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AVALIAÇÃO DOS FATORES PSICOMOTORES PRAXIA GLOBAL E FINA


SEGUNDO A BATERIA DE VITOR DA FONSECA COM CRIANÇAS EM
IDADE ESCOLAR. Natália Moya Rodrigues Pereira. Laianne Rosan. Sara Raquel
Martins da Silva. Aila Narene Dahwache Criado Rocha. Faculdade de Filosofia e
Ciências- UNESP/ Marília – moya.unesp@gmail.com laianne_rosan@hotmail.com.
s.martinsto@gmail.com. ailato@hotmail.com.

Eixo temático: Educação e Saúde

Resumo: Por meio de seu corpo o indivíduo demonstra o que sente, e as possibilidades
de se expressar através dele no tempo e espaço são necessárias para todas as etapas do
seu desenvolvimento. As habilidades motoras grossas, que envolvem a participação de
todo o corpo e as finas que exigem precisão, são adquiridas por meio da interação dos
sistemas orgânicos com a tarefa e o ambiente e através das atividades psicomotoras
cotidianas essas podem ser desenvolvidas. O estudo teve como objetivo caracterizar o
perfil psicomotor nas tarefas de coordenação motora grossa e fina, de crianças em idade
escolar. Participaram oito crianças matriculadas no quarto e quinto ano do ensino
fundamental. Os dados foram coletados por meio de uma avaliação, a Bateria
Psicomotora (BPM), de Vítor da Fonseca. Após a coleta foi classificado o perfil
psicomotor segundo a terceira unidade de Luria, referente à praxia global e praxia fina,
com pontuação máxima de 8 e mínima de 2 pontos. Analisado o perfil de cada criança
obteve-se a pontuação média de 5,91. Foi possível observar um perfil psicomotor
normal quando analisado a unidade lúria, mas quando observado os subfatores
isoladamente os resultados apontaram para uma leve dificuldade de aprendizagem na
maioria das crianças avaliadas.
Palavras-Chave: Psicomotricidade; Avaliação; Escola; Criança

1 Introdução
Definida como a ciência que estuda o homem através de seu corpo em
movimento, suas relações internas e externas, a psicomotricidade relaciona: o
movimento, o intelecto e o afeto (OLIVEIRA, 2013).
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Segundo Santos et al. (2009) é por meio de seu corpo que o indivíduo
demonstra o que sente, e as possibilidades de se expressar através dele no tempo e
espaço são necessárias para todas as etapas do seu desenvolvimento.
É através das atividades psicomotoras cotidianas e planejadas como: jogos com
bola, corda, desenhos, e outros, que a motricidade é desenvolvida. O trabalho da
educação psicomotora possibilita através de jogos e atividades lúdicas trabalhar a
conscientização do corpo (FERREIRA, 2006; SANTOS, 2009).
Para Le Boulch (1984) o objetivo principal da educação psicomotora é
contribuir para o desenvolvimento psicomotor da criança, da qual depende a evolução
de sua personalidade e o seu sucesso escolar. Ela é uma preparação para a vida das
crianças e deve ser antes de tudo, uma experiência ativa de confrontação com o meio.
O estudo de Rochael (2009) identificou que a estrutura da Educação
Psicomotora é a base fundamental para o processo de aprendizagem da criança.
Segundo Oliveira (1997) ela pode auxiliar a criança a superar suas dificuldades e
prevenir possíveis inadaptações.
Neste sentido o desenvolvimento psicomotor torna-se importante no processo
de alfabetização e essencial na prevenção de problemas da aprendizagem como a má
concentração, confusão no reconhecimento de palavras, confusão com letras e sílabas e
outras dificuldades relacionadas à alfabetização que podem estar relacionados à má
formação das habilidades psicomotoras (BARRETO, 2000; MOLINARI, 2003).
Estudos realizados sobre a relação entre desenvolvimento psicomotor e dificuldades de
aprendizagem, sugerem que a motricidade pode influenciar o desenvolvimento
cognitivo e na aprendizagem, desde que abordada na escola como um meio e não como
um fim (FÁVERO, 2004).
Para Fonseca (1995) a escola deve fazer do corpo um meio total de expressão e
relação, através do qual a cognição se edifica e se manifesta. Acrescenta que as
dificuldades escolares são consequências de uma falta de adaptação psicomotora.
Gallahue (2003) acredita que por meio da interação dos sistemas orgânicos
com a tarefa e o ambiente é que a criança adquire habilidades motoras, tanto as grossas,
que envolvem a participação de todo o corpo, quanto às finas, que requerem precisão
para atingir a meta.
Os movimentos exagerados, imprecisos, irregulares apontam para uma fraca
organização de movimentos complexos, o que para Fonseca (1995), são causa “dos
infindáveis problemas de ajustamento social, de investimento lúdico, de auto-suficiência
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ou de aprendizagem, uma vez que estas situações reclamam um nível do controle


