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Colégio Estadual do Campo Professor Valmir Nunes-EFM

Comunidade Rio do Tigre s/nº


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CEP 85.301-970; E-mail: ljsriodotigre@seed.pr.gov.br
Laranjeiras do Sul - Paraná

PROPOSTA PEDAGÓGICA

CURRICULAR DO ENSINO

MÉDIO

EDUCAÇÃO FINANCEIRA

2021
CONSTITUIÇÃO PPC EDUCAÇÃO FINANCEIRA - ENSINO MÉDIO

1- INTRODUÇÃO

Desde os o início da civilização, o ser humano aprendeu a valorizar as coisas e


aquilo que produz, seja no trabalho, no pensamento ou além. Guardar em tempos de
fartura para tempo de escassez, se mostrou um método eficiente no que tange a
qualidade e a longevidade humana. Exemplo cronológico é citado na Bíblia (Gênesis, 41),
quando José do Egito salvou a população de 7 (sete) anos de escassez, pragas e tempo
severo, apenas fazendo reservas estratégicas.
Umas das primeiras modalidades que surgiu neste processo histórico foi o
escambo. Neste formato, que é pouquíssimo utilizado hoje em dia, comércios poderiam
ser feitas através de trocas simples de produtos por produtos, por exemplo. Mas isso
sempre abriu margem para trocas incompatíveis de valor, sendo necessário encontrar
uma forma de “monetizar” equivalência no momento dessas operações.
Exemplo disso ocorreu anos mais tarde, inicialmente com os soldados da Roma
antiga (27 a.C. a 476 d.C.), a troca em função de trabalhos começou a ser trocado por
outros produtos, como pagamentos em sal (Cloreto de Sódio). Assim surgiu o salário. Mas
com o advento do comércio, as trocas ficaram cada vez mais intensas e com a
descoberta melhores técnicas de fundição, os metais surgiam ao brilho dos olhos na
Europa.
Mas o dinheiro como conhecemos hoje, surgiu no Mediterrâneo Oriental no século
VII a. C., na antiga cidade grega de Jônia, atual região da Lídia, na Turquia. De lá até os
dias de hoje, o dinheiro evoluiu de tal forma que dispomos de uma quantidade quase
infinita de formas de pagamento: papel moeda (cédulas); moedas metálicas; cheques;
cartões de crédito; débito; até mesmo moedas digitais, com advento da tecnologia
blockchain. Contudo, essas ferramentas nem sempre são bem utilizadas pela população.
A Educação Financeira nunca se fez tão necessária quanto nos dias atuais.
Infelizmente, o Brasil, no ano de 2020, apresentou o segundo lugar em endividamento
entre os países emergentes. A partir desta realidade, aprender sobre os princípios da
Educação Financeira desde cedo, faz toda a diferença na relação estabelecida com o
dinheiro. Ao longo da vida, educar a criança e o jovem com relação ao dinheiro, tanto
provoca mudanças nas novas gerações, quanto influencia as transformações nos
pais/adultos.
Ao definir Educação Financeira, entende-se que é o processo de aprendizagem
que envolve conhecer os processos de planejamento financeiro, provendo conhecimentos
e informações sobre comportamentos básicos que contribuem para melhorar a qualidade
de vida das pessoas e de suas comunidades. Ainda, segundo o Banco Central do Brasil
(BCB), a Educação Financeira “é um instrumento para promover o desenvolvimento
econômico”. Dessa forma, quanto mais cedo a Educação Financeira for inserida na vida
das crianças e jovens, por meio da educação escolar, melhores serão as expectativas e
os resultados presentes e futuros.
É importante ressaltar que a Educação Financeira não ensina apenas sobre como
deve ser a nossa relação com o dinheiro, mas também estimula novas maneiras de obtê-
lo, poupá-lo e investi-lo, visto que seus conceitos estão relacionados às escolhas,
mudanças de hábitos e práticas ao longo da vida.
Assim, as características dos conhecimentos vinculados à Educação Financeira, e
os conteúdos curriculares relacionados a ela, precisam desenvolver as competências e
habilidades essenciais para a vida dos estudantes a partir de práticas educacionais
direcionadas à formação da cidadania.
O principal propósito do componente é o de promover e fomentar a cultura da
Educação Financeira no Paraná, ampliando a compreensão dos estudantes quanto à
administração consciente de seus recursos financeiros, prospectando esses saberes para
a sociedade.
Desde muito cedo lidamos com o dinheiro, por essa razão, saber fazer bom uso
dos recursos financeiros é essencial para nossa qualidade de vida. Desta forma, o
aprendizado relacionado à Educação Financeira contribui para o melhor planejamento e
gestão das finanças pessoais, auxiliando na compreensão e prática do consumo.
Sendo assim, o quanto antes o conhecimento fundamentado na Educação
Financeira for ensinando às crianças e aos jovens, mais cedo eles desenvolverão a
capacidade de planejar seus orçamentos, tornando-os esclarecidos quanto à
administração e utilização do seu dinheiro, ou seja, desenvolvendo hábitos e
comportamentos conscientes e sustentáveis para administrar valores. Comportamentos
como esse refletirão diretamente na economia familiar, progredindo, posteriormente, para
o contexto social.
Segundo a Estratégia Nacional de Educação Financeira (Enef):

A educação financeira não se resume a um conjunto de saberes puramente


matemáticos ou de instrumentos de cálculo. Está amparada em áreas complexas
como a Psicologia Econômica e a Economia Comportamental, e por isso acessar
educação financeira é provocar mudanças de comportamento, por meio da leitura
de realidade, do planejamento de vida, da prevenção e da realização individual e
coletiva. (ENEF, 2020, p.33).

