ele deve


adquirir um processo educacional que desenvolva um trabalho diferenciado
voltado para o enfrentamento dessas dificuldades.

É necessário avaliar alunos com dificuldades psicomotoras no contexto


educacional, professores psicomotores e psicólogos procurarão proporcionar um
processo de avaliação bilateral no espaço escolar através da avaliação de
situações visando organizar todos os aspectos do desenvolvimento da criança.

Dentre os métodos de avaliação psicomotora, uma abordagem utiliza


modelos tradicionais de avaliação para contextualizar as relações escola-família-
sociedade por meio de métodos de avaliação que atendem às necessidades
expressas pelos alunos.

As avaliações são realizadas principalmente em pequenos grupos, com


atividades lúdicas que estimulam conceitos de reflexos, temporalidade e
lateralidade. Tais avaliações são baseadas nas necessidades do grupo,
ressaltando que é necessária a orientação educativa dos educadores e, em
casos específicos, o acompanhamento psicomotor.

Avaliar motoramente os alunos é uma tentativa de romper com outros


processos avaliativos que buscam apenas identificar as necessidades
educacionais especiais. No entanto, no processo de avaliação psicomotora, os
educadores devem considerar o aluno como um todo sob uma perspectiva
biológica, histórica, pessoal, social e cultural, a fim de satisfazer e aprimorar o
processo de ensino para esses alunos.

27
Acredita-se também que a avaliação psicomotora assegurará, identificará
e, de fato, proporcionará oportunidades de interação social, possibilitando que a
escola cumpra sua função social.

2.1 Atividades psicomotoras que contribuem para a alfabetização

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 20


de dezembro de 1996 (Lei nº 9.394/96), a educação infantil é a primeira etapa
da educação básica, voltada para o pleno desenvolvimento físico, mental,
intelectual e social das crianças menores de seis anos, levando em consideração
as ações da família e da comunidade, o grau psicomotor é a base do
desenvolvimento infantil.

O exercício permite que as crianças explorem seu mundo exterior e é


fundamental para seu desenvolvimento físico, intelectual e emocional, por isso
há a necessidade de proporcionar mais liberdade de movimento para que as
crianças se desenvolvam e articulem espontaneamente os crescentes conflitos.
Neste espaço, as crianças vão se encontrar através de atividades psicomotoras
gratuitas, jogos e brincadeiras.

Na sala de aula, muitas vezes encontramos um aluno que escreve com


tanta dificuldade que rasga o papel, ou escreve tão claramente que não
consegue lê-lo com clareza. Alguns alunos sentam na posição errada, ou não
conseguem segurar a caneta corretamente, e a caligrafia fica feia e difícil de ler.
Podemos citar outras características como dificuldade em distinguir esquerda e
direita, pular letras ao escrever, demorar muito para realizar determinada tarefa,
dificuldade de concentração e compreensão de comandos. O manuseio de
tesouras é errático, às vezes nem um pouco.

Fora da sala de aula, as crianças esbarram em objetos ao seu redor e os


derrubam, caem sem motivo aparente e, em alguns casos, se recusam a
participar de atividades como jogos e entretenimento com outras crianças.

28
Diante disso, e dessa realidade, a atitude de alguns professores é taxar essas
crianças como tendo problemas de aprendizagem.

Portanto, é importante aqui esclarecer a distinção entre alguns dos termos


que os professores usam para diagnosticar questões levantadas pelos alunos e,
em alguns casos, mal-entendidos que podem surgir se as definições não forem
claras.

A diferença entre barreiras, problemas e dificuldades de aprendizagem.


Dificuldades de aprendizagem têm mais a ver com fatores orgânicos, como
psiconeurais, psiquiátricos ou psicológicos.

Os problemas de aprendizagem estão mais relacionados a questões


emocionais, sociais e familiares. Embora as dificuldades de aprendizagem
estejam relacionadas ao processo normal de aprendizagem e possam ser
causadas por flutuações em diferentes estágios de desenvolvimento, também
podem ser causadas por uma metodologia mal adaptada ou por um
relacionamento ruim com escolas ou professores.

