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RESUMOS AMBIENTE DE

NEGÓCIO GLOBAL
Comércio Internacional | 2º ano | 2º semestre

Mariana Marinho | 2190786


ÍNDICE:
CAPÍTULO I - A ECONOMIA GLOBAL .................................................................................................. 3

1.1. INTERNACIONALIZAÇÃO E DIFERENÇAS NACIONAIS ......................................................................................... 6

1.2. ECONOMIA NUM MUNDO EM MUDANÇA .................................................................................................... 9

1.2.1. Globalização .............................................................................................................................. 9

1.2.2. Instituições Globais/ Organizações Globais ............................................................................ 10

1.2.3. A demografia à escala global .................................................................................................. 16

1.2.4. Alterações estruturais na economia global e na ordem geopolítica mundial ........................ 19

1.3. TENDÊNCIAS E DESAFIOS PARA A ECONOMIA GLOBAL ................................................................................... 22

1.3.1. Megratredes ............................................................................................................................ 22

1.3.2. Top 10 – Desenvolvimentos geopolíticos em 2023 e implicações para os negócios ............... 24

CAPÍTULO II - O DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO E HUMANO ....................................................... 26

2.1. AS ASSIMETRIAS NO DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO MUNDIAL .................................................................... 26

2.1.1. Assimetria entre países ........................................................................................................... 26

2.2. ÍNDICE DE DESENVOLVIEMNTO HUMANO .................................................................................................. 30

2.2.1. Índice de Desenolviemnto Humano (IDH) ............................................................................... 31

2.3. OUTROS INDICADORES DE DESENVOLVIMENTO ........................................................................................... 32

2.3.1. IDH ajustado à desigualdade: ................................................................................................. 32

2.3.2. índice de pobreza multidimensional (MPI): ............................................................................. 33

2.3.3. IDH ajustado às pressões sobre o planeta (PHDI): .................................................................. 33

2.3.4. Paineís temáticos (dashboards): ............................................................................................. 33

2.4. CLASSIFICAÇÃO DOS PAÍSES DE ACORDO COM O GRAU DE DESENVOLVIMENTO .................................................. 34

2.4.1. “Taxonomia” do desenvolvimento .......................................................................................... 34

CAPÍTULO III – PRODUÇÃO E COMÉRCIO À ESCALA GLOBAL ............................................................. 36

3.1. FATORES DE COMPETIVIDADE INTERNACIONAL ........................................................................................... 36

3.1.1. Índices de competividade ........................................................................................................ 36

3.2. CRESCIMENTO ECONÓMICO E SUAS FLUTUAÇÕES........................................................................................ 38

3.2.1. O longo prazo (crescimento económico): ................................................................................ 38

3.2.2. Relação entre comércio internacional e crescimento ............................................................. 39

1
3.2.3. O Curto Prazo (ciclos económicos) .......................................................................................... 40

3.2.4. Qual o interesse dos ciclos económicos para os negócios? ..................................................... 42

3.3. CONCORRÊNCIA E MEDIDAS DE CONCENTRAÇÃO ........................................................................................ 43

3.3.1. Estrutura de mercado .............................................................................................................. 43

3.3.2. Estrutura de Mercado – Medidas de Estrutura ....................................................................... 44

3.3.3. Estrutura de Mercado – Medidas de Concentração................................................................ 45

3.4. INDICADORES DE ABERTURA DAS ECONOMIAS ............................................................................................ 48

3.4.1. Indicadores de abertura das economias ................................................................................. 48

3.4.2. Medidas “De Facto” ................................................................................................................ 48

3.4.3. Medida combinada (fluxos reais e financeiros) e híbida (“De Facto” e “De Jure”) ................. 49

3.4.4. Fatores que explicam as diferenças no grau de abertura comercial ...................................... 51

3.5. TENDÊNCIAS RECENTES E DIREÇÃO DOS FLUXOS DE COMÉRCIO INTERNACIONAL ................................................ 51

3.5.1. O comércio cresceu mais rapidamnete numas regiões do que noutras? ............................... 52

CAPÍTULO IV - O IDE E A EMPRESA MULTINACIONAL........................................................................ 55

4.1. A ECONOMIA DA EMPRESA MULTINACIONAL .............................................................................................. 55

4.1.1. Internacionalização das empresas e modos de entrada ......................................................... 55

4.1.2. Estratégias de negócio internacional e organização da empresa multinacional ................... 58

4.2. O INVESTIMENTO DIRETO ESTRANGEIRO (IDE) .......................................................................................... 61

4.2.1. Tendências, direção e fontes do IDE........................................................................................ 61

4.2.2. Teorias do IDE .......................................................................................................................... 63

4.2.3. Efeitos, custos e benefícios do IDE........................................................................................... 65

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CAPÍTULO I - A ECONOMIA GLOBAL

PARIDADES DE PODER DE COMPRA (PPC/PPP):


• Taxas de conversão cambial que procuram igualar o poder de compra de diferentes moedas;
• Eliminar diferenças nos níveis de preços entre países;
• Considerando o contributo para o PIB mundial medido em PPC, os EUA já não são a economia
dominante.

PRINCIPAIS PRODUTORES (INDÚSTRIA):


Top 5 maiores produtores da indústria mundial, 2018:

1. China $4T (28.37% da produção mundial)


2. EUA $2.3T (16.5%)
3. Japão $1T (7.23%)
4. Alemanha $806B (5.78%)
5. Coreia do Sul $459B (3.29%)

PODER DE COMPRA:

PIB PER CAPITA:

• A economia com um nível de rendimento per capita mais elevado (medido a PPC) é o
Luxemburgo, com um PIB per capita cerca de 7 vezes o valor médio mundial. Aqui, os EUA
ocupam apenas o 8º lugar e a China 75ª posição.

PIB MUNDIAL:

• Considerando o contributo para o PIB mundial médio em termos de paridades de poder de


compra - PPC (PPP, em inglês).

PARIDADES DE PODER DE COMPRA (PPC/PPP):

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• São taxas de conversão cambial que procuram igualar o poder de compra de diferentes moedas,
eliminando as diferenças nos níveis de preços entre países.
• É necessário definir um cabaz de bens e serviços e determinar quanto dinheiro é necessário para
comprar os mesmos bens e serviços em diferentes países, usando essa informação para calcular
uma taxa de câmbio que reflita o mesmo poder de compra nos diferentes países.
• A correção introduzida pela PPC conduz, em geral, a uma revisão em alta para países de baixos
rendimentos.

EXEMPLO:

Rendimento per capita República dos Cocos (RC): 60.000 cocos

Rendimento per capita EUA: 60.000 USD

Taxa de câmbio nominal: 1USD — 10 cocos

(ou seja, Nominal Exchange Rate: E=0,1 → preço da moeda nacional (cocos) em moeda estrangeira)

Nível geral de preços na RC, expresso em moeda nacional: P = 4 cocos

Nível geral de preços nos EUA, expresso em USD: P = 2 USD

CRESCIMENTO ECONÓMICO:
BRIC – Brasil, Rússia, India, China

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DEMOGRAFIA:

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1.1. INTERNACIONALIZAÇÃO E DIFERENÇAS NACIONAIS

INTERNACIONALIZAÇÃO:
• Refere-se ao envolvimento de uma empresa em comércio ou investimento internacionais;
• Ocorre quando a empresa expande as suas atividades de I&D, produção, venda e outros negócios
para mercados internacionais;
• Negócio internacional:
o Quaisquer transações comerciais que envolvam 2 ou mais países;
o Envolvimento de uma empresa em negócios cuja atividades são desenvolvidas para lá
das fronteiras nacionais, incluindo não só o comercio internacional e produção no
exterior, mas também a indústria dos serviços em áreas como transportes, turismo,
publicidade, construção, comércio e comunicações.

QUAIS AS IMPLICAÇÕES DO NEGÓCIO INTERNACIONAL?


• Uma empresa que atua em mercados externos, tem de lidar com 3 tipos de ambientes (forças
não controláveis pela gestão da empresa, mas que esta pode influenciar):

Ambiente
Internacional
Ambiente Ambiente
Doméstico Estrangeiro

Com origem no mercado doméstico Com origem externa ao mercado Resulta da interação entre forças do ambiente doméstico e
doméstico da empresa forças do ambiente estrangeiro ou entre forças de ≠
ambientes estrangeiros

Exemplos de forças externas:

o Concorrência;
o Setor de distribuição;
o Variáveis económicas e financeiras (inflação, taxas de juro, taxas de câmbio, etc.);
o Aspetos geopolíticos, políticos e legais;
o Características socioeconómicas da população;
o Características geográficas/naturais dos países;
o Qualificação da força de trabalho;
o Tecnologia.

• A gestão de um negócio internacional difere da gestão de um negócio doméstico:


o Os países são diferentes:

Sistema Político Nível Desenvolvimento


Sistema Económico

...
Cultura Sistema Legal

É necessário perceber as regras que regem o comércio internacional e o sistema de investimento


e encontrar formas para trabalhar dentro dos limites impostos pelas restrições governamentais;

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• O leque de problemas com que o gestor tem de lidar é maior e os problemas mais
complexos:

Como coordenar
Quando entrar? Como entrar?
várias equipas?
Quais mercados
explorar?
Com que escala? Onde construir?

As transações internacionais envolvem a conversão de E várias etapas do processo produtivo em


várias moedas estrangeiras? Risco cambial? O que fazer? diferentes países?

DIFERENÇAS NACIONAIS:

Possíveis Barreiras à Internacionalização

SISTEMAS POLÍTICOS:

• Totalitários, democráticos ou pseudodemocracias (democracias imperfeitas).

SISTEMAS ECONÓMICOS:

• Economia planificada;
• Economia de mercado;
• Economias mistas.

SISTEMAS LEGAIS:

• Baseado no direito civil (conjunto amplo e detalhado de leis, organizações em códigos);


• Baseado no direito comum (jurisprudência);
• Baseado no direito costumeiro;
• Baseado na Lei teocrática (ensinamentos religiosos, comportamento moral, mas alargada de
modo a contemplar atividades comerciais).

• Diferenças na lei contratual (que rege a aplicação dos contratos):


o Direito comum: necessidade de > detalhe nos contratos, mas mais flexível
o Disputas contratuais ao nível do comércio internacional – Qual a lei a aplicar?
Convenção das Nações Unidas para a venda internacional de mercadorias (CISG)
o Direitos de propriedade e corrupção: l o l do ma me mi mo mi n
Diferenças na definição e proteção dos diretos de propriedade intelectual (patentes,
diretos de autor, marcas registadas)
o Legislação relativa à concorrência: ≠s significativas entre países  Questões éticas
o Legislação/normas relativas à Segurança e Responsabilidade do Produto: ≠s
significativas entre países  Questões éticas
o Legislação ambiental: ≠s significativas entre países  Questões éticas

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FATORES CULTURAIS:

• Presencias dos consumidores;


• Afetam todas as funções do negócio, podendo levar a uma alteração do modus operandi da
empresa:
o Produção: atitude face à mudança, aceitação de novos métodos de produção, ≠s
relações laborais;
o Marketing: marketing mix ≠s para mercados ≠s;
o RH: motivação e avaliação dos trabalhadores, atitude para com a liderança/autoridade,
etc.;
o Finanças/contabilidade: >/< necessidade de controlo, importância dos doc
contabilísticos, etc.;
o Tipos de liderança esperado/aceite variam com a cultura.

FATORES FISICOS:

• Geografia, ambiente e recursos naturais, demografia


o Podem condicionar e alterar o modo como as empresas produzem e comercializam os
seus produtos, contratam pessoal, etc.;
o Alterações ecológicas e regulações ambientais.

• População e negócios em particular


o Os gestores devem ter em conta a dimensão, distribuição da população e tendências
demográficas;
o Dimensão e composição da força de trabalho – população e, idade ativa;
o Avaliação da dimensão de um mercado potencial:
▪ População total;
▪ Estrutura etária;
▪ Densidade populacional (e % população urbana);
▪ Rendimento per capita;
▪ Distribuição do rendimento pela população;
▪ ± poupança.

