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1 SUMÁRIO
2 INTRODUÇÃO......................................................................................... 3
4 PSICOMOTRICIDADE ............................................................................ 7
7 LATERALIDADE .................................................................................... 15
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11 PERCEPÇÃO VISUAL E AUDITIVA...................................................... 26
17 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 55
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2 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável -
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que
lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.
Bons estudos!
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3 HISTÓRIA DA PSICOMOTRICIDADE
Fonte: educacaopublica.rj.gov.br
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Soubiran, criou o primeiro ISRP (Instituto Superior Reeducação Psicomotor), assim
sendo, em 1974 houve o reconhecimento da saúde como profissão que culminou o
Primeiro Diploma Estadual – Psicorreducador.
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4 PSICOMOTRICIDADE
Fonte: cpp.org.br
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dos estímulos do meio. O aluno se sentirá bem na medida em que se desenvolver por
meio de suas próprias experiências, pela manipulação adequada e constante dos
materiais que o cercam e também pelas oportunidades de descobrir-se. E isso será
mais fácil de ser atingido, se suas necessidades afetivas estiverem satisfeitas, sem
bloqueios e sem desequilíbrios tônicos emocionais.
Fonte: sidrolandianews.com.br
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A função muscular traduz o primeiro modo de expressão do embrião e
aparece bem antes de ser capaz de responder a um estímulo sensorial
externo, portanto o sistema motor é capaz de desencadear e manter sua
própria atividade sem necessidade de um estímulo sensorial. No recém-
nascido há a elevação do tono devido ao estado de necessidade originando
as descargas musculares impulsivas, por gritos e estados de prazer que é
paralelo a diminuição do tono. (LE BOULCH, 1992, apud TASSI, 2014, p.4).
”[...] sendo assim, ela busca por meio da ação motora, estabelecer o equilíbrio
desse ser, dando-lhe possibilidades de encontrar seu espaço e de se
identificar com o meio em qual faz parte”. (GONSALVES, 2009, apud TASSI,
2014, p.6).
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Desta forma, a psicomotricidade envolve toda a ação realizada pelo indivíduo
focando aspectos afetivos, motores e cognitivos, é a integração entre e o psiquismo e
a motricidade que leva o indivíduo à tomada de consciência do seu corpo por meio do
movimento.
1ª etapa: “corpo vivido” (até 03 anos de idade). Começa nos primeiros meses
de vida, onde o bebê ainda não tem noção do próprio corpo, a consciência do "eu".
Nesta fase ele se confunde com o meio, se encontra em total simbiose e não consegue
se perceber. No início desta fase os movimentos são ações motoras que não são
pensadas para serem executadas, pensa-se fazendo, ou seja, suas ações são
espontâneas. A criança quando nasce não tem noção do seu corpo. Seu
conhecimento de corpo vai sendo construído à medida que ela é tocada, acariciada
ou mesmo quando se machuca. Assim, vai percebendo, sentindo, “lendo” o mundo
com seu corpo, e aos poucos, organizando-o e organizando-se. Dessa forma, a ação
motora nos primeiros anos de vida se torna extremamente importante para esta troca
com o meio.
Enquanto a criança brinca, ela observa seus pares, se olha no espelho e por
prática dessas ações aprende. Aprendem pela experiência, nesta fase tem-se uma
necessidade grande de movimento e é através dele que ampliará sua experiência
motora e cognitiva. No decorrer do processo quando a criança evolui por meio de suas
experiências de exploração do corpo, do espaço e do tempo, torna-se possível
construir a primeira imagem do corpo, separando-o do mundo e dos objetos, o que
caracteriza a próxima etapa do desenvolvimento psicomotor.
2ª etapa: “corpo percebido” (03 a 06 anos de idade). Começa aproximadamente
por volta dos três anos, quando a criança passa a se perceber iniciando assim a
tomada de consciência do "eu". Nessa fase ela se diferencia do meio e organiza seu
corpo, quando organiza o espaço, que é determinado pela posição que o corpo ocupa.
O corpo agora é o ponto de referência para se situar e situar os objetos em seu espaço
e tempo. Nesta etapa a criança descobre sua dominância lateral, os conceitos
espaciais como perto, longe, acima ou embaixo começam a ser discriminados.
