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Análise das Demonstrações
Contábeis
Análise das Demonstrações Contábeis
Autor: Pedro Cláudio da Silva
Como citar este documento: DA SILVA, Pedro Cláudio. Análise das Demonstrações Contábeis. Valinhos:
2016.
Sumário
Apresentação da Disciplina 03
Unidade 1: Visão geral de análise das demonstrações financeiras 05
Unidade 2: Indicadores de Liquidez 30
Unidade 3: Indicadores de Endividamento/Estrutura de Capital 55
Unidade 4: Indicadores de Lucratividade/Rentabilidade 80
Unidade 5: Modelos de Avaliação de Empresas 104
Unidade 6: Modelos de Insolvência 132
Unidade 7: Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise do fluxo das variáveis empresariais 166
Unidade 8: Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise das variações da Necessidade Líquida de
194
Capital de Giro (NLCG)
2/225
Apresentação da Disciplina
4/225
Unidade 1
Visão geral de análise das demonstrações financeiras
Objetivos
5/225
Introdução
Toda empresa que atua no mercado possui 1. Visão geral sobre o objetivo
um propósito e para que seu propósito seja da administração financeira em-
alcançado é preciso planejar. Contudo, presarial
para que o planejamento possa ser
plenamente realizado, é necessário um Para que se possa entender a importância
ciclo de realização, acompanhamento das diferentes metodologias de análise das
e controle. Nessa diretriz, a análise das demonstrações financeiras, é necessário,
demonstrações financeiras contribui para primeiramente, compreender o conceito de
fornecer informações sobre o desempenho finanças e sua aplicabilidade.
realizado em um determinado período,
contribuindo para a tomada de decisão,
seja ela de continuidade ou de ajustes.
Para que a administração maximize o valor de uma empresa, ela deve apro-
veitar suas forças e corrigir suas fraquezas. A análise das demonstrações
financeiras envolve a comparação do desempenho da empresa com o de
outras empresas no mesmo setor. Isso a ajuda identificar deficiências e a
tomar medidas que melhorem o desempenho (2000, p. 33).
19/225
Considerações Finais
20/225
Referências
WESTON, J.F.; BRIGHAM, E.F. Fundamentos de administração financeira. 10. ed. São Paulo: Ma-
kron Books, 2000.
a) Finanças é o estudo da arte e a ciência de administrar recursos financeiros para evitar preju-
ízo.
b) As finanças podem ser definidas como a arte e a ciência de gerenciamento de fundos.
c) Finanças é o estudo de como as pessoas alocam recursos escassos ao longo do tempo.
d) Finanças é o estudo de como as pessoas alocam recursos excedentes no curto prazo.
e) Finanças é o estudo da arte e a ciência de administrar recursos financeiros para maximizar a
riqueza.
24/225
Questão 3
3. Qual é o objetivo das finanças aplicadas às empresas?
25/225
Questão 4
4. Qual a importância da análise setorial e ambiental no processo de
planejamento?
a) Conhecer os concorrentes.
b) Conhecer as forças e fraquezas da empresa concorrente, suas ameaças e oportunidades.
c) Realizar a análise econômico-financeira com base na metodologia do tripé decisorial.
d) Conhecer as forças e fraquezas da empresa, ameaças e oportunidades existentes no merca-
do.
e) Não é importante realizar esse tipo de análise.
26/225
Questão 5
5. Quais as situações que são levadas em consideração numa tomada de
decisão?
27/225
Gabarito
1. Resposta: C. 3. Resposta: B.
Damodaran (2004) enfatiza que o objetivo
As ferramentas que compõem as demons-
das finanças aplicadas às empresas é maxi-
trações financeiras são determinadas pela
mizar seu o valor.
Lei das SAs, alterada pela Lei 11.638/07 e
Instrução CVM.
4. Resposta: D.
2. Resposta: E. O objetivo da realização de análise setorial e
ambiental pelas empresas é conhecer suas
Lemes Júnior, Rigo e Cherobin (2002, p. 5)
forças e fraquezas, as ameaças e oportuni-
sintetizam o conceito, dizendo que finanças
dades.
é o estudo da arte e a ciência de adminis-
trar recursos financeiros para maximizar a
riqueza.
5. Resposta: A.
29/225
Unidade 2
Indicadores de Liquidez
Objetivos
30/225
Introdução
No Tema 1, foi visto que, para o planejamen- favorável pode levar as empresas a um pro-
to ser plenamente realizado, é necessário cesso de liquidação e ao consequente en-
um ciclo de realização, acompanhamento e cerramento de suas atividades.
controle. Foi visto também que toda decisão
econômico-financeira é tomada levando 1. Visão geral sobre o processo e
em consideração três situações, conheci- tipos de análise e interpretação
das pelo chamado tripé decisorial. São elas: dos indicadores
situação de liquidez, situação de endivida-
mento/estrutura de capital e situação eco- As informações contidas nas demonstra-
nômica. ções financeiras são extremamente impor-
O objetivo da análise de liquidez é compre- tantes para diversos grupos (stakeholders)
ender a situação sobre a capacidade que a que regularmente necessitam construir me-
empresa tem, num dado período, de honrar didas relativas da eficiência operacional da
seus compromissos, sejam esses de curto e/ empresa. As análises de índices envolvem
ou longo prazos. métodos de cálculo e interpretação visan-
do analisar e acompanhar o desempenho
Das três situações que compõem o tripé da empresa. A análise não inclui somente o
decisorial, a situação de liquidez é a mais cálculo do índice; o mais importante é a in-
sensível, pois uma situação de liquidez des-
31/225 Unidade 2 • Indicadores de Liquidez
terpretação do valor desse índice. (análise de séries temporais), com o
Basicamente, existem três tipos de análises desempenho de outras empresas e/ou
dos índices, quais sejam: setor (análise em corte transversal).
