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O Brasil está na 4ª pior posição na competência de educação financeira do PISA – Programa Internacional de
Avaliação de Estudantes – segundo o último resultado divulgado em 2018. Outras pesquisas também mostram
que o brasileiro precisa melhorar seus conhecimentos sobre finanças. Para isso, nada melhor do que começar na
escola! Vamos entender como a educação financeira está presente na BNCC?
O que é educação financeira?
Segundo a OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – o conceito de educação
financeira é:
“[…] o processo pelo qual consumidores/investidores financeiros aprimoram sua compreensão sobre produtos,
conceitos e riscos financeiros e, por meio de informação, instrução e/ou aconselhamento objetivo, desenvolvem
as habilidades e a confiança para se tornarem mais conscientes de riscos e oportunidades financeiras, a fazer
escolhas informadas, a saber onde buscar ajuda, e a tomar outras medidas efetivas para melhorar seu bem-estar
financeiro”
Podemos entender, portanto, que o estudo da educação financeira segue um fluxo, passando primeiramente
pela consciência financeira, em seguida pelo desenvolvimento de habilidades e, por fim, pela tomada de
decisão baseada em conhecimento teórico e prático.
Mas será que, de fato, adultos sabem o mínimo sobre finanças para tomar decisões cotidianas ou fazer escolhas
sobre o que considerar num planejamento financeiro, por exemplo?
Não é o que mostra uma pesquisa feita pela fintech de educação financeira Leve, em 2021. Segundo a
empresa, metade dos brasileiros não sabe fazer um planejamento financeiro.
Assim, para tentar mudar esse cenário e ter adultos mais conscientes financeiramente, capazes de tomar decisões
financeiras com base em dados, a educação financeira precisa ser amplamente promovida nas escolas.
Confira o que a Base Nacional Comum Curricular diz sobre esse tema:
Educação financeira e BNCC: entendendo o que diz a base
A BNCC menciona a educação financeira em alguns trechos do documento. Um deles é citado logo nas primeiras
páginas, local em que a educação financeira é abordada como um tema contemporâneo, entre tantos outros, que
impactam as pessoas como um todo.
O documento orienta também o ensino de educação fiscal e para o consumo. Todos esses temas se
complementam, certo? Nesse caso, a BNCC sugere que as escolas desenvolvam essas temáticas de maneira
contextualizada.
Mais adiante, na Área de Conhecimento de Matemática para o Ensino Fundamental, o documento sugere o
estudo de alguns assuntos como:
Taxas de juros;
Inflação;
Aplicações financeiras (rentabilidade e liquidez de um investimento);
Impostos.
Como a ideia é trazer esses conceitos de forma contextualizada, nada melhor do que trabalhá-los
abrangendo exemplos do dia a dia ou com um estudo de caso.
A BNCC recomenda ainda “um estudo interdisciplinar envolvendo as dimensões culturais, sociais, políticas e
psicológicas, além da econômica, sobre as questões do consumo, trabalho e dinheiro. É possível, por exemplo,
desenvolver um projeto com a História, visando ao estudo do dinheiro e sua função na sociedade, da relação
entre dinheiro e tempo, dos impostos em sociedades diversas, do consumo em diferentes momentos históricos,
incluindo estratégias atuais de marketing.”
Já na etapa do Ensino Médio, na área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, a BNCC menciona a
mudança da sociedade em relação ao empreendedorismo, ou seja, o evidente aumento desse tipo de negócio,
desde microempreendedores até grandes empresários.
No Ensino Médio, os jovens estão a caminho da entrada no mercado de trabalho e, por isso, “cresce a
importância da educação financeira e da compreensão do sistema monetário contemporâneo nacional e
mundial, imprescindíveis para uma inserção crítica e consciente no mundo atual.”
Por último, a educação financeira na BNCC traz algumas habilidades a serem desenvolvidas em cada objeto de
conhecimento, de acordo com as unidades temáticas.
Na área de Matemática, na etapa do Ensino Fundamental Anos Finais, por exemplo, existem habilidades
previstas desde o sexto ao nono ano. Para ilustrar, seguem objetos do conhecimento e habilidades trabalhadas na
unidade temática números, para o sexto ano:
Objeto de conhecimento: Cálculo de porcentagens por meio de estratégias diversas, sem fazer uso da
“regra de três”.