O ensino da Educação Financeira se faz necessário para o pleno desenvolvimento


dos sujeitos, tornando-os capazes de atuarem de forma ativa e consciente na sociedade.
Ela também é apresentada na Base Nacional Comum (BNCC) e propõe a utilização de
estratégias e procedimentos matemáticos capazes de desenvolver competências e
habilidades para o pleno desenvolvimento da cidadania.
O intuito é inserir no currículo escolar conceitos básicos de economia e finanças,
visando a educação financeira dos alunos, promovendo a aprendizagem do uso
consciente do crédito, a redução da inadimplência, a diminuição do endividamento
excessivo dos cidadãos, a formação de poupança, entre outros benefícios.
A ideia é que a abordagem em relação à Educação Financeira se dê de forma
transversal, integrando a temática, até então inédita na Educação Básica brasileira, ao
processo de ensino e aprendizagem de Matemática e Ciências Humanas e Sociais
Aplicadas, de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Além da previsão trazida pela base nacional curricular, o Banco Central justifica o
programa com base nos baixos níveis gerais de letramento financeiro da população
brasileira.
Lidar com o dinheiro é um problema para a maioria das famílias brasileiras.
Segundo a última Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic),
realizada em março de 2021? pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens,
Serviços e Turismo), 67,3% delas estavam endividadas. As famílias inadimplentes, ou
seja, com contas ou dívidas em atraso, eram 24,4%, e as que declararam não ter
condições de pagar as dívidas em atraso somaram 10,5%.
São números expressivos e que podem piorar devido aos impactos do
agravamento da pandemia (Covid-19). Pensando em contribuir na transformação e na
melhora desse problema – já histórico no País –, a Educação Financeira, vem trabalhar
para que a nova geração cuide melhor das finanças pessoais, já que saber administrar o
orçamento familiar e ter um planejamento financeiro fazem a diferença no presente e no
futuro.
A BNCC vem reafirmar a importância do que antes foi trazido pelo Governo
Federal, quando instituiu, por meio do Decreto n.º 10.393 de junho de 2020, a Estratégia
Nacional para a Educação Financeira (Enef), que ressalta o objetivo de conscientizar e
capacitar os brasileiros a administrar seus recursos financeiros de maneira consciente.
Assim, todas as escolas brasileiras devem adicionar educação financeira como tema
transversal na grade curricular, conforme aponta as diretrizes da Base Nacional Comum
Curricular (BNCC).
Desta forma, o quanto antes o conhecimento fundamentado na Educação
Financeira for ensinando às crianças e aos jovens, mais cedo eles desenvolverão a
capacidade de planejar seus orçamentos, tornando-os esclarecidos quanto a
administração e utilização do seu dinheiro, ou seja, desenvolvendo hábitos e
comportamentos conscientes e sustentável para administrar valores.

2. OBJETIVOS DA DISCIPLINA

 Fazer com que o estudante seja capaz de integrar os conhecimentos e convertê-


los em prática.
 Mudança de comportamento das pessoas com relação ao dinheiro, de modo a
torná-las mais críticas e conscientes quanto ao consumo e à gestão das próprias
finanças.
 Estabelecer uma relação racional e consciente com os recursos pessoais e
coletivos.
 Explorar a utilização de estratégias e procedimentos matemáticos em relações que
envolvem o uso do dinheiro nas situações do cotidiano.
 Conhecer e aplicar os conceitos de receita e despesas no orçamento individual e
familiar.
 Compreender as causas e consequências do endividamento excessivo e quais as
possibilidades para superar esta condição.
 Analisar e compreender os hábitos de consumo, avaliando o que é “necessidade x
desejo” e que as escolhas afetam a qualidade de vida no presente e no futuro.
 Compreender as vantagens e desvantagens (juros) na utilização do crédito.
 Compreender e diferenciar ativos e passivos, fazendo uso consciente do dinheiro.
 Entender a dinâmica do mercado de trabalho, as áreas de atuação e o mercado
futuro.
 Instigar o empreendedorismo.
 Conhecer estratégias de marketing.
 Identificar e compreender o impacto de diferentes formas de taxas e impostos no
orçamento pessoal e empresarial.
3. DIREITOS GERAIS DE APRENDIZAGEM

A BNCC apresenta as Competências Gerais, entendidas, conforme Parecer nº


15/2017 da CNE/CP, como Direitos de Aprendizagem:

1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo


físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo
e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências,


incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para
investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar
soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.

3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às


mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.

4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e


escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens
artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências,
ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao
entendimento mútuo.

5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação


de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as
escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir
conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e
coletiva.

6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de


conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do
mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto
de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular,


negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e
promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável
em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si
mesmo, dos outros e do planeta.
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional,
compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos
outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.

9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-


se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e
valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades,
culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade,


resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos,
democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

4. COMPONENTES CURRICULARES

Os conteúdos relacionados à Educação Financeira são trabalhados de forma


articulada, com certo grau de complexidade ao longo da etapa do Ensino Médio,
relacionando a Matemática com situações cotidianas que envolvem o uso do dinheiro.
A seguir estão os conteúdos que devem ser desenvolvidos em todas as séries do
Ensino Médio, porém considerando o aprofundamento dos conceitos em relação ao
desenvolvimento dos estudantes, com o objetivo de colocá-lo no papel de protagonista da
sua vida financeira.

Título do Componente Curricular: Educação Financeira


Componente Curricular relacionado: Matemática
Séries: 1ª, 2ª e 3ª Séries do Ensino Médio
Carga Horária: 01 aula semanal

1. Organização dos Conteúdos:

1ª SÉRIE
Conteúdos Número de aulas
1 – Nossa Relação com o Dinheiro 02

Operações com ● A importância da Educação Financeira;


números reais. ● Dinheiro, seu uso e significado;
● Dinheiro e as relações sociais e institucionais.
2 – Reorganizando a Vida Financeira - Endividamento 09
Frações, ● Saindo do Vermelho: Por onde começar?
porcentagem, ● Compras à vista ou a prazo;
juros, gráficos, ● O que é um orçamento?
planilhas e tabelas. ● Como elaborar um orçamento;
● Orçamento individual e familiar;
● Pagando as contas: receitas x despesas.