A estruturação espacial se desenvolve com a aquisição de noções de


situações (dentro, fora, longe, perto), de tamanho (grosso, fino, pequeno, médio,
grande), de posição (em pé, deitado, sentado, agachado), de movimento
(levantar, abaixar, puxar, cobrar, subir, descer), de formas (círculo, quadrado,
triângulo), de quantidade (cheio, vazio, pouco, muito), de superfícies e de
volumes.

As atividades que estudam os conceitos espaciais são baseadas em jogos


que envolvem o corpo, como caminhar por uma sala para explorar o ambiente,
quebra-cabeças, jogar amarelinha, equilibrar-se no meio fio, andar online, etc.
Atividades relacionadas à lateralidade, que envolve a percepção dos lados
esquerdo e direito, ajudam a organizar cadernos e escrever cartas. Exercícios

29
de expressão verbal, como fazer caretas, beijar, assobiar, fazer bolhas de sabão,
etc., contribuem muito para o desenvolvimento da linguagem.

Existem muitas formas de lidar com a psicomotricidade, por isso torna-se


importante em uma abordagem de alfabetização e ajuda a prevenir grandes
problemas. Então temos jogos como monociclo, chutar, andar descalço na praia,
no tapete, cobrir os pés com plástico fino em cascas de ovo para não machucar
os pés, andar de joelhos, pegar uma bala pendurada na boca, fazer bolas, etc.
Essas atividades estimulam as crianças a trabalhar e perceber seus corpos por
dentro e por fora, o que lhes dará uma compreensão de como o corpo funciona
e como funciona, garantindo a prontidão para a alfabetização.

Exercícios de coordenação, como o movimento de levantar os braços e


aproximar o joelho direito e depois alternar. Saltar com um pé, imitando um ritmo
pré-estabelecido pelo professor, as brincadeiras cantadas fazem as crianças
baterem palmas em pares, abotoar e desabotoar, colocar contas ou pular com
um pé, colocar objetos não rolantes em um pé para as crianças, andar sem cair
e brincar de amarelinha. Além de garantir o refinamento do equilíbrio dinâmico,
esses exercícios também proporcionam uma boa coordenação motora.

Jogar dados, amassar bolinhas de papel, correr sobre obstáculos em um


caminho, usar um bambolê no chão e pedir para a criança andar, pular de um
círculo com um pé. Atividades de orientação como seguir um caminho,
discriminação visual, memória perceptiva, preenchimento de conteúdo faltante,
sequência e continuidade, duração, ritmo. São exercícios importantes, mas nem
sempre são amadurecidos e sistematizados pelas crianças.

Essas habilidades não precisam ser desenvolvidas apenas nas aulas de


educação física e música, elas podem ser praticadas em sala de aula,
incentivando os alunos a praticarem na entrada e nos intervalos.

30
2.2 A Educação Psicomotora na Escola

O primeiro contato do homem com o mundo é através do movimento. Ao


longo da vida, a percepção de si mesmo é influenciada pela percepção do corpo
e pelas peculiaridades de força e capacidade na atividade física. O movimento é
um dos fatores que possibilita o desenvolvimento físico de uma pessoa
acompanhá-la ao longo de sua vida, desde a infância até o desempenho
funcional nas diversas atividades profissionais que um indivíduo irá desenvolver
na sociedade.

Através de palavras, gestos, expressões, movimentos e emoções e


linguagem corporal, o homem faz compreender suas próprias necessidades de
sobrevivência. A psicomotricidade proporciona aos indivíduos um melhor
controle físico, sendo um fator fundamental e integral no desenvolvimento global
e unificado das crianças. Em sua pesquisa, Cunha (1990) mostrou a importância
de um bom desenvolvimento psicomotor e cognitivo.

Subjacente ao processo intelectual e à aprendizagem infantil está a


estrutura da educação psicomotora, que evolui do geral para o específico, e se
a criança apresentar problemas, na maioria das vezes, isso acontecerá no nível
básico, nos elementos psicomotores. Esta é a base para o aprendizado do
planejamento corporal, lateralidade, estrutura espacial, orientação temporal e
desenvolvimento da pré-escrita, considerando que o aprendizado pode ser
afetado se houver algum problema de natureza psicomotora.

A formação das capacidades físicas individuais se dará em suas


interações com o mundo social. Ao dominar o uso de cada vez mais metas, ele
aprenderá simultaneamente a agir em situações mais complexas, buscando
identificar o significado e o contexto das ações vivenciadas.

