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UFCD: 0368

Controle e Armazenagem de Mercadorias

50 horas

Formadora: Anabela Peixoto


2

Objetivos

Capítulo 1 - Enumerar os princípios


fundamentais da gestão de um armazém.

Capítulo 2 - Enunciar todos os aspetos


envolvidos na receção, aprovisionamento e
acondicionamento dos diferentes tipos de
produtos.

Capítulo 3 - Controlar o processo de gestão das


encomendas.
2

Conteúdos
Capítulo 1- Armazém:

• Instalações de armazenagem

• Equipamento de armazenagem

• Organização do espaço, do artigo e dos documentos

• Aspetos logísticos de um pequeno armazém


2

Conteúdos
Capítulo 2 - Armazenagem:

•Quando e como encomendar

•Stock mínimo de segurança

•Recepção de mercadorias e sua conferência

•Controlo de entradas e saídas


2

Conteúdos
Capítulo 3 - Gestão das Encomendas:

•Organização da base de dados

•Escolha do sortido

•Comunicação com os fornecedoreso


Custos envolvidos nos stocks
Elaboração de orçamentos
Conceitos

Controlo
e
armazenagem

de
mercadorias
Qual a importância da
armazenagem?

Ação de controlar;
Verificação de documentos ou
serviços; ou do bom
funcionamento de um sistema.

https://sicnoticias.pt/especiais/coronavirus/2021-01-26-A-Casa-de-
Papel-de-Israel.-Uma-visita-ao-esconderijo-de-milhoes-de-vacinas
Armazém

O armazém é o local especialmente escolhido,


preparado e equipado para guardar os stocks.
MERCADORIAS OU STOCKS?

Genericamente, stock é a
existência de qualquer
artigo ou recurso utilizado
numa organização.
STOCKS

Em que consiste um sistema de stocks?

➢ É o conjunto de políticas e controlos


que fiscalizam os níveis de stocks e
determinam que níveis devem ser mantidos,
quando se deve reabastecer o stock e
qual deve ser a dimensão das encomendas.
O porquê da existência de
Stocks?

• O stock é um mal necessário, dado


que representa um empate de
capital.
• Num estabelecimento o valor dos
stocks é muito significativo, pois
existem centenas de produtos.
O porquê da existência de Stocks?

• É necessário calcular um stock


mínimo que garanta, de acordo
com o histórico de vendas, que
determinado produto não entre
em rutura e garanta a sua
existência até à entrega
seguinte.
Diferentes tipos de stocks
• Consoante a natureza do negócio de uma
organização.

nela poderemos encontrar:


Diferentes tipos de stocks
• Stocks necessários para a fabricação, incluindo
matérias-primas, matérias subsidiárias, embalagens e
materiais de embalagem.
• Stocks de conservação os quais respeitam às peças
sobresselentes, necessárias para as máquinas,
ferramentas e matérias consumíveis.
• Stocks em curso de fabrico, que correspondem a
produtos não concluídos e que já implicaram o
consumo de recursos.
• Stocks de produtos acabados.
Natureza dos Stocks

• Os stocks têm naturezas diferentes.


• Alguns constituem os chamados stocks
“involuntários”, enquanto outros são
“necessários”, por serem essenciais à
normal cadência da produção.
Tipos de Materiais
• Numa empresa industrial podemos
considerar os tipos de materiais seguintes:
• -Materiais de input ou recursos materiais;
• -Materiais de output ou produtos
acabados.
Tipos de Materiais
Os materiais de input ou recursos materiais são
indispensáveis ao(s) processo(s) produtivo(s) e são de dois
tipos:
• Materiais consumíveis que são objeto de
processamento interno na empresa tais como:
matérias primas, materiais subsidiários, material de
embalagem, ...
• Materiais de utilização permanente que são imobilizado,
ou seja, materiais que não são consumidos no processo
produtivo, mantendo-se ao dispor deste durante vários
ciclos de transformação.
Tipos de Materiais

• Numa empresa comercial os bens transacionados


designam-se por mercadorias, não estando sujeitos a
qualquer transformação dentro da empresa.
Noção e Classificação de Stock

• Stock ou stocks é o conjunto de materiais


consumíveis ou de produtos ou de mercadorias
acumulados, à espera de uma utilização posterior,
mais ou menos próxima, e que permite assegurar o
fornecimento aos utilizadores quando necessário.

