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Resumos de
Marketing do Ponto
de Venda
2190786 | Q31N
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Índice
1. O sistema de distribuição .............................................................................................................. 4
1.1. Alguns Conceitos Prévios ...........................................................................................4
Conceito de distribuição...................................................................................................................... 4
Marketing, Distribuição e Vendas ....................................................................................................... 4
Importância do Marketing de distribuição ......................................................................................... 4
Distribuição: uma decisão estratégica? .............................................................................................. 5
1.2. Principais Funções de um Retalhista ..........................................................................5
Retalhistas: porquê?............................................................................................................................ 5
Distribuição.......................................................................................................................................... 6
Retalhistas enquanto negócio ............................................................................................................. 7
Como é que os retalhistas criam valor? .............................................................................................. 7
Grandes retalhistas no setor alimentar .............................................................................................. 8
1.3. Organização Típica de uma Organização Retalhista ....................................................9
1.4. Gestão de Categorias ................................................................................................9
ECR – Efficient Consumer Response.................................................................................................... 9
Gestão de categorias e marketing..................................................................................................... 11
Visão tradicional e visão baseada no consumidor ............................................................................ 11
1.5. Características dos Canais ........................................................................................ 12
Estratégia do canal distribuição (conceito) ....................................................................................... 12
Distribuição física .............................................................................................................................. 12
Canal de distribuição: quem participa?............................................................................................. 12
Canais de distribuição – Para que servem? Porque existem? .......................................................... 14
Principais funções .............................................................................................................................. 15
As direções das funções no canal ...................................................................................................... 16
Estratégia de marketing produtor VS distribuidor ............................................................................ 17
1.6. Estrutura do Canal de Distribuição ...........................................................................17
Intervenientes e fluxos (exemplo)..................................................................................................... 17
Tipologia dos canais de distribuição ................................................................................................. 18
Distribuição direta Vs Distribuição indireta ...................................................................................... 18
Distribuição intensiva, exclusiva e seletiva ....................................................................................... 18
Formas de organização dos canais de distribuição ........................................................................... 19
Escolha de um canal de distribuição ................................................................................................. 20
2. Principais Formatos de Ponto de Venda ....................................................................................... 21
2.1. Formatos tradicionais e novos formatos de retalho .................................................. 21
Tipologias........................................................................................................................................... 21
Pequeno retalho ................................................................................................................................ 21
Pequeno retalho: vantagens e desvantagens ................................................................................... 22
Pequeno retalho: mercearias tradicionais ou de bairro ................................................................... 22
Pequeno retalho: franchising ............................................................................................................ 22
Grande distribuição ........................................................................................................................... 23
Grande distribuição: retalhista associado ......................................................................................... 23
Grande distribuição: retalhista integrado ......................................................................................... 23
Retalhista integrado: grandes armazéns ........................................................................................... 23
Retalhista integrado: armazéns populares ....................................................................................... 23
Retalhista integrado: lojas discount .................................................................................................. 24
Retalhista integrado: loja hard-discount ........................................................................................... 24
Lojas de conveniência ....................................................................................................................... 24
Retalhista integrado: grandes superfícies ......................................................................................... 25
Grandes superfícies: generalistas – supermercados......................................................................... 25
1
Grandes superfícies: generalistas – hipermercados ......................................................................... 26
Lojas especializadas/ superfície especializada .................................................................................. 26
Outros formatos: centros comerciais................................................................................................ 26
Outros formatos: outlets ................................................................................................................... 27
Outros formatos: formatos comercias sem estabelecimento físico ................................................. 27
2.2. Teorias/modelos de evolução no retalho .................................................................27
Enquadramento................................................................................................................................. 27
Teoria do ciclo de vida do produto-loja ............................................................................................ 28
Teorias cíclicas: roda da distribuição ................................................................................................ 28
Teorias cíclicas: acordeão da distribuição ......................................................................................... 29
Teorias evolucionistas: teoria do processo dialético ........................................................................ 29
Teorias evolucionistas: teoria da adaptação dos comportamentos ................................................. 29
Teorias evolucionistas: teoria da seleção natural ............................................................................. 30
Teorias evolucionistas: teoria dos canais .......................................................................................... 30
Teoria dinamista: teoria da procura dos consumidores ................................................................... 30
Teoria da transformação permanente .............................................................................................. 30
3. As Tendências da Distribuição ..................................................................................................... 31
3.1. O retalho em mudança ............................................................................................ 31
Enquadramento................................................................................................................................. 31
E-commerce: vantagens para os consumidores e para as empresas................................................ 31
Desintermediação e reintermediação............................................................................................... 31
E-marketplaces .................................................................................................................................. 32
O “novo” consumidor ........................................................................................................................ 32
Como podem responder os retalhistas? ........................................................................................... 33
Estratégia multicanal e omnicanal .................................................................................................... 33
Interatividade imersiva e realidades mistas ..................................................................................... 35
Compras “sem limites”: aumentar o número de ocasiões de compra ............................................. 35
Migração do online para lojas físicas ................................................................................................ 36
Retailtainment ................................................................................................................................... 36
Lojas “híbridas” ................................................................................................................................. 36
Lojas “lentas” e centros de experiência/convívio ............................................................................. 36
Lojas “sem fricção” / cashierless stores ............................................................................................ 37
Pop-up stores (lojas inesperadas) ..................................................................................................... 37
Shop-in-shop ..................................................................................................................................... 37
Inteligência artificial - “lojas inteligentes” ........................................................................................ 37
Hiperpersonalização e “location intelligence” .................................................................................. 38
Robótica e Internet of things ............................................................................................................ 38
Blockchain e sustentabilidade ........................................................................................................... 38
3.2. O futuro do retalho .................................................................................................38
5 temas principais sobre o futuro do retalho (em 2017) .................................................................. 38
Tendências em 2022/2023 ................................................................................................................ 39
4. Marketing-mix no retalho ........................................................................................................... 40
4.1. Análise estática e dinâmica no retalho .....................................................................40
Análise estática Vs. Analise dinâmica no retalho .............................................................................. 40
O ponto de venda .............................................................................................................................. 40
Localização......................................................................................................................................... 40
Localização comercial ........................................................................................................................ 41
Aspetos a considerar no processo de localização ............................................................................. 42
Zona de influência da loja ................................................................................................................. 42
Localização comercial: modelos e métodos ...................................................................................... 43
Modelos gravitacionais: Modelo de Converse .................................................................................. 43
Modelos probabilísticos: Modelo de Huff ......................................................................................... 44
Métodos empíricos............................................................................................................................ 46
Outros estudos sobre marketing de distribuição .............................................................................. 46
2
Exercícios: modelos de localização de loja ........................................................................................ 47
4.2. Posicionamento no retalho...................................................................................... 48
Conceito de posicionamento ............................................................................................................ 48
Mapas percetuais ou mapas de posicionamento ............................................................................. 48
Alguns atributos de posicionamento no retalho............................................................................... 48
4.3. Marketing no ponto de venda .................................................................................49
O ponto de venda .............................................................................................................................. 49
Apresentação, montra, layout, exposição de produtos .................................................................... 49
Imagem do ponto de venda .............................................................................................................. 50
Arquitetura externa da loja ............................................................................................................... 50
Quanto vale cada um dos meus pontos de venda? .......................................................................... 56
Planogramas ...................................................................................................................................... 56
Planogramas / Layouts: análise de rentabilidade ............................................................................. 59
Ponto de venda ................................................................................................................................. 59
4.4. Estratégias de pricing no retalho .............................................................................60
4.5. Comunicação e promoção no retalho .......................................................................60
4.6. Programas de fidelização no retalho ........................................................................60
4.7. Gestão de marcas no retalho ................................................................................... 60
5. Negociação com Agentes e Distribuidores.................................................................................... 60
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1. O sistema de distribuição
1.1. Alguns Conceitos Prévios
Conceito de distribuição
• É o instrumento do marketing que relaciona a produção com o consumo.