Segundo Smole (1996), a interação com o meio social é o primeiro espaço


em que a criança conhece e reconhece seu próprio corpo, onde os conceitos de

31
proximidade, separação, vizinhança, continuidade serão organizados em uma
relação oposta (parte/todo, pequeno/ grande), (semelhante/diferente,
interior/exterior), que são detalhados com base em suas explorações táteis e
cinestésicas.

Wallon (1995) argumenta que a organização do pensamento e dos


esquemas corporais de uma criança é construída em paralelo, desde o
nascimento até as outras fases, e o pensamento ocorre apenas nas fases mais
delicadas, quando seu comportamento físico interage com o ambiente. A partir
de certa idade, a criança usa o corpo como ferramenta de manipulação e
relacionamento.

A principal característica dos bebês desde o nascimento é o domínio


gradual das atividades motoras voluntárias, e os humanos são as criaturas com
maior imaturidade em relação aos outros animais. Para Walon (1995), a
locomoção é uma das principais características que o diferencia dos demais
animais e leva ao amadurecimento de suas atitudes de desenvolvimento
psicológico.

A principal característica da criança é, na primeira infância, o domínio


gradual das atividades motoras voluntárias, confirmada com a diminuição da
espontaneidade, onde ela adquire o controle voluntário dos movimentos, e estes
se tornam cada vez mais corretos. De Meur enfatiza ao desenvolvimento de
competências fundamentais, afirmando:

A importância do desenvolvimento de habilidades básicas pode ser


vista de forma mais sistemática na pré-escola, que tem como função
fornecer às crianças os pré-requisitos necessários para aprender a ler
e escrever. (DE MEUR; 2001, p. 78)

Costallat (1981) apontou que o segundo estágio do desenvolvimento


motor não pode ser verificado até os 10 anos de idade, a melhora gradativa do
movimento nos primeiros anos, o ano anterior ao período de 7-8 anos do início
da atividade, é neste momento que se adquiri a precisão dos movimentos.

32
Durante um período de 8 a 10 anos, os movimentos habituais são
mecanizados e acelerados naturalmente até se tornarem flexíveis. Para Ferreira
Neto (1995, p. 27), os padrões motores básicos parecem adquirir forma madura
por volta dos 6 a 7 anos, desde que a criança receba estimulação adequada, o
autor afirma que “[...] padrão parece adquirir uma forma madura por volta dos 6/7
anos."

Para Le Boulch:

A educação psicomotora deve ser considerada como educação básica


nas escolas primárias. Proporciona as condições para toda a
aprendizagem pré-escolar: orienta a criança a tomar consciência do
seu próprio corpo, da lateralidade, a colocar-se no espaço, a dominar
o seu próprio tempo, a adquirir habilmente a coordenação dos gestos
e movimentos. A educação psicomotora deve começar pequena: de
forma persistente, pode prevenir mal-adaptações que se
desenvolveram e que são difíceis de corrigir. (LE BOULCH; 1987,
p.11).

O controle voluntário é tão complexo que leva mais de duas décadas para
crescer física e mentalmente. Dos 5 aos 10 anos, dependendo de alguma
educação psicomotora no início da vida escolar, é possível melhorar a estrutura
organizacional e proporcionar aos alunos melhores possibilidades de resolver a
relação entre exercícios de análise lógica e números.

Além de estimular a criatividade das crianças, os responsáveis pela


escolarização também devem se empenhar no desenvolvimento psicomotor
(controle e melhora do movimento), percepção (diferenciação da visão e
audição), diferentes tipos de linguagem e raciocínio lógico. De Meur e Staes
(1989) apontaram que os cursos psicomotores nas escolas se concentrarão
principalmente em um conceito muitas vezes repetido no qual eles manipulam
vários materiais. Para ter um desenvolvimento pleno na escola primária, é
necessário um trabalho sério, cooperação no desenvolvimento dos alunos.

Independentemente do nível de ensino considerado, a educação deve


sempre levar o aluno ao maior desenvolvimento possível. O conteúdo, as tarefas,

33
as atividades de aprendizagem, as interações dos professores e todas as
decisões de ensino devem ser valorizadas de acordo com sua adequação ou
grau de alcance de suas metas, os objetivos de aprendizagem (PIAGET, 1975).

