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24/05/2021 Gmail - O Elefante Na Sala de Estar

O Elefante Na Sala de Estar


Se Laszlo Hanyecz tivesse guardado 10 mil bitcoins ao invés de ter
comprado duas pizzas naquele fatídico 22 de maio de 2010, hoje teria
mais de US$ 381 milhões de dólares [1] (parece aquela história do
pessoal que comprou MGLU em 2015, né?).

Por outro lado, se não tivesse gastado, talvez o pontapé inicial para o
uso das criptomoedas para pagar bens e serviços teria demorado
muito mais.

Ou não. Nunca saberemos.

O que sabemos é: desde 22 de maio de 2010, o famoso “pizza


day”, muita coisa aconteceu e o preço do Bitcoin e outras
moedas cresceu absurdamente.

Como isso foi possível?

Ultimamente, a participação de grandes investidores


institucionais, como grandes bancos e corretoras, foram
essenciais para que as criptomoedas passassem a ser vistas como
um ativo “investível”.

Mas muita coisa aconteceu desde o pizza day em 2010 e as


criptomoedas passaram a ser um “elefante na sala de estar” —
grandes demais para serem ignoradas — para os investidores
institucionais.

Não foi do dia para a noite que esse processo de institucionalização


aconteceu.

Primeiro que investidores institucionais estão sujeitos a regulações


severas, tais como garantir o melhor preço ao cliente, ter meios para
garantir a custódia segura de ativos e ter meios de comprovar que as
operações não se tratam de lavagem de dinheiro, por exemplo.

Então para que grandes players pudessem começar a investir,


muita coisa teve que ser desenvolvida e um ecossistema todo ao
redor das criptomoedas surgiu desde que Satoshi Nakamoto criou o
https://mail.google.com/mail/u/0?ik=c36f427e02&view=pt&search=all&permthid=thread-f%3A1700476909903567336&simpl=msg-f%3A17004769… 2/8
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protocolo Bitcoin em 2009.

No mercado, as inovações financeiras geralmente partem de grandes


empresas de investimentos para então chegar às pessoas físicas. No
caso das criptomoedas, em especial o Bitcoin, o caminho foi o
inverso: começou em um fórum de discussões na internet com
desenvolvedores e outros entusiastas de tecnologia.

A ideia inicial era, grosso modo, uma moeda digital segura e de oferta
finita.

Inicialmente era aceita por alguns sites e, com o esforço de algumas


pessoas como Laszlo, alguns empreendimentos de economia real
passaram a aceitar a moeda. Segundo uma pesquisa da HSB [2]
citada em estudo do Citibank, em 2020, 36% das empresas pequenas
e médias nos EUA aceitam Bitcoin.

As primeiras pessoas que passaram a comprar Bitcoin com o


propósito não só de realizar transações por bens reais, mas também
comprar e vender com o objetivo de tirar vantagem das oscilações de
preços, foram guerreiras: se hoje você pensa em especular o preço
de uma ação, vai na Bolsa, checa o preço e decide sobre a
compra/venda.

No caso das criptos, inicialmente não existia algo como uma “bolsa”
de criptomoedas. Assim, era muito difícil saber qual o preço “certo”
em que o ativo estava sendo negociado.

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Além disso, questões como a custódia (onde está “guardada” a


criptomoeda?) e a segurança (a cripto que estou vendendo vai ser
entregue a quem comprou? também tem que ser descontado do meu
portfólio e colocado no do comprador, para evitar dupla contagem).

Baseado nessa necessidade toda, um ecossistema surgiu no


mercado de criptomoedas: empresas focadas em trocas (bolsas),
corretoras, empresas de custódia e liquidação, empresas de
compliance, empresas com índices de preços, e muito mais.

Tudo isso já seria o suficiente para tornar o ambiente mais amigável e


atrair mais investidores para criptomoedas. Porém, o volume
tenderia a ser pequeno.

A coisa começou a mudar de figura e os ventos começaram a soprar


para os investidores institucionais quando o lendário investidor Paul
Jones, em 2020, passou a defender o Bitcoin como um ativo que
poderia proteger os investimentos contra a inflação.

Segundo ele, as taxas de juros nas mínimas, aliado aos gastos do


governo americano para manter o consumo, poderiam gerar pressões
nos índices de preços que levariam a moeda a perder o valor.

O Bitcoin, por natureza um ativo com oferta finita, seria uma


forma de se proteger contra a perda de poder de compra, disse
Jones ao anunciar que estava investindo 2% do patrimônio no ativo.

Depois dele, vieram players conhecidos: Ray Dalio e seu Bridgewater,


o Renaissance, e mais recentemente grandes bancos de Wall St.