FATORES COMPETITIVOS:

(Nº, dimensão e capacidade competitiva das empresas rivais, fornecedores, dimensão do mercado)

• Estratégia competitiva: custo ou diferenciação – mercado de massa ou nicho de mercado


(estratégia foco):
o As empresas podem usar ≠s estratégias para ≠s produtos e para mercados ≠s (Ex.: Fiat)
• Dimensão, recursos da empresa e experiência (face à concorrência):
o Recursos de uma empresa e posição no mercado influenciam o modo como atuará (Ex.:
influencia junto de fornecedores e distribuidores.
• Exemplos:
o Mercados emergentes:
▪ Locais de produção a baixo custo, mas também mercados cada vez > em
termos de consumo;
▪ Podem ser lugares desafiadores para fazer negócios (Ex.: saída do Grupo
Inditex da Venezuela, onde teve 22 estabelecimentos);
• Os locais de produção ideais podem não coincidir com os maiores mercados consumidores.

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1.2. ECONOMIA NUM MUNDO EM MUDANÇA

1.2.1. GLOBALIZAÇÃO

GLOBALIZAÇÃO:
• Refere-se à mudança em direção a uma economia global mais integrada e interdependente;
• Tem diversas facetas, incluindo a globalização de mercados e a globalização da produção;
• Refere-se à tendência para uma integração internacional de bens, tecnologia, informação,
trabalho e capital, ou o processo de fazer essa integração acontecer;
• Corresponde ao aumento da interdependência das economias nacionais, e a tendência para >
integração dos mercados de bens, trabalho e capitais.

ASPETOS DISTINTIVOS DO PROCESSO DE GLOBALIZAÇÃO – QUE MARCARAM A EVOLUÇÃO


DA ECONOMIA MUNDIAL NOS ÚLTIMOS 60 ANOS.

• Elevado crescimento económico;


• Intensificação dos fluxos comerciais e de IDE;
• Crescimento muito > do comércio internacional em comparação com a produção – com grande
parte da produção a ter como destino os mercados externos.

• No caso de IDE, de destacar para além do seu crescimento (superior ao do comércio


internacional), a sua > amplitude: em termos de países e setores;
• Globalização dos mercados - Born Global:
o Consequência dos mercados globalizados;
o Empresas que se expandem internacionalmente logo uma fase inicial e de forma rápida;
• Para além da globalização dos mercados, assistimos agora a uma globalização da produção (os
países têm ≠s vantagens competitivas):
o Expansão da industrialização a novas regiões:
▪ Novos países industrializados, com destaque para o continente asiático;
▪ Reemergência de países da América Latina e do Leste Europeu com fortes
tradições industriais (alterações políticas);
o Aprofundamento dos processos de integração regional/económica;
o Impacto do IDE e das multinacionais (1/3 das transações mundiais pertence às
multinacionais);
• Aumento da importância do comércio intraindustrial:
o Componentes de uma produção;
o Mesmo produto - segmentos/gamas ≠s;
o Intra: comércio entre o mesmo comércio:

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▪ Ex.: Boing; setor automóvel compra partes de um carro e comercializa no
mesmo país a que comprou o automóvel;
o Inter: mais tradicional; comércio entre comércios ≠s.
• Forte crescimento do comércio de serviços (inclusive, superior ao das mercadorias):
o As exportações de serviços cresceram mais do que as exportações de mercadorias.

1.2.2. INSTITUIÇÕES GLOBAIS/ ORGANIZAÇÕES GLOBAIS


Face à globalização e progressiva internacionalização das empresas, são necessárias instituições
capazes de gerir, regular e superar o mercado global e promover o estabelecimento de acordos e
tratados multinacionais. Foram criadas instituições com esse objetivo:

• Nações Unidas (ONU);


• Banco Mundial;
• Fundo Monetário Internacional (FMI);
• GATT e Organização Mundial do Comércio (OMC);
• G20;
• G7;
• BRICS;
• ...

NAÇÕES UNIDAS (ONU):

• Dedicada à promoção da paz e da estabilidade global (necessária estabilidade para haver


negócios);
• Promoção de padrões mais elevados de vida, emprego e condições de progresso económico e
social;
• Trabalha em estreita colaboração com outras instituições internacionais, como o Banco Mundial;
• Atividades com impacto no ambiente de negócios internacional:
o Garantia da estabilidade mundial  garante condições para negócios internacionais se
realizarem;
o Preparação do terreno para o investimento em economias em desenvolvimento 
torna mais atrativo o investimento das empresas internacionais (IDE): infraestruturas,
educação, saúde, organização institucional, etc.;
o Procura incutir princípios base nas áreas da justiça social, direitos humanos, trabalho,
igualdade de género, ambiente e anticorrupção;
o A um nível mais específico:
▪ Responsável por acordos internacionais, incluindo legislação internacional:
− Ex.: Convenção das ONU para venda internacional de mercadorias;
▪ Navegação em águas internacionais;
▪ Direitos das companhias aéreas comerciais:
− Ex.: aterrar em qualquer local em caso de emergência;
▪ Acordos sobre normas técnicas:
− Ex.: nomes medicamentos; critérios de qualidade dos medicamentos;
▪ Protocolos com empresas privadas:
− Ex.: Nike, NBA, Microsoft, etc.

INSTITUIÇÕES MONETÁRIAS INTERNACIONAIS (BRETTON WOODS) :

Considerando maior esforço de cooperação internacional.

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BANCO MUNDIAL (189 MEMBROS):

• O objetivo era reconstruir a Europa, acabou por financiar países de 3º mundo;


• Criado com o objetivo de lidar com as questões relativas ao desenvolvimento (objetivo principal:
redução da pobreza e desigualdades). → fonte global de assistência para o desenvolvimento:
o Financia países em desenvolvimento (que têm dificuldade em conseguir empréstimos -
BM empresta com condições muito favoráveis - e até mesmo sem juros);
• Funciona como uma cooperativa não lucrativa para os seus Estados-Membros:
o Empréstimos a taxas de juro baixas e prazos mais alargados;
o Assistência técnica para desenvolvimento de projetos.

Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) Ambas concedem empréstimos


de ajuda ao desenvolvimento e
providenciam assistência técnica
Associação Internacional para o Desenvolvimento (AID)

Banco
Corporação Financeira Internacional (IFC)
Mundial

Agência Multilateral de Garantias de Investiemnto (MIGA)

Centro internacional para Resolução de Disputas sobre Investimentos


(ICSID)

• BIRD: foca-se em economias de rendimento médio baixo e médio alto;

• AID: foca-se sobretudo nas economias mais pobres (de rendimento baixo ou médio baixo):
o Destina-se sobretudo ao continente africano e ao asiático;
o Sem ele (BM) estes países não tinham acesso a financiamento.

• O crescimento destas economias é fundamental para os negócios internacionais:


o Os países em desenvolvimento são responsáveis por ½ do aumento das importações
desde o ano de 2000;
o Em 2010, o PIB destas economias ascendia já a 43% do PIB mundial:
▪ Se estas economias desenvolverem, os outros países vão também beneficiar
com CI;
▪ 2/3 dos países são países em desenvolvimento.
• As 3 instituições mais pequenas do BM:

Criar condições; Oferece serviços de


Corporação Financeira investimento, consultoria e administração de ativos
Internacional (IFC): para incentivar o desenvolvimento do setor privado e
dos mercados de capital.

Garante o investimento do setor privado


Agência Multilateral de através de seguros contra riscos políticos, garantias de
Garantia de Investimento aumento de crédito, assistência técnica e mediação;
(MIGA): atrair Investiemnto Estrangeiro = através de seguro
para o investimento.

Centro Internacional para


Ajuda a resolver disputas (entre investidores
Resolução de Disputas
estrangeiros e governo local) entre governos e
sobre Investimentos investidores internacionais.
(ICSID): 11
FMI – FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL (190 MEMBROS):

• Objetivo inicial: Garantir estabilidade cambial;


• Garante a estabilidade do sistema monetário internacional – promotor da cooperação
monetária internacional:
o Auxilia na criação de um sistema multilateral de pagamentos, promotor da estabilidade
cambial, facilitando assim o crescimento equilibrado do CI;
• Supervisão económica: presta assessoria aos países membros, incentivando-os a adotar políticas
que promovam a estabilidade macroeconómica, aceleram o crescimento económico, reduzam a
vulnerabilidade a crises económicas e elevem os padrões de vida;
• Apoia o desenvolvimento das capacidades (assistência técnica e formação), quando solicitado,
para ajudar os países membros a fortalecer as suas instituições económicas e implementar
políticas económicas sólidas;
• Apoia financeiramente países com desequilíbrios na balança de pagamentos:
o (X-Q)<0  significa que o país está a ser financiado;
o Credor de último recurso para economias que apresentam graves problemas (dívida
externa, dívida pública) e cujas moedas estão a desvalorizar-se.
• Economias mais desenvolvidas: as ajudas financeiras do FMI costumam ser temporárias.
Economias menos desenvolvidas: o apoio estende-se no tempo;
• Durante as últimas 2 décadas, o FMI emprestou dinheiro a vários países: Argentina, Indonésia,
México, Rússia, Coreia do Sul, etc.;
• Recentemente assumiu um papel proativo, ajudando países a lidar com alguns dos efeitos da
crise financeira global de 2008-2009 e com os efeitos da pandemia Covid-19, e também com a
guerra na Ucrânia;

• Críticas à intervenção do FMI (que aumentaram com a crise financeira de 2028-2009):


o Interferência na soberania nacional;
o Abordagem monetarista (“One-size-fits-all”), focando-se no lado da procura (efeito de
curto prazo) e na redução dos défices da inflação;
▪ Problemas estruturais – medidas do lado da oferta (efeito médio/longo prazo).
o O facto do equilíbrio global não pode ser possível através de medidas centradas apenas
nos países intervencionados;
o Muitos países intervencionados não conseguiram resolver os seus desequilíbrios
externos;
o Dado que muitas economias que solicitam ajuda do FMI são pobres, as medidas de
contenção orçamental, de cortes salariais e de subsídios, vêm e atrasar o seu
desenvolvimento em termos de saúde, educação, desigualdades socias, redução da
pobreza.
• Problemas estruturais levaram FMI e o Banco Mundial a coordenar atividades;
• Nos últimos anos, o FMI começou a mudar as suas políticas.

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GATT E OMC

• Depois de Bretton Woods, as negociações sobre comércio foram desenvolvidas no âmbito do


GATT.
• Negociações do GATT: 1947 a 1994;
• Em 1995, GATT deu origem à OMC;
• OMC e GATT promoveram a redução das barreiras ao comércio (tarifárias e não tarifárias) e
investimento transfronteiriços, reduzindo custos.
o Efeitos muito positivos para o comércio e crescimento económico;

OMC

Providencia um fórum para:

• Negociações: relacionadas com o comércio internacional;


o Para tarifas e regras comerciais;
• Monitorização: das políticas comerciais nacionais;
o Supervisão: cumprem ou não?
• Arbitragem: de disputas comerciais entre países membros;
o Países prevaricam;
• Apoio e assistência técnica aos países em desenvolvimento em assuntos ligados ao comércio;
• Cooperação com outras organizações internacionais (BM, FMI).
• Negociações de Doha colocaram na agenda as relações comerciais entre países desenvolvidos e
menos desenvolvidos. Foi reconhecida a dificuldade que os países menos desenvolvidos têm em
beneficiar do sistema da OMC:
o Áreas: comércio têxteis/vestuário, agricultura e peixe;
o Programas de assistência aos países membros (Aid for Trade) em infraestruturas, apoio
técnico e capacidade produtiva (área que dificultam os países menos desenvolvidos a
beneficiar dos acordos comerciais);
o Área mais complexa: agricultura (subsídios).
• Direitos de propriedade:
o Alguns avanços (patentes, direitos de autor, licenças, etc.), mas as violações destes
direitos são uma constante.
• Negociações tensas e controversas. Objetivo das negociações de Doha (início: 2001): reduzir
barreiras comerciais e codificar regras; mas paralisou, apesar de várias tentativas de retomar as
negociações;
• Outras ameaças:
o Tarifas unilaterais propostas pela China e EUA;
o Casos de imposição de tarifas de importação:
▪ Brecha na legislação comercial (acordos OMC): quando está em causa a
segurança nacional;
o Desde 2017, EUA vetam indicados ao conselho que analisa recursos na organização;
o China Vs. EU e EUA e acusações de prática de dumping.