Para Mitra e Mogos (1982), não há limite inferior de idade para o início do
desenvolvimento atlético. Só existem meios adequados para isso, com períodos
de desenvolvimento mais intenso e outros períodos de relativa estagnação. Nas
últimas décadas, Gonçalves (1995, p.38) destacou que alguns profissionais têm
buscado aprimorar seus conhecimentos, incorporando mudanças significativas
em sua prática para melhorar o desempenho dos alunos.

Com o desenvolvimento psicomotor, a criança é vista como um todo


cognitiva, motora e emocionalmente. O papel da escola no desenvolvimento
infantil, a interação pedagógica, visa permitir que cada criança alcance os
objetivos naturalmente esperados em seu desenvolvimento mais cedo e melhor,
ao invés de permitir que ela seja livre para fazer seus próprios investimentos e
participação.

A escola fornecerá os meios através de diferentes atividades, que exigirão


novas experiências no nível cognitivo, e a criança terá que transferir o que é
internalizado por dentro de gestos mecânicos até que a escrita seja produzida.
Freire (1989, p.122) destacou que toda ação é possível porque existe uma ação
coordenada que a vincula por um objetivo, ou seja, os gestos mecânicos
produzem uma ação proposital que é única possível. Porque coordenação, nada
mais é do que conhecimento corporal. Essa ligação entre conhecimento e ação
é conhecida como psicomotoridade (FREIRE; 1989, p. 122).

Estimular o desenvolvimento motor é tão importante que, quando o


desenvolvimento é prejudicado, o processo de aprendizagem da criança pode
apresentar disfunções, como a dificuldade de aquisição da linguagem falada e
escrita. Como parte do mundo simbólico que a linguagem constitui, as crianças

34
carecem de experiências concretas que ajudem a influenciar o processo de
aprendizagem.

Quando o desenvolvimento psicomotor é deficiente, as crianças podem


ter sérios problemas durante a fase de alfabetização. A educação psicomotora
deve ser considerada como educação básica na primeira infância e nas séries
iniciais. Ela afeta e se torna uma exigência do processo de alfabetização. Ao
conscientizar a criança de seu corpo, de sua lateralidade, de se colocar no
espaço, de direcionar seu tempo, ela adquire a prática da atuação, bem como a
coordenação de seus gestos e movimentos.

As crianças precisam ser estimuladas desde cedo pela família, escola ou


ambos. Para Lassus (1984), a educação psicomotora envolve e direciona todo o
processo de aprendizagem, seja de forma coletiva ou individual. A
psicomotricidade em si, auxilia os alunos no processo de aprendizagem e
contribui para a compreensão nas atividades escolares, fornece uma base para
o desenvolvimento intelectual, baseando-se principalmente na experiência
motora. Requer o uso de funções cognitivas para habilitar a psicomotricidade
ajudando a desenvolver a inteligência humana.

Alguns psicólogos acreditam que quanto mais cedo a criança entrar na


escola, melhor será o seu desenvolvimento global, pois a escola é uma
experiência rica para as crianças, principalmente porque é onde elas passam por
uma série de períodos de mudanças físicas, cognitivas e emocionais, a escola
pode fornecer uma conexão com o mundo.

Há necessidade de educação psicomotora baseada em exercícios”. Como


a educação psicomotora é preventiva, se as escolas derem importância à
educação psicomotora, não haverá problemas de descoberta e tratamento da
reeducação, ou seja, a educação psicomotora nas escolas deve ser integrada
ao currículo junto a outras disciplinas que são igualmente importantes.

35
A psicomotricidade um importante elemento educacional e uma
ferramenta indispensável para melhorar as habilidades perceptivas,
desenvolvendo formas de estimular a atenção e os processos mentais. Portanto,
quanto mais rápido as atividades psicomotoras das crianças forem estimuladas,
melhor será seu desempenho acadêmico.

Para Mitra e Mogos (1982), não existe idade inferior para o início do
desenvolvimento atlético. Para funcionar corretamente, métodos e meios
adequados devem ser usados. O uso adequado poderá ajudar muito no
desenvolvimento das crianças, quanto mais elas aprendem, maiores serão os
benefícios para o seu desenvolvimento.