• “É o conjunto de todas as entidades singulares ou coletivas que, através de múltiplas transações
comerciais e diferentes operações logísticas, desde a fase de produção até à fase de consumo,
colocam produtos ou prestam serviços, acrescentando-lhes valor, nas condições de tempo, lugar
e modo mais convenientes para satisfazer as necessidades do consumidor” (Rousseau, 1997, p.9)
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Distribuição: uma decisão estratégica?
Particularidades:
• Variável do Marketing-Mix (indispensável)
• Caráter do longo prazo, pouca flexibilidade (muito difícil de entrar na distribuição, necessário
reduzir espaço de outros que já lá estavam; difícil de garantir; exige muitos investimentos;
acertar sistemas para fazer encomendas, etc.; sucesso mais ligado ao produto e à distribuição)
• Variável difícil de controlar (com concorrentes - reduzir o meu espaço; preço dos concorrentes
mais baixo e em folhetos e anúncios)
• Custos de mudança
• Imagem de mudança
• Imagem dos intermediários
• Decisões que afetam o Marketing-Mix
• Fator crítico de sucesso
• Investimento elevado
• Pouca flexibilidade:
Distribuir um produto é:
Entregá-lo:
• No lugar certo
• No momento exato
• Em quantidades suficientes
• Com as características pretendidas
• Com os serviços necessários
o À sua venda
o Consumo
o Manutenção (em alguns casos)
Os produtos possuem um grande valor para qualquer potencial utilizador se existirem na forma
em que estes os desejam, e se puderem ser adquiridos no tempo e lugar que o consumidor pretenda.
Diz-se que a distribuição cria utilidade de:
• Tempo – colocar á disposição o produto na altura que o consumidor necessita
• Lugar – os pontos de venda devem estar espalhados geograficamente e próximos dos
consumidores
Retalhistas: porquê?
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Funções:
• Desmultiplicação de contactos:
o Ex.: 3 produtores; 1 intermediário e n consumidores
o Sem intermediário (3 X n) ou com intermediário (n + 3)
• Economias de escala: força de venda “repartida” por produtos de vários fabricantes
• Redução das disparidades de funcionamento: sem intermediários, fabricante teria de produzir
em pequenas series e consumidor teria de ter níveis elevados de stock
• Melhor combinação oferecida: Consumidores querem artigos em pequenas quantidades;
fabricantes produzem em quantidades elevadas
• Serviço: “desenhado” em função do conhecimento das necessidades do cliente
Distribuição
Funções da distribuição:
• Transporte (do local de produção até ao local de consumo)
• Fracionamento (para satisfazer necessidades de clientes)
• Armazenamento (s/ custos para fabricante)
• Combinação (conjunto de produtos complementares/ especializados)
• Contacto e informação (contacto c/ consumidor final e conhecimento de necessidades do
mercado)
• Promoção (ações de comunicação/promoção – Ex.: ponto de venda)
Fluxos de distribuição:
Conceito: fluxos comerciais no processo de troca (vários sentidos)
• Fabricante → Distribuidor
• Distribuidor Fabricante
• Distribuidor ↔️ Fabricante (duplo sentido)
Nota: implica a repartição de tarefas e de fluxos entre parceiros de troca
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Retalhistas enquanto negócio
Fornecedores Retalhistas
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Grandes retalhistas no setor alimentar
Gestão estratégica:
• Objetivos e oportunidades para categorias/produtos
• Objetivos e oportunidades de mercado
• Objetivos de vendas e lucros
• Desenvolvimento de RH
• Auditoria à envolvente do negócio
• Sistemas de informação integrados
• Gestão de categorias
• Planeamento do sortido
Gestão operacional:
• Seleção e desenvolvimento de produtos
• Fornecimentos e gestão logística
• Previsão de vendas
• Pricing e promoções de vendas
• Gestão de espaço
• Clusterização de lojas
o agrupar conjuntos de lojas a partir de um estudo que considera dados internos de
performance de vendas com informações de mercado
o executivos conseguem gerar oportunidades de venda específicas para cada unidade da
rede e, ao mesmo tempo, identificar se uma loja está com desempenho de vendas
acima ou abaixo da média das demais
• Visual mershandising
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• Receber e preparar o stock de produtos
• Implementar promoções
• Vender
“CORE” do negócio
Operações Comercial
Marketing
(Lojas) (Categorias)
Logística e entrepostos
(Abastecimento)
5 pilares
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Operacionalização
O consumidor no centro de todos os processos:
1. Sortidos das lojas eficientes
o Revisões periódicas por cluster de lojas
o Gestão da categoria
o Otimização de margens de rentabilidade
o Gestão de espaço em loja
o Aumento de rotação do stock (dias de rotação)
2. Reposição eficiente
o Tempo
o Custos
o Encomendas automáticas
o Melhorar fluxos de produtos
o Reduzir inventários/stocks, quebras e danos no transporte e armazéns
3. Promoções eficientes
o Análise de custos e benefícios das promoções (vendas e rentabilidade, efeitos em
tráfego de clientes, etc.)
o Otimização das promoções (sem on-top-of)
o Coordenação das promoções do retalhista e dos fornecedores
4. Lançamento de produtos eficientes
o Maximizar valor para o consumidor, inerente ao lançamento de novos produtos (não
apenas por uma questão de receitas e referenciação)
o Otimizar todas as ações de lançamento de novos produtos
Gestão de categorias
1. Construtor da imagem de marca do retalhista
o Categorias novas
o Categorias que criem excitação e teatralização na loja
o Categorias de “moda” e “tecnologia” elevadas
o Categorias com marcas de fornecedores muito fortes
2. Gerador de cash flow
o Categorias bem estabelecidas (maduras)
o Categorias sem simbolismo elevado
o Entrega de valor consistente
3. Gerador de rentabilidade
o Categorias em crescimento
o Categorias de “moda” e “simbolismo” relevante
o Categorias com margem de lucro elevadas (% das vendas)
4. Proporcionador de serviço
o Categorias estáveis ou em declínio
o Marcas líderes no mercado
o Competitivas face a outros retalhistas: margem de lucro mais baixa
5. Exemplo
o Consideradas as melhores ofertas para clientes-alvo
o Sortido profundo e amplo
o Contém marcas líderes
o Categorias bem estabelecidas ou em crescimento
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Planeamento na categoria
• Estabelecer indicadores de performance para a categoria
o Avaliar quais indicadores em termos de custos e benefícios que devem ser colocados
como KPIs (Key Performence Indicators) da categoria
• Formular estratégia para a categoria
o Plano em termos de marketing e proposta de valor/oferta, para atingir os objetivos de
curto e longo prazo da categoria
• Marketing-mix da categoria
o Determinar táticas a serem utlizadas em termos de marketing e proposta de
valor/oferta (Ex.: alocação de espaço, preço, promoções, comunicação, folhetos, etc.)