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• OMC disfuncional: necessidade de uma revisão significativa de regras, sistema de negociações,
supervisão e resolução de disputas:
o Negociação e regras:
▪ Pouco desenvolvimento desde a sua criação;
▪ Desadequação das regras e falta de adaptação às alterações da economia
mundial, exemplos:
− Tratamento diferencial dado a economias em desenvolvimento (caso
da China e Índia);
− Subsídios e ajudas de estado (ajudar a empresas públicas) → Ex.: cada
vez mais presente em setores cruciais (agricultura, aviação comercial,
etc.) e as modalidades de intervenção do Estado vão evoluindo;
− Direitos da propriedade que são chave para a concorrência das
empresas;
− Adaptação de regras de comércio a objetivos não comerciais (Ex.:
sustentabilidade, proteção ambiental, etc.);
− Questão tecn países dev muito a nível tecnológico;
− Questão economias emergentes já não são em desenvolvimento → o
que pode beneficiar algumas economias visto que não há critérios
uniformes para estabelecer o que é ou não é uma economia em
desenvolvimento;
− Questão do meio ambiente.
▪ Necessidade de consenso para estabelecer novos acordos, obrigações e regras:
− É necessário haver consenso entre todos os membros;
− Há quem se aproveite disso para não ter de cumprir determinadas
coisas.
o Monotorização:
▪ Supervisão pouco eficaz;
▪ Necessidade de maior transparência por parte dos países;
▪ Obrigações de notificação com atrasos ou ignoradas – deliberações deixam
muitas vezes questões importantes sem resposta:
− Necessário > poder para impor sanções.
o Resolução de conflitos/disputas:
▪ Aumento do número de disputas e cada vez mais complexos; incumprimento
dos prazos;
▪ Desacordo quanto ao funcionamento e missão do Órgão de Resolução de
Litígios e quanto à interpretação que faz das regras:
− UE: defende reforços da sua jurisdição;
− EUA: defende maior responsabilidade e limites à interpretação
“extensiva” das regras.
▪ Entretanto, têm proliferado os acordos regionais de comércio, o que pode
enfraquecer ainda mais a OMC.

G7:

• Grupo de países mais industrializados do mundo:


o Alemanha;
o Canadá;
o Estados Unidos;
o França;

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o Japão;
o Itália;
o UK;
o (a EU também está representada).
• Os G7 evoluíram ao longo dos anos, tendo em conta os acontecimentos políticos e as novas
necessidades, na área do desenvolvimento sustentável e da saúde à escala global.

G20:

• Grupo das 20 maiores economias do mundo (19 países + UE);


• Em 1999, no seguimento de uma crise económica, os ministros das finanças dos governos G7
anunciaram a criação dos G20, incluindo assim como outros países nas discussões relacionadas
com a economia e as finanças a nível global;
• Inicialmente com o intuito de definir uma política coordenada para crises financeiras em países
em desenvolvimento;
• 2008-2009: fórum através do qual as principais economias procuram dar resposta política
coordenada à crise financeira global;
• Discutem soluções para problemas multinacionais: oceanos, infraestruturas.
• Responsáveis por:
o 80% PIB mundial;
o +75% CI;
o 60% (2/3) da população mundial.

BRICS:

• Objetivo: formar aliança que ajude a converter o crescente poder económico destas economias
(países emergentes) numa maior influencia geopolítica a nível mundial;
• Membros:
o Brasil;
o Rússia;
o Índia;
o China (maior peso em termos comerciais);
o África do Sul.

E7 – EMERGING 7:

• Grupo das 7 maiores economias emergentes:


o China;
o Índia;
o Brasil;
o Rússia;
o México;
o Indonésia;
o Turquia.
• Crescimento acima das outras;
• População muito significativa.

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1.2.3. A DEMOGRAFIA À ESCALA GLOBAL

EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO MUNDIAL (PERÍODO 2000-2050) POR CONTINENTE –


PROJEÇÕES DAS NAÇÕES UNIDAS

EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO MUNDIAL POR CONTINENTES

• Maior crescimento: continente africano – único continente que vê o seu peso aumentar;
• Europa: único continente a registar diminuição da população;
• Tendência para redução da taxa de infertilidade, menos para a Europa e América do Norte;
• 2050: só África tem taxa de fertilidade acima da taxa de reposição, o que não vai acontecer em
2100;
• A população tenderá a diminuir nos continentes que apresentem taxas de fertilidade inferiores
á taxa de reposição (a não ser que haja uma compensação com fluxos de imigração).

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EVOLUÇÃO DA ESPERANÇA MÉDIA DE VIDA

• Esperança média de vida à nascença atingiu 72,8 anos em 2019;


• Redução da mortalidade → esperança média de vida 77,2 anos em 2050;
• 2021 → esperança média de vida p/ países – desenvolvidos ficou 7 anos atrás da média global.

ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO

• Tendência nos próximos anos:

 Taxa de fertilidade
 % População Idosa
 Esperança média de vida

• Africa: apresenta população + jovem;


• Europa: população mais envelhecida;
• América Latina e Ásia: aumento mais rápido da idade mediana.

POPULAÇÃO EM IDADE DE TRABALHO:

• Só África: aumento % população 15-64


anos;
• Europa: maior queda;
• Impacto população declínio e
envelhecimento coloca problemas em
termos de crescimento a longo prazo.

G20:

• Países com taxas de crescimento positivas na faixa etária de trabalho, devido a taxas de
natalidade relativamente altas e/ou taxas de imigração.

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G7 E E7:

• Maior parte dos países África Subsariana, América Latina e Caraíbas: % população em idade ativa
(entre os 25-64 anos) tem vindo a aumentar graças às reduções de fertilidade;
o Proporciona oportunidade limitada no tempo para acelerar o crescimento económico
→ “dividendo demográfico”;
• Dividendo demográfico: crescimento económico provocado por mudança na estrutura da
população de um país, resultado de uma redução nas taxas fertilidade e mortalidade. Período
em que o país beneficia de % elevada de adultos em idade de trabalhar em relação à população
fora da “idade ativa” → oportunidade p/ acelerar o crescimento económico (PIB per capita).

MIGRAÇÃO:

• Prevê-se que as populações de 61 países ou zonas diminuam 1% ou + 2022-2050:


o Devido aos baixos níveis de fertilidade;
o Em alguns locais, devido às elevadas taxas de emigração.
• Movimentos migratórios (2020-2021) → movimentos de trabalho temporários, violência,
insegurança, conflitos armados e guerra na Ucrânia:
o Paquistão: -16,5 M;
o Índia: -3,5M;
o Bangladesh: -2,9M;
o Nepal: -1,6M;

18
o Sri Lanka: -1,0M;
o Síria: -4,6M;
o Venezuela: -4,8M;
o Myanmar: -1,0M.
• De acordo com projeção das ONU (2020-2050):
o África, Ásia e América Latina → áreas de emigração em termos líquidos;
o Europa, américa do Norte e Oceânia → recetores líquidos dos fluxos migratórios.
• Países devem tomar medidas para facilitar migração segura, ordenada e regular em benefício de
todos.

DENSIDADE POPULACIONAL:

1.2.4. ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS NA ECONOMIA GLOBAL E NA ORDEM


GEOPOLÍTICA MUNDIAL

GEOPOLÍTICA:
• Estudo dos fatores geográficos em função da decisão política;
• Conceito tem sido utilizado:
o No quadro do sistema das relações internacionais, da correlação de forças e do jogo
diplomático entre Estados;
o No domínio da geografia política, na repartição geográfica do poder;
o Para qualificar as opções das grandes que dominam a cena internacional;
o No campo dos conflitos internos ou internacionais.

19
ALTERAÇÕES ESTRUTURIAS NA ECONOMIA GLOBAL:

CONTRIBUTO PARA O PRODUTO MUNDIAL E PARA O COMÉRCIO MUNDIAL:

• Anos 60: exportações de produtos manufaturados dos EUA – 20% do total mundial;
• Final dos anos 80: Alemanha e Japão e conjunto de países recentemente industrializados (China
principal rival).
• Tendência da diminuição do peso do PIB e das exportações dos EUA no total mundial;
• Economias em desenvolvimento/emergentes:
o Oportunidades de negócio;
o Concorrência mais competitiva.

INVESTIMENTO DIRETO ESTRANGEIRO (IDE):

• Entidade empresarial reside num país investe diretamente em instalações para produzir ou
comercializar um bem ou serviço num país estrangeiro, podendo tratar-se de um investimento
de raiz ou a compra de parte (pelo menos 10%) de outra entidade empresarial residente no país
estrangeiro. A empresa torna-se uma multinacional.

20
MULTINACIONAIS

• Ou transnacional é uma empresa que empreende IDE e detém ou, de alguma forma, controla
atividades de valor acrescentado em mais de um país;

ORDEM MUNDIAL EM MUDANÇA:

• Países comunistas da Europa e Ásia →compromisso com a democracia e a liberalização dos


mercados;
o Reformas nas economias chinesa, Sudeste Asiático e América Latina → liberalização dos
mercados:
▪ Mercado gigantesco e relativamente inexplorado;
▪ Aumento da concorrência.
o Diminuição do peso G7 no G20 e aumento dos E7;
o Perda do peso económico relativo dos EUA e Europa;
o Importância económica crescente da região Indo-Pacífico;
o Globalização: surgimento de um novo regionalismo, que poderá acentuar-se no pós-
guerra Ucrânia;
o Impacto Brexit (muita incerteza).

ORDEM MUNDIAL EM MUDANÇA:

• Atualmente, a hegemonia é disputada entre EUA e China:


o Em termos comerciais, tecnológicos, geopolíticos.
▪ Ex: “guerra” comercial; TikTok; guerra Rússia-Ucrânia

21
• Que consequências terá a guerra na Ucrânia na ordem geopolítica mundial?
o Estará a China a ganhar força para mediar a paz e afirmar-se como potência mundial
também em termos geopolíticos?
o Estará a China mais interessada em afirmar-se como grande potência económica,
sobretudo na zona do Mundo com maior crescimento?
o Bloco Rússia-China?
▪ Ilha Eurásia
o Será que a resolução do conflito está mais do lado dos EUA?
o Após Brexit, procura o Reino Unido uma maior afirmação?
o Outras movimentações. Será́ que outros países vão querer também constituir zonas
estanques?
o Redução da Globalização e uma visão mais regionalista!?

1.3. TENDÊNCIAS E DESAFIOS PARA A ECONOMIA GLOBAL

1.3.1. MEGRATREDES
• Tecnologia: aumento da concorrência global;
• Globalização: qual o caminho?;
• Preocupações ambientais;
• Demografia: envelhecimento conduzirá a um reequilíbrio global.

TECNOLOGIA - AUMENTO DA CONCORRENCIA GLOBAL:


• Avanços tecnológicos, ao nível do comércio (Trade Tech);
• Tensão EUA-China. Ameaça tecnológica da China;
• Soberania tecnológica e “regras” para cooperação política e económica;
• UE quer liderar a revolução da indústria ecológica.

GLOBALIZAÇÃO:

SURGIMENTO DE UM NOVO REGIONALISMO:

• Crescente regionalismo dos sistemas económicos e políticos; importância da região Indo-


Pacífico;
• Reforma da OMC.

QUAL É O CAMINHO?

