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Sumário

Resumo...................................................................................................2
Introdução..............................................................................................3
Educação Básica e Educação Financeira...........................................3
Educação Financeira no Brasil............................................................5
Procedimentos metodológicos............................................................8
Uma prática de educação financeira no ensino fundamental..........8
Conclusão.............................................................................................15
Referências...........................................................................................17

LEGENDA

AZUL= TEXTO PARA REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA


VERMELHO = CÓPIA FIEL (CUIDADOOOOOO)
VERDE= CITAÇÃO DIRETA
ROSA= CITAÇÃO INDIRETA.

EDUCAÇÃO INFANTIL
EDUCAÇÃO FINANCEIRA
EDUCAÇÃO FINANCEIRA
INFANTIL
UMA REFLEXÃO SOBRE A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO
FINANCEIRA NA ESCOLA PÚBLICA NA VIDA DA CRIANÇA EM
IDADE ESCOLAR

BERWIG, Gislene Arendt1

Resumo

dissertação de mestrado 2009 Denise Teresinha Brandão Kern


O artigo apresenta um estudo de caso de uma intervenção em educação financeira
realizada no Ensino Fundamental. A proposta de intervenção ocorreu numa escola
municipal de educação infantilinfantil e ensino fundamental de Francisco Beltrão PR. A
proposta, foi aplicada aos alunos do 3º ano do ensino fundamental. A abordagem do
tema faz parte do currículo para a série e abarca o reconhecimento da moeda
nacional, bem como a identificação e uso das cédulas e moedas brasileiras. Ao tomar
conhecimento da prática conforme veiculação na mídia local, , (INSERIR NOTA DE
RODAPÉ COM O LINK DA MATÉRIA JB) sentimos a necessidade de conhecer de
perto a proposta da intervenção e suas possíveis implicações para a construção da
autonomia financeira. Para isso, Eelegemos como instrumento de coleta de dados, a
entrevista semi estruturadasemiestruturada, contando com elementos da análise do
discurso para interpretação dos dados. Constatamos que a Educação Financeira ainda
é uma área crescente dentro das temáticas de ensino necessitando de atenção quanto
a formação de educadores e da disseminação de boas práticas para referenciar
futuras experiências nessa área.

Palavras-chave: Educação Financeira, Criança, Escola e Autonomia


Financeira.

1
Aluna do curso de especialização

2
THE IMPORTANCE OF FINANCIAL EDUCATION IN THE LIFE OF
CHILDREN AT SCHOOL AGE
BERWIG, Gislene Arendt
Abstract
The article presents an intervention in financial education carried out in a municipal
school for early childhood education and elementary education by Francisco Beltrão
PR. The proposal was applied to students in the 3rd year of elementary school. The
approach to the theme is part of the curriculum for the series and includes the
recognition of the national currency, as well as the identification and use of Brazilian
banknotes and coins. Upon becoming aware of the practice as published in the local
media, we felt the need to know the proposal of the intervention and its possible
implications for the construction of financial autonomy up close. We chose the semi-
structured interview as a data collection instrument. We found that Financial Education
is still a growing area within the teaching themes, needing attention regarding the
training of educators and the dissemination of good practices to reference future
experiences in this area.

Keywords: Financial Education, Child, School and Financial Autonomy.

Introdução

Ao adentrarem o ensino básico, as crianças trazem suas percepções


de mundo sobre os mais diferentes aspectos, uma delas é a importância do
mundo financeiro. Vivemos em uma sociedade com princípios capitais que traz
para o cotidiano as marcas do tempo. Desde a Revolução Industrial, em que o
trabalho e o acúmulo de capital adquirem sentidos próprios, a escola vem
passando pela transição de uma mera transmissora de conhecimentos, para
tornar-se um local de construção de saberes para a formação humana na sua
integralidade.
Neste sentido, concordamos comPara Kassardjian (2013Kern 2009),
ao ponderar que, a educação financeira deve começar na infânciaescola, uma
vez que mesmo antes de ingressarem no ensino básico as crianças já tiveram
contato com o mundo financeiro, sendo assim importante que elas possam ser
orientadas para o consumo responsável ao ingressar na escola:.

É necessário, portanto, ensinar às crianças e jovens as competências


adequadas para cuidarem dos próprios recursos e assim se tornarem

3
independentes o mais rápido possível. Para tanto, as relações com o
dinheiro devem fazer parte do cotidiano das crianças, de modo a não
criar bloqueios que dificultem seu manuseio na vida adulta, e isso
pode ser feito a partir da utilização das ferramentas e conceitos
adequados quando da realização da abordagem financeira
(KASSARDJIAN, 2013. P. 34-35)

A forma como a criança compreende o sistema financeiro está


referenciada nas relações que os adultos, a sua volta, estabelecem com este
mesmo sistema. A escola representa uma interposição onde se torna possível
ressignificar ou refletir sobre as vivências dos alunos em diversos aspectos,
entre eles a vida financeira. Trazemos então a contribuição de uma ação em
Educação Financeira proposta por uma professora do Ensino Fundamental da
rede pública de ensino, a fim de averiguar as possibilidades de intervenção
pedagógica voltadas para a Educação Financeira.
A autora ainda complementa que a compreensão acerca do sistema
financeiro, parte de uma referência do adulto para a criança, Cerbasi (2006,p.
42) fala sobre a frase “não tem dinheiro? Então dá cheque!”. Esta seria uma
excelente oportunidade para explorar os diferentes tipos de moeda e seu uso
em nossa sociedade. Cerbasi (2006) apresenta um exemplo claro quando
propõe uma abordagem sobre o uso do cartão:

Você sabe por que estamos pagando com cartão? É porque o


dinheiro que eu recebi pelo meu trabalho do mês está guardado no
banco e não aqui na carteira. No momento em que o vendedor passa
o cartão na máquina, o dinheiro sai de nossa conta para a conta do
dono da loja. Não podemos abusar, pois já planejamos usar o
dinheiro para pagar as outras contas, como sua escola, o
supermercado, nossa viagem [...] (CERBASI, 2006, p. 43)

Para kern 2009 as questões que envolvem o mundo financeiro são


constantes na vida das pessoas, uma vez que todos os dias somos
confrontados com os mais variados tipos de apelos sejam eles de vendas de
produtos e planos ou ofertas de dinheiro.
Para kern 2009 p. 26, De acordo com os PCNs (brasil, 2000, p. 64): “se
a escola pretende estar em consonância com as demandas atuais da
sociedade, é necessário que trate de questões que interferem na vida dos
alunos e com as quais se veem confrontados no seu dia-a-dia”.

