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ACORES-10-5571-FSE-000081
1.1.Conceitos
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ufcd 4320 – Gestão e análise financeira
De curto prazo (relativamente à gestão dos ativos e passivos circulantes, tais como,
disponibilidades, gestão dos créditos de/a terceiros, desconto de títulos, gestão de
stocks e tesouraria).
1.2.Objetivos
A análise financeira aplica-se aos acontecimentos com relevância no plano económico (ou
da criação de excedentes) e no plano financeiro (ou respeitantes ao efeito do tempo sobre
o valor patrimonial).
Quer já tenham sido verificados (como sejam, resultados obtidos em negócios, contas de
exercícios terminados, comportamentos de custos ou dos proveitos num dado período,
formação de stocks, crédito concedido a terceiros e outros), quer a estudos e previsões de
acontecimentos a verificar hipoteticamente no futuro (como sejam, desenvolvimento de
atividades, abertura de mercados, financiamentos, aplicações de capital, admissão de
novos sócios, aumentos de capital, concessão de crédito a clientes, oportunidades de novos
negócios e outros).
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ufcd 4320 – Gestão e análise financeira
Para fazer a análise financeira é necessário dispor (e, por vezes, observar em detalhe) de
correta informação contabilística, pelo que se torna necessário que esta atividade esteja
devidamente organizada e com os seus arquivos e registos absolutamente em dia.
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ufcd 4320 – Gestão e análise financeira
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ufcd 4320 – Gestão e análise financeira
Quando esses fluxos são constituídos por ‘bens e serviços’, são ‘fluxos reais’ e ocasionam
‘despesa’ (se a empresa os adquire) ou ‘receita’ (se a empresa os vende).
Quando esses fluxos são constituídos por ‘meios monetários’ (dinheiro, cheques ou meios
equivalentes) são designados por ‘fluxos monetários’ e geram ‘pagamentos’ (ou
desembolsos) ou ‘recebimentos’ (embolsos).
Despesas e receitas
As ‘despesas’ das empresas são compromissos, em geral assumidos para com fornecedores
e destinam-se a:
1 Adquirir equipamentos (imobilizado);
2 Adquirir bens para aprovisionar (existências);
3 Pagar serviços;
4 Adquirir bens para consumo (imediato ou quase imediato).
As ‘receitas’ das empresas são direitos, em geral constituídos perante clientes e provém de:
(i) faturação de bens ou serviços prestados; (ii) alienação de património. As receitas das
empresas dão lugar à emissão de faturas, a enviar aos seus clientes/devedores.
Pagamentos e Recebimentos
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Custos e Proveitos
Os ‘custos’ são gerados pela utilização e consumo (dos bens ou dos serviços) numa
atividade produtiva.
A distribuição analítica dos ‘custos’ pelas atividades em que são incorporados é uma
‘imputação ou distribuição de custos’ (uma forma de débito interno).
Os “proveitos” são gerados pela entrega de bens ou pela prestação de serviços a terceiros
(aqueles com quem temos transações). Os valores que se registam como ‘proveitos’ têm
associada a emissão de uma fatura (ou documento equivalente, como é o caso da nota de
débito para certos casos especiais).
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OPERAÇÕES DE INVESTIMENTO
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OPERAÇÕES DE EXPLORAÇÃO
OPERAÇÕES FINANCEIRAS
4.1.O balanço
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O balanço avalia a riqueza, isto é, o valor da empresa mas não demonstra o seu resultado,
apenas o apresenta em valor total.
Porém, nem sempre assim acontece. Por motivos vários, pode suceder que, no fim de
determinado exercício económico, os valores que a empresa dispõe (Ativo) sejam inferiores
às obrigações que a empresa tem para com terceiros (Passivo). Nesse caso, a comparação
entre o Ativo e o Passivo traduzirá um prejuízo e o Capital Próprio da empresa será
negativo.
Quando o seu passivo seja manifestamente superior ao ativo, e com dificuldade em cumprir
com as suas obrigações vencidas, a empresa estará numa situação de insolvência.
O balanço traduz sempre um equilíbrio entre três grandezas: Ativo, Passivo e Capital
Próprio.
Na sua forma mais simples, é passível de representação através de duas colunas verticais:
na primeira representa-se o Ativo e na segunda figuram o Passivo e o Capital Próprio.