Habilidades: (EF06MA13) Resolver e elaborar problemas que envolvam porcentagens, com base na
ideia de proporcionalidade, sem fazer uso da “regra de três”, utilizando estratégias pessoais, cálculo
mental e calculadora, em contextos de educação financeira, entre outros.
https://www.blogdoead.com.br/tag/mercado-de-trabalho/educacao-financeira
A importância da educação financeira nas escolas
Crise econômica, vulnerabilidade social e empregos precários. Estes são alguns fatores que empurram os
brasileiros ao endividamento. Não existe uma solução fácil para isso, mas uma ferramenta abre caminhos para
melhorar a qualidade de vida das pessoas: a educação financeira.
Para você ter uma ideia da dimensão do problema, o nível de endividamento médio das famílias brasileiras em
2023 foi o maior desde 2010, alcançando a marca de 78,5%.
Os números refletem o impacto econômico da pandemia na vida das pessoas, mas implicitamente carregam
outros fatores sociais, culturais e psicológicos que influenciam a forma como o indivíduo se relaciona com o
dinheiro.
Saber reagir em um cenário de incertezas é um dos objetivos da educação financeira, tema transversal da Base
Nacional Comum Curricular (BNCC).
Você vai aprender mais sobre o assunto a seguir, confira:
o O que é educação financeira
Taxas de juros;
Inflação;
Aplicações financeiras;
Rentabilidade e liquidez de investimentos;
Impostos.
No Ensino Médio, a abordagem é mais abrangente. A educação financeira é mencionada explicitamente na área
de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, como parte das categorias “Política e Trabalho”.
O foco é compreender o sistema monetário contemporâneo nacional e internacional, contribuindo assim para o
desenvolvimento de uma visão crítica e consciente sobre o mundo atual em cada estudante.
As habilidades da educação financeira
A BNCC de Matemática sugere a educação financeira como contexto para trabalhar o conteúdo de 4 habilidades:
EF05MA06
Associar as representações 10%, 25%, 50%, 75% e 100% respectivamente à décima parte, quarta parte, metade,
três quartos e um inteiro, para calcular porcentagens, utilizando estratégias pessoais, cálculo mental e
calculadora, em contextos de educação financeira, entre outros.
EF06MA13
Resolver e elaborar problemas que envolvam porcentagens, com base na ideia de proporcionalidade, sem fazer
uso da “regra de três”, utilizando estratégias pessoais, cálculo mental e calculadora, em contextos de educação
financeira, entre outros.
EF07MA02
Resolver e elaborar problemas que envolvam porcentagens, como os que lidam com acréscimos e decréscimos
simples, utilizando estratégias pessoais, cálculo mental e calculadora, no contexto de educação financeira, entre
outros.
EF09MA05
Resolver e elaborar problemas que envolvam porcentagens, com a ideia de aplicação de percentuais sucessivos e
a determinação das taxas percentuais, preferencialmente com o uso de tecnologias digitais, no contexto da
educação financeira.
Todas essas habilidades da BNCC podem ser incluídas no seu plano de aula de matemática.
Lembre-se de que abordar a educação financeira nas escolas não se restringe aos conteúdos acima. Ela pode ser
trabalhada nas habilidades de outras áreas do conhecimento, como nos exemplos abaixo:
Língua Portuguesa – Campo da vida cotidiana: EF04LP09
Calcular o consumo de eletrodomésticos a partir dos dados de potência (descritos no próprio equipamento) e
tempo médio de uso para avaliar o impacto de cada equipamento no consumo doméstico mensal.
Ciências da Natureza e suas Tecnologias – Competência 1: EM13CNT106
Ensino Médio
Avaliar, com ou sem o uso de dispositivos e aplicativos digitais, tecnologias e possíveis soluções para as
demandas que envolvem a geração, o transporte, a distribuição e o consumo de energia elétrica, considerando a
disponibilidade de recursos, a eficiência energética, a relação custo/benefício, as características geográficas e
ambientais, a produção de resíduos e os impactos socioambientais e culturais.
No Pisa de 2018, o Brasil ficou em 17º lugar entre 20 países na avaliação de competências financeiras.
Ao serem indagados sobre onde aprendem sobre dinheiro, quase 90% dos estudantes brasileiros responderam que
é em casa. A internet aparece em segundo lugar, com 80,6%, seguida por televisão e rádio (61,2%), professores
(46,2%), amigos (43%) e revistas (32,1%). As escolas não aparecem na lista.
