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973 - Curso Técnico de Turismo Ambiental e Rural

8850 - Turismo e Técnicas de Gestão

ACORES-10-5571-FSE-000081

3.º Ano - 2019/2020

UFCD 4320 - GESTÃO E ANÁLISE FINANCEIRA


ufcd 4320 – Gestão e análise financeira

1.A função financeira na empresa

1.1.Conceitos

A função financeira de uma empresa ocupa-se da obtenção, utilização e controle dos


recursos financeiros, de forma a maximizar o valor da empresa, desenvolvendo atividades
que visem:
 A determinação das necessidades de recursos financeiros (através do planeamento
das necessidades, inventariação dos recursos disponíveis, previsão dos recursos a
libertar pela exploração e cálculo dos recursos a obter fora da empresa),
 A obtenção de recursos da forma mais vantajosa (em termos de custos e prazos,
condições fiscais, procura de equilíbrio entre a composição dos capitais próprios e
alheios),
 A aplicação criteriosa e racional dos recursos (a fim de obter uma estrutura
financeira adequada e bons níveis de eficiência e rendibilidade),
 O controlo das aplicações de fundos (através da comparação entre previsões e
realizações e pela análise dos desvios)
 A avaliação da rendibilidade dos investimentos (quer da empresa como um todo,
quer por tipo de capitais utilizados).

A função financeira engloba a gestão financeira e a análise financeira.

A gestão financeira abrange o conjunto de técnicas que visam:


 A obtenção regular e oportuna dos recursos financeiros necessários ao
funcionamento e desenvolvimento da empresa, ao menor custo possível e sem
alienação da sua independência,
 O estudo e controlo da rendibilidade,

Podendo ser aplicada numa perspetiva:


 De médio longo prazo (quanto a políticas de investimento e de financiamento,
distribuição de resultados ou estrutura e nível dos capitais permanentes),

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 De curto prazo (relativamente à gestão dos ativos e passivos circulantes, tais como,
disponibilidades, gestão dos créditos de/a terceiros, desconto de títulos, gestão de
stocks e tesouraria).

Desta forma, são objetivos da gestão financeira:


 Fazer o planeamento financeiro de médio longo prazo (Planos Financeiros) e de
curto prazo (Orçamentos de Tesouraria),
 Assegurar a gestão da tesouraria,
 Estudar as decisões de investimento e selecionar as fontes de financiamento,
negociar financiamentos,
 Estudar políticas de amortização do imobilizado, constituição de provisões e
distribuição de resultados,
 Assegurar a estrutura financeira mais adequada,
 Manter a integridade do capital e promover o seu reforço,
 Permitir a constante solvibilidade da empresa,
 Assegurar a rendibilidade dos capitais investidos
 Controlar origens e aplicações de fundos.

1.2.Objetivos

A análise financeira aplica-se aos acontecimentos com relevância no plano económico (ou
da criação de excedentes) e no plano financeiro (ou respeitantes ao efeito do tempo sobre
o valor patrimonial).

Quer já tenham sido verificados (como sejam, resultados obtidos em negócios, contas de
exercícios terminados, comportamentos de custos ou dos proveitos num dado período,
formação de stocks, crédito concedido a terceiros e outros), quer a estudos e previsões de
acontecimentos a verificar hipoteticamente no futuro (como sejam, desenvolvimento de
atividades, abertura de mercados, financiamentos, aplicações de capital, admissão de
novos sócios, aumentos de capital, concessão de crédito a clientes, oportunidades de novos
negócios e outros).

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Para fazer a análise financeira é necessário dispor (e, por vezes, observar em detalhe) de
correta informação contabilística, pelo que se torna necessário que esta atividade esteja
devidamente organizada e com os seus arquivos e registos absolutamente em dia.

Compete à análise financeira a recolha de dados e o seu estudo, a fim de fornecer


informações relevantes ao gestor financeiro, através de um conjunto de técnicas que visam
o estudo passado e presente da situação económico-financeira da empresa, com vista a
determinar a sua provável evolução futura.

A análise financeira pretende obter resposta às seguintes questões:


 A empresa é lucrativa?
 Como é obtido o lucro?
 O que aconteceu no ano anterior?
 Qual nível de faturação da empresa?
 Está muito endividada?
 Que investimentos foram realizados?

O seu objeto consiste em caracterizar a situação económica e financeira da empresa e a


sua evolução ao longo de certo período de tempo (normalmente de 3 a 5 anos), com base
no estudo das demonstrações financeiras e respetivos anexos.

É importante verificar se:


 A empresa dispõe dos meios financeiros adequados às necessidades operacionais,
ou pode vir a dispor deles sem criar relações de dependência perante terceiros –
EQUILÍBRIO FINANCEIRO;
 A empresa tem capacidade de gerar valor ou rendimento que permita satisfazer
todos os agentes com interesses na organização e garantir a sua sobrevivência e
expansão a longo prazo – RENDIBILIDADE/ PRODUTIVIDADE.

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2.Os mecanismos financeiros na empresa

2.1.Os fluxos reais e os fluxos monetários

A diferenciação das condições de desenvolvimento económico, tecnológico, financeiro e


social de sectores e empresas numa economia, bem como as finalidades distintas a atingir
pelos analistas financeiros, explicam, no essencial, as diferenças de métodos (o modo como
o trabalho se faz) de caso para caso.

Os métodos da análise financeira aplicam-se ao estudo dos fluxos económicos da empresa


e à sua intervenção no processo de criação de valor.

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Chamam-se fluxos económicos os movimentos de bens, serviços e meios monetários, da


empresa para o exterior e vice-versa.

Quando esses fluxos são constituídos por ‘bens e serviços’, são ‘fluxos reais’ e ocasionam
‘despesa’ (se a empresa os adquire) ou ‘receita’ (se a empresa os vende).

Quando esses fluxos são constituídos por ‘meios monetários’ (dinheiro, cheques ou meios
equivalentes) são designados por ‘fluxos monetários’ e geram ‘pagamentos’ (ou
desembolsos) ou ‘recebimentos’ (embolsos).

Despesas e receitas

As ‘despesas’ das empresas são compromissos, em geral assumidos para com fornecedores
e destinam-se a:
 1 Adquirir equipamentos (imobilizado);
 2 Adquirir bens para aprovisionar (existências);
 3 Pagar serviços;
 4 Adquirir bens para consumo (imediato ou quase imediato).

As despesas das empresas são faturadas pelos fornecedores/credores.

As ‘receitas’ das empresas são direitos, em geral constituídos perante clientes e provém de:
(i) faturação de bens ou serviços prestados; (ii) alienação de património. As receitas das
empresas dão lugar à emissão de faturas, a enviar aos seus clientes/devedores.

Pagamentos e Recebimentos

Os ‘pagamentos’ representam a regularização monetária (no imediato ou no futuro) das


despesas efetuadas. São saídas em dinheiro ou por cheques emitidos.

Os ‘recebimentos’ representam a regularização monetária (no imediato ou no futuro) das


receitas geradas. São entradas em dinheiro ou por cheques recebidos.

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Custos e Proveitos

Os ‘custos’ são gerados pela utilização e consumo (dos bens ou dos serviços) numa
atividade produtiva.

