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CRITÉRIOS QUE DEVEM SER AVALIADOS NAS SUSPEITAS

DE DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

A deficiência intelectual caracteriza-se pelo surgimento de atrasos no


percurso do desenvolvimento humano (antes dos 18 anos) gerando as seguintes
dificuldades:

1- motoras

2- menor capacidade para entender a lógica de funcionamento da língua.

3- entraves na comunicação ( verbal e não verbal)

4- autonomia e auto-cuidados

5- concentração, memória, dificuldades em interpretar conteúdos


abstratos,

6- inadequação nas relações interpessoais ou sociais

7- dificuldades em resolução de problemas

Quando as queixa inicias (observações primárias) ocorrerem na escola


e conduzirem para essas dificuldades é importante que seja feita uma
sondagem de cunho pedagógico para que a hipótese de deficiência intelectual
seja fundamentada.

É importante ressaltar que o diagnóstico conclusivo, desta e de qualquer


outra deficiência, síndrome ou transtorno deve ser feita por uma equipe
multiprofissional formada por médico, (neuro) psicólogo, fonoaudiólogo e
psicopedagogo.

Existem vários testes e procedimentos de avaliação para detecção da


deficiência intelectual, porém esses teste são restritos aos (neuro) psicólogos e
aos médicos neurologistas. Então, como fazer para que as queixas iniciais
deixem de ser achimos e se tornem elementos de fundamentação para as
primeiras providencias de intervenção escolar e para o encaminhamento do
aluno para a avaliação multidisciplinar.
Um ponto importante de ser lembrado é a não obrigatoriedade do laudo
médico para o início do atendimento educacional especializado da criança que
está em “estudo de caso”.

Para realizar o AEE, cabe ao professor que atua nesta área, elaborar o
Plano de Atendimento Educacional Especializado – Plano de AEE,
documento comprobatório de que a escola, institucionalmente, reconhece
a matricula do estudante público alvo da educação especial e assegura o
atendimento de suas especificidades educacionais. Neste liame não se
pode considerar imprescindível a apresentação de laudo médico
(diagnóstico clínico) por parte do aluno com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento ou altas habilidades/superdotação, uma vez
que o AEE caracteriza-se por atendimento pedagógico e não clínico.
Durante o estudo de caso, primeira etapa da elaboração do Plano de AEE,
se for necessário, o professor do AEE, poderá articular-se com
profissionais da área da saúde, tornando-se o laudo médico, neste caso,
um documento anexo ao Plano de AEE. Por isso, não se trata de
documento obrigatório, mas, complementar, quando a escola julgar
necessário. O importante é que o direito das pessoas com deficiência à
educação não poderá ser cerceado pela exigência de laudo médico. A
exigência de diagnóstico clínico dos estudantes com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento, altas habilidades/superdotação,
para declará-lo, no Censo Escolar, público alvo da educação especial e,
por conseguinte, garantir-lhes o atendimento de suas especificidades
educacionais, denotaria imposição de barreiras ao seu acesso aos
sistemas de ensino, configurando-se em discriminação e cerceamento de
direito. Nota Técnica 04/2014 do MEC/SECADI/DPEE ( grifo nosso)

A partir da queixa inicial vamos iniciar um estudo de caso, o ponto de


partida pode ser uma sondagem para verificarmos o nível cognitivo, linguístico,
raciocínio lógico e aspectos pessoais/afetivos do aluno.

O que deve ser observado na sondagem:

FUNÇÃO COGNITIVA

 Percepção visual
 Percepção auditiva
 Percepção tátil
 Percepção sinestésica
 Percepção espacial e temporal

SELEÇÃO E MANUTENÇÃO NO FOCO

 Concentração
 Memória
LINGUAGEM

 Compreensão da língua oral (espontânea)


 Escrita
 Vocabulário
 Leitura
 Desenvolvimento psicomotor da escrita
 etapas, níveis ou fases da escrita:

RACIOCÍNIO LÓGICO

 Compreensão de relações de igualdade e diferença


 Reconhecimento de absurdos e capacidade de conclusões lógicas
 Compreensão de enunciados
 Resolução de problemas cotidianos
 Resolução de situações problema
 Compreensão do mundo que o cerca
 Cálculo

FUNÇÃO PESSOAL

 Estado emocional
 Reação à frustração
 Isolamento
 Medos
 Interação grupal
 Cooperação
 Afetividade

Conforme as queixas iniciais vão tomando espaço para as possibilidade


mais concretas é preciso reorganizar o conteúdo com relação às formas de
apresentação, flexibilizar o tempo para a realização das atividades e usar
estratégias diversificadas, materiais estruturados, adaptações e avaliação
adequada.
ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÕES

1- Espaços organizados, rotinas;

2- materiais estruturados (atividades claras );

3- Trabalho de desenvolvimento de habilidades (atenção e memória);

4- É importante que seja utilizado estratégias que mantenha o aluno


atento e envolvido no processo de ensino e aprendizagem;

5- Associação dos temas a realidade vivida pelo aluno.


(contextualização);

6- adequação idade cronológica/atividades ( cuidado com a


infantilização);

7- mantenha uma mesma sequência mas aumente a dificuldade;

8- relacione o que é falado com o escrito (consciência fonológica)

9- utilize ilustrações e fichas com imagens ( uso social da linguagem )

10- crie histórias sociais.

REFERENCIA BIBLIOGRAFICA

https://novaescola.org.br/conteudo/271/o-que-e-deficiencia-intelectual, acesso em
13/03/2019.

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