Sim, O caminho para implementação da educação financeira nas escolas brasileiras é longo, mas já demos os
primeiros passos. O número de programas sobre esta temática cresceu 73% entre 2013 e 2018, ano em que
metade deles passou a contemplar as instituições de ensino da rede pública. Os dados são da Associação de
Educação Financeira do Brasil (AEF).
Por ser um tema transversal, a educação financeira nas escolas pode ser trabalhada em diferentes áreas, não
somente na matemática. Confira algumas sugestões do portal Nova Escola:
Matemática: contextualizar o conteúdo de juros simples e compostos com o dia a dia das finanças
pessoais;
Filosofia: abordar a ética a partir dos impactos sociais do dinheiro;
Ciências da Natureza: relação entre consumo e meio ambiente;
História: mudanças de moeda e hiperinflação no Brasil;
Linguagens: vocabulário relacionado a finanças e leitura de gráficos e boletos;
Geografia: conceitos de macro e microeconomia, indicadores socioeconômicos;
https://box.novaescola.org.br/etapa/3/educacao-fundamental-2/caixa/265/educacao-financeira-para-
alunos-da-bncc-ao-dia-a-dia/conteudo/20237
Tema transversal deve permear as diferentes áreas do conhecimento, trazendo protagonismo aos
O impacto das Reformas Trabalhista e da Previdência, além da crise econômica agravada pela pandemia,
transformou a Educação Financeira em instrumento essencial para o planejamento dos gastos e dos investimentos
de brasileiros de todas as idades. “Há o desejo e a necessidade de as pessoas conhecerem mais sobre o tema”,
avalia a educadora financeira Veronica Maiko Odani, do C6 Bank.
Por sua importância e atualidade, a Educação Financeira deve começar na escola, como prevê a Base Nacional
Comum Curricular (BNCC). Em 2018, o documento a incluiu entre os temas contemporâneos que devem ser
contemplados pelos currículos de estados e municípios de todo o Brasil. Ruy César Pietropaolo, membro da
equipe que elaborou a BNCC de Matemática desde a primeira versão, explica que tema transversal é aquele que
não se esgota em uma única área, assim como Educação Ambiental e Educação das Relações Étnico-Raciais.
“A Educação Financeira pode ser tratada em componentes como História, quando se fala sobre moeda e consumo
em diferentes momentos históricos”, exemplifica. Ruy ressalta ainda a diferença entre Matemática Financeira e
Educação Financeira. Enquanto a primeira é focada nos cálculos matemáticos relacionados ao dinheiro, como
juros simples e compostos, a segunda diz respeito aos comportamentos dos indivíduos em relação às finanças.
Por essa razão, Cláudia Forte, superintendente da Associação de Educação Financeira do Brasil (AEF-Brasil),
que participou ativamente do processo de inclusão do tema na BNCC, defende que todos os componentes
curriculares têm espaço para abordá-lo e, assim, auxiliar os alunos a refletirem criticamente sobre suas escolhas
de consumo. “Devemos olhar para a Educação Financeira sob o prisma da tomada de decisão, não apenas da
Matemática”, reflete Cláudia.
Para Liao Yu Chieh, educador financeiro do C6 Bank e professor do Insper, abordar o tema na escola é maneira
de instruir os jovens sobre a importância de fazer escolhas levando em consideração o bem-estar financeiro. “Ela
prepara o estudante para gerir a mesada e os primeiros salários, por exemplo.”
Cláudia completa dizendo que o tema instiga nos estudantes questionamentos relacionados ao futuro: “A
Educação Financeira ajuda a construir o projeto de vida dos alunos. Com ela, formamos um cidadão, um adulto
mais responsável e consciente”.
Além disso, é importante ter em vista que a Educação Financeira não deve ser trabalhada apenas como uma
preocupação individual de cada aluno, mas como algo que também está relacionado à comunidade e à realidade
na qual ele está inserido. Nesse sentido, o tema está intimamente relacionado à competência
geral Responsabilidade e Cidadania: agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade,
flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos,
inclusivos, sustentáveis e solidários.
Ficha técnica
Componente(s) curricular(es) envolvido(s):
Matemática.
Quando:
Ao longo do ano letivo, com duração aproximada de um bimestre.