Os valores que se registam como ‘custos’, ou são de bens e serviços diretamente


adquiridos para a produção, ou (no caso das matérias-primas e dos bens intermédios)
respeitam a saídas de ‘stocks’ anteriormente aprovisionados, para uma finalidade específica
(fabricar um produto, reparar um equipamento, realizar uma tarefa administrativa, etc.).

A distribuição analítica dos ‘custos’ pelas atividades em que são incorporados é uma
‘imputação ou distribuição de custos’ (uma forma de débito interno).

Os “proveitos” são gerados pela entrega de bens ou pela prestação de serviços a terceiros
(aqueles com quem temos transações). Os valores que se registam como ‘proveitos’ têm
associada a emissão de uma fatura (ou documento equivalente, como é o caso da nota de
débito para certos casos especiais).

A distribuição analítica dos ‘proveitos’ pelas atividades geradoras, chama-se ‘imputação ou


distribuição de proveitos’ (uma forma de crédito interno).

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3.O ciclo financeiro

OPERAÇÕES DE INVESTIMENTO

 Ciclo de Operações de Investimento - tem origem na aplicação de recursos


financeiros em ativos fixos corpóreos, incorpóreos e/ou financeiros e termina
aquando da sua realização.
 Ciclo Financeiro das Operações de Investimento – ocorre aquando da
aquisição dos elementos necessários à execução do investimento (aquisições de
terrenos, equipamentos, viaturas, estudos, participações financeiras, etc.,.) e
termina aquando da sua liquidação.

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OPERAÇÕES DE EXPLORAÇÃO

 Ciclo de Operações de Exploração – encontra-se ligado à atividade produtiva da


empresa, e tem origem na aquisição de matéria-prima ou de serviços prévios ao
processo de produção e termina na venda do produto ou da prestação do seu
serviço. O seu Âmbito abarca a aquisição, aprovisionamento, produção,
armazenagem e comercialização do produto.
 Ciclo Financeiro de Operações de Exploração – inicia-se com a compra de
matérias-primas, materiais ou serviços necessários à produção e só termina
aquando do recebimento dos meios financeiros pela venda do produto ou pela
prestação do serviço. Para além das etapas do Ciclo de Operações de Exploração,
engloba ainda a concessão de crédito e a sua cobrança.

OPERAÇÕES FINANCEIRAS

 Ciclo de Operações Financeiras – está bastante ligado aos fluxos financeiros


autónomos e é constituído pelo conjunto de operações financeiras que decorrem
dos pagamentos, recebimentos, financiamentos e repartição de dividendos.
 Podemos distinguir neste ciclo dois subciclos:
o Ciclo de Operações de Capital (que tem por objeto a obtenção de fundos
permanentes para o financiamento de ativos fixos)
o Ciclo de Operações de Tesouraria (que tem como finalidade assegurar
os meios financeiros de curto prazo necessários ao ciclo de exploração).

4.Elementos que servem de base à análise da função


financeira

4.1.O balanço

O Balanço, atendendo à sua natureza formal, é um documento estático, um quadro


resumido do inventário geral da empresa, comparativo de elementos expressos em
unidades de valor, em determinada data.

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É o mapa que nos dá a posição financeira da empresa, ou seja permite identificar os


elementos do ativo liquido, passivo e do capital próprio agrupados em rubricas pré-
definidas.

O balanço avalia a riqueza, isto é, o valor da empresa mas não demonstra o seu resultado,
apenas o apresenta em valor total.

O Balanço procura fazer a comparação entre o Ativo e o Passivo, estabelecendo a sua


diferença o Capital Próprio.

Capital próprio: é o valor líquido do património de


uma empresa. O capital próprio é a diferença entre
os ativos e passivos, ou seja, a diferença entre tudo
aquilo que a empresa possui e deve a terceiros.

Em toda a atividade, há o interesse em, ao proceder-se à comparação entre aqueles dois


grupos de valores, obter uma diferença (CP) cada vez maior, de modo que o Ativo supere o
Passivo.

Porém, nem sempre assim acontece. Por motivos vários, pode suceder que, no fim de
determinado exercício económico, os valores que a empresa dispõe (Ativo) sejam inferiores
às obrigações que a empresa tem para com terceiros (Passivo). Nesse caso, a comparação
entre o Ativo e o Passivo traduzirá um prejuízo e o Capital Próprio da empresa será
negativo.
Quando o seu passivo seja manifestamente superior ao ativo, e com dificuldade em cumprir
com as suas obrigações vencidas, a empresa estará numa situação de insolvência.

O balanço traduz sempre um equilíbrio entre três grandezas: Ativo, Passivo e Capital
Próprio.
Na sua forma mais simples, é passível de representação através de duas colunas verticais:
na primeira representa-se o Ativo e na segunda figuram o Passivo e o Capital Próprio.

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O equilíbrio patrimonial pode ser representado algebricamente na igualdade, conhecida por


equação geral do balanço:

A = P + CP

O balanço é um documento contabilístico que reflete a situação financeira da empresa num


determinado momento listando os bens e os direitos (o ativo), e as obrigações da empresa
perante terceiros (o passivo).

Doutro ponto de vista, o ativo reflete os investimentos efetuadas na empresa, e o passivo é


de onde saíram os fundos que financiaram esses investimentos.

Segue-se o exemplo de um balanço (figura A):

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Neste exemplo, podem-se observar as principais características do balanço:


• Está sempre mencionada uma determinada data
• Expressa-se em unidades monetárias
• O total do ativo é sempre igual ao total do passivo.

4.2.A demonstração de resultados

Trata-se do documento contabilístico que evidencia o nível de atividade da empresa e a


forma como o resultado líquido (positivo, negativo ou nulo) é atingido no decurso de
determinado período de tempo. É um documento de avaliação do desempenho económico
da empresa num determinado período e a forma como ele estruturalmente foi atingido.

Resultado Operacional

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Diz respeito ao lucro ou prejuízo gerado na atividade da empresa e obtêm-se pela diferença
entre os proveitos (vendas) e os custos ligados ao ciclo de exploração

Resultado de Exploração = Proveitos de Exploração – Custos de Exploração

Resultado Financeiro
Respeita aos lucros ou prejuízos decorrentes das decisões financeiras da empresa e apura-
se pela diferença entre os proveitos financeiros e os custos financeiros.

Resultado Financeiro = Proveitos Financeiros – Custos Financeiros

Resultado Corrente = Resultado de Exploração + Resultado Financeiro

OU

Resultado Corrente = Total dos Proveitos de Exploração Financeiros – Total dos


Custos de Exploração e Financeiros

Resultado Extraordinário

Traduz a diferença entre os custos com natureza extraordinária e os proveitos da mesma


natureza constatados no exercício.

Resultado Extraordinário = Proveitos Extraordinários – Custos


Extraordinários

Resultado Líquido

É o resultado global da empresa incorporando, por isso, os resultados correntes e


extraordinários, bem assim como, o imposto sobre o rendimento (lucro) suportado pela
empresa.

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A demonstração de resultados pode ser apresentada em três formas:


 Por Natureza;
 Por Funções;
 Para efeitos de Análise Financeira.

