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Desvendando

o mundo das
criptomoedas
1. Sobre a autora
Sabrina Coincidência - Especialista
em Criptoativos
Sabrina começou sua jornada no mercado de criptomoedas em
2016, quando ouviu falar sobre bitcoin pela primeira vez. Contudo,
sua caminhada de empreendedorismo com blockchain começou
em 2018, ano em que decidiu se dedicar à produção de conteúdo
sobre o mercado.

Desde então, sua trajetória no mercado de criptoativos se destacou


com entrevistas que realizou com os principais nomes do mercado
em diversos eventos pelo Brasil. Isso chamou a atenção de corret-
oras de criptomoedas, sites de notícias e projetos blockchains estr-
angeiros que estão interessados em seus conteúdos educacionais
para o setor.

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2. Introdução
O Bitcoin (BTC) é um dos ativos mais caros da atualidade. Po -
rém, nem sempre foi assim. No início de 2010, por exemplo, um bit-
coin valia muito menos que um dólar. Sendo assim, surge a dúvida:
de onde veio tanta demanda que fez a criptomoeda ultrapassar a
marca de US$6 0.0 0 0? Por que o ativo digital não foi esquecido
como uma simples moda de geeks em um fórum?

Para entender todas as respostas, é necessário voltar um pouco


e compreender qual foi a origem de tudo.

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3. O Problema do
Gasto-Duplo
No mundo físico, é impossível usar uma mesma nota ou moe -
da , para pa gar algo, duas vezes. Entenda da seguinte maneira: um
determinado produto custa R$ 4. Você entrega uma nota de R$2,
logicamente falando, você precisaria de outra nota de mesmo valor
ou de valor maior para pa gá-lo completamente. Ou seja, não pode -
ria utilizar a mesma nota de R$2 mais de uma vez.

Entretanto, no mundo vir tual, se não houvessem intermediários


como PayPal ou bancos, você não poderia determinar se uma
moeda vir tual está sendo usada mais de uma vez. Assim, have -
ria um claro desequilí brio econômico, caso não tivesse um terceiro
a gente para validar uma transação.

Em 20 0 9, em um fórum chamado The Criptography Mailing, surgiu


um usuário cujo pseudônimo era Satoshi Nakamoto. Essa figura fez
um post explicando sobre a primeira moeda digital descentrali-
zada e como ela funcionaria. Nakamoto apresentou uma solução
ao problema do ga sto - duplo. Ele conseguiu o feito retirando da
equação a necessidade de um terceiro em uma transação.

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4. Mas como o
Bitcoin faz isso?
Criando uma rede Peer-to - Peer, ponto a ponto na tradução literal.
O Peer-to - Peer é um tipo de estrutura de redes computacionais,
na qual o cliente também funciona como ser vidor da mesma. Em
outras palavras, aqueles que utilizam a rede são responsáveis
por executar seus protocolos.

Assim, todos os par ticipantes iriam validar a s transações fei -


ta s na criptomoeda . Além disso, seria necessário a utilização
de uma blockchain, banco de dados criptográfico, que funciona
como um livro -ra zão. Nessa rede, são gerados “blocos” de in -
formações, a cada 10 minutos, responsáveis por gravar qualquer
transação a ser realizada.

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Dessa forma, a confiança é depositada no sistema e para alte -
rá-lo, é necessário mudar todos os blocos. Mas essa mudança só
seria possível após a ocupação de mais de 50% da s máquina s,
algo inviável em uma rede tão grande e descentralizada .

5. O surgimento de um
dinheiro descentralizado
Um dos pontos principais levantados por Satoshi é que a riqueza
corrente de um país está sujeita a vontades política s. Por
exemplo, em momentos que um governo achar necessário, ele
pode mandar o Banco Central emitir mais cédula s e, assim, ge -
rar riqueza a par tir do nada, sem dúvidas, uma ação que ajuda a
desvalorizar o dinheiro de uma nação.

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Em contrapar tida, o BTC possui um suprimento má ximo de 21
milhões de unidades. Assim que a marca for atingida, não entra-
rão mais bitcoins no mercado, causando assim o efeito de defla-
ção(valorização da moeda).

