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MANUAL DA UFCD | 8504 GESTÃO DE STOCKS E INDICADORES

Objetivos e Conteúdos programáticos:


 Identificar os princípios da gestão de stocks, sua avaliação e controlo.
 Identificar os principais indicadores de gestão de stocks.
 Utilizar os principais instrumentos de controlo da gestão de stocks.
 Efetuar a gestão interna de stock com vista á otimização dos espaço, custo e tempo.
 Identificar e analisar os custos associados à gestão de stocks.
 Implementar ações corretivas na gestão de stocks.

Conteúdos programáticos
 Princípios da gestão de stocks
o Definição e objetivos de gestão de stocks
 Possibilidade de satisfação das necessidades dos clientes
 Garantia do correto abastecimento de todos os intervenientes, evitando excessos /
insuficiência de produto
 Minimização dos custos logísticos
o Tipo de matérias a armazenar
 Matérias-primas
 Componentes e produtos em vias de fabrico
 Consumíveis
 Produtos finais
o Determinantes do nível ótimo de stock
 Níveis de procura e previsão de encomendas
 Procura independente (aleatória)
 Procura dependente (associada à produção de um bem principal)
 Política de inventário da empresa
 Nível de serviço pretendido
o Catalogação
 Objetivos
 Conceitos
 Técnicas de desenvolvimento
 Métodos de identificação
 Especificação detalhada
 Avaliação e controlo de stocks
o Instrumentos de controlo da gestão de stocks
o Gestão física, Gestão económica, Gestão administrativa
o Tipos de Stock:
 Stocks de Segurança
 Stock Cíclico
 Stock em Trânsito
o Custos associados:
 Custo Aquisição
 Custo Posse Stock
 - Custo Encomenda/Aprovisionamento
 Custo Rutura Stock
o Análise ABC
 Custos associados à gestão de stocks
o Custo da colocação da encomenda
o Custo da expedição da mercadoria
o Custo da receção e do manuseamento da encomenda
 Indicadores de stocks
o Níveis de serviço
o Nível de serviço dos fornecedores em valor e quantidade
o Nível de serviço por fornecedor
 Incumprimento de “linhas”
 Incumprimento de quantidades
 Incumprimento de encomenda
o Avaliação de mercadorias não entregues a clientes
 Incumprimento de “linhas”
 Incumprimento de quantidades
 Incumprimento de encomendas
o Nível de stocks em armazém
 “Dias de stock” geral
 “Dias de stock” por produto
 Peso relativo do stock médio (em valor) relativamente às vendas do ano
 Incumprimento de quantidades
 Definição de objetivos de níveis de stock, por referência, categoria ou total
o Tempos de entrega
 Tempos de entrega dos fornecedores
 Tempos de entrega aos clientes
 Potencial de melhoria dos tempos de entrega
 Ações corretivas e produção de relatórios
Conteúdo
Objetivos e Conteúdos programáticos:...........................................................................................................................2
1. Princípios da gestão de stocks........................................................................................................................5
1.1. Definição e objetivos de gestão de stocks.................................................................................................5
2. Avaliação e controlo de stocks......................................................................................................................12
2.3. Tipo de stocks.................................................................................................................................................26
2.4. Custos Associados...........................................................................................................................................29
2.5. Análise ABC......................................................................................................................................................30
3. Custos associados à Gestão de stocks.........................................................................................................35
3.1. Custo da colocação da encomenda..............................................................................................................38
3.2. Custo da expedição da mercadoria...............................................................................................................39
3.3. Custo da receção e do manuseamento da encomenda.............................................................................39
BIBLIOGRAFIA............................................................................................................................................................44

1. Princípios da gestão de stocks


1.1. Definição e objetivos de gestão de stocks

A Gestão de Stocks assume nas empresas modernas um papel fundamental, sendo uma das ferramentas
mais importantes ao dispor da gestão para maximizar os seus resultados líquidos.

A manutenção de um nível adequado de stock e um desafio que e colocado aos gestores, já que e
necessário minimizar os custos de stock, não pondo em risco a operacionalidade de toda a logística das
empresas.

A gestão de stocks e, dito de forma simplificada, o conjunto de ações que visa manter o stock ao mais
baixo nível em termos quantitativos e de custo, garantindo simultaneamente o fornecimento regular da
empresa e a melhor execução das tarefas de aprovisionamento e armazenagem.

Assim, a gestão de stocks tem como objetivo definir quais os produtos a encomendar, qual a altura em que
devem ser encomendados e em que quantidade.

A complexidade desta missão e proporcional ao número de produtos comercializados pela empresa e ao


volume de vendas de cada um deles.

À gestão física dos stocks compete assegurar que as operações realizadas com os materiais, desde a sua
entrega na empresa até à sua saída de armazém, sejam executadas com eficiência, isto é, ao menor custo
e em tempo oportuno.