Materiais:
Habilidades trabalhadas:
EF04MA03; EF04MA04; EF04MA06; EF04MA13; EF04MA25
O que é:
O presente projeto foi desenvolvido com uma turma do 4º ano do Ensino Fundamental, num total de 25 alunos,
com idades entre 8 e 12 anos.
Com base nos diálogos dos alunos sobre mudanças na situação financeira de suas famílias, vitimadas pelo
desemprego, e sobre o impacto dessa nova realidade na vida escolar da turma, surgiu o projeto “Empreender para
compreender: educação financeira na prática”.
Como fazer:
Foi a partir de 2017 que começamos a observar mudanças no perfil dos alunos matriculados na escola.
Gradativamente, ingressavam estudantes provenientes de instituições particulares de ensino, em virtude da
impossibilidade dos pais de manterem o pagamento das mensalidades.
Essa mudança no perfil das turmas gerou algumas disparidades nas salas de aula, com níveis de aprendizagem
diversos, participação e comprometimento das famílias de forma diferenciada e realidades sociais e culturais
distintas.
À medida que fui conhecendo a turma, consegui observar, por meio de avaliações diagnósticas, que uma parcela
significativa dos alunos apresentava dificuldades significativas em Matemática, principalmente sobre noções e
conceitos básicos, interpretação de problemas matemáticos e resolução de cálculos.
O que chamou bastante a atenção foi o fato de dificuldades permearem todas as realidades naquele espaço. Tanto
alunos oriundos da rede particular quanto os da rede pública se igualavam nas dificuldades com a Matemática.
O trabalho foi pensado para ser desenvolvido entre setembro e novembro de 2017. Alguns meses antes, eu havia
buscado apoio da representação de Sergipe do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
(Sebrae).
A instituição disponibilizou alguns materiais gráficos e didáticos para crianças sobre empreendedorismo. No
entanto, essa era apenas uma pequena parte do que eu precisava. Como não tinha muito conhecimento sobre a
temática, necessitava de meios para adequar o assunto à faixa etária e à realidade da turma.
O ponto de partida foi a aquisição de um cofrinho. Nele, guardaríamos o dinheiro arrecadado para a compra de
materiais para a culminância do projeto, no mês de novembro.
Em conversa com a turma, chegamos ao acordo de que todos colaborariam com a quantia de R$ 1,00 por
semana, e que essa quantia seria utilizada como investimento. Enviei pedido de autorização aos pais explicando o
intuito da arrecadação. Todos concordaram com a proposta.
Num segundo momento, após trabalharmos alguns conceitos norteadores como poupança, investimento e
rendimento, propus à turma que pensássemos em alternativas para fazer o dinheiro render.
Durante as discussões, surgiu a ideia de vender algo na escola. Era necessário que fosse algo simples e prático,
além de criado pelos próprios alunos.
Depois de várias propostas, definimos o “Geladinho Gourmet” como produto para comercialização no ambiente
escolar.
Tudo foi previamente acordado com a equipe diretiva e explicado aos outros professores e respectivos alunos.
Esta foi uma das etapas de maior envolvimento e empolgação. A cada jornada de vendas, era uma euforia para
saber quem seriam os próximos sorteados para vender o produto. Foram formados pequenos grupos, que se
alternaram ao longo das semanas.
Nas equipes, havia função para todos: um realizava a venda, o segundo ajudava a conferir o dinheiro e a passar
troco e um terceiro auxiliava com a divulgação, atraindo os clientes.
Alguns alunos mais tímidos se recusaram nas primeiras tentativas, mas o envolvimento da escola foi tão grande
que os colegas das outras turmas começaram a vir todos os dias, bem cedo, à nossa porta para “reservar” os
geladinhos, que eram vendidos, sempre, no horário do recreio, e acabavam em poucos instantes.
Todos os dias de venda eram marcados por muita expectativa; os alunos disputavam para contar até as moedas
arrecadadas.
No entanto, em dias mais chuvosos, as vendas caíam, e a turma passou a visualizar a ocorrência de prejuízos.
Mas eram necessárias persistência e perseverança para empreender, mesmo diante de adversidades. Assim,
demos continuidade ao projeto.
Concomitante a essa etapa, outras atividades foram sendo realizadas. Com uma parte do dinheiro, comprei
cédulas de brinquedo para dar suporte às atividades em sala de aula (problemas, cálculos matemáticos etc.).
Foi possível verificar que o trabalho com base no "concreto" gerou uma experiência mais significativa e efetiva.