Demonstração de Resultados por Natureza

 A apresentação da Demonstração de Resultados por Natureza agrega os proveitos e


os custos da empresa pela homogeneidade da sua natureza.
 As rubricas que a constituem agrupam um conjunto uniforme de proveitos e custos
privilegiando o critério cronológico da ocorrência de custos no ciclo de exploração
da empresa.

Demonstração de Resultados por Funções

 Nesta modalidade o Resultado Líquido é apurado pela evidência dos proveitos e dos
custos agregados de forma funcional, fazendo-se a arrumação no respeito da
enumeração das funções clássicas da empresa: Produção, Distribuição,
Administrativa e Financeira.

Demonstração de Resultados para efeitos de Análise Financeira

 A demonstração de resultados para efeitos de análise financeira agrega os custos


de acordo com a natureza da sua relação com os proveitos.
 A estruturação dos custos é feita em custos fixos e custos variáveis, ou
proporcionais, e custos fixos, ou de estrutura.
 Os custos variáveis são aqueles que se relacionam na proporção direta do
comportamento dos proveitos, enquanto que os custos fixos têm um carácter
autónomo relativamente ao volume das vendas.

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5.Análise económico-financeira da empresa

5.1.Critérios de análise

Os métodos da análise financeira destinam-se a assegurar a máxima compreensão por


parte de não-especialistas (como são, afinal, a maioria dos gestores de empresa) no que se
refere aos procedimentos, recomendações e conclusões da análise.

A par do rigor e credibilidade técnica (no plano nacional e internacional) que deve
assegurar, a
Análise financeira deve também proporcionar apoio para as decisões empresariais na
vertente económico-financeira, considerando condições concretas de complexidade de
estruturas e de negócios, de desenvolvimento dos mercados e de globalização das
economias.

Os elementos-base da análise são, como se sabe, as contas preparadas na ótica fiscal. O


analista tem, portanto, que saber compatibilizar e validar tais dados (cuja natureza é
estática) por forma a obter indicadores adequados às condições (essencialmente
dinâmicas) da gestão.

Entretanto, por razões de simplificação, assume-se que existem dois métodos, sendo um
designado por ‘estático’ (ou clássico) e o outro por ‘dinâmico’ (ou de mudança), com
características distintas (na forma e no conteúdo).

Análise estática

A análise financeira estática (ou clássica) é orientada para a visão da ‘empresa estável’, que
assegura sem grandes alterações a sua continuidade.

Parte das demonstrações contabilísticas fundamentais (balanço e demonstração de


resultados) são corrigidas para evidenciar ‘reservas ocultas (ativos subavaliados e custos

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sobreavaliados) e ‘prudência fiscal’ (nível das provisões e amortizações), na ótica da análise


bancária para concessão de crédito.

Os indicadores são em geral rácios simples referentes a períodos longos (anuais ou


semestrais) com validação quantitativa (comparação numérica).

A análise estática é bastante utilizada em relatórios de contas das grandes empresas


participadas pelo estado.

A comparação sectorial dos indicadores (da estrutura financeira, da rendibilidade e do


equilíbrio assume importância primordial nas conclusões.

Análise Dinâmica

A análise financeira dinâmica (ou de mudança) é orientada para a gestão estratégica (a


visão criativa do futuro) e para o planeamento a curto prazo – e, portanto, para a visão da
empresa como um sistema com características próprias e movimentos próprios,
diferenciados, de que a componente financeira é parte integrante.

As contas para análise são relativas a períodos curtos (trimestre ou mês) e é dada bastante
atenção à análise das variações dos fluxos económico-financeiros em períodos
consecutivos.

A retificação dos balanços tem como objetivo evidenciar ‘o valor da empresa’ que se
exprime, aliás, na dinâmica das origens e aplicações de fundos.

A comparação sectorial (baseada nos indicadores clássicos) assume, neste contexto,


relativo interesse. Preferência por informação estatística (interna e externa), análises dos
mercados e do ambiente concorrencial.

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5.2.Análise gráfica do Balanço

Enquadra-se no estudo dinâmico dos documentos e da sua estrutura económica e


financeira em diferentes períodos para analisar a sua evolução. A comparação pode ser
feita em valores absolutos, em percentagens, em gráficos e em números índices.

Comparação de Balanços sucessivos em valores absolutos e percentagens


e variações

Rubricas Datas
2013 % 2014 % Aum/Dim Variações

ACTIVO
Ativo não corrente
Ativos fixos tangíveis 181.146€ 57,04% 163.338€ 49,58% -17.808€ -9,83%
Propriedades investimento 27.459€ 8,65% 26.399 8,01% .1.060€ -3,86%
Ativos tangíveis 66.494€ 20,94% 88.560 26,88% 22.066€ 33,18%
Total Ativo não corrente 275.099€ 86,63% 278.297 84,48% 3.198€ 1,16%
Ativo corrente
Inventários 7.042€ 2,22% 7.512 2,28% 470€ 6,67%
Clientes 25.558€ 8,05% 35.099 10,65% 9.541€ 37,33%
Outras contas a receber 2.974€ 0,94% 1.592 0,48% -1.382€ -46,47%
Caixa 1.888€ 0,59% 800 0,24% -1.088€ -57,63%
Depósitos bancários 5.000€ 1,57% 6.130 1,86% 1.130€ 22,60%
Total do ativo corrente 42.462€ 13,37% 51.133 15,52% 8.671€ 20,42%
Total do ATIVO 317.561€ 329.430 11.869€ 3,74%
CAPITAL PRÓPRIO
PASSIVO
Capital próprio
Capital realizado 75.000€ 23,62% 75.000 22,77% - 0,00%
Reservas legais 5.000€ 1,57% 7.000 2,12% 2.000€ 40,00%
Resultado líquido do 11.600€ 3,65% 18.523 5,62% 6,923€ 59,68%
período
Total do capital próprio 91.600€ 28,84% 100.523 30,51% 8.923€ 9,74%

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Passivo
Passivo não corrente
Financiamentos obtidos 112.128€ 35,31% 91.455 27,76% -20.673€ -18,44%
Total passivo não 112.128€ 35,31% 91.455 27,76% -20.673€ -18,44%
corrente
Passivo corrente
Fornecedores 15.561€ 4,90% 34.005 10,32% 18.444€ 118,53
%
Estado e outros entes 7.285€ 2,29% 12.789 3,88% 5.504€ 75,55%
públicos
Financiamentos obtidos 53.975€ 17,00% 70.920 21,53% 16.945€ 31,39%
Outras contas a pagar 37.012€ 11,66% 19.738 5,99% -17.274€ -46,67%
Total do passivo corrente 113.833€ 50,38% 137,452 60,05% 23.619€ 20,75%
Total do passivo 225.961€ 71,16% 228.907 69,49% 2.946€ 1,30%
Total Capital Próprio e 317.561€ 29.430 11.869€ 3,74%
Passivo

Ao analisarmos este Balanço e depois de efetuarmos os cálculos necessários para uma


correta análise verificamos que:

Ativo não corrente

o O peso do Ativo não Corrente do Balanço Total diminui de 86.63% em 2013 para
84.48% em 2014.

o Apesar dos Ativos Intangíveis terem aumentado de 20.94% em 2013 para 26.88%
em 2014 não foi o suficiente para que o Ativo não Corrente aumentasse.

o Alem disso houve uma grande diminuição da rubrica Ativos Fixos Tangíveis que
diminuíram de 57.04% em 2013 para 49.58% em 2014.

o Contudo o Ativo Não Corrente apresenta uma variação de 1.16% em 2014 face a
2013.