A visão combinada permite avaliar a
• Análise de corte transversal: a análi- tendência de comportamento de um
se de corte transversal envolve a com- índice em relação à tendência obser-
paração de índices financeiros de di- vada em outras empresas e/ou setor.
ferentes empresas na mesma data. A
comparação de médias setoriais tam-
bém é um procedimento comum;
• Análise de séries temporais: a análise
de séries temporais avalia o desempe-
nho com o passar do tempo. Compa-
ra o desempenho corrente com o de-
sempenho passado.
• Análise combinada: a visão combina-
da analisa, ao mesmo tempo, o desem-
penho corrente e passado da empresa
32/225 Unidade 2 • Indicadores de Liquidez
2. Indicadores de liquidez
Para saber mais Os indicadores de liquidez evidenciam o
De acordo com Assaf Neto (2003, p. 98) “apesar grau de solvência da empresa em decorrên-
da existência de alguns critérios sofisticados, o cia da existência ou não de solidez finan-
uso de índices constitui-se na técnica mais comu- ceira que garanta o pagamento dos com-
mente empregada [na análise de demonstrações promissos assumidos com terceiros. Esses
financeiras]. No entanto, algumas precauções de- quocientes mostram a proporção existente
vem ser tomadas. Inicialmente, aponta-se que um entre as aplicações efetuadas no Ativo Cir-
simples índice, isolado de outros complementares culante e no Ativo Realizável a Longo Pra-
ou que ilustram a causa de seu comportamento, zo (LP) em relação aos Capitais de Terceiros
não fornece elementos suficientes para uma con- (Passivo Circulante e Passivo não Circulan-
clusão satisfatória. [...] Ressalta-se também que, te).
mesmo que se tenha mensurado um conjunto
de índices complementares, é necessário efetuar
uma comparação temporal e setorial”.
42/225
?
Questão
para
reflexão
43/225
?
Questão
para
reflexão
44/225
Considerações Finais
45/225
Referências
ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. São Paulo: Atlas, 2003.
GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.
MARION, J. C. Análise das demonstrações contábeis. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
MATARAZZO, D. C. Análise financeira de balanços. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
Com base nas informações acima, calcule, para os exercícios 20X2, 20X1 e
20X0, respectivamente:
47/225
Questão 1
1. Índice de liquidez geral:
48/225
Questão 2
2. Índice de liquidez comum:
49/225
Questão 3
3. Índice de liquidez seca:
50/225
Questão 4
4. Índice de liquidez imediata:
51/225
Questão 5
5. Outras quatro empresas apresentaram os seguintes indicadores de
liquidez imediata, para o exercício de 20X2:
• Empresa 1: 0,10;
• Empresa 2: 0,50;
• Empresa 3: 1,00;
• Empresa 4: 1,50.
Com base nas informações acima e, considerando o resultado encontrado da empresa VL2,
responda: qual Companhia apresentou melhor resultado?
a) Empresa 1
b) Empresa 2
c) Empresa VL2
d) Empresa 3
e) Empresa 4
52/225
Gabarito
1. Resposta: A.
2. Resposta: E.
3. Resposta: B.
53/225
Gabarito
4. Resposta: D.
5. Resposta: C.
54/225
Unidade 3
Indicadores de Endividamento/Estrutura de Capital
Objetivos
55/225
Introdução
68/225
?
Questão
para
reflexão
Figura 15 – Demonstrações Financeiras da Companhia Tema 3
69/225
Considerações Finais
70/225
Referências
Com base nas informações acima, calcule, para os exercícios 20X2, 20X1 e
20X0, respectivamente, e identifique a alternativa correta.
72/225
Questão 1
1. Participação de capital de terceiros:
73/225
Questão 2
2. Composição do endividamento:
74/225
Questão 3
3. Endividamento total:
75/225
Questão 4
4. Imobilização do patrimônio líquido:
76/225
Questão 5
5. Imobilização de recursos não correntes:
77/225
Gabarito
1. Resposta: B.
2. Resposta: D.
3. Resposta: E.
78/225
Gabarito
4. Resposta: C.
5. Resposta: A.
79/225
Unidade 4
Indicadores de Lucratividade/Rentabilidade
Objetivos
80/225
Introdução
Revela a margem de lucratividade obtida pela empresa em função do seu faturamento, isto é,
quanto a empresa obteve de lucro líquido para cada real vendido. A interpretação desse quo-
ciente deve ser direcionada a verificar a margem de lucro da empresa em relação às vendas.
92/225
?
Questão
para
reflexão
93/225
Considerações Finais
94/225
Referências
Com base nas informações acima, calcule, para os exercícios 20X2, 20X1 e
20X0, respectivamente, e assinale a alternativa correta:
96/225
Questão 1
1. Lucratividade das vendas:
97/225
Questão 2
2. Rentabilidade do ativo:
98/225
Questão 3
3. Rentabilidade do patrimônio líquido:
99/225
Questão 4
4. Payback:
100/225
Questão 5
5. Giro do ativo:
101/225
Gabarito
1. Resposta: A.
2. Resposta: B.
3. Resposta: C.
102/225
Gabarito
4. Resposta: D.
5. Resposta: E.
103/225
Unidade 5
Modelos de Avaliação de Empresas
Objetivos
104/225
Introdução
Nos temas anteriores, foi visto que toda pacidade da empresa naquele momento de
decisão econômico-financeira é tomada geração de riqueza, ou seja, qual a lucrativi-
levando em consideração três situações, dade e rentabilidade que ela está gerando.