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A = P + CP
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Resultado Operacional
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Diz respeito ao lucro ou prejuízo gerado na atividade da empresa e obtêm-se pela diferença
entre os proveitos (vendas) e os custos ligados ao ciclo de exploração
Resultado Financeiro
Respeita aos lucros ou prejuízos decorrentes das decisões financeiras da empresa e apura-
se pela diferença entre os proveitos financeiros e os custos financeiros.
OU
Resultado Extraordinário
Resultado Líquido
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Nesta modalidade o Resultado Líquido é apurado pela evidência dos proveitos e dos
custos agregados de forma funcional, fazendo-se a arrumação no respeito da
enumeração das funções clássicas da empresa: Produção, Distribuição,
Administrativa e Financeira.
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5.1.Critérios de análise
A par do rigor e credibilidade técnica (no plano nacional e internacional) que deve
assegurar, a
Análise financeira deve também proporcionar apoio para as decisões empresariais na
vertente económico-financeira, considerando condições concretas de complexidade de
estruturas e de negócios, de desenvolvimento dos mercados e de globalização das
economias.
Entretanto, por razões de simplificação, assume-se que existem dois métodos, sendo um
designado por ‘estático’ (ou clássico) e o outro por ‘dinâmico’ (ou de mudança), com
características distintas (na forma e no conteúdo).
Análise estática
A análise financeira estática (ou clássica) é orientada para a visão da ‘empresa estável’, que
assegura sem grandes alterações a sua continuidade.
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Análise Dinâmica
As contas para análise são relativas a períodos curtos (trimestre ou mês) e é dada bastante
atenção à análise das variações dos fluxos económico-financeiros em períodos
consecutivos.
A retificação dos balanços tem como objetivo evidenciar ‘o valor da empresa’ que se
exprime, aliás, na dinâmica das origens e aplicações de fundos.
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Rubricas Datas
2013 % 2014 % Aum/Dim Variações
ACTIVO
Ativo não corrente
Ativos fixos tangíveis 181.146€ 57,04% 163.338€ 49,58% -17.808€ -9,83%
Propriedades investimento 27.459€ 8,65% 26.399 8,01% .1.060€ -3,86%
Ativos tangíveis 66.494€ 20,94% 88.560 26,88% 22.066€ 33,18%
Total Ativo não corrente 275.099€ 86,63% 278.297 84,48% 3.198€ 1,16%
Ativo corrente
Inventários 7.042€ 2,22% 7.512 2,28% 470€ 6,67%
Clientes 25.558€ 8,05% 35.099 10,65% 9.541€ 37,33%
Outras contas a receber 2.974€ 0,94% 1.592 0,48% -1.382€ -46,47%
Caixa 1.888€ 0,59% 800 0,24% -1.088€ -57,63%
Depósitos bancários 5.000€ 1,57% 6.130 1,86% 1.130€ 22,60%
Total do ativo corrente 42.462€ 13,37% 51.133 15,52% 8.671€ 20,42%
Total do ATIVO 317.561€ 329.430 11.869€ 3,74%
CAPITAL PRÓPRIO
PASSIVO
Capital próprio
Capital realizado 75.000€ 23,62% 75.000 22,77% - 0,00%
Reservas legais 5.000€ 1,57% 7.000 2,12% 2.000€ 40,00%
Resultado líquido do 11.600€ 3,65% 18.523 5,62% 6,923€ 59,68%
período
Total do capital próprio 91.600€ 28,84% 100.523 30,51% 8.923€ 9,74%
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Passivo
Passivo não corrente
Financiamentos obtidos 112.128€ 35,31% 91.455 27,76% -20.673€ -18,44%
Total passivo não 112.128€ 35,31% 91.455 27,76% -20.673€ -18,44%
corrente
Passivo corrente
Fornecedores 15.561€ 4,90% 34.005 10,32% 18.444€ 118,53
%
Estado e outros entes 7.285€ 2,29% 12.789 3,88% 5.504€ 75,55%
públicos
Financiamentos obtidos 53.975€ 17,00% 70.920 21,53% 16.945€ 31,39%
Outras contas a pagar 37.012€ 11,66% 19.738 5,99% -17.274€ -46,67%
Total do passivo corrente 113.833€ 50,38% 137,452 60,05% 23.619€ 20,75%
Total do passivo 225.961€ 71,16% 228.907 69,49% 2.946€ 1,30%
Total Capital Próprio e 317.561€ 29.430 11.869€ 3,74%
Passivo
o O peso do Ativo não Corrente do Balanço Total diminui de 86.63% em 2013 para
84.48% em 2014.