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Ativo Corrente

o O peso do Ativo Corrente aumentou no Balanço Total de 13.37% em 2013 para


15.52% em 2014.

o A rubrica que mais contribui para este aumento foi Clientes que aumentam o seu
peso Total no Balanço de 8.05% em 2013 para 10.65% em 2014.

o o Total do Ativo Corrente apresenta também uma variação de 20.42% em 2014


face a 2014.

Capital Próprio

o O Capital Próprio aumentou o seu peso no Balanço Total de 28.84% em 2013 para
30.51% em 2014.

o A rubrica que mais contribui para este aumento foi o Resultado Liquido do Período
que aumentou o seu peso no Balanço Total de 3.65% em 2013 para 5.62% em
2014.

o Apesar de ter diminuído o peso no Balanço Total de 23.62% em 2013 para 22.77%
em 2014 o Capital Realizado não alterou em nada o peso Total do Capital Próprio
pois este apresenta uma variação de 9.74% em 2014 face a 2013.

Passivo

o O Passivo diminui o seu peso no Balanço Total de 71.16% em 2013 para 69.49%
em 2014.

o O Passivo não Corrente teve uma diminuição no peso total do Balanço devido a sua
única rubrica (Financiamentos Obtidos) que diminui de 35.31% em 2013 para
27.76% em 2014.

o Apesar de varias rubricas do Passivo Corrente terem aumentado o seu peso no


Balanço Total como por exemplo os Fornecedores que tiveram um aumento de
4.90% em 2013 para 10.32% e os Financiamentos Obtidos que passaram de 17%
em 2013 para 21.52% em 2014 não foi suficiente para cobrir a diminuição existente
no Passivo.

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o Contudo o Passivo apresenta uma variação de 1.30% em 2013 face a 2014.

5.3.Mapa de Origem e Aplicação de Fundos

A comparação do último balanço da empresa com os anteriores, em termos absolutos,


permite obter facilmente uma visão direta e rápida da evolução da sua situação financeira,
através das mutações havidas nas diferentes massas patrimoniais.

O quadro elaborado para este efeito costuma designa-se por mapa ou quadro de mutações
de valores, o qual serve de base para apreciação das origens e aplicações de liquidez,
através do Mapa de origens e aplicações de fundos (MOAF)

O estudo de balanços sucessivos deve ser completado com análise crítica do MOAF que vai
permitir o estudo da interdependência das variações das diversas rubricas de balanço. O
MOAF é elaborado na base do Mapa de Mutação de Valores.

A simples constatação dos acréscimos e decréscimo das diversas rubricas do balanço, em


anos seguidos, permite a obtenção de certas informações, e sobretudo interrogações, com
interesse sobre a situação da empresa, que foram aprofundadas e esclarecidas através de
outros métodos de análise.

Mapa de Origem e Aplicação de Fundos (MOAF)

Quando observamos e analisamos um Balanço e uma Demonstração de Resultados nada


nos é dito sobre algumas vivências da empresa, nomeadamente:

o Que investimentos foram efetuados?

o Como foram financiados esses investimentos?

o Como foi financiada a atividade corrente?

o Se foram distribuídos lucros, etc.

O Mapa de Origens e Aplicação de Fundos vem responder a estas perguntas.

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O Mapa de Origem e Aplicação de Fundos é um dos mapas financeiros mais importantes e


utilizados na contabilidade e na análise financeira de empresas. Representa um conjunto de
fluxos de carácter monetário verificado numa determinada empresa e num determinado
período.

O principal objetivo do MOAF é a compreensão das razões dos aumentos e diminuições do


fundo de maneio (relação entre o ativo circulante e o passivo circulante) num determinado
período.

5.4.Método dos Indicadores ou Rácios

Um dos métodos de análise financeira mais utilizados e divulgados é a análise de rácios ou


indicadores.

Esta análise, ainda que envolva riscos e deficiências que obrigam a algum cuidado no seu
uso e interpretação, baseia-se no cálculo de determinadas relações entre as principais
contas e valores das Demonstrações Financeiras de uma empresa.

Obtêm-se assim valores facilmente utilizáveis e comparáveis e que são, por esse motivo,
um dos métodos preferidos de análise financeira.

Vantagens:
 Entre os métodos de análise, é o mais prático, mais fácil de construir e mais rico em
conclusões.

Desvantagens:
 São apenas um simples instrumento que não substitui a apreciação do analista.
 Um rácio isolado pouca informação fornece.
 Quantificam, indiciam, mas não explicam.

Fundo de maneio líquido

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O Fundo de Maneio (FM) é um indicador do equilíbrio financeiro da empresa. Está


associado ao grau de liquidez das aplicações de fundos e ao grau de exigibilidade das
origens de fundos.

Através da sua criação a empresa assegura a todos os momentos a normalidade da sua


atividade a curto prazo evitando ruturas de tesouraria.

Considera-se assim, que o fundo de maneio é uma margem de segurança da empresa.

O equilíbrio financeiro na estrutura de capitais de uma empresa existe se for observada a


regra do equilíbrio financeiro mínimo: os capitais utilizados para financiar qualquer
elemento do ativo – stocks, imobilizações ou outros – devem ficar à disposição da empresa,
pelo menos, enquanto permanecerem os itens adquiridos com esses capitais.

Apesar disso, o equilíbrio financeiro não pode ser estudado de uma forma tão simplista,
pois uma empresa está em constante mutação. Deve ser analisado numa perspetiva de
financiamento global, e não item a item.

Nessa ótica, entende-se que haverá equilíbrio numa estrutura financeira quando há um
ajustamento entre os graus de liquidez e de exigibilidade das dívidas. Isto é, se os
compromissos assumidos perante terceiros estiverem cobertos pela capacidade de
transformação dos ativos em meios líquidos.

Considerando que podem ocorrer desvios na previsão das datas de recebimento e/ou
pagamento ou alterações na duração do ciclo de exploração, o equilíbrio de uma estrutura
financeira deve ter em conta uma margem de segurança.

Esta é constituída por capitais permanentes destinados a financiar uma parte dos capitais
circulantes. A essa margem de segurança dá-se o nome de Fundo de Maneio Líquido, e
a empresa estará equilibrada em termos financeiros quando este for suficiente.

Assim, o conceito de Fundo de Maneio Líquido pode ser visto segundo duas perspetivas:
a do financiamento e a do investimento.

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ufcd 4320 – Gestão e análise financeira

 Sob a ótica do financiamento será o excedente dos capitais permanentes sobre as


imobilizações líquidas, calculado pela diferença entre os capitais permanentes e as
imobilizações líquidas;
 Sob a ótica do investimento será a diferença entre os capitais circulantes e as
dívidas de curto prazo que não são imediatamente exigidas pelos credores e que
aparecem associadas ao ciclo de exploração.

A determinação do Fundo de Maneio Líquido (FML) suficiente ao equilíbrio da estrutura


financeira depende de vários fatores. Estes são diferenciados consoante as características
de atividade e de mercado em que a nova empresa se insere.