práxico apreciável” (p. 251).
A detecção de disfunções psicomotoras e a análise da sua significação e
possíveis consequências no campo da aprendizagem devem ser estudadas de forma
global e estruturada. A avaliação do desenvolvimento psicomotor pode ser realizada
com base na Bateria Psicomotora (BPM), de Fonseca, um instrumento de observação
psicoeducacional, útil para fins de identificação e confirmação de dificuldades de
aprendizagem psicomotora que permite identificar as áreas fortes (integridade) e fracas
(dificuldades), tendo em vista a própria escala de desenvolvimento (FONSECA, 1995).
Diante das informações descritas, este estudo teve como objetivo caracterizar o
perfil psicomotor nas tarefas de coordenação motora grossa e fina, de crianças em idade
escolar.

2 Método

2.1 Participantes
Participaram do estudo oito crianças em idade escolar de 7 a 11 anos, com média
de 8.5 anos, matriculadas no quarto e quinto ano do ensino fundamental.

2.2 Critério de inclusão


Foram incluídas as crianças que frequentavam a instituição e foram indicadas
pelo pedagogo e psicopedagogo por apresentarem dificuldades de aprendizagem.

2.3 Local
A coleta de dados foi realizada em uma instituição filantrópica situada em uma
cidade do interior do estado de São Paulo, que recebe crianças carentes no contraturno
da escola, a fim de permitir aos pais a possibilidade de trabalhar. Todas as crianças
ficam sob responsabilidade de um pedagogo, além de participarem de atividades
desenvolvidas por educador físico, psicopedagogo, psicólogo, terapeuta ocupacional,
fisioterapeuta, fonoaudiólogo e profissionais voluntários.

2.4 Instrumento
Os dados foram coletados por meio de uma avaliação, a Bateria Psicomotora
(BPM), de Vítor da Fonseca.
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A BPM é um instrumento de avaliação desenvolvido por Vitor da Fonseca e que


se baseia num conjunto de tarefas que permite identificar déficits funcionais ou sua
ausência em termos psicomotores (NAVE, 2010).
A BPM procura captar a personalidade da criança e o grau de integridade dos
sistemas funcionais baseado no modelo cerebral de Luria e não tem a intenção de
substituir exames neurológicos ou psicológicos (FONSECA, 1995).
Segundo Fonseca (1995) a BPM, tem como objetivo analisar qualitativamente a
disfunção ou a integridade psicomotora que caracteriza a aprendizagem da criança.
É composta por 7 fatores psicomotores distribuídos em 3 unidades funcionais de
Luria (FONSECA, 1995) que assim se distribuem: Tonicidade e Equilibração;
Lateralização, Noção do corpo, Estruturação espaço-temporal; Praxia Global e Praxia
Fina.
Cada tarefa realizada é pontuada em uma escala de 1 a 4 pontos, sendo que cada
ponto classifica o desempenho da criança. Divide-se o valor total obtido nos subfatores
pelo número de tarefas que correspondem a cada fator e obtêm-se valores que variam de
um a quatro correspondendo ao perfil psicomotor (NAVE, 2010).

Quadro 1. Escala de pontos dos perfis psicomotores


Escala de Pontuação Perfil
1 Realização imperfeita, incompleta e descoordenada Apráxico
(Fraco)
2 Realização com dificuldades de controle Dispráxico
(Satisfatório)
3 Realização controlada e adequada (Bom) Eupráxico
4 Realização perfeita, econômica, harmoniosa e bem Hiperpráxico
controlada (Excelente)
Fonte: Fonseca (1995, p.20)

Em seguida a pontuação dos sete fatores é somada e obtém-se uma segunda


pontuação que permite classificar a criança quanto ao tipo de perfil psicomotor geral.
A pontuação máxima da prova será de 28 (4x7 fatores) e a mínima será de 7
(1x7 fatores) e a média 14.
O quadro 2 apresenta o perfil psicomotor geral e a intensidade da dificuldade de
aprendizagem.
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Quadro 2 – Perfil psicomotor geral


Pontos da BPM Tipo de perfil psicomotor Dificuldades de aprendizagem

27-28 Superior ---

22-26 Bom ---

14-21 Normal ---

9-13 Dispráxico Ligeiras (específicas)

7-8 Deficitário Significativas (moderadas ou


severas)

Fonte: Fonseca, (1995, p. 128)