A gestão física dos stocks tem como principais atribuições:


• Rececionar os materiais aprovisionados;
• Armazenar e conservar os stocks;
• Aviar ou expedir os materiais armazenados.
As atribuições da gestão física dos stocks podem estar concentradas num único órgão estrutural ou
repartidas por vários órgãos ou serviços, como por exemplo os seguintes:
• Receção,
• Armazéns,
• Expedição.

Em empresas de pequena dimensão, normalmente existe um único órgão estrutural, devendo, no entanto,
manter-se a separação física daqueles serviços.

Em empresas de maior dimensão podem existir vários órgãos responsáveis pela gestão física dos stocks,
devendo haver uma dependência hierárquica e funcional do responsável pela função aprovisionamento.

Uma eficiente gestão física de stocks deve obedecer aos seguintes requisitos:

Proporcionar uma eficiente receção dos materiais

 Boas condições para a execução rápida e cuidada das funções administrativas da receção;
 Espaço adequado para descarga, para a eventual desembalagem, e para os controlos quantitativos e
qualitativos;
 Saída facilitada e desimpedida para os locais de armazenamento.

Dispor de meios adequados de movimentação e transporte interno

 Pavimentos em bom estado;


 Corredores amplos;
 Meios de transporte interno adequados aos espaços disponíveis para a movimentação e aos artigos a
movimentar.

Dispor de meios e espaço devidamente adequado ao armazenamento e guarda

 Área disponível com condições de temperatura, humidade, arejamento, ajustado à conservação dos artigos
armazenados;
 Equipamento de armazenamento adaptado aos locais e aos materiais;
 Pés-direitos e pavimentos adequados ao eventual empilhamento dos artigos;
 Construção e dimensão que facilite a rotação dos artigos.

Possibilitar e facilitar a saída rápida dos artigos do armazém

 Pouca burocracia;
 Itinerários de saída desimpedidos;
 Espaços curtos a percorrer em especial para os materiais com maior saída/rotação, volume ou massa;
 Saída fácil da pilha ou prateleira;
 Contagem local facilitada;
 Meios de movimentação rápidos e seguros;
 Localização e acesso ao material armazenado facilitados.

Prever, organizar e manter a segurança de pessoas e bens

 Instalações passíveis de ser facilmente limpas e higienizadas com apropriados sistemas de drenagem (dos
produtos de lavagem);
 Sistemas de exaustão (gases, fumos, cheiros), de renovação e/ou purificação do ar, de climatização (controlo
e regulação da temperatura, humidade, ...);
 Sistemas de deteção de fugas de gases, poeiras, incêndios, inundações, derrames de óleos ou outros fluídos
escorregadios ou perigosos;
 Sistemas de proteção contra insetos e roedores;
 Sistemas de sinalização dos perigos para pessoas e bens;
 Uso de cores de advertência e cartazes com instruções de segurança;

Sinalização de saídas de emergência desimpedidas.

1.2. Tipo de matérias a armazenar

Uma empresa industrial utiliza para desenvolver a sua atividade dos seguintes bens:

Mercadorias
Bens vendidos no mesmo estado em que foram adquiridos;

Matérias-primas (objetos de trabalho)


Bens utilizados e transformados ao longo do processo produtivo, sendo por essa via, incorporados nos
produtos acabados. Exemplo: a azeitona na produção de azeite.

Matérias subsidiárias
Bens com um papel secundário no processo de transformação das matérias-primas. Exemplo: a cola na
indústria de mobiliário.

Embalagens comerciais
Bens que envolvem os produtos, e podem ser retornáveis ou não retornáveis.

Materiais diversos
Bens consumíveis, como por exemplo, material de conservação, de higiene, de reparação.

Imobilizações (meios de trabalho)


Bens utilizados pela empresa no desenvolvimento da sua atividade. Exemplo: máquinas, ferramentas.

A seleção dos materiais que irão incorporar o stock, é uma das principais atividades da gestão
administrativa dos stocks.

De toda a gama de materiais existentes, uns normalizados de acordo:

 Com Normas Portuguesas (NP) que são emitidas pelo Instituto Português da Qualidade (IPQ)
 Outros de acordo com normas harmonizadas europeias (EN) que são emitidas pelo Comité Europeu de
Normalização (CEN/CENELEC)
 Outros que não são normalizados, alguns dos mais utilizados, podem fazer parte de uma normalização ou
estandardização interna da empresa, depois de criteriosa seleção.

Compete à gestão administrativa dos stocks analisar caso a caso e decidir quais desses materiais deverão
constar no stock, mediante análises próprias de natureza económica.

Conhecidos os artigos que constituirão o stock, os dois passos seguintes são:

• Estabelecer a nomenclatura e a especificação;


• Carregar o ficheiro de materiais.

1.3. Determinantes do nível ótimo de stock

Os produtos que estão em stock estão sujeitos a diferentes tipos de procura:

Procura Independente (Aleatória)

Os stocks de produtos acabados (ou stocks de distribuição) destinam-se a vários clientes, sendo esta
procura independente de qualquer fator interno da empresa.