4
Ao menos indiretamente, o currículo escolar tem como objetivo
preparar cidadãos para a vida. Ou ao menos deveria ter. Mas nosso
currículo esqueceu-se de levar em consideração que o pobre
trabalhador que cresceu numa economia também pobre precisa saber
tanto sobre as armadilhas dos juros dos crediários quanto sobre os
métodos para extrair as raízes de uma equação de terceiro grau
(cerbasi, 2006, p. 34). Kern, 2009, p. 36

Para mello p. 14 A educação financeira tem o objetivo de instruir as


pessoas sobre os aspectos relacionados ao dinheiro, aumentando a
capacidade de decisão, conforme os seus recursos e sua realidade,
influenciando positivamente no âmbito social. A alfabetização
financeira contribui em diversos aspectos, tais com: o
desenvolvimento da ética, do consumo consciente, da preservação do
meio ambiente e do respeito aos bens públicos. (Mello 2016 p.13)

2.1 Educação Básica e Educação Financeira

No Brasil, a difusão da infantil


Escolarização básica teve início nas primeiras décadas do século XX,
porém a expansão enquanto rede pública de ensino, ocorre entre as décadas
de 70 e 80. A educação básica brasileira é constituída por três etapas:
educação infantil, ensino fundamental e ensino médio. De acordo com a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação 2, a educação básica tem a duração de 9 anos
organizados em séries e é obrigatória a partir dos quatro anos de idade.
Neste período, os alunos são preparados para o domínio da leitura,
escrita, cálculo, além de inseridos aos aspectos sociais e culturais da nossa
sociedade. O ensino fundamental está organizado em: Ensino fundamental –
anos iniciais e Ensino fundamental anos finais. Os anos iniciais compreendem
do 1º ao 5º ano letivo. Neste momento, alguns conceitos educacionais são
introduzidos e permanecerão durante toda a educação básica. Já os anos
finais, correspondem ao período entre o 6º e o 9º ano, os conceitos
educacionais são aprimorados e o aluno é preparado para a etapa seguinte, o
Ensino Médio.
Em suma, a educação básica é regida pela Lei de Diretrizes e Bases
9394/96. Conforme o artigo 9 da LDB, é função do Governo Federal
2
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação ou LDB é a legislação que define e
regulamenta o sistema educacional brasileiro, seja ele público ou privado. Esta legislação foi
criada com base nos princípios presentes na Constituição Federal, que reafirma o direito à
educação desde a educação básica até o ensino superior.

5
(...) estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios, competências e diretrizes para a educação infantil, o
ensino fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos e
seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica
comum (BRASIL, 1996)

Com referência nesse artigo, em dezembro de 2017 foi aprovado no


Senado e sancionado pelo presidente da república a A Base Nacional Comum
Curricular (BNCC). Trata-se de um documento criado para direcionar
educadores e instituições de ensino sobre os conhecimentos essenciais e
indispensáveis ao desenvolvimento das crianças e jovens brasileiros. A BNCC
sugere estratégias, conceitos e situações a ser trabalhadas em cada período
da educação básica. Dentre as dez competências gerais que permeiam todo o
documento, nos chama atenção a 6ª e a 7ª competências respectivamente:

6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais, apropriar-


se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as
relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao
exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade,
autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis,


para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões
comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a
consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito
local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao
cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta (BRASIL, 2017.p.9)

Das dez competências apresentadas como gerais, as duas acima


mencionadas fazem referência aos princípios da educação financeira quando
mencionam “entender as relações próprias do mundo do trabalho” e “consumo
responsável em âmbito local. Entendemos que essa menção na base do
documento é uma abertura significativa para o trabalho com a Educação
Financeira de crianças no espaço escolar.

6
NA IDADE MÉDIA AS CRIANÇAS ERAM VISTAS COMO HOMENS E
MULHERES DE TAMANHO REDUZIDO, NÃO HAVENDO ASSIM
DISTINÇÃO DA CRIANÇA E DO ADULTO. NO SÉCULO XVII HAVIA
COLÉGIOS DA IGREJA, QUE LECIONAVA A ADULTOS E
CRIANÇAS. TENDO DESTA FORMA A IGREJA IMPORTANTE
PAPEL NA ALFABETIZAÇÃO COM O INTUITO DE
PROPORCIONAR A LEITURA Á BÍBLIA E AOS ENSINAMENTOS
RELIGIOSOS (PEREIRA, ET AL, 2009).
ASSIM SENDO, O PERCURSO DA EDUCAÇÃO INFANTIL
COMEÇOU A PARTIR DO MOMENTO EM QUE A SOCIEDADE
PASSOU A PENSAR O QUE É SER CRIANÇA E A IMPORTÂNCIA
DO MOMENTO INFÂNCIA NA VIDA ADULTA, ENTRE OS SÉCULOS
XVI E XVII (PEREIRA, ET AL, 2009)
A REVOLUÇÃO BURGUESA INTRODUZIU A NECESSIDADE DE
ELABORAÇÃO DE NOVOS MÉTODOS EDUCACIONAIS,
ADEQUADOS À NOVA ORDEM SOCIAL, A BURGUESIA SE
ESFORÇOU POR EXPULSAR A IGREJA DOS SEUS ÚLTIMOS
REDUTOS (LIMA, 2009).
SURGE A PREOCUPAÇÃO COM A EDUCAÇÃO PARA CRIANÇAS
DE 0 A 6 ANOS. A EDUCAÇÃO PASSA A SER DE EMPÍRICA A
PEDAGÓGICA. COLÉGIOS ABREM ACESSO AOS FILHOS DE
BURGUESES E CLASSES BAIXAS SEPARADAMENTE. NESSE
CONTEXTO, A IGREJA CATÓLICA PERDE ESPAÇO NO QUE DIZ
RESPEITO A EDUCAÇÃO (PEREIRA, ET AL, 2009)

1 EDUCAÇÃO FINANCEIRA INFANTIL - BRINCANDO COM


DINHEIRO 9
A EDUCAÇÃO INFANTIL DESDE OS PRIMÓRDIOS DA
HUMANIDADE ERA DADA COMO INCENTIVO E
RESPONSABILIDADE INICIAL POR MEIO DAS FAMÍLIAS. ERAM
JUNTO COM OUTRAS CRIANÇAS, PESSOAS E INDIVÍDUOS DE
CONVIVÊNCIA GERAL AO QUAL SE DAVA O DESENVOLVIMENTO
DA EDUCAÇÃO DAS CRIANÇAS (CRAIDY; KAERCHER, 2007).
NA LUZ DO ENTENDIMENTO DE PEREIRA ET AL. (2009), A
PARTIR DO SURGIMENTO DA CLASSE BURGUESA, TENDO EM
VISTA O DESENVOLVIMENTO DOS COMÉRCIOS E CIDADES,
PASSOU-SE A EXISTIR UMA MAIOR PREOCUPAÇÃO, VINDA DA
ASSISTÊNCIA SOCIAL, COM AS CRIANÇAS. ENTRETANTO, A
REVOLUÇÃO DA BURGUESIA INTRODUZIU A NECESSIDADE DE
SE ELABORAR UMA NOVA METODOLOGIA EDUCACIONAL.
ALINHADAS À NOVA ORDEM SOCIAL, A BURGUESIA SE
DEDICOU PARA EXPULSAR A IGREJA DOS SEUS ÚLTIMOS
REDUTOS (LIMA, 2009).