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Noções temporais aparecem é e possível agora entender a duração dos intervalos de
tempo, de ordem e sucessão de eventos (antes, depois, durante).
A característica desta fase é que o mundo é organizado sobre um ponto de
referência bastante individualizado, a noção do "eu" está mais estruturada, é uma fase
onde o egocentrismo se faz presente. Corresponde à organização do esquema
corporal devido à maturação da "função de interiorização" que é definida como a
possibilidade de deslocar sua atenção do meio ambiente para seu próprio corpo a fim
de levar à tomada de consciência.
3ª etapa: “corpo representado” (06 a 12 anos de idade). Começa
aproximadamente por volta dos seis anos quando a criança já tem noção do todo e
das partes de seu corpo, fala, usa e o desenha de forma elaborada, assume seus
movimentos e os controlam se locomove no espaço com autonomia e independência.
É capaz de atuar por representação. A representação mental da imagem de corpo no
início desta etapa é estática. Mais tarde, a imagem mental adquire movimento,
tornando-se estrutura cognitiva, ou seja, operatória.
No final desta fase a criança já tem uma imagem de corpo operatória, usa o
corpo para efetuar e programar mentalmente ações, isto é, o corpo é estruturado em
pensamento e não precisa necessariamente que a ação motora esteja presente, ela
programa, projeta, imagina e executa com o pensamento a ação do corpo.
O objetivo principal da educação psicomotora é precisamente auxiliar a criança
a chegar a esta imagem de corpo operatório, quando a mesma se torna capaz de
efetuar e programar suas ações em pensamento, sendo também capaz de organizar-
se e de combinar diversas orientações. O ponto de referência já não é mais o próprio
corpo; como pode executar, operar no nível mental, é possível se orientar agora por
objetos exteriores a si e os pontos de referência podem ser escolhidos.
7 LATERALIDADE
Fonte: colegiobeneditino.com.br
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temos o indivíduo destro; quando ocorre a dominância do hemisfério direito sobre o
esquerdo, temos o indivíduo canhoto e quando não tem predomínio claro usando
discretamente os dois lados, temos o indivíduo ambidestro.
Lateralidade é tradução de uma assimetria funcional que incide na prevalência
motora de um lado do corpo. Ao perceber seu corpo e seu eixo corporal e seus dois
lados, a criança consegue transpor esse conhecimento para além de seu corpo, isto
é, para a linguagem oral e, finalmente, a linguagem escrita, então perceberá que um
“p” é diferente de um “q” ou “d”.
Todas as noções espaciais básicas como as de em cima- embaixo, por cima-
embaixo, frente atrás, antes depois, e outras, estão estruturalmente dependentes da
noção de lateralidade. Aos 6 a 8 anos é habitual que a criança já tenha noção de
direita e esquerda e dos dois lados do corpo assim, como perceber que direita e
esquerda não dependem apenas uma da outra, mas também, da posição do outro e
do seu deslocamento.
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7) Perturbações afetivas que podem ocasionar reações de insucesso, falta
de estímulos, para a escola, baixo autoestima.
8) Distúrbios de linguagem, do sono e da gagueira.
9) Aparecimento de maior número de sincinesias (comprometimento de
alguns músculos que participam e se movem, sem necessidade, durante
a execução de outros movimentos envolvidos em determinada ação).
Batata que passa: Crianças em círculo, uma de posse de bola que passará da
direita para a esquerda, enquanto todas cantam: Batata que passa, passa batata que
já passou. Quem está com a batata, coitadinho já dançou! Ao terminar de cantar, quem
estiver com a posse de bola, dançará no meio da roda.
Estafeta de bastões: As crianças em fila, o primeiro com dois bastões e uma
lata, um em cada mão para empurrar a lata que está no chão, devendo levá-la a um
ponto determinado. Após ter ido e voltado, entregar ao segundo da fila até que todos
tenham participado.
Lata barulhenta: O professor faz uma risca no chão e coloca três cadeiras,
uma distante da outra. Ao sinal, a criança sai chutando a lata com os pés,
acompanhando à risca que passa por trás da primeira cadeira, por baixo da segunda,
e dá a volta na terceira, voltando pelo mesmo percurso.
