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VB-MAPP
Aída Brito
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emparelhamento, brincar independente, comportamento e brincar social,
imitação motora, ecoico e comportamento verbal espontâneo. No segundo
nível, de 18 a 30 meses, são avaliadas algumas das áreas citadas no primeiro
nível, exceto o comportamento verbal espontâneo. Além disso, são acrescidas
as áreas referentes ao comportamento de ouvinte por função, característica e
classe, intraverbal, linguística, rotina de sala/comportamento em grupo. Por fim,
no terceiro nível, de 30 a 48 meses, são acrescentadas as áreas de leitura,
escrita e matemática e excluídas as de imitação e ecoico.
O segundo componente do VB-MAPP é referente a Avaliação de
Barreiras (VB-MAPP Barriers Assessment), a qual irá avaliar 24 barreiras
que podem interferir no processo de aprendizagem de crianças com atrasos no
desenvolvimento (MARTONE, 2017; RIBEIRO, SELLA, SOUZA, 2018;
BANKSTON, 2020). Conforme mencionam Ribeiro, Sella e Souza (2018,
p.132), as barreiras são referentes a:
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- Plano de Ensino Individualizado, estabelecendo prioridades para a
intervenção. Portanto, a avaliação será composta por um resultado geral do
primeiro e segundo componente do VB-MAPP, ou seja, a Avaliação de Marcos
e a Avaliação de barreiras, assim como:
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nível de avaliação do protocolo não devem ser considerados como um “corte”,
ou seja, uma restrição a determinadas faixas etárias a serem avaliadas com o
VB-MAPP, entretanto, o que deve ser levado em consideração na escolha do
protocolo é o repertório do sujeito que será avaliado.
Enquanto considerações finais, podemos avaliar o quanto o VB-MAPP é
um instrumento importante, visto que se trata de uma ferramenta acessível à
população brasileira, a qual fornece uma linha de base da entrada do repertório
da criança, além de fornecer um guia de habilidades. Ademais, tal protocolo
possui uma forma de preenchimento didática e que facilita a visualização das
habilidades que devem ser trabalhadas, o que, consequentemente, permite
compreender a partir de onde a intervenção vai começar, possibilitando,
também, na análise das barreiras que afetam o aprendizado, permitindo ao
analista avaliar funcionalmente como pode modificar isso e pensar nas
melhores estratégias de ensino, quais os melhores ambientes educacionais,
entre outros.
VB-MAPP
O protocolo de avaliação Verbal Behavior Milestones Assessment and
Placement Program - VB-MAPP (Avaliação de Marcos do Comportamento
Verbal e Programa de Nivelamento), como já dito em aulas passadas, é
estruturado em três níveis de desenvolvimento (0-18 meses, 18-30 meses e
30-48 meses), os quais contam com a avaliação de 170 marcos de
aprendizagem e linguagem, separados por habilidades e distribuídos dentre os
níveis citados. Abaixo serão citados os marcos, seus objetivos e suas
respectivas definições, a fim de que os avaliadores compreendam cada um dos
operantes verbais, os quais são observados durante a avaliação com o VB-
MAPP.
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quais, nada mais são, do que todo e qualquer comportamento que provoca
alteração no ambiente e, consequentemente, também sofrerá consequências.
Ou seja, à medida que ele altera, terá como resultado a sua própria alteração.
Do mesmo modo, pode ser definido o comportamento verbal, o qual
apresenta enquanto diferença básica entre os comportamentos verbais e os
não-verbais, o fato de que:
Mando
O mando é caracterizado enquanto um operante verbal em que o sujeito
solicita, exige, menciona ou propõe algo, podendo ser relacionado a algum
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objeto ou até mesmo para parar ou continuar algum comportamento. Os
mandos são emitidos através do comportamento vocal e, também, através do
motor, onde serão instalados em situações as quais o sujeito estará sob
privação de um estímulo reforçador ou na presença de algo aversivo
(BARROS, 2003; MARTONE, 2018).
Os mandos estão muito ligados às operações motivadoras da pessoa,
ou seja, serão elas que irão estabelecer a condição para o pedido, o qual terá
uma consequência reforçadora - proveniente de um ouvinte, que reduzirá a
privação, a qual gerou a motivação inicial. Como exemplo, podemos pensar no
caso de Maria, apresentado anteriormente. Para saciar a sua fome, Maria
pediu um lanche à sua amiga, ou seja, houve a emissão de um mando - o
pedido por um lanche. A fome (operação motivadora), estabeleceu a condição
para que Maria realizasse o pedido (mando) e, como consequência, sua fome
foi saciada (consequência reforçadora).
Do mesmo modo, podem ser considerados mandos os gestos de
apontar para algo que deseja, os gestos com os dedos quando deseja que
alguém se aproxime, as mensagens enviadas por texto, bem como a
vocalização de um pedido: “quero água”, “me dá um casaco, por favor”, “você
poderia parar com isso?”, “você poderia se afastar um pouco?”, entre outros.