Embora não se saiba quem é Satoshi Naka-


moto, conseguimos analisar seu viés de li-
berdade através de seus estudos. O criador
do bitcoin desejava que a criptomoeda se
torna sse um item monetário de fácil troca ,
não estando sujeito a ta xas desconhecidas,
mas apenas à vontade de dois entes em
uma troca cotidiana .

Após o lançamento do blockchain do Bit-


coin, Nakamoto aos poucos começou a desa-
parecer das discussões e, por fim, entregou o
repositório e código fonte a Gavin Andresen.
Ademais, escolheu membros ativos da co -
munidade para serem donos de sites e do -
mínios impor tantes para o crescimento de
todo o ecossistema.

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Os anos passaram, com bitcoins sendo nada mais do que uma fe -
bre entre geeks da criptografia. Nesse sentido, ao minerar frações
de um bitcoin, eles iam segurando, em sua s car teira s digitais,
seus ativos. Assim, com a popularização desse universo, muitos
desejavam adquirir bitcoins.

Mas com o passar do tempo, os processos computacionais para


mineração se tornaram mais complexos, algo programado pelo
próprio Satoshi, fa zendo com que fosse cada vez mais difícil mi-
nerar uma fração de bitcoin. Dessa forma, a escassez programa-
da por ele aconteceu e, então, o preço de 1 BTC começou a subir
rapidamente, em meados de 201 2 e 2013.

Foi dessa forma que surgiram os primeiros milionários de bit-


coins. Esses a gentes pioneiros acreditaram no criptoativo, mesmo
quando tudo indicava o contrário. Então, com as primeiras grandes
altas, veio também o surgimento de outra s iniciativa s que bus-
cavam criar outros ecossistema s em um mercado em ascen-
são:

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6. As altcoins
Altcoins são criptomoeda s alternativa s ao bitcoin. Qualquer
um que queira aplicar um novo conceito em blockchain, pode de -
senvolver uma criptomoeda. Porém, poucas são as que realmente
possuem um espaço no mercado. Uma que conseguiu se desta-
car foi o Ethereum (ETH).

Ethereum (ETH)
O ativo digital surgiu em 2013, quando o
programador russo Vitalik Buterin dese -
nhou a ideia inicial da nova blockchain. O
principal diferencial dessa rede foi a criação
de contratos inteligentes. Em suma, esses
contratos são algoritmos que garantem
que dua s par tes, envolvidas em uma tran -
sação, não sejam capa zes de calotear uma
à outra. O que dá maior segurança em uma
transação feita com um usuário anônimo

Vitalik criou um financiamento coletivo e quando este bateu o va-


lor de U$10 0.0 0 0, o programador largou a faculdade e passou a
se dedicar integralmente ao projeto. É válido lembrar que Buterin
sempre foi um dos entusia sta s da criptomoeda , par ticipando de
fóruns e diversas discussões sobre a economia e a tecnologia que
envolviam o mundo do Bitcoin.

Dogecoin
Entre 2013 e 2015, período de desenvol-
vimento da rede Ethereum, diversas ou-
tras iniciativas foram feitas. Por exemplo,
uma da s mais famosa s foi a Dogecoin, um
cripto ativo inspirado em um meme de in -
ternet. Diferentemente do Bitcoin, a DOGE
teria uma reser va infinita e seu valor iria
depender apenas do quanto as pessoas
considerassem que ela valia realmente.

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A Dogecoin, inclusive, se tornou alvo das
notícias quando Elon Musk afirmou que
possuía reser vas de valores em bitcoins,
Ether e tokens de Doge. Isso fez com que
seu valor de mercado tivesse as maiores
alta s desde seu lançamento.

Litecoin
Outro exemplo anterior à maior par te des-
sa s iniciativa s é a Litecoin. Desenvolvida
e lançada em 201 1, ela foi desenhada para
ser um equivalente de “prata” ao ouro que
era o bitcoin. Diferentemente de seu an -
tecessor, seus blocos de informação eram
gerados a cada 2.5 minutos. Um de seus ob -
jetivos era impedir que determinados tipos
de hardwares fossem mais eficientes ao
minerar frações de seu token, LTC.

Todavia, nem todas as altcoins ganham lugar de destaque. A


realidade é que poucas realmente alcançam o público em geral.
Muita s são lançada s e negociada s eternamente a centavos
de dólar. Assim, os reais investidores sabem identificá-la s: a s
shitcoins. Com um estudo maior da área, fica fácil, com o tempo,
reconhecê -las e fugir delas.