Pé de pau: O professor confeccionará o pé de pau utilizando dois pedaços de
madeira com 20 cm e fará dois furos e prenderá o barbante de modo que fique à altura
dos braços da criança. Deixará que se desloquem livremente e depois comandará o
deslocamento sobre determinadas linhas, entre obstáculos, sobre obstáculos etc.
Pega a bola: A criança deverá pegar a bola (plástica/leve) utilizando-se de um
balde plástico, que o professor jogará sempre de maneira diferente, ora de um lado,
ora do outro, levando o aluno a ter movimentos diferentes.
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8 ESTRUTURA ESPACIAL
Por meio do espaço e das relações espaciais nos situamos no meio em que
vivemos, fazemos observações, estabelecemos relações entre as coisas,
comparando-as, combinando-as. Toda a nossa percepção do mundo é uma
percepção espacial, na qual o corpo é o termo de referência. A escrita, por exemplo,
depende da manipulação das relações espaciais entre os objetos e esta relação é
mantida por meio do desenvolvimento de uma estrutura do espaço.
A estruturação espacial leva a tomada de consciência pela criança e permite
conscientizar-se do lugar e da orientação no espaço que pode ter em relação as
pessoas e as coisas, leva a organizar-se perante o mundo que a cerca, assim pode
prever e antecipar situações em seu meio espacial.
O mundo espacial da criança constrói-se paralelamente ao seu
desenvolvimento psicomotor, à medida que cresce a gestualidade e a importância dos
fatores que criam o espaço da comunicação.
Sendo assim, ter uma noção espacial estável é muito importante, pois é por
meio do espaço e das relações espaciais que observamos as relações entre coisas e
objetos que nos cercam, a percepção da forma, de sua estrutura, composição é por
sua vez dependente da noção desta condição.
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3) Dificuldade de representação mental em diversas situações, dificilmente
encontra suas coisas, pois sua noção de lugar não é nítida.
4) Dificuldade para estabelecer uma progressão (de grandezas).
5) Dificuldade na discriminação visual.
6) Insuficiência ou déficit da função simbólica, incapacidade de associar
termos abstratos como direita e esquerda, convencionais, ao que sente
ao nível proprioceptivo.
Bola ao alto: No pátio as crianças ficam em pé com uma bola de meia na mão.
A um sinal, cada um deve jogar a bola para o alto e bater uma palma e apanhá-la,
depois jogá-la e bater duas palmas, três, até onde conseguirem.
Pêndulo: Em pé a criança deve fazer um pêndulo para frente e para trás, com
os braços e em um tempo rápido, devendo mantê-los por alguns segundos. O
professor irá orientando para desacelerar lentamente e voltar a acelerar.
Tambor: O professor marca uma série de percussão em um tambor e as
crianças se deslocam conforme as batidas devendo ter muita atenção quanto a batida
podendo acelerar, diminuir o ritmo, manter, espaçar.
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10 COORDENAÇÃO GLOBAL, FINA E ÓCULO-MANUAL
Fonte: pinterest.com
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dificuldades em relação a postura e controle corporal, por exemplo, se apresenta
cansaço ou deficiência na realização do movimento, precisa corrigir as posturas
inadequadas a fim de adquirir uma coordenação mais satisfatória.
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10.3 Sugestões de atividades para desenvolver a coordenação óculo-
manual:
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11 PERCEPÇÃO VISUAL E AUDITIVA
Fonte: profjfrias.com.br/
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Uma boa discriminação visual auxilia a criança a se desenvolver
adequadamente fazendo com que apresente uma visão periférica; percepção da
profundidade; relação entre os objetos em movimento; julgar uma distância entre
objetos; conscientização da esquerda e direita etc.
Uma das causas da discriminação visual pobre é a desordem da movimentação
do olho o que faz com que a criança não consiga mantê-lo na mesma direção quando
lê e como consequência ao ler pulam frases ou leem novamente a mesma linha sem
perceber; pode apresentar confusão de letras como d e b, f e t, h e b etc., também
apresentar supressão de letras e deformações em letras aglutinadas tornando a leitura
lenta, cópia com muitos erros e disortografia, demonstrando assim, falta de controle
ocular. Tanto o aparelho visual quanto o auditivo são de suma importância para a
aquisição da leitura e escrita.