À vista disso, tal operante verbal é considerado fundamental no
desenvolvimento humano, visto que contribuirá para as primeiras interações
verbais no cotidiano da criança, assim como, por toda a sua vida. Além disso,
conforme afirma Martone (2018, p.40) “aprender um repertório de mandos
permite que a criança controle, não apenas o recebimento de alguns itens
reforçadores, mas também estabeleça os papéis de falante e ouvinte,
essenciais para o desenvolvimento verbal posterior”. À medida que o sujeito vai
se desenvolvendo e os mandos vão se tornando mais complexos, estes irão
contribuir fortemente no desenvolvimento social do sujeito.
Tato
O tato é caracterizado enquanto um operante verbal no qual se tem SDs
não verbais, ou seja, elementos que o sujeito terá contato através dos seus
órgãos dos sentidos (objetos, situações, sentimentos, sentidos etc.), o qual ele
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irá nomear ou descrever. Tal operante verbal é mantido a partir das
consequências sociais, quando existe compatibilidade do estímulo
discriminativo com a resposta emitida pelo sujeito.
Portanto, estes são alguns exemplos de tato: “Maria é minha amiga”; “A
cor dos olhos de Maria são marrons”; “Hoje estou me sentindo um pouco
irritada”; “O cachorro da vizinha acabou de latir”.
Intraverbal
O intraverbal é caracterizado enquanto um operante verbal no qual
possibilitará à criança a capacidade de completar uma sequência, bem como
responder com palavras aquilo que lhe foi perguntado, como em situações de:
dar continuidade em uma música, contar uma história, responder a perguntas
sobre o dia a dia ou outro tema, conversar, entre outros. Conforme menciona
Martone (2018, p.44), “o intraverbal ocorre quando um estímulo discriminativo
verbal evoca uma resposta verbal que não apresenta correspondência ponto a
ponto com o estímulo verbal”, ou seja, “o estímulo verbal e a resposta verbal
são diferentes”.
Dessa maneira, o intraverbal é um operante que facilita a aquisição de
outros comportamentos não verbais, além de tornar o sujeito preparado para
habilidades mais complexas, como os de conversação. Tendo como base o
desenvolvimento típico, é observado a eclosão dos intraverbais a partir da
aquisição dos mandos, tatos e o responder de ouvinte, por volta dos 2 anos de
idade. Dessa forma, os intraverbais adquiridos são simples, como: completar
músicas, sons de animais, entre outros.
Portanto, conforme adverte Martone (2018), é necessário identificar o
repertório intraverbal de uma criança, de forma adequada e atentando-se à
complexidade até então adquirida, para que seja possível estabelecer metas
para um programa de ensino individualizado.
Além das informações dispostas, Martone (2018), chama a atenção dos
leitores para a diferença que há entre mando, tato e intraverbais, sendo
fundamental esse olhar no momento da avaliação de tais áreas. Conforme
explica a autora, uma palavra pode ser vocalizada tendo diferentes funções.
Como exemplo, pensemos na seguinte situação: Uma criança está assistindo
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TV e na programação passa uma pessoa fazendo a propaganda de um
biscoito. Ao ver tal imagem, a criança poderá emitir um tato ao dizer “biscoito”,
vocalizando que o que está vendo é um biscoito; poderá emitir um mando ao
dizer “biscoito”, como uma solicitação, como também pode emitir um
intraverbal, quando questionado: “o que a criança está comendo na TV?”.
Entretanto, a advertência trazida pela autora é de que os avaliadores
não devem confundir a emissão de um operante verbal com, necessariamente,
a emissão de outro. O fato de a criança emitir o tato, ao vocalizar “bicoito”, não
indica, necessariamente, que ela apresenta o repertório de mando ou de
intraverbal. Portanto, os avaliadores deverão ter a capacidade de avaliar tais
repertórios sem pressuposições.
Ecóico
O ecoico é caracterizado enquanto um operante verbal no qual
possibilitará à criança a capacidade de repetir sons, palavras e frases de outra
pessoa, ou seja, do falante ou dele mesmo. Dessa forma, o repertório de
ecoico contribui para a aquisição de outros repertórios, como o tato e o mando.
Portanto, Martone (2018, p.46) afirma que:
Imitação Motora
A imitação motora trata-se de um comportamento básico, essencial para
o desenvolvimento humano e, principalmente, para crianças que não
apresentam repertório ecóico adequado. À vista disso, o ensino da imitação
motora facilita com que as crianças que não tenham o repertório de ecóico, se
comuniquem de forma adequada, utilizando-se de sinais. Além disso, a
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imitação, a partir da observação, é fundamental na aquisição de outros
comportamentos, como: “autocuidado, atentar-se ao outro, seguir rotinas
escolares (...) ajuda no desenvolvimento de comportamento social e lúdico,
bem como, outros tipos de atividades em grupo” (MARTONE, 2018, p.47).
Leitura
O comportamento de leitura se caracteriza enquanto a habilidade de
identificar os símbolos, ou seja, o que está escrito, porém, não há a
compreensão do que foi lido. Portanto, conforme é explicitado por Martone
(2018, p.47), “a compreensão, pela leitura de uma palavra, geralmente
pressupõe outras habilidades verbais e não verbais, como os comportamentos
intraverbal (compreensão) e de discriminação de ouvinte (obedecer a
instruções ou ordens”. Portanto, ao vocalizar uma determinada palavra escrita,
como "história", o sujeito apresentará um comportamento textual, de leitura.