7
OBSERVA-SE QUE O IMPULSO PARA O NORTEAMENTO DA
EDUCAÇÃO INFANTIL, VISADO PELA BURGUESIA, ERA APENAS
DE PROPORCIONAR, POR MEIO DAS CRIANÇAS, A QUEDA DA
IGREJA, QUE ATÉ ENTÃO ERA SOBERANA, PROPORCIONANDO
A SUA CLASSE UM MAIOR CONHECIMENTO E
DESENVOLVIMENTO. AS CRIANÇAS ERAM VISTAS COMO O
FUTURO DESDE ENTÃO, DAÍ A LÓGICA ESTRATÉGICA.
CONTUDO, OS BENEFÍCIOS PARA AMBAS FORAM LOGO
VISADOS, CONSEGUINDO NÃO SÓ A SATISFAÇÃO DA CLASSE
COMO TAMBÉM UM DESENVOLVIMENTO INFANTIL A PRINCÍPIO
(PEREIRA ET AL., 2009). NO ENTANTO, A EDUCAÇÃO SE AFASTA
DO EMPIRISMO E EVOLUI PARA A PEDAGÓGICA, SE
PREOCUPANDO COM AS CRIANÇAS DA FAIXA ETÁRIA DO ZERO
AOS SEIS ANOS DE IDADE. COLÉGIOS ABREM ACESSO AOS
FILHOS DE BURGUESES E CLASSES BAIXAS SEPARADAMENTE.
NESSE CONTEXTO, A IGREJA CATÓLICA PERDE ESPAÇO NO
QUE DIZ RESPEITO À EDUCAÇÃO. E ASSIM INICIALMENTE
CRIARAM-SE TRÊS NÍVEIS DE ENSINO, A PRIORI PARA
ADEQUAR O NÍVEL DE CONHECIMENTO À ESTATURA FÍSICA E
MENTAL DA CRIANÇA, PROPORCIONANDO UM
DESENVOLVIMENTO INTELECTUAL CORRESPONDENTE À FAIXA
ETÁRIA (LIMA, 2009).
ATUALMENTE NO BRASIL, AS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SE
ADEQUARAM À FORMATAÇÃO DE NÍVEIS DE ESCOLARIDADE
QUE PERMEIA NOVE ANOS LETIVOS PARA O ENSINO
FUNDAMENTAL, TRÊS PARA O ENSINO MÉDIO E NA EDUCAÇÃO
SUPERIOR PODE VARIAR DEPENDENDO DO RAMO
PROFISSIONAL ESCOLHIDO. ENFATIZANDO O ENSINO INFANTIL,
ALÉM DOS CINCO PRIMEIROS NÍVEIS, HÁ A EXISTÊNCIA DO
MATERNAL, QUE SERIA UMA INICIAÇÃO OU INCENTIVO À
CRIANÇA A SE ADAPTAR AO MEIO ESCOLAR E DESPERTÁ-LO
PARA A APRENDIZAGEM. JÁ QUE SEGUNDO A LEI DE
DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO (LEI Nº 12.796, DE 2013), A
EDUCAÇÃO INFANTIL, PRIMEIRA ETAPA DA EDUCAÇÃO
BÁSICA, TEM COMO FINALIDADE O DESENVOLVIMENTO
INTEGRAL DA CRIANÇA DE ATÉ CINCO ANOS, EM SEUS
ASPECTOS FÍSICO, PSICOLÓGICO, INTELECTUAL E SOCIAL,
COMPLEMENTANDO A AÇÃO DA FAMÍLIA E DA COMUNIDADE,
POR MEIO DE CRECHES PARA CRIANÇAS ATÉ TRÊS ANOS E
PRÉ-ESCOLAS PARA CRIANÇAS DE QUATRO A CINCO ANOS.
2 A IMPORTANCIA DA EDUCAÇAO FINANCEIRA INFANTIL 76

Metodologia:

8
O ARTIGO APRESENTA UM ESTUDO DE CASO DE UMA
INTERVENÇÃO EM EDUCAÇÃO FINANCEIRA REALIZADA NO
ENSINO FUNDAMENTAL. A PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
OCORREU NUMA ESCOLA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL
E ENSINO FUNDAMENTAL DE FRANCISCO BELTRÃO PR, FOI
APLICADA AOS ALUNOS DO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL.
A ABORDAGEM DO TEMA FAZ PARTE DO CURRÍCULO PARA A
SÉRIE E ABARCA O RECONHECIMENTO DA MOEDA NACIONAL,
BEM COMO A IDENTIFICAÇÃO E USO DAS CÉDULAS E MOEDAS
BRASILEIRAS. AO TOMAR CONHECIMENTO DA PRÁTICA
CONFORME VEICULAÇÃO NA MÍDIA LOCAL, (INSERIR NOTA DE
RODAPÉ COM O LINK DA MATÉRIA JB) SENTIMOS A
NECESSIDADE DE CONHECER DE PERTO A PROPOSTA DA
INTERVENÇÃO E SUAS POSSÍVEIS IMPLICAÇÕES PARA A
CONSTRUÇÃO DA AUTONOMIA FINANCEIRA. PARA ISSO,
ELEGEMOS COMO INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS A
ENTREVISTA SEMI ESTRUTURADA, CONTANDO COM
ELEMENTOS DA ANÁLISE DO DISCURSO PARA
INTERPRETAÇÃO DOS DADOS.
Educação infantil

Educação financeira
Eeducação Ffinanceira no Bbrasil

Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento


Econômico (OCDE), desde de 2008 as implicações sociais e econômica tem
levado cada vez mais governos nacionais a se engajar no desenvolvimento de
estratégias de educação financeira, a criação de estratégias nacionais de
educação financeira tornoua-se a principal referência para leis, políticas
públicas e programas multissetoriais, criando diretrizes para balizar iniciativas
concretas.
No Brasil é de responsabilidade da União através de alguns órgãos
fiscalizar e normatizar as operações de natureza financeira.
Em janeiro de 2006 através do decreto nº5.685 a integração entre a
Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC), a
Superintendência de Seguros Privados (Susep), a Comissão de Valores
Mobiliários (CVM) e o Banco Central do Brasil (BCB), foi instituído instituiu o
Comitê de Regulação e Fiscalização dos Mercados Financeiro, de Capitais, de
Seguros, de Previdência e Capitalização (COREMEC). Este comitê objetiva , o
qual é integrado pelo Banco Central do Brasil (BCB), pela Comissão de Valores
Mobiliários (CVM), pela Superintendência Nacional de Previdência