conhecidas pelo chamado tripé decisorial: Contudo, a análise individualizada dos indi-
situação de liquidez, situação de endivida- cadores, apesar de relevante, traz uma di-
mento/estrutura de capital e situação eco- ficuldade maior quando se pretende fazer
nômica. O objetivo da análise de liquidez é uma análise global da empresa consideran-
compreender a situação sobre a capacidade do, simultaneamente, a situação de liqui-
que a empresa tem, num dado período, de dez, de endividamento/estrutura de capital
honrar seus compromissos, sejam estes de e de lucratividade/rentabilidade. Para re-
curto e/ou longo prazos. solver esse problema, foram desenvolvidos
O objetivo de analisar a estrutura de capi- modelos de avaliação.
tal é compreender, num dado período, qual De acordo com Matarazzo (2007, p. 187),
a estrutura de capital que a empresa pos- “a análise de balanços através de índices só
sui naquele momento, bem como seu grau adquire consistência e objetividade quan-
de endividamento. O objetivo de analisar a do os índices são comparados com padrões,
situação de lucratividade/rentabilidade é pois, do contrário, as conclusões se sujeitam
compreender, num dado período, qual a ca- à opinião e, não raro, ao humor do analista
105/225 Unidade 5 • Modelos de Avaliação de Empresas
de balanços”.
Através de técnicas estatísticas (medida Para saber mais
separatriz), é possível a construção de in- As medidas separatrizes são números reais que
dicadores padrão, que servem de parâme- dividem a sequência ordenada de dados em
tro de comparação do desempenho eco- partes que contêm a mesma quantidade de
nômico-financeiro da empresa, objeto de elementos da série. São medidas separatrizes:
análise, com o desempenho de um grande a mediana, os quartis, os quintis, os decis e
número de empresas do mesmo segmento. os percentis. Os elementos que separam a
Esses padrões são importantes para toda a sequência ordenada em 4 partes, cada uma
análise que se venha a fazer das empresas, contendo 25% dos elementos, são os quartis.
permitindo que se estabeleçam qualifica- O primeiro quartil, indicado por Q1, separa a
ções (favorável, insuficiente etc.), nos vários sequência ordenada, deixando 25% de seus
índices extraídos das demonstrações finan- valores à esquerda e 75% à direita. O segundo
ceiras. quartil, Q2, corresponde à mediana. O terceiro
quartil, Q3, separa a sequência ordenada,
deixando 75% de seus valores à esquerda e 25%
de seus valores à direita. A mesma lógica se
aplica aos quintis, decis e percentis.
Peso
Indicador
Índices Grupo
Participação de Capitais de Terceiros 0,6
Endividamento
Composição do Endividamento 0,1
Imobilização do Patrimônio Líquido 0,2 0,4
0,2
Liquidez Corrente 0,5
Liquidez Seca 0,2
Giro do Ativo 0,2
Rentabilidade
Lucratividade
Indicador 20X9
Endividamento
Participação de Capitais de Terceiros 1,83
Composição do Endividamento 0,54
Imobilização do Patrimônio Líquido 1,21
Imobilização de Recursos Não Correntes 0,66
Liquidez Geral 0,88
Liquidez
Índices Grupo
Indicador Valor
Peso Nota Peso × Nota Nota Peso Nota × Peso
20X9
Part. Cap. Terceiros 0,6 1,83 4 2,4
Endividamento
Lucratividade
As notas de cada indicador da tabela anterior foram obtidas a partir da tabela de índices padrão
de 556 empresas do ramo de produtos elétricos e eletrônicos, conforme demonstra a Figura 28,
abaixo:
Decis
Indicador
Endividamento 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º
Part. Cap. Terceiros 0,43 0,66 0,85 1,09 1,36 1,66 2,18 2,76 4,20
C. Endividamento 0,71 0,82 0,92 0,96 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
Imob. P. Líquido 0,25 0,34 0,43 0,55 0,62 0,73 0,86 1,01 1,35
I. R. N. Correntes 0,21 0,28 0,37 0,43 0,54 0,61 0,70 0,83 1,14
Liquidez Geral 0,84 0,98 1,06 1,14 1,24 1,34 1,47 1,76 2,24
Liquidez
Liquidez Corrente 0,95 1,06 1,16 1,25 1,34 1,45 1,62 1,87 2,35
Liquidez Seca 0,47 0,60 0,70 0,79 0,88 0,96 1,05 1,22 1,60
Giro do Ativo 0,64 0,86 0,92 1,06 1,26 1,35 1,48 1,69 2,10
Rentabilidade
Lucratividade
Margem Líquida -5,3% 0,0% 1,1% 2,1% 3,2% 4,5% 6,6% 9,5% 14,5%
Rentabilidade Ativo -5,6% 0,0% 1,3% 2,7% 4,2% 6,1% 8,5% 11,4% 17,7%
Rent. P. Líquido -17% 1,0% 5,0% 9,0% 13,0% 17,8% 24,6% 35,0% 56,2%
Fonte: elaborada pelo autor
De acordo com essa escala, a empresa MF obteve as seguintes notas, demonstradas na Figura 30:
Figura 30 – Notas da empresa MF
A margem líquida mede a lucratividade sobre as vendas enquanto o giro do ativo mostra o quão
eficientemente a empresa utilizou seus ativos na geração de receitas (produtividade). A relação
entre margem líquida e giro do ativo é determinante na rentabilidade do ativo, ou seja, quanto
mais eficiente for a empresa em termos de produtividade (medida pelo giro do ativo), maior será
o retorno do ativo.
Link
ANGOTTI, M. Análise DuPont como ferramenta
de apoio às decisões de investimento em ações.
Desse modo, o modelo estabelece uma cor-
UFMG - FACE CEPCON, 2010.
relação entre eficiência operacional, estru-
tura de capital e rentabilidade, com o ob-
jetivo maior de maximizar o retorno para o
acionista.
118/225
?
Questão
para
reflexão
1. Com base nas informações apresentadas no item “MODELO DE
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS DE MATARAZZO” e Figuras 28 a 32,
calcule o resultado da Companhia pelo método de Matarazzo, in-
dicadores de endividamento/estrutura de capital, dos três exercí-
cios e faça uma breve análise sobre os resultados calculados.