Então, em 2015, houve o lançamento oficial da blockchain da Ethe -


reum. Assim, diversos tokens pa ssaram a ser hospedados nela ,
por conta de seus contratos inteligentes. Inclusive, seu próprio
token, o Ether, que atualmente é a segunda maior criptomoeda
de todo mercado.

Muitas outras altcoins surgiram, mas muitas dependem principal -


mente do desempenho do BTC e do ETH. O Bitcoin e o Ether
ganham lugar de destaque por conta de sua s ideia s pioneira s,
em relação ao ambiente. No entanto, a s inovações podem vir de
outra s forma s. Hoje, para inovar, não é necessário criar tokens,
mas saber como utilizá-los.

Por essa ra zão, surgiram dois ambientes impor tantes para o meio
blockchain:
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7. Finanças descentralizadas
e tokens não fungíveis
As finança s descentralizada s, DeFI, é um dos principais pon -
tos de todo o ecossistema da s criptomoeda s e da descentra-
lização. O DeFi consegue, de fato, abolir um terceiro em uma
transação. Através dessas financeiras é possível realizar ser viços
financeiros, como empréstimos, pa gamentos, até mesmo investi-
mentos, mas sem a necessidade de um banco. Tudo isso é possí -
vel graça s aos contratos inteligentes.

Os ativos digitais são disponibilizados através da s car teira s


de outros usuários e os contratos necessitam uma garantia ,
em cima do próprio valor a ser emprestado, ao invés de um bem.
Aqueles que disponibilizam seus tokens podem, inclusive, ga-
nhar rendimentos constantes por estarem gerando um pool de
liquidez, fundo que permite entrada e saída de dinheiro rapidamen-
te, para os empréstimos.

Todo esse ecossistema da s finança s descentralizada s busca


retirar a necessidade de usar bancos ou outras instituições fi-
nanceiras conhecidas por seu tradicionalismo. As soluções para
evitar o calote, talvez não sejam o que muitos esperam, mas já
são um caminho a favor da descentralização.

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Já os tokens não -fungíveis, NF Ts, são ativos únicos. Sua con -
trapar tida, o token fungível, é reconhecido pela rede como objetos
digitais com característica s iguais. Por exemplo, um bitcoin ou
um ether. Enquanto, na rede Ethereum, cada NF T é único. Um
exemplo mais tangível é uma obra de ar te física, como a Monalisa.
Ela é única, por mais que existam cópias suas. Em outras palavras,
você é capa z de distinguir um token do outro na blockchain.

No ramo da ar te, ar tista s digitais podem comercializar sua obra


de forma exclusiva e acompanhar quem a possui ou para quem
ela está sendo transferida.

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E xiste também o mundo dos jogos em NF T em que determinados
objetos são únicos e raros. Assim, para jogar, é necessário com -
prar esses itens de outros jogadores para poder, finalmente,
produzir os seus e vendê -los, se assim desejar.

Este é o ca so do blockchain game A xie Infinit y, com seus escas-


sos monstrinhos que saem em aventuras, batalhas e são capa zes
de se reproduzirem. Porém, para isso eles precisam de poções de
amor, os tokens SLP. Os jogadores adquirem esses itens em
modos diversos do jogo ou comprando de outra s pessoa s, em
um mercado online.

Nesse cenário, os SLPs são o exemplo de token fungível, que


define a economia ao redor dos A xies. Essa s criatura s fofa s são
os NF Ts do jogo, podendo ser caras, dependendo da sua raridade
e disponibilidade.

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8. Blockchain apresenta
um mundo novo
Sem dúvidas, o mercado tem evoluído e atingido patamares que
nem eram ima ginados por entusia sta s da área . Não há como
negar que a tecnologia da blockchain mudou o mundo. Há muitas
empresas que fornecem ser viços, como rastreamento de pacotes,
através de uma blockchain. Também possuem jogos, ar tes e até
aplicações voltadas para o cotidiano.