[...] é por meio do aparelho auditivo que recebemos uma infinidade de sons
imprescindível para o reconhecimento de mundo, sendo a audição um
sistema sensorial básico indispensável para a estruturação do sistema
simbólico humano. (GONSALVES, 2008, apud TASSI, 2014, p.24).
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11.1 Sugestões de atividades para desenvolver a percepção visual:
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12 A PSICOMOTRICIDADE NA FASE ESCOLAR
Fonte: solarcolegios.org.br
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aprendizagem do desenvolvimento do Esquema Corporal, da Lateralidade, da
Estruturação Espacial, da Orientação Temporal e da Pré-Escrita, tendo em vista que
se ocorrer algum problema de ordem psicomotora, a aprendizagem poderá ser
prejudicada.
A formação das habilidades físicas do indivíduo acontecerá ao longo da sua
interação com o mundo social. Ao dominar o uso de um número cada vez maior de
objetivos, ele ao mesmo tempo aprenderá a agir em situações mais complexas,
buscando identificar os significados e situações nas ações vivenciadas.
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investido de significações, de sentimentos e de valores muito particulares e
absolutamente pessoais (VAYER, 1984, apud FONTANA 2012, p. 22).
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capacidades e rendimento, visando à eficiência e adequando aos diferentes níveis de
habilidade, respeitando a personalidade e vontade e a motivação do educando. Este
trabalho de base tem como objetivo favorecer o desenvolvimento dos gestos e
movimentos, desenvolver equilíbrio, aprimorar e aumentar a capacidade de percepção
do corpo, visando uma melhora no desenvolvimento da coordenação global e fina.
Toda a ação torna-se possível porque houve uma ação coordenada que ligou
os movimentos em função de um objetivo, ou seja, o gesto mecânico produz
uma ação com objetivo, e só é possível porque houve a coordenação, que
nada mais é que o saber corporal. A essa ligação entre o saber e a ação
denomina-se psicomotricidade (FREIRE; 1989, apud FONTANA 2012, p. 24).
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realização o uso das funções cognitivas, tornando a psicomotricidade um
procedimento que permite e auxilia no desenvolvimento da inteligência humana.
Alguns psicólogos acreditam que quanto mais cedo à criança frequentar a
escola, melhor será seu desenvolvimento total, pois, a escola torna-se uma
experiência enriquecedora para a criança, principalmente por ser um período onde ela
passa por uma série de mudanças físicas, cognitivas e afetivas, e a escola poderá
propiciar o contato com o mundo.
Aprendizagem se intensifica quando existe a possibilidade de que as crianças
manuseiam materiais. A necessidade da educação psicomotora baseada no
movimento. Sendo a educação psicomotora preventiva, os problemas detectados e
tratados pela reeducação não ocorreriam se houvessem por parte da escola, atenção
à educação psicomotora, ou seja, a educação psicomotora deveria ter na escola a
mesma importância que as demais disciplinas do currículo.
O autor considera a psicomotricidade um importante elemento educativo, como
um instrumento indispensável para aguçar a percepção, desenvolver formas de
estimular a atenção e estimular e os processos mentais. Sendo assim, quanto mais
rápido for estimulado a psicomotricidade da criança, melhor será seu desempenho na
aprendizagem. Não existe limite inferior de idade para o começo do desenvolvimento
das qualidades motoras.
Para um trabalho adequado, precisam ser utilizados métodos e meios
adequados. A utilização de métodos e de meios adequadamente irão contribuir para
o desenvolvimento da criança, e quanto mais se aprende, maiores serão os benefícios
para o se desenvolvimento.
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educação integral, proporcionando ao ser humano, mais precisamente a criança na
escola, o desenvolvimento das habilidades motoras e cognitivas.
A psicomotricidade ao promover o movimento humano, movimento este
contextualizado, associado ao ambiente, à cognição, à emoção e às significações,
proporciona o desenvolvimento integral do ser. Esta educação integral só ocorrerá se
a escola valorizar o seu ambiente.