A soma das várias encomendas pode originar um padrão de procura homogeneizado e regular ao longo do
tempo.

Procura Dependente (associada à produção de um bem principal)

Neste caso, a procura dos produtos em stock esta dependente de fatores internos da empresa (uma linha
de produção, por exemplo). Os stocks de fabricação resultam do plano de produção definido para os
produtos acabados. A procura resulta, assim, das decisões da empresa para a fabricação, estando delas
dependente.

A procura dependente apresenta algumas características particulares:

 Não é regular, na medida em que apresenta picos na altura da entrada na fabricação;


 Não é aleatória, já que é perfeitamente conhecida a partir do momento em que
 O programa de produção dos produtos acabados é estabelecido;

Além disso, as necessidades dos componentes são independentes entre si, sendo certo que um mesmo
componente pode ser necessário a produção de vários produtos acabados. A produção de um produto
acabado obriga a disponibilidade de todos os componentes que o constituem.

Assim, uma mesma peça pode impedir a produção de vários produtos acabados (o que obriga a uma
gestão «apertada» do stock, com reduzidos níveis de rutura). Ainda que o nível de rutura seja de 5%para
cada peça, a probabilidade de se terminar um produto composto por 3 pecas e de 0.95 x 0.95 x 0.95
=0.86 ou 86%.
Se o mesmo produto for composto por 10 peças e o risco de rutura seja de 5%,a probabilidade de finalizar
um produto e de apenas 60%.

A procura é o fator mais importante em todo o planeamento de um sistema de gestão de stocks. O seu
correto conhecimento e estudo podem facilitar sobremaneira todo o processo, maximizando a eficácia
desta função da empresa.

1.4. Catalogação

A Catalogação é a primeira etapa da classificação de material e também a mais importante. Consiste na


análise e registo das características físico/químicas e das aplicações de um determinado item em relação
aos outros, isto é, estabelece a identidade do material.

Para identificar essas características, é necessário ter em conta alguns dados sobre os materiais, dados
estes que podem ser retirados de catálogos, de listas de peças fornecidas pelos fabricantes, pela simples
visualização do material, etc.

Alguns dos dados a ter em conta para catalogar os materiais podem ser:

Medidas/Dimensões das peças;


Voltagem, amperagem, etc.;
Acabamento superficial do material;
Tipo de material e a aplicação a que se destina;
Normas técnicas;
Referências da peça e/ou embalagens;
Acondicionamento do material;
Cor do material;
Identificar os fabricantes;

Métodos de identificação

Descritivo: Quando se identifica o material pela sua descrição detalhada. Procura-se neste tipo de
identificação apresentar todas as características físicas que tornem o item único, independentemente da
sua referência ou fabricante. No entanto deve-se evitar, tanto quanto possível, um ligeiro excesso de
pormenores descritivos, uma vez que descrições em demasia tornam o catálogo do material mais volumoso
e cansativo de ver.

Referencial: Este método de identificação atribui uma descrição ou uma nomenclatura apoiada na
referência do fabricante.

Codificação de Material

É o segundo passo da classificação de materiais, onde atribui um código representativo de modo a que se
consiga identificar um item pelo seu número e/ou letras. Esse código que identifica o material denomina-se
por nome da peça, no caso de o código usado ter sido feito através de letras, ou número da peça (part
number) para o caso de o código usar números.

A codificação do material também veio facilitar e simplificar as operações dentro das empresas uma vez
que com um único código podem ser identificadas as características do material, bem como todos os
registos destes realizados na empresa. O código tornou-se tão mais necessário quanto maior for o universo
da empresa e dos materiais.
Técnicas de desenvolvimento

Existem 3 tipos de codificação usados na catalogação de material, são elas:

1. Sistema Alfabético;
2. Sistema Alfanumérico;
3. Sistema numérico.

1. Sistema Alfabético

Este processo representa os materiais por meio de letras. Foi muito utilizado na codificação de livros
(Método de Dewey). A sua principal característica é conseguir associar letras com as características do
material.

Exemplo de aplicação do sistema alfabético:

P – Pregos

P/AA - Pregos 14 x 18 - 1 1/2 x 14


P/AB - Pregos 16 x 20 - 2 1/4 x 12
P/AC - Pregos 30 x 38 - 3 1/4 x 8

2. Sistema Alfanumérico

É um método que como o próprio nome indica usa letras (sistema alfabético) e números (sistema
numérico) para representar um material.

3. Sistema Numérico

Este sistema, também conhecido como sistema decimal, é, de todos os métodos de codificação de
material, o que tem um uso mais generalizado e ilimitado. Devido à sua forma simples e à facilidade de
organização que oferece, este é também o sistema mais usado pelas empresas. Este sistema tem por base
a atribuição de números para representar um material.