O mundo da s criptomoeda s começou como uma moda nerd


liber tária e, atualmente, é um mercado que movimenta bilhões
diariamente. Não há dúvidas sobre o impacto desse ecossistema
no mundo

9. O que um leigo precisa saber


para entrar nesse universo?
Em primeiro lugar, é necessário entender como funciona a emis-
são de um criptoativo. Em uma blockchain, como a do bitcoin, os
mineradores são responsáveis por manter os registros em per-
feito funcionamento. Satoshi programou o BTC para que esses
mineradores fossem recompensados com uma pequena fração
da criptomoeda, gerada após uma determinada quantidade de
tempo dedicada à rede.

Por tanto, os responsáveis por “ fabricar ” frações de bitcoins


são os mesmos que regulam a blockchain. Todo o processo
acontece através de cálculos complexos que demandam muito
poder computacional de suas máquinas.

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As car teira s digitais são o local de depósito dessa s frações.
Elas possuem um funcionamento bem simples e são formadas
por dois tipos de identificadores: a chave pública e a chave
privada .

Chave pública
A chave pública é a forma de outros identificarem, na rede, e man -
darem tokens para uma car teira. Todos que queiram transferir fundos
para essa car teira digital devem conhecer sua chave pública. Tra zendo
para um exemplo prático, é como se fosse os dados de transferência
de sua conta bancária .

Chave privada
Por outro lado, a chave privada, deve ser de conhecimento apena s do
dono da car teira . Afinal, ela é responsável por acessar e autorizar
transações. Ou seja, para transferir fundos você deverá ter sua chave
privada em mãos. Só que caso alguém conheça sua chave, essa pessoa
pode roubar o controle de sua car teira . Como resultado,você perderá
suas moedas digitais. Como se alguém tivesse a senha do seu banco.

Uma das maiores lições no mundo das criptomoedas é entender q-


ue a privacidade digital é essencial para uma vida financeira
saudável. Tomar cuidado com os seus próprios dados, sua s má-
quina s e principalmente nunca deixar a chave privada em al-
gum lugar que possa ser acessado por outros, é essencial. Um
descuido e você estará com problema s.

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Porém, a questão que mais atiça os en-
tusiastas é “Como faço para ter tokens
em minha car teira?”. O método mais
comum no Bra sil são a s corretora s.
O leitor deve lembrar que minerar exige
muito de computadores. Isso leva a um
aquecimento da máquina, que por conse -
quência deve estar em um ambiente res-
friado. O que gera um gasto de luz bem
elevado, muitas vezes fora da órbita de
pessoas comuns.

Os gastos em corretoras são menores e é possível adquirir a quan-


tidade desejada, por um preço bem menor. As compra s de ativos
digitais podem ser realizadas através de dinheiro, car tões ou
mesmo outros tipos de crédito.

Mas você não deve esquecer da volatilidade do mercado. Isso por-


que o dinheiro que você investiu uma hora atrás pode desvalorizar
de repente. Não há uma garantia proposta por investimentos
mais conser vadores. Isso afasta muitas pessoas do mercado,
pois o primeiro pa sso é entender que esse investimento é a
longo pra zo.

Lembre -se sempre que quando ocorre a valorização de um ativo,


é a hora per feita para recuperar e lucrar, em cima da volatilida-
de. Sempre sendo ex tremamente realista. O mercado hoje é mais
estável, no sentido de que enriquecer do dia pra noite, não é algo
que exista. Um determinado ativo não irá valorizar exponen -
cialmente, simplesmente porque alguém investiu muito nele.

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O que acontece muitas vezes é o contrário. Criptomoeda s que
perdem força e geram prejuízos a leigos. Por isso é necessário
entender quais são os tokens mais confiáveis e o porquê de esta-
rem em tal posição. Todo e qualquer investimento deve ser feito
de forma sadia e com cautela .

Entradas no mercado blockchain são arriscada s uns mais do


que os outros. É o caso de investimento com margem. Pense da
seguinte forma, muitos não possuem como comprar uma unidade
de bitcoin. É um valor ex tremamente orbitante que poucos pos-
suem acesso. Isso complica a inserção no mercado, ainda mais
para quem deseja lucrar. Então, algumas corretoras oferecem in-
vestimentos com margem para criptomoedas.