2. Com base nas informações apresentadas pela Companhia, calcule
os indicadores necessários para a composição do modelo DuPont.
119/225
Considerações Finais
120/225
Referências
122/225
Questões
Decis
Indicador
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º
Giro do Ativo 0,64 0,86 0,92 1,06 1,26 1,35 1,48 1,69 2,10
Rentabilidade
Lucratividade Margem
-5,3% 0,0% 1,1% 2,1% 3,2% 4,5% 6,6% 9,5% 14,5%
Líquida
Rentabilidade
-5,6% 0,0% 1,3% 2,7% 4,2% 6,1% 8,5% 11,4% 17,7%
Ativo
Rent. P. Líquido -17% 1,0% 5,0% 9,0% 13,0% 17,8% 24,6% 35,0% 56,2%
Com base nas informações apresentadas acima, analise as questões que se seguem e assinale
a alternativa correta.
123/225
Questão 1
1. Calcule o indicador de lucratividade das vendas (margem líquida)
da Companhia VL5, do exercício de 20X2, e avalie a sua situação, se
comparada à média setorial.
a) Fraco
b) Razoável
c) Péssimo
d) Ótimo
e) Deficiente
124/225
Questão 2
2. Calcule o indicador giro do ativo da Companhia VL5, do exercício de
20X2, e avalie a sua situação, se comparada à média setorial.
a) Deficiente
b) Razoável
c) Péssimo
d) Ótimo
e) Fraco
125/225
Questão 3
3. Usando a metodologia DuPont, calcule a rentabilidade do ativo da
Companhia VL5, dos três exercícios.
126/225
Questão 4
4. Usando a metodologia DuPont, calcule o Multiplicador de alavancagem
financeira da Companhia VL5, dos três exercícios.
127/225
Questão 5
5. Usando a metodologia DuPont, calcule a rentabilidade do patrimônio
líquido da Companhia VL5, dos três exercícios.
128/225
Gabarito
1. Resposta: A.
2. Resposta: E.
129/225
Gabarito
3. Resposta: B.
4. Resposta: D.
130/225
Gabarito
5. Resposta: C.
131/225
Unidade 6
Modelos de Insolvência
Objetivos
132/225
Introdução
No tema anterior, foi visto que a análise in- qualificações (favorável, insuficiente etc.),
dividualizada dos indicadores, apesar de re- nos vários índices extraídos das demonstra-
levante, traz uma dificuldade maior quan- ções financeiras.
do se pretende fazer uma análise global da
empresa considerando, simultaneamente, 1. Modelo de kanitz
a situação de liquidez, de endividamento/
estrutura de capital e de lucratividade/ren- De acordo com Matias (2009, p. 277), um
tabilidade. Para resolver esse problema, fo- dos primeiros trabalhos desenvolvidos no
ram desenvolvidos modelos de avaliação. Brasil relacionados a modelos de previsão
de falência de empresas foi o de Stephen
Através de técnicas estatísticas, é possível a
Charles Kanitz. Utilizando a técnica estatís-
construção de indicadores padrão, que ser-
tica de análise discriminante, Kanitz cons-
ve de parâmetro de comparação do desem-
truiu o chamado termômetro de insolvên-
penho econômico-financeiro da empresa,
cia, composto por cinco variáveis.
objeto de análise, com o desempenho de
um grande número de empresas do mesmo Nesse modelo, Kanitz utilizou vinte e uma
segmento. Esses padrões são importantes empresas solventes e, comparativamente,
para toda a análise que se venha a fazer das vinte e uma empresas insolventes, entre
empresas, permitindo que se estabeleçam 1972 e 1974. As referidas empresas foram
133/225 Unidade 6 • Modelos de Insolvência
escolhidas aleatoriamente de um rol de cer- passivo circulante, ou seja, índice de liqui-
ca de cinco mil demonstrações contábeis de dez comum, foi dado um peso de 1,06. À va-
empresas brasileiras que tinham sido pre- riável X5, calculada pela divisão entre exigí-
viamente analisadas pelo autor. vel total e patrimônio líquido, ou seja, índice
À variável X1, calculada pela divisão entre de participação de capital de terceiros, foi
lucro líquido e patrimônio líquido, ou seja, dado um peso de 0,33.
rentabilidade do patrimônio líquido, foi A Figura 32 sintetiza a consolidação do mo-
dado um peso de 0,05. À variável X2, calcu- delo desenvolvido por Kanitz.
lada pela divisão entre a somatória do ati-
vo circulante mais ativo realizável a longo
prazo e a somatória do passivo circulante
mais passivo não circulante, ou seja, índice
de liquidez geral, foi dado um peso de 1,65.
À variável X3, calculada pela divisão entre
ativo circulante menos estoques e passivo
circulante, ou seja, índice de liquidez seca,
foi dado um peso de 3,55. À variável X4, cal-
culada pela divisão entre ativo circulante e
134/225 Unidade 6 • Modelos de Insolvência
Figura 32 – Modelo desenvolvido por Kanitz
O resultado da variável X1 vezes 0,05, mais o resultado da variável X2 vezes 1,65, mais o resultado
da variável X3 vezes 3,55, menos o resultado da variável X4 vezes 1,06, menos o resultado da vari-
ável X5 vezes 0,33, foi denominado pelo autor de fator de insolvência.