Implementação da gestão da categoria
• Papel do gestor de categoria
o Estabelecer tarefas e responsabilidades do retalhista, fornecedores e parceiros diversos
(Ex.: supply chain)
• Revisão da categoria
o Medir, monitorizar e modificar a categoria (quando necessário)
o Implica recorrência/frequência no tempo e revisão da estrutura mercadológica
(impactos em todos os sistemas da organização)
C/sistemas de Fidelização: vendas (período €) = nº clientes X frequência de compra (nº de vezes que
compra) X gastos por ocasião (€)
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1.5. Características dos Canais
Os canais de distribuição
relacionam-se com a cadeia de
abastecimento no retalho.
Caraterísticas dos canais:
• Canal de distribuição: percurso
realizado pelos bens ou
serviços, desde o local de
produção até ao local de
disposição ao consumidor
• Conjunto de organizações que
estão envolvidas no processo de tornar o produto ou serviço disponível para o consumo -
intermediários
• Cada membro do canal depende dos outros e a execução de um canal de distribuição é um
processo
• Uma cadeia de distribuição é constituída por canais de distribuição
• Os canais de distribuição selecionados por uma empresa, são difíceis de alterar no curto prazo
• Todos os membros do canal, devem concentrar a atenção na satisfação dos consumidores finais
• Os gestores investem os seus recursos para tornarem os canais num forte estratégico, porque
podem:
o Aumentar a satisfação dos clientes
o Reduzir os custos de distribuição
Distribuição física
• Processos operacionais e controlo que garantem a transferência dos produtos desde o ponto de
produção até ao consumidor. Os responsáveis pela distribuição física nas áreas de:
o Armazenamento
o Transporte
o Stock
o Equipamentos de carga e descarga
o Etc.
• As atividades de logística são definidas a partir da estrutura para os canais de distribuição
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Produtor:
• É o produtor do produto ou serviço a ser vendido
o Marca do fabricante: tem marca própria para os seus produtos, portanto, é conhecido
pela marca junto dos utilizadores finais
o Marca dos distribuidores: não investe na construção de uma marca, apenas produz
• Produz grandes quantidades de um produto e/ou serviço
• Fornece um conjunto de clientes reduzido
• Possui uma boa capacidade de resposta à mudança
• Os produtores também podem ser intermediários
Intermediários:
• Possui grande escolha e oferta de produtos e serviços
• Facilita a quantidade de produtos e serviços adquiridos/oferecidos
• Possui uma grande rotação de produtos/serviços
• Ganha a ≠ entre comprar a preço de grosso e vender a um outro preço para clientes a jusante
• Podem ser: retalhistas ou grossitas
Grossita:
• É o intermediário que vende aos retalhistas, a outros grossistas ou fabricantes, mas não vende
ao consumidor final
• Objetivo principal: entreposto e venda de produtos a:
o Retalhistas
o Transformadores
o Utilizadores profissionais (hotéis, restaurantes, ...)
o Coletividade (hospitais, exército, ...)
• Função: adquirir de uma maneira contínua e em grandes quantidades, armazená-los e assegurar
o aprovisionamento regular do mercado
Conceito do grossita: o grossista ainda o papel de selecionar um sortido adaptado às necessidades dos
seus clientes, bem como mantê-los e fidelizá-los:
• Face ao produtor
o Compra grandes quantidades
o Assume os encargos financeiros e comerciais da stockagem
o Regulariza a produção e o abastecimento
• Face ao retalhista:
o Fonte de informação
o Oferta de preços mais baixos
o Elaboração de um sortido complementar
o Fraciona a mercadoria
Retalhista:
• “O que exerce aquele comércio de forma sedentária, em estabelecimentos, lojas ou instalações
fixas ao solo de maneira estável em mercados abertos”.
• Comércio a retalho:
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o “Exerce a atividade e comércio a retalho toda a pessoa física ou coletiva que, a título
habitual e profissional, compra mercadorias em seu próprio nome e por sua própria
conta e as revende diretamente ao consumidor final”
DL Nº339/85, 21 AGOSTO
• Vendedores ambulantes:
o “o que exerce aquele comércio de forma não sedentária, pelos lugares de seu trânsito
ou em zonas que lhe sejam especialmente destinadas”
• Feirantes:
o “o que exerce aquele comércio de forma não sedentária, em mercados descobertos ou
em instalações não fixas ao solo, de maneira estável em mercados abertos”
Setor retalhista:
• Conjunto de todos os agentes económicos, comerciantes em nome individual ou empresas que
vendem produtos diretamente a consumidores finais, através de pontos de venda sedentários,
não sedentários ou de outras formas de venda sem loja
o Os retalhistas são os intermediários que contactam diretamente com os consumidores
finais
o Retalhista: aquele que “retalha”, fradona grandes quantidades, em unidades adequadas
ao poder aquisitivo
o Retalho não é só venda de produtos em lojas, é também a prestação de serviços
• Tem maior conhecimento do mercado
• Acompanha as necessidades dos clientes
• Apercebe-se mais cedo das tendências do mercado
• Vantagens competitivas = PODER
Estratégia
Vendas em pequenas quantidades De Compras por impulso
Retalho
Consumidor final:
• Adquire pequenas quantidades de produtos e com grande variedade
• Adquire com elevada frequência
• Possui um enorme potencial para variar na aquisição de produtos/serviços
• Podem ser:
o B2B
o B2C
o B2G
Prestam operações comerciais necessárias para a progressão dos produtos, desde a fase de produção
até à fase de consumo.
• As funções dos intermediários estão relacionadas com atividades que de algum modo facilitem
o fluxo de produtos nos canais de distribuição
• Os intermediários não devem ser encarados como “peso” negativo para o canal, mas sim como
elementos impulsionadores que alacavam o mercado
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Pode-se eliminar o intermediário, contudo, é impossível eliminar as funções que por eles são
desempenhadas.