Em termos teóricos, o FML deverá ser suficiente para:

 Financiar os capitais circulantes com características mais fixas, como os stocks


mínimos indispensáveis, saldos de clientes e disponibilidades com características de
permanência. Este financiamento deve ser no montante que excede a obtenção de
créditos de funcionamento com carácter regular e permanente. Os créditos de
funcionamento dependem muito das condições conseguidas junto dos principais
fornecedores.
 Minimizar riscos que possam alterar desfavoravelmente o ativo circulante, como os
créditos de cobrança duvidosa, stocks de difícil alienação e outros.

Alguns fatores que implicam um aumento do FML suficiente:


 O acréscimo da duração do ciclo de exploração – tempo médio que decorre entre a
entrada e a saída do stock em armazém;
 O aumento do período de tempo necessário ao fabrico;
 A expansão da atividade instalada;
 A diversificação dos negócios ou penetração noutros mercados;
 O aumento do preço dos fatores de produção;
 O aumento de prazos no crédito concedido a clientes;
 A redução dos prazos na obtenção de crédito de fornecedores.

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ufcd 4320 – Gestão e análise financeira

Fundo Maneio líquido ou Permanente, deve ser o suficiente para cobrir a margem de
segurança, determinada pela diferença entre os capitais circulantes e as dívidas de curto
prazo.

FML= Capitais Permanentes – Ativo Imobilizado Líquido = Ativo


Circulante – Débitos de Curto Prazo

Quanto maior o valor, maior a confiança de que a empresa será capaz de realizar dinheiro
para cumprir os seus compromissos.

Equilíbrio financeiro a curto prazo

Equilíbrio financeiro consiste na capacidade da empresa de gerar valor ou rendimento que


permita satisfazer todos os agentes com interesses na organização e garantir a sua
sobrevivência e expansão a longo prazo.

Para que haja equilíbrio financeiro, tem que se garantir que a tesouraria líquida seja igual à
diferença entre o Fundo de Maneio e as Necessidades de Fundo de Maneio.

O Fundo de Maneio resulta da igualdade

Fundo de maneio = Ativo Corrente – Passivo Corrente


ou
Fundo de maneio = Capitais Permanentes - Ativo Fixo

INDICADORES DE LIQUIDEZ E TESOURARIA


Grau Liquidez Geral = Ativo circulante / Passivo Curto Prazo
Grau Liquidez Reduz. = Ativo Maneável / Passivo Curto Prazo
Grau Liquidez Imediata = (Dispon + Aplicações Financeiras curto prazo / Passivo Curto
Prazo
Tesouraria Líquida = Disponibilidades – Empréstimos Obtidos Curto Prazo
Tesouraria Líquida / Proveitos Operacionais

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ufcd 4320 – Gestão e análise financeira

Os indicadores de liquidez medem o equilíbrio financeiro de curto prazo da empresa,


relacionando diferentes medidas de ativos de curto prazo com as responsabilidades
assumidas de curto prazo. Naturalmente, valores superiores a 1 configuram situações
favoráveis na medida em que evidenciam uma situação em que a empresa é capaz de
cumprir as suas obrigações recorrendo aos ativos de curto prazo de que dispõe.

Apesar disso, são indicadores que devem sempre ser analisados com muito cuidado. Assim,
o valor destes indicadores sofre muitas vezes alterações que, indiciando melhorias, podem
ser negativas para a tesouraria da empresa.

Por exemplo, uma subida do Grau de Liquidez Geral pode resultar de uma subida
demasiado elevada e indesejada dos saldos de Clientes a Receber, o que pode significar
atrasos nas cobranças das Vendas realizadas.

Equilíbrio financeiro a médio e longo prazo

Ao nível dos indicadores de atividade, temos uma análise do ciclo de exploração da


empresa que nos dá uma ideia da eficiência com que a empresa está a gerir os seus ativos.

Desde logo, a rotação do ativo diz-nos de que modo a empresa utiliza os seus ativos na sua
atividade. Um alto volume de Vendas relativamente à dimensão do ativo significa que a
empresa aproveita muito os investimentos que realizou.

Obviamente que esse volume de negócios pode ser mais ou menos rentável, mas é de
qualquer modo, positivo que este rácio tenha um valor que seja o mais alto possível.

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ufcd 4320 – Gestão e análise financeira

Quanto aos Prazos Médios, demonstram de que modo a empresa é capaz de gerir a sua
atividade em termos financeiros.

Altos valores de Existências e Dívidas a Receber são passíveis de dois tipos de


interpretações:
 Por um lado, significam ativos que corresponderão a receitas futuras, no curto
prazo, o que contribui para a saúde financeira da empresa.
 Por outro lado, são ativos que necessitam de financiamento, pelo que um aumento
desses valores representa um investimento que deve ser financiado.

Por esse motivo os Prazos Médios devem ser seguidos atentamente de maneira a otimizar
a gestão financeira de curto prazo da empresa.

6.O Papel do gestor financeiro

6.1.A curto prazo

A curto prazo, a função do gestor financeiro traduz-se na gestão de tesouraria da empresa.

Esta, consiste no processo de regulação dos pagamentos e recebimentos da empresa de


forma que esta possa fazer face, sem falhas, às responsabilidades que assumiu, e obter os
meios financeiros adicionais nos casos em que há deficit de tesouraria, ao menor custo
possível, ou de aplicar os excedentes criados de forma a obter a melhor remuneração
possível.

Relativamente às decisões financeiras da empresa, cabe ao gestor financeiro a preparação


do projeto, a tomada de decisão relativa ao mesmo, a sua execução e por fim o seu
controlo.

Entre estes projetos a nível financeiro, quais são os mais frequentes para o gestor?

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ufcd 4320 – Gestão e análise financeira

A um nível mais abrangente temos os investimentos da empresa, que devem ser analisados
tendo em conta o orçamento do investimento, para a tomada de decisão se o cash flow
gerado supera a necessidade de investimento e o custo do capital.

6.2.A longo prazo

A médio e longo prazo, o gestor financeiro é responsável por definir e implementar a


estratégia de financiamento da empresa com vista a precaver a sua estabilidade e ao
mesmo tempo maximizar os resultados líquidos da empresa (relação Retorno / Risco).

Em relação à estrutura de endividamento da empresa, da sua solvabilidade e da


necessidade de financiamento, temos as decisões de financiamento, que se referem ao tipo
de empréstimos requeridos.

Devem estes ser de longo prazo, onde os encargos não se apresentam num período de
tempo tão rápido como os empréstimos de curto prazo, mas por outro lado apresentam
sempre taxas de juro superiores.

Devemos financiar-nos a nível de empréstimos bancários? Empréstimos obrigacionistas? De


que tipo? Ou devemos sim financiar-nos mas com os nossos fornecedores? Ou devemos
aumentar o capital social da empresa?

É mediante toda esta panóplia de opções que o gestor financeiro deve fazer a análise de
trade-offs entre elas de modo a chegar à solução que ele pense ser a melhor a nível de
valor acrescentado para a empresa no futuro.

Em relação a decisões após a apresentação de resultado, cabe também ao gestor


financeiro a análise da política de distribuição ou não de dividendos, que como sabemos
afeta bastante a atratividade ou não de uma empresa, ainda mais se esta for cotada em
bolsa.