Código de barras

Para além do sistema alfabético, alfanumérico e numérico há também um outro método de codificação
muito conhecido, que se pode visualizar, entre outros lugares, nos supermercados.

O código de barras representa a informação de um material através da alternância de barras e espaços.


Este sistema ao poder ser lido através de dispositivos eletrónicos facilita a entrada e saída de dados num
sistema de computação.

Exemplo de codificação de material-sistema numérico

Em que o número de stock ou número do item, isto é, o número que serve para identificar individualmente
cada item, é composto por um número de classe, que identifica a classe a que o material pertence, por um
número de identificação, este é um número não significativo, isto é, não apresenta nenhuma identificação
com os elementos descritivos do material e por um dígito verificador.

Especificação detalhada da Catalogação

O terceiro passo da catalogação do material é o cadastro. O objetivo deste é inserir nos registos da
empresa todos os dados que identifiquem o material. O cadastro é efetuado através do preenchimento e
missão de formulários próprios.
Catalogação de Material

Com a catalogação de material chega ao fim a Classificação de material. Esta consiste em ordenar de uma
forma lógica todos os dados que dizem respeito aos itens identificados, codificados e cadastrados de forma
a facilitar a consulta da informação pelas diversas áreas da empresa.

Um dos aspetos mais importantes na catalogação de material é usar simplicidade, objetividade e concisão
dos dados gerados e permitir um fácil acesso e rapidez na pesquisa. Os objetivos de uma boa catalogação
são:

 Conseguir especificar o catálogo de uma forma tal que o usuário consiga identificar/requisitar o
material que deseja;
 Evitar que sejam introduzidos no catálogo itens cadastrados com números diferentes;
 Possibilitar a conferência dos dados de identificação dos materiais colocados nos documentos e
formulários do sistema de material.
2. Avaliação e controlo de stocks

2.1. Instrumentos de controlo da gestão de stocks

Com estreita relação com os Sistemas de Custeio, assume relevância particular a forma de valorização dos
fluxos de saída de produtos (ou fatores) de uma secção da empresa para outra.

Em particular, referimo-nos à gestão de stocks em armazém, tentando responder à seguinte questão:


como valorizar um produto (ou fator) que sai do armazém para ser utilizado numa determinada atividade
(atividade vendas, no caso dos produtos, ou qualquer outra, no caso de fatores)?

De facto, quando um fator de produção “dá entrada” em armazém traz, associado a si um custo (que
depende do preço e das condições de compra); o mesmo acontece com os diversos produtos que entram
nos respetivos armazéns.
Num determinado período de tempo é possível que entrem nos respetivos armazéns diversas quantidade
do mesmo fator ou produto a diferentes custos. Se assim for, no momento em que se efetue a primeira
saída de armazém do item em causa, por que valor é que ele deverá sair? Ou seja, qual o custo a imputar
à secção à qual ele se destina?

Para responder a esta questão, definiremos 3 critérios valorimétricos distintos e alternativos, a saber:

FIFO (first in, first out)


De acordo com este critério, considera-se que saem primeiro do armazém as existências que lá estão à
mais tempo, isto é, as que foram as primeiras a entrar.

A sua utilização é adequada em situações de muito rápida rotação dos stocks, e em que se não prevêm
variações significativas nos custos. As principais vantagens são as suas objetividade e simplicidade de
aplicação prática.

Como inconvenientes, são-lhe apontados o facto de subavaliar o custo das vendas, em períodos de
acentuada inflação, logo, sobrevalorizar as existências finais e o resultado, acontecendo exatamente o
contrário, em situações de descida dos custos de aquisição. Por estes motivos, é-lhe imputada falta de
rigor, na valorização.
LIFO (last in, first out)
Ao utilizarmos este critério, ao contrário da situação anterior, iremos considerar que as primeiras unidades
a sair são as que entraram em último lugar.

Considera-se defensável a sua utilização em situações de empresas ou sectores de demoradas rotações de


stocks, principalmente em períodos de elevadas taxas de inflação, na medida em que permite uma
valorização das saídas aos custos mais recentes reduzindo, ou mais exatamente, diferindo os resultados.

Há, no entanto, aspetos menos positivos da aplicação do LIFO, como conduzir a uma subavaliação dos
stocks e permitir a manipulação dos resultados, por exemplo, com aquisição, no final do período
contabilístico, de produtos, em quantidades e preços unitários elevados, considerando-se a sua saída
contabilística sem saída física.

A subvalorização das existências não permite o cálculo correto da taxa de rotação de stocks, podendo
penalizar a empresa, numa análise de rentabilidade, ou de performance. Por outro lado, também será
penalizante em caso de avaliação da empresa, para obtenção de crédito, operações bolsistas, de fusão,
etc.

Custo Médio
Este último critério estabelece que qualquer unidade que saia num determinado momento do armazém
deverá sair com um custo associado que exprima o custo médio desse fator em armazém, no momento da
sua saída. Este critério também pode ser aplicado de forma mais absoluta, calculando o preço médio de
determinado produto ou fator na totalidade do exercício.