• Os custos com intermediários não serão muito diferentes daqueles que o produtor deverá
efetuar para ver realizadas as funções a eles atribuídas.
• O aumento de preço resultante de cada intermediário/ participante, deve ser avaliado segundo
o contributo para o valor acrescentado da oferta.
• Os intermediários desempenham uma série de funções com a utilidade de tempo e lugar da
distribuição, que acrescentam valor ao produto, mas que terão um custo agregado.
Principais funções
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o O distribuidor deve constituir um sortido coerente e suficientemente extenso, que lhe
permita uma oferta homogénea de produtos para um determinado canal de
distribuição
• Função de financiamento:
o O financiamento do processo de comercialização e o risco comercial a que está sujeito
o distribuidor
o Pode proporcionar crédito quer aos produtores quer aos clientes
• Função assumpção de risco:
o O distribuidor garante o pagamento ao produtor independentemente de o retalhista
pagar ou não
• Função “serviço após venda”
o Fornecer garantias quando tal seja necessário
o Assegurar a troca ou reparação de produto avariado
• Função “outros serviços”
o Formação
o Instalação
o Assessoria
o ...
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Estratégia de marketing produtor VS distribuidor
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Tipologia dos canais de distribuição
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• Seletiva
o Colocação dos produtos em locais específicos (ourivesaria, loja especializada, internet,
etc.)
o Número de canais pouco alargado
o Existe algum grau de controlo
o Cobertura considerável e destinada a produtos de média duração
Estrutura auxiliar:
• Grupo de instituições (agentes facilitadores) que atendem aos membros do circuito ao
desempenharem tarefas de distribuição
• Agentes facilitadores:
o Transportadoras
o Seguradoras (muito importantes em CI; entre países; incoterms)
o Armazéns
A procura por maior eficiência, rentabilidade económica e luta pelo poder e controlo dos canais de
distribuição, têm levado a diferentes formas de organização/evolução dos canais. Para além dos canais
de distribuição tradicionais, surgem ainda:
• Sistemas verticais de marketing:
o Circuitos centralizados e profissionalmente geridos, por forma a se reduzirem os custos
de exploração e a ter o maior impacto possível sobre o mercado. Podem ser: integrados,
controlados ou contratuais
▪ Para a frente ou a jusante – produtor integra a função de distribuição
▪ Para trás ou a montante – distribuidor, Ex.: retalhista ou grossita, produz uma
marca própria do produto
o Ex.: No início, a Salsa só fazia calças de ganga. Com o aparecimento dos shoppings,
decidiu abrir as suas lojas próprias e continuava a produzir as suas peças.
Posteriormente, passou apenas a desenhar e vender sem ter fábrica própria.
o Integrados: a produção e distribuição pertencem à mesma empresa (Ex.: Zara)
o Controlados: a produção pertence a uma empresa que participa no capital da empresa
de distribuição (Ex.: Interdesign)
o Contratuais: quando 2 ou mais empresas acordam na exploração de um conceito de
comercialização (Ex.: Franchising – McDonald’s, Subway)
• Sistemas horizontais de marketing:
o São alianças provisórias ou permanentes entre empresas que atuam no mesmo setor e
no mesmo nível, de modo a rentabilizar a distribuição dos seus produtos
o Ex.: a Lactogal, tem vários produtores de leite; cooperativas vinícolas
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Escolha de um canal de distribuição
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2. Principais Formatos de Ponto de Venda
2.1. Formatos tradicionais e novos formatos de retalho
Tipologias
Pequeno retalho
Retalho Independente:
• Natureza artesanal ou familiar
• Em regra, tem apenas um ponto de venda
• Caracterizado pela sua grande diversidade e multiplicidade
• Estratificado em 3 categorias:
Retalho não sedentário:
• Venda ambulante
• Constituído por pontos de venda móveis de tipo
ambulante ou feirante revestindo algum grau de
especialização que se descola entre vários locais,
desenvolvendo neles a sua atividade com um certo grau
de periocidade
• Ex.: feiras na rua
Retalho especializado:
• Constituído por pontos de venda não alimentar ou alimentar mono-produto (menos de
5 categorias)
• A rapidez de receção ao mercado e serviço personalizado, permite enfrentar com
vantagem as empresas comerciais generalizadas de estruturas mais pesadas
• Ex.: peixarias, padarias, frutarias, talhos
Retalho tradicional:
• Ou de proximidade
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• Constituído por pontos de venda alimentares ou não alimentares, de natureza
generalista, que sofrem grande concorrência do comércio alimentar integrado
• Ex.: mercearias
Vantagens: Desvantagens:
Oferta especializada Fraco poder negocial
Flexibilidade Não existem economias de escala
Baixo investimento Falta de informação e formação
Controlo direto na condução do negócio Ausência de planeamento
Conveniência/proximidade Horário reduzido
Características básicas:
• Superfície de venda: reduzida - de 20 a 100 𝑚 2
• Utilização de capitais próprios
• Ausência de formação profissional
• O nível de preços praticados é, normalmente, superior ao oferecido pela grande distribuição.
Isto, deve-se a:
o Uma gestão deficiente
o Prática de margens elevadas
o Elevados custos de aprovisionamento, por força da aquisição de pequenas quantidades
• Conseguem alguns bons preços em “produtos chave”, que resultam das negociações dos
intermediários
• Regime de vendas: atendimento personalizado
• Localização: dispersa segundo o padrão de localização da população, nas cidades, vilas, aldeias
• Serviços prestados: proximidade, atenção ao cliente, crédito, transporte de produtos, etc.
• Custos, preços, margens: custos de mão de obra muito baixos (existência habitual de ligações
entre a empresa e a família, empregam poucos ou nenhuns trabalhadores); preços e margens
elevadas, devido à baixa rotação de stock
Nota: Nos diapositivos 9 e 8, do capítulo 2, tem enunciados alguns exemplos sobre este tema. Para
informações mais detalhas, consultar os slides em questão.
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Grande distribuição
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• Os serviços oferecidos têm uma intensidade e variedade muito menores do que as dos grandes
armazéns
• Ex.: Paga Pouco, DeBorla (Hôma), Brico Depôt, etc.
Lojas de conveniência
• Pequeno estabelecimento comercial localizado, normalmente, em locais estratégicos, como:
o Estações de serviço
o Estações de metro
o Ferroviárias
o Ruas movimentadas
o Locais de passagem frequente
o Etc.
• Representam uma forma de criar uma receita adicional e também de atrair novos consumidores
para estes lugares
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• Frequente funcionamento sobre regime de franquia (franchising)
• Superfície de venda: dimensão reduzida (até 250𝑚 2)
• Gama e sortido extremamente limitados, produtos alimentares de consumo imediato: bebidas
(águas, refrigerantes, etc.), jornais, revistas, etc.
• Compras por impulso: snacks, bebidas, etc.