9
Complementar (PREVIC) e pela Superintendência de Seguros Privados
(Susep). O objetivo do COREMEC é coordenar e aprimorarcomplementar as
atuações das entidades da administração pública federal, as quais são
responsáveistêm a incumbência de por regularordenar e fiscalizar as
atividades ligadas à captaçãoarrecadação púublica da poupança popular, em
em maio de 2007 o COREMEC constituiuinstituiu o Grupo de Trabalho (GT)
com a função o objetivo de proporapresentar a Estratégia Nacional de
Educação Financeira (EneENEFf).
A fim de promover práticas de Educação Financeira no território
nacional, A Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF) foi elaborada
através da articulação de nove órgãos e entidades governamentais e quatro
organizações da sociedade civil, que juntos integram o Comitê Nacional de
Educação Financeira – CONEF – criado através do Decreto Federal
7.397/2010. Instituída como política de Estado de caráter permanente, a ENEF
tem por características principais, a garantia de gratuidade das iniciativas que
desenvolve ou apoia e sua imparcialidade comercial. Esta estratégia, pretende
colaborar para o fortalecimento da cidadania ao ofertar e apoiar ações que
auxiliem a população quanto a tomada de decisões mais autônomas e
conscientes.
Os programas transversais e setoriais3 compõem as ações da ENEF.
{Programas setoriais são os programas e as ações desenvolvidas pelos
membros do CONEF e que estão alinhados às diretrizes propostas pela ENEF.
Esses programas são regidos pelos objetivos e papéis desempenhados por
cada instituição. } https://www.vidaedinheiro.gov.br/programas-setoriais/
{ Programas transversais são as ações de educação financeira da
ENEF que, pelo público beneficiário ou temática financeira priorizada, não são
de responsabilidade exclusiva de determinado órgão ou entidade. Seus
objetivos requerem a conjugação de diversos temas como proteção,

3
Programas setoriais são os programas e as ações desenvolvidas pelos membros
do CONEF e que estão alinhados às diretrizes propostas pela ENEF. Esses programas são
regidos pelos objetivos e papéis desempenhados por cada instituição. Programas
transversais são as ações de educação financeira da ENEF que, pelo público beneficiário ou
temática financeira priorizada, não são de responsabilidade exclusiva de determinado órgão ou
entidade. Seus objetivos requerem a conjugação de diversos temas como proteção,
planejamento financeiro, poupança, investimento, crédito e defesa do consumidor.

10
planejamento financeiro, poupança, investimento, crédito e defesa do
consumidor.
Os programas transversais estão sob a coordenação da Associação de
Educação Financeira do Brasil – AEF-Brasil. A AEF contribui com a ENEF por
meio do desenvolvimento de tecnologias sociais e educacionais que podem ser
reaplicadas por qualquer pessoa ou organização interessada, dando assim a
escala necessária ao tema educação financeira.
Estes programas podem ser patrocinados por qualquer instituição
interessada na promoção da educação financeira no Brasil. }
https://www.vidaedinheiro.gov.br/programas-transversais/
Em suma, a { A estrutura de governança da ENEF integraagrega
entidades públicas e privadas interessadas em promover a educação financeira
no Brasil. O formato preserva a independência dos órgãos supervisores do
sistema financeiro para desenvolver suas próprias ações de educação.
{ A Estratégia Nacional de Educação Financeira – ENEF, instituída pelo
Decreto nº 7.397, de 22 de dezembro de 2010, tem a finalidade de promover a
educação financeira e previdenciária e contribuir para o fortalecimento da
cidadania, a eficiência e solidez do sistema financeiro nacional e a tomada de
decisões conscientes por parte dos consumidores.

A ENEF foi instituída como proposta de política de Estado, de caráter


permanente, com necessidade de ação conjunta, pública e privada, por meio
de gestão centralizada e execução descentralizada. De acordo com o Art.2º do
seu decreto, tem como diretrizes:

I – atuação permanente e em âmbito nacional;


II – gratuidade das ações de educação financeira;
III – prevalência do interesse público;
IV – atuação por meio de informação, formação e orientação;
V- centralização da gestão e descentralização da execução das
atividades;
VI – formação de parcerias com órgãos e entidades públicas e
instituições privadas; e
VII – avaliação e revisão periódicas permanentes (BRASIL, 2010)..

Relevante para diversos públicos, a Educação Financeira é uma causa


transversal sob os pontos de vista organizacional, temático e setorial. Muitas
organizações já estão contribuindo com ações educativas e sociais visando

11
promover no brasileiro a capacidade de tomar decisões financeiras conscientes
para sua vida e para a economia do país. No entanto as escolas acabam
recorrendo às parcerias, principalmente com instituições financeiras como
cooperativas de crédito. Por um lado, essas parcerias auxiliam o trabalho
pedagógico uma vez que possibilitam o acesso a materiais e recursos didáticos
dos quais a escola nem sempre dispõe, por outro lado, a terceirização da ação
em educação financeira pode caracterizar como uma ação isolada, a parte do
processo pedagógico escolar.
É importante ressaltar que educação financeira não se trata apenas de
desenvolver habilidades matemáticas as quais são necessárias para realização
de cálculos e a comparação entre taxas de juros, prêmios, rentabilidades, taxas
de administração e outros que favorecem a tomada de decisões, também é
importante desenvolver habilidades psicológicas as quais irão influenciar as
escolhas quanto as finanças e estimular o desenvolvimento de um
comportamento que contribua para um bom planejamento financeiro e
consequentemente a emancipação financeira do indivíduo. Conforme observa
Cerbasi (2006)
Ao menos indiretamente, o currículo escolar tem como objetivo
preparar cidadãos para a vida. Ou ao menos deveria ter. Mas nosso
currículo esqueceu-se de levar em consideração que o pobre
trabalhador que cresceu numa economia também pobre precisa saber
tanto sobre as armadilhas dos juros dos crediários quanto sobre os
métodos para extrair as raízes de uma equação de terceiro grau
(CERBASI, 2006, p. 34).

Sendo assim um dos propósitos da Enef nas escolas é justamente o de


educar crianças e adolescentes para além de aprender a lidar com o dinheiro,
estar apto a planejar sua vida financeira de forma segura, independentemente
se possui pouco ou muito recurso financeiro. “Saber o que é correto não é
suficiente, é preciso desenvolver autodisciplina e orientar o julgamento do
senso de urgência em crianças e jovens, além de levar até eles os conceitos de
Educação Financeira”. (BRASIL, 2017a, p. 15)
O que nos chama atenção na prática observada neste trabalho é a
postura da professora regente em assumir a função de educadora financeira e
a abordagem interdisciplinar do tema. Da forma como a ação foi desenvolvida,
os alunos participaram de todo o processo desde a construção a execução do
projeto, e os conteúdos específicos das áreas de conhecimento não foram

12
deixados de lado para dar lugar a Educação Financeira, mas caminharam
juntos complementando-se entre si.
A ação foi divulgada pela mídia local e desta forma nos chamou a
atenção e nos questionamos quanto ao que levou a essa ação diferenciada por
parte da regente da turma? Que elementos fizeram a diferença para a
compreensão da Educação Financeira como parte do processo de ensino
fundamental? Nos propomos a entrevistar a professora regente e fomos
construindo um diálogo bastante produtivo quanto a temática.

Procedimentos metodológicos

Este trabalho é relato de experiência, usamos como instrumento de


coleta de dados a entrevista semiestruturada. As respostas foram observadas
sob a óptica da Análise do discurso. Como pressuposto para a fundamentação
teórica, buscamos apoio junto aos canais de educação financeira, como no
caso o Banco Central, além de pautar a escrita sobre a legislação que
regulamenta a educação nacional, bem como abre a possibilidade de acolher a
Educação Financeira na vida de crianças em idade escolar.