• São os elementos patrimoniais classificados e


valorizados em existências.
Classificação de Stocks
• Matérias-primas - Materiais utilizados na fabricação de
componentes dos produtos acabados.
• Componentes - Materiais ou partes elementares que já não
sofrem qualquer transformação na empresa e se destinam a
ser incorporados nos produtos acabados.
• Produção “em curso” - Produtos que se encontram em certa
fase ou operações intermédias do processo de transformação.
• Semiacabados - Subconjuntos ou partes de produtos que já
sofreram operações de transformação e que aguardam a
montagem (do produto acabado).
Classificação de Stocks
• Produtos acabados – Bens resultantes do processo produtivo
destinados a serem vendidos a cliente(s).
• Subprodutos - Produtos resultantes do processo de
transformação, mas que não são incorporados no produto
acabado.
• Materiais de embalagem - Materiais necessários ao
acondicionamento, agrupamento e transporte de produtos e
componentes.
Armazém
É o espaço necessário (dimensão) onde os artigos comprados
ou fabricados são recebidos, arrumados, conservados,
levantados e distribuídos.

Os armazéns devem ser adaptados à natureza dos materiais


armazenados.

É difícil enunciar regras aplicáveis à implantação, ao


armazenamento e arrumação de todos os armazéns.

No entanto, existem alguns princípios gerais.


Armazém
É um espaço físico onde se depositam matérias-primas,
produtos semi-acabados ou acabados.

Procede-se à receção das mercadorias, à sua arrumação,


conservação, função picking e expedição.

Pode-se ainda incorporar valor com acabamentos finais, por


exemplo personalização do produto com embalamento ou
rotulagem por exemplo.
Armazém
Existem uma série de operações básicas que são realizadas
num armazém:

❖ Receção
❖ Pré-embalagem
❖ Put-away
❖ Armazenagem
❖ Order Picking
❖ Embalar e ou Etiquetar
❖ Divisão e Agregação
❖ Expedição
❖ Cross-Docking
Operações básicas realizadas em armazém:

RECEPÇÃO

Inclui todas as operações envolvidas em três processos principais.

❖ O primeiro é dar entrada física no sistema de todos os produtos que


são recebidos no armazém.

❖ O segundo é assegurar‐se de que o tipo, a quantidade e a


qualidade do produto correspondem às especificações das ordens
realizadas pela empresa aos fornecedores.

❖ Por último, o terceiro processo é direcionar os produtos para a


secção de armazenagem ou para as outas áreas da empresa onde
são estes são requeridos.

❖ https://www.youtube.com/watch?v=18_9m7TIm7o
Operações básicas realizadas em armazém:

PRÉ‐ EMBALAGEM (OPCIONAL)

❖ Esta atividade é realizada nos armazéns onde os produtos são


recebidos a granel, e que consequentemente têm de ser
embalados em embalagens unitárias comerciais mais
pequenos ou serem agrupados com outros produtos, sob a forma
de sortido de produtos, para posterior armazenamento.
❖ É possível pré-embalar a totalidade da mercadoria recebida, ou
processar só uma parte para assim armazenar o material a
granel.
❖ Esta decisão depende da disponibilidade e disposição do espaço
no armazém.
❖ Esta operação é opcional e pode realizar‐se antes de os materiais
serem expedidos.
Operações básicas realizadas em armazém:

PUT‐AWAY

❖ É o termo técnico para a ação de arrumar os artigos e


significa dispor os produtos na sua posição de
armazenagem. Estão incluídas neste processo o manuseamento
do material, verificação da posição de armazenagem e colocação
física do produto no local de armazenamento.
❖ Este processo pode ser caracterizado por trajetórias muito
compridas, especialmente quando o sistema de armazenagem é
aleatório.
❖ É possível diminuir a distância percorrida e os erros na
armazenagem através do planeamento dos trajetos em sintonia
com o layout do armazém e com a rotação do produto em
questão.
Operações básicas realizadas em armazém:

ORDER PICKING (continua)

❖ É também chamado preparação das ordens e é o termo técnico


para se referir à seleção e recolha dos produtos no armazém.

❖ Basicamente é o processo inverso do put‐away. Os produtos são


retirados da posição de armazenagem para serem agrupados por
encomendas e posteriormente despachados aos clientes.