• Globalização vulnerável: concorrência geoestratégica e rivalidade entre os 3 principais blocos


económicos (EUA, China, UE);
• EUA e China envolvidos em disputas comerciais e a procurar reduzir a sua interdependência.
Consequências para as empresas:
o Aumento de custos e perturbações nas cadeias de abastecimento;
o Barreiras;
o Incerteza.
• Mudanças no processo da globalização: desenvolvimentos tecnológicos, ritmos diferentes de
crescimento, escalda do risco geopolítico → Tendências protecionistas e nacionalistas

22
• A pandemia acelerou estas tendências. Os governos procuram ter maior controlo sobre certos
bens considerados prioritários. Aposta em cadeias de abastecimento regionais.
• Guerra Rússia-Ucrânia

A economia global mudou e ficará mais fragmentada

PREOCUPAÇÕES AMBIENTAIS:
• Alterações climáticas e concorrência pelos recursos naturais;
• Mundo multipolar: dificulta a aplicação de uma resposta global;
• Tecnologia e ambiente:
o Energias renováveis, transição energética;
o Potenciais globais: transição energética;
o Impacto da guerra na Ucrânia.

PREOCUPAÇÕES AMBIENTAIS, SOCIAS, ...

DEMOGRAFIA:
• Envelhecimento conduzirá a um reequilíbrio global:
o O equilíbrio geopolítico de poder mudará em favor das economias com populações
sustentáveis em idade de trabalho;
▪ Problema: integrar com sucesso grandes populações jovens na força de
trabalho.
o Excedente de trabalhadores, mais estabilidade política e social e progresso tecnológico,
as economias africanas estão num processo de transformação, tornando-se menos
dependentes das indústrias extrativas.
• Avaliação da dimensão de um mercado potencial e das caraterísticas do mercado-alvo.

OUTRAS TENDÊNCIAS :
• Economias emergentes e em desenvolvimento:
o Mudança: indústrias primárias → atividades de maior valor acrescentado:
▪ Expansão da indústria dos serviços;
▪ E-commerce lidera a revolução na indústria dos serviços, sobretudo nas
economias emergentes (China).
• Evolução geopolítica na Região do Indo-Pacífico:
o Principal “teatro” da concorrência global;
o Tensões geopolíticas.
• Rumo a uma autonomia estratégica europeia;
• Realinhamento da política dos EUA.

23
1.3.2. TOP 10 – DESENVOLVIMENTOS GEOPOLÍTICOS EM 2023 E IMPLICAÇÕES PARA
OS NEGÓCIOS

SOBRE A INFLAÇÃO:

CAUSAS DA ATUAL INFLAÇÃO:

• Cost-push inflation ( custos de produção):


o Disrupções nas cadeias de abastecimentos (no caso de bens);
o Escassez de mão de obra (política Covid-zero da China; oferta de mão-de-obra continua
abaixo dos níveis pré-pandemia em vários países);
o Choque na oferta de energia (petróleo e gás-natural) e bens alimentares (trigo, óleo de
girassol);
• Demand-pull inflation ( procura agregada):
o Estímulos à procura (medidas fiscais para recuperar economias pós-pandemia +
poupanças acumuladas durante a pandemia);
o Aumento da procura de bens em detrimento de serviços (durante pandemia, mas que
persiste).

24
25
CAPÍTULO II - O DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO E HUMANO

2.1. AS ASSIMETRIAS NO DESENVOLVIMENTO ECONÓMIC O MUNDIAL

EVIDÊNCIA:
• Existem assimetrias no desenvolvimento económico e humano entre países e dentro dos países.

2.1.1. ASSIMETRIA ENTRE PAÍSES


• Desigualdade de rendimentos entre países.

MEDIDAS DA PERFORMANCE ECONÓMICA OU DO DESENVOLVIMENTO ECÓMICO DOS


PAÍSES:

DIMENSÃO DA POPULAÇÃO:

• PIB (Gross Domestic Product - GDP); → Medidas em termos


absolutos
• Rendimento Nacional Bruto (Gross National Income – GNI, utilizado pelo Banco Mundial);
RNB → ≠s critérios de
delimitação da economia
Apesar da informação importante que providenciam, estas medidas podem conduzir a interpretações
imprecisas se não forem conjugadas com outras. Assim, estes indicadores devem ser ajustados tendo em
conta:

• A evolução dos preços: avaliação a preços correntes ou a preços constantes?


• A dimensão da população per capita;
• O poder de compra da moeda local;
• A taxa de crescimento económico (nominal, real);
• A ≠ distribuição do rendimento/riqueza.

Para além destes aspetos, não têm em conta a existência de uma economia paralela (não contabilizada).

O ranking dos países sofre alterações muito significativas quando passamos da utilização de
medidas absolutas para a utilização de medidas relativas. Ambos os aspetos são importantes, em termos
da dimensão de um mercado.

26
PARIDADES DE PODER DE COMPRA (PPP):

São taxas de conversão cambial que procuram igualar o poder de compra de ≠s moedas,
eliminando as ≠s nos níveis de preços entre países. Ideal quando se comparam ≠s de nível de vida entre
nações.

• RNB (Rendimento Nacional Bruto) per capita não tem em conta o custo de vida nos ≠s países
nem os níveis de subsistência. Presume que 1$ tem o mesmo poder de comora em Nova York e
no Burundi, no entanto o custo de vida é muito ≠;
• RBN deve ser ajustado em termos de PPP: determinar quanto dinheiro é necessário para comprar
os mesmos bens e serviços em 2 países e usar essa informação para calcular uma taxa de cambio
implica que reflita o mesmo poder de compra, por unidade de moeda, nos ≠s países;
• Dólar internacional: tem o mesmo poder de compra que um dólar nos EUA.

EXEMPLO:
Rendimento per capita República dos Cocos (RC): 60.000 cocos

Rendimento per capita EUA: 60.000 USD

Taxa de câmbio nominal: 1USD — 10 cocos

(ou seja, Nominal Exchange Rate: E=0,1 → preço da moeda nacional (cocos) em moeda estrangeira)

Nível geral de preços na RC, expresso em moeda nacional: P = 4 cocos

Nível geral de preços nos EUA, expresso em USD: P = 2 USD

TAXA DE CRESCIEMNTO:

• As medidas atrás referidas dão-nos uma imagem das economias;


• Interpretação do desempenho atual das economias e da previsão relativamente ao seu
desempenho futuro requer a identificação das taxas de crescimento.
• Taxa de crescimento do RNB indica:
o Potencial económico de um país (riqueza provável futura): dependendo se cresce mais
rápido ou mais lentamente do que a população;
o Oportunidade de negócio.
• Vasto leque de taxas de crescimento das economias (nominal VS real, questão da inflação):
o Devemos ter em conta a taxa de crescimento real.

27
• Análise nacional VS setorial. A evolução das ≠s componentes da procura, rendimento médio VS
distribuição do rendimento (Ex: qual a dimensão da classe média e qual o seu poder de compra?).

28
ECONOMIA PARALELA:

• Faturas que não são passadas, ilegalidades, trabalho doméstico.

ASSIMETRIA DENTRO DE PAÍSES:

• Entre países: diferencial entre países têm diminuído;


• Dentro de países: globalmente tem aumentado.

Evidência: existem assimetrias no desenvolvimento económico e humano entre países e dentro de países.

DESIGUALDADE ECONÓMICA ENTRE PAÍSES – TENDENCIAS:


• A desigualdade entre países tem diminuído (em termos relativos):

29
o Desigualdade de rendimentos entre países está a diminuir (redução do coeficiente de
Gini da desigualdade internacional) → Considera os países como indivíduos;
o Forte crescimento económico registado na China, índia e outras economias emergentes
da Ásia são a principal razão para esta redução;
o Disparidades absolutas entre países são ainda enormes.
• Desigualdade de rendimentos entre países tem diminuindo, mas acentua-se a concentração:
o Rendimento e riqueza estão cada vez mais concentrados, apesar dos progressos em
algumas regiões;
o Rápidos aumentos de rendimentos no topo estão a acentuar as desigualdades dentro
dos países;
o 10 anos que se seguiram à crise financeira de 2008/2009, o número de bilionários quase
duplicou e fortunas dos super-ricos atingiu um record.

• Há assimetrias em termos de desenvolvimento humano:

2.2. ÍNDICE DE DESENVOLVIEMNTO HUMANO

• Conceitos de desenvolvimento:
o O desenvolvimento deve ser avaliado menos por medidas relativas à produção
material, como RNB per capita, e mais pelas capacidades e oportunidades ao dispor
das pessoas;
o Melhorar a condição humana, melhora o desempenho económico → Grau de
desenvolvimento humano de um país ajuda os gestores a medir o potencial económico.

30
2.2.1. ÍNDICE DE DESENOLVIEMNTO HUMANO (IDH)
• Medida sumaria de realização média em dimensões fundamentais do desenvolvimento humano:
vida longa e saudável, conhecedora e com nível de vida decente;
• Indicador compósito baseado em 3 medidas:
o Esperança média de vida à nascença (função dos cuidados de saúde);
o Realização educacional (escolaridade média e nº de anos de escolaridade esperados);
o Se rendimento médio é suficiente p/ satisfazer as necessidades básicas da vida (RNB
(GNI) per capita a PPP/PPC).
• IDH: média geométrica dos índices normalizados para cada uma das 3 dimensões.
• Está classificado numa escala de 0-1 (1 – nível mais elevado do desenvolvimento humano):
o IDH < 0,55 → países com nível de desenvolvimento humano baixo: qualidade de vida é
pobre;
o 0,55  IDH < 0,7 → classificados como tendo um nível de desenvolvimento humano
médio;
o 0,7  IDH < 0,8 → desenvolvimento humano elevado;
o 0,8 ≥ IDH → desenvolvimento humano muito elevado.

• IDH permite aos gestores internacionais avaliar com maior precisão o potencial dos países;
• Simplifica e considera apenas uma parte do que o desenvolvimento humano significa. Não
contempla:
o Desigualdades;
o Pobreza;
o Segurança;
o Capacitação;
o Liberdades políticas;
o Impacto ambiental;
o Etc.
• O mapa abaixo ilustra a liberdade política em 2023, agrupando os países em 3 grupos:
o Países livres: cidadãos gozam de elevado grau de liberdades políticas e civis;
o Parcialmente livres: algumas restrições aos direitos políticos e liberdades civis;
o Países não livres: processo político é fortemente controlado e liberdades básicas são
negadas.

31
SOBRE AS LIBERDADES POLÍTICA E ECONÓMICA:
• Crescimento económico sustentado → ambiente de negócios deve ser propício ao
empreendedorismo e à inovação;
• Argumentos:
o Liberdade económica associada a uma economia de mercado cria maiores incentivos ao
empreendedorismo e à inovação;
o Forte proteção jurídica dos direitos de propriedade, outro requisito para ambiente de
negócios propício ao empreendedorismo e à inovação.
• Não há evidência de uma relação direta, só em democracia madura e funcional é que os direitos de
propriedade são verdadeiramente seguros. Estados totalitários, limitando liberdade humana,
suprimem o desenvolvimento humano.

2.3. OUTROS INDICADORES DE DESENVOLVIMENTO

O IDH, não é um indicador completo do nível de desenvolvimento de um país. Desde então, foi
expandido, exemplos:

2.3.1. IDH AJUSTADO À DESIGUALDADE:


• Ajusta o IDH tendo em conta a desigualdade verificada na distribuição de cada uma das suas
dimensões no total da população, descontando essa desigualdade.
• O valor desse índice só será igual ao valor do IDH se não houver desigualdades entre as pessoas.

32
2.3.2. ÍNDICE DE POBREZA MULTIDIMENSIONAL (MPI):
• Identifica múltiplas privações ao nível das famílias em saúde, educação e nível de vida;
• Utiliza micro dados provenientes de inquéritos às famílias;
• Representa a proporção da população considerada multidimensionalmente pobre, ajustada pela
intensidade das privações.

2.3.3. IDH AJUSTADO ÀS PRESSÕES SOBRE O PLANETA (PHDI):


• Ajuste através da multiplicação do IDH por um fator de correção que representa as pressões
sobre o planeta.
• Calculado como média aritmética dos índices que medem as emissões de dióxido de carbono
per capita e pegada material per capita (quantidade de material (biomassa, combustíveis
fósseis, etc.) necessária para atender ao consumo de um país);
• Permite visualizar as possibilidades de atingir valores elevados de IDH com nível inferior de
emissões e utilização de recursos.