O fator de insolvência positivo indica que a empresa está solvente. Valores entre zero e -3 (três
negativo) representam uma área de indefinição, denominada de penumbra. Um resultado abaixo
135/225 Unidade 6 • Modelos de Insolvência
de -3 (três negativo) representa uma situa- de solvência/insolvência, a fim de se-
ção de insolvência. lecionar clientes prioritários; e
Para Kanitz (1974, p. 96), “os primeiros sin- • determinar previsões para a conta
tomas de uma insolvência surgem muito “devedores duvidosos”, segundo a
antes que ela se concretize”. O desafio dos probabilidade de insolvência de cada
analistas é identificar esses sintomas nos cliente.
balanços das Companhias tempestivamen- Enfatiza ainda o autor que nem toda empre-
te, ou seja, “descobrir com antecedência e sa vai obrigatoriamente à falência por estar
um razoável grau de segurança, qual a situ- enfrentando dificuldades em determinado
ação financeira de uma empresa”. O modelo momento. Qualquer empresa bem admi-
desenvolvido pelo autor traz essa possibili- nistrada pode se recuperar de uma situação
dade aos analistas. difícil.
Enfatiza o autor que a análise do índice de Portanto, o fator de insolvência é um indi-
solvência permite: cador daquilo que pode acontecer em um
• descobrir empresas em estado de pré- futuro próximo, caso a empresa não corrija
-insolvência; os rumos que está seguindo.
De acordo com os autores Altman, Baidya e Dias (1979, p. 23), Z1 e Z2 são fatores distintos, mas
muito semelhantes, ou seja, essencialmente idênticos. O fator Z1 não inclui a variável X1 “porque
o programa discriminante, aplicado passo a passo, mostrou que X1 não contribuía para o poder
Link
ALTMAN, E. I.; BAIDYA, T. K. N.; DIAS, L. M. R.
Previsão de problemas financeiros em empresas.
Revista de administração de empresa. Rio de
Janeiro, 19(1), p. 17-28, jan./mar. 1979.
5. Modelo de Pereira
150/225
?
Questão
para
reflexão
Considere ainda as seguintes informações complementares:
Descrição 20X2 20X1 20X0
Reservas de Lucro 12.311 18.268 11.556
EBIT 12.639 25.504 16.857
Lucro Operacional 5.705 20.607 13.480
Lucro Bruto 19.681 27.257 21.770
151/225
Considerações Finais
152/225
Referências
ALTMAN, E.I.; BAIDYA, T.K.N.; DIAS, L.M.R. Previsão de problemas financeiros em empresas. Revista
de administração de empresa, Rio de Janeiro, v. 19, n. 1, p. 17-28, jan./mar. 1979. Disponível
em: <http://www.scielo.br/pdf/rae/v19n1/v19n1a02.pdf>. Acesso em: 31 out. 2016.
KANITZ, S.C. Como prever falências de empresas. Revista negócios em exame, p. 95-
102, dez. 1974. Disponível em: <https://pt.scribd.com/document/61123852/EXAME-
ComoPreverFalenciaEmpresa-Kanitz>. Acesso em: 30 nov. 2016.
MARION, J.C. Análise das demonstrações contábeis. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
MATARAZZO, D.C. Análise financeira de balanços. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
MATIAS, A.B. (Coord.). Análise financeira fundamentalista de empresas. São Paulo: Atlas,
2009.
154/225
Questões
Considere ainda as seguintes informações complementares:
Descrição 20X2 20X1 20X0
Reservas de Lucro 132.649 171.521 165.703
EBIT 9.058 27.379 47.784
Lucro Operacional (4.895) 13.518 35.785
Lucro Bruto 102.735 138.042 154.600
Com base nas informações acima, calcule, para os exercícios 20X2, 20X1 e 20X0,
respectivamente:
155/225
Questão 1
1. O fator de insolvência de Kanitz:
156/225
Questão 2
2. Fator Z1 de Altman:
157/225
Questão 3
3. Fator Z2 de Altman:
158/225
Questão 4
4. Modelo de Elizabetsky:
159/225
Questão 5
5. Modelo de Matias:
160/225
Gabarito
1. Resposta: B.
161/225
Gabarito
2. Resposta: D.
162/225
Gabarito
3. Resposta: A.
163/225
Gabarito
4. Resposta: C.
164/225
Gabarito
5. Resposta: E.
165/225
Unidade 7
Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise do fluxo das variáveis empresariais
Objetivos
166/225
Introdução
Nos Temas 5 e 6. foram estudados modelos
1. Modelo de michel fleuriet –
que auxiliam na análise global das empre-
modelo dinâmico
sas, pois as análises individualizadas dos
indicadores, apesar de relevantes, trazem O modelo dinâmico, conhecido por mode-
uma dificuldade maior quando se pretende lo Fleuriet, nasceu no ano de 1975, ocasião
fazer uma análise simultânea, da situação em que seu autor, Michel Fleuriet, ao minis-
de liquidez, de endividamento/estrutura de trar aulas para executivos brasileiros, per-
capital e de lucratividade/rentabilidade. cebeu que havia um entendimento equivo-
Neste tema, vamos conhecer o chamado cado sobre o conceito de capital de giro.
modelo dinâmico, que tem por objetivo for-
necer uma visão completa sobre a situação
das empresas, sob a óptica da necessidade
de capital de giro organizacional.
167/225 Unidade 7 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise do fluxo das variáveis empresariais
De acordo com o referido autor (FLEURI-
Para saber mais ET, 2016), muitas companhias brasileiras
cometiam um erro terrível. Seus executi-
De acordo com o Instituto Brasileiro de Executivos
vos acreditavam que, como a necessidade
de Finanças, “O Modelo Fleuriet é um olhar dife-
de capital de giro varia no curto prazo, ela
rente sobre as demonstrações financeiras de uma
poderia ser financiada com dívidas de cur-
empresa. Este modelo é uma abordagem não só
to prazo. Isso poderia funcionar muito bem
de análise do desempenho econômico-financeira
em países onde se pode facilmente renovar
da empresa, mas também uma forma inteligente
o financiamento de curto prazo, seja porque
de administrar uma empresa com foco na susten-
os bancos emprestam para empresas, como
tabilidade financeira e econômica de curto e lon-
na Europa, ou porque há um mercado finan-
go prazo”.
ceiro grande e líquido, como nos Estados
Unidos – onde a empresa tem maior acesso
a crédito e, portanto, indicadores de liqui-
dez não sejam tão relevantes como no Bra-
sil.