O Custo Médio Móvel Ponderado permite calcular um custo unitário após cada entrada, ou seja, a cada
saída é imputado o custo médio, até essa data.

Em Inventário Intermitente, usa-se o Custo Médio Periódico Ponderado, calculado no final do período em
questão, segundo a fórmula

Cmp = (Csi + Ce) / (Qsi +Qe)

em que: Cmp = custo médio ponderado


Csi = custo do stock inicial
Ce = custo das entradas
Qsi = quantidades do stock inicial
Qe = quantidades das entradas
Facilmente se observa, que cada um dos critérios apresentados origina um valor diferente para o custo
associado à saída do armazém, o que quer dizer que a escolha do critério, apesar de não ir afetar o
resultado final da empresa, tem alguma influência sobre os resultados das atividades e, em contraponto,
no valor da variação de existências do período em causa.

Chamamos ainda a atenção para o facto de o valor unitário das existências em armazém após cada saída
(bem como após cada entrada) ser diferente, dependendo do critério valorimétrico adotado. 
1.2.Registos de entradas e saídas de mercadoria

Inventário Permanente
A partir do ficheiro de materiais pode efetuar-se uma listagem que contem todos os itens em armazém e
as respetivas quantidades físicas num dado instante.

Se esta listagem for atualizada no ato de cada movimento de entrada e de saída, e aplicado o adequado
critério valorimétrico, é possível saber em cada momento o que existe no(s) armazém(s) da empresa em
quantidade e valor monetário. Esta listagem é designada por inventário permanente.

O inventário permanente é universalmente utilizado nas empresas. Quando existem centenas ou milhares
de artigos, só com um sistema informático é possível geri-lo eficientemente e saber para cada artigo a
quantidade correta em cada momento.

Inventário intermitente
É geralmente efetuado uma vez por ano, no final do exercício contabilístico. Engloba todos os artigos da
empresa, gerando uma elevada carga de trabalho que pode perturbar a sua atividade

Com este sistema, o custo das existências vendidas e consumidas só pode ser apurado depois da
contagem física das existências e consequente apuramento das existências finais.

É um sistema que, embora de fácil aplicação, não serve os propósitos da gestão, já que a informação sobre
os resultados da empresa depende sempre de uma contagem física.

Procedimentos
O processo de controlo de inventário permanente divide-se na inventariação de dois tipos de posições:
Posições de Preparação e Posições Vazias. Vejamos cada uma delas em detalhe.

Posições de Preparação
O objetivo é inventariar todos os locais de preparação. Como o local de preparação é uma posição onde
vão parar 85% — em média – de todas as paletes que entram no armazém, poder-se-á dizer que mais
cedo ou mais tarde quase todos os erros cometidos acabam por se refletir nesta posição.

Os passos a seguir são:

Modelo clássico

1. Os operadores de inventário dirigem-se ao gabinete da equipa de organização e recolhem o mapa


das posições e inventariar;

2. Para cada posição indicada o operador deverá verificar que esta contém o artigo correto na
quantidade e qualidade correta;
3. Se tal não acontecer, anota o erro e remove o artigo para uma zona de artigos com problemas de
inventário e que está devidamente marcada. A remoção dos artigos só se justifica se ele for diferente do
que deveria estar na posição, se não deve-se fazer um acerto de inventário para corrigir a quantidade;

4. Procede para a próxima posição da lista e repete os três últimos passos;

5. No final da lista, o operador deverá dirigir-se ao gabinete da equipa de organização e entregar o


mapa com os erros;

6. O mapa entregue será alvo da atenção dele próprio ou de um operador administrativo para que as
diferenças sejam registadas no sistema;
Modelo JIT

1. O operador de inventário indica ao computador via rádio-terminal que vai começar um inventário às
posições de preparação;
2. O computador mostra-lhe a primeira posição e pergunta o artigo e quantas caixas lá estão. O
operador responde – quer introduzindo o código do artigo quer lendo-o com um leitor de código de barras
– e indicando também o número de caixas;

3. Em caso de erro e depois da confirmação dos valores, o computador assume a quantidade indicada
como sendo a da posição. O operador remove a mercadoria que está mal posicionada – se for este o caso
– para a zona de artigos com problemas de inventário. A remoção dos artigos só se justifica se ele for
diferente do que deveria estar na posição, senão deve-se fazer um acerto de inventário para corrigir a
quantidade.

Conforme pode ser observado, este processo é muito mais produtivo, fácil e elegante quando utilizamos os
rádio-terminais.

Há outros fatores que levam à importância dos rádio-terminais, são eles: as posições de preparação a
inventariar não podem estar sujeitas a qualquer operação de preparação ou aprovisionamento.

Isto vale desde a emissão do mapa de contagem até conferência da mercadoria. Esta exigência leva que a
sincronização desta tarefa com a restante operação do armazém possa ser bastante difícil.

