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Educação financeira nas escolas

Você conhece bem o dinheiro? Apesar de ele estar o tempo todo presente em nossas vidas,
desde a conta de luz que pagamos numa lotérica até o cafezinho que tomamos na padaria,
em grande parte das vezes não conhecemos o dinheiro da maneira como deveria, algo que
decorre muito da falta de conhecimentos sobre educação financeira.

No caso do Brasil, o nível de desconhecimento a respeito do dinheiro é notadamente


alarmante. Esse resultado pode ser observado através do resultado do Ranking de
Competência Financeira do PISA 2018, em que de um total de 20 países, o Brasil ocupou a
quarta pior posição.

A importância da educação financeira


A educação financeira muitas vezes está equivocadamente atrelada ao desejo de “ficar
rico”. Essa não é a finalidade, dado que o grande objetivo está na obtenção de um maior
controle financeiro pessoal e/ou familiar, permitindo que se possa levar uma vida
financeiramente independente e segura, sem endividamento.

Principalmente após os impactos econômicos da Covid-19, procurar ter um maior controle


da vida financeira se tornou ainda mais importante. O desemprego e a inflação, em alta no
Brasil, retiram renda das pessoas, fazendo com que seja necessário ainda maior controle
de gastos, para que a conta possa fechar no final do mês. Para isso é crucial ter alguma
noção a respeito de coisas simples como: dinheiro possui valor no tempo; não se pode
gastar mais do que aquilo que se ganha; juros simples são diferentes de juros compostos;
além de que poupar, mesmo que seja difícil, é importante.

Não obstante a importância para o próprio indivíduo, o acesso à educação financeira


retorna em ganhos sociais, pois representa um ato de cidadania. Por isso, desde cedo é
recomendável ter acesso a conceitos básicos relativos ao dinheiro.

Educação financeira a nível nacional


A BNCC (Base Nacional Comum Curricular) é um documento que guia os currículos de
todas as escolas do Brasil, servindo como orientação para as competências necessárias
que crianças e jovens devem desenvolver em seus anos escolares. Em dezembro de 2017
a educação financeira foi incluída no texto da BNCC, integrando os temas transversais dos
currículos. O tema passou a fazer parte de uma lista de assuntos incorporados às propostas
pedagógicas de estados e municípios.

Além da inclusão na BNCC, também pode ser citado a Educação Financeira na Escola: um
programa voltado para a formação de professores da educação básica. Esse programa é
aplicado por meio de uma plataforma EaD, com o objetivo de disseminar a educação
financeira nas escolas brasileiras. A ideia é formar professores, para que estes possam
desenvolver atividades relacionadas a finanças em sala de aula.

Educação financeira como iniciativa de municípios


Até agora foram apresentadas questões em âmbito nacional, mas e com relação aos
municípios? Existem iniciativas locais nessa direção?

Um exemplo é Belo Horizonte, que ao final do ano passado teve aprovado um projeto de lei
para instituir o ensino de educação financeira nas escolas municipais. O objetivo é que a
disciplina seja ministrada em escolas de educação integral, a partir do 6º ano do ensino
fundamental.

BH não é uma exceção, havendo várias outras cidades com diferentes projetos de lei, mas
com o mesmo intuito: o de instituir a educação financeira em escolas municipais no ensino
fundamental. Jaraguá do Sul (SC), Maceió (AL), Poços de Caldas (MG), Santa Maria (RS) e
São Paulo (SP) são alguns exemplos de cidades com iniciativas no âmbito municipal, de
inserir a educação financeira no ensino, com projetos de lei sendo discutidos e votados.

E no caso de Ponte Nova?


Em Ponte Nova, até o momento não há nenhuma grande discussão a respeito da criação
de um projeto de lei para a instituição da disciplina de educação financeira nas escolas.
Apesar disso, pode-se destacar uma iniciativa da rede federal, voltada aos alunos do IFMG.
É o Projeto de Educação Financeira, cujo objetivo é o de apresentar conhecimentos básicos
em educação financeira aos estudantes do instituto.

Iniciativas como a do IFMG são interessantes e podem servir de inspiração para as demais
redes de ensino. O mais recomendável seria incluir a questão nos debates e observar o que
foi feito em termos de projeto em outros municípios, visto a importância do tema.

A educação financeira não se restringe ao controle financeiro pessoal, algo que já é muito
importante, sendo um verdadeiro ato de cidadania.

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