O uso do dinheiro tornava as atividades uma verdadeira brincadeira, e a aprendizagem começou a ocorrer de
forma gradativa e leve.
Jogos como “O Pequeno Empresário”, uma versão simplificada do "Banco Imobiliário", agregaram mais
significado às atividades matemáticas, estimulando noções de soma e subtração de valores e aguçando o
raciocínio, a concentração e desenvolvendo a tolerância à frustração.
Aliando o trabalho a outras disciplinas, fizemos ainda uma "viagem histórica" para compreender a origem do
dinheiro, sua evolução e produção no mundo e no Brasil. Falamos sobre escambo, processo de cunhagem e
evolução cronológica do dinheiro no Brasil. Para isso, utilizei vídeos como recurso para as atividades.
Assim, os alunos conheceram um pouco do trabalho desenvolvido na Casa da Moeda, além de um passo a passo
sobre como identificar cédulas falsas.
A história do dinheiro aguçou bastante a curiosidade das crianças, principalmente porque a maioria não conhecia
as cédulas de R$ 1,00.
Pedi que conversassem em casa com os familiares sobre o tema. Muitos alunos acabaram descobrindo que os
pais guardavam essas notas antigas, e as trouxeram para a escola para compartilhar o conhecimento com os
outros colegas.
Em outro momento, partimos do questionamento “Dinheiro Nasce em Árvore?” para uma reflexão na roda de
conversa sobre a importância do dinheiro em nossa vida e os sonhos que ele não compra. Temas como ética e
valores também foram englobados nas discussões.
Trabalhamos ainda com as temáticas da economia doméstica e da economia sustentável, por meio das quais
abordamos questões sobre reciclagem, sustentabilidade etc.
A culminância do projeto foi pensada para ser realizada na "Mostra do Conhecimento" da escola, evento muito
esperado pelos alunos e pela comunidade escolar.
Por essa razão, demos início à organização e produção de materiais cerca de um mês antes do evento. Mesmo
com as produções voltadas para a culminância, a venda dos geladinhos continuou até o encerramento do projeto.
A proposta para a culminância foi elaborada para que os alunos pudessem transmitir tudo aquilo que haviam
aprendido e também para que mostrassem, na prática, como o empreendedorismo é possível e a educação
financeira é a chave para um futuro melhor.
Na "Mostra do Conhecimento", os visitantes passaram por uma primeira etapa de exposição e explanação teórica.
Em seguida, eram convidados a sacar dinheiro em nosso “caixa eletrônico”, para que pudessem interagir
comprando produtos dos grupos de empreendedores.
Cada grupo teve de pensar no seu negócio, respeitando gostos e interesses. Coube a eles elaborar todas as etapas
de criação, desde o nome até a forma de organização, distribuição das tarefas e execução. Os negócios ficaram
assim divididos:
Este foi o negócio que mais recebeu a participação dos pais, já que alguns trabalhavam em supermercados da
região e auxiliaram os filhos trazendo anúncios, placas de preço, folhetos e estantes.
O dia da culminância foi o momento em que os alunos visualizaram, de forma ampla e interligada, tudo o que
tinha sido abordado e trabalhado durante os dois meses.
Para muitos, era a primeira experiência de falar em público, o que gerou bastante ansiedade e nervosismo. Para
outros, o momento era de euforia.
À medida que relatavam as experiências vivenciadas e executavam as atividades de compra e venda, eram nítidos
o envolvimento, o comprometimento e a felicidade de todos.
No evento, tivemos participação significativa das famílias, que vieram contemplar e apoiar seus filhos. Em seus
relatos, pais e professores demonstraram admiração por verem as crianças explicando os conceitos com tanta
propriedade, destacando que os alunos estavam seguros de suas explicações. Nos relatos, diziam estar surpresos e
que aprenderam coisas que nunca imaginaram aprender com os alunos.
Esse apoio e incentivo foram de fundamental importância, tendo contribuído ainda mais para a autoestima dessas
crianças.
A avaliação esteve presente durante todo o processo de execução do projeto, pois entendo que ela precisa ocorrer
de forma processual e diagnóstica.
Sendo assim, a cada etapa desenvolvida, uma análise da aprendizagem dos alunos era feita. Usava como base a
observação dos relatos e o envolvimento da turma.