• Serviços prestados: comodidade, horários alargados (24h, ou um mínimo de 18h/dia),
estacionamento, produtos de emergência/conveniência
• Custos, preços, margens: preços e margens elevados
• Ex.: Pingo Doce & Go, Tangerina, Grab&Go, etc.
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Grandes superfícies: generalistas – hipermercados
• Evolução dos supermercados
• Área de vendas: ≥ 2500𝑚 2 (vendas/𝑚 2 = €/𝑚 2)
• Regime de vendas: livre serviço com pagamento a pronto, nas caixas de saída
• Localização: periferia das grandes cidades, próximo das grandes vias de circulação
• Política de compras: supressão generalizada do grossita (direto sem intermediários), são
detentores do poder no canal
• Política de vendas: baseada na técnica do desconto e na minimização dos investimentos, custos,
preços e margens. Grande rotação das existências. Utilização continua de promoções e ofertas,
PLV e merchandising
• Tecnologia: avançada, utilização de leitura ótica e da aplicação da informática de gestão
• Gama de produtos: muito variada, gama ampla e profunda
• Serviços prestados: horários amplos, agilidade e comodidade das compras, fácil
estacionamento, cartão de fidelização (catálogo virtual – personalização)
• Ex.: Continente, Auchan, Feira Nova, HiperCOR, etc.
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• Podem ter um hipermercado e uma loja âncora (aquelas aparecem na fachada do centro
comercial - Ex.: Primark, Zara) e ainda um conjunto atrativo de lojas category-killer (Ex.: Fnac,
Sportzone)
Enquadramento
Como prever o aparecimento de uma nova fórmula comercial e quais as suas características?
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Teoria do ciclo de vida do produto-loja
Fases:
A. Nascimento/introdução: conceção, definição e experimentação do novo conceito, das suas
primeiras implantações e do seu aperfeiçoamento em termos de logística e gestão. Procura
oferecer vantagens ao consumidor para que este adira ao “novo” ponto de venda. Necessidade
de perceber investimento: é rentável ou não?
B. Crescimento: expansão e desenvolvimento regional, nacional e internacional para novos
mercados. Pode incluir novas linhas de mercadorias e aumento/remodelação dos pontos de
venda. Deve levar a aumentos de vendas, quotas de mercado e rentabilidade. Poderão começar
a surgir concorrentes.
C. Maturidade: estabilização do desenvolvimento. Acumulação de know-how que leva a
refinamento dos processos logísticos, melhorias operacionais e de fluxo de informação. Poderá
começar a existir saturação da concorrência “feroz” de preços, e “ganhos” de vendas e
rentabilidade. São feitos à custa de “roubar” quota de mercado à concorrência e novas aberturas
“cirúrgicas”.
D. Declínio: acentua-se a perda de quota de mercado e erosão da rentabilidade. Conceito é
impotente para fazer face à concorrência e aos novos conceitos.
Nota: devera ser analisada a relação com clientes, fornecedores e outros stakeholders locais, nacionais e
internacionais em todas estas fases → conceitos com alterações simultâneas no tempo e no espaço
• Pressuposto: missão do comércio é fornecer bens ao menor preço possível, logo ser o mais
eficiente possível em termos de redução de custos
• Papel dos custos e rentabilidade como “fonte” de alterações
• Ao longo do tempo, formatos vão oferecendo mais “serviços” e têm de subir os preços:
o Maior nível de sortido, mais variedade, mais qualidade, mais atendimento, crédito,
entregas ao domicílio, custos mais altos, estruturas de RH mais numerosas, custos de
comunicação e marketing superiores
28
Teorias cíclicas: acordeão da distribuição
• Explicações para alterações na distribuição passa pelo Merchandising-mix dos conceitos e não
pelos preços e/ou margens do distribuidor
• Conceitos evoluem com oscilações entre sortidos largos e generalistas e, os sortidos estreitos e
especializados
• Foco no sortido (papel dos custos, complexidade operacional - quando mais complexa mais
custos acarreta)
• Evolução dos retalhistas do ponto de vista do sortido (com base as categorias de produtos que
vendem)
Nota: Modelo com bastantes limitações práticas. Deverá ser tido em conta que é necessário efetuar
alteações no mix de categorias/sortido da loja ao longo do tempo, devido a alterações nos
comportamentos do cliente. Ex.: crise e bens duráveis/bazar
29
o Quando as tendências se extinguem, os comportamentos deixam de existir
30
3. As Tendências da Distribuição
3.1. O retalho em mudança
Enquadramento
Nota: tem como principal problema associado o custo das entregas e a menor eficiência (Ex.: em compras
de supermercado numa loja física, quem assume o “custo” da última milha do retalho – da loja física para
casa – é o cliente)
Desintermediação e reintermediação
Desintermediação:
• A empresa aproxima-se do cliente final, através da eliminação de intermediários (Ex.: recorrendo
ao e-commerce)
• Conseguir chegar diretamente ao consumidor final (comércio eletrónico)
• Fabricante/produtor deixa de ter de “remunerar” o(s) intermediário(s)
• Tem acesso a informação “direta” sobre os clientes
31
• Grande impulso durante a pandemia
• Exemplos de desintermediação (total ou parcial):
o Ambar
o Prozis
o Science4you
o Testla
o Nespresso (club Nespresso, publicidade George Clooney de modo a chegar ao
consumidor final; estratégia muito ≠ da Nestlè)
Reintermediação:
• Economia das plataformas
• Ex.: recorrendo a e-marketplaces/ plataformas de “novos intermediários”
• Importância de ter muitos “clientes” no e-marketplace: proporcionar potenciais clientes aos
vendedores
• Importância de ter sortido alargado e com confiança no serviço: proporcionar proposta de valor
razoável aos clientes
E-marketplaces
São “intermediários” /plataformas online, que tendem a ser remunerados por uma comissão
(não compram, nem vendem) pelos serviços prestados.
Intermediários tem sempre mais informação sobre os clientes do que os fornecedores.