A psicomotricidade é influenciada pela percepção de seu corpo e suas
peculiaridades de força e em habilidades em atividades físicas. A formação de tais
habilidades ocorre com a interação do indivíduo com o mundo social. Nesta interação,
ele irá dominar o uso de um número maior de objetivos, irá aprender a agir em
situações mais complexas, bem como, a identificar objetivos e situações.
A escola na sua totalidade pode proporcionar um grande leque de atividades
que possam estimular o aluno a um grau de desenvolvimento possível, então cabe à
escola infantil ter a consciência da necessidade de alfabetizar a linguagem corporal
antes de trabalhar os conteúdos escolares. A psicomotricidade deve ser colocada
como caráter preventivo, com a exploração do corpo em seus potenciais, possibilita à
evolução das possibilidades psicomotora, e assim contribuindo para a melhora no
desenvolvimento do ensinoaprendizagem dos alunos.
A educação psicomotora é indispensável na aprendizagem escolar, é por essa
razão que é proposta inicialmente à escola materna. Não se pode desprezar a
educação psicomotora no momento que a criança inicia sua vida escolar, pois esta
ajuda a organizar-se lhe propiciando melhores possibilidades de resolver os exercícios
de análise de lógica e de relações entre os números.
A escola impõe o objetivo de alfabetizar, isto é, ensinar a ler e escrever, e tem-
se aos sete anos como ideal para o início das atividades escolares, segundo
estudiosos, é nesta fase que a criança se encontra em estágio de maturação
psicomotora adequada para tal fim. Ao associar os objetivos educacionais ao
movimento estar-se criando relações e situações apropriadas à aprendizagem.
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13 APRENDIZAGEM E PSICOMOTRICIDADE
Fonte: demoleque.com.br
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educadores durante o processo de aprendizagem limita-se ao treinamento das
habilidades responsáveis pelos aspectos figurativos da escrita, como coordenação
motora, discriminação visual e organização espacial. No entanto, o autor considera a
escrita um ato essencialmente motor, destacado de qualquer outra esfera do
desenvolvimento, seja afetiva, cognitiva ou social.
As aprendizagens escolares básicas devem ser os exercícios psicomotores, e
sua evolução é determinante para a aprendizagem da escrita e da leitura, provocando-
se o aumento do potencial psicomotor da criança, amplia-se também as condições
básicas para as diversas aprendizagens escolares. Em um estudo sobre o grau de
influência dos aspectos psicomotores sobre prontidão para ler e escrever em escolas
de classes de alfabetização do ensino infantil, é necessário, desde o ensino pré-
escolar, serem oferecidas atividades motoras direcionadas para o fortalecimento e
consolidação das funções psicomotoras, fundamentais para o êxito nas atividades do
bom aprendizado da leitura e escrita.
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É muito importante estimular o desenvolvimento psicomotor das crianças, pelo
fato deste ser fundamental para a facilitação das aprendizagens escolares, pois é por
meio da consciência dos movimentos corporais e da expressão de suas emoções que
a criança poderá desenvolver os aspectos motor, intelectual e sócio emocional.
Para escrever é preciso que se tenha orientação espacial suficiente para situar
as letras no papel, para adequá-las em tamanho e forma ao espaço de que se dispõe.
E, além disso, precisa-se dirigir o traçado da esquerda para a direita, de cima para
baixo, controlando os movimentos de maneira a não segurar o lápis nem com muita
força nem com pouca força, é necessário que a escola ofereça condições para a
criança vivenciar situações que estimulem o desenvolvimento dos conceitos
psicomotores.
Essas restrições podem levar a criança a dificuldades de aprendizagem,
repercutindo no desempenho escolar. As dificuldades de aprendizagem vivenciadas
pelas crianças “são decorrentes de todo um todo vivido com seu próprio corpo, e não
apenas problemas específicos de aprendizagem de leitura, escrita, etc.” Assim, os
aspectos psicomotores exercem grande influência na aprendizagem, pois as
limitações apresentadas pelas crianças na orientação espacial podem tornar-se um
fator determinante nas dificuldades de aprendizagem.