De acordo com Fleuriet, Kehdy e Blanc (2003,
p. 7), “para uma melhor compreensão do
168/225 Unidade 7 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise do fluxo das variáveis empresariais
modelo [...] as contas do ativo e do passivo eração da empresa cria uma neces-
devem ser consideradas em relação à reali- sidade de aplicação permanente de
dade dinâmica das empresas”. Para isso, foi fundos”.
necessário reclassificar o ativo e passivo cir- 2. A segunda variável destacada pelos
culante, passando a ter uma nova abertura, autores Fleuriet, Kehdy e Blanc (2003,
em ativo/passivo errático (ou financeiro) e p. 11) é a denominada capital de giro
cíclico (operacional). (CDG). O capital de giro é calculado
A partir da reclassificação do ativo e pas- pelas contas de passivo permanente
sivo circulante, foi possível estabelecer três (patrimônio líquido mais passivo não
variáveis de análise dinâmica para o mod- circulante) menos ativo não circulan-
elo, quais sejam: te. Pela lógica do modelo, parte dos
recursos permanentes da empresa
1. A primeira variável, chamada de ne-
deve ser utilizada para financiar a ne-
cessidade de capital de giro (NCG), é
cessidade de capital de giro.
calculada deduzindo do ativo opera-
cional os valores do passivo operacio- 3. A terceira variável destacada pelos
nal. Para os autores, “quando, no ciclo autores Fleuriet, Kehdy e Blanc (2003,
financeiro, as saídas de caixa ocorrem p. 13), o saldo de tesouraria (ST), é a
antes das entradas de caixa, a op- diferença entre o ativo financeiro e o
169/225 Unidade 7 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise do fluxo das variáveis empresariais
passivo financeiro. Saldo de tesouraria no tema de estudo nº 8, de fluxo das
negativo aumenta o risco de insolvên- variações da necessidade líquida de
cia das empresas. Aumentos do saldo capital de giro. Para os autores, as con-
negativo da tesouraria são denomina- tas de provisões devem ser analisadas
dos pelos autores de “efeito tesoura” de forma separada, assim como CDG
(FLEURIET; KEHDY; BLANC, 2003, p. é melhor analisado se for aberto em
38). CDG (próprio) e longo prazo. Assim,
Diversos trabalhos já foram escritos utili- Olinquevitch e de Santi Filho (2004, p.
zando o modelo dinâmico como metodolo- 134) classificam as contas do balanço
gia de análise. Alguns deles trouxeram con- patrimonial em cinco grandes grupos
tribuições de melhoria. Dentre eles, desta- e os chamam de variáveis empresar-
cam-se: iais. São eles: necessidade líquida de
capital de giro (NLCDG), tesouraria,
1. Olinquevitch e de Santi Filho (2004)
longo prazo, despesas provisionadas
contribuíram para a melhoria do mod-
e capital de giro (CDG). Para o desen-
elo desenvolvendo duas metodologias
volvimento desta aula, as contas de
de análise. A primeira delas é denom-
provisão são parte constante do ativo/
inada de fluxo das variáveis empresar-
passivo operacional e compõem: ati-
iais, e a segunda, que será detalhada
170/225 Unidade 7 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise do fluxo das variáveis empresariais
vo financeiro = caixa e equivalentes de Figura 38 – Balanço reclassificado padrão
171/225 Unidade 7 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise do fluxo das variáveis empresariais
A Figura 39 destaca o modelo padrão uti-
lizado para a análise do fluxo das variáveis
empresariais.
Para saber mais Figura 39 – Modelo padrão – variáveis empresariais
Indicações de livros e artigos sobre o modelo
Variáveis Empresariais
Fleuriet.
(+) CDGP (Patrimônio Líquido – Ativo
Permanente)
(+) Longo Prazo (Passivo não Circulante –
172/225 Unidade 7 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise do fluxo das variáveis empresariais
• A análise do modelo proposto pelos Figura 40 – Estruturas e classificações
175/225 Unidade 7 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise do fluxo das variáveis empresariais
Figura 41 – Balanço reclassificado – Companhia Exemplo
176/225 Unidade 7 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise do fluxo das variáveis empresariais
Figura 42 – Resultados
177/225 Unidade 7 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise do fluxo das variáveis empresariais
Glossário
CDGP: Capital de giro próprio.
NLCG: Necessidade líquida de capital de giro.
CCL: Capital circulante líquido.
178/225 Unidade 7 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise do fluxo das variáveis empresariais
?
Questão
para
reflexão
A Companhia Tema 7 apresentou as seguintes informações,
demonstradas na Figura 43.
Figura 43 – Demonstrações financeiras da Companhia Tema 7t
179/225
?
Questão
para
reflexão
Com base nas informações apresentadas, calcule, para os três exercí-
cios, o fluxo das variáveis empresariais e, de acordo com o modelo de
Marques e Braga, avalie a situação da empresa.
180/225
Considerações Finais
A análise dinâmica das empresas, por meio do fluxo das variáveis empresariais,
permite avaliar a situação de determinada Companhia num determinado perí-
odo, dentro de seis situações possíveis, quais sejam:
• situação de excelência;
• situação de solidez;
• situação insatisfatória;
• situação de alto risco;
• situação muito ruim;
• situação péssima.
181/225
Referências
FLEURIET, M.; KEHDY, R.; BLANE, G. O modelo fleuriet: a dinâmica financeira das empresas
brasileiras. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.
MARQUES, J.A.V.C.; BRAGA, R. Análise dinâmica do capital de giro: o modelo fleuriet. Revista de
Administração de Empresas. São Paulo, v. 35, n. 3, p. 49-63, maio./jun. 1995. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/rae/v35n3/a07v35n3.pdf>. Acesso em: 31 out. 2016.