O “novo” consumidor
Consumidor blended
• Tem interações com pontos de contacto físicos e digitais, ao longo da sua jornada de pesquisa e
decisão de compra
• Pode ter comportamentos de:
o Webrooming: pesquisar online e comprar em lojas físicas
32
o showrooming: pesquisar em lojas físicas e comprar online
Consumidor “camaleão”
• Muda o seu comportamento conforme lhe é mais conveniente
• Tende a comparar mais preços e a tomar decisões mais racionais
• Pode visitar vários pontos de venda físicos e online e não ser “fiel” a nenhum deles
Diagnostico:
• Aumento significativo da concorrência online
• Consumidor camaleão e blended
• Por vezes, com o aumento da concorrência de lojas físicas
• Pressões para irrelevância dos pontos de venda físicos, decréscimo das vendas e rentabilidade/
𝑚2
Respostas:
1. Mantendo o ponto de venda físico relevante para os consumidores
a. Melhorar experiência de compra nas lojas físicas
b. Criar engagement/envolvimento com os consumidores através do “digital” e redes
sociais
c. Explorar touchpoints de acordo com o perfil dos consumidores/personalização
d. Garantindo visitas ao ponto de venda físico – geração de tráfego (c/ ligação ao digital)
2. Garantindo novos meios de comunicação e transação para os clientes
33
Estratégias:
• Multicanal
o Uma empresa opera em vários canais de venda de modo não
integrado, isto é, todos os canais são independes uns dos outros
o Não se partilha info sobre os clientes; quase como se fossem
empresas ≠s (Ex.: desconto não pode usar no online, apenas na
loja)
• Cross-canal
o Estratégia de distribuição que tira proveito de vários canais
o Evolução lógica da estratégia multicanal, porque tem em conta o
fato do cliente usar vários canais para fazer suas compras
o Permite que ≠s canais de distribuição de uma empresa (loja física,
catálogo, website, etc.) trabalhem juntos em vez de competir uns
com os outros
o Evolução mais significativa, mas não é uma estratégia integrada
(na loja física tinha um computador a explicar os clientes como
podiam aderir ao continente online)
• Omnicanal
o Conceito utlizado quando os canais de venda estão integrados e
alinhados
o Comprar em qualquer altura, em qualquer lugar, em qualquer
dispositivo, com a mesma experiência de marca
o Visa otimizar o usos simultâneo dos vários canais disponíveis de
uma empresa
o Clientes omnicanal:
▪ São mais envolvidos com a marca
▪ Mais fiéis
▪ Gastam mais 50% do que os que apenas utilizam um canal
o Nota: o cliente que compra em vários touchpoints cria mais valor do que os clientes que
compram apenas de um touchpoint da organização
▪ Ex.: clientes exclusivos de uma loja física e exclusivos online, são piores do que
“clientes onmicanal” em vendas e rentabilidade
34
− Ex.: Ofertas da Salesforce.com
▪ Smart shopper pesquisa, comprara e lê reviews dos produtos
▪ Mesmo na loja física, o consumidor compara e procura informação nos
smartphones
2. Coerência entre canais (touchpoints)
− Estratégia global e transversal de comunicação, mas local na implementação
− Desafio da comunicação consistente entre canais:
▪ Independente do meio (SMS, apps, social media, call center, mass media, etc.),
há que manter os valores da marca (Ex.: preço, variedade, atendimento,
qualidade, proposta de valor da marca, etc.)
3. Presença em touchpoints não tradicionais
− Apps, live streaming, shopstops, to be invented, etc.
− Reengenharia de processos
Exemplos:
− Usufruto de descontos em touchpoint diferente do touchpoint onde foi gerado o desconto (Ex:
APP Continente).
1. Ecrãs tácteis
− Interação com conteúdo virtual holográfico e/ou animado
− Permite que os consumidores sintam uma reação do ecrã ao toque, e conteúdos
apresentados
2. Realidade aumentada e realidade virtual
− Imagens geradas por computadores se sobrepõem e combinam com imagens reais
(realidade aumentada) ou produzem um ambiente totalmente virtual (realidade virtual)
3. Experiências sensoriais
− Estimulação de sentidos dos consumidores (Ex.: através de som, cheiro ou sabor do que
poderia sentir fazendo-o “sonhar” (Ex.: com um destino de férias ou recordações da
infância))
4. Exemplos:
− Sephora visual arstist
− CIN: simulador
As compras “sem limites” passam por permitir que os consumidores efetuem compras em
qualquer horas e em qualquer lugar.
Estas possibilidade tende a recorrer ao m-commerce (mobile commerce) e às novas tecnologias
(Ex.: 5G).
35
1. StoreMediagration
− Conctividade e velocidade dos dados e m-commerce, promove novas formas de
integração no retalho
2. Pervasive Shopping (compras generalizadas)
Compras
− A possibilidade de compra passa sempre por estar presente e de forma ilimitada:
sem limites
garantir que o consumidor compra quando, onde e como quer
3. Redes e twin spaces
− Espaços digitais (dos retalhistas ou de parceiros), onde os clientes podem encontrar a
continuação (ou alternativa) à loja física
4. Exemplos
− Farfetch: Lojas físicas em Londres com “Espelhos mágicos”
− Adidas: Interação com a loja através das montras (mesmo com a loja fechada)
• Apesar do maior crescimento de vendas ser online, a maior parte das vendas está nos pontos de
venda físicos tradicionais. Pelo que as lojas abrem também em formatos físicos (Ex.: lojas pop-
up que a Shein abriu, mesmo sendo muito popular online).
• Os clientes omnicanal são mais valiosos do que os clientes exclusivos “online” ou “offline”, pois
tendem a complementar as suas compras e a obter benefícios da frequência de mais lojas, e
maior pesquisa de informação.
• Demonstram também, mais envolvimento (engagement) com a insígnia do retalhista.
• Beneficiam da info que já detêm sobre a localização dos seus clientes online para localizar as suas
lojas.
• Por vezes, servem como Flagship stores (“lojas bandeira”)
o Lojas bandeiras: loja mais representativa da empresa ou insígnia; melhor loja da
insígnia; serve de exemplo; têm as melhores localizações e maior dimensão; são as lojas
visitadas por potências investidores
▪ Ex.: Pingo Doce Telheira
Retailtainment
• Marketing de retalho enquanto entretenimento
• Lojas enquanto locais de experiências agradáveis, associadas a diversão e/ou momentos de
convívio com outros clientes
• Utilização do ambiente, emoção, som e movimento para potenciar o interesse dos clientes nos
produtos e aumentar a sua disposição para permanecerem mais tempo no ponto de venda
• Pode envolver ações especiais:
o Visitas de celebridades às lojas
o Sessões de autógrafos
o Eventos – concertos, etc.
• Exemplos:
o Eataly (Supermercado + Restaurante + Escola de Cozinha)
o Tezenis no Centro Comercial Colombo – April Ivy
Lojas “híbridas”
• Lojas que combinam no mesmo espaço várias áreas com negócios distintos (e não propriamente
complementares), que têm cativado a atenção do consumidor
• Exemplos:
o Livrarias com restauração
o Barbearias com móveis para venda
o Miss Pavlova Cake & Co. na Rua do Almada, Porto – comercialização de sobremesas
combinado com venda de produtos vintage, souvenirs e vestuário
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• Pretendem reduzir os estímulos visuais e auditivos, tornando-se mais intimistas: garantir mais
tempo em loja e experimentação de produtos
• Podem estar associadas ao conceito: loja enquanto “centro de convívio”
• Centro de experiências agradáveis e calmas
• Exemplos:
o Lululemon; Lojas onde se pratica desporto; ...
Shop-in-shop
• Proprietário de uma marca ocupa um espaço ou stand dentro de outra loja ou espaço retalhista
• Inúmeros benefícios para os proprietários das marcas e para o dono do espaço/loja retalhista,
como por exemplo:
o Custos partilhados
o Marketing partilhado
o Captação de novos visitantes
o Oferta de novas experiências
o Etc.
