O documento descreve a história de Ruben, um menino de 6 anos diagnosticado com hiperatividade. Ruben tinha dificuldades de comportamento na escola e em casa, interrompendo as aulas, brincadeiras e tarefas. Após uma avaliação, um psiquiatra explica aos pais que Ruben é hiperativo e recomenda tratamento com um psicólogo e medicação. Com esses apoios, Ruben começa a melhorar seu comportamento.
O documento descreve a história de Ruben, um menino de 6 anos diagnosticado com hiperatividade. Ruben tinha dificuldades de comportamento na escola e em casa, interrompendo as aulas, brincadeiras e tarefas. Após uma avaliação, um psiquiatra explica aos pais que Ruben é hiperativo e recomenda tratamento com um psicólogo e medicação. Com esses apoios, Ruben começa a melhorar seu comportamento.
O documento descreve a história de Ruben, um menino de 6 anos diagnosticado com hiperatividade. Ruben tinha dificuldades de comportamento na escola e em casa, interrompendo as aulas, brincadeiras e tarefas. Após uma avaliação, um psiquiatra explica aos pais que Ruben é hiperativo e recomenda tratamento com um psicólogo e medicação. Com esses apoios, Ruben começa a melhorar seu comportamento.
Comportamento cujas causas ainda não são totalmente conhecidas.
As explicações que se dão neste livro devem ser
consideradas como uma forma simples de apresentar a perturbação às crianças.
Para conhecer mais detalhes sobre este tema deve
consultar um psicólogo.
Traduzido e adaptado por: Carla Pinhal (Psicóloga)
Julho de 2010 3
Ruben é um menino de 6 anos que vivia numa
grande cidade com os seus pais e dois irmãos mais velhos.
Embora tenha iniciado a pré-escola aos 3 anos, este
percurso era um problema para ele. 4
Diariamente a sua professora ralhava com ele
diversas vezes e já tinha chamado os seus pais para se queixar do seu comportamento no colégio. 5
De acordo com a sua professora, Ruben era um
menino muito inquieto. Perturbava frequentemente os seus colegas: empurrava-os quando entrava e saiam da sala de aulas, tirava-lhes os materiais e não os deixava fazer os trabalhos da escola.
Além disso, levantava-se e andava de um lado para o
outro sem haver necessidade de o fazer. 6
O que deixava a professora mais triste era o facto de
o Ruben não prestar atenção a nada do que ela dizia.
Quando explicava algo aos meninos, o Ruben olhava
para outro sítio ou distraia-se com os seus lápis de cor. 7
Quando a professora lhe pedia para fazer alguma
tarefa, Ruben iniciava-a com muito interesse, mas, passado pouco tempo, levantava-se do seu sítio e deixava o que estava a fazer sem o ter terminado.
Várias vezes, o que fazia era diferente do que a
professora lhe tinha pedido para fazer. 8
Quando os seus pais foram falar com a professora
explicaram-lhe que, em casa, o Ruben também era um menino difícil. Quando estava a comer mexia-se constantemente na cadeira, levantava-se por qualquer motivo, brincava com o guardanapo e com a comida, interrompia os pais enquanto estes falavam e, quase todos os dias, entornava a comida ou o copo de água. 9
Os seus irmãos também se chateavam com ele. O
Ruben interrompe os seus jogos e fazia barulho quando eles tentavam fazer as tarefas escolares/trabalhos de casa. Na sua casa nada estava tranquilo até que o Ruben fosse para a cama e adormecesse. 10
Frequentemente, o Ruben dizia mentiras e partia
objectos. Quando os seus pais falavam com ele, o Ruben prometia que iria portar-se bem, que não iria chatear os colegas da escola e que tomaria atenção a tudo o que a professora dissesse. 11
Sem excepção, todos os dias se repetia a mesma
história. Ou se pegava com alguns dos seus colegas na escola ou então com os irmãos em casa. Na realidade, Ruben era um menino que não tinha amigos. Ninguém queria estar com ele: não cumpria as regras dos jogos e muitas vezes chateava-se e gritava. 12
Quando a professora escutou todas as queixas dos
seus pais, pensou que talvez este comportamento não fosse culpa do Ruben. Ele poderia ter algo que o impedia de portar-se como os outros meninos e precisava de ajuda. Assim, aconselhou os pais do Ruben a consultar o Pediatra e um Psicólogo. 13
A primeira coisa que os pais do Ruben fizeram foi