} https://www.aefbrasil.org.br/index.php/educacao-financeira/

EDUCAÇÃO FINANCEIRA NO BRASIL


Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE), desde de 2008 as implicações sociais e econômica tem
levado cada vez mais governos nacionais a se engajar no desenvolvimento de
estratégias de educação financeira, a criação de estratégias nacionais de
educação financeira torna-se a principal referência para leis, políticas públicas
e programas multissetoriais, criando diretrizes para balizar iniciativas concretas.
No Brasil é de responsabilidade da União através de alguns órgãos
fiscalizar e normatizar as operações de natureza financeira.
Em janeiro de 2006 através do decreto nº5.685 foi instituído o Comitê
de Regulação e Fiscalização dos Mercados Financeiro, de Capitais, de
Seguros, de Previdência e Capitalização (COREMEC), o qual é integrado pelo
Banco Central do Brasil (BCB), pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM),
pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC) e

13
pela Superintendência de Seguros Privados (Susep). O objetivo do COREMEC
é coordenar e aprimorar as atuações das entidades da administração pública
federal, as quais são responsáveis por regular e fiscalizar as atividades ligadas
à captação publica da poupança popular, em maio de 2007 o COREMEC
constituiu o Grupo de Trabalho (GT) com o objetivo de propor Estratégia
Nacional de Educação Financeira (Enef)
{ A Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF) é uma
mobilização multissetorial em torno da promoção de ações de educação
financeira no Brasil. A estratégia foi instituída como política de Estado de
caráter permanente, e suas características principais são a garantia de
gratuidade das iniciativas que desenvolve ou apoia e sua imparcialidade
comercial. O objetivo da ENEF, criada através do Decreto Federal 7.397/2010,
é contribuir para o fortalecimento da cidadania ao fornecer e apoiar ações que
ajudem a população a tomar decisões financeiras mais autônomas e
conscientes. A estratégia foi criada através da articulação de nove órgãos e
entidades governamentais e quatro organizações da sociedade civil, que juntos
integram o Comitê Nacional de Educação Financeira – CONEF – criado através
do Decreto Federal 7.397/2010
Os programas da ENEF são guiados pelo Plano Diretor, sua
Deliberação e seus Anexos, documentos que consolidam a atuação da
Estratégia Nacional de Educação Financeira. As ações da ENEF são
compostas pelos programas transversais e setoriais, coordenados de forma
centralizada, mas executados de modo descentralizado.}
https://www.vidaedinheiro.gov.br/quemsomos/
{Programas setoriais são os programas e as ações desenvolvidas
pelos membros do CONEF e que estão alinhados às diretrizes propostas
pela ENEF. Esses programas são regidos pelos objetivos e papéis
desempenhados por cada instituição. }
https://www.vidaedinheiro.gov.br/programas-setoriais/
{ Programas transversais são as ações de educação financeira da
ENEF que, pelo público beneficiário ou temática financeira priorizada, não
são de responsabilidade exclusiva de determinado órgão ou entidade.
Seus objetivos requerem a conjugação de diversos temas como proteção,

14
planejamento financeiro, poupança, investimento, crédito e defesa do
consumidor.
Os programas transversais estão sob a coordenação da
Associação de Educação Financeira do Brasil – AEF-Brasil. A AEF
contribui com a ENEF por meio do desenvolvimento de tecnologias
sociais e educacionais que podem ser reaplicadas por qualquer pessoa
ou organização interessada, dando assim a escala necessária ao tema
educação financeira.
Estes programas podem ser patrocinados por qualquer instituição
interessada na promoção da educação financeira no Brasil. }
https://www.vidaedinheiro.gov.br/programas-transversais/
{ A estrutura de governança da ENEF integra entidades públicas e
privadas interessadas em promover a educação financeira no Brasil. O
formato preserva a independência dos órgãos supervisores do sistema
financeiro para desenvolver suas próprias ações de educação.
Como política nacional, a ENEF deve contemplar as seguintes
esferas de governança:
Estratégica: Comitê Nacional de Educação Financeira – CONEF:
instância responsável pela direção, supervisão e pelo fomento da ENEF.
Consultiva: Grupo de Apoio Pedagógico – GAP: instância de
assessoramento ao CONEF quanto aos aspectos pedagógicos
relacionados à educação financeira e previdenciária. Comissão
Permanente – CP: instância instituída para prover o CONEF do suporte
técnico necessário à Estratégia Nacional de Educação Financeira.
Integram a CP um representante e um suplente de cada entidade ou órgão
integrante do CONEF. Secretaria Executiva: presta o apoio administrativo
e fornece os meios necessários para o alcance dos objetivos do CONEF.
É exercida pelo Banco Central.}
https://www.vidaedinheiro.gov.br/governanca/
{ Coordenação: Associação de Educação Financeira do Brasil –
AEF-Brasil é uma Oscip, criada em 2011 a qual exerce o papel de
coordenadora dos programas transversais da ENEF. Neste papel, além da
coordenação dos projetos, a Associação é responsável pela mobilização
social e financeira necessária para executá-los.

15
Sua missão é tornar a educação financeira um tema relevante no
país, de modo a possibilitar transformações na vida das pessoas e
promover o desenvolvimento do Brasil. Com abrangência nacional,
cumpre sua missão por meio da criação de tecnologias sociais e
educacionais que são disponibilizadas de forma aberta e gratuita para a
população. Além disso, organizações públicas e privadas interessadas
em trabalhar com a educação financeira também têm amplo acesso a
essas tecnologias.
Quatro instituições representantes da sociedade civil mantêm a
AEF-Brasil:
• Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e
de Capitais (ANBIMA).
• Brasil, Bolsa e Balcão (B3)
• Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais,
Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNSeg)
• Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) }
https://www.vidaedinheiro.gov.br/coordenacao/

{ Os resultados conquistados com alunos do ensino médio deram


base para a AEF-Brasil abarcar o ensino fundamental e fortalecer a ENEF.
Criou-se, então, em 2014, o projeto-piloto direcionado aos estudantes do
1º ao 9º ano. O Programa foi aplicado em 2015 em dois municípios:
Joinville, em Santa Catarina, e Manaus, no Amazonas. Participaram 400
professores, 14.886 alunos, de 651 turmas e 201 escolas, sendo 72
instituições de Joinville e de Manaus. Em 2016, foi divulgado o resultado
da Avaliação de Impacto (disponível no site www.vidaedinheiro.gov.br),
conduzida pela Banco Mundial. Também neste ano, todos os livros e
vídeos de formação para os professores foram disponibilizados
gratuitamente no site www.edufinanceiranaescola.gov.br.
METODOLOGIA E AVALIAÇÃO DE IMPACTO As escolas
participantes do projeto-piloto foram selecionadas a partir de
estratificação por município e tipo de ciclo do ensino fundamental que a
escola oferece (apenas anos iniciais, apenas anos finais ou todo o ensino
fundamental). Para desenvolver a Avaliação de Impacto, o total de escolas