Essa diferença entre o que pode ser pa go pelo usuário e o que não
pode, é completada pelo dinheiro da própria corretora . Dessa
forma, o utilizador da plataforma investe contra ou a favor de
uma criptomoeda . Se ele acha que o valor dela irá subir, ele com-
pra as unidades que achar suficiente para o lucro. No caso de cair,
o investimento será feito de forma a fa zer a corretora lucrar
nesse período.

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Em casos de previsões erradas, o valor investido pelo usuário
acaba indo para a corretora de modo a suprir quaisquer pre -
juízos causados pela alavanca gem. É um tipo de estratégia muito
comum no mercado financeiro, que está chegando aos cripto inves-
tidores. Nesse sentido, é sempre necessário lembrar que essa s
estratégia s são feita s por pessoa s experientes e que tem uma
noção profissional de investimentos, Além de um bocado de sor te,
ainda mais no mundo dos criptoativos.

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10. Investimentos em criptomoedas
para investidores mais cautelosos
Assim sendo, os investidores mais conser vadores podem achar
essa estratégia um tanto quanto arriscada . Por isso, recente -
mente, empresa s criaram fundos de índices voltados para crip -
tomoeda s. São tipos de fundos de investimento que buscam
replicar o desempenho de determinados ativos.

Por exemplo, com os recursos desse fundo, os administradores irão


adquirir uma criptomoeda para vendê -la em um momento de
alta . Assim, aqueles que investiram receberão uma par te do lu -
cro em forma de renda pa ssiva , de acordo com a quantidade de
cotas que possuem do fundo. Tudo expresso em um contrato
pré - definido, em que é feita a cobrança de ta xas de cada fundo.

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Essa modalidade pode ser encontrada na Bolsa de Valores. Para
fa zer par te da mesma é necessário adquirir suas cotas, através de
um home broker, aplicativo oferecido por bancos ou corretoras
financeiras, para investir diretamente na bolsa. Os que estão dispo -
níveis na B3 (Bolsa brasileira):

Todos esses fundos de índices são administrados pela Hashdex e


buscam replicar as ações feitas pelo fundo da Nasdaq relativo à
diversas criptomoedas (Nasdaq Cr ypto Index). Esses fundos es-
tão sujeitos à s leis fiscais, executadas pela Receita Federal, e
também às leis de investimento, aplicada s pela Comissão de Va-
lores Mobiliários(CVM). Tudo feito de forma a proteger o consumi-
dor e prestar suas contas corretamente ao Estado brasileiro.

Então, é possível perceber que existem diversa s forma s de se


inserir nesse mundo. Umas mais arriscadas que outras, por isso
a necessidade de estudo prévio. Somente o conhecimento fará
com que você tenha uma vida financeira saudável.

11. Mas quais seriam os principais


cuidados com esse mercado?
A indústria blockchain movimenta bilhões diariamente. Isso é
um enorme atrativo para muitas pessoas. Por isso, deve -se tomar
muito cuidado. Os primeiros sempre devem ser sobre suas pró -
prias atitudes. Por exemplo, nunca investir mais do que realmente
possui.

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Brincar com isso não é uma opção. Diversos investidores foram
à falência após investirem tudo em criptomoeda s. O mercado
é muito instável, logo os investimentos devem ser feitos a médio e
longo pra zo. Em outras palavras, se o dinheiro aplicado for ne -
cessário em um cur to pra zo, você pode acabar saindo no prejuízo
e não ter como recuperá-lo por um tempo.

Além disso, é necessário atentar para corretora s com promes-


sa s muito boa s. É preciso lembrar que, no início, realmente hou-
ve pessoa s que fizeram muito dinheiro. Contudo, isso foi em um
contex to no qual esses primeiros investidores possuíam enor-
mes quantidades de bitcoins, em um momento de baixa demanda
no mercado.

Essa foi uma opor tunidade única que apenas os pioneiros tiveram
acesso. Enriquecer não é tão fácil quanto essas notícias sensacio -
nalistas tentam mostrar. Criptomoedas são, atualmente, um inves-
timento que pode fornecer lucros generosos, em caso de entra-
das saudáveis e estudadas. Ou seja, se uma corretora promete
uma ta xa alta de retorno financeiro mensal, gerando uma ótima
renda passiva, ela deve ser analisada com muito cuidado, pois a
chance de ser uma fraude é muito grande.