o Apesar dos Ativos Intangíveis terem aumentado de 20.94% em 2013 para 26.88%
em 2014 não foi o suficiente para que o Ativo não Corrente aumentasse.
o Alem disso houve uma grande diminuição da rubrica Ativos Fixos Tangíveis que
diminuíram de 57.04% em 2013 para 49.58% em 2014.
o Contudo o Ativo Não Corrente apresenta uma variação de 1.16% em 2014 face a
2013.
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Ativo Corrente
o A rubrica que mais contribui para este aumento foi Clientes que aumentam o seu
peso Total no Balanço de 8.05% em 2013 para 10.65% em 2014.
Capital Próprio
o O Capital Próprio aumentou o seu peso no Balanço Total de 28.84% em 2013 para
30.51% em 2014.
o A rubrica que mais contribui para este aumento foi o Resultado Liquido do Período
que aumentou o seu peso no Balanço Total de 3.65% em 2013 para 5.62% em
2014.
o Apesar de ter diminuído o peso no Balanço Total de 23.62% em 2013 para 22.77%
em 2014 o Capital Realizado não alterou em nada o peso Total do Capital Próprio
pois este apresenta uma variação de 9.74% em 2014 face a 2013.
Passivo
o O Passivo diminui o seu peso no Balanço Total de 71.16% em 2013 para 69.49%
em 2014.
o O Passivo não Corrente teve uma diminuição no peso total do Balanço devido a sua
única rubrica (Financiamentos Obtidos) que diminui de 35.31% em 2013 para
27.76% em 2014.
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O quadro elaborado para este efeito costuma designa-se por mapa ou quadro de mutações
de valores, o qual serve de base para apreciação das origens e aplicações de liquidez,
através do Mapa de origens e aplicações de fundos (MOAF)
O estudo de balanços sucessivos deve ser completado com análise crítica do MOAF que vai
permitir o estudo da interdependência das variações das diversas rubricas de balanço. O
MOAF é elaborado na base do Mapa de Mutação de Valores.
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Esta análise, ainda que envolva riscos e deficiências que obrigam a algum cuidado no seu
uso e interpretação, baseia-se no cálculo de determinadas relações entre as principais
contas e valores das Demonstrações Financeiras de uma empresa.
Obtêm-se assim valores facilmente utilizáveis e comparáveis e que são, por esse motivo,
um dos métodos preferidos de análise financeira.
Vantagens:
Entre os métodos de análise, é o mais prático, mais fácil de construir e mais rico em
conclusões.
Desvantagens:
São apenas um simples instrumento que não substitui a apreciação do analista.
Um rácio isolado pouca informação fornece.
Quantificam, indiciam, mas não explicam.
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Apesar disso, o equilíbrio financeiro não pode ser estudado de uma forma tão simplista,
pois uma empresa está em constante mutação. Deve ser analisado numa perspetiva de
financiamento global, e não item a item.
Nessa ótica, entende-se que haverá equilíbrio numa estrutura financeira quando há um
ajustamento entre os graus de liquidez e de exigibilidade das dívidas. Isto é, se os
compromissos assumidos perante terceiros estiverem cobertos pela capacidade de
transformação dos ativos em meios líquidos.
Considerando que podem ocorrer desvios na previsão das datas de recebimento e/ou
pagamento ou alterações na duração do ciclo de exploração, o equilíbrio de uma estrutura
financeira deve ter em conta uma margem de segurança.
Esta é constituída por capitais permanentes destinados a financiar uma parte dos capitais
circulantes. A essa margem de segurança dá-se o nome de Fundo de Maneio Líquido, e
a empresa estará equilibrada em termos financeiros quando este for suficiente.
Assim, o conceito de Fundo de Maneio Líquido pode ser visto segundo duas perspetivas:
a do financiamento e a do investimento.
