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Resumo
1 – Introdução
Em um mundo globalizado, existem incentivos ao consumo exacerbado, e o culto ao
capital favorece aos mais ricos e aumenta as desigualdades sociais. Para Marx:
"A acumulação do capital não faz mais que reproduzir as relações do capital
numa escala mais alargada, com mais capitalistas ou mais grandes capitalistas
por um lado, mais assalariados por outro… A acumulação do capital é, então,
ao mesmo tempo, aumento do proletariado" (Marx, O Capital, Sétima Secção,
Vigésimo Terceiro Capítulo, Tomo 3, 1867) .
A base para o desenvolvimento econômico está no aumento do consumo, que por sua
vez gera mais lucros para as empresas, aumenta a oferta de emprego e o dinheiro em
circulação. Mas uma ruptura nesse modelo acarreta uma crise, aumenta o desemprego, e as
famílias tendem a economizar para adequar sua renda a este cenário e com a facilidade de se
obter crédito as famílias têm se endividado. (Pena, 2014). De acordo com o boletim de
economia da Fundação de Desenvolvimento das Atividades Portuárias - Fundap, realizado em
Junho de 2014, o grau de endividamento dos consumidores encontra-se mais elevado agora,
em relação ao do período anterior à crise global de 2008. Com isso a inadimplência cresceu, o
custo de captação de empréstimos aumentou e nota-se que os consumidores também se
retraíram, pois o consumo das famílias reduziu fortemente o seu peso na expansão do PIB
(Produto Interno Bruto) entre 2011 e 2013 de 3,3 pontos percentuais para 1,9 pontos
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percentuais, sendo que no primeiro trimestre de 2014 caiu para 1,6 pontos percentuais. O
cenário em 2014 e que se reflete no momento atual é de baixo crescimento econômico, e com
isso há necessidade de economizar, saber fazer uso do dinheiro, já que muitas famílias tem
boa parte da renda comprometida com serviços da dívida e com isso há a necessidade ainda
maior de um entendimento de finanças, apesar de vários órgãos como o Banco Central do
Brasil (BACEN), Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), entre outros órgãos e empresas,
desenvolverem práticas a respeito de assuntos econômicos, orientando seus usuários a
respeito dos serviços prestados, não são capazes de atingir a todos os públicos e essas ações
não são suficientes para minimizar a carência da população em relação à como usar os
instrumentos financeiros disponíveis, que, aliás, estão mais modernos e carecem de um
entendimento maior por parte dos usuários para não caírem em armadilhas.
Segundo Negri (2010, p. 16): “a educação financeira não pode ser privilégio só dos
adultos e deve ser estendida também aos adolescentes, que serão os cidadãos de um futuro
bem próximo”. Na adolescência que se encontra o cenário ideal para novos conhecimentos em
relação à construção financeira e econômica de um adulto, nela que várias decisões são
tomadas, como qual carreira seguir, que investimentos realizar, e a educação financeira
inserida no ensino de forma extracurricular permite ao aluno a oportunidade de escolher de
forma autônoma se quer participar e adquirir estes conhecimentos.
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A escola vem a ser um elo que insere os cidadãos no contexto social, os alunos
ingressam na escola para fins didáticos e cada um traz consigo uma história de vida,
conceitos, padrões estabelecidos desde a infância. E o ambiente escolar propicia uma
interação entre eles e também professor-aluno, acontece uma troca de conhecimentos que
favorece a vida em sociedade, e o mercado de trabalho, o principal foco dos alunos formandos
do ensino médio, exige atualmente habilidades que vão além do ensino didático, mas saber
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A pesquisa de Negri (2010, p.7) fala sobre o estudo da Educação Financeira no Ensino
Médio da Rede Pública por meio de um curso a ser ministrado em sala de aula que associa
conteúdos de economia com o de matemática, executado de forma extracurricular e com
objetivo de abranger todas as escolas públicas do Estado de São Paulo. Seu estudo tem como
finalidade incluir o curso de Educação Financeira nas escolas contribuindo assim com esta
pesquisa ao mostrar as possibilidades de melhorar a formação cidadã e crítica desses alunos
que se encontram na faixa etária entre 14 e 18 anos e que participam dessa modalidade de
ensino. Segundo Negri (2010, p.16) “É na adolescência que encontramos o cenário ideal para
novos conhecimentos em relação à construção financeira e econômica de um adulto". Tal declaração é
corroborada por Sthepani (2005) apud Negri (2010, p. 16):
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2.3.3 - Pai Rico, Pai Pobre: O que os ricos ensinam a seus filhos sobre
dinheiro de Robert T. Kiyosaki.