Figuras como Warren Buffett e seu braço direito Charlie Munger,


por outro lado, não compartilham da mesma opinião de Jones e
são céticos quanto às criptomoedas. Munger chegou a falar
inclusive que as criptomoedas seriam a forma preferida de pagamento
dos criminosos.

Quanto ao valor das criptomoedas, a discussão ainda vai render. Mas


quando à crimes, aparentemente as criptomoedas tem ajudado o FBI
a desvendar crimes, na medida em que as chaves das criptomoedas
carregam muitas informações que uma cédula de papel não pode
carregar.

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Em um mundo em que o valor do dinheiro no tempo — os juros —


foram parar próximos do zero, a consolidação do ecossistema das
criptomoedas, em especial o Bitcoin, deu o espaço que os
investidores institucionais precisavam para entrar neste mercado e
passar a ofertar aos seus clientes o ativo.

Com big money entrando no mercado, temos um efeito de


retroalimentação, que é novos players entrando no mercado
justamente pela participação de figuras conhecidas.

Apesar das diversas barreiras de preço ultrapassadas, que vieram


acompanhada de grande volatilidade, tem ocorrido um movimento
orgânico em direção às criptomoedas, em especial ao Bitcoin: além
dos cerca de 36% de estabelecimentos pequenos e médios nos EUA
que aceitam a criptomoeda, existe hoje um forte crypto-lobby junto às
autoridades americanas, no sentido de regulação e autorização das
moedas digitais.

E o que pensar sobre isso tudo? Bem, uma das formas que
sustentaram a atividade durante a pandemia foi o comércio online,
bem como nosso tempo atualmente é dividido entre as telas do
computador no trabalho e a do celular no lazer. É de se esperar que
alguma coisa acontecesse na forma como fazemos pagamentos.

Como toda inovação, vem acompanhada de incertezas e ruídos.

Certamente investir todo seu patrimônio em uma criptomoeda que


acabou de ser lançada não parece ser a escolha mais esperta, assim
como comprar criptomoeda de alguém que está oferecendo “retorno
garantido” (como já vimos há algum tempo) é pedir para cair numa
cilada.

Por isso mesmo, o acesso ao ativo deve ser feito com especialistas
no assunto: a Foxbit é uma das maiores e mais antigas exchange de
criptomoedas do mundo.

Empresa brasileira fundada em 2014, tem mais de 750 mil


clientes cadastrados e é pioneira em criptomoedas no Brasil. Só
em 2020, foram mais de 3 bilhões de reais e 203 mil bitcoins
negociados.

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Referências
[1] Segundo a cotação das 18:00 de 21 de maio de 2021.
[2]Fonte:https://www.munichre.com/hsb/en/press-and-
publications/pressreleases/2020/2020-01-15-one-third-of-small-businesses-
accept-cryptocurrency.html

Biblioteca do Condado:
Cryptoassets (CFA Institute), indicado
pela FOXBIT

O objetivo deste documento é fornecer ao investidor curioso um guia


perspicaz para crypto e blockchain: o que são, o que não são e para
onde podem ir a partir daqui.

Afinal o que a criptografia realmente é ou por que ela pode ser


importante para o mundo dos investimentos? É uma moeda
alternativa? Uma tecnologia? Um investimento de capital de risco?
Uma bolha especiosa?

O guia carrega o selo de qualidade do CFA Institute, e a partir disso


tem foco no investidor profissional.

https://mail.google.com/mail/u/0?ik=c36f427e02&view=pt&search=all&permthid=thread-f%3A1700476909903567336&simpl=msg-f%3A17004769… 6/8
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ECONOMIA E MERCADO
Mais uma semana que ameaçou dar susto com o FED,
adicionando surpresas no seu comunicado (envolvendo a
compra de ativos), mas que foi absorvido pelo mercado ao longo
da semana.
Ibovespa performou bem, subindo 3,11% na semana, mas a
doleta foi embora, voltando para o R$/US$ 5,37.
A grande maluquice dos últimos dias foi a “possível” raspagem a
mercado da Marfrig pra cima da BRF, que fez o papel subir
quase 30% no mês.
Já as commodities seguem numa janela mais fraca depois do
turbo que ligaram nos últimos meses. E aí, o gás vai durar até
quando?
Coisa boa: MP da capitalização da Eletrobras está avançando e
tirando alguns jabutis. Coisa ruim: alguns ainda chamam isso de
privatização.

TWEETS DA SEMANA

https://mail.google.com/mail/u/0?ik=c36f427e02&view=pt&search=all&permthid=thread-f%3A1700476909903567336&simpl=msg-f%3A17004769… 7/8

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