❖ Esta é uma das atividades que mais tempo e recursos consome


no armazém, pelo que é considerada como primordial no
momento de conceção do layout do armazém.
Operações básicas realizadas em armazém:

ORDER PICKING (continuação)

❖ A estratégia mais utilizada é o picking discreto, na qual um


trabalhador faz a recolha de todos os produtos, destinados a um
único cliente, não iniciando outra encomenda até ter completado
a primeira. É um método simples, fiável que evita atrasos na
recolha das encomendas já que não permite a sua mistura.
❖ Esta estratégia é utilizada para operações em tempo real.
❖ A maior desvantagem é que o operador deve percorrer grandes
distâncias para fazer a recolha dos artigos das encomendas. Não
obstante, com o uso de tecnologia adequada e um layout
otimizado do armazém é possível aumentar a eficiência do
picking discreto.
Operações básicas realizadas em armazém:

EMBALAR E/OU ETIQUETAR (OPCIONAL) (continua)

❖ Assim como a pré – embalagem, esta operação implica agrupar e


embalar os produtos em embalagens unitárias para propósitos
comerciais. Em termos de tempos e custos, é mais rentável
realizar este processo antes de serem expedidos os produtos.
❖ Quando o processo de embalar é posterior à armazenagem, a
flexibilidade da armazenagem relativa ao uso do inventário é
superior. Os produtos individuais estão sempre disponíveis para
serem agrupados e embalados quando são necessários.
Operações básicas realizadas em armazém:

EMBALAR E/OU ETIQUETAR (OPCIONAL) (continuação)

❖ Por outro lado, os produtos geralmente são etiquetados com os


preços correspondentes nos pontos de venda, portanto um
processo de etiquetar anterior poderá vir a ser inútil e aumentar
tempos e custos.
❖ Contudo, os códigos de barra para fazer o picking dos produtos e
o preço dos mesmos podem estar incluídos na mesma etiqueta.
Nem todos os produtos passam por este processo antes de
serem despachados para os clientes.
Operações básicas realizadas em armazém:

DIVISÃO E AGREGAÇÃO

❖ Uma vez feito o picking, os produtos são distribuídos e


reagrupados de acordo com as encomendas individuais de cada
cliente.
❖ Este processo pode ser realizado quando as encomendas contêm
mais do que um produto diferente e a agregação dos itens não foi
realizada em simultâneo com o picking.
Operações básicas realizadas em armazém:

EXPEDIÇÃO

❖ Antes de transportar os produtos aos pontos de venda, é necessário


verificar que as encomendas estão completas e que os produtos
apresentam os requisitos de qualidade necessários. Uma vez feita
esta análise, os produtos devem ser colocados em contentores
apropriados para o seu transporte.

❖ É também necessário preparar os documentos de transporte, como


por exemplo a lista de embalagens, etiquetas de endereço e
informação de embarque.
Operações básicas realizadas em armazém:

EXPEDIÇÃO

❖ Nalguns casos, os carregamentos são pesados para determinar as


tarifas das cargas e depois acumuladas à saída. Por último, são
carregadas nos camiões.
❖ Dentro dos processos básicos na armazenagem existe um em
específico que não se enquadra na série de operações básicas: o
cross‐docking.
❖ Este sistema é de criação recente e foi rapidamente adotado pelas
grandes indústrias. Como tal, situa‐se entre as operações de
receção e despacho, mas não tem algum tipo de interação com os
processos principais dentro do armazém, sendo assim uma atividade
separada.
Operações básicas realizadas em armazém:

CROSS‐DOCKING

❖ Refere‐se a um método aplicado em armazéns e centros de


distribuição no qual os produtos passam diretamente da receção à
expedição sem serem armazenados. Assim, as instalações servem
apenas como ponto de coordenação e transferência da mercadoria,
permanecendo as mercadorias no local não mais de doze horas.

Este sistema foi criado por Wal‐Mart® e visa a redução de custos do


inventário ao mesmo tempo que reduz o tempo de despacho das
encomendas.
Nas médias e grandes empresas industriais os
armazéns encontram-se subdivididos em:

• Armazéns de matérias-primas, ou seja, matérias que intervêm diretamente na


produção.

• Armazéns de peças destinadas a entrarem na montagem do produto acabado.

• Armazéns de peças ou componentes do equipamento que se desgastam com


facilidade.

• Armazéns de matérias subsidiárias necessárias à atividade produtiva.

• Armazéns de ferramentas.

• Armazéns de produtos intermédios, ou seja, os produtos resultantes da produção,


mas que ainda não estão concluídos.