2.3.4. PAINEÍS TEMÁTICOS (DASHBOARDS):


• Índices compósitos: impõem pressupostos à seleção e agregação dos indicadores, incluindo as
ponderações dos diversos componentes;
• Painéis: análise simultânea de ≠s dimensões, reconhecendo que ≠s pessoas podem atribuir
ponderações distintas a cada dimensão;
• Monitorizar resultados do desenvolvimento, abrangendo 5 aspetos:

33
2.4. CLASSIFICAÇÃO DOS PAÍSES DE ACORDO COM O GRAU DE DESENVOLVIMENTO

2.4.1. “TAXONOMIA” DO DESENVOLVIMENTO


• Não existe critério universalmente aceite que explique a lógica da classificação.

BANCO MUNDIAL:
Classificação baseia-se em estimativas do rendimento nacional bruto per capita (considera-se o
RNB (GNI) per capita a preços correntes, calculado com o método Atlas).

• Para o ano de 2023:


o Baixo rendimento: rendimento per capita  1085 USD em 2021;
o Médio-Baixo rendimento: 1086 USD  rendimento per capita  4255 USD em 2021;
o Médio-Alto rendimento: 4256 USD  rendimento per capita  13205 USD em 2021;
o Rendimento Elevado: rendimento per capita > 13205 USD em 2021;

ONU:
As Nações Unidas não têm uma definição formal de países em desenvolvimento. A categorização
é usada apenas por conveniência estatística.

• Economias Desenvolvidas: América do Norte, Europa, Japão, Israel, República da Coreia,


Austrália e Nova Zelândia;
• Restantes países são classificados como países em desenvolvimento:
o 46 são considerados numa 3ª categoria: dos países menos desenvolvidos (Least
Developed Countries - LDC);
▪ A categoria de “Países Menos Desenvolvidos” foi criada reconhecendo que
eram necessárias medidas especiais de apoio para ajudar os países
especialmente desfavorecidos.

• LDCs: Acesso exclusivo a certas medidas de apoio internacional, em particular nas áreas de
assistência ao desenvolvimento e ao comércio. Indicadores gerais para classificar um país como
país menos desenvolvido (LDC):
o Rendimento nacional bruto (RNB/GNI) per capita: rendimento médio per capita
inferior 1018 USD – média dos últimos 3 anos dos valores limite definidos pelo Banco
Mundial p/ países de baixo rendimento;
o Índice de ativos humanos (Human Asset Index): (pontuação baixa neste índice) mede
indicadores de nutrição, resultados da saúde e educação, taxa de mortalidade abaixo

34
dos 5 anos, mortalidade materna, taxa de alfabetização dos adultos e paridade de
género p/ matrícula no ensino secundário;
o Índice de vulnerabilidade económica: (pontuação elevada neste índice) mede fatores
como reduzida dimensão, afastamento/isolamento, dependência da agricultura e
vulnerabilidade face a desastres naturais e choques comerciais.

FMI:
→ Principais critérios para classificar países em Advanced Economies são:

1. Nível de rendimento per capita;


2. Diversificação das exportações do país;
3. Grau de integração no sistema financeiro global.

Estes não são os únicos fatores na classificação dos países – não se baseia em critérios rígidos
(económicos ou não) e evoluiu ao longo do tempo.

FMI refere também que a classificação é feita para facilitar a análise.

→ Emerging Market and Developing Economies:

35
CAPÍTULO III – PRODUÇÃO E COMÉRCIO À ESCALA GLOBAL

3.1. FATORES DE COMPETIVIDADE INTERNACIONAL

• Vantagens competitivas de uma empresa: capacidade de concorrer com sucesso com outras
empresas, obtendo taxa de rendibilidade superior à média do setor, para dado mercado;
• Empresa pode praticar preço superior ao da concorrência (para mesmo nível de custos) –
diferenciação do produto, ou praticar um preço igual ao da concorrência (custos de produção
unitários inferiores);
• Bom desempenho no mercado internacional depende de conjunto alargado de fatores/variáveis:
umas controladas pela empresa (internas), outras fora do seu controlo (externas).
o Variáveis internas: inerentes à estrutura da empresa (produção, marketing, etc.);
o Variáveis externas: relativas ao sistema competitivo do país, às suas infraestruturas e
ambiente internacional. Exemplos:
▪ Produtividade:
− Fatores de produção do país (trabalho e capital humano, recursos
naturais, capital, infraestruturas físicas como: educação, saúde,
serviços públicos, transportes, etc., tecnologia);
− Utilização eficiente dos recursos (mentalidade competitiva,
campanhas de produtividade, etc.)
▪ Legislação (mercado, concorrência, etc.);
▪ Qualidade das instituições, sistema político, proteção dos direitos de
propriedade, etc.;
▪ Políticas de incentivo às atividades de I&D e desenvolvimento tecnológico
(inovação);
▪ Política comercial: políticas de proteção face às importações e de fomento das
exportações.
▪ Custos de transporte, fazer negócios (custo, tempo, burocracia negocial, etc.);
▪ Carga fiscal sobre as empresas;
▪ Inflação relativa;
▪ Taxa de câmbio e de juro;
▪ Etc.

3.1.1. ÍNDICES DE COMPETIVIDADE


Os gestores muitas vezes consideram índices compósitos para melhorar a sua compreensão
sobre o potencial absoluto e relativo de um ambiente económico.

36
GLOBAL COMPETITIVENESS INDEX (GCI)
• Elaborado pelo World Economic Forum;
• Competividade (de acordo com o WEF): “conjunto de instituições”, políticas e fatores que
determinam o nível de produtividade de um país;
• Pressupõe que a prosperidade de um país depende da eficácia com que desenvolve instituições,
aplica política e emprega recursos para melhorar a produtividade;
• Operacionalmente, o GCI sumaria o desempenho e a relação entre 103 variáveis que
compreendem os “12 pilares de competividade de uma nação”;
• O desempenho de um país é registado numa escala de 0 a 100, quer para cada um. Dos 103
indicadores individuais quer para o índice global (GCI), representando 100 o valor ideal.

• Em 2019, o valor médio do GCI para os 141 países analisados foi de 60,7 , o que representa uma
distância considerável para a “fronteira”;
• As economias avançadas têm uma performance consistentemente melhor que o resto do
mundo, mas mesmo assim a distância para a fronteira é de 30 pontos.

GLOBAL INNOVATION INDEX (GII)


• Mede o sucesso de um país no apoio e fomento da inovação;
• Construção assenta em 5 pilares- inputs (elementos da economia que tornam possível e facilitam
as atividades de inovação: instituições, capital humano e investigação, infraestruturas, nível de
sofisticação dos mercados e nível de sofisticação dos negócios) e 2 pilares – outputs (produto
das atividades de inovação: conhecimento e tecnologia, criatividade);

37
• Cada pilar inclui 3 sub-pilares e cada sub-pilar é composto por indicadores individuais,
totalizando 81 indicadores. Os indicadores são normalizados de modo a obter entre 0 a 100 (com
maior pontuação a significar melhor resultado). A pontuação de cada sub-pilar é uma média
ponderada dos seus indicadores;
• São construídos 3 índices (numa escala 0-100): Innpvation Input sub-Index, Innovation Output
Sub-Index e o GII (média simples dos outros dois);
• Combinadas, estas medidas estimam a capacidade se uma nação gerar ideias, convertê-las em
produtos inovadores e melhorar o conhecimento, tecnologia, criatividade e competividade;

3.2. CRESCIMENTO ECONÓMICO E SUAS FLUTUAÇÕES

3.2.1. O LONGO PRAZO (CRESCIMENTO ECONÓMICO):

• Existem economias que crescem a um ritmo mais acelerado do que outras e cujas populações
beneficiam de um maior aumento do nível de vida;

38
• O bem-estar social está associado ao quociente entre a quantidade de bens e serviços produzidos
na economia e população. Utiliza-se o PIB per capita como indicador do bem-estar social (nível
de vida);
• O principal objetivo económico de longo prazo é portanto o aumento da capacidade produtiva:
o Quantidade produzida depende da quantidade de recursos/fatores produtivos
disponíveis e da eficiência com que são usados (produtividade).
• Interessa a evolução do PIB (ou rendimento per capita):
o O facto da população aumentar e quantidade do fator trabalho empregue aumentar (o
que não tem necessariamente de ocorrer ao mesmo ritmo) conduzirá a um aumento da
produção, mas não significa que o PIB per capita aumente (depende do tipo de
rendimentos à escala entre outros);
o Kaldor identificou conjunto de regularidades empíricas de longo prazo, entre os quais:
▪ Crescimento do produto per capita;
▪ Crescimento do rácio capital-trabalho;
▪ Stock de capital e produto crescem à mesma taxa, que é superior à taxa de
crescimento da população e do fator trabalho.
• No longo prazo, a melhoria do PIB per capita resulta do aumento da produtividade, suportado
pelo investimento produtivo (facto estilizado de Kaldor: crescimento do récio capital-trabalho).

3.2.2. RELAÇÃO ENTRE COMÉRCIO INTERNACIONAL E CRESCIMENTO


• Abertura ao CI tende a ser benéfica para o crescimento e bem-estar, como mostra o gráfico
abaixo;

39
• Entre os fatores potenciais que promovem o crescimento económico e que estão associados a
uma maior integração económica global estão: a concorrência acrescida, economias de escala,
aprendizagem e inovação tecnológica.

3.2.3. O CURTO PRAZO (CICLOS ECONÓMICOS)


• O PIB não cresce a um ritmo constante ao longo do
tempo;
• Fases de expansão económica alternam com fases de
recessão.
• No custo prazo, a análise macroeconómica é
essencialmente conjuntural: focada nas flutuações
cíclicas do produto, emprego, nível de preços, etc..

Os ciclos económicos consistem em flutuações na atividade económica em torno da sua


tendência de longo prazo, alternando fases/períodos de recessão.

Ciclo económico: período entre 2 picos do output gap


• Produto natural (ou potencial): é indicador da capacidade produtiva de uma economia.
Corresponde ao nível sustentado máximo de produto que uma
economia pode gerar, dados os recursos produtivos e tecnologia
disponíveis, o enquadramento legal e institucional;
• Output Gap → ≠ entre o produto rela efetivo e o produto natural;
• Quando o PIB real efetivo de uma economia coincide com o produto
natural, a taxa de inflação tende a ser constante;
• No longo prazo, a economia tende para o produto natural.

40
• Identificação dos ciclos económicos (não há um entendimento único). Exemplos:
o Dado que cada ciclo económico é definido por uma recessão:
▪ Entendimento mais comum: a economia está em recessão quando o PIB cai
pelo menos 2 trimestres consecutivos (crescimento real negativo);
▪ De acordo com o NBER (National Bureau of Economic Research): economia está
em recessão quando o PIB real cai pelo menos 2 trimestres consecutivos, essa
queda é significativa e difunde-se por vários setores da economia;
▪ Burda & Wyplosz: economia está em recessão quando o Output gap é negativo
durante pelo menos 4 trimestres consecutivos e durante esse período pelo
menos 2 trimestres foram de crescimento negativo.
• Características dos ciclos económicos:
o Fenómeno agregado: envolvem flutuações em muitas atividades/variáveis económicas,
não só no PIB, mas nem todas as atividades/variáveis económicas são afetadas.
Variáveis cíclicas, contra cíclicas e acíclicas;
o Fases de expansão e as fases de recessão podem ter durações ≠s e amplitudes ≠s;
o Os ciclos económicos são generalizados, recorrentes mas não periódicos;
o Sincronização dos ciclos.
o Exemplos:
▪ Variáveis cíclicas;
▪ Variáveis contra cíclicas:

o A questão da sincronização dos ciclos:


▪ O grau de sincronização dos ciclos económicos no mundo industrializado é
muito elevado;
▪ Fatores que potenciam a sincronização dos ciclos económicos:
− Integração económica: elevado grau de
integração comercial, integração financeira e
mobilidade de fatores de produção;
− Propagação dos animals spirits: ondas de
otimismo e pessimismo que se correlacionam
internacionalmente; este aspeto é mais forte entre
os países que são membros de uma união
monetária dado que o banco central comum é uma
fonte de choques comuns.

o As fases de expansão são mais longas que as de recessão;


o Tendência para as fases de expansão se tornarem mais longas, as fases de recessão se
tornarem mais curtas e os ciclos como um todo se tornarem mais longos.