37
o Previsão de vendas e de comportamentos de compra
o Otimização dinâmica de preços e promoções personalizadas
• Exemplos:
o “Lojas inteligentes”
o Smart Shelves – I.A. Ajuda a gerir stocks
Blockchain e sustentabilidade
• Permite rastrear produtos ao longo de toda a cadeia de abastecimento, garantindo transparência
o Quem produziu?
o Como foi efetuada a distribuição física dos produtos?
o Foi um processo sustentável em termos ecológicos?
o Cumpriu procedimentos legais e éticos (Ex.: não usou trabalho infantil)?
• Ex.: Walmart – carne de pouco da China
38
Tendências em 2022/2023
39
4. Marketing-mix no retalho
4.1. Análise estática e dinâmica no retalho
O ponto de venda
• Qualquer estabelecimento comercial com exposição de produtos ou serviços para a venda aos
consumidores
• Identidade visual construída para finalizar o processo de compra
• Compreende todo o cenário criado para proporcionar uma experiência de prazer no consumo
• Exemplos:
o Jogos de luzes
o Decoração
o Nível de conforto
o Climatização
o Música ambiente
o Aroma - “hipnotizar” o consumidor
o Entre outros detalhes, de modo a construir uma energia positiva para
auxiliar/influenciar o consumidor que visita o ponto de venda
• De todos os detalhes que compõem o retalling-mix (Localização, Sortido, Preço, Logística,
Serviços e Comunicação), a localização ocupa um destaque importante, como fator de sucesso
Localização
40
• Pode constituir um fator de vantagem competitiva e é pouco flexível
Uma das decisões mais importantes que um retalhista pode tomar, é onde localizar uma nova loja,
porque:
• A conveniência e proximidade são muito importantes para o consumidor
• Uma loja pode falhar por uma má localização
Localização comercial
Fatores a considerar:
Potencial económico:
• Análise demográfica (população atual/futura)
• Económica (rendimento, despesas, consumo)
• Social (classes sociais, classes socioprofissionais, estilos de vida)
Concorrência:
• Inventaria todos os possíveis concorrentes e seus sistemas de venda
• Identificar a concorrência direta/intratipo: ocorre entre 2 formatos comerciais semelhantes,
como é o caso de um supermercado quando concorre com outro
• A concorrência indireta/intertipo: ocorre entre 2 formatos ≠s, mas quando se cruzam
parcialmente no sortido
o Ex.: hipermercado e loja de departamento
Custos operacionais e de implementação da loja:
• A localização do ponto de venda pode ser excelente sob todos os pontos de vista, mas os seus
custos, sendo excessivos, podem inviabilizar a sua rentabilidade:
o Acessos a cargas e descargas, encargos municipais, custos publicidade,
regulamentações específicas, etc.
o Custos do terreno
o Custo de compra, trespasse, arrendamento
o Custo da construção, projetos de arquitetura
o Equipamentos (móveis, expositores, etc.)
Características intrínsecas do próprio ponto de venda:
• Ao estudar a localização do ponto de venda, é importante analisar também as caraterísticas
físicas do próprio local e loja:
o Dimensão da loja ( 𝑚 2)
o Forma da loja (retangular, quadrada, redonda, etc.)
o Acessibilidade (acessos pedonais, transportes públicos, etc.)
o Visibilidade (capacidade que o ponto de venda possui para ser visto)
o Fachada e montra(s)
41
Aspetos a considerar no processo de localização
42
Localização comercial: modelos e métodos
43
Assim, até ao limite de 31,4 Km a cidade do Porto exercerá a sua influência comercial, atraindo
as populações que aí se situem, enquanto o alcance da área de influência da cidade de Braga só vai até
21,6 Km.
44
Exercício 1:
45
Exercício 2:
Métodos empíricos
46
o Vendedores
o Agentes
o Grossitas
o Etc.
• Expansão: permitem determinar áreas geográficas mais adequadas para abrir ou reposicionar
pontos de venda, bases logísticas, etc.
• Mercado potencial: determinar potencial e quota de mercado através modelo analítico (Ex.:
gravidade) que tem as principais caraterísticas do setor de atividade em estudo
47
4.2. Posicionamento no retalho
Conceito de posicionamento
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Notas:
• Pode ser efetuada uma segmentação dos inquiridos, de forma a termos resultado por segmento
de clientes;
• Pode ser estabelecida uma diferenciação geográfica das respostas;
• Pode ser estabelecida diferença entre Clientes e Não Clientes;
• Os atributos podem ser tangíveis ou intangíveis (Ex.: atributos relacionados com a personalidade
da marca).
O ponto de venda
49
Imagem do ponto de venda
• Resultado da perceção global dos atributos da loja (tangíveis e intangíveis), realizada pelo
consumidor em relação ao universo das lojas conhecidas
• Criar atmosfera que reflita a essência do conceito do ponto de venda, imagem e posicionamento
que se pretende transmitir ao consumidor
• “São as características gerais de qualidade e desenho com que se pretende exprimir o carácter
ou personalidade da loja imediatamente reconhecida pelo consumidor”- Rouseau, José
• Transmitida por dois elementos, que deverão refletir harmonia:
o Decoração interior
o Desenho exterior
Insígnia
• Concretiza-se através de um nome, termo, símbolo, sinal, desenho ou
combinação de todos eles, que devem ser de bom gosto
• Objetivo: identificar os bens ou serviços
• Tem de estar de acordo com a imagem que se quer projetar a loja
• Tornar um elemento identificativo que individualiza o estabelecimento
e o diferencia da concorrência
• Deve ser colocada na parte externa com visibilidade
Montra
• A montra é o primeiro contacto que qualquer cliente tem com uma loja
• Meio de comunicação essencial entre o retalhista e a sua clientela
• Quando bem concebida reflete a estratégia comercial da loja
• Uma pessoa leva 30 segundos para decidir se gostou ou não de uma
montra e faz com que tome a decisão de entrar ou não na loja
• Montra tem de ser muito mais que atrativa
• Despertar interesse e curiosidade, o cliente se sinta à vontade para
entrar e descobrir o espaço e restantes propostas (ambiente e serviços)
• 85% das decisões de compra verificam-se dentro do Ponto De Venda,
70% das compras são realizadas após o impacto de uma montra e 55%
das decisões de compra não são planeadas (compras por impulso)
• Para que a compra se verifique, é necessário que a montra cumpra o seu
papel:
50
o Ser o cartão-de-visita do retalhista
o Captar o interesse do potencial cliente num espaço curto de tempo, devendo evitar-se
a exposição de muitos produtos sem sentido
o Transmitir a promessa de qualidade, preço, variedade, moda, tornando mais desejáveis
os produtos do retalhista
• Funções:
o Missão: atrair o cliente, passar a imagem da loja e comunicar o conceito; cliente ao
passar em frente a uma montra tem de parar, olhar e dizer UAU!!