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7.Estudo das fontes de financiamento

Definição dos Investimentos

Prever as vendas, ou seja, estimar o volume de negócio possível, as vendas a efetuar no


futuro, é uma questão que se põe hoje a todas as empresas.

Com efeito, quer no plano da exploração, quer no plano dos investimentos, a previsão de
vendas revela-se fundamental para que a empresa se possa manter em concorrência e
progredir.

No plano da exploração é a previsão de vendas que está na base dos programas de


produção e de aprovisionamento. A longo prazo a previsão de vendas constitui um meio de
detetar necessidades de investimentos e estudar as fontes de financiamento mais
adequadas.

Qualquer projeto de desenvolvimento deve ser calculado por etapas:


 1º Encontrar projetos de investimentos que a priori pareçam interessantes, o que
quer dizer que os responsáveis pelas empresas devem ter ideias suscetíveis de
produzir economias ou lucros adicionais em relação à situação presente.
 2º Reunir os dados económicos para cada investimento por forma a que seja
possível elaborar um orçamento compreendendo os custos e os proveitos previstos
para cada ano da vida do investimento.
 3º Comparar investimentos alternativos em função de critérios pré-definidos, pois
um investimento deve consistir, tanto quanto possível, numa opção entre várias
versões.

A empresa pode investir em bens (investimento material), ou em recursos humanos.


 O investimento em recursos humanos (investimento intelectual), teve um
desenvolvimento recente, mas rápido.
 O investimento material corresponde a um tipo de investimento mais concreto e é o
que é melhor estudado no plano da rendibilidade.

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Nos projetos de investimento podem distinguir-se várias categorias:


 Substituição - Investimentos que se destinam a substituir equipamentos, por já
terem muito uso, ou por obsolescência. São investimentos forçados.
 Expansão - Investimentos que envolvem a expansão da capacidade instalada.
 Aperfeiçoamento - Investimentos que envolvem projetos de melhoria da qualidade,
o que pode ser utilizado por uma empresa como forma de melhorar a sua quota no
mercado.

Fontes de financiamento

A previsão dos investimentos implica a previsão dos meios que permitam o seu
financiamento e que são tradicionalmente os seguintes:
 AUTOFINANCIAMENTO
 AUMENTO DE CAPITAL
 CRÉDITO A MÉDIO E LONGO PRAZO
 SUBSÍDIOS
O autofinanciamento compreende amortizações, lucros não distribuídos, previsões em
excesso, etc. Os subsídios são muitas vezes possíveis e justificados por razões de interesse
coletivo ou desenvolvimento regional.

Exemplo
Uma operação de expansão, pode ser quantificada como segue em contos:

INVESTIMENTO
Terreno 40 000
Edifício 560 000
Equipamentos 140 000
Despesas 60 000
Total 800 000

FINANCIAMENTO
AUTOFINANCIAMENTO 150 000
AUMENTO DE CAPITAL 100 000

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EMPRÉSTIMOS 450 000


SUBSÍDIOS 100 000
Total 800 000

Como normalmente o projeto de investimento não se realiza duma só vez, é preciso


fracionar no tempo, o investimento, na ótica do pagamento, e do financiamento.

Investimento

Financiamento

Asseguradas as possibilidades de financiamento, é agora no âmbito da Tesouraria que se


irá estabelecer o equilíbrio por períodos mais curtos. Como já se disse antes de se decidir
sobre um investimento é conveniente estudar várias hipóteses alternativas.

Existe sempre pelo menos uma alternativa: Fazer ou não fazer o investimento A empresa
pode também escolher entre comprar, alugar ou fazer um contrato de leasing. Além disso o
projeto pode ser executado de uma só vez, ou por fases.

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ufcd 4320 – Gestão e análise financeira

Para o projeto I são mais baixas as despesas de instalação, mas as amortizações são mais
elevadas; o projeto II oferece a vantagem de repartir melhor no tempo a imobilização
financeira.

8.O Orçamento de Tesouraria e o Plano Financeiro

Na linguagem vulgar a palavra tesouraria evoca imediatamente a ideia de liquidez, de


disponibilidades líquidas, meios monetários ou quase monetários. A palavra é também
muitas vezes utilizada para designar a soma dos valores realizáveis com os disponíveis,
deduzida das dívidas a curto prazo.

No entanto a conceção que nos importa particularizar é a que associa o termo à ideia de
recursos e necessidades, podendo definir-se tesourarias de uma empresa, num dado
momento, como a diferença entre os recursos disponíveis para financiar a sua atividade e
as necessidades resultantes dessa mesma atividade.

TESOURARIA = Recursos - Necessidades

Se os recursos são inferiores às necessidades a tesouraria é deficitária:

R-N<0

Se os recursos são superiores a tesouraria é excedentária:

R-N>0

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ufcd 4320 – Gestão e análise financeira

Quando os recursos são excedentários devem ser procuradas aplicações como, por
exemplo, pagamentos antecipados a fornecedores e acumulação de "stocks" especulativos.

Se os recursos são inferiores às necessidades então há que saber como se vai financiar o
défice, sendo normalmente utilizado, para o efeito, os créditos bancários, os atrasos nos
pagamentos a fornecedores, etc..

De qualquer forma o equilíbrio da tesouraria deve ser vigiado a cada momento para não
prejudicar a rendibilidade da empresa e, sobretudo, para se evitar ruturas. É certo que o
não cumprimento atempado das obrigações pecuniárias afeta o prestígio da empresa e é
suscetível de pôr em causa a sua independência.

Equação fundamental de tesouraria

Algumas das necessidades de tesouraria estão ligadas ao ciclo de exploração. Designa-se


por isso por necessidades cíclicas.

Existem igualmente recursos que estão ligados ao ciclo de exploração e que se designam
por recursos cíclicos.

As empresas não têm, assim, que financiar a totalidade das necessidades ligadas ao ciclo
de exploração, mas apenas a diferença entre as necessidades cíclicas e os recursos cíclicos.

Recursos e necessidades podem então ser classificados em cíclicos e acíclicos:

R = RC + RA
N = NC + NA

Em matéria de previsões de tesouraria convém distinguir entre orçamentos e planos de


tesouraria.

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Daqui resulta que a expressão T = R - N pode ser substituída por:


T = RC + RA - NC - NA

Como sabemos o fundo de maneio é a parte dos capitais permanentes que é utilizado no
financiamento dos valores imobilizados ou, o que é o mesmo, é constituído pela diferença
entre os recursos e as necessidades acíclicas.

A diferença entre os recursos cíclicos e necessidades cíclicas representam as necessidades


de financiamento do ciclo de exploração ou seja as necessidades do fundo de maneio.

Assim, a relação pode escrever-se:

TESOURARIA = Fundo de maneio – necessidades de fundo de maneio

A expressão é conhecida por equação fundamental da tesouraria. Da sua análise se pode


concluir que a tesouraria é excedentária sempre que o valor do fundo de maneio é superior
ao valor das necessidades de financiamento do ciclo de exploração excede o valor do fundo
de maneio.

As relações de tesouraria, num determinado intervalo de tempo, são iguais à diferença


entre as variações do fundo e as variações das necessidades do fundo de maneio nesse
intervalo.

