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E-BOOK
Avaliação e prática
psicomotoras
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Lei nº 9610/98 – Lei de Direitos Autorais
AVALIAÇÃO E PRÁTICA PSICOMOTORAS
Profa. Me. Carla Damasceno

PSICOMOTRICIDADE FUNCIONAL – Este método tem como base o perfil


psicomotriz da pessoa, percebido por meio de ações e da qualidade dos movimentos,
integrando-os num tempo e espaço. Tavares (2007) afirma que essa perspectiva se
sustenta em diagnósticos do perfil psicomotriz associado a prescrição de exercícios
para eliminar possíveis descompassos no desenvolvimento da criança.
Os conceitos funcionais são:
 Coordenação: instintiva e ligada ao desenvolvimento físico, se dividindo em
estática e dinâmica.
 Equilíbrio: base de toda a coordenação dinâmica global, sendo estático ou
dinâmico.
 Respiração: passa por duas fases – Ativa (inspiração) e passiva (expiração).
 Esquema Corporal: Noção de corporeidade, equilíbrio entre o corpo e a mente.
 Orientação e Estruturação Espaço-Temporal - Consciência de seu próprio
corpo em um determinado meio ambiente.
Assim, podemos entender este método como o desenvolvimento das
capacidades mentais no autoconhecimento e no controle da própria atividade
corporal. Veja alguns exemplos a seguir:

Figura 1 - Atividades corporais lúdicas

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PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL - Método que explora diversas formas de
comunicação e principalmente a não verbal, para o aprimoramento do
desenvolvimento relacional, psicomotor e afetivo das crianças na relação consigo e
com o outro e no meio, por meio do desenvolvimento de expressões simbólicas. Desta
forma, foca seus esforços para a dimensão afetiva e mesmo na construção da
personalidade do indivíduo.
Aspectos da psicomotridade relacional:
 Potencialidades — valorização dos aspectos positivos e na construção de uma
autoimagem positiva.
 Comunicação não verbal — Melhoria da linguagem corporal.
 Trabalho em grupo — Fortalecimento das relações sociais por meio das
vivências com seus pares.
 Jogo espontâneo — Favorecer o desenvolvimento motor e afetivo da criança,
como também possibilitar uma vivência corporal consigo mesma, com o outro
e com os objetos ao seu entorno.
 Materiais — Uso de materiais que permitam que a pessoa se expresse através
deles pelo jogo espontâneo.
Por fim, este método é realizado por meio do brincar e funciona como uma
terapia no desenvolvimento do indivíduo.

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Figura 2 - Brincadeiras infantis e psicomotricidade relacional

PRÁTICAS E RECURSOS TERAPÊUTICOS COM PSICOMOTRICIDADE


A psicomotricidade é uma ciência que prioriza o desenvolvimento de
competências emocionais, cognitivas e motoras nos diversos ciclos da vida do sujeito
e assim, será organizada, estruturada e estimulada de modo que todas estas
habilidades sejam solidificadas e se tornem aprendizagem.
Desta maneira, o terapeuta busca as ações e atividades corretas e adequadas
para cada ciclo do desenvolvimento humano, de crianças até idosos, como também
sua atuação pode ser direcionada para diversos segmentos e setores, como por
exemplo, clínica, escola, empresas, entre outros.
Se pensarmos no âmbito educacional, a psicomotricidade trabalha, estimula e
organiza o processo de aprendizagem dos alunos, justamente porque muitas
dificuldades apresentadas nesse processo são de cunho psicomotor e associado a
um mal desenvolvimento, como por exemplo, dificuldades de aprendizagem
associadas a leitura e escrita, matemática, concentração, lateralidade, funções
cognitivas, socialização, entre outros e tudo isso se deve justamente ao fato de o
movimento ser um elemento importante na construção da identidade.
Atualmente é crescente o conceito de Acompanhamento Terapêutico (AT) nas
escolas, principalmente por se tratar de um atendimento realizado fora do setting

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terapêutico tradicional e que tem como objetivo trabalhar exclusivamente as
necessidades do indivíduo e passa a ser um apoio fundamental ao aluno, auxiliando
nos mais variados estímulos.
Abaixo, temos algumas técnicas de psicomotricidade para serem trabalhas na
escola:
 Gincanas;
 Exercícios com bolas;
 Atividades táteis;
 Pintura de corpo, encher e esvaziar recipientes;
 Desenhar;
 Pintar;
 Atividade de colagem;
 Recorte;
 Dança, entre outros.
Sobre isso, Duarte (2008) observa que

nesse sentido, sua atuação visa ajudar o “aluno” a criar uma rotina, para que
isso ajude na sua dificuldade de realizar e/ou organizar as atividades
escolares, assim, ao mesmo tempo, o AT Escolar irá estimulando a
criatividade do aluno, sua autoestima, autoconfiança, imaginação e
potencialidades, com o objetivo de desmistificar possíveis crenças de
incapacidades.

Deste modo, o trabalho do terapeuta ocupacional na área educacional tem se


ampliado significativamente.

AVALIAÇÃO PSICOMOTORA
Na prática da terapia ocupacional algo que faz parte do dia a dia deste
profissional é a avaliação, visto que por meio dela é possível fazer uma análise
detalhada das funções psicomotoras de uma pessoa, como também é uma excelente
ferramenta no auxílio para identificar possíveis dificuldades, pois, é sabido que neste
campo do saber, intervenções precoces são extremamente valiosas para o
desenvolvimento adequado da criança. Assim, a avaliação psicomotora auxilia na
identificação de prejuízos a partir da consciência do próprio corpo, ou seja, o esquema
corporal.
Os principais aspectos observáveis na avaliação psicomotora são:

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 Concentração;
 Postura;
 Tonicidade;
 Equilíbrio;
 Lateralidade;
 Esquema e imagem corporal;
 Praxia;
 Estruturação Espaço-corporal.
Abaixo, temos os modelos mais utilizados como referência para fazer algumas
avaliações:

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Figura 3 - Ficha de avaliação psicomotora

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Figura 4 - Ficha de avaliação psicomotora

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Figura 5 - Anamnese de psicomotricidade

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Por fim, podemos observar que existem variações de modelos de avaliação e
neste caso, o próprio profissional pode organizar a anamnese da maneira que julgar
mais eficaz na sua rotina de trabalho, o importante é sempre priorizar o esquema
corporal do sujeito a ser analisado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade curricular, foi possível aprofundar o conhecimento acerca dos
aspectos da terapia ocupacional voltada para a psicomotricidade e avaliação, como
também conceber a terapia sob a ótica da educação e suas possíveis intervenções.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOMOTRICIDADE (ABP). O que é
Psicomotricidade.

COSTA, A. C. Psicopedagogia & Psicomotricidade: Pontos de interseção nas


dificuldades de aprendizagem. 2ª ed. Petrópolis: Vozes, 2002.

DUARTE, A. P. A inserção do AT na vida escolar.

FONSECA, V. Manual de Observação psicomotora: Significação psiconeurológica


dos fatores psicomotores. Porto Alegre: Artes Médicas. 1995.

SIMEÃO, Débora Lima de Oliveira. Os efeitos do programa de intervenção da


psicomotricidade relacional com a criança autista na construção das
interações sociais. 2016. 50f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Centro
de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2016.

SILVA, Samara Lilian Zulian Ruas da; OLIVEIRA, Maria Carolina Camargo de;
CIASCA, Sylvia Maria. Desempenho percepto-motor, psicomotor e intelectual de
escolares com queixa de dificuldade de aprendizagem. Revista Psicopedagogia,
São Paulo, v. 34, n. 103, p. 33-44, set. 2017.

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