16
participantes foi dividido em dois grupos. Apenas metade das instituições
(101) recebeu o projeto, denominado grupo de tratamento. A outra metade
(100) foi parte do grupo de controle, ou seja, não recebeu material algum.
Assim foi possível comparar os conhecimentos financeiros e atitudes
relacionadas às decisões de consumo e poupança entre ambos os
grupos. A implementação do projeto foi realizada de forma a deixar as
escolas do grupo de tratamento livres para utilizarem o material didático
da maneira mais adequada a seus cronogramas pedagógicos. (Relatorio
Anual 2016 p. 11) }
Uma prática de educação financeira no ensino fundamentalO PAPEL DA
EDUCAÇÃO FINANCEIRA NA VIDA DA CRIANÇA

O projeto denominado pelas crianças de Poupancinho, surgiu do


desejo das crianças em realizarem uma atividade recreativa, um passeio, na
ocasião a professora estava organizando as atividades para abordar o sistema
monetário. Aproveitando o interesse dos alunos, questionou-os sobre o lugar
que gostariam de conhecer, em resposta os alunos realizaram uma pesquisa
na turma e elaboraram um gráfico de barras. Constataram que a opção mais
votada seria um passeio ao zoológico. O zoológico mais próximo está
localizado em um município vizinho e requer um investimento financeiro.
Explicando as crianças sobre isso a professora instigou-os a criar uma
estratégia para que conseguissem angariar o valor necessário para que toda a
turma pudesse realizar o passeio.
A turma realizou um planejamento prévio, consultando valores de
entrada, transporte e alimentação. Com os dados tabulados, perceberam que
precisariam de um determinado valor para que toda a turma pudesse realizar a
atividade.
Na oportunidade a professora explorou a origem do dinheiro e a
história das relações mercantis, contando com o auxílio de um passeio virtual
ao Museu do Valor. A atividade foi vinculada ao conteúdo de história que trazia
o estudo dos primeiros habitantes do Brasil.
Em língua portuguesa, a professora explorou a produção dos textos
necessários ao projeto, desde a lista de atividades a serem desenvolvidas até
os bilhetes a serem encaminhados ás famílias notificando as decisões da

17
turma. Os alunos sugeriram a formação de um museu da turma com cédulas e
moedas antigas. Trouxeram moedas do Japão, Peru, Bolívia, EUA, Europa,
bem como cédulas e moedas brasileiras antigas. Segundo relato da professora,
uma das crianças trouxe uma moeda de 400 réis, utilizada no início do século
XIX.
Para angariar o valor necessário ao passeio, as crianças optaram por
realizar um banco da turma, após discutir com a coordenação da escola e
consultar os familiares das crianças, ficou decidido que cada criança teria o seu
cofrinho, confeccionado com reaproveitamento de embalagens. A atividade
teve por objetivo o controle de entradas e saídas de valores do cofrinho, o
planejamento de uma ação que requereu da turma economizar, poupar e
investir. Uma das preocupações era quanto a disparidade de valores
angariados entre as crianças, a alternativa encontrada foi realizar o controle via
uma ficha semanal para saber qual valor cada criança tinha conseguido até o
momento.
Foi trabalhado com a turma as questões de diferença de condições
entre as famílias o que evidenciou a desigualdade sócio econômica do grupo. A
atuação coletiva foi reforçada com a ênfase do objetivo final que era a
realização do passeio pela turma toda. O projeto total teve uma duração de
dois meses e o valor arrecadado conseguiu custear o lanche das crianças, a
entrada no Zoológico e a viagem foram viabilizadas pela administração
municipal e parceiros que se sensibilizaram com o engajamento dos alunos na
ação. Ao refletir sobre a prática, realizada, nos deparamos com a afirmação do
plano diretor da ENEF
O sistema educacional brasileiro, nos termos da Lei de Diretrizes e
Bases, confere autonomia aos estabelecimentos de ensino para
elaborar e executar propostas pedagógicas, e aos docentes para
elaborar e cumprir plano de trabalho de acordo com a proposta
pedagógica definida pela escola, sempre respeitando as normas
comuns e do seu sistema de ensino. (BRASIL, 2017a. p.96)

Neste sentido, lançamos um questionário para a professora regente da


turma que foi transcrito literalmente conforme segue:

Questão 1: É importante ressaltar que educação financeira não se trata


apenas de desenvolver habilidades matemáticas as quais são necessárias

18
para realização de cálculos e a comparação entre taxas de juros, prêmios,
rentabilidades, taxas de administração e outros que favorecem a tomada
de decisões, também é importante desenvolver habilidades psicológicas
as quais irão influenciar as escolhas quanto as finanças e estimular o
desenvolvimento de um comportamento que contribua para um bom
planejamento financeiro e consequentemente a emancipação financeira
do indivíduo. Sendo assim um dos propósitos da Enef nas escolas é
justamente o de educar crianças e adolescentes para além de aprender a
lidar com o dinheiro, estar apto a planejar sua vida financeira de forma
segura, independentemente se possui pouco ou muito recurso financeiro.
“Saber o que é correto não é suficiente, é preciso desenvolver autodisciplina e
orientar o julgamento do senso de urgência em crianças e jovens, além de
levar até eles os conceitos de Educação Financeira”. (Pplano Ddiretor ENEF p.
15)
É cada vez mais comum nos depararmos com crianças que possuem telefones
celulares os quais mesmo sendo pré-pagos necessitam de controle e disciplina,
porem mesmo assim muitos gastam em excesso e sem necessidade, além
disso há cada vez mais jovens e adolescentes endividados por adquirirem
produtos financeiros sem terem uma base solida de como administra-los,
muitos desses produtos são oferecidos aos adolescentes assim que ingressam
no ensino superior, temos como exemplo as contas bancarias e cartões de
credito, para universitários, fazendo com que tais adolescentes necessitem
adquirir noções de fianças mais complexas do que as demandadas por
gerações anteriores.

“A educação financeira pode conscientizar os indivíduos para a importância do planejamento


financeiro, a fim de desenvolverem relação equilibrada com o dinheiro e adotarem decisões
sobre finanças e consumo de boa qualidade. Ela pode, também, estimular a população de ter
sua poupança”. (Pplano Ddiretor ENEF p.11)

“Cidadãos com maior grau de educação financeira estão menos propensos a


sustentar padrões de consumo incompatíveis com sua renda. ” (Plano Ddiretor
ENEF)

19
As dificuldades financeiras dos indivíduos não afetam apenas sua família. Suas consequências
são negativas também para a sociedade, pela perda do potencial de desenvolvimento humano,
pela sobrecarga das redes de proteção social e pelos efeitos sistêmicos de natureza
econômica, que podem ter reflexos para a solidez e a eficiência do sistema financeiro. (Plano
Ddiretor ENEF p.11 )

Um estudo desenvolvido pelo instituto Data Popular revelou que:


A noção de dinheiro entra na vida das crianças a partir dos cinco anos, quando elas tem o
primeiro contato com o dinheiro, por meio de gastos superficiais e pequenas doações dos pais.
Quando atingem os nove anos, muitas delas começam a receber mesada, o que
invariavelmente desperta interesse em lidar com dinheiro, utilizado para gastos ligados a
entretenimento e lazer. Outros gastos, como vestuário, celular, viagens e presentes, são
negociados com os pais, para que eles sejam os financiadores dessas despesas. Que
normalmente demandam quantias mais elevadas. (Plano Diretor ENEF p.14)