Ora, sucede que é relativamente estável o valor do fundo de maneio, mas é muito instável
o valor das necessidades de financiamento do ciclo de exploração. Daqui resulta que a
tesouraria terá necessariamente um valor muito instável ao longo do tempo.

Elaboração de orçamentos de tesouraria

Os orçamentos correspondem a previsões de tesouraria até um ano e estão ligados aos


orçamentos de exploração.

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O orçamento de tesouraria, que é um poderoso instrumento da gestão financeira, visa


essencialmente determinar as necessidades de capitais numa ótica de curto prazo.

Os orçamentos de tesouraria são talvez os mais divulgados e muitas empresas que não
seguem o método orçamental, e que nem sequer se preocupam com contas de exploração
previsionais, não se dispensam de elaborar estes orçamentos.

A razão principal porque os orçamentos de tesouraria estão mais divulgados deve-se,


talvez, ao facto de os bancos muitas vezes exigirem os orçamentos para apreciação dos
pedidos de financiamento.

Métodos de Elaboração

Recursos necessidades
Já vimos que a tesouraria, numa data determinada, é a diferença entre os recursos
disponíveis para financiar a sua atividade e as necessidades que decorrem dessa mesma
atividade.

Classificam-se como necessidades previsionais as diminuições do passivo e dos capitais


próprios e as diminuições do ativo.

Esta é uma maneira fácil, e já nossa conhecida, de elaborar planos e orçamentos de


tesouraria para prazos relativamente grandes. É o método dos recursos-necessidades.

No entanto, o método clássico (e o mais utilizado) para o estabelecimento dos orçamentos


de tesouraria consiste em organizar um calendário previsional dos recebimentos e dos
pagamentos não só de exploração como das que previsivelmente possam ocorrer fora da
exploração.

O Método das Receitas Despesas

Sempre que possível deve-se estabelecer previamente um orçamento de exploração,


estabelecendo-se depois o orçamento de tesouraria, tendo em atenção o seguinte:

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ufcd 4320 – Gestão e análise financeira

a) Transposição do orçamento de exploração para a tesouraria:


b) Subtração dos custos de exploração que não dão origem a pagamentos
c) Adição das verbas extraexploração
d) Transposição do orçamento de exploração para a tesouraria

Uma receita deve ser registada na exploração no momento em que é enviada a fatura ao
cliente. A partir desse momento o produto vendido deixa de fazer parte do património da
empresa.

O pagamento dessa fatura, porém, só terá lugar quando a importância correspondente for
transferida para o crédito da conta da empresa num banco, ou der entrada na caixa. Só
nessa altura é que a receita (recebimento) pode ser registada na tesouraria.

A receita é registada no ativo realizável como crédito a clientes e só é considerada na


tesouraria quando o montante do crédito for transferido do realizável para o ativo
disponível.

Da mesma forma, uma despesa é registada na exploração no momento em que se verifica


o consumo, mas só virá a ser registada na tesouraria no momento em que for paga.

As receitas de exploração são constituídas principalmente pelas vendas e os recebimentos


são fáceis de determinar desde que se conheçam as condições de venda.

As despesas de exploração, consideradas sob o ponto de vista da tesouraria, podem ser


agrupadas em diferentes categorias:

a) Compras de Matérias

 Só são registadas na tesouraria no momento em que são pagas ao fornecedor.


 De facto, quando as matérias entram em armazém não exercem qualquer influência
sobre a tesouraria ou sobre a exploração.

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ufcd 4320 – Gestão e análise financeira

 Quando saem do armazém para serem aplicadas na fabricação transformam-se


nesse momento em custos de exploração, mas não exercem ainda qualquer
influência na tesouraria da empresa.
 O prazo que decorre entre a compra e o pagamento varia de acordo com a política
de compras.
 Torna-se pois conveniente elaborar o orçamento de compras para se estabelecer o
orçamento de tesouraria.

b) Despesas do Período que Devem Ser Repartidas Mensalmente na Exploração

 Estão neste caso os seguros, alguns encargos com o pessoal e, duma maneira
geral, todas as despesas que, embora consideradas como custos regulares ao longo
do ano, são pagas em data fixa.
 Tais despesas são naturalmente inscritas no orçamento de tesouraria apenas na
data do pagamento.

c) Valores Cuja Despesa e o Consumo Coincidem Praticamente com o


Pagamento

 Estão neste caso a maior parte dos gastos de exploração: salários, ordenados,
despesas correntes feitas no exterior, etc.
 Há no orçamento de exploração despesas que não dão origem a pagamentos e que
é preciso retirar como, por exemplo, as amortizações.
 Há também importâncias que têm de ser consideradas no orçamento de tesouraria
e que não dizem respeito à exploração como, por exemplo, as despesas de
investimento e as que são originadas pelos lucros de exploração, tais como os
impostos, os dividendos e outras formas de distribuição de lucros
 Devem ainda considerar-se nesta rúbrica a compra de títulos de aplicação de
capitais, o reembolso e os novos contratos de empréstimo.

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ufcd 4320 – Gestão e análise financeira

Controle, Graus de Exatidão do Orçamento de Tesouraria

Para o orçamento de tesouraria não se pode exigir um grau de exatidão como aquele que é
normalmente exigido para o orçamento de exploração. Um orçamento aproximado é já
considerado muito bom.

O controlo do orçamento de exploração tem por objetivo o apuramento e análise dos


desvios, com vista a controlar e a melhorar a fabricação, enquanto a principal preocupação
do orçamento de tesouraria é a definição das necessidades de capitais com vista à tomada
de medidas que procurem evitar uma liquidez excessiva e, sobretudo, evitar situações de
descoberto.

Damos a seguir um exemplo do controlo de pagamentos:

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9.O risco como determinante da rentabilidade da


empresa

9.1.Comportamento do investidor face ao risco

A aplicação de capitais envolve sempre o estudo não só dos rendimentos que daí poderão
advir, como também a opção entre alternativas distintas com que se depara o investidor.

Normalmente, não se torna fácil decidir pela simples comparação entre os valores nominais
dos capitais aplicados e dos resultantes desta aplicação porque aqueles valores se referem
a momentos diferentes e, como tal, é falível a sua comparação quando não referidos ao
mesmo tempo.

Também os resultados provenientes de aplicações de capitais por se situarem em períodos


distintos necessitam de ser comparados quer com as previsões, quer com as aplicações.
Duas alternativas poderão ocorrer:
 As previsões foram elaboradas a preços constantes o que reduz o peso do cálculo
financeiro na interpretação ou análise dos valores;
 As previsões foram elaboradas a preços de mercado o que origina uma maior
importância do cálculo financeiro na medida em que dois fatores são significativos:
taxa de rendimento dos capitais e efeito de taxa de inflação sobre estes
rendimentos.
Um investimento traduz-se pela substituição de capitais presentes por capitais vindouros.

Para o investidor esta substituição deverá ser compensatória, isto é, os capitais futuros
deverão resultar da multiplicação dos atuais, isto é, um investimento pressupõe o
acréscimo do valor do capital atual.

Sendo o risco um dos aliados do investimento, a taxa de rendimento será o que o


investidor espera receber cobrindo as taxas correntes do mercado, como também o risco
desse mesmo investir.