OLINQUEVITCH, J.L.; DE SANTI FILHO, A. Análise de balanços para controle gerencial. 4. ed.
São Paulo: Atlas, 2004.
Com base nas informações acima, calcule, para os exercícios 20X2, 20X1 e
20X0, respectivamente, e assinale a alternativa correta:
183/225
Questão 1
1. O capital de giro próprio:
184/225
Questão 2
2. Capital circulante líquido:
185/225
Questão 3
3. Necessidade líquida de capital de giro:
186/225
Questão 4
4. Tesouraria:
187/225
Questão 5
5. Análise a situação da empresa com base na metodologia de Marques e
Braga:
a) Situação de excelência.
b) Situação de solidez.
c) Situação insatisfatória.
d) Situação de alto risco.
e) Situação muito ruim.
f) Situação péssima.
188/225
Gabarito
1. Resposta: E.
189/225
Gabarito
2. Resposta: C.
190/225
Gabarito
3. Resposta: A.
191/225
Gabarito
4. Resposta: D.
5. Resposta: B.
193/225
Unidade 8
Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise das variações da Necessidade Líquida de Capital
de Giro (NLCG)
Objetivos
194/225
Introdução
195/225 Unidade 8 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise das variações da Necessidade Líquida de Capital de Giro (NLCG)
contas de provisão são parte constante do Figura 44 – Balanço reclassificado padrão
196/225 Unidade 8 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise das variações da Necessidade Líquida de Capital de Giro (NLCG)
Além da metodologia de análise do fluxo das variáveis empresariais, os autores também desen-
volveram uma metodologia de análise de variação dos fluxos das NLCDGs. Resumidamente, as
variações das NLCDGs são explicadas pelas variações do ciclo financeiro, o que representa as
variações dos prazos médios de recebimentos e pagamentos. Tal análise está representada no
demonstrativo do fluxo das NLCGs na Figura 45.
Figura 45 – Demonstrativo do fluxo das NLCGs
Ciclo Financeiro
Alterações nas Políticas Financeiras
197/225 Unidade 8 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise das variações da Necessidade Líquida de Capital de Giro (NLCG)
Demonstrativo do Fluxo das NLCGs
Prazo Médio de Cobrança
Variação do Prazo Médio de Cobrança
198/225 Unidade 8 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise das variações da Necessidade Líquida de Capital de Giro (NLCG)
Figura 46 – Demonstrativo do fluxo das NLCGs
199/225 Unidade 8 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise das variações da Necessidade Líquida de Capital de Giro (NLCG)
200/225 Unidade 8 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise das variações da Necessidade Líquida de Capital de Giro (NLCG)
Fonte: elaborada pelo autor
A metodologia enfatiza que, se não houver mudanças nas políticas da empresa relacionadas à
gestão das contas do ativo e passivo operacional, tais como políticas de concessão de prazo
de pagamento aos clientes, políticas de gestão de estoques e políticas de relacionamento com
fornecedores, as variações quantitativas da necessidade líquida de capital de giro de um ano
para outro, devem acompanhar as variações da receita. Contudo, na prática, percebe-se que não
raramente as variações no ciclo financeiro ocorrem. A Figura 46 destaca as fórmulas de cada
variável do demonstrativo.
201/225 Unidade 8 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise das variações da Necessidade Líquida de Capital de Giro (NLCG)
2. Companhia exemplo
202/225 Unidade 8 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise das variações da Necessidade Líquida de Capital de Giro (NLCG)
Aplicando o modelo para a Companhia trado. Essa diferença, de R$182.282 mil, é
Exemplo, temos os seguintes resultados, explicada pelas variações ocorridas no ci-
demonstrados pela Figura 48. clo financeiro, resultados das variações dos
Analisando os resultados do demonstra- prazos médios.
tivo do fluxo das NLCGs, da Companhia
Exemplo, dos exercícios de 20X1 e 20X0,
percebe-se que a receita líquida reduziu
7,08%, passando de R$3.659.309 mil em
20X0 para R$3.400.194 mil em 20X1. En-
tretanto, a necessidade líquida de capital
de Giro (NLCG) aumentou 9,99%, passan-
do de R$R$1.067.844 mil em 20X0 para
R$1.174.523 mil em 20X1. Se a variação da
NLCG tivesse acompanhado a variação das
receitas, a NLCG de 20X1 seria de R$992.241
mil e não R$1.174.523 mil conforme regis-
203/225 Unidade 8 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise das variações da Necessidade Líquida de Capital de Giro (NLCG)
Figura 48 – Demonstrativo do fluxo das NLCGs
204/225 Unidade 8 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise das variações da Necessidade Líquida de Capital de Giro (NLCG)
O ciclo financeiro da Companhia, em 20X0, operacional contribuiu com R$32.977,45
foi de 105,05 dias. Em 20X1, o ciclo financei- mil na variação total da NLCG. Essa varia-
ro foi de 124,35 dias, ou seja, esse aumento ção é resultado do aumento do prazo mé-
ocorrido no ciclo financeiro representou um dio, passando de 13,92 dias em 20X0 para
aumento de R$182.292,94 mil na NLCG. 17,41 dias em 20X1.
O prazo médio de cobrança contribuiu com O prazo médio das outras contas do passivo
R$66.701,37 mil na variação total da NLCG. operacional contribuiu com R$31.228,85
Essa variação é resultado do aumento do mil na variação total da NLCG. Essa varia-
prazo médio, passando de 114,76 dias em ção é resultado da redução do prazo médio,
20X0 para 121,82 dias em 20X1. passando de 37,33 dias em 20X0 para 34,02
O prazo médio de estoques contribuiu com dias em 20X1.