• Armazéns de produtos acabados.


reduz o tempo de despacho das encomendas.
Localização
• A classificação de armazéns apresentada implica
localizações diferenciadas, o mais próximo possível
dos utilizadores.
A empresa comercial possui armazéns de distribuição
em pontos estratégicos.
Não há regras fixas para organizar um armazém,
contudo devem ter-se em conta duas regras básicas:

• 1. Atender à nomenclatura de aprovisionamento, para


determinar grupos de artigos cujas características (forma,
peso, embalagem, natureza física, deterioração, risco de
roubo, resistência à quebra) originam problemas idênticos
de armazenagem.
• 2. Proceder à análise económica e estatística por artigo ou
grupo de artigos, de modo a caracterizar a sua utilização
(consumo anual, destino, frequência de entradas e saídas,
quantidade média de saída, flutuações).
A aplicação destas regras permitirá determinar:

• A Localização:
Os armazéns devem situar-se o mais próximo
possível do local onde os bens são
necessários, minimizando as distâncias a
percorrer, as probabilidades de acidente e as
eventuais dificuldades de transporte.de
transporte.
A movimentação dos bens entre armazéns e
os pontos de destino deve obedecer aos
seguintes princípios:
• Minimizar as distâncias a percorrer e frequência dos transportes.
• Transportar grandes quantidades quando as distâncias são
significativas.
• Integrar harmoniosamente todos os sistemas de movimentação a
utilizar na empresa.
• Reduzir a necessidade de equipamento de movimentação, através
de uma criteriosa disposição de cada posto e conveniente
implantação do equipamento.
A movimentação dos bens entre armazéns e
os pontos de destino deve obedecer aos
seguintes princípios:

• Manter sempre as áreas de movimentação bem marcadas,


desimpedidas e limpas.
• Manter inventariado todo o equipamento de movimentação
existente, analisando-se sistemática e criteriosamente, a sua
utilização.
• Estudar cuidadosamente, antes de se adquirir um novo
equipamento de movimentação, se ele corresponde ao mais simples
e eficaz meio de resolução do problema.
Na escolha da localização do armazém devemos
considerar os seguintes fatores:

• Custo do seu aluguer ou investimento de aquisição.


• Possibilidade de expansão ou reconversão.
• Os meios de comunicação utilizados no transporte dos
bens armazenados.
• As condições de conservação exigidas pelos diferentes
artigos.
Descentralização

• A descentralização dos armazéns é uma questão


significativa nas empresas de maior dimensão. Nestes
casos, será de ponderar a existência de mais do que
um armazém, localizados o mais perto possível dos
locais onde são necessários os bens nele armazenados.
• A descentralização permitirá a especialização dos
armazéns (cada um terá um número especifico de
artigos) o que melhorará significativamente a eficiência
e eficácia do pessoal de armazém.
Implantação

Antes da implantação de um armazém deve ter-se em


conta os seguintes aspetos:
• Características dos bens a armazenar.
• Quantidades a manter em stock.
• Método de armazenagem.
• Altura do armazém.
Implantação

• Meios de movimentação que condicionam a dimensão


das zonas de movimentação (corredores).
• Quantidade a expedir.
• Zona de embalagem.
• Zona administrativa do armazém.

Antes de se proceder à implantação de um


armazém deve determinar-se com precisão, os locais de
receção e expedição dos bens.
Implantação

Tendo em conta:
• Normalmente a receção e a expedição estão situadas
nas extremidades opostas do armazém, neste caso a
movimentação dos materiais faz-se em linha reta, mas
também poderá ser efetuada em perpendicular ou
forma de ferradura.
• A largura dos corredores deverá ser de modo a facilitar
o cruzamento, ou não, de equipamentos de transporte.
• As portas do armazém deverão ter a altura e a largura
adequadas à passagem de pessoas, equipamentos de
transporte de carga em altura.
O Pavimento

O pavimento do armazém deve permitir:


• A rápida e fácil circulação dos equipamentos de
transporte.
• O funcionamento dos equipamentos nas melhores
condições.
• A redução dos riscos de deterioração dos bens e
acidentes do pessoal.
Relativamente à arrumação dos bens e sua
movimentação, o pavimento deve apresentar as
seguintes características:

• Resistência mecânica ao desgaste e ao choque.


• Resistência química aos ácidos, solventes, calor e
humidade.
• Segurança (antiderrapante, incombustível).
• Higiene (não originar lamas nem poeiras).
• Conforto (isolamento térmico e acústico).
• Facilidade de conservação.
Portanto a escolha do pavimento do armazém
será efetuada em função das características dos bens a
armazenar e a movimentar.

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