Porém, a compreensão do que se trata a palavra “história” não se encaixa em
tal operante, mas sim no intraverbal.
A partir desse operante verbal, serão avaliadas as demonstrações de
interesses por livros, por ouvir histórias, identificação de letras, leitura do seu
nome, parear palavras escritas a figuras, parear figuras a palavras escritas,
entre outras.
Escrita
Tal comportamento consistirá no ato de escrever ou ditar palavras
faladas. Dessa forma, a criança estará sob controle do estímulo verbal falado,
cuja resposta deverá ser escrita ou soletrada. Crianças em desenvolvimento
típico apresentarão o desenvolver desse operante a partir de desenhos
(desenho de formas, copiar letras, escrever o nome) pinturas, a partir dos 3 a 4
anos de idade.
Responder de Ouvinte
O comportamento do ouvinte é caracterizado enquanto a habilidade de
ouvir e compreender o que é dito por outros, ou seja, pelo falante. Assim como,
este será avaliado pelo seu comportamento em função do que foi dito pelo
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falante, por exemplo: O professor (falante) solicita à Maria (ouvinte) que feche a
porta. Maria se direciona até a porta e fecha-a. Portanto, Maria cumpriu com a
sua função de ouvinte, ela ouviu o que o professor solicitou, compreendeu a
solicitação e agiu de forma correspondente ao que foi pedido.
Brincar Independente
A habilidade de brincar independente, como o próprio título remete,
trata-se da condição de uma criança brincar sozinha, sem que seja necessário
a mediação de outros ou da presença de reforçadores externos, visto que a
própria brincadeira deverá ser reforçadora para ela. Nesse sentido, Martone
(2018, p.51) apresenta uma série de ganhos a partir de tal habilidade, sendo:
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“coordenação entre os olhos e mãos, brincadeira de causa e efeito,
discriminação visual e ensina a criança a como ter tempo livre produtivo”.
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Estrutura Linguística
Refere-se a “aquisição de palavras, frases e orações mais complexas”,
como: “articulação verbal, tamanho do vocabulário e quantidade de morfemas
nas sentenças, sintaxe apropriada, uso correto de modificadores verbais e
nominais (adjetivos, preposições, advérbios), tipos de inflexões (afixos do plural
e marcadores verbais) etc” (MARTONE, 2018, p. 53).
Matemática
Esta área envolverá “mensurar, contar, identificar números específicos,
tatear números, combinar quantidades dos itens com seus respectivos
números, etc” (MARTONE, 2018, p.54).
Avaliação de Barreiras
Nesta aula, serão discutidas e apresentadas as 24 barreiras do
comportamento, avaliadas a partir do protocolo de avaliação Verbal Behavior
Milestones Assessment and Placement Program - VB-MAPP (Avaliação de
Marcos do Comportamento Verbal e Programa de Nivelamento). Dessa forma,
para dar início a apresentação de cada uma das barreiras, nos atentemos à
seguinte questão: O que são barreiras comportamentais e por que é
fundamental avaliá-las?
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As chamadas “barreiras” referem-se a comportamentos que
impossibilitam ou dificultam o processo de aprendizagem, sendo, com
frequência, mais observado em crianças que estão com atrasos no
desenvolvimento. Como exemplo, podemos pensar nas seguintes barreiras:
comportamentos de agressão - auto ou heterolesivo; operantes verbais fracos
ou totalmente comprometidos; motivação e interação social enfraquecidas;
dependência de dicas; dificuldade ou incapacidade na generalização;
comportamento de autoestimulação, bem como barreiras físicas - paralisia,
convulsões, comprometimento físico/visual, entre outras. (MARTONE, 2017;
RIBEIRO, SELLA, SOUZA, 2018; BANKSTON, 2020).
Portanto, ao perceber a presença de barreiras comportamentais durante
a avaliação do sujeito, o profissional deverá analisá-las funcionalmente e, a
partir da análise feita, propor estratégias de intervenção, visando interromper
ou minimizar os comportamentos que impedem a aprendizagem. Conforme
afirma Martone (2017, p.)
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ou comprometido 8. Repertório de ouvinte ausente, fraco ou comprometido 9.
Intraverbal ausente, fraco ou comprometido 10. Comportamento social ausente,
fraco ou comprometido 11. Dependente de dicas 12. Respostas de adivinhação
(scrolling) 13. Habilidades de rastreamento comprometidas 14. Fracasso em
fazer discriminação condicional (CDs) 15. Fracasso em generalizar 16.
Motivadores atípicos ou fracos 17. Custo da resposta enfraquece a motivação
18. Dependente de reforçadores 19. Auto-estimulação 20. Problemas
articulatórios. 21. Comportamento obsessivo- compulsivo 22. Hiperatividade 23.
Fracasso em estabelecer contato visual ou atentar às pessoas 24.
Comportamento sensorial defensivo (MARTONE, 2017; RIBEIRO, SELLA,
SOUZA, 2018).
Referências Bibliográficas
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