R$51.750,28 mil na variação total da NLCG. Por outro lado, o prazo médio de pagamen-
Essa variação é resultado do aumento do to a fornecedores contribuiu com uma re-
prazo médio, passando de 44,02 dias em dução de R$365, 11 mil na variação total da
20X0 para 49,50 dias em 20X1. NLCG. Essa variação é resultado do aumen-
O prazo médio das outras contas do ativo to do prazo médio, passando de 30,32 dias
em 20X0 para 30,36 dias em 20X1.
205/225 Unidade 8 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise das variações da Necessidade Líquida de Capital de Giro (NLCG)
Mesma análise pode ser feita comparando- ocorridas novamente no ciclo financeiro, re-
-se os exercícios de 20X2 e 20X1. Analisan- sultantes das variações dos prazos médios.
do os resultados do demonstrativo do flu- O ciclo financeiro da Companhia, em 20X1,
xo das NLCGs, da Companhia Exemplo, dos foi de 124,35 dias. Em 20X2, o ciclo finan-
exercícios de 20X2 e 20X1, percebe-se que a ceiro foi de 137,34, ou seja, esse aumento
receita líquida sofreu nova queda, dessa vez ocorrido no ciclo financeiro representou um
de 19,44%, passando de R$3.400,194 mil aumento de R$98.800,48 mil na NLCG.
em 20X1 para R$2.739.132 mil em 20X2.
Em 20X2, a necessidade líquida de capital O prazo médio de cobrança contribuiu
de giro (NLCG) também reduziu 11,03%, com R$105.700,01 mil na variação total da
passando de R$R$1.174.523 mil em 20X1 NLCG. Essa variação é resultado do aumen-
para R$1.044.974 mil em 20X2, mas foi uma to do prazo médio, passando de 121,82 dias
redução inferior à variação das receitas. Se em 20X1 para 137,34 dias em 20X2.
a variação da NLCG tivesse acompanhado a O prazo médio de estoques contribuiu com
variação das receitas, a NLCG de 20X2 se- R$61.231,36 mil na variação total da NLCG.
ria de R$946.196 mil e não R$1.044.974 Essa variação é resultado do aumento do
mil conforme registrado. Essa diferença, prazo médio, passando de 49,50 dias em
R$98.778 mil é explicada pelas variações 20X1 para 57,54 dias em 20X2.
206/225 Unidade 8 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise das variações da Necessidade Líquida de Capital de Giro (NLCG)
O prazo médio das outras contas do ativo
operacional contribuiu com R$68.231,36
mil na variação total da NLCG. Essa varia-
ção é resultado do aumento do prazo mé-
dio, passando de 17,41 dias em 20X1 para
26,38 dias em 20X2.
Link
DA SILVA, P.C.; FRANCO JÚNIOR, A.M.; TOALDO
Por outro lado, o aumento dos prazos A.; CURSINO, M.S. O modelo Fleuriet: análise
médios das contas do passivo operacional dinâmica do capital de giro aplicada no setor de
contribuiu para a redução de R$136.278 mil aviação civil. ENANGRAD, 2016
na variação total da NLCG.
207/225 Unidade 8 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise das variações da Necessidade Líquida de Capital de Giro (NLCG)
Glossário
Ciclo financeiro: também conhecido como ciclo de caixa, é o tempo entre o pagamento a for-
necedores e o recebimento das vendas. Quanto maior o poder de negociação da empresa com
fornecedores, menor o ciclo financeiro.
Prazo médio cobrança: representa quanto tempo, em média, a empresa demora a receber de
seus clientes suas vendas.
Prazo médio de pagamento a fornecedores: representa quanto tempo, em média, o fornecedor
demora a receber da empresa suas vendas.
208/225 Unidade 8 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise das variações da Necessidade Líquida de Capital de Giro (NLCG)
?
Questão
para
reflexão
A Companhia Tema 8 apresentou as seguintes informações, de-
monstradas na Figura 49.
Figura 49 – Demonstrações financeiras da Companhia Tema 8
209/225
?
Questão
para
reflexão
Com base nas informações apresentadas, calcule, para os três exer-
cícios, o fluxo das variações das NLCGs e explique referidas variações.
210/225
Considerações Finais
A análise dinâmica das empresas, por meio da análise das variações das NL-
CGs, permite avaliar o motivo do crescimento ou redução da necessidade de
capital de giro, por meio das variações dos prazos médios, quais sejam:
• Prazo médio de cobrança;
• prazo médio de estoques;
• prazo médio das outras contas do ativo operacional;
• prazo médio de pagamento a fornecedores;
• prazo médio de pagamento das outras contas do passivo operacional.
211/225
Referências
FLEURIET, M.; KEHDY, R.; BLANE, G. O modelo fleuriet: a dinâmica financeira das empresas
brasileiras. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.
OLINQUEVITCH, J.L.; DE SANTI FILHO, A. Análise de balanços para controle gerencial. 4. ed.
São Paulo: Atlas, 2004.
212/225 Unidade 8 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise das variações da Necessidade Líquida de Capital de Giro (NLCG)
Questões
A Companhia VL8 apresentou as seguintes informações:
Com base nas informações acima, calcule, para os exercícios 20X2, 20X1 e
20X0, respectivamente, e assinale a alternativa correta:
213/225
Questão 1
1. O ciclo financeiro:
214/225
Questão 2
2. Prazo médio de cobrança:
215/225
Questão 3
3. Prazo médio de estoques:
216/225
Questão 4
4. Prazo médio de pagamento a fornecedores:
217/225
Questão 5
5. Prazo médio das outras contas do passivo operacional:
218/225
Gabarito
219/225
Gabarito
1. Resposta: A.
220/225
Gabarito
2. Resposta: E.
221/225
Gabarito
3. Resposta: B.
222/225
Gabarito
4. Resposta: D.
223/225
Gabarito
5. Resposta: C.
224/225