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Fundo Maneio líquido ou Permanente, deve ser o suficiente para cobrir a margem de
segurança, determinada pela diferença entre os capitais circulantes e as dívidas de curto
prazo.
Quanto maior o valor, maior a confiança de que a empresa será capaz de realizar dinheiro
para cumprir os seus compromissos.
Para que haja equilíbrio financeiro, tem que se garantir que a tesouraria líquida seja igual à
diferença entre o Fundo de Maneio e as Necessidades de Fundo de Maneio.
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Apesar disso, são indicadores que devem sempre ser analisados com muito cuidado. Assim,
o valor destes indicadores sofre muitas vezes alterações que, indiciando melhorias, podem
ser negativas para a tesouraria da empresa.
Por exemplo, uma subida do Grau de Liquidez Geral pode resultar de uma subida
demasiado elevada e indesejada dos saldos de Clientes a Receber, o que pode significar
atrasos nas cobranças das Vendas realizadas.
Desde logo, a rotação do ativo diz-nos de que modo a empresa utiliza os seus ativos na sua
atividade. Um alto volume de Vendas relativamente à dimensão do ativo significa que a
empresa aproveita muito os investimentos que realizou.
Obviamente que esse volume de negócios pode ser mais ou menos rentável, mas é de
qualquer modo, positivo que este rácio tenha um valor que seja o mais alto possível.
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Quanto aos Prazos Médios, demonstram de que modo a empresa é capaz de gerir a sua
atividade em termos financeiros.
Por esse motivo os Prazos Médios devem ser seguidos atentamente de maneira a otimizar
a gestão financeira de curto prazo da empresa.
Entre estes projetos a nível financeiro, quais são os mais frequentes para o gestor?
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A um nível mais abrangente temos os investimentos da empresa, que devem ser analisados
tendo em conta o orçamento do investimento, para a tomada de decisão se o cash flow
gerado supera a necessidade de investimento e o custo do capital.
Devem estes ser de longo prazo, onde os encargos não se apresentam num período de
tempo tão rápido como os empréstimos de curto prazo, mas por outro lado apresentam
sempre taxas de juro superiores.
É mediante toda esta panóplia de opções que o gestor financeiro deve fazer a análise de
trade-offs entre elas de modo a chegar à solução que ele pense ser a melhor a nível de
valor acrescentado para a empresa no futuro.
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Com efeito, quer no plano da exploração, quer no plano dos investimentos, a previsão de
vendas revela-se fundamental para que a empresa se possa manter em concorrência e
progredir.
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Fontes de financiamento
A previsão dos investimentos implica a previsão dos meios que permitam o seu
financiamento e que são tradicionalmente os seguintes:
AUTOFINANCIAMENTO
AUMENTO DE CAPITAL
CRÉDITO A MÉDIO E LONGO PRAZO
SUBSÍDIOS
O autofinanciamento compreende amortizações, lucros não distribuídos, previsões em
excesso, etc. Os subsídios são muitas vezes possíveis e justificados por razões de interesse
coletivo ou desenvolvimento regional.
Exemplo
Uma operação de expansão, pode ser quantificada como segue em contos:
INVESTIMENTO
Terreno 40 000
Edifício 560 000
Equipamentos 140 000
Despesas 60 000
Total 800 000
FINANCIAMENTO
AUTOFINANCIAMENTO 150 000
AUMENTO DE CAPITAL 100 000
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Investimento
Financiamento
Existe sempre pelo menos uma alternativa: Fazer ou não fazer o investimento A empresa
pode também escolher entre comprar, alugar ou fazer um contrato de leasing. Além disso o
projeto pode ser executado de uma só vez, ou por fases.
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Para o projeto I são mais baixas as despesas de instalação, mas as amortizações são mais
elevadas; o projeto II oferece a vantagem de repartir melhor no tempo a imobilização
financeira.
No entanto a conceção que nos importa particularizar é a que associa o termo à ideia de
recursos e necessidades, podendo definir-se tesourarias de uma empresa, num dado
momento, como a diferença entre os recursos disponíveis para financiar a sua atividade e
as necessidades resultantes dessa mesma atividade.
R-N<0
R-N>0
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Quando os recursos são excedentários devem ser procuradas aplicações como, por
exemplo, pagamentos antecipados a fornecedores e acumulação de "stocks" especulativos.