visitar o Pediatra, que os remeteu para um Psiquiatra. Quando o Psiquiatra ouviu os pais do Ruben pensou que era necessário fazer um estudo mais profundo do caso. 14
Durante as semanas seguintes, Ruben falou com o
Psiquiatra, contou-lhe tudo o que se passava e que ele não queria portar-se mal, mas que havia alguma coisa que o “obrigava” a portar-se assim. Por exemplo, ele queria estar quieto na sua cadeira, mas passado pouco tempo sentia necessidade de se levantar. 15
O Psiquiatra também falou com os pais do Ruben,
perguntou-lhes várias coisas sobre ele: como decorreu a gravidez e o parto desta criança, se teve doenças graves na infância, se sempre havia sido um menino inquieto, entre outras coisas. 16
Finalmente, o Psiquiatra decidiu que já sabia o que
se passava: Ruben era um menino Hiperactivo. Hiperactividade – explicou aos pais – quer dizer que o cérebro do menino trabalha muito mais depressa do que o normal. Por isso, o Ruben mexe-se muito, não pára de falar, está inquieto e sem parar nem por um momento. 17
Ao princípio, os pais do Ruben assustaram-se ao
escutar isto, mas rapidamente o Psiquiatra os tranquilizou. Indicou-lhes que a Hiperactividade é uma perturbação de comportamento mas não é grave. Requer compreensão por parte de todos. Com o tempo, o Ruben irá comportar-se como todos os outros meninos, mas tanto os pais como o Ruben necessitavam de uma ajuda extra. 18
O Psiquiatra explicou ao Ruben que o cérebro é
como o motor de um carro: quando se acelera vai muito depressa. Cada pessoa tem um cérebro diferente. Algumas crianças têm um cérebro que funciona de forma mais lenta que o normal e outros que têm um cérebro que funciona de forma mais rápida. Aos meninos cujo cérebro funciona de forma mais rápida chamamos Hiperactivos. 19
Os meninos hiperactivos têm que estar sempre
ocupados, não podem estar quietos muito tempo. Também acontece que quando estão muito tempo a fazer a mesma coisa, o seu cérebro “exige mudar de tarefa” e, por isso, deixam a tarefa antes de a terem terminado. 20
Sendo assim, se não ensinarmos o cérebro a
funcionar mais devagar, as consequências para o menino hiperactivo são muito desagradáveis: não consegue aprender coisas importantes na escola e os professores ficam tristes com eles. Se não trata com respeito os seus colegas, nunca terá amigos e ficará sempre sozinho. 21
O Psiquiatra explicou aos pais do Ruben que existiam
uns comprimidos que o menino poderia tomar durante vários meses e que poderiam ajudá-lo a melhorar, a prestar mais atenção ao que o rodeia e a mexer-se menos. 22
Assim, a melhor solução para os seus problemas
seria consultar um Psicólogo. Os Psicólogos explicam aos pais, professores e outros familiares das crianças hiperactivas, métodos eficazes para tratar os seus problemas de comportamento em casa e na escola. 23
Além disso, o Psicólogo poderá ensinar ao Ruben,
técnicas para melhorar a sua capacidade de atenção e para resolver os seus conflitos com os colegas da escola. Deste modo, o Ruben irá, pouco a pouco, controlando a sua hiperactividade e dando-se melhor com todos à sua volta. 24
Seguindo os conselhos do Psiquiatra, os pais do
Ruben deram-lhe todos os dias um comprimido “anti- hiperactividade”, antes de ir para a escola. Também procuraram um Psicólogo que, dois dias por semana, ensinava ao Ruben técnicas para controlar a sua impulsividade e a prestar mais atenção ao que o rodeia. 25
Agora o Ruben está mais tranquilo, os seus colegas
já gostam de brincar com ele. A professora nomeou-o “Ajudante da Sala” e, de vez em quando, manda-o fazer recados para que o Ruben possa mover-se um pouco pela sala ou pela escola. 26
Em casa, aprendeu a respeitar os seus pais e irmãos;
pede permissão para mudar o canal da televisão, não se irrita se algum dos seus irmãos não pode brincar com ele… Devido à melhoria do seu comportamento, os seus pais prometeram-lhe que no Verão o levariam a um grande parque de diversões. 27
Antigamente o Ruben era um menino agressivo e
mal-humorado que ninguém queria ter por perto. Agora, todos se dão bem com ele. Fez muitos amigos e já não diz mentiras nem se irrita por nada. 28
Todos compreendem que o Ruben é um menino
diferente e que devido à velocidade com que trabalha o seu cérebro, às vezes tem que mexer-se um pouco e mudar de actividade.