O interesse do governo na educação financeira não se esgota no âmbito dos órgão reguladores
e supervisores do sistema financeiro. A formação de reservas para aposentadoria, no regime
de previdência privada, de caráter facultativo e complementar, é cada vez mais relevante,
contribuindo para elevação da taxa de poupança brasileira e por conseguinte, para expansão
do investimento. (Plano Diretor ENEF p. 17)

“Consumir de forma consciente, com economia de recursos ambientais, pode


trazer benefícios financeiros imediatos pela redução de despesas, ao mesmo
tempo em que contribui para preservação do meio ambiente” (Plano Ddiretor
ENEF)

O sistema educacional brasileiro, nos termos da Lei de Diretrizes e Bases, confere autonomia
aos estabelecimentos de ensino para elaborar e executar propostas pedagógicas, e aos
docentes para elaborar e cumprir plano de trabalho de acordo com a proposta pedagógica
definida pela escola, sempre respeitando as normas comuns e do seu sistema de ensino.
(Pplano Ddiretor ENEF p.96)

O documento propõe que o assunto seja tratado como tema relevante inserido nas diversas
áreas de conhecimento. Além disso, essa abordagem permite que os conceitos de educação
financeira sejam priorizados e contextualizados de acordo com a realidade local e regional, o
que deve ser considerado, uma vez que se trata de um pais com dimensões continentais como
o Brasil, onde a pluralidade cultural é uma das principais características. (Plano Diretor p.96)

20
Como politica nacional, a Enef deve contemplar as seguintes esferas de governança:
Estratégica: formada pelo Comitê Nacional de Educação Financeira (Conef), responsável pela
direção, pelo fmento e pela supervisão da Enef.
Consultiva: formada, nicialmente por GAP, responsável por orientar pedagogicamente o
desenvolvimento de conteúdos.
De coordenação: a Enef será coordenada por entidade de proposito exclusivo, não integrada à
estrutura de nenhum dos ministérios, a fim de assegurar o equilíbrio da gestão entre os
mercados e segmentos interessados.
De execução: por meio dos órgão supervisores e fiscalizadores do sistema financeiro nacional
e de parceiros realizadores, privados e públicos, que desenvolvam programas ou ações de
Educação Financeira, qualificadas para integrar a Enef. (Plano Diretor Enef p. 117)

O que você entende por Educação Financeira?


A Educação Financeira é uma necessidade constante na formação
dos indivíduos que já interagem com o universo financeiro. As crianças
ainda que tenham pouca compreensão sobre como funciona a estrutura
do mercado, expressam os desejos de consumo, planejam o uso do
dinheiro ou fazem associações quanto a forma de conseguir dinheiro.
Nesse sentido, entendo que a Educação Financeira é a forma de
estimular as pessoas a exercerem uma relação saudável com o dinheiro.
Desta forma a infância é o momento em que as bases da identidade
pessoal estão sendo formuladas, logo, torna-se propícia ao contato com a
Educação Financeira também. (G. A. P.)

Questão 2: O que motivou a construção de um projeto em Educação


Financeira em sua turma?
Começamos a estudar em história, as primeiras civilizações
brasileiras, em uma dessas aulas, os alunos questionaram como os
povos indígenas faziam para comprar as coisas, já que, não tinham
dinheiro. Então levantei as hipóteses com eles que sugeriram desde o
uso do cartão de crédito até a prática do escambo. As crianças
manifestaram bastante interesse pela investigação. Propus então um
passeio virtual ao Museu do Valor (endereço). Na ocasião alguns alunos

21
expressaram a prática de poupar dinheiro utilizando o cofrinho, enquanto
outros alegaram que não tinham cofrinho. Como já tinha experimentado
uma atividade de educação financeira no ano anterior, com outra turma,
percebi que o interesse dos alunos era o ponto de partida para a inserção
de um novo trabalho no ano corrente.

Questão 3: Como você acha que a criança aprende conceitos financeiros?


Com base nos referenciais pedagógicos histórico- críticos, entendo
que o aprendizado se dá dentro de um ambiente de experimentação do
conceito trabalhado, ou seja, a temática central, precisa ter sentido ou
significado particular para o aprendiz. Logo, as vivÊnciasexperiências
trazidas das relações sociais e familiares, com o dinheiro, de cada
indivíduo, precisam ser validadas, questionadas ou
ressignificadasressignificadas no ambiente escolar. A aprendizagem sobre
conceitos financeiros segue os moldes da aprendizagem de modo geral,
que é estudada em diferentes correntes teóricas do ponto de vista da
psicologia, neurociência e pedagogia.

Questão 4: Qual deve ser o papel do professor na educação financeira?


O professor é um mediador entre o conhecimento e o aluno, um
facilitador que auxilia o aluno na busca pelo conhecimento. Nessa
perspectiva pedagógica, o professor instiga a curiosidade do indivíduo e
organiza a aprendizagem de forma que o próprio aluno obtenha
autonomia diante de um determinado conceito, compreendendo de fato a
sua função histórica, social e prática para a sociedade.

Questão 5: Como os alunos envolvidos acolheram a proposta de


Educação Financeira?
A proposta foi construída com a participação das crianças, esse
protagonismo garante um envolvimento diferenciado em relação a
propostas apresentadas prontas para a execução. Um exemplo a ser
mencionado, refere-se ao interesse das crianças pela história da nossa
moeda. Ao conversar com eles sobre os diferentes tipos de moedas no
mundo e na história, alguns relataram que teriam moedas e cédulas

22
antigas, sugeriram então que aqueles que tivesses esses materiais
trouxessem para a contemplação da turma.
Essa proposta rendeu uma exposição em que pudemos ter contato
com uma moeda de 400 réis, usada por volta do ano de, 1901. Moedas de
cruzeiro, cruzado e cédulas desde o cruzado até o real. Uma aluna de
descendência japonesa trouxe duas moedas originárias do Japão,
enquanto outros alunos trouxeram moedas da Argentina, Peru, Paraguai,
Chile, EUA, Europa… Enquanto professora me senti realizada com esse
desfecho, haja visto a riqueza da diversidade que os alunos propiciaram e
o conteúdo histórico que deu vida ao livro didático.

Questão 6: Como a escola acolheu a proposta de Educação Financeira?


No ano de 2019 estávamos vivendo a implementação da Base
Nacional Comum Curricular (inserir NR explicando) e a Educação
Financeira aparecia, superficialmente atrelada à área da matemática. É
comum as escolas municipais contarem com a parceria de instituições
como cooperativas financeiras que desenvolvem projetos de Educação
Financeira. Ao compartilhar a necessidade de desenvolver um projeto
genuíno, construído coletivamente, tanto a coordenação pedagógica
quanto a gestão escolar apoiaram a iniciativa e engajaram-se nas
atividades. Inclusive, um dos reflexos foi a participação das demais
turmas de terceiros anos como parceiras das atividades.