O Perfil psicomotor superior e bom é classificado como hiperpráxicos, as


crianças que pontuam esse perfil não revelam dificuldades na aprendizagem, não
apresentam nenhum fator com pontuação inferior a 3.
O perfil psicomotor normal é classificado de eupráxico, geralmente as crianças
com esse perfil apresentam dificuldades de aprendizagem significativas, não sendo uma
regra.
Já a criança que apresenta ligeira dificuldade na aprendizagem apresentando um
ou mais sinais desviantes, identifica-se com o perfil psicomotor dispráxico. Segundo
Fonseca (1995) a emergência do padrão dispráxico, revela que vários fatores se
encontram, em termos psiconeurológicos, hesitantemente integrados e organizados,
suspeitando-se de uma disfunção psiconeurológica dos dados táteis, vestibulares e
proprioceptivos que interferem com a capacidade de planificar ações, daí a sua
repercussão na aprendizagem” (p. 129).
O perfil psicomotor deficitário, classificado de apráxico, refere-se á crianças que
não realizam ou realizam de forma imperfeita e incompleta a maioria das tarefas da
Bateria de Observação Psicomotora, essas crianças apresentam dificuldade na
aprendizagem do tipo moderada ou severa.

2.5 Coleta de dados


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Foram realizados de 2 a 3 encontros para realizar a BPM em cada criança, a


avaliação foi aplicada na própria instituição por fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais
e fonoaudióloga que atendiam os participantes.

2.6 Análise da coleta de dados


No caso do estudo, após a coleta de dados foi classificado o perfil psicomotor
segundo somente a terceira unidade de Luria com pontuação máxima de 8 pontos e
mínima de 2 pontos, sendo realizado regra de três simples para de obter os valores
aproximados para classificação do tipo de perfil psicomotor. Deste modo foi realizada a
seguinte conta: a pontuação máxima da bateria com 28 pontos se equivale a 8 pontos da
terceira unidade de Luria, assim como 27 pontos da BPM equivale a aproximadamente
7,7 pontos da unidade estudada e assim por diante conforme apresentado na tabela a
seguir com a pontuação da unidade e a intensidade da dificuldade de aprendizagem.

Quadro 3 – Perfil psicomotor geral modificado somente para terceira unidade


Pontos da BPM Tipo de perfil psicomotor Dificuldades de aprendizagem

7,1 - 8 Superior ---

6,1 - 7,0 Bom ---

4,0 - 6,0 Normal ---

2,4 - 3,9 Dispráxico Ligeiras (específicas)

2,0 - 2,3 Deficitário Significativas (moderadas ou


severas)

Após a classificação do perfil psicomotor geral, foi realizada análise estatística.

3 Resultados e Discussão
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A amostra avaliada, foi composta por 8 crianças em idade escolar. Verificou-se o


predomínio do sexo feminino 62,50 % na amostra, e uma média de idade 8,62 anos.
Os resultados da avaliação relativos à terceira unidade luria - praxia global e
praxia fina - da BMP foram analisados, individualmente o perfil das crianças e obtida a
pontuação média de 5,91 com desvio padrão de 0,77.
Apresentado nos quadros a seguir, os resumos dos dados obtidos de dois Fatores
Psicomotores da terceira unidade de Luria. Estes são cotados com base na observação
da realização de várias tarefas, sendo a pontuação atribuída de acordo com a média
aritmética.
Segundo os resultados do fator praxia global, a maioria (50%) das crianças se
encaixou no perfil dispráxico e somente uma (12,5%) criança com perfil hiperpráxico
sem revelar dificuldade na aprendizagem, analisando somente o fator praxia global.

Quadro 4. Características das crianças no fator praxia global


Dados demográficos Subfatores
Criança Sexo Idade C.OM. C.MP. Disme D. D. D. M.D. Média Perfil
tria S. I. A. Fator Fator
C1 M 7 1 1 3 1 2 2 2 1,7 2
C2 M 8 4 3 4 1 1 4 2 3,3 3
C3 F 8 4 3 4 4 3 3 3 3,6 4
C4 F 8 3 3 3 4 3 1 3 2,9 3
C5 F 9 1 3 3 3 3 2 3 2,4 2
C6 M 9 1 2 2 4 1 1 2 1,8 2
C7 F 9 3 3 4 4 3 4 4 3,4 3
C8 F 11 1 2 2 4 4 4 4 2,3 2
Legenda: C.OM.:Coordenação óculomanual/ C.MP.:Coordenação óculopedal/
D.S.:Dissociação de membros superiores / D.I.: Dissociação de membros inferiores /
D.A. Dissociação Agilidade/ Média do subfator Dissociação

Segundo os resultados do fator praxia fina, a maioria (75%) das crianças se


encaixou no perfil eupráxico, e somente duas (25%) criança com perfil hiperpráxico.

Quadro 5 Características das crianças no fator praxia fina.