Posições Vazias
O interesse deste inventário reside no facto de ser muito simples inventariar uma posição vazia – é olhar e
ver se está ou não. Devido a esta simplicidade ele pode ser utilizado para níveis superiores aos do chão,
que são difíceis de inventariar.

Também neste caso existem dois modos de fazer as coisas: o método clássico e o método JIT. Vejamos
cada um deles:

Modelo clássico

1. Os operadores de inventário dirigem-se ao gabinete da equipa de organização e recolhem o mapa


das posições e inventariar;

2. Para cada posição indicada o operador deverá verificar se ela está vazia ou não. No caso de ela
estar ocupada assinalará esse facto no mapa;

3. Procede para a próxima posição da lista e repete o último passo;

4. No final da lista, o operador deverá dirigir-se ao gabinete da equipa de organização e entregar o


mapa com os erros;
5. O mapa entregue será alvo da atenção dele próprio ou de um operador administrativo para que as
diferenças sejam registadas no sistema;

6. As diferenças existentes deverão ser passadas para um operador de movimentação de paletes para
que a palete mal colocada seja retirada para a zona de artigos com problemas de inventário.
Modelo JIT

1. O operador de inventário indica ao computador via rádio-terminal que vai começar um inventário às
posições vazias;

2. O computador mostra-lhe a primeira posição e pede a chave da posição;

3. O operador deverá dirigir-se para a posição e introduzir a chave correta, confirmando se está ou
não vazia;

4. Caso não esteja vazia, e após a necessária confirmação, o computador marcará a posição para que
a palete seja removida e colocada na zona de artigos com problemas de inventário – esta marcação irá
fazer que seja dada uma ordem de movimentação à máquina que esteja mais próximo dela, logo que
possível.

De novo se nota que o modelo JIT funciona de uma forma muito mais natural e produtiva, em que as
ações são tomadas em tempo real. De novo se coloca o problema da idade da informação, no caso do
modelo clássico há que garantir que não é arrumada nenhuma palete entre o momento de emissão do
mapa e a respetiva contagem.

Esta necessidade levanta muitos problemas práticos, que impedem uma utilização mais frequente deste
método. Isto não se passa no modelo JIT, onde a informação é em tempo real.

Resolução dos problemas encontrados


Este procedimento permite-nos resolver os problemas e inventário encontrados e que foram devidamente
isolados numa área do armazém marcada para o efeito.

Os passos que têm de ser seguidos são:

Modelo Clássico

1. Pegar num bloco de folha de operações manuais – acertos, transferências e outras atividades
semelhantes e selecionar um artigo dos que estão na zona referida;

2 Se a quantidade for pequena – algumas caixas – o operador deverá identificar o local de


preparação do artigo – por consulta num terminal do computador — e acrescentar essas caixas lá. De
seguida deve fazer uma contagem ao total de caixas e anotar o total na folha de acertos;

3 Se a quantidade for uma palete inteira — ou perto disso – deverá identificar todos os locais onde
esse artigo existe e, um a um, verificar se estão ocupados:
a. Se estão deverá arrumar a palete noutro local e anotar o facto na folha de acertos;
b. Se não estão deverá colocar a palete no local onde falta e cujo número de caixas é igual. Se não
existir nenhum local nestas condições deverá colocar a palete em falta num dos locais e anotar na folha de
operações o acerto correspondente para que o sistema informático ficar concordante com a realidade;
c. Se ao inventariar as posições, no ponto anterior, identificar qualquer erro, ela terá de ser resolvido
pelo método apresentado nos procedimentos Posições de Preparação ou Posições Vazias;

4 Selecionar o artigo seguinte e proceder do mesmo modo;


5 Periodicamente deverá levar o conjunto de folhas de operações para o gabinete da equipa de
organização para que as alterações físicas sejam refletidas no sistema;

Modelo JIT

1. Selecionar um artigo dos que estão na zona referida;

2. Se a quantidade for pequena – algumas caixas – o operador deve identificar o local de preparação
do artigo – por consulta no rádioterminal — e acrescentar lá essas caixas. De seguida deve fazer uma
contagem ao total de caixas e atualizar de imediato o sistema;

3. Se a quantidade for uma palete inteira — ou perto disso – deverá identificar todos os locais onde
esse artigo existe e, um a um, verificar se estão ocupados:
o Se sim, deve arrumar a palete noutro local e atualizar de imediato o sistema – através do rádio
terminal;
o Se não, colocar a palete no local onde falta e cujo número de caixas é igual. Se não existir nenhum
local nestas condições deverá colocar a palete em falta num dos locais atualizar o sistema informático para
que ele fique concordante com a realidade;
4. Se ao inventariar as posições, no ponto anterior, identificar qualquer erro, ela terá de ser resolvido
pelo método apresentado nos procedimentos Posições de Preparação ou Posições Vazias;

5. Selecionar o artigo seguinte e proceder do mesmo modo.

Este processo permite manter a atividade do armazém num nível elevado. Se ele e supondo que a
qualidade de operação era mediana, o estado do inventário poder-se-ia deteriorar ao ponto de
comprometer a qualidade da operação.