A escrita é uma atividade que obedece a exigências precisas de estruturação
espacial, pois a criança deve compor sinais orientados e reunidos de acordo com as
leis, depois deve respeitar essas leis de sucessão que fazem destes sinais palavras e
frases tornando a escrita uma atividade espaço-temporal.
Um objeto situado a determinada distância e direção é percebido porque as
experiências anteriores da criança levam-na a analisar as percepções visuais que lhe
permitem tocar o objeto. É por meio dessas que resultam as noções de distância e
orientação de um objeto com relação a outro, e assim a criança começa a transpor
essas noções gerais a um plano mais reduzido, que será de extrema importância
quando na fase do grafismo. Na aprendizagem da leitura e escrita a criança deverá
obedecer ao tempo de sucessão das letras, dos sons e das palavras, fato este que
destaca a influência da estruturação temporal para a adaptação escolar e para a
aprendizagem.
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Além dessas dificuldades inerentes ao ato de escrita, existe ainda a dificuldade
que os professores têm em diagnosticar as dificuldades de aprendizagem e relacioná-
las ao desenvolvimento psicomotor. Em sala de aula, os professores trabalham a
motricidade infantil como uma atividade mecanizada do movimento das mãos e as
aulas de educação física parecem se restringir a atividades de recreação nas quais o
movimento parece ter um fim em si mesmo. Até mesmo o professor de Educação
Física tem mostrado dificuldades em perceber a importância do movimento para o
desenvolvimento integral da criança.
O desenvolvimento corporal é possível graças a ações, experiências,
linguagens, movimentos, percepções, expressões e brincadeiras corporais dos
indivíduos.
As experiências e brincadeiras corporais assumem um papel fundamental no
desenvolvimento infantil, pois enfatizam a valorização do corpo na constituição do
sujeito e da aprendizagem, assim a pré-escola necessita priorizar, não só atividades
intelectuais e pedagógicas, mas também atividades que propiciem seu
desenvolvimento pleno.
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problema. As dificuldades de aprendizagem relacionadas à escrita alteram o
rendimento escolar. Crianças com dificuldades de escrita podem apresentar disfunção
nas habilidades necessárias para uma aprendizagem escolar efetiva, e estes fatores
podem ser acentuados pelos déficits psicomotores. Sabe-se que atualmente
condições socioculturais fazem com que as crianças sejam privadas do movimento.
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espaço, a dominar o tempo, a adquirir habilmente a coordenação de seus
gestos e movimentos, ao mesmo tempo em que desenvolve a inteligência.
Deve ser praticada desde a mais tenra idade, conduzida com perseverança,
permite prevenir inadaptações, difíceis de corrigir quando já estruturadas. (LE
BOULCH, 1984, apud ROSSI, 2012, p.8).
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Compreendemos que a aprendizagem e o desenvolvimento estão inter-
relacionados desde que acriança passa a ter contato com o mundo ao seu redor. Pois,
a criança ao interagir com o meio físico e social, passa a se desenvolver de forma
mais abrangente e de maneira eficaz. Isto significa que a partir do envolvimento com
o meio social são desencadeados processos internos de desenvolvimento que
permitirão um novo patamar de aprendizagem. Diante da interação da criança com o
meio social.
Assim, podemos analisar que a educação psicomotora junto com o auxílio dos
pais e do meio escolar, tem a finalidade não de ensinar a criança comportamentos
motores, mas sim de permiti-lhe, mediante o jogo, exercer sua função de ajustamento,
individualmente ou com outras crianças. No estágio escolar, a prioridade constitui a
atividade motora lúdica, fonte de prazer, permitindo a criança prosseguir na
organização de sua “imagem de corpo” ao nível do vivido servindo de ponto de partida
na sua organização prática em relação ao desenvolvimento de suas atitudes de
análise perceptiva. Outro papel atribuído a educação psicomotora é a de prevenção,
esse que é argumentado por Fonseca:
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14 RELAÇÃO ENTRE AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM E A EDUCAÇÃO
PSICOMOTORA
Fonte: futuroeventos.com.br
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Pode-se observar com esta definição a existência de vários fatores que podem
gerar as Dificuldades de Aprendizagem, e estes, nem sempre estão ligados a uma
ordem neurológica, e sim, podem estar relacionados com o ambiente social em que o
indivíduo está inserido. Deste modo, constata-se que as Dificuldades de
Aprendizagem podem ser prevenidas, em determinados casos, se o ambiente cultural
do sujeito for estimulador para a aprendizagem desde os primeiros anos de vida. O
enfoque das DA está no indivíduo que não rende ao nível do que se poderia supor e
esperar a partir do seu potencial intelectual, e por motivo dessa especificidade
cognitiva na aprendizagem, ele tende a revelar fracassos inesperados.