3 – Uso do Crédito 02

Porcentagem, juros,
funções e ● Crédito como fonte adicional na gestão de
tratamento da dívidas;
informação. ● O que é um empréstimo financeiro.
4 – Aprendendo a poupar e investir 05
Porcentagem, juros,
funções e ● Poupança: a importância do hábito de poupar;
tratamento da ● Realizando os sonhos;
informação. ● Conhecendo a previdência.
5 - Emprego e Possibilidades 04

Porcentagem, ● Emprego: elaboração de currículo;


tratamento da ● Profissões do futuro;
informação. ● Estágios.
6 - Empreendedorismo 07

● Encontrando oportunidade na necessidade;


Operações com ● A importância do Planejamento;
números reais, ● Orçamento e Investimento;
tratamento da ● Custo de produção;
informação, lucro e ● Lucro: Valor final de venda.
prejuízo.
7 – Sociedade e consumo 03
Operações com
números reais, ● Estratégias de Marketing: avalie, pense e decida;
situações problema ● Consumo e Consumismo;
e tratamento da ● Os direitos e deveres do consumidor.
informação.

Total 32 aulas

2ª SÉRIE
Conteúdos Número de aulas
1 – Nossa Relação com o Dinheiro 02

Operações com ● A importância da Educação Financeira;


números reais. ● Dinheiro, seu uso e significado;
● Dinheiro e as relações sociais e institucionais.

2 – Reorganizando a Vida Financeira - Endividamento 09

● Saindo do Vermelho: Por onde começar


Frações, (retomada);
porcentagem, ● Planejando o orçamento: relembrando o
juros, gráficos, orçamento individual e familiar;
planilhas e ● Conceito de receitas e despesas na elaboração do
tabelas. orçamento;
● Possibilidades de um orçamento superavitário;
● Pagando as contas.
3 – Uso do Crédito 02

● Crédito e gestão de dívida: empréstimo


Porcentagem, financeiro;
juros e funções. ● Vantagens e desvantagens do uso do crédito:
cartões de crédito.

4 – Aprendendo a poupar e investir 05

Porcentagem, ● Poupança: simulando investimentos;


juros, funções e ● Compra de bens: Ativo x Passivo;
tratamento da ● Realizando os sonhos;
informação. ● Pensando no futuro: previdência.
5 - Emprego e possibilidades 05

● Tipos de emprego: autônomo, CLT, prestador de


Porcentagem, serviços, etc.;
tratamento da ● Profissões do futuro;
informação. ● Ter ou não ter um negócio próprio: analisando
possibilidades, vantagens e desvantagens.

6 - Empreendedorismo 07
● A escolha certa: análise do mercado;
Operações com ● Planejamento: levantamentos dos insumos
números reais, necessários;
tratamento da ● Orçamento e Investimento: conhecendo as
informação, lucro e etapas;
prejuízo. ● Organização do custo de produção;
● Lucro: Valor final de venda;
● Conhecendo a Maximização de Lucro.
7 – Sociedade e consumo 02
Situações
problema, ● Estratégias de Marketing.
tratamento da
informação.
Total 32 aulas

3ª SÉRIE
Conteúdos Número de aulas
1 – Nossa Relação com o Dinheiro 02

Operações com ● A importância da Educação Financeira;


números reais. ● Dinheiro, seu uso e significado;
● Dinheiro e as relações sociais e institucionais.

2 – Reorganizando a Vida Financeira - Endividamento 07

Frações, ● Saindo do vermelho: por onde começar?


porcentagem, ● Vantagens e dificuldades de planejar o consumo;
juros, gráficos, ● Elaborando o orçamento;
planilhas e ● Orçamento superavitário;
tabelas. ● Economia e desperdício: necessidade e desejo.

3 – Uso do Crédito 03

Porcentagem, juros, ● Empréstimo: as diferentes modalidades de


tratamento da crédito e seus custos;
informação e ● Modalidades de empréstimo para aquisição de bens
funções. e imóveis;
● Custo Efetivo Total x Custo Efetivo Nominal.

4 – Aprendendo a poupar e investir 04


● Poupança e investimento;
Porcentagem, ● Onde investir: o que é preciso saber das
juros e funções. diferentes formas de investimento;
● Compra de um bem: Ativo x Passivo;
● Pensando no futuro: previdência.

5 - Emprego e Possibilidades 06

● Preparação para o mercado de trabalho;


● Profissão: formação x salário;
Porcentagem, ● Renda complementar;
tratamento da ● Análise do mercado de trabalho;
informação. ● Ter ou não ter um negócio próprio: funcionário ou
empreendedor;
● Realização profissional x renda.