Se os recursos são inferiores às necessidades então há que saber como se vai financiar o
défice, sendo normalmente utilizado, para o efeito, os créditos bancários, os atrasos nos
pagamentos a fornecedores, etc..
De qualquer forma o equilíbrio da tesouraria deve ser vigiado a cada momento para não
prejudicar a rendibilidade da empresa e, sobretudo, para se evitar ruturas. É certo que o
não cumprimento atempado das obrigações pecuniárias afeta o prestígio da empresa e é
suscetível de pôr em causa a sua independência.
Existem igualmente recursos que estão ligados ao ciclo de exploração e que se designam
por recursos cíclicos.
As empresas não têm, assim, que financiar a totalidade das necessidades ligadas ao ciclo
de exploração, mas apenas a diferença entre as necessidades cíclicas e os recursos cíclicos.
R = RC + RA
N = NC + NA
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Como sabemos o fundo de maneio é a parte dos capitais permanentes que é utilizado no
financiamento dos valores imobilizados ou, o que é o mesmo, é constituído pela diferença
entre os recursos e as necessidades acíclicas.
Ora, sucede que é relativamente estável o valor do fundo de maneio, mas é muito instável
o valor das necessidades de financiamento do ciclo de exploração. Daqui resulta que a
tesouraria terá necessariamente um valor muito instável ao longo do tempo.
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Os orçamentos de tesouraria são talvez os mais divulgados e muitas empresas que não
seguem o método orçamental, e que nem sequer se preocupam com contas de exploração
previsionais, não se dispensam de elaborar estes orçamentos.
Métodos de Elaboração
Recursos necessidades
Já vimos que a tesouraria, numa data determinada, é a diferença entre os recursos
disponíveis para financiar a sua atividade e as necessidades que decorrem dessa mesma
atividade.
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Uma receita deve ser registada na exploração no momento em que é enviada a fatura ao
cliente. A partir desse momento o produto vendido deixa de fazer parte do património da
empresa.
O pagamento dessa fatura, porém, só terá lugar quando a importância correspondente for
transferida para o crédito da conta da empresa num banco, ou der entrada na caixa. Só
nessa altura é que a receita (recebimento) pode ser registada na tesouraria.
a) Compras de Matérias
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Estão neste caso os seguros, alguns encargos com o pessoal e, duma maneira
geral, todas as despesas que, embora consideradas como custos regulares ao longo
do ano, são pagas em data fixa.
Tais despesas são naturalmente inscritas no orçamento de tesouraria apenas na
data do pagamento.
Estão neste caso a maior parte dos gastos de exploração: salários, ordenados,
despesas correntes feitas no exterior, etc.
Há no orçamento de exploração despesas que não dão origem a pagamentos e que
é preciso retirar como, por exemplo, as amortizações.
Há também importâncias que têm de ser consideradas no orçamento de tesouraria
e que não dizem respeito à exploração como, por exemplo, as despesas de
investimento e as que são originadas pelos lucros de exploração, tais como os
impostos, os dividendos e outras formas de distribuição de lucros
Devem ainda considerar-se nesta rúbrica a compra de títulos de aplicação de
capitais, o reembolso e os novos contratos de empréstimo.
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Para o orçamento de tesouraria não se pode exigir um grau de exatidão como aquele que é
normalmente exigido para o orçamento de exploração. Um orçamento aproximado é já
considerado muito bom.
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A aplicação de capitais envolve sempre o estudo não só dos rendimentos que daí poderão
advir, como também a opção entre alternativas distintas com que se depara o investidor.
Normalmente, não se torna fácil decidir pela simples comparação entre os valores nominais
dos capitais aplicados e dos resultantes desta aplicação porque aqueles valores se referem
a momentos diferentes e, como tal, é falível a sua comparação quando não referidos ao
mesmo tempo.
Para o investidor esta substituição deverá ser compensatória, isto é, os capitais futuros
deverão resultar da multiplicação dos atuais, isto é, um investimento pressupõe o
acréscimo do valor do capital atual.
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Prazo de Recuperação
O investimento envolve sempre o aparecimento de um conjunto de elementos de sinais
contrários: despesas e receitas. A diferença entre estas traduz-se no Rendimento Líquido
do Investimento.