Nesta perspectiva pode-se averiguar que as dificuldades de aprendizagem têm
ligações com o mau desenvolvimento cognitivo, o qual é de suma importância para o
processo de ensinoaprendizagem. O infante portador de DA pode sofrer com este
quadro, pois, por muitas vezes, é taxado de preguiçoso e desatento, é possível que a
falta de atenção e de esforço seja o resultado e não a causa da dificuldade de
aprendizagem.
Estas crianças não deixam de aprender por sua própria vontade, mas porque
possuem limitações em seu desenvolvimento. Quando o sujeito se movimenta por
meio de atividades direcionadas e planejadas por um mediador, seu cérebro é capaz
de internalizar conceitos imprescindíveis para o desenvolvimento de suas
capacidades. A aprendizagem humana é o resultado de uma experiência motora que
posteriormente se conserva no cérebro, através de uma experiência psicológica
reflexiva. A fase que se caracteriza como crucial para o desenvolvimento global do
sujeito (motor, intelectual, socioemocional) corresponde a faixa etária do nascimento
até os 8 anos aproximadamente.
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evidenciado, faz-se necessário, a estimulação desde a primeira infância, pois quanto
mais cedo às capacidades da criança forem desenvolvidas, melhor será seu
desempenho nos anos subsequentes.
A psicomotricidade pode possibilitar meios de prevenção e intervenção nas
Dificuldades da Aprendizagem, além de poder ser um ótimo recurso para desenvolver
potenciais de aprendizagens, mas estes fatores somente poderão ser evidenciados
se a prática psicomotora for bem elaborada e estruturada. Assim sendo, observa-se a
importância em se desenvolver atividades psicomotoras que objetivem atender todas
as necessidades das crianças, pois estas dependem de bons mediadores para que o
processo de aprendizagem ocorra com êxito.
As Dificuldades de Aprendizagem estão cada vez mais presentes no cenário
educacional, deste modo se faz necessário implantar meios de intervenção, ou
melhor, de prevenção. Para isso, é imediata a conscientização da importância da
Educação Psicomotora desde os primeiros anos de vida, pois como já esclarecido
nesta pesquisa, quanto mais cedo se estimula o cérebro mais capacidades serão
desenvolvidas, assim sendo, o indivíduo terá uma menor probabilidade de apresentar
DA.
Uma das coisas mais óbvias a respeito das crianças é que elas aprendem
muito durante o decorrer da infância. Para que este aprendizado ocorra, a
criança deve ser equipada no nascimento com um sistema cognitivo que seja
capaz de aprender. [...]. Nos últimos trinta anos, o estudo do comportamento
dos bebês mostrou que a criança nasce com uma rica estrutura
organizacional para processar informações. (Dockrell, 2000, apud MANEIRA,
2015, p. 16885).
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15 TRANSTORNO PSICOMOTOR
Fonte: neurosaber.com.br
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Descontrole emocional e neurovegetativos (sudorese nas mãos, dores de
barriga, vontade de urinar, rubor...)
Tiques (involuntário, súbito, rápido e repetitivo). Existe nos tiques um período
de “luta”, de controle doloroso, seguido de uma explosão “liberadora” do
movimento, que se transforma em fonte de constrangimento.
Paratonias (impossibilidade de relaxar voluntariamente um músculo)
Paratonia de fundo: refere-se aos tônus globais, e pode ser evidenciada através
de mobilizações passivas (ao mexer nos braços da criança, esta deveria deixá-los
bem relaxados), o que se observa é uma resistência permanente ao movimento, ou
seja, não existe uma disponibilidade à movimentação passiva.