No mercado, já aconteceram diversos ca sos de corretora s fan -


ta sma s ou hackeada s. Por isso, é ex tremamente necessário que
o usuário compre de corretora s que permitam transferir seus
fundos para uma car teira própria, na hora que bem entender. As-
sim, só o dono tem controle sobre os próprios ativos, fa zendo o que
bem desejar com eles.

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O primeiro caso pode ser exemplificado pela Africr ypt, uma correto -
ra sul-africana. Fundada em 2019, dois irmãos dirigiam a empre -
sa que existia até abril de 2021 . Quando seus principais clientes
começaram a ter suspeitas sobre ela, receberam a notícia de que
tinham sofrido um ataque hacker.

No entanto, o que mais chamou a atenção foi o fato da empresa ter


requisitado que seus clientes não comunica ssem o roubo à s au -
toridades. Então, um grupo se reuniu e contratou uma firma de
advogados para investigar a exchange. Esses investigadores
acabaram descobrindo que não havia mais dinheiro nas car teiras
da empresa. Além disso, ficaram sabendo que o dinheiro era ir-
ra streável.

As autoridades foram comunicadas e outras firmas, ao


redor do mundo, foram aler tadas sobre a possível tentativa
de retirada de dinheiro. Porém, por enquanto, os dois irmãos
estão fora gidos e o dinheiro, U$2. 2 bilhões em tokens, ainda
não foi localizado.

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No caso de hackers, temos dois exemplos. O primeiro ocorreu em
a gosto de 2021 . A corretora japonesa Liquid Global sofreu um
ataque, no qual os invasores desviaram os fundos e os conver te -
ram em Ether através de um protocolo descentralizado. O gru-
po levou cerca de U$91 milhões, sendo apenas U$16 milhões ra s-
treados e congelados.

Ainda, em 2021, uma plataforma de interoperabilidade foi ha-


ckeada , a Polygon Net work. Em resumo, ela trabalha com a co -
municação entre blockchains e a conversão dos valores de um
token para outro. Em 10 de a gosto, a equipe da Polygon anun -
ciou, através de sua s redes sociais, que haviam sofrido ataques
através das blockchains da Binance, Ethereum e sua própria
rede.

O hacker levou em torno de U$600 milhões. Porém, como era


uma quantia muito grande, a própria Polygon pediu em um comu-
nicado que o dinheiro fosse retornado, pois seria impossível para o
hacker que ele não fosse localizado e preso. Por incrível que pa-
reça , o dinheiro foi retornado e uma comunicação foi estabele -
cida entre os dois lados. A plataforma ofereceu U$500 mil para
que o atacante explica sse como havia feito o ataque.

É sempre impor tante ressaltar, que nem todos esses assaltos tem
um final feliz. Muitas vezes os criminosos não possuem a intenção
de devolver os tokens adquiridos.

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12. Conclusão
O motivo real para a criação do bitcoin foi a liberdade de po -
der a gir sem depender de terceiros. É óbvio que estudar sobre
segurança digital, entender como funciona uma car teira e saber
como investir são par tes menos atrativas desse meio. No entanto, a
liberdade financeira que qualquer um pode alcançar no mundo
da s criptos, fa z com que todo esforço valha a pena.

Lembre -se que nem todo investimento será lucrativo. Muitas ve -


zes, no início, a recompensa demora a chegar. Entretanto, não há
motivo para desanimar. E xistem diversa s forma s de investir e o
leitor deve buscar a que achar melhor e que se encaixa em seu
per fil. Erros irão acontecer, mas é através dos equívocos que mais
se aprende. E os sábios são aqueles que aprendem através dos er-
ros dos outros.

Não há caminho fácil para viver com cripto investimentos. Afi-


nal, não se pode confiar em promessas muito bonitas, nem se deve
acreditar tão facilmente em outras pessoas. É seu dinheiro que
está em risco. Por esse motivo, sempre é necessário o dobro de
cuidado.

A grande meta da Mundo Invest é fa zer com que o leitor possa en-
contrar o mínimo necessário para iniciar sua jornada em busca da
liberdade. Caso tenha qualquer dúvida, basta me enviar uma men-
sa gem através do botão “ fale com o autor ”

Até a próxima

Sabrina :)

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