6 - Empreendedorismo 07

● A escolha certa: análise do mercado;


Operações com ● Empreendendo: definindo as etapas;
números reais, ● Orçamento e Investimento: planejamento;
tratamento da ● Custo de produção;
informação, lucro e ● Lucro: Valor final de venda e retorno de um
prejuízo. investimento;
● Executando a Maximização de Lucro.
● Jogos empresariais
7 – Cooperativismo 02
Situações Problema,
Tratamento da ● Liderança Cooperativista
informação, Lucro ● Consciência Associativa;
e Prejuízo.
● Economia Solidária.
8 – Sociedade e consumo 01
Porcentagem, ● Estratégia de Marketing.
Situações
Problema
Tratamento da
Informação.
Total 32 aulas

5. ESTRATÉGIAS DE ENSINO

O professor de Matemática, que será responsável por ministrar as aulas de


Educação Financeira (Resolução n.º 208/2021 – GS/SEED), também terá o componente
no LRCO 2.0. O professor deve estimular a participação ativa dos alunos, mediante a
aplicação de várias técnicas ou estratégicas, seja de ensino individualizado, seja de
ensino socializado (trabalho em equipe, debates, questões desafiadoras, discussões
coletivas, estudos dirigidos, produção individual, aulas de campo).
Assim, é importante a utilização de diversos recursos como: a utilização de jogos,
brincadeiras, desenhos, dramatizações, histórias, leitura de imagens, filmes, trechos de
filmes, programas de reportagens, cartuns, charges, quadrinhos, cartografia; entre outros,
para o adequado desenvolvimento da aprendizagem.
Conforme apresenta a Instrução nº 11/2021, será ofertada uma aula semanal no
Componente Curricular de Educação Financeira, somando 32 (trinta e duas) aulas em
cada trimestre, em cada uma das séries do Ensino Médio (1ª, 2ª e 3ª série). Os conteúdos
relacionados à Educação Financeira são trabalhados de forma articulada, com certo grau
de complexidade ao longo da etapa do Ensino Médio, relacionando a Matemática com
situações cotidianas que envolvem o uso e o investimento do dinheiro.
A seguir estão os eixos temáticos que permeiam as três séries. A partir deles são
elencados conteúdos que devem ser desenvolvidos ao longo do Ensino Médio:
1) Nossa relação com o dinheiro
2) Reorganizando a vida financeira – endividamento
3) Uso do crédito
4) Aprendendo a poupar e investir
5) Emprego
6) Empreendedorismo
7) Sociedade e consumo
Na terceira série do Ensino Médio é acrescentado um oitavo eixo:
8) Cooperativismo
Assim, os eixos e os conteúdos a eles relacionados consideram o aprofundamento
dos conceitos em relação ao desenvolvimento dos estudantes, com o objetivo de colocá-
los no papel de protagonistas da sua vida financeira.
O ensino da Educação Financeira no espaço escolar está diretamente ligado ao
contexto social dos estudantes, por essa razão os conceitos e as aplicações da disciplina
devem estar relacionados ao ensino prático, viabilizando aos estudantes resolver
situações -problema que ampliem sua capacidade de lidar com seu dinheiro, tomar
decisões conscientes sobre o que comprar, como comprar e quando comprar, e como e
quando investir.
De acordo com o Banco Central do Brasil (BCB), para que o ensino de Educação
Financeira realmente aconteça, são necessários que o professor, ao direcionar os
encaminhamentos metodológicos, auxilie o estudante a:
 entender o funcionamento do mercado e o modo como os juros influenciam
a vida financeira do cidadão (positiva e negativamente);
 consumir de forma consciente, evitando o consumismo compulsivo;
 saber se comportar diante das oportunidades de financiamentos disponíveis,
utilizando o crédito com sabedoria e evitando o superendividamento;
 entender a importância e as vantagens de planejar e acompanhar o
orçamento pessoal e familiar;
 compreender que a poupança é um bom caminho, tanto para concretizar
sonhos, realizando projetos, como para reduzir os riscos em eventos
inesperados;
 manter uma boa gestão financeira pessoal.
Fonte: Caderno de Educação Financeira Gestão de Finanças Pessoais (BCB,
213, p. 7).

Assim, as atividades deverão abordar a resolução de problemas reais, além de


atividades dinâmicas e diversificadas, contemplando, dentre elas, o trabalho cooperativo
em equipe e a investigação matemática, proporcionando o desenvolvimento de um
estudante autônomo, crítico e ativo em seu processo de aprendizagem.
A Educação Financeira pretende desenvolver habilidades que serão úteis no trato
com as questões sociais, científicas e tecnológicas do mundo contemporâneo. Este
objetivo é reforçado também pela BNCC, quando trata sobre as competências gerais da
Educação Básica.
Os conteúdos e a metodologia prevista para esta disciplina visam a contribuir para
que o estudante se desenvolva integralmente, na qual diversas habilidades podem ser
exploradas. Desta forma, os encaminhamentos metodológicos devem ser provocativos e
estimular o desenvolvimento de competências e habilidades da Educação Financeira,
estabelecendo uma nova e saudável relação com os recursos pessoais.
Outro encaminhamento sugerido para as aulas de Educação Financeira é o uso da
técnica de Jogos Empresariais, também chamados de Jogos de Simulação, Jogos
Cooperativos ou Jogo de Mercado. Estes jogos simulam diferentes cenários de negócios
da vida real, onde é possível ter uma experiência vivencial dos desafios de uma empresa.
O objetivo desta técnica é desenvolver, nos estudantes, habilidades técnicas, gerenciais e
comportamentais, a fim de estarem preparados para tomar decisões em diferentes
cenários.
Além desses direcionamentos, o professor poderá utilizar diferentes referências e
obras que trabalhem o tema da Educação Financeira de forma prática e relacionada ao
cotidiano do estudante, tanto na esfera pessoal como do mercado de trabalho e possíveis
empreendimentos.
Neste sentido, destacam-se obras como a de Robert Kiyosaki, em especial, de seu
livro:“Pai Rico, Pai Pobre”. Neste livro, o autor apresenta, a partir de uma perspectiva
biográfica e de experiências familiares, como as escolhas relacionadas à esfera financeira
impactam na trajetória de vida dos indivíduos, demonstrando como uma atitude positiva
em relação ao dinheiro associada a uma formação financeira adequada são fundamentais
para que o indivíduo usufrua de todo seu potencial ao longo de sua vida. No cenário
nacional, destacam-se as obras de Gustavo Cerbasi, cujas abordagens e planos de ação
são elaborados a partir da realidade brasileira, considerando as especificidades de nossa
economia.
Ao abordar os conteúdos da Educação Financeira, o professor deve fazer a
abordagem por meio da resolução de problemas reais, que fazem parte do cotidiano dos
estudantes, além de propor atividades dinâmicas e diversificadas, contemplando, dentre
elas, o trabalho cooperativo em equipe e a investigação matemática. Desta forma, os
conteúdos e a metodologia devem contribuir para que o estudante se desenvolva
integralmente, na qual, diversas habilidades podem ser exploradas. Os encaminhamentos
metodológicos devem ser provocativos e estimular o desenvolvimento dos objetivos,
competências e habilidades da Educação Financeira, estabelecendo uma nova e
saudável relação com os recursos pessoais.
Dentre esses encaminhamentos, como traz a Ementa do componente, o professor
pode usar técnicas de Jogos Empresariais, também chamados de Jogos de Simulação,
Jogos Cooperativos ou Jogo de Mercado. Além de trabalhar com debates pautados em
situações reais e cotidianas para o estudante. Outra estratégia é utilizar a resolução de
problemas, possibilitando ao estudante que crie situações em que possa utilizar os
conhecimentos trabalhados na aula.
As aulas estão ocorrendo com atividades impressas, sendo necessário atividades
com metodologia de interações possíveis para alunos da educação do campo. No
entanto, quando em sala de aula, a mesma poderá ocorrer de forma discursiva e/ou
dialogada, ministrada com o uso da lousa, giz e apagador e com o uso do livro didático.
Também usar-se-á materiais manipuláveis para o ensino de Matemática, como sólidos
(objetos cilíndricos ou esféricos, além de fitas métricas, palitos, caixinhas, etc.).
Conforme ocorrer o decreto para o retorno as aulas, 30% dos alunos acompanharão
as aulas em sala, enquanto que para aos demais 70%, será fornecido conteúdo impresso
e atividades domiciliares, conforme sequência do aula Paraná 2021 (trilhas de
aprendizagem). As dúvidas serão sancionadas por bilhetes nas atividades, interação por
mídias sociais (WhatsApp), E-mail, etc.

