Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Tabela 1
Apresenta os marcos que são avaliados em cada um dos 3 níveis. A cores diferentes mostram
as habilidades avaliadas em cada nível.
17
Tabela 2
Apresenta as 24 barreiras de aprendizagem do VB-MAPP
Barreiras de Aprendizagem
O VB-MAPP tem sido uma material amplamente usado e citado na literatura como
uma ferramenta útil de avaliação comportamental e utilizado para determinar o repertório
inicial dos participantes em inúmeros trabalhos de campo e pesquisas (e. g ., Lorah, Gilroy, &
Hineline, 2014; Loughrey, Betz, Majdalany, & Nicholson, 2014; Kobari-Wright, & Miguel,
2014; Koehler-Platten, Cloud, Schulze, Bertone, & Matters, 2013; Marchese, Carr, LeBlanc,
Rosati, & Conroy, 2012; Somers, Sidener, DeBar, & Sidener, 2014). Por outro lado, alguns
autores criticam a ausência de medidas psicométricas e apontam uma fragilidade na eficácia
do material (Dixon, Belisle, Stanley, Rowsey, Daar, & Szekely, 2015; Dixon, Tarbox,
Najdowski, Wilke, & Granpeesheh, 2011; Gould, Dixon, Najdowski, Smith, & Tarbox, 2011)
Koehler-Platten, Grow, Schulze e Bertone (2013) avaliaram o efeito de um esquema
de reforçamento sobre a variabilidade vocal em três crianças autistas. O experimentador
conduziu a avaliação do Nível 1 do VB- MAPP referente a sub seção do comportamento
vocal espontâneo e o subteste de habilidades precoces de ecoar, antes e depois da intervenção,
para mensurar o repertório vocal das crianças.
18
Já em Marchese, Carr, LeBlanc, Rosati e Conroy (2012), estudo cujo objetivo foi
comparar a taxa de aquisição do ensino de tato para quatro crianças autistas, o repertório de
tatos presente antes do estudo foi avaliado com o uso do VB-MAPP.
Somers, Sidener, DeBar e Sidener (2014) criaram um procedimento para ensinar dois
meninos autistas a pedir por informações (emitir mandos) sobre a localização de itens (e.g.,
onde está a bola?). Para participar do estudo as crianças tinham que ter um repertório inicial
de vinte mandos diferentes usando a forma “Eu quero...”. A verificação do repertório das
crianças foi feita com o uso do VB MAPP.
Ainda nessa linha, Causin, Carbone e Sweeney-Kerwin (2013) desenvolveram um
estudo cujo objetivo foi ensinar três meninos com limitado repertório de responder de ouvinte
a selecionar figuras de um conjunto e entregá- las na ordem em que foram solicitadas pelo
instrutor. Antes do estudo as crianças tiveram o repertório de mando, tato, ouvinte e
intraverbal avaliados com o uso do VB MAPP.
Além de pesquisas, o VB-MAPP pode ser usado em uma variedade de ambientes
educacionais para estabelecer metas de aquisição de linguagem e objetivos acadêmicos
(Petursdottir & Carr, 2011), porém, deve ser administrado por profissionais capacitados e
treinados. Sundberg (2008) destaca que a avaliação deve ser realizada por pessoas com
conhecimento de análise do comportamento, bem como, de comportamento verbal. Embora,
a testagem de algumas áreas (brincadeira independente, social, habilidades e rotinas de
grupo) possa contar com a ajuda de pais ou professores, muitas das tarefas verificadas
exigem um profissional experiente, conhecedor da área e com experiência prática de
atendimento. Ainda segundo o autor é crucial que os profissionais sejam capazes de
distinguir entre variáveis motivacionais que controlam a emissão de mando e SDs que
controlam outras habilidades linguísticas Por exemplo, SDs não verbais (que controlam tatos)
e SDs verbais (que controlam intraverbal, textual, ecóico). A Tabela 3 fornece exemplos de
operantes verbais em que a topografia da resposta falada "carro" é a mesma, mas o operante
verbal é diferente. Ela ilustra a distinção entre mando, tato e intraverbal e mostra que a
mesma palavra (topografia da resposta) pode ser controlada por diversas variáveis
antecedentes e consequentes.
19
Tabela 3
Exemplo de operantes verbais que tem a mesma topografia, porém, variáveis antecedentes
e consequências diferentes.
Conhecer a distinção entre os operantes verbais permite que o profissional seja capaz
de avaliar em qual contexto a criança emite a palavra carro para posterior programação do
ensino necessário. Em outras palavras, é um erro pressupor que se a criança é capaz de tatear
— por exemplo, “Peixonauta” quando ela vê o personagem Peixonauta — ela também é
capaz de emitir o mando para o desenho do Peixonauta quando o vê na televisão e as
variáveis motivacionais estão presentes ou ainda, que é capaz de responder de forma
intraverbal a pergunta, “quem veste uma roupa espacial e é um peixe?”, se o Peixonauta não
estiver visualmente presente. Enquanto a resposta “Peixonauta” é topograficamente a mesma
nos três exemplos, os três repertórios são comportamentos funcionalmente distintos
(Sundberg, 2008 ; Gamba, Goyos, & Petursdottir, 2015).