41
• Ciclos nas economias desenvolvidas VS economias emergentes e países pobres:
o As economias emergentes e os países pobres
apresentam ciclos económicos mais voláteis e persistentes.
As recessões tendem a ser mais longas e profundas;
o Calderón e Fuentes também concluem que as
flutuações do produto nos mercados emergentes são mais
voláteis; referem que as fases de recessão são mais profundas
e frequentes (em especial nas economias da América Latina e
Caraíbas).

• Teorias explicativas dos ciclos económicos:


o As economias tendem para o equilíbrio de longo prazo;
o Flutuações de curto prazo na produção decorrem da ocorrência de choques:
▪ Choques da procura, exemplos:
− Expectativas otimistas/pessimistas → aumento/diminuição do
consumo provado e do investimento;
− Aumento/diminuição da procura externa;
− Alterações da política monetária ou orçamental, etc..
▪ Choques da oferta, exemplos:
− Aumento/diminuição do preço das matérias-primas;
− Alterações da legislação laboral;
− Alterações da produtividade, etc..

3.2.4. QUAL O INTERESSE DOS CICLOS ECONÓMICOS PARA OS NEGÓCIOS?


• É importante ter noção da fase do ciclo económico em que a economia se encontra, assim
como em que fases se encontram as economias dos mercados externos da empresa.
o Os ciclos económicos podem ter impacto significativo na procura (nas fases de recessão,
os salários não crescem ou crescem menos, mais desemprego, etc.).
• Superar as crises económicas é um dos maiores desafios para manter um negócio.
o Durante as fases da expansão, há condições para novas empresas entrarem nos
mercados, mas nas fases de recessão verifica-se uma saída por parte das empresas
menos competitivas;
o É fundamental que as empresas estejam preparadas para enfrentar as recessões: a sua
sobrevivência implica ser capaz de reduzir custos, aumentar a eficiência e recorrer a
recursos que economizou durante os períodos de crescimento (Ex.: fazer uma boa
gestão do fundo de maneio).
• Saber que há variáveis mais voláteis do que outras e que podem ter mais impacto nos negócios
da empresa. O produto da empresa são bens de consumo não duradouro, duradouro ou bens
de investimento?
o Alguns negócios são mais vulneráveis às mudanças de fase dos ciclos.
• Ajudar a tomar decisões estratégicas de negócios:
o Um ciclo económico tem uma repercussão generalizada sobre as atividades
económicas, afetando todas as áreas de uma empresa. Dependendo da fase do ciclo, a
política de investimento, contratação, política comercial, devem ser ajustadas.
• Lançamento/extinção de um produto e entrada/saída de um mercado:
o A fase do ciclo económico é importante para o sucesso do lançamento de um novo
produto e entrada num novo mercado;

42
o A extinção de um produto e a saída de um mercado poderão ser adiadas no caso da
economia estar a sair de um recessão.
• Um dos aspetos a ter em conta na escolha dos mercados é a sincronização dos ciclos
económicos:
o Operar em países com ciclos económicos não sincronizados (quando uns se encontram
em recessão há outros em crescimento) reduz o risco, minimizando as oscilações nas
vendas/lucro. Por outro lado, ter um leque diversificado de fornecedores também
permitirá reduzir as oscilações em termos de preços e stocks.

3.3. CONCORRÊNCIA E MEDIDAS DE CONCENTRAÇÃO

3.3.1. ESTRUTURA DE MERCADO


→ Reflete o número e características das empresas que fazem parte do mercado

O PARADIGMA ESTRUTURA-CONDUTA-DESEMPENHO

43
ESTRUTURA DE MERCADO
• Concorrência perfeita e monopólio:
o Poder de mercado e ineficiência económica com valor mínimos e máximos,
respetivamente.
• Coerência monopolística e oligopólio:
o Estruturas de mercado mais realistas e que se encontram numa posição intermédia
entre a concorrência perfeita e o monopólio.

COMO CARACTERIZAR UM MERCADO EM PARTICULAR?

• 1º, importa definir o mercado. Vetores para a sua delimitação:

Conjunto de produtos com elasticidade preço


cruzadas muito elevadas entre si e muito baixas
o Produto ou conjunto de produtos que o integram
relativamente a outros produtos → Produtos
substitutos para os consumidores

Fluxos comerciais importantes de um dado


o Seu âmbito geográfico (local, nacional, internacional) entre 2 regiões → essas regiões integram o
mesmo mercado

• Depois, interessa obter medidas que permitam de algum modo caracterizar a sua estrutura.

POR QUE SÃO IMPORTANTES ESTAS QUESTÕES?

3.3.2. ESTRUTURA DE MERCADO – MEDIDAS DE ESTRUTURA


• Maioria dos mercados entre os extremos de concorrência perfeita e do monopólio;
• Quanto mais próximo do monopólio:

44
o Menor a intensidade da concorrência entre as empresas (> o poder de mercado) → mais
elevados os preços e > ineficiência.
• Para medir a proximidade da estrutura de mercado relativamente à situação de monopólio ou
concorrência perfeita calculam-se medidas de concentração (medidas de estrutura de mercado).
• O interesse por estas medidas decorre de se admitir uma relação entre o grau de concentração
e o poder de mercado detido pelas empresas: > concentração → > poder de mercado;
• Uma boa medida de concentração deve refletir 2 aspetos: o nº de empresas no mercado, mas
também o peso relativo de cada uma delas (ou seja, da desigualdade entre empresa).
• Exemplo:
o Mercado com 3 empresas de = dimensão + concentrado que outro com 5 empresas =;
o Se uma das 3 empresas tiver > dimensão → mercado + concentrado ainda.

𝑃 − 𝐶𝑚𝑔𝑖
Í𝑛𝑑𝑖𝑐𝑒 𝑑𝑒 𝐿𝑒𝑟𝑛𝑒𝑟: 𝐿𝑖 =  [0,1]
𝑃
3.3.3. ESTRUTURA DE MERCADO – MEDIDAS DE CONCENTRAÇÃO

I. ÍNDICE DE CONCENTRAÇÃO, 𝑪𝒌
com k=4, 5 ou 8 , normalmente.

𝑪𝒌 → Quota de mercado/indústria detida pelas K maiores empresas. Quanto > 𝑪𝒌 > o grau de
concentração. Assume valores entre 0 e 1 (0 e 100).

Pressuposto: empresas numeradas por ordem decrescente da sua quota de mercado (𝑺𝒊 ).

Exemplo: 𝑪𝟒 = 𝑞𝑢𝑜𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝑚𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜 𝑑𝑎𝑠 4 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑎𝑠 𝑑𝑜 𝑚𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜


𝑘

𝐶𝑘 ≡ ∑ 𝑆𝑖
𝑖=1

𝒗𝒊
Com 𝑺𝒊 = 𝑞𝑢𝑜𝑡𝑎 𝑑𝑒 𝑚𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜 𝑑𝑎 𝑒𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑎 𝒊 =
∑𝒏
𝒊=𝟏 𝒗𝒊

𝒗𝒊 → por exemplo, vendas da empresa 𝑖


45
II. ÍNDICE DE HERFINDAHAL-HIRSCHMAN (HHI OU H)
HHI → soma do quadrado das quotas de mercado de todas as empresas do mercado.

Utiliza toda a informação disponível. Reflete não só a dimensão média das empresas mas
também a disparidade entre as quotas de mercado. Assume valores entre 0 a 1 (0 e 10.000).

𝐻𝐻𝐼 ≡ ∑ 𝑆 2 𝑖
𝑖=1

𝑺𝒊 = quota de mercado da empresa 𝑖 e 𝑛 o nº total de empresas


→Valor máximo= 1 ou 10.000 (monopólio – concentração máxima)
→Valor mínimo = 1/n ou 10.000/n (concentração máxima)
→ Quando existe um nº muito grande de empresas pequenas (concorrência perfeita):
n→  HHI→0

GRAU DE CONCENTRAÇÃO E PODER DE MERCADO

46
Estrutura de HHI (Índice de Herfindahal- Intensidade da Concorrência nos
Hirschman) Preços
Mercado

Pode ser forte ou fraca, consoante o


grau de diferenciação de diferenciação
do produto for reduzido ou
Mercados Concorrenciais [0 ; 0,2[ significativo (concorrência
monopolística).
Concorrência perfeita: muito forte
Pode ser forte ou fraca, depende da
Oligopólio [0,2 ; 0,6[
rivalidade entre as empresas.
Reduzida.
Monopólio [0,6 ; 1] Aumenta com a ameaça de entrada de
concorrentes.

De acordo com as orientações da comissão europeia para a apreciação das concentrações


horizontais, não há motivos para preocupações com a fusão ou aquisição de empresas quando, após a
concentração:

• HHI < 1.000 (baixa concentração);


• 1.000  HII  2.000 (concentração moderada) e o crescimento deste índice foi inferior a 250
• HHI > 2.000 (concentração elevada), mas HHI<150 (HHI<250)
(HHI é a diferença entre o valor do HII após e antes a operação de concentração)

47
3.4. INDICADORES DE ABERTURA DAS ECONOMIAS

3.4.1. INDICADORES DE ABERTURA DAS ECONOMIAS


Em termos económicos, a abertura das economias ao exterior pode ser evidenciada ao nível do
comércio internacional, mas também ao nível da globalização financeira (Ex.: fluxos de investimento
direto financeiro).

Tipos de medidas:
• Medidas “De Jure”: indicadores baseados numa avaliação do enquadramento legal do país;
avaliam a existência de tarifas e barreiras não-tarifárias, enquanto as medidas financeiras
indicam as restrições legais aos movimentos de capitais.
• Medias “De Facto”: indicadores orientados para os resultados (outcome-oriented).

3.4.2. MEDIDAS “DE FACTO”


Uma forma habitual de mensurar a importância das relações de um país com o exterior de
comércio de bens e serviços e/ou calcular o peso dessas relações na riqueza do país (dado, tipicamente,
pelo PIB).

EM TERMOS DE ABERTURA COMERCIAL


fff

48
EM TERMOS DE ABERTURA FINANCEIRA

3.4.3. MEDIDA COMBINADA (FLUXOS REAIS E FINANCEIROS) E HÍBIDA (“DE FACTO”


E “DE JURE”)
KOF Swiss Economic Institute

KOF Globalisation Index: o índice de globalização KOF mede as dimensões económica, social e poliítica
da globalização.

49
50
3.4.4. FATORES QUE EXPLICAM AS DIFERENÇAS NO GRAU DE ABERTURA COMERCIAL
• Os países pequenos tendem a apresentar um grau de abertura maior do que os países grandes:
o Países pequenos: reduzida dimensão geográfica/populacional dos mercados internos e
o facto de estarem rodeados por países vizinhos (com regimes de comércio livre);
o Países grandes: mais autossuficientes ou geograficamente isolados (com implicações
em termos de custos de transporte).
• A estrutura do próprio setor produtivo (Ex.: o peso dos serviços não transacionáveis no total do
PIB);
• Países que funcionam como entrepostos comerciais (elevado peso das reexportações) – caso de
Singapura, Hong-Kong;
• A importância das empresas multinacionais e o elevado comércio intra-firma a que conduzem –
logo > abertura;
• Nível de organização institucional, regras de funcionamento e regulação.

3.5. TENDÊNCIAS RECENTES E DIREÇÃO DOS FLUXOS DE COMÉRCIO INTERNACIONAL

• Atualmente, mais de ¼ da produção mundial é exportada;


• O grau de abertura das economias tem aumentado (quer para os países desenvolvidos, quer para
os em desenvolvimento).
• Em 2021 o grau de abertura comercial (bens e serviços) foi de 46,5%.

• Os bens manufaturados dominam o CI;


• No passado, os bens primários tinham um peso maior no CI;
• O comércio de serviços tem ganho importância crescente;
• Exportações tem crescido a um ritmo superior ao das exportações de mercadorias.