o Chamar a atenção, dar a conhecer
o Produzir sensações fortes
o Transmitir uma imagem própria
o Atrair o comprador, aumentar a procura
o Aumentar a fidelidade e reter os clientes
o Diferenciar-se da concorrência
o Aumentar os lucros
• Classificação das montras segundo a natureza dos produtos expostos
o Montras informativas: preocupação principal, dar a conhecer artigos novos ou menos
divulgados
o Montras de prestígio: beleza dos artigos expostos provocam um impacto visual que
confere prestígio ao estabelecimento
o Montras de estação: aquelas em que se expõem no início da estação os novos artigos e
as tendências do mercado
o Montras promocionais: onde se expõem os produtos em promoção e se apela à
oportunidade de compra
o Montras de preço: onde se destaca o preço, sendo este o principal motivo de venda
• Elementos que constituem a montra
o Artigos: devem ser selecionados os artigos do sortido que tenham maior impacto visual
(cor, forma, desenho, textura), tendo a preocupação de não encher a montra
o Simplicidade: na apresentação física e psicológica dos produtos, transmitindo uma
mensagem clara, sóbria e elegante.
o Criatividade: de acordo com o tipo de produto a expor, segmentação e posicionamento
da loja.
o Psicologia: tem por função captar a atenção, despertar o interesse e o desejo pela
compra, evidenciar
o Cores: provocam reações, sensações e evocações que exercem uma influência nos
sentidos do consumidor.
o Linhas: desempenham um papel importante no desenho das formas e figuras e na
divisão de espaços e ambientes, assim como na condução do olhar para pontos
específicos (linhas verticais aumentam a sensação de altura, horizontais aumentam a
sensação de largura, diagonais sugerem ação, curvas movimento).
o Luz: pode produzir efeitos positivos e negativos na exposição dos produtos. Luzes
fluorescentes podem alterar as cores.
• Temperatura da montra
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Tipos de Fachada
• Frente reta: fachada fica paralela à rua, ou corredor do shopping
o Vantagem: aproveitamento do espaço interior da loja
o Desvantagem: monotonia
• Frente arcada para dentro: fachadas e vitrines com entradas em recuo
o Vantagem: maior espaço para exposição
o Desvantagem: menor área interna de loja.
Entrada da loja
• Lojas pequenas por norma têm apenas uma entrada.
• Estimular o cliente a entrar com segurança, espaço e conveniência.
• Uma boa iluminação, piso plano, sem degrau se materiais não escorregadios
são características desejáveis.
• As portas devem ser transparentes para permitir observar o interior da loja,
fáceis de abrir, amplas (mais de 1 metro) e sem obstáculos à entrada.
• Estabelecimentos com < 100 𝒎𝟐 : entrada e saída sejam as mesmas (lado
direito da loja), de modo a rendibilizar a superfície de venda.
• A existência de mais do que uma entrada (opostas) pode aumentar o fluxo
de compradores e reduzir substancialmente as zonas frias da superfície de
venda, enquanto aumenta a necessidade de segurança, para evitar roubos.
• Se houver uma porta central, o cliente, por norma, dirige-se para a direita.
• O fundo das lojas é com frequência um local de pouca atração.
• Pode-se alterar este comportamento do cliente criando:
o Ex.: polos de atracão no fundo da loja- produtos de forte rotação, jogos de iluminação,
produtos complementares, promoções...
52
Fatores da apresentação interna da loja
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Organização interna
A organização interna do mobiliário da loja, está dependente do posicionamento, tipo de
mercadoria, dimensão, custo, segurança, que se pretendam para a loja.
Podemos encontrar três tipos diferentes de layout, que na prática podem surgir mais ou menos
adaptados ou combinados:
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Desenho dos passeios
A largura dos passeios por onde circulam os clientes, são muito importantes, principalmente nos
estabelecimentos em regime de livre serviço. Os passeios podem-se classificar em:
• Passeio de aspiração
o Passeio mais largo, situa-se entre o ponto de acesso e o fundo do estabelecimento em
linha reta
• Passeios principais
o Podem ser mais do que um e atravessam a loja lateralmente, facilitando a circulação do
comprador
• Passeios de acesso
o São os mais estreitos e menos profundos, servindo para que o comprador possa realizar
a compra nas melhores condições
As caixas e o balcão
• As caixas deverão localizar-se num local de fácil acesso aos clientes.
• Junto à caixa, podem-se colocar produtos que facilitam a compra impulsiva (bombons, pastilhas
elásticas, lâminas de barbear, revistas, etc.).
• Em lojas de formato quadrado, a caixa poderá estar do lado esquerdo da entrada, de modo que
o cliente descubra todos os produtos da loja antes de chegar à caixa.
• Numa loja, sob o comprido, pode-se colocar a caixa no fundo da loja, de modo a atrair o cliente
para o fundo da loja, depois de se ter dado uma volta por um dos lados.
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Quanto vale cada um dos meus pontos de venda?
• Quantos clientes passam na minha loja por dia? Quantas transações? Quantas visitas? (tem
valor para fornecedores...)
o Ex.: Passam mais pessoas num topo de gondola da Wal-Mart, do que as que veem um
anúncio em TV em Prime-time. → Como compara com outros meios de comunicação
(Cobertura e afinidade com segmentos de clientes?)
• Influencia no momento da compra, de forma direta, com aumento da taxa de conversão
• Diferencia da concorrência
• Aumenta tráfego de clientes / frequência
• Aumenta cesta / cabaz médio
• Proporciona uma experiência única ao consumidor
• Potencial para marketing sensorial: sons, tocar e experimentar os produtos, marketing olfativo.
• Interação com colaboradores, e outros clientes (nomeadamente nas caixas)
Nota: Não traz pessoas à loja (apenas através da satisfação do cliente, e posterior compra repetida), tal
como a comunicação o faz.
Planogramas
Critérios de Implantação
• Critérios de segmentação e compras por impulso (árvores de decisão?)
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• Iluminação / design dos expositores
• Para exposição de artigos, ou utilização de caixas expositoras
• Linear mínimo (implicações para ruturas e stocks excessivos) /no de facings
• Nível dos olhos, mãos e solo
• Horizontal, vertical, profundidade
• Indicadores económicos
Análise de rentabilidade
Necessidade de automatização / softwares
• JDA, AC Nielsen, ...
Oportunidades
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Manual de equipamentos e stocks visualização do planograma
Visualização de indicadores
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Áreas sazonais e promocionais
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Algumas notas
Responsabilização
Devem ser dadas indicações gerais sobre responsabilidade da comunicação nestes 3 níveis, para todas as
lojas da insígnia:
• Áreas permanentes VS Áreas promocionais
• Papel dos Inquéritos, Observação direta no ponto de venda; análise de transações e cartão
cliente.
60