Foi possível verificar um grande engajamento da turma, principalmente no momento de venda dos geladinhos.
Essa iniciativa também despertou o interesse de alguns alunos, que começaram a pensar em vender algo para que
pudessem poupar dinheiro.
A iniciativa ganhou amplitude, e alguns alunos de outras turmas começaram a vender outros produtos na escola,
como palha italiana e brigadeiros.
O dinheiro sempre foi algo presente no cotidiano desses alunos. Muitos deles já auxiliavam os pais indo a
padarias, mercearias etc.
No entanto, o dinheiro até aquele momento não era visto como algo que lhes pertencesse, pois a maioria não
recebia mesada. Por isso, o processo de poupar e fazer render o dinheiro arrecadado gerou um sentimento de
pertencimento, cuidado e responsabilidade.
Eram visíveis nas atitudes da turma a alegria e a euforia nos momentos em que contávamos o dinheiro e víamos
aquela quantia inicial aumentar.
A partir de pequenas atitudes dos alunos, como reduzir o consumo de balas para poupar o dinheiro recebido dos
pais ou a atenção com a economia de energia e de água em casa, comprovou-se que os alunos passaram a
compreender a importância do dinheiro em suas vidas, mas, muito mais do que isso, passaram a perceber o
impacto de suas atitudes no futuro.
O projeto “Empreender para Compreender: educação financeira na prática” possibilitou não só aos alunos, mas
especialmente a mim, a vivência com uma temática pouco comum na rotina da sala de aula, embora imersa por
completo na vida pessoal.
Buscar alternativas para trabalhar este tema com as crianças foi um de meus maiores desafios. Tive de sair de
minha zona de conforto, da sala de aula e da frente do computador para ir além.
Foram necessários muitos momentos de pesquisa, reflexão e de adaptação de conteúdos à realidade da sala de
aula. Discutir e praticar o empreendedorismo entre crianças era algo que poucos acreditavam ser possível.
Dica!
O protagonismo dos alunos na decisão sobre quais produtos comercializar é fundamental nesta atividade, por
serem eles mesmos os potenciais consumidores.
A vivência do “negócio” implica aprendizagens significativas e contextualizadas que, de outra forma, poderiam
se perder com facilidade. Empreender, nesse contexto, significa “envolver-se” na aprendizagem necessária para o
sucesso do empreendimento.
Conceitos como lucro, prejuízo e investimento são difíceis até mesmo para alunos de séries mais avançadas, mas
podem ser compreendidos de forma concreta nesta prática.
O “dinheiro de mentirinha” pode ser facilmente produzido com um computador, acesso à internet e uma
impressora, não havendo a necessidade de comprar essas cédulas.
Muito sobre a história do dinheiro e o empreendedorismo na escola pode ser pesquisado e encontrado na internet.
Este projeto sobre educação financeira pode ser executado por qualquer professor em sua realidade de sala de
aula. Trata-se de um tema que pode ser adaptado a realidades diversas e que sempre será um assunto atual e
importante, pois está intrinsecamente ligado à vida de todos.
Sendo assim, é mais do que possível abordar este tema na Educação, inclusive nos Anos Iniciais do Ensino
Fundamental.
A proposta não requer altos custos. Ela deve ser feita de acordo com o que cada comunidade tem a oferecer. O
segredo é utilizar o potencial criativo de cada indivíduo e as peculiaridades de sua região para empreender. Com
certeza, esse é o ingrediente mais importante para o sucesso do projeto.
Aos professores que utilizarem esta proposta como inspiração para desenvolver o próprio projeto, tenham certeza
de que estarão proporcionando aos alunos uma ocasião para se tornarem protagonistas de sua aprendizagem,
além de cidadãos conscientes das próprias atitudes e disseminadores desses ideais dentro de casa e da
comunidade.
Plickers;
Caça ao tesouro??????