Paratonia de ação: surge também a partir de uma movimentação passiva, só
que movimentos de uma limitada amplitude, não aparece no início do movimento e
sim no seu decorrer, interrupções, um refreamento brusco, definitivo ou transitório.
Sincinesias intensas, difusas e de instalação rápida.
Atividades desordenadas.
Atenção dispersa, ocasionando alterações perceptivas; dificuldade para
focalizar a atenção;
Pouca concentração ocasionando pouca eficiência durante trabalhos
prolongados.
Nível mental normal.
Alterações das relações interpessoais;
Os Transtornos Psicomotores não podem ser tratados como uma síndrome
unicamente motora, não pode deixar de se levar em consideração o desenvolvimento
psicoafetivo das crianças e suas relações com o meio ambiente e com os outros.
Excluem-se de tais transtornos as síndromes cuja sintomatologia indica a
existência de lesões focais precisas.
Em alguns casos com alto nível de hiperatividade, transtornos do sono e da
atenção considera-se uma indicação medicamentosa baseada no uso de anfetaminas
e psicotônicos, que deve ser dada pelo neuropediatra ou neurologista consultado pela
família.
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Após vários estudos, é no início do séc. XX, que Dupré (1907) descreve a
Síndrome da Debilidade motora, Wallon (1925), Ajuriaguerra e posteriormente Jean
Bergès também realizam novas contribuições e classificações como supracitado.
Estudos feitos na área da educação mostram que ao desenvolver a
psicomotricidade na infância, o indivíduo passa a:
Ter mais controle sobre a coordenação motora e consegue desenvolver
movimentos mais complexos, como aprender a andar de bicicleta;
Trabalhar os músculos da mão, algo importante para aprender a escrever ou
recortar, por exemplo;
Ter noção de ritmo, conseguindo aprender passos de dança ou entender notas
musicais;
Diferenciar os movimentos realizados pelo lado esquerdo e direito do corpo;
Entender o que é o presente e como as ações de agora afetam o meio externo,
entre outras coisas.
Sugestões de atividades
- Exercícios de equilíbrio estático (parado) e dinâmico (em movimento), por
exemplo: ficar parado num pé só (ambos os pés, com olhos aberto, fechados...), pular
com um pé só (ambos os pés, para frente, para trás, em cima de linhas retas, linhas
curvas...), na pré-escola costumo realizar estas atividades utilizando o encosto da
cadeira como apoio.
- Movimentos pendulares do corpo, por exemplo: balançar o corpo de um lado,
do outro, num pé só ir para frente, para trás...
- Passar o peso do corpo de um lado para outro;
- Exercícios de relaxamento;
- Subir e descer escadas;
- Pular amarelinha;
- Marchas;
- Pular corda.
Trabalhar também, o equilíbrio de objetos sobre o corpo, utilizando diferentes
objetos em diferentes partes do corpo, de quebra, trabalha esquema corporal. Realizo
estas brincadeiras de equilíbrio organizando um percurso onde as crianças deverão
percorrer, pode ser até na sala de aula.
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Sugestões de exercícios psicomotores
Engatinhar,
Rolar,
Balançar dar cambalhotas,
Se equilibrar em um só pé, andar para os lados,
Equilibrar e caminhar sobre uma linha no chão e materiais variados (passeios
ao ar livre),
Subir/ descer entre outras.
Pode-se afirmar, então, que a recreação, através de atividades afetivas e
psicomotoras, constitui-se num fator de equilíbrio na vida das pessoas, expresso na
interação entre cognição e corpo, a afetividade e a energia, o indivíduo e o grupo,
promovendo a totalidade do ser humano.
16 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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17 BIBLIOGRAFIA
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FÁVERO, M. T. M. Desenvolvimento psicomotor e aprendizagem da escrita.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual de Maringá, 2004.
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Dificuldades em Leitura e Escrita. 1992. 277 f. Dissertação (Mestrado) – Faculdade
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SISTO, F.; FINI, L.; OLIVEIRA, G.; SOUZA, M.; BRENELLI, R. Matemática e
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