Abordagem dos Eixos temáticos das DCEC/PR


 Cultura e Identidade: conceitos a serem valorizados, visando à criação de uma
identidade sociocultural, a partir do desenvolvimento/reforço do sentimento de pertença
ao local ou ao grupo.
 Interdependência Campo – Cidade, questão agrária e desenvolvimento
sustentável: busca possibilitar a identificação e análise dos tipos de relações culturais,
econômicas, sociais e políticas que marcam e demarcam as diversas comunidades do
campo.
 Trabalho – divisão social e territorial: busca a reflexão sobre os diversos modos de
produção, a partir da análise das atividades humanas produtivas desenvolvidas pelos
povos do campo.
 Organização política, movimentos sociais e cidadania: visa à valorização da
organização da população do campo ou da cidade.

A Educação Financeira trabalhará as leis de acordo com o Referencial Curricular.


São elas:
Lei Federal n.º 10.639/03 – História e Cultura Afro-Brasileira, Identificar através de
mapas temáticos a localização das comunidades tradicionais no continente americano, no
Brasil e no Paraná. Construção de textos sobre a importância da cultura africana na
formação da população brasileira.
Lei Federal n.º 11.645/08 – História e Cultura Afro-brasileira e indígena, Localização
territorial das populações originárias (indígenas) existentes no Brasil e no Paraná.
Identificar através de mapas (e o uso da cartografia) os povos indígenas em nossa região.
Contribuições culturais dos povos indígenas em nossa sociedade atual.
Utilização de músicas retratando a temática dos indígenas.
Estatuto do Idoso – Lei Federal n.º 10.741/03 e Lei Estadual n.º 17.858/13 – Política de
Proteção ao Idoso, Discussão e metodologias que envolvam o envelhecimento da
população brasileira.
Mudanças e programas sociais que a sociedade necessita em função do envelhecimento
da população.
Trabalho de conscientização de respeito ao idoso.
As pirâmides etárias e a transição demográfica brasileira.
O sistema previdenciário, o sistema de saúde e a mobilidade urbana no Brasil no futuro.
Lei Federal n.º 11.525/07 Direitos da Criança e do Adolescente, Analisar através de
gráficos e tabelas os espaços, no Brasil e no mundo, onde existe a maior incidência de
violência contra crianças e adolescente. Na economia, visualizar as taxas de crianças e
adolescentes que trabalham na informalidade Brasil / mundo.
Lei Estadual n.º 13.381/01 – História do Paraná, Através de textos, charges e vídeos
mostrar os principais problemas socioambientais no Paraná.
Lei Federal n.º 18.447/15 – Semana Estadual Maria da Penha nas Escolas, Análise de
gráficos e tabelas quanto ao número de agressões a mulheres nas diferentes regiões
brasileiras, enfatizando a questão do feminicídio na realidade local do estudante.
Intervenções pedagógicas com auxílio de palestras e reuniões de fomento a
conscientização quanto a Lei Maria da Penha em nossa sociedade atual.
A Política Nacional de Educação Ambiental (Lei n° 9.795/99), será contemplada
nos conteúdos relacionados a natureza, seus aspectos e relações com os seres
humanos. Quanto a Educação para o consumo, educação fiscal, trabalho, ciência e
tecnologia. Serão abordados nos conteúdos sobre o espaço rural e suas modernizações;
divisão do trabalho, mão de obra, setores da economia, globalização, entre outros, que
apresentar alguma ligação com os temas propostos.
Essas questões deverão ser contempladas nas aulas de Educação Financeira por
meio de conversas, pesquisas, vídeos, documentários, tabelas e gráficos, levantamentos
e exposição de trabalhos. Sendo que estes temas também poderão ser trabalhados em
atividades da Equipe Multidisciplinar, conforme cronograma de estudos previsto pela
SEED, aplicados em todas as turmas com apresentações de trabalhos práticos como por
exemplo pesquisas, máscaras, painéis, visitas, danças, teatros, exposições e vídeos.

6. AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS

A avaliação faz parte do processo pedagógico, sendo uma ferramenta importante


para diagnóstico e acompanhamento da aprendizagem, mas também para o
redirecionamento da prática pedagógica, pois, ao avaliar, o professor não só acompanha
a aprendizagem dos estudantes, mas também reflete sobre a sua prática, contribuindo de
maneira efetiva para a melhora do processo de ensino e aprendizagem.
No componente de Educação Financeira acontece da mesma forma, a avaliação
deve ser diagnóstica, investigativa, contínua, processual e formativa, dando espaço para
os conhecimentos prévios dos estudantes, além de proporcionar a participação ativa dos
mesmos no processo de construção de novos conhecimentos.
Os instrumentos avaliativos devem ser diversificados, buscando a inclusão das
diferentes formas de aprender. São possibilidades de instrumentos avaliativos:
 Projetos;
 Estudo de casos;
 Apresentação de trabalhos;
 Debates;
 Simulações;
 Portfólios;
 Provas;
 Avaliação por rubrica;
 Autoavaliação.
É necessário salientar que o professor tem autonomia para decidir e aplicar os
instrumentos avaliativos conforme o contexto dos seus estudantes. No entanto, não
podemos esquecer que o processo avaliativo, além de verificar e acompanhar a
aprendizagem dos estudantes, também (re)direcionam a prática docente.
As aulas da disciplina Educação Financeira devem ser realizadas, sempre que
possível, com a utilização de recursos diversificados, por exemplo:
 Laboratório de informática, com computadores conectados à internet.
 Dispositivos móveis como Smartphones, celulares.
 Jogos de tabuleiro.
 Jogos de simulações de atividades econômicas.
 Planilhas eletrônicas, entre outros.
A avaliação utilizará técnicas e instrumentos diversificados, sendo vedado
submeter o (a) estudante a uma única oportunidade e a um único instrumento de
avaliação.
O período avaliativo é trimestral e serão realizados no mínimo dois instrumentos de
avaliações durante o trimestre com no mínimo de duas recuperações.
A avaliação do rendimento escolar no Colégio Estadual do Campo Professor Valmir
Nunes ocorrerá trimestralmente. No ano de 2021 foi implementa junto a matriz curricular
do ensino médio a disciplina de Educação Financeira e por contemplar apenas 01(uma)
aula na carga horária na primeira, segunda e terceira série do ensino médio passando a
vigorar as médias trimestrais divididas da seguinte maneira:
• 01 (Um) trabalho no valor de três vírgula zero (3,0);
• 01 (Uma) Avaliação no valor de sete vírgula zero (7,0).
• Após a soma do trabalho (3,0) três vírgula sete e da prova (7,0) sete vírgulas zero,
será obtida a média trimestral a qual será dez vírgula zero (10,0).
A avaliação, após ser realizada, deverá ser corrigida pelo professor e revisada com
os alunos para que os mesmos entendam seus erros, oportunizando lhes saber quais
foram seus avanços e retomando o que não aprendeu.
A avaliação da aprendizagem terá os registros de notas expressos em uma escala
de 0 (zero) a 10,0 (dez vírgula zero), levando-se em consideração a frequência mínima de
75% distribuídos da seguinte maneira: M.A.= 1º T + 2º T + 3º T = 6,0. No caso de o aluno
faltar em dia de trabalho e avaliação, este terá que justificar o motivo de acordo com
Amparo Legal: atestado médico; doenças infectocontagiosa ou impedida de frequência às
aulas (Lei Federal nº 6202/75); em razão do serviço militar (DEC.- Lei Federal nº 715/69).
Quanto à Recuperação:
O sistema de avaliação permite 01 uma recuperação no valor de três vírgula zero
(3,0) para recuperar o trabalho avaliativo, 01 uma recuperação no valor de sete vírgula
zero (7,0) para recuperar a avaliação, que somados, resultando em um total de dez
vírgula zero (10,0).
A média final será a soma das recuperações do trabalho e prova, considerando a
nota mais alta no caso da realização de recuperação, podendo então atingir dez vírgula
zero (10,0).
Para a aprovação exige-se média final igual ou superior a 6,0 (seis vírgula zero) e
frequência igual ou superior a 75% (setenta e cinco por cento).
• Refacção da prova com análise dos erros e acertos (como revisão de conteúdos);
• Retomada dos conteúdos explicados pelo professor;
• Atividades de revisão e fixação no caderno do aluno;
• Prova de recuperação individual e escrita, e ou prática; ou trabalho de recuperação;
• Plano de estudos ao final do ano letivo para o aluno que não alcançou à média final
A recuperação é um direito de todos e independente da nota.
A recuperação de conteúdos dar-se-á durante o trimestre com a retomada dos
conteúdos em que os alunos apresentarem dúvidas ou dificuldades de compreensão.
Ressaltando que a recuperação é um direito de todos e independente da nota.
Desse modo, a recuperação de nota do trabalho e de prova será ofertada logo após
um trabalho e uma avaliação abordando todos os conteúdos trabalhados neste período.