• Alguns países especializam-se na produção de bens primários ou na produção de bens


transformados com pouco valor acrescentado, outros desenvolvem indústrias intensivas de I&D;
• Países do sudeste asiático evidenciam vantagem comparativa em bens intensivos em I&D;
• Cadeias de produção dos bens e serviços transacionados internacionalmente têm-se tornado
mais complexas;
• Assistimos a aumento importante do comércio intra-industrial ou intra-setorial;

51
• 70% CI atual envolve cadeias de valor globais, serviços, peças, matérias-primas e componentes
atravessam fronteiras. Uma vez incorporados nos produtos finais, são enviados para
consumidores de todo o mundo.

3.5.1. O COMÉRCIO CRESCEU MAIS RAPIDAMNETE NUMAS REGIÕES DO QUE


NOUTRAS?
• O continente asiático viu a sua importância aumentar de forma exponencial, representando a
China 42,7% do total das exportações de mercadorias deste continente e 36,5% das suas
importações , 2021.

PRINCIPAIS EXPORTADORES E IMPORTADORES


• Os mais exportadores e importadores são, geralmente, países desenvolvidos;
• Os 20 > exportadores e importadores são responsáveis por mais de metade das exportações e
importações de bens e serviços.

52
DIREÇÃO DOS FLUXOS DE COMÉRCIO INTERNACIONAL
NO PASSADO:
• Início séc. XX , países ricos exportavam maioritariamente bens manufaturados para os países em
desenvolvimento em troca de bens primários (matérias-primas e bens agrícolas).

ATUALMENTE:
• Apesar de grande parte das exportações dos países em desenvolvimento se destinarem a países
desenvolvidos, esta % tem vindo a diminuir (59% em 1995, 43% em 2014);
• Comercio de mercadorias entre países em desenvolvimento tem aumentado de forma
sustentada;
• Países em desenvolvimento passaram de exportadores de bens primários para exportadores de
bens maioritariamente manufaturados.

• 2019 cerca de 65% das exportações dos países desenvolvidos, tinham como destino países
industrializados;
• Os países ricos continuam a exportar produtos manufaturados, mas também importam.

REGIONALOZAÇÃO NO COMÉRCIO INTERNACIONAL


• Apesar da direção dos fluxos se alterar frequentemente ao longo do tempo, o comércio mundial
continua a ser dominado pelo comércio entre países da mesma região/continente.

53
• Os fluxos de CI apresentam cariz regional;
• Há 365 acordos mundiais em vigor. No final de 70, acordos Norte-Sul representavam mais de ½
de todos os acordos. Hoje, a maior partes dos acordos comerciais preferenciais são entre
economias em desenvolvimento.

PARCEIROS COMERCIIAS E A SUA RELEVANCIA PARA OS GESTORES


• Pode ser útil à gestão uma análise dos principais parceiros comerciais de origem da empresa e
também, dos principais parceiros comerciais onde esta tem filiais exportadoras.
• Explorar mercados que já são compradores de produtos oriundos do país de origem da empresa
tem vantagens:
o Clima de negócios no país importador é favorável;
o Regulamentação das exportações/importações não será impeditiva;
o Barreiras culturais não serão impeditivas;
o Condições de transporte asseguradas;
o Logística necessária ao comércio entre países (bancos, alfandegas, etc.) testada e
experimentada;
o Transações cambiais asseguradas;
o Etc. .

54
CAPÍTULO IV - O IDE E A EMPRESA MULTINACIONAL

4.1. A ECONOMIA DA EMPRESA MULTINACIONAL

4.1.1. INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS E MODOS DE ENTRADA


Quais as motivações que levam as empresas a se envolverem em negócios internacionais?
→ Expansão das vendas, aquisição de recursos, redução7diversificação do risco.

Como fazê-lo?
• Em quais mercados?
o Atratividade de um mercado depende da relação entre benefícios, custos, riscos
associados a fazer negócios nesse mercado;
o Benefícios económicos de longo prazo são função de fatores como: dimensão mercado
e riqueza atual e provável futura dos consumidores, que depende das taxas de
crescimento rela da economia, distribuição do rendimento/riqueza, etc.;
o Custos e riscos associados a fazer negócios num país estrangeiro são mais elevados em
países menos desenvolvidos e politicamente instáveis.
• Um mercado, vários?
• Tempo de entrada. Quando entrar? “First-mover” ou tardiamente?
o Vantagens do “First-mover”:
▪ Captura da procura, estabelecimento de uma marca forte;
▪ Aumento do volume de vendas, economias de escala;
▪ Capacidade para criar custos de mudança/fidelização.
o Desvantagens de “First-mover”:
▪ Esforços, tempo e despesas à aprendizagem das regras do jogo;
▪ Custos de fracasso devido ao desconhecimento do mercado externo;
▪ Despesas com a promoção e estabelecimento de uma oferta de um novo
produto, custos de educação dos consumidores;
▪ Face às empresas que entram numa fase posterior se a regulamentação mudar
de forma a diminuir o valor dos investimentos iniciais.
• Com que escala?
o Vantagens de um entrada de grande e rápida escala:
▪ Mais fácil atrair cliente, entrada em grande escala mostra compromisso com o
mercado;
▪ Caso empresa pioneira: entrada em grande escala potencia as suas vantagens.
o Desvantagens:
▪ Maior exposição da empresa ao novo mercado (> risco);
▪ Menos recursos disponíveis para apoiar a expansão em outros mercados
desejados (< flexibilidade estratégica).

NOTA: entrada em pequena escala limita a exposição ao novo mercado e permite conhecer o mercado-
pode ser importante p/ melhor tomada de decisão.

55
Exportação

Licenciamento,
Acordos Franchising, Contratos
Contratuais de Gestão/Produção,
"Non-Equity" Não envolvem a ...
Based propriedade
Alianças
estratégicas

...
Modos de entrada

Investiemnto de raíz,
Subsidiária
aquisição

Alianças
Envolvem a
"Equity" Based Estratégicas, Joint
propriedade
Venture

MODOS DE ENTRADA: “NON-EQUITY” BASED

56
MODOS DE ENTRADA: “EQUITY” BASED

• Investimento Direto Estrangeiro (IDE):


o Participação no capital de uma empresa estrangeira;
o Se empresa controla >/= 10% do capital/direitos de voto da empresa subsidiária
(estrangeira), as 2 empresas são classificadas como multinacionais;
o As duas formas principais de IDE são: investimento de raiz e as fusões/aquisições.
o Subsidiária – uma empresa que pretenda ter uma subsidiária num mercado externo
pode:
▪ Optar pela construção de uma nova unidade industrial ou comercial, detida em
100% pela empresa – Investimento de Raiz (Greenflied Investment/
Venture);
▪ Optar por comprar uma empresa já existente (ou parte dela) – Aquisição

57
Sony – Ericsson, Toyota – Mazda, Uber – Volvo

4.1.2. ESTRATÉGIAS DE NEGÓCIO INTERNACIONAL E ORGANIZAÇÃO DA EMPRESA


MULTINACIONAL
Estratégia internacional:
• Plano estratégico que envolve todas as ações/decisões tomadas pela gestão para atingir os
objetivos da empresa, local e globalmente;
o Quais produtos/serviços?
o Quais mercados?
o Como competir?
o Etc..
• Envolve as várias funções e atividade de uma empresa.

58
Objetivo da estratégia internacional:
• Alancar e manter posição competitiva → vantagem competitiva;
• Gestores devem procurar estratégias que conduzam:
o A aumento da rentabilidade;
o Crescimento dos lucros ao longo do tempo.

COMO PODEM AS EMPRESAS FAZER NEGÓCIO E AUMENTAR OS LUCROS ATRAVÉS DA


EXPANSÃO INTERNACIONAL?

Reduzir custos

Rentabilidade
Acrescentar valor
aos produtos e
Maximização do subir preços
valor da empresa
Vender + nos
mercados existentes
Crescimento dos
lucros
(ao longo do tempo)
Entrar em novos
mercados

• Os lucros podem ser aumentados de 2 formas:


o Adição de valor a um produto/serviço, de modo que os consumidores estejam dispostos
a pagar mais;
o Redução de custos.
• Estratégias para aumentar a rentabilidade de uma empresa:
o Estratégia de diferenciação;
o Estratégia de custos baixos.
• Empresas que competem internacionalmente, enfrentam 2 forças opostas:
o Pressão para reduzir custos – Ex.: deslocalização da produção; desenvolvimento de
produtos estandardizados.
o Pressão para adaptar os produtos aos mercados locais, refletindo ≠s culturais, nos
canais de distribuição, legislação, etc., permite satisfazer requisitos dos mercados locais
mas pode resultar em acréscimo de despesas e aumento dos custos unitários.

59
ESTRATÉGIAS DE NEGÓCIO INTERNACIONAL:

60
4.2. O INVESTIMENTO DIRETO ESTRANGEIRO (IDE)

4.2.1. TENDÊNCIAS, DIREÇÃO E FONTES DO IDE

TENDÊNCIAS DO IDE:
• Aumento acentuado quer em termos de fluxos quer em termos de stock de IDE na economia
mundial, nos últimos 30 anos;
• Maioria do IDE é feita por grandes empresas, intensivas em I&D e inseridas em indústrias
oligopolista;
• Tendência subagente aos fluxos de IDE, mostra crescimento muito baixo a partir de 2008;
• Fluxos de IDE cresceram, em média, 1% entre 2008 e 2018, comparativamente ao crescimento
médio anual de 8% entre 200-2007 e >20% antes de 2000;
• Base deste modesto crescimento: redução taxas de retorno de IDE, formas de investimento
alternativas, ambiente político menos favorável ao investimento.
• Queda no número de multinacionais industriais (exceto indústria automóvel), desde 2010,
devido à presença crescente de empresas tecnológicas e do digital e pelo downsizing dos
conglomerados industriais.

61
DIREÇÃO DO IDE
• Maioria do IDE é com empresas baseadas nas economias avançadas que investem nos mercados
dos países devolvidos;
• IDE com destino a países em desenvolvimento economias em transição tem vindo a aumentar;
• Fluxos IDE mais recentes países em desenvolvimento economias emergente continente asiático
→ crescente importância da China;
• Africa região que tem recebido menos IDE → instabilidade política, conflitos, alterações política
económica.

FONTES DE IDE
• EUA maior fonte de IDE, desde a 2ª GM;
• UK, França, Alemanha, Holanda e Japão → responsáveis por 60% IDE (1998-2018), ranking
maiores multinacionais;
• Empresas chinesas têm emergido como maiores investidores estrangeiros;
• Muito do IDE com origem na China tem sido direcionado para indústrias extrativas em países em
desenvolvimento (Ex.: países africanos), mas estão a virar a atenção para economias mais
avançadas.

TENDÊNCIAS RECENTES – FLUXOS DE IDE


2020-2021
• Níveis de Ide com destino a países desenvolvidos → redução em termos globais;
• Níveis de IDE destino a países em desenvolvimento → globalmente cresceram, representam
mais de ½ do IDE mundial (em termos de fluxos de entrada);
• Níveis de IDE para economias voláteis e estruturalmente débeis → 2,5% do total;
• Pandemia levou queda no IDE e, 2020;
• 2021: recuperação com crescimento de 64% na globalidade dos fluxos, forte aumento das fusões
e aquisições e financiamento de projeto internacionais;
• Crescimento em 2021 é nos países desenvolvidos;
• Pouco provável que esta evolução favorável se mantenha.

IDE_OUT (FONTES)

• 2018 → quota dos países desenvolvidos no total do ID realizado no estrangeiro caiu para 55%;
• 2020 → multinacionais das economias desenvolvidas reduziram o seu investimento no exterior,
a sua participação no Ide global caiu para 47%;
• 2021 → multinacionais das economias desenvolvidas duplicaram o investimento non exterior,
responsáveis por ¾ do total do IDE_out.