O desenvolvimento da aprendizagem é um processo interativo, e quanto


mais se aprende, mais se desenvolve. Segundo Lapierre e Le Boulch
(OLIVEIRA, 1992) a psicomotricidade deve proporcionar uma melhor formação
para os alunos na formação básica, pois ele terá uma melhor e maior assimilação
do aprendizado escolar, pois este é um requisito indispensável da criança.

Ao entrar na fase escolar, o desenvolvimento das crianças deve ser


supervisionado e trabalhado por meio dos responsáveis pela sua educação,
procurando proporcionar aos alunos qualidades desenvolvimentais participativas
e socialmente ativas. Para se obter um bom plano de ensino, deve-se considerar
a situação real do aluno, incluindo maturidade, necessidades, aspirações,
preparação e possibilidades de aprendizagem.

Segundo Davis e Oliveira (1994), o professor como educador tem um


papel a cumprir porque é fundamental: ele busca construir as condições em que
ocorre a interação professor-aluno, levando à apropriação indevida do
conhecimento. Para a educação: Com a ajuda de adultos ou pares mais
experientes, a aprendizagem ocorre em etapas sucessivas de internalização do
social para o individual.

36
A tarefa do professor é ampla e complexa, cabendo a ele entender o
caminho que o aluno está construindo, descobrir ou estabelecer métodos que o
ajudem a crescer, entender-se como disciplina, integrar-se à sociedade, adaptar-
se ao conhecimento que o ser humano produz e não apenas reproduz,
proporcionar um ambiente para que cada criança desenvolva seu potencial.

É necessário que os educadores compreendam os elementos motores a


serem utilizados, e para isso é preciso ter em mente as etapas do
desenvolvimento motor (psicomotor) e as etapas da aprendizagem. Os
professores da educação infantil necessitam de uma sólida compreensão do
campo psicomotor para que possam planejar suas próprias atividades neste
campo.

3 CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997) apontam os objetivos de


qualidade que permitem ao aluno enfrentar o mundo globalizado de forma ativa,
consciente, engajada e autônoma, tornando-o construtor de seu conhecimento
e consciente de sua direitos e deveres como cidadão.

O advento do PCN revolucionou a forma como os educadores ensinam;


um novo modelo educacional baseado nos princípios da flexibilidade, integração,
interdisciplinaridade e diversidade cultural. O PCN apresenta temas transversais
em linguagem clara e atualizada, ilustrando a necessidade de profissionais da
educação aplicá-los.

3.1 O papel do professor na relação professor – aluno

Compreender e amar as crianças é uma parte necessária do ensino,


assim como o oxigênio que devemos respirar para sustentar a vida. Os
professores bem-sucedidos sentem amor pelas pessoas em geral e como

37
indivíduos. Infelizmente, o amor sem ensinar o conhecimento não é suficiente.
Os professores devem saber como ensinar, como manter os alunos interessados
e como criar uma atmosfera de aprendizagem. Tanto o amor quanto a habilidade
são necessários, um sem o outro não é suficiente.

Desde as primeiras escolas, o papel principal do professor é transmitir


conhecimento, transmitir habilidades e ajudar as crianças a aprenderem a
resolver problemas. Este aspecto é fundamental do trabalho do professor e nada
mudou por milhares de anos. Quando utilizado o verbo “ensinar”, são esses
procedimentos que estão implícitos porque são eles que a sociedade, desde os
hieróglifos dos egípcios, aos gregos, romanos e hebreus, usavam com seus
alfabetos. Estamos lidando com a transferência de conhecimento que uma
geração aceita ou desenvolve em outra. Tradicionalmente, os professores são
adultos e os alunos são crianças. Isso é tão verdadeiro hoje como era "no
passado".

A qualidade do desempenho de uma escola não pode depender


apenas da vontade de um professor ou de outro. A participação de
profissionais (orientadores, supervisores, professores polivalentes e
especialistas) é necessária para a tomada de decisões sobre todos os
aspectos da prática docente e sua implementação. Estas decisões irão
necessariamente variar de escola para escola, pois dependem das
circunstâncias locais e da formação dos professores.