A equipa de organização deve ser chefiada por além logo abaixo do responsável máximo do armazém, por
forma a liberdade de ação e poder ser ouvida.

1.3. Objetivos do “balanço”

O balanço é o primeiro elemento de suporte a gestão financeira, que retrata os ativos, as


responsabilidades para com terceiros e a situação líquida ou patrimónios da empresa, ou seja o balanço
não é nada menos nem nada mais que um documento que mostra a situação económica e financeira da
empresa no momento em que é elaborado, por menos palavras o balanço mostra a saúde da empresa.

Já o inventário serve para num dado momento a empresa saber se o que tem em stock informático
corresponde ao que tem realmente armazenado ou mesmo à venda na empresa, ou seja serve para
confirmar se o que tem informatizado é ou não o que tem fisicamente.

Esta ferramenta de planeamento permite efetuar o registo de stocks e a identificação de entradas e saídas
de produtos, tendo em atenção stocks mínimos e máximos e stock de segurança. Utiliza-se modelos de
revisão para evitar ruturas de stocks, que iremos falar já a seguir.

Um dos objetivos da gestão de stocks é precisamente avançar melhorando o desempenho, para um melhor
controlo dos stocks. Esta gestão implica diferentes tipos de operações:
• A armazenagem com respetivas entradas, armazenamento e saída de artigos;
• A existência de um ficheiro de stocks;
• Imputação contabilística das entradas e das saídas;
• Classificação dos stocks em categorias;
Esta ferramenta de planeamento (GS) permite efetuar cálculos para garantir os stocks dos produtos, tendo
em atenção, o tipo de procura (independente e dependente da produção), os custos de produção e de
aprovisionamento e o tempo (prazos).

Os inventários incluem:
• Matérias-primas e componentes
• Produtos em vias de fabrico
• Produtos finais

Necessidade de existência de inventários:


• Proteção contra as incertezas (procura aleatória, imprevistos)
• Stocks de segurança
• Produção e encomendas de acordo com critérios económicos
• Lotes de fabrico e lotes de encomenda (descontos de quantidade)
• Cobrir antecipadamente flutuações da procura ou do fornecimento (sazonais)
• Cobrir necessidades de trânsito dos produtos
• Produtos em vias de fabrico (entre postos de trabalho)

Tipos de inventários

Galloway
• Matérias-primas ou bens de compra
• Produtos acabados
• Produtos em vias de fabrico (WIP – work in process)
• Consumíveis
• Componentes de substituição

Nigel Slack
• Stock de segurança
• Inventário de ciclos
• Stock de antecipação
• Stock de linha

Filosofias básicas associadas à gestão de inventários:


• PUSH – Alocação de capacidade (fornecimentos) com base na previsão de necessidades de cada
armazém.
• PULL – Reabastecimento de cada armazém com encomendas baseadas nas suas necessidades
reais.

Disponibilidade de um produto
É a probabilidade deste estar disponível em stock para preencher um pedido, num determinado instante e
numa determinada quantidade.

Modelos
Dentro dos Modelos de Controlo de Inventário existe:
• O Modelo P
• O Modelo Q
• Modelo de revisão continua
• Modelo de revisão periódica
• Modelo de ponto de encomenda periódico
• Modelo de revisão periódica com limite mínimo

Modelo Q
Neste modelo a quantidade encomendada é fixa e o período de encomendas varia, determinando um nível
de stock onde a encomenda é posta no mercado, logo quando a procura é maior, o tempo aumenta e
quando a procura é menor, o tempo diminui.

Modelo P
Neste Modelo o período de encomendas é fixo e a quantidade encomendada varia, o objetivo é restituir o
stock a um nível máximo.

Modelo de revisão contínua


Neste Modelo a quantidade encomendada é fixa quando o nível de stock atinge um certo ponto de
encomenda. Como diz o modelo o nível de inventário deve ser revisto variadas vezes, obrigando a um
controlo automatizado de Inputs e Outputs de stock por meio de um programa, que regista a quantidade e
ponto de encomenda, avisando e pedindo as encomendas.

Se for feito manualmente tínhamos de ter dois reservatórios, acontecendo o ponto de encomenda se o
primeiro reservatório ficasse vazio; o stock então iria ser retirado do segundo reservatório até a
encomenda ser satisfeita. Uma alternativa aos dois reservatórios é um reservatório com uma partição. Para
artigos com dimensões pequenas.

Verificando-se o ponto de encomenda demasiado alto, o stock médio aumenta assim como o custo de
posse.

Sendo a quantidade alta, o tempo e o custo de posse aumenta.

Verificando-se o ponto de encomenda demasiado baixo, o stock médio baixa e o risco de rutura aumenta.