REGIONALIZAÇÃO
• IDE realizado dentro da mesma região geográfica representa quase ½ do total do stock de IDE;
• Peso do investimento intrarregional cai quando se tem em conta os investidores finais;
• Parte significativa de Ide entre países em desenvolvimento é propriedade de multinacionais
baseadas nos países desenvolvidos;

62
4.2.2. TEORIAS DO IDE
Estas teorias abordam o IDE sob perspetivas complementares.

TEORIAS QUE PROCURAM EXPLICAR O PORQUÊ DE UMA EMPRESA OPTAR PELO IDE COMO
MODO DE ENTRADA QUANDO EXISTEM ALTERNATIVAS.

TEORIA DA INTERNACIONALIZAÇÃO

• Ênfase colocado nas vantagens de IDE e limitações associadas a outros modos de entrada
(exportação, licenciamento, etc.);
• Devido a ineficiências nos mercados externos (custos de transação), empresa pode ter vantagem
em utilizar ela própria o conhecimento/tecnologia/vantagem que possuí.

TEORIA DA VANTAGEM MONOPOLÍSTICA

• Deriva da constatação de que IDE ocorre sobretudo em indústrias oligopolistas;


• Empresas que optam pelo IDE têm vantagens competitivas não disponíveis para as empresas
locais, sabendo que empresas estratégias enfrentam mais desvantagens;
• Têm vantagens como economias de escala, tecnologia superior, conhecimento de marketing,
gestão, finanças;
• São estes fatores que explicam o porquê das multinacionais operarem de forma mais rentável
nos mercados externos comparativamente às empresas locais.

TEORIAS QUE PROCURAM EXPLICAR A RAZÃO PELA QUAL EMPRESAS DA MESMA INDÚSTRIA
REALIZAEM IDE MUITAS VEZES AO MESMO TEMPO E PROCURAM AS MESMAS
LOCALIZAÇÕES EM DETRIMENTO DE OUTRAS – OU SEJA, PROCURAM EXPLICAR O PADRÃO
DE IDE.

COMPORTAMENTO ESTRATÉGICO

• Fluxos de IDE são o reflexo de uma estratégia de concorrência entre empresas rivais no mercado
global;
• Knickerbocker → estudou relação entre IDE e rivalidade entre empresas no contexto Oligopólico.
Característica da concorrência é a interdependência entre os maiores players: ação de uma
empresa tem impacto direto sobre as outras, que respondem. Conduz a um comportamento
imitativo: empresas tendem a imitar os rivais.

CONCORRENCIA MULTIMERCADOS (MULTIPOINT COMPETITION)

• Teoria de Knickerbocker → alargada de modo a contemplar a concorrência multimercados,


quando 2 ou + empresas se encontram noutros mercados ou indústrias.
• Teoria económica → empresas procuram acompanhar as “jogadas” das rivais de modo a não
ficarem numa posição de liderança e usem os lucros adicionais para subsidiar ataques noutros
mercados.

Estas abordagens explicam o comportamento imitativo, mas não explicam por que razão a empresa líder
opta pelo IDE em alternativa a outros modos de entrada (Exportação, Licenciamento, etc.), nem explica
se o IDE é ou não mais eficiente que as outras opções. Teoria da internacionalização aborda estas
questões.

63
PARADIGMA ECLÉTICO (OLI)
O Paradigma Eclético (OLI) que combina as 2 prespetivas (combina os melhores aspetos das
outras teorias numa única explicação).

• John Dunning – as vantagens específicas de localização têm uma importância considerável na


opção pelo IDE e na direção destes fluxos.
• Vantagens específicas da localização referem-se às vantagens que resultam na utilização de
recursos ou ativos vinculados a uma localização estrangeira particular, sendo que a empresa
considera valiosa a sua combinação com os seus ativos próprios.
• Licenciamento tem desvantagens, IDE é necessário para que essa combinação seja possível.

2º esta teoria, se uma empresa vai optar pelo IDE deve dispor de 3 tipços de vantagens. o
paradigma OLI reporta-se às iniciais dessas 3 vantagens:

1. Vantagem específica da empresa (de propriedade):


• Empresa tem ou pode desenvolver uma vantagem intrínseca através da propriedade de ativos
tangíveis ou intangíveis, que podem ser transf p/ o exterior e ñ estão disponíveis a outras
empresas;
• Vantagens específicas da empresa: conhecimento, tecnologia, economias de escala ou gama,
acesso privilegiado/único a certos inputs;
• Permitem produzir a um custo inferior e/ou obter receitas superiores, mais do que com
pensando os custos adicionais de operar à distância através da sucursal estrangeira.

2. Vantagem específica de localização


• Mercado estrangeiro deve ter caraterísticas especificas de natureza económica, social ou política
(recursos, dimensão do mercado, barreiras comerciais, custos de transporte, etc.) que permitem
à empresa explorar de forma mais rentável as suas vantagens competitivas específicas, através
da localização nesse mercado em alternativa à exportação;
• Corresponde às vantagens comparativas do país de acolhimento, em termos de custos de
produção, transporte e distribuição. Todas as barreiras que impeçam o livre acesso → vantagem
para a localização no estrangeiro.

3. Vantagem específica de internalização


• Interesse da e presa explorar as vantagens específicas de propriedade (IDE) nos casos em que
não existem alternativas ou estas funcionam de forma ineficiente, conduzindo a custos de
transação demasiado elevados;
• Vantagens da internalização refere-se ao comportamento organizacional da empresa que opta
por integrar as ≠s fases do processo.

IDE pode ser proativo, sendo estrategicamente antecipado e controlado pela gestão, ou reativo
em resposta a imperfeições de mercados ou decisões das rivais.

Com base na identificação das vantagens da empresa para determinada região, é possível
determinar o modo de entrada mais adequado:

• Internacionalização requer uma vantagem específica significativa;


• IDE só é possível com a conjugação dos 3 tipos de vantagens;
• Se a empresa não cumpre condição de localização (vantagem de localização), as modalidades
exportação e licenciamento deverão ser consideradas.

64
4.2.3. EFEITOS, CUSTOS E BENEFÍCIOS DO IDE

DO PONTO DE VISTA DO PAÍS OU DE ACOLHIMENTO (IDE_IN)

BENEFÍCIOS:

• Efeitos associados à transferência de recursos:


o País de destino beneficia de capital (capital próprio das multinacionais ou pelo acesso
privilegiado aos mercados financeiros), tecnologia e recursos de gestão que de outra
forma não estariam disponíveis e promovem crescimento económico.
• Efeitos sobre o emprego:
o Aumento da oferta de empregos – efeitos diretos, indiretos, induzidos;
o Caso de aquisição, pode haver alguns despedimentos iniciais devido à reestruturação
da empresa, mas depois (maior crescimento) aumento do emprego tende a superar esta
perda inicial.
• Efeitos sobre a balança de pagamentos:
Para além da entrada de capitais, IDE contribui para melhoria da balança de bens e serviços (ou balança
comercial):
o Substituto para importações de bens e serviços;
o Quando multinacional utiliza sucursal para exportar bens e serviços para outros países.
• Efeitos sobre a concorrência e crescimento económico:
o Investimento de raiz, há mais de uma empresa no mercado, aumenta a concorrência
(contribui para descida de preços e aumento do bem-estar dos consumidores);
o > concorrência estimula o investimento em equipamentos, tecnologia, I&D. No longo
prazo, aumento de produtividade, inovação e > crescimento económico.

Importante no caso de serviços (telecomunicações, financeiros, etc.).

CUSTOS:

• Efeitos adversos sobre a concorrência:


o Sucursais das multinacionais têm poder de mercado superior ao das empresas nativas
(Ex.: acesso a fundos da empresa mãe), podem usar esse poder para expulsar as nativas
e monopolizarem o mercado. Tende a ser mais preocupante no caso de países em
desenvolvimento, onde há poucas empresas de grande dimensão;
o Caso das aquisições, não é tão claro o aumento da concorrência, o efeito pode ser
neutro.
• Efeitos adversos sobre a balança de pagamentos:
o 1º lugar, em sentido contrário ao movimento de capitais inicial, temos depois os fluxos
de rendimentos das sucursais (lucros) para a empresa mãe;
o 2º lugar, se subsidiária importar um nº elevado dos seus inputs do estrangeiro, terá
impacto negativo na balança de bens e serviços.
• Possíveis efeitos sobre a soberania nacional e a autonomia:
o Receios sobre perda de independência económica. Decisões chave, que podem afetar a
economia do país anfitrião, são tomadas por um parceiro estrangeiro que pode não ter
compromisso real com o país anfitrião e sobre o qual o governo do país anfitrião não
tem um controlo efetivo.

65
DO PONTO DE VISTA DO PAÍS DE ORIGEM (IDE_OUT)

BENEFÍCIOS:

• Efeitos sobre o emprego:


o No caso das sucursais comprarem produtos ao país de origem.
• Efeitos sobre a balança de pagamentos:
o Fluxos de rendimento (lucros) das sucursais p/ a empresa mãe.
o IDE pode beneficiar a balança de pagamentos na hipótese das sucursais no estrangeiro
comprarem ao país de origem bens de equipamento, intermediários, complementares,
etc.;
• Ganho de conhecimento:
o No caso da multinacional aprender competências valiosas no processo de
abertura/exposição aos mercados estrangeiros que possam ser transferidas para o país
de origem, conduzindo assim a um > crescimento económico.

CUSTOS:

• Efeitos adversos sobre o emprego:


o > preocupação surge quando IDE é visto como substituto da produção doméstica.
Verifica-se perda de postos de trabalho no país de origem.

Nota: No longo prazo, deslocalização da produção pode libertar recursos do país de origem para
atividades onde este tem vantagens comparativas e os consumidores do país de origem beneficiarão da
redução de preços inerente à deslocalização da produção para locais onde o seu custo é inferior.

• Efeitos adversos sobre a balança de pagamentos:


o 1º lugar, saída inicial de capital para financiamento do IDE – este efeito será mais do
que compensado com a entrada posterior de lucros vindo da sucursal;
o IDE satisfazer necessidades do mercado doméstico a partir de uma localização que
permite a produção a baixo custo, importações do país de origem vão aumentar;
o Balança de bens e serviços será ainda afetada se o IDE é substituto para exportações
que eram realizadas pela multinacional.
• Diminuição comparativa das vantagens tecnológicas;
• Diminuição de impostos pela transferência da produção;
• Redução do controlo governamental da atividade económica (que passa a ser efetuada no
estrangeiro).

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Exemplos de Questões
Questões de Escolha Múltipla:
Assinale inequivocamente a resposta correta. Uma resposta errada ou mais do que uma opção assinalada será penalizada
em -X/4 valores. Uma resposta correta será pontuada em X valores.

Ambiente de Negócio Global 47


Exemplos de Questões
Questões de Escolha Múltipla:

Ambiente de Negócio Global 48


Exemplos de Questões
Questões de Escolha Múltipla:

Ambiente de Negócio Global 49


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Questões abertas ou baseadas na interpretação de dados:

Ambiente de Negócio Global 50


Exemplos de Questões
Questões de Escolha Múltipla:
Assinale inequivocamente a resposta correta. Uma resposta errada ou mais do que uma opção assinalada será penalizada
em -X/4 valores. Uma resposta correta será pontuada em X valores.

Ambiente de Negócio Global 47


Exemplos de Questões
Questões de Escolha Múltipla:

Ambiente de Negócio Global 48


Exemplos de Questões
Questões de Escolha Múltipla:

Ambiente de Negócio Global 49


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Questões de Escolha Múltipla:
Assinale inequivocamente a resposta correta. Uma resposta errada ou mais do que uma opção assinalada será penalizada
em -X/4 valores. Uma resposta correta será pontuada em X valores.

Ambiente de Negócio Global 78


Exemplos de Questões
Questões de Escolha Múltipla:

Ambiente de Negócio Global 79


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Assinale inequivocamente a resposta correta. Uma resposta errada ou mais do que uma opção assinalada será penalizada
em -X/4 valores. Uma resposta correta será pontuada em X valores.

Ambiente de Negócio Global 26


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Ambiente de Negócio Global 50


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Ambiente de Negócio Global 54


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Ambiente de Negócio Global 55

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