Para ser absolutamente bem-sucedido profissionalmente, o professor


deve conhecer o método e dominar as habilidades de aproximação,
compreensão, coordenação e empatia pelas crianças. Os professores devem ser
capazes de trabalhar com as crianças. No entanto, para inspirar confiança nos
outros, uma pessoa deve parecer competente, possibilitando a impressão de que
sabe o que está fazendo. Isso não é tão importante no ensino como em qualquer
outro campo profissional. O planejamento é a chave para isso. Planejamento

38
com cuidado e atenção, nunca deixando brecha para oportunidade, mas todos
os planos devem ser flexíveis para lidar com eventuais surpresas na execução.
Os planos de aula devem ser estabelecidos como lei e a flexibilidade como
emendas.

Afinal, um professor é apenas isso: uma pessoa que está pronta para
ensinar. E é exatamente isso que as crianças querem. Um mestre que consiga
transformar um assunto "chato" em algo delicioso e prazeroso. É aqui que
entram as habilidades dramáticas, a capacidade do professor de mudar o
"chapéu"; ensinando em suas aulas todas as habilidades dramáticas que possui
e pode desenvolver para manter os alunos interessados. Os professores devem
ser inerentemente criativos, e interessados. Uma pessoa interessada se torna
interessante, quando é estimulada intelectualmente.

O professor deve dominar o conteúdo que deseja transmitir e, nesse


conceito, criar um clima de aprendizagem na turma que receba disciplina por
meio de uma liderança confiante, pois se sente competente no cumprimento de
suas tarefas; que ele está interessado e por isso é relevante ver uma abordagem
profissional o tempo aos alunos. O professor deve agregar valor em tudo o que
ensina para que as crianças achem cada assunto interessante.

A melhor maneira de criar um ambiente de aprendizado descontraído é


torná-lo o mais envolvente possível. Compaixão e empatia são pontes que
conectam professores e alunos. A educação é um processo contínuo e perpétuo
de interação que começa antes de um indivíduo nascer, acompanha a educação
dos pais e se desenvolve ao longo da vida em uma instituição específica.

3.2 A construção de valores humanos

A exploração de um novo paradigma na educação ocidental proporciona


aos educadores de todo o mundo um programa pautado pela salvação de
valores universais: o Programa de Educação em Valores Humanos, criado e

39
aplicado na Índia há mais de 35 anos por Sri Sathya Sai Baba; mostra que a
educação consciente facilita o desenvolvimento da intuição por meio da
coordenação, que é um dos fundamentos práticos do programa.

As técnicas de harmonia acalmam e organizam pensamentos, desejos e


emoções, promovendo assim um estado de paz interior e permitindo que alunos
de qualquer idade absorvam e participem plenamente do aprendizado. O papel
das escolas no mundo de hoje é o de agentes de mudança e devem estar abertas
à criatividade e enriquecer-se com novas propostas. Dos professores, por sua
vez, espera-se que contribuam efetivamente para a transformação social e a
construção de uma sociedade harmoniosa, reconhecendo que os valores
humanos são a base do crescimento pessoal e comunitário.

Para os professores que se reconhecem como protagonistas no processo


educativo, o compromisso diário com esses valores tem um impacto ímpar e
torna-se uma ferramenta indispensável para o enriquecimento pessoal e
profissional.

A prática de ensino deve guiar nossa capacidade de manter admiração,


criatividade e exploração constante. A educação deve estar acima de tudo:
cultivar a mente, desenvolver a essência da existência, descobrir a sabedoria
interior.

Os educadores podem ser meros transmissores de informação, ou podem


criar um verdadeiro conceito educacional como seu objetivo. Se assumirem
como educadores, contribuindo para a mudança social a partir do
desenvolvimento individual e coletivo. Para isso, devem engajar na mudança
como um desafio fundamental. Só assim poderão trabalhar juntos para a
construção de uma comunidade harmoniosa, sustentada por valores humanos
que sirvam de base para o crescimento pessoal e comunitário.

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Viver em novos tempos complexos e comprometedores tornou-se difícil
tendo em vista que o desenvolvimento de valores está tão intimamente
relacionado ao poder, ao dinheiro que são distorcidos e errados. Deve-se educar
o homem estabelecendo e inspirando valores que o tornem sensível às
dificuldades humanas; consciente e solidário com todos ao seu redor; tendo
senso de justiça; respeito e harmonia, tolerância e paz sem preconceitos. Ser
um professor memorável é desenvolver pessoas que podem mudar o mundo.