Robert T. Kiyosaki (2000) em seu livro: Pai Rico, Pai Pobre: O que os ricos ensinam a
seus filhos sobre dinheiro, fala da importância de se começar a ensinar desde cedo sobre a
educação financeira. E como muitos pais não tem assumido essa tarefa, a escola pode fazê-la,
orientando de forma correta seus alunos a serem mais racionais quanto ao uso do dinheiro e
para não cair em armadilhas lançadas pela mídia incentivando o consumismo, e sim
estimulando o consumo consciente.
O livro nos traz a história do norte-americano Robert Kiyosaki e de seu amigo Mike,
onde ele teve o privilégio de ter dois pais, um rico que era o pai do seu amigo Mike e o pai
pobre era o seu pai. Nota-se nesse livro a influencia que o filho teve em sua vida ao lidar com
seus dois pais, diferentes tanto na forma de pensar como na situação financeira, enquanto um
pai preocupava-se com planos de aposentadoria, benefícios médicos, licenças de saúde,
aumentos salariais, entre outros benefícios, o outro pai acreditava na auto-suficiência
financeira.(Kiyosaki, 2000, p. 15 e 16)
Segundo o autor Kiyosaki, (2000, p.16): “Ter dois pais fortes me proporcionou o luxo
de observar o impacto de diferentes formas de pensar sobre a própria vida. Observei que as
pessoas moldam suas vidas por meio de seus pensamentos.” E assim o autor foi forçado a
pensar e escolher um caminho por ele mesmo e tido como muito valioso a longo prazo esse
processo de escolha pessoal. O autor percebeu que: “Uma das razoes pelas quais os ricos
ficam mais ricos, os pobres, mais pobres e a classe média luta com as dívidas é que o assunto
dinheiro não é ensinado nem em casa nem na escola.” (Kiyosaki, 2000, p. 14)
3 – Metodologia
4 – Resultados e discussões
Após análise dos resultados obtidos com a pesquisa, conforme gráfico acima, pode-se
empreender que a maioria desses adolescentes possui algum entendimento sobre a Educação
Financeira e com isso, pode-se estimular a capacidade crítica desses alunos sobre o assunto
através de sugestões e ferramentas para se trabalhar a Educação Financeira na escola.
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Já com relação à quem deve dar orientações sobre Educação Financeira, para mais de
80% dos entrevistados, a orientação sobre Educação Financeira é de responsabilidade da
família. E segundo Domingos, Reinaldo (2013) apud Luz e Santos (p.3) “a Educação
financeira deve começar na infância sendo estimulada em casa e, posteriormente, em sala de
aula, ou seja, nas escolas”, e através de propostas de ensino sobre Educação Financeira para
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Conteúdos
Os resultados dessa pesquisa mostram que o tema vem sendo pouco discutido no
contexto dos estudantes pesquisados, pois foi encontrada pouca coisa relacionada à educação
Financeira no Projeto Político Pedagógico, alguma coisa no conteúdo de matemática
financeira, sendo assim, o nível de conhecimento desses alunos em sala de aula, sobre o
assunto, é relativamente baixo.
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Financeira:
Pode-se observar, através da análise do gráfico acima, que a maioria dos professores
possui algum conhecimento relacionado à Educação Financeira.
O gráfico acima mostra que a maioria dos professores considera importante tratar o
tema Educação Financeira no ambiente escolar.
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E pensando a escola como uma instituição social que tem como papel formar cidadãos,
para 54% dos professores, a melhor maneira de contribuir com o ensino da Educação
Financeira é através da oferta do tema em alguma disciplina existente no Ensino Médio, já
para 33% deles, seria melhor trazer à escola pessoas especialistas para falar sobre o assunto,
como observado no gráfico 3 acima.
O gráfico acima aponta que 60 % já até trabalham esse assunto com seus alunos,
mesmo que de forma indireta, já outros 20% nunca abordaram o assunto em sala de aula.
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Como observado no gráfico acima, a maioria dos alunos, ou seja, 55%, consideram
importante ter conhecimento a respeito de educação financeira.
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Sobre a melhor maneira para contribuir com a Educação Financeira, para 37% dos
alunos, como aponta o gráfico 8 acima, a melhor maneira seria trazer à escola especialistas
para falar sobre o assunto.