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De entre os vários critérios, destacam-se os seguintes: prazo de recuperação; valor atual


líquido (VAL) e taxa de rentabilidade (TR).

Prazo de Recuperação
O investimento envolve sempre o aparecimento de um conjunto de elementos de sinais
contrários: despesas e receitas. A diferença entre estas traduz-se no Rendimento Líquido
do Investimento.

Entende-se por prazo de recuperação o espaço de tempo necessário para que o investidor
tenha reembolsado o capital investido. Por outras palavras, o prazo de recuperação
corresponde ao número de períodos em que o somatório dos lucros periódicos seja igual ao
capital investido.

Valor Atual Líquido


Consiste na atualização para um momento comum de todas as despesas e receitas
inerentes a determinado projeto. A diferença entre aqueles dois valores atualizados
designa-se por valor atual líquido.

Este método obriga a estabelecer um prazo de vida útil do investimento, isto é, período de
tempo durante o qual o investimento tem utilidade económica.

Dois métodos podem ser utilizados para o cálculo do valor atual líquido:
 Atualização de todas as despesas e receitas inerentes ao projeto de investimento.
 Atualização do saldo líquido entre as receitas e despesas.
Quando VAL > 0, significa que a taxa de rentabilidade do investimento é superior à mínima
(i) que o investidor considera aceitável, donde a decisão poderá ser favorável. Se VAL < 0,
a taxa de rentabilidade é inferior a (i), logo o investimento parece desfavorável.

Taxa de Rentabilidade
Consiste na determinação de um rendimento unitário, isto é, o lucro previsto por cada
unidade monetária de investimento.

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ufcd 4320 – Gestão e análise financeira

Este método apresenta a vantagem de permitir a análise em termos de quantidade de


investimento, isto é, para montantes limitados de capital o resultado obtido pela sua
aplicação.

O valor calculado poderá ser determinante na opção não só de investir como também de
quanto investir.

9.2.Variação de uma quantia de dinheiro no tempo


A realização ou não de um projeto de investimento depende essencialmente da sua
rentabilidade futura, ou por outras palavras da capacidade de gerar fluxos financeiros
(receitas) num futuro mais ou menos próximo, de modo a cobrir as despesas efetuadas
com a sua realização e funcionamento.

Neste sentido há que apurar quais os fluxos anuais gerados pela exploração do projeto que
devem ser comparados com as despesas realizadas.

São esses fluxos anuais ao longo do período vida do projeto de investimentos que se
convencionou chamar de cash-flow e que se obtém anualmente através do somatório dos
resultados líquidos, reintegrações e/ou amortizações técnicas, provisões não utilizadas e
encargos financeiros.

Como o valor residual dá normalmente origem à libertação de fluxos monetários, este deve
ser adicionado ao último cash-flow previsional, caso a libertação de fundos se verifique.

Importa, contudo, referir aqui alguns dos pressupostos lógicos e evidentes mas
indispensáveis á correta determinação dos cash-flows previsionais associados a cada uma
das alternativas decisórias colocadas à empresa:
1- O cash-flow do projeto (decisão) compreende o rendimento líquido de impostos
devido à implementação do projeto e não todo o rendimento gerado pela
atividade da empresa. O mesmo é dizer que o cash-flow com interesse para a
avaliação das opções estratégicas da empresa é um cash-flow diferencial, isto é,
a diferença entre os cash-flows com projeto (ou decisão) e os cash-flows

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ufcd 4320 – Gestão e análise financeira

resultantes da atividade normal da empresa sem projeto (sem decisão ou status


quo).
2- As amortizações não constituem uma saída efetiva de meios de pagamento da
empresa e como tal não são consideradas como um out-flow no cálculo dos
cash-flows. Contudo, as amortizações têm como efeito reduzir o montante de
imposto sobre o rendimento a pagar, pelo que, por esta via constituem um in-
flow (componente positiva do cash-flow).

Assim, a inclusão das amortizações no cálculo do cash-flow pode-se resumir do seguinte


modo:

Por exemplo se a taxa de imposto for de 37.7%, como resultado das operações indicadas,
as amortizações tem um efeito positivo no cash-flow do exercício no valor de 37,7% do seu
valor, tal como abaixo se demonstra:
P-C-A = RAI

RAI-0.37 (P-C-A)=RLE
P-C-A-0.377(P-C-A)=RLE
CF = P-C-A-0.37 (P-C-A) + A = P-C-0.37(P-C-A)
= P-C-0.37(P-C) + 0.377A

A empresa tem um potencial de geração de vendas e de resultados que, por seu turno, são
função da potencialidade de crescimento do mercado e da posição concorrencial da própria
empresa.

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ufcd 4320 – Gestão e análise financeira

Na prática, tudo depende da estratégia da empresa e da criação e utilização das suas


vantagens competitivas.

Tudo isto se traduz na capacidade de rendibilizar o investimento e os capitais investidos e


de crescer de modo equilibrado e com os recursos financeiros adequados.

A rendibilidade do investimento é um indicador importante, na medida em que mede o


desempenho de todos os capitais investidos na empresa, qualquer que seja a sua forma de
financiamento. Esta rendibilidade indica a sobrevivência financeira a longo prazo e a
capacidade de atrair capitais.

Podemos dizer que a rendibilidade nos dá informação sobre a eficiência da gestão, a


capacidade da empresa gerar resultados e o nível de planeamento e controlo de gestão.

Como é que se calcula?

De forma simples, isto é:

Resultado (%)
Investimento

Interessa é saber e definir bem o que se entende por resultado e por investimento.

Como investimento podemos utilizar o ativo total. Apresentando alguns inconvenientes, que
não se detalham no âmbito deste manual, pode utilizar-se o denominado ativo económico
total que corresponde ao investimento em ativo fixo e às necessidades em fundo de
maneio.

Ou ainda o ativo de exploração, expurgando do total ativos não afetos à exploração, como
sejam, terrenos, algumas naturezas de equipamentos, etc.

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ufcd 4320 – Gestão e análise financeira

Seja qual for o denominador (ajustado à análise pontual que se pretenda) devemos sempre
adequar-lhe o numerador para que a comparação seja válida. Por exemplo se o
denominador for o ativo total ou o ativo total económico, deve ser utilizado o resultado
operacional.

Período de Recuperação Atualizado

Calcula-se de forma análoga ao anterior, só que neste caso é tido em consideração o custo
do fator tempo.

O período de recuperação atualizado é o período de tempo necessário para que o


somatório dos cash-flows atualizados que se prevê obter com a implementação do projeto
seja igual ao valor do capital previsto a ser investido deduzido do valor residual atualizado.

Este critério continua a ter como limitações o facto de não considerar os cash-flows
gerados após o período de recuperação e tende a privilegiar a liquidez não tendo em conta
as fontes de financiamento da empresa.

s  PRA 0

 CFs / (1+i)s =
s1
 Kt / (1+i)
t  k
t
- VRn / (1+i)n

s - período de tempo necessário para recuperar o capital investido


CFs - cash-flows de exploração
PRA - período de recuperação atualizado
K - valor do capital investido
VR - valor residual
n - período de vida económica
i - custo de oportunidade do capital

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