Entende-se por prazo de recuperação o espaço de tempo necessário para que o investidor
tenha reembolsado o capital investido. Por outras palavras, o prazo de recuperação
corresponde ao número de períodos em que o somatório dos lucros periódicos seja igual ao
capital investido.
Este método obriga a estabelecer um prazo de vida útil do investimento, isto é, período de
tempo durante o qual o investimento tem utilidade económica.
Dois métodos podem ser utilizados para o cálculo do valor atual líquido:
Atualização de todas as despesas e receitas inerentes ao projeto de investimento.
Atualização do saldo líquido entre as receitas e despesas.
Quando VAL > 0, significa que a taxa de rentabilidade do investimento é superior à mínima
(i) que o investidor considera aceitável, donde a decisão poderá ser favorável. Se VAL < 0,
a taxa de rentabilidade é inferior a (i), logo o investimento parece desfavorável.
Taxa de Rentabilidade
Consiste na determinação de um rendimento unitário, isto é, o lucro previsto por cada
unidade monetária de investimento.
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ufcd 4320 – Gestão e análise financeira
O valor calculado poderá ser determinante na opção não só de investir como também de
quanto investir.
Neste sentido há que apurar quais os fluxos anuais gerados pela exploração do projeto que
devem ser comparados com as despesas realizadas.
São esses fluxos anuais ao longo do período vida do projeto de investimentos que se
convencionou chamar de cash-flow e que se obtém anualmente através do somatório dos
resultados líquidos, reintegrações e/ou amortizações técnicas, provisões não utilizadas e
encargos financeiros.
Como o valor residual dá normalmente origem à libertação de fluxos monetários, este deve
ser adicionado ao último cash-flow previsional, caso a libertação de fundos se verifique.
Importa, contudo, referir aqui alguns dos pressupostos lógicos e evidentes mas
indispensáveis á correta determinação dos cash-flows previsionais associados a cada uma
das alternativas decisórias colocadas à empresa:
1- O cash-flow do projeto (decisão) compreende o rendimento líquido de impostos
devido à implementação do projeto e não todo o rendimento gerado pela
atividade da empresa. O mesmo é dizer que o cash-flow com interesse para a
avaliação das opções estratégicas da empresa é um cash-flow diferencial, isto é,
a diferença entre os cash-flows com projeto (ou decisão) e os cash-flows
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ufcd 4320 – Gestão e análise financeira
Por exemplo se a taxa de imposto for de 37.7%, como resultado das operações indicadas,
as amortizações tem um efeito positivo no cash-flow do exercício no valor de 37,7% do seu
valor, tal como abaixo se demonstra:
P-C-A = RAI
RAI-0.37 (P-C-A)=RLE
P-C-A-0.377(P-C-A)=RLE
CF = P-C-A-0.37 (P-C-A) + A = P-C-0.37(P-C-A)
= P-C-0.37(P-C) + 0.377A
A empresa tem um potencial de geração de vendas e de resultados que, por seu turno, são
função da potencialidade de crescimento do mercado e da posição concorrencial da própria
empresa.
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Resultado (%)
Investimento
Interessa é saber e definir bem o que se entende por resultado e por investimento.
Como investimento podemos utilizar o ativo total. Apresentando alguns inconvenientes, que
não se detalham no âmbito deste manual, pode utilizar-se o denominado ativo económico
total que corresponde ao investimento em ativo fixo e às necessidades em fundo de
maneio.
Ou ainda o ativo de exploração, expurgando do total ativos não afetos à exploração, como
sejam, terrenos, algumas naturezas de equipamentos, etc.
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ufcd 4320 – Gestão e análise financeira
Seja qual for o denominador (ajustado à análise pontual que se pretenda) devemos sempre
adequar-lhe o numerador para que a comparação seja válida. Por exemplo se o
denominador for o ativo total ou o ativo total económico, deve ser utilizado o resultado
operacional.
Calcula-se de forma análoga ao anterior, só que neste caso é tido em consideração o custo
do fator tempo.
Este critério continua a ter como limitações o facto de não considerar os cash-flows
gerados após o período de recuperação e tende a privilegiar a liquidez não tendo em conta
as fontes de financiamento da empresa.
s PRA 0
CFs / (1+i)s =
s1
Kt / (1+i)
t k
t
- VRn / (1+i)n
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