Questão 7: Como as famílias dos alunos acolheram a proposta de


Educação Financeira?
A participação familiar apresentou manifestações diferenciadas.
Tivemos famílias que se envolveram no projeto atendendo as demandas
das atividades de entrevista das crianças, entre outras atividades para a
família. Uma das situações foi a produção de um cofrinho para abordar a
importância do planejamento financeiro. Os alunos arrecadaram garrafas
pet, e customizaram um porquinho, nomeado de Poupancinho, esse
porquinho foi encaminhado para a casa de cada criança com uma ficha de
acompanhamento das informações do porquinho. Com essa atividade
pretendemos trabalhar a responsabilidade das crianças com os cuidados

23
do material, a construção de objetivos coletivos, e o controle financeiro
de entradas, saídas etc.
Tivemos relatos de famílias que descartaram os porquinhos
alegando que eram lixo, bem como famílias que se envolveram na
atividade e auxiliaram a criança na manutenção e no cumprimento das
atividades propostas. Nesse sentido, penso que exemplos como esse
reforçam a necessidade de um Educação Financeira para além da sala de
aula, embora tenhamos buscado a parceria familiar, é difícil o
envolvimento de 100% das famílias por questões sociais que extrapolam
o domínio pedagógico.

Questão 8: Quais as dificuldades encontradas?


As dificuldades mais significativas, a meu ver, estão vinculadas à
duas questões: A escassez de recursos bibliográfico para experiências
de Educação Financeira com crianças, e à dificuldade de interação das
famílias. Os materiais didáticos bibliográficos encontrados, trouxeram
atividades didáticas de reconhecimento das cédulas e moedas do sistema
monetário ou da abordagem de valores.
A proposta de trabalho construída no coletivo, trouxe a
possibilidade de explorar elementos históricos, linguísticos, artísticos e
até mesmo científicos, como por exemplo a composição das cédulas e o
descarte das mesmas. Desta forma, foi possível constatar a
interdisciplinaridade na proposta. Quanto ao vínculo das famílias dos
alunos com a atividade, as experiências com resultados não satisfatórios
podem estar vinculadas à outras questões para além do trabalho
pedagógico.
A relação família-escola apresenta um paradigma da atualidade que
requer o envolvimento de diversos segmentos. As concepções de família,
educação, responsabilidade com a infância é função da escola, função da
família são dilemas que sofrem constantemente mudança de
compreensão e definição. A escola retrata as dinâmicas sociais e a
sociedade por sua vez também é impactada pela dinâmica escolar. Neste
sentido penso que não basta delegar a responsabilidade para outro ou
fugir da responsabilidade outorgada.

24
A escola enquanto instituição social muitas vezes culpabiliza a
família, esta, por sua vez responsabiliza ou delega à escola funções que
não lhe cabem. Nesse eterno jogo de empurra, ambas as instituições
sofrem. Seguimos enquanto educadores na busca da parceria entre esses
entes, e na reflexão contínua sobre as oportunidades de interação bem ou
mal sucedidas.

Questão 9: Quais os resultados observados após a aplicação do projeto?


Ao final do projeto, percebemos oa entrosamento das
crianças com o nosso sistema monetário, a noção de responsabilidade
social quanto ao uso do valor arrecadado no cofrinho, a percepção
quanto a importância do planejamento financeiro, da dinâmica familiar
quanto ao uso do dinheiro, o enriquecimento da consciência histórica e
cultural, bem como dos valores não monetizados. Ao abordar como um
dos tópicos do projeto, Coisas que o dinheiro não compra, as crianças
trouxeram a importância de valores humanos, imprescindíveis ao
convívio social.
Penso que, partindo da proposta inicial que era ampliar os
conhecimentos quanto ao sistema financeiro brasileiro, obtivemos
resultados significativos e que superaram as expectativas. Como
finalização da atividade, realizamos um passeio ao zoológico e o lanche
do passeio foi custeado pela arrecadação das crianças. Destaca-se a
noção de solidariedade com aqueles que por motivos diversos não
conseguiram contribuir financeiramente. As próprias crianças foram
percebendo durante o processo que enquanto alguns estavam
acumulando valores, outros precisaram utilizar as economias para suprir
necessidades emergenciais. Um dos relatos, foi de uma criança que
precisou utilizar os R$ 2,00 para comprar pão para a família, uso
justificado pela família e informado por escrito. Discutir com as crianças
aspectos como esse e elencar alternativas de superação dos problemas,
é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e
igualitária.

25
Ao concluir a entrevista, percebemos que a abrangência da Educação
Financeira aplicada a crianças em idade escolar, tem reflexos para além das
ciências exatas o que é validado por Mello na seguinte observação:

A educação financeira tem o objetivo de instruir as pessoas sobre os


aspectos relacionados ao dinheiro, aumentando a capacidade de
decisão, conforme os seus recursos e sua realidade, influenciando
positivamente no âmbito social. A alfabetização financeira contribui
em diversos aspectos, tais com: o desenvolvimento da ética, do
consumo consciente, da preservação do meio ambiente e do respeito
aos bens públicos. (MELLO 2016 p.13)

Percebeu-se que a postura democrática da professora com relação a


abordagem da temática educação financeira trouxe um significado diferenciado
ao trabalho realizado, ao construir o trabalho coletivamente com as crianças,
estas se engajaram nas atividades com propriedade e contribuíram para os
resultados significativos.
A medida que aspectos econômicos são mediados e abordados em
consonância com aspectos culturais, sociais e históricos, a Educação
Financeira se torna parte da aprendizagem assim como a alfabetização
linguística ou matemática.

Conclusão

A educação financeira para crianças em idade escolar é uma


forma de investir em qualidade de vida e sustentabilidade econômica
beneficiando a sociedade num todo. A prática aqui relatada demonstra
uma estratégia para aperfeiçoar o comportamento infantil relacionado as
finanças. As teorias da aprendizagem demonstram que é na infância e
adolescência que as noções basilares quanto à personalidade são
construídas, comportamentos, hábitos, são aprendidos e internalizados
desde os primeiros anos de vida, de forma consciente ou não. De fato, a

26
intervenção da Educação Financeira ainda na infância pode representar
uma vida adulta com responsabilidade e autonomia econômica.
A Educação Financeira preconiza estabelecer uma relação
saudável com a economia, contribuindo para a formação de indivíduos
aptos a administrar suas finanças com segurança.
Neste sentido é importante refletir a partir desta experiência como
os professores de ensino fundamental tem tido acesso a formação em
educação financeira. Posto que a professora entrevistada evidencia a
dificuldade de encontrar recursos didáticos abrangentes no que se refere
a Educação Financeira. Cabe ainda pensar sobre essa oferta de
materiais didáticos, quem os produz, como estão disponibilizados e
como os professores e instituições escolares tem utilizado ou não tais
recursos.
Estes questionamentos abrem precedente para outras
investigações que possam dialogar com este trabalho e contribuir para a
consolidação da Educação Financeira para crianças em idade escolar.

27
Referências

BRASIL, 1996. LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996, Lei de


Diretrizes e Base da Educação Nacional.
Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm

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Anexos – Plano diretor Enef disponível em:
https://www.vidaedinheiro.gov.br/wp-content/uploads/2017/08/Plano-
Diretor-ENEF-anexos-ATUALIZADO_compressed.pdf
https://www.vidaedinheiro.gov.br/

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