Ainda é possível que, mesmo estando em um momento crucial da história,


por meio da criatividade, engajamento responsável e colaboração é possível
criar uma comunidade harmoniosa baseada no amor, crescimento e
transformação de energia, respeito, verdade e justiça.

Um dos espaços em que os valores são entregues é a sala de aula, e para


isso devemos estar cientes da relevância das atividades cotidianas da sala de
aula como espaço de demonstração e vivência habitual dos valores que
desejamos e aspiramos ser socialmente definido. O primeiro passo é perceber o
quão importante é, como educadores, viver esses valores de forma consistente,
porque eles nos dão nossa verdadeira humanidade.

Nossa sociedade precisa estar centrada na redescoberta do homem e de


sua essência, e com base nessa visão, buscar o bem-estar e a felicidade do ser
humano em interação harmoniosa com a natureza e o universo.

Só podemos sobreviver aprendendo a desenvolver um novo paradigma


em que a cooperação é mais importante que a competição, a igualdade de
oportunidades e a realidade em vez de meras declarações, em que fazemos uma
ponte entre o pensamento e a ação, em vez de nos limitarmos à nossa
perspectiva relativa. Da resolução pacífica de conflitos e da alegria de sentir e
viver a paz, semeamos os pressupostos fundamentais para a paz mundial futura.
Processos de vida e educação imbuídos de valores humanos levam à reflexão

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sobre as contradições existentes e à busca de soluções para superá-las,
possibilitando consciência e prática, visão harmoniosa da vida.

O papel da escola como agente de mudança deve se desenrolar no tempo


e no espaço social, e o caminho é traçado por um andar permanentemente
renovado. Atualmente, as pedagogias veem as tríades professor-aluno-conteúdo
funcionando em sala de aula, inter-relacionadas em um processo interativo e
contínuo de elaboração. Nessa relação próxima que começa com a
compreensão da realidade, devemos ver a criança como um ser integral.

4 PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL

Para Meneses e Francisco (2009), “a psicomotricidade relacional de


jogos, atua como alavanca na aprendizagem”. Com isso, adultos e crianças
podem interagir de forma mais autêntica e participar mais, fortalecendo a ideia
de unidade humana e globalidade, visando melhor desenvolvimento das
atividades intelectuais, sócio-emocionais e comunicativas.

É uma prática onde as crianças podem mostrar quem realmente são,


usando seus corpos, suas fantasias, sua presença, para expressar seus medos
e sentimentos nas relações que têm com outras crianças e adultos, visando um
desenvolvimento mais saudável, e gratificante.

Para Brougère (1998), por meio do brincar, o professor poderá explorar


as realidades da vida da criança, ajudando-a a dar sentido e se transformar como
sujeito cognitivo ao imitar o mundo ao seu redor que representa sua alegria.

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5 PSICOMOTRICIDADE FUNCIONAL

O trabalho psicomotor funcional é baseado em funções motoras como


esquema corporal (conhecimento de si), estrutura espacial (conhecimento do
ambiente) e orientação temporal (conhecimento da relação com o ambiente).

Com esse método os ajustes necessários podem ser feitos na vida de


uma criança, abordando seus medos, emoções e canalizando a agressão dentro
de padrões aceitáveis. O psicomotricista é o parceiro da criança na brincadeira,
capacitando-a a compreender o mundo da criança e a intervir quando surgirem
necessidades. Marco no seu livro Pensando a Educação Psicomotora
defende que:

A concepção funcional proposta apoia-se nas ciências humanas e nas


ciências biológicas com a finalidade de aperfeiçoar as condições do
desenvolvimento da pessoa. A concepção funcional vê a pessoa como
uma totalidade em relação ao seu meio. (MARCO, 1995)

Ao mesmo tempo, Fonseca (2008) aponta que “a coerência no pensar das


coisas e a congruência no pensar consigo mesmo expressam a constante
funcional da adaptação e geralmente é sinônimo de aprendizagem”.

Portanto, consideramos cada um como um todo, mas cada um tem suas


características próprias, mas as funções não são isoladas, são um conjunto de
circuitos que devem andar juntos para garantir o todo.

Com isso em mente, podemos utilizar o exercício como ferramenta


educacional, pois através dele pode-se fazer os ajustes/adaptações necessários.

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