Mancala - https://www.coquinhos.com/mancala/play/;
Jogo de raciocínio lógico, de origem africana;
Smartkids - https://smartkids.com.br/
Atividades para impressão, alinhadas à BNCC, identificando as habilidades, em cada disciplina e tema escolhido,
também tem gerador de caça palavras e de palavras cruzadas;
Só Matemática - https://www.somatematica.com.br/
Materiais, jogos, exercícios, softwares, desafios, provas, curiosidades, simulador, história da matemática, etc;
Geniol - https://www.geniol.com.br/
Jogos de lógica, palavras, raciocínio, passatempos, testes, quizzes, criador de caça palavras, etc;
- Criar caça palavras com os números por extenso;
Estudamos - https://www.estudamos.com.br/
Material de apoio, atividades, passatempos e exercícios, das disciplinas de Matemática, Português, Geografia,
Inglês, Ciências, atividades on-line;
Iguinho - https://iguinho.com.br/
Animações, jogos, diversão, arte e música, livros e tirinhas, Área voltada somente para Escolas: português,
matemática, ciência e cidadania, saúde e higiene, inglês, geografia, história, artes, música, diversos, oficina para
professores;
Educolorir - https://www.educolorir.com/
Imagens e fotos para colorir;
Atividades de desafio em blocos, xadrez, damas,
Gerador de palavras cruzadas, caça palavras, cruzadas com palavras ocultas;
Pinterest - https://br.pinterest.com/
900+ ideais de atividades escolares - https://br.pinterest.com/edilaine35/atividades-escolares/
Imagens, atividades, modelos para impressão;
Bingo Matemático
Coloca-se no quadro 30 números
Pede para que cada aluno desenhe uma tabela de 5 linhas por 4 colunas (20 espaços)
Ou entrega a tabela impressa
Depois pede para que cada aluno escolha 20 números e preencha a tabela
Depois, pode sortear operações matemáticas e quem tiver o resultado na tabela, marca
Só vale cartela cheia
Jogo da memória
Pode utilizar operações matemáticas e resultados ou operações matemáticas e desenhos, frações...
Jogo de percurso
Dominó Humano
Batalha Naval com Desafio
— 10 submarimos:
— 3 cruzadores:
— 2 destroyers:
— 1 porta avião:
...
Deixa o primeiro quadrinho em branco e inicia a confecção do dominó, com o primeiro cálculo a ser pensado, na
próxima peça, primeiro quadro, coloca o resultado, no segundo quadro coloca o próximo cálculo e assim por
diante, até completar todos os quadros, sendo que o último resultado deverá ser colocado no primeiro quadro,
aquele deixado em branco no início da confecção do jogo.
Para jogar, divide os alunos, em grupos de 2, 3 ou 4 integrantes, distribuindo 7 peças para cada;
Se estiverem em 4 alunos, quem não tem a peça que encaixa no jogo, passa a vez;
Se estiverem em menos alunos, pesca peças até acabar, depois tb passa a vez;
O tangram é um quebra-cabeça chinês composto de sete peças com formas geométricas distintas. Cabe ao
jogador combinar as peças e criar figuras.
O tangram é uma forma de exercitar o raciocínio lógico e a criatividade como forma de criar mais de 5000
figuras possíveis.
2 triângulos grandes;
1 triângulo médio;
2 triângulos pequenos;
1 quadrado;
1 paralelogramo.
Figuras do Tangram
Existem muitas combinações possíveis para compor figuras. Na Enciclopédia do Tangram escrita na China há
mais de cem anos, foram catalogadas mais de 1700 figuras.
Os gatos são umas das figuras mais tradicionais do tangram por possibilitarem uma diversidade de posições e
combinações Exemplos de pessoas com Tangram
Caça palavras
Jogo da multiplicação
Corrida até 100
Com este jogo, as crianças aprendem a contar e a reconhecer os números até 100, a contar para a frente e para
trás usando uma tabela até 100, e a somar dois números até 6.
Número de jogadores: 2 a 4.
Material necessário: tabuleiro do jogo, 1 pino colorido para cada jogador, 2 dados. Imprima a folha com o
tabuleiro em um papel resistente (couchê 210g), ou imprima e mande plastificar.
Modo de jogar: Os jogadores começam no quadradinho com o número 1, revezando-se para jogar. Cada jogador,
na sua vez, lança os dois dados e avança com seu pino um número de casas equivalente à soma dos números de
pontos sorteados pelos dados. Se o pino parar em um quadradinho colorido, deve seguir as instruções conforme
indicado na legenda abaixo da tabela. Ganha quem chegar primeiro ao quadradinho com o número 100.
Variações: Usar o baralho da Batalha de Números para sortear os números. Em vez de lançar 2 dados, desvira-se
2 cartões do topo do monte e anda-se o equivalente à soma dos números dos 2 cartões. Assim, a criança também
aprende a somar 2 números até 10.
Educação finanar 2022