Embora o VB-MAPP forneça instruções sobre como implementar a Avaliação de
Marcos, o estudo de Barnes, Mellor e Rehfeldt (2014) criou diversos critérios para avaliar e
ensinar a sua implementação correta. Os autores fizeram uso de um pacote de ensino
comportamental (Behavioral Skills Training – BST) para ensinar a administração do VB-
MAPP a dois estudantes universitários, já com formação em análise do comportamento,
porém, sem experiência na aplicação do material. O desempenho de cada um na Avaliação de
Marcos para os Níveis 1 e 2 foi registrado antes do pacote de ensino ter sido implementado e
depois. O treinamento foi composto por 05 itens: instrução, modelagem, ensaio, feedback e
ensino corretivo quando necessário. A variável dependente foi o percentual de pontos ganhos
em uma lista de habilidades definidas pelos autores como essenciais para a implementação dos
Níveis 1 e 2 e a variável independente o pacote de ensino. Os resultados indicaram um
desempenho dos participantes superior a 90 % após terem sido submetidos ao BST.
20
O BST tem sido descrito na literatura como um método utilizado para ensinar uma
ampla variedade de habilidades para pessoas com deficiências no desenvolvimento e também
ensinar equipes, estudantes e familiares de pessoas com algum tipo de transtorno (Barnes,
Mellor, & Rehfeldt, 2014; Buck, 2014; Lafasakis & Sturmey, 2007; Rosales, Stone, &
Rehfeldt, 2009). Trata-se de um pacote de ensino composto por uma combinação de
instruções, de modelagem, ensaio, elogios e feedback corretivo que, quando utilizados
conjuntamente, criam um técnica de ensino eficaz (Ward-Horner & Strumey, 2012).
Parte dos estudos que utilizam o BST como método de ensino, programam testes de
generalização e mantençao das novos comportamentos aprendidos (e.g., Miles &Wilder,
2009; Perdomo, 2014; Sawyer, Crosland, Miltenberger, & Rone, 2015). A generalização é
responsável por aprendizagens complexas e múltiplas, e a sua ocorrência é fundamental para
que o indivíduo reconheça contextos, ou aspectos do contexto, que apresentam uma certa
semelhança. Além disso, a exposição sistemática a novas contingências de ensino colabora
para os comportamentos sejam fortalecidos e possam ocorrer sob controles diferentes
(Sundberg, 2016).
O componente de instrução do BST é, em geral, escrito ou verbal. Entrega de material
para leitura e aulas expositivas são frequentes nessa etapa. No componente modelação, a
habilidade alvo deve ser demonstrada, por exemplo, por meio de vídeos. Na fase de ensaio, o
aprendiz tem a oportunidade de praticar as habilidades que estão sendo ensinadas e na fase de
feedback, ser reforçadopor atingir o alvo traçado, ou corrigido e ensinado novamente..
Rosales, Stone e Rehfeldt (2009) demonstraram a eficácia do uso do BST ao ensinar
três alunos de graduação a implementar o Picture Exchange Communication System (PECS).
O pacote BST consistiu de instrução verbal e escrita, um teste, simulações de vídeo,
modelagem e feedback corretivo. Após o treinamento, todos os três participantes
implementaram com sucesso as fases 1 a 3 do PECS com outro colega e posteriormente com
um aluno com deficiência de desenvolvimento.
Resultados similares foram descritos por Lafasakis e Sturmey (2007) que utilizaram o
BST para capacitar pais de crianças autistas no ensino de novos comportamentos aos filhos.
Os pais foram treinados no procedimento de ensino por tentativas discretas e tiveram a tarefa
de ensianar imitação motora às crianças. Participaram do estudo três duplas de pais e seus
respectivos filhos. Os resultados mostraram que as crianças aprenderam imitação motora e os
pais aprenderam a ensinar por tentativas discretas com o pacote BST
Sondas de generalizaçao foram programadas no estudo de Miles e Wilder (2009). Os
autores testaram a eficácia de um pacote BST para ensinar três cuidadores de crianças com
21
problemas de obediência (não attender pedidos, não seguir regras e combinados) a
implementar corretamente um conjunto de técnicas que pudesse fazê-los ensinar às crianças
como responder de forma cooperativa em tarefas diárias. Os resultados mostraram, por meio
de sondas de generalização, programadas para quatro semanas após o término do estudo, que
o pacote de treinamento melhorou a obediência em duas das crianças. Discutiu-se a
importância de mais tempo de treinamento e correção para um dos cuidadores. As sondas
ocorreram em locais diferentes de onde o treino foi inicialmente realizado (parques ao ar livre,
parque da escola).
22