Crianças Sexo Idade C.D.M Tamborilar M. Pontos Cruzes Média Perfil


V.P.
C1 M 7 4 4 3 3 3 3,7 4
8

C2 M 8 3 4 3 3 4 3,3 3
C3 F 8 3 4 3 3 4 3,3 3
C4 F 8 4 3 3 3 4 3,3 3
C5 F 9 1 4 3 3 3 2,7 4
C6 M 9 3 3 3 3 3 3,0 3
C7 F 9 4 4 2 2 3 3,3 3
C8 F 11 4 3 3 3 3 3,3 3
Legenda: C.D.M.: Coordenação Dinâmica Manual / M.V.P. Média do subfator
Velocidade-precisão
Observado no quadro anterior que as tarefas feitas na folha quadriculada para
realizar os pontos e cruzes no tempo de 30 segundos compreendem o subfator de
velocidade e precisão.
O fator praxia fina apresentou resultados melhores que os observados na praxia
global. Analisando ambos os fatores obteve-se o perfil psicomotor normal ou bom,
como mostrado na tabela a seguir. Embora os participantes não tenham demonstrando
dificuldades de aprendizagem segundo os dados, não significa que ela não exista, mas
também há a possibilidade de que as atividades dessa unidade já tenham sido adquiridas
por eles. Visto que cada fator é adquirido em períodos diferentes do desenvolvimento
psicomotor.

Tabela 1: Média da terceira unidade de Lúria

Média da terceira unidade de Luria


6,92 6,75
6,58 6,25
5,33 5,58
5,08
4,75

C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8

Como demonstrado na tabela, metade das crianças avaliadas com média entre
6,25 e 6,92 possuem um perfil psicomotor bom, e a outra metade um perfil psicomotor
com média entre 4,75 a 5,58.
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4 Conclusão
O objetivo deste estudo consistiu em caracterizar o perfil psicomotor nas
tarefas de coordenação motora grossa e fina, de crianças em idade escolar que
frequentam uma instituição, para que se estabeleça um plano de intervenção orientado
nas dificuldades apresentadas no estudo, visto a importância do desenvolvimento
neuropsicomotor para a aprendizagem.
Como resultado do estudo foi observado um perfil psicomotor normal quando
analisado a unidade Luria, e os subfatores isoladamente apontaram para uma leve
dificuldade de aprendizagem na maioria das crianças avaliadas.
Essa avaliação pode favorecer o entendimento do processo de desenvolvimento
psicomotor das crianças, no aspecto motor global e fino, permitindo que os profissionais
tenham parâmetros de normalidade para comparar crianças atípicas e elaborar suas
estratégias.
Foi escolhido para esse estudo apenas a terceira unidade de Luria da BPM,
devido seu longo período de aplicação.

REFERÊNCIAS
BARRETO, S. J. Psicomotricidade, educação e reeducação. 2ª.ed. Blumenau: Livraria
Acadêmica, 2000.

FÁVERO, M. “Desenvolvimento psicomotor e a aprendizagem da escrita”. In:


Seminário de pesquisa do PPE, Universidade Estadual de Maringá, pp. 413-423, 2004.

FERREIRA, M. P. A contribuição da psicomotricidade na educação pré-escolar.


Universidade Cândido Mendes, Rio de Janeiro, 2006.

FONSECA, V. Manual de Observação Psicomotora: significação psiconeurológica dos


fatores psicomotores. Porto Alegre: Artmed, 1995.

FONSECA, V. Manual de Observação Psicomotora. São Paulo: Manole, 1995.

FONSECA, V. Temas de psicomotricidade – 5: o papel da motricidade na aquisição da


linguagem; FMH, Lisboa, 1995.

GALLAHUE, D.L., Ozmun J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês,


crianças, adolescentes e adultos. 2. ed. São Paulo: Phorte; 2003.

LE BOULCH, J. A educação pelo movimento: a psicocinética na idade escolar. Porto


Alegre: Artes Médicas, 1984.
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MOLINARI, A. M. P.; SENS, S. M. A Educação Física e sua Relação com a


Psicomotricidade. Rev. PEC, Curitiba, v.3, n.1, p.85-93, jul. 2003.

NAVE, M. L. J. P. A criança, o meio e o perfil psicomotor, 2003.

OLIVEIRA, A. F, S; SOUZA, J. M. A importância da psicomotricidade no processo de


aprendizagem infantil. Revista Fiar: Revista Núcleo de Pesquisa e Extensão
Ariquemes, v.2, n.1, p.125-146, 2013.

OLIVEIRA, G. C. Psicomotricidade: educação e reeducação num enfoque


psicopedagógico. Petrópolis: Vozes, 1997.

ROCHAEL, L. A Importância da Psicomotricidade no Processo da Aprendizagem.


Maio, 2009.

SANTOS, R. C. F. Psicomotricidade: uma ferramenta norteadora no processo de ensino


aprendizagem de crianças com dislexia. Revista Ciência em Extensão, São Paulo, v.5,
n.2, p.79, 2009.

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