Compreende-se das pesquisadas citadas acima, que na Escola Estadual Carlos Gomes,
em São Paulo, a maioria dos alunos diz possuir algum entendimento com relação à Educação
Financeira e compreendem a necessidade de se receber orientação logo na adolescência,
apesar de a maioria informar que a responsabilidade seja da família em educar nesse sentido,
dos que discordam, quase metade deles, acham que a escola deve se responsabilizar por isso.
E no Colégio Estadual Adaucto da Silva Rocha, no Paraná, os resultados mostram que o tema
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vem sendo pouco discutido no contexto dos estudantes pesquisados e a maioria dos
professores possui algum conhecimento relacionado à Educação Financeira e considera
importante esse tema ser tratado no ambiente escolar, para a maioria deles a melhor maneira
de contribuir com o ensino da Educação Financeira é através da oferta do tema em alguma
disciplina existente no Ensino Médio, já para outros, seria melhor trazer à escola pessoas
especialistas para falar sobre o assunto.
Conforme aborda Stephani (2005) apud Negri (2010, p. 14), “a propaganda na mídia,
recheada de argumentação altamente elaborada dita a forma como os cidadãos devem viver,
consumir e trabalhar”, e assim, esses adolescentes são alvos fáceis para as armadilhas
impostas pelo mercado capitalista que incentiva o consumo exacerbado. Assim é fundamental
um currículo escolar que responda as questões presentes e capacite os jovens estudantes para
o mercado de trabalho. E cabe ao professor, através do ambiente escolar, com seu
conhecimento adquirido, mais aprofundado e vivenciado, fazer com que o aluno construa um
pensamento crítico, e crie autonomia para analisar, ponderar, consultar, dialogar e argumentar
sobre essas armadilhas, e a partir daí tomar decisões que não venham prejudicá-lo
financeiramente.
5 – Conclusão
O presente artigo visa esclarecer que é fundamental um currículo escolar que responda
as questões presentes e capacite os jovens estudantes para o mercado de trabalho. E cabe a
família junto com um aprendizado mais aprofundado do professor, através do ambiente
escolar, fazer com que o aluno construa um pensamento crítico, e crie autonomia para
analisar, ponderar, consultar, dialogar e argumentar sobre as armadilhas impostas pela mídia,
e a partir daí tomar decisões que não venham prejudicá-lo financeiramente no futuro. Desta
forma, criar um currículo escolar interdisciplinar, com conteúdos que se complementam e
com a inserção de assuntos atuais, de forma extracurricular, sobre Educação Financeira,
favorece uma formação necessária para lidar corretamente com o dinheiro, capacita para o
mercado de trabalho, e forma cidadãos com autonomia e capacidade de iniciativa e reflexão,
pois de acordo com Lima, Maria de Guadalupe Menezes de (2013, p.215) “São novos tempos
que demandam novas práticas e a especial atenção de não separar a escola da vida social”.
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Assim, propostas de curso sobre Educação Financeira para o ensino médio da rede
pública como a de Negri (2010, p.48 a 67), que associa conteúdos de economia com o de
matemática, de forma extracurricular, e de Flavio Roberto Faciolla Theodoro (2008, p. 1) que
visa propor aos professores sugestões e ferramentas para trabalhar a educação financeira na
escola, dentro e fora de sala de aula, com os pais dos alunos, outros professores e membros de
toda a comunidade, são importantes para melhorar a formação cidadã e crítica dos alunos que
integram essa modalidade de Ensino Médio.
Incluir métodos de ensino que não imponham suas ideias sem contestações, deixar que
os alunos sejam capazes de pensar em coisas diferentes, não ser meros reprodutores, sugerir o
diferente do que está na lição dada pelo professor e formar cidadãos ativos capazes de criar,
refletir e cooperar com o outro, pensar em conjunto a fim de melhorar a qualidade de vida, o
meio ambiente, sem colocar suas ambições pessoais em primeiro lugar, ascender
profissionalmente sem prejudicar o outro, saber ignorar obstáculos como a desigualdade
social, o despreparo de alguns professores e diferenças regionais e raciais vai estimular a
formação de uma cultura poupadora e consciente, melhorando a qualidade de vida do aluno,
da família e da sociedade como um todo. E como diz Robert T. Kiyosaki (2000, p.14) em seu
livro: “Uma das razões pelas quais os ricos ficam mais ricos, os pobres, mais pobres e a classe
média luta com as dívidas é que o assunto dinheiro não é ensinado nem em casa nem na
escola.”
6 – Referências
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