7. OFERTA DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO

O Atendimento Educacional Especializado (AEE) é um serviço da educação


especial que identifica, elabora, e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade, que
eliminam as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas
necessidades específicas" (SEESP/MEC, 2008).
De acordo com a Resolução nº 4 de 02 de outubro de 2009, os alunos com
necessidades educacionais especiais, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades / superdotação deverá ser matriculados nas classes comuns do ensino
regular e no Atendimento Educacional Especializado (AEE), ofertado em salas de
recursos multifuncionais ou em centros de Atendimento Educacional Especializado da
rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins
lucrativos.
Será proporcionada a flexibilização curricular e o processo avaliativo será ajustado
segundo suas necessidades, cabendo ao professor adaptar o processo de avaliação quer
seja modificando técnicas, aumentando o tempo disponível para resoluções ou
diversificando os instrumentos a serem utilizados de modo que possibilitem a expressão
do aluno segundo seu grau de compreensão. Inclusão não pode significar adequação ou
normatização, tendo em vista um encaixar de alunos numa maioria considerada
“privilegiada”, mas uma conduta que possibilitasse o “fazer parte”, um conviver que
respeitasse as diferenças e não tentasse anulá-las.
A escola inclusiva deve ser aberta, eficiente, democrática, solidária, que se
organiza para atender educandos não apenas ditos “normais”, mas também os portadores
de deficiências, a começar por seu próprio espaço físico e acomodações.
Uma escola pode ser considerada inclusiva, quando não faz distinção entre seres
humanos, não seleciona ou diferencia com base em julgamentos de valores como
“perfeitos e não perfeitos”, “normais e anormais”.
Neste sentido proporcionamos uma educação voltada para todos, de forma que
qualquer aluno que dela faça parte, independentemente deste ser ou não portador de
necessidades especiais, tenha condição de conhecer, aprender, viver e ser, num ambiente
livre de preconceitos que estimule suas potencialidades e a formação de uma consciência
crítica. Cumpre-se assinalar que o atendimento do aluno incluso deve ocorrer de forma
diferenciada, em pequenos grupos, ou, muitas vezes, individualizado, com cronograma
elaborado, para ser possível o trabalho com as dificuldades específicas de cada
educando. 
Neste sentido, considerando a escola responsável por grande parte da formação
do ser humano, o trabalho pedagógico na Instituição escolar tem como caráter preventivo
no sentido de procurar criar competências e habilidades para solução dos problemas com
esta finalidade e em decorrência do grande número de crianças com Necessidades
Educacionais Especiais das mais diversas, sejam elas com dificuldade de aprendizagem
moderada ou profunda.
Considerando esses desafios educacionais pontuamos outro fator desafiador que é
englobar a família e a escola para fazer com que este trabalho se torne relevante e
significativo para o educando.
O princípio que estabelece a educação como inclusiva está pautado no direito à
educação para todos, ou seja, numa educação que se traduz pelo combate à
desigualdade, à exclusão, que se consolida no acesso, permanência e aprendizagem com
participação de todos os estudantes. A Declaração Universal de Direitos Humanos (1948)
é considerada o marco histórico da educação inclusiva, pois foi após a sua divulgação
que se consolidaram uma série de ações voltadas para a promoção da paz e a afirmação
das sociedades livres e democráticas, vinculando a Educação à dignidade humana. A
partir dessa declaração o direito de liberdade e de igualdade representou grande avanço
para a educação mundial.
Ao alicerçar o Referencial Curricular do Paraná: Princípios, Direitos e Orientações,
numa proposta de educação inclusiva, estabelece-se o compromisso com a igualdade de
oportunidades na escolarização de crianças, jovens e adultos marginalizados ou em
situação de vulnerabilidade. Esse processo se traduz em assegurar: dignidade; justiça
social; proteção; direitos culturais, linguísticos e éticos, o acesso, permanência e a
participação na escolarização de crianças, jovens e adultos, fornecendo-lhes as
ferramentas necessárias para que aprendam e continuem aprendendo ao longo de suas
vidas.
A educação inclusiva se consolida quando há o compromisso em eliminar todas as
formas de exclusão e marginalização, as disparidades e desigualdades biopsicossociais,
constituindo-se os ambientes e tempos pedagogicamente organizados para atender as
especificidades dos estudantes. A disponibilização de profissionais e professores
especializados e qualificados, associada aos recursos didático-metodológicos voltados
para a aquisição de conhecimentos e para o desenvolvimento da criatividade, são fatores
essenciais para educação inclusiva.
Diante do exposto, a escola precisa promover estratégias para o acesso ao
currículo, métodos diversificados e ações pedagógicas efetivas, considerando as
diferenças entre os sujeitos e as especificidades que essas diferenças impõem,
enfatizando a premissa de que todos os estudantes têm direito à educação de qualidade,
inclusiva e equitativa, em todos os níveis e modalidades educacionais. Posto isso, faz-se
necessário que o desenho universal na aprendizagem esteja fundamentado nos princípios
da aprendizagem, para que a inclusão escolar se efetive.
Nessa perspectiva, ressalta-se o direito à educação para o público da educação
especial, o qual se constituiu, principalmente, no período pós Constituição Federal de
1988, quando anuncia a redução das desigualdades sociais, a promoção do bem de
todos, sem preconceito de origem, raça, cor, sexo, idade e quaisquer outras formas de
discriminação (Art. 3º, II e IV). Registros sobre a trajetória vivida por sujeitos que sofreram
com o processo de exclusão, por apresentarem deficiências e outras condições
biopsicossociais que os tornavam diferentes daqueles considerados “normais” para a
sociedade, compõem a história da educação especial. As mudanças políticas e
socioculturais que ocorreram no Brasil a partir da década de 80 interferiram pontualmente
nos sistemas educacionais que se confrontaram com novos desafios, dentre os quais, a
popularização e a expansão do direito à educação. Temas como acesso, permanência e
qualidade na educação receberam prioridade nas pautas de discussão em todos os níveis
e modalidades de ensino.
Os movimentos internacionais organizaram documentos que serviram como linhas
de ação para subsidiar os governos nas normativas educacionais, pautadas,
principalmente na premissa de uma educação para todos, como a Declaração aprovada
em Jomtien, na Tailândia, com o título “Educação para Todos” (UNESCO,1990). A partir
desse acordo, em 1994, na Espanha, foi produzida a “Declaração de Salamanca”
(UNESCO, 1994) e, esses documentos promoveram reflexões determinantes para a
reformulação da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96,
que dedicou o Cap. V às normativas que regem a Educação Especial no Brasil.
A influência dos debates consolidou os marcos legais que determinaram o direito à
educação dos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades/superdotação, quando o Ministério da Educação (MEC) estabelece a Política
de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008), apoiada
pelo Decreto Federal nº 7611/11 (BRASIL, 2011), formalizando a obrigatoriedade da oferta
do atendimento educacional especializado. Em consonância com essas discussões, o
Conselho Estadual de Educação do Paraná estabeleceu as normas para a educação
especial por meio da Deliberação 02/2003, que vigorou até 2016, quando foi substituída
pela Deliberação 02/2016, que atualizada, fixa as normas para educação especial no
sistema estadual de ensino do Paraná, para estudantes com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento, transtornos funcionais específicos e altas
habilidades/superdotação.
Em respeito à singularidade do público da educação especial, o estado do Paraná
ampliou o lócus de atendimento e os tipos de atendimento educacional especializado,
tomando como referência o que está estabelecido pela Secretaria de Educação
Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão –SECADI/MEC. Para garantir o direito
e atingir os objetivos educacionais propostos no Referencial Curricular do Paraná, não
basta que as políticas públicas prevejam e disponibilizem serviços de atendimento
educacional especializado, mas também, que as instituições de ensino consolidem a
cultura do trabalho colaborativo entre professores das disciplinas e especialistas da
educação especial, em prol da garantia da aprendizagem de todos os estudantes.
Assim, o conjunto de orientações que direcionam a elaboração de propostas
pedagógicas constantes no Referencial Curricular do Paraná são voltadas à superação
das desigualdades educacionais e elevando a qualidade do ensino se estendem à
Educação Especial.
Aos alunos com Dificuldades de Aprendizagem, em especial aos que passaram
pelo processo de Avaliação Psicoeducacional, serão ofertadas avaliações diferenciadas.

8. PLANO DE TRANSIÇÃO DO 5º ANO PARA O 6º ANO, E DO 9º ANO PARA A 1ª


SÉRIE DO ENSINO MÉDIO

Desde a instituição de uma etapa do ensino que agrupou duas organizações


pedagógicas diferentes no ensino fundamental obrigatório, sem definir a necessária
metodologia articuladora das questões pedagógicas características dessa transição,
permaneceu a fragilidade na adequação metodológica, na integração curricular, na
correspondente formação de professores, no reconhecimento das diferentes culturas
escolares, na integração entre as redes de ensino de modo a articular as informações
sobre o desenvolvimento e aprendizagem dos estudantes, na atenção à transição da
infância para a adolescência, entre outras articulações.
Nesse cenário, a essencial tarefa organizadora e unificadora do currículo por meio
da Base Nacional Comum Curricular, como potencial articulador do ensino fundamental,
não se realiza por si só. É necessário ponderar o indispensável trabalho conjunto de
professores, sujeitos que atribuem vitalidade ao currículo e que atuam nas duas fases
dessa etapa, de forma que os esforços por conhecer a organização curricular nos anos
iniciais e finais, bem como o estabelecimento de estratégias de atuação nessa transição
tenham início nos primeiros anos e continuem ocorrendo do 6º ano em diante. Ou seja, se
faz necessária uma atenção especial na reflexão e viabilização de práticas pedagógicas
que integrem os envolvidos no processo, tendo como elemento indutor uma política
educacional articuladora entre as etapas e fases: da creche para pré-escola, da pré-
escola para os anos iniciais do ensino fundamental e destes para os anos finais. Esse
esforço de ampliação das oportunidades de sucesso do estudante pode possibilitar
efetivamente o desenvolvimento integral do estudante.
Nesta nova fase para nossos alunos, que muitas vezes não estão preparados para
enfrentar os desafios da transição do 5º para o 6º ano do Ensino Fundamental e também
do 9º ano do Ensino Fundamental para a 1ª série do Ensino Médio, acredita-se que
conforme o tempo vai passando vão se adaptando as novas etapas de aprendizagem e
com um ambiente escolar coeso conseguem superar essas dificuldades. Neste sentido
antes se procurar culpados para algumas dificuldades, devemos sim, assumir cada aluno
que nos chega, fazendo com que ele supere esta fase transitória na vida escolar.
O aluno do 5º ano, principalmente do campo, ao deparar-se com o número de
disciplinas e professores encontrados no 6º ano necessitará ambientar-se, transformando
o impacto inicial em uma normal realidade, sendo responsabilidade de o professor
articular esta possibilidade de superação. Da mesma forma ocorrerá quando o aluno
chegar ao Ensino Médio, pois este, habituado às disciplinas do Ensino Fundamental,
encontrará novas e com elas novos desafios necessitando ser acolhido, levando-o a
compreender o passo que está dando na sua vida acadêmica.
Em razão disso, ao iniciar-se o ano letivo prepara-se uma acolhida para os alunos
onde a equipe pedagógica, juntamente com a direção e professores procuram dar as
boas-vindas, aproveitando-se também o momento, para repassar os direitos e deveres
dos alunos, exemplificando como acontece o dia a dia escolar nessa instituição de ensino.
Quando possível, ocorrem palestras de motivação e esclarecimento para as crianças, pré-
adolescentes, adolescentes e os jovens que compõem o nosso público. Além disso ainda,
cada professor, na sua disciplina, fica responsável por explicar para os alunos, como
serão ministradas as aulas, como serão as avalições, entre outros aspectos e orientações
que se fizer necessário esclarecer.

9. REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC,


SEB, 2017.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação e Cultura. REFERENCIAL CURRICULAR


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