Sendo a quantidade baixa, o tempo diminui, aumentando o custo de aprovisionamento.

Este Modelo é adequado quando existe:


• Elevada procura.
• Elevado preço de custo dos produtos.
• Disponibilidade permanente de stock no fornecedor.
• Elevada importância dos produtos no stock para a catividade da empresa.

Modelo de revisão periódica


Neste modelo o stock é verificado em intervalos de tempo iguais, a quantidade encomendada é variável,
proporcionado à quantidade procurada no período anterior, tentando repor um nível de stock máximo.

No momento de uma revisão verifica-se o stock existente, como as encomendas que ainda não tenham
sido entregues caso existam.

Se o stock for demasiado alto, a quantidade encomendada deverá baixar..

Se o stock objetivo for fixado demasiado alto, o stock médio aumenta, assim como o custo de posse. Caso
o stock objetivo for demasiado baixo, o stock médio diminui e o risco de rutura do stock aumenta.

Quanto ao período de revisão, caso este seja demasiado longo, as encomendas diminuem e a quantidade
encomendada deverá ser maior para satisfazer a procura num maior intervalo de tempo. Então iremos ter
um custo de aprovisionamento reduzido e um custo de posse elevado.

Caso o período de revisão seja demasiado curto, teremos um custo de aprovisionamento elevado e um
custo de posse reduzido.

Este Modelo é adequado quando existe:


• Baixa variação da procura e do prazo de aprovisionamento.
• Baixo preço de custo dos produtos.
• Interesse em encomendar um grupo do mesmo fornecedor.

Modelo ponto de encomenda periódico


No modelo PEP a quantidade das encomendas são fixas quando a revisão deteta que o nível de stock é
igual ou mais baixo de um ponto de encomenda.

Com o modelo PEP deseja-se obter um nível de stock médio inferior ao modelo de revisão periódica e
simultaneamente aliviar os custos administrativos.

Modelo de revisão periódica com limite mínimo


Neste modelo em cada momento da revisão, se o nível de stock for igual ou mais baixo que o ponto de
encomenda, faz-se uma encomenda, calcula-se a quantidade pela diferença entre o stock existente (como
as encomendas que ainda não tenham sido entregues caso existam) e o nível de stock objetivo.

Instruções escritas para a realização das contagens físicas das existências:


• Emitir instruções escritas sobre a realização das contagens físicas
• Detalhadas
• Redigidas de forma clara e acessível

Aspetos que devem constar das instruções:

1) Datas e locais de contagem – Dias, horários e armazéns em que decorrerão as contagens

2) Existências a serem inventariadas - Contagem total ou parcial (itens a inventariar)

3) Procedimentos pré-inventário - limpeza dos armazéns, arrumação das existências e separação dos itens
obsoletos, com pouco movimento…

4) Constituição das equipas de contagem:


• Mínimo de duas pessoas – Contador (armazém) e escrivão (secção de contabilidade)
• Em cada local de contagem deverá estar um encarregado de armazém e um conferente (secção de
contabilidade)
• No caso de existirem auditores internos, estes devem fazer as suas próprias Contagens

5) Forma de realização do inventário – sequência e registo dos itens contados

6) Anotação das contagens:


• As contagens devem ser anotadas em listas ou em talões (fichas)
• Talão: individualiza os diferentes produtos em talões separados
• Ficha: relação dos diferentes produtos
• Os documentos devem ser numerados tipográfica e sequencialmente
7) Procedimentos relativos ao «corte» de operações (cut-off):
• Há acontecimentos que podem falsear o inventário, tais como:
• a) Existências recebidas antes da data de inventário mas contabilizadas após essa data;
• b) Existências recebidas antes da data de inventário mas em trânsito e não contabilizadas;
• c) Transferências entre Secções indevidamente documentadas e controladas;
• d) Vendas ocorridas antes da data do Balanço, mas cujos artigos só foram expedidos após essa
data, constando no inventário;
• e) Existências expedidas após a data do Balanço, mas registadas posteriormente…Todas as guias
de entrada e saída de existências devem ser carimbadas com a indicação: Processado antes do inventário
ou Processado depois do inventário
8) Procedimentos pós-inventário:
• Comparar as quantidades contadas com os registos de quantidades e do inventário permanente
• A análise das diferenças deve ser realizada o mais cedo possível após o inventário
• As diferenças devem ser investigadas e retificadas

9) Reunião Preparatória:
• Distribuir as instruções escritas para a realização do inventário antecipadamente a todas as pessoas
envolvidas
• Reunião alguns dias antes das contagens com todos as pessoas envolvidas na contagem, inclusive,
o auditor.

Procedimentos de auditoria
• Observar os procedimentos seguidos na contagem e registo das quantidades
• Efetuar testes apropriados para determinar se os procedimentos estão a ser devidamente seguidos
• Comparar os resultados dos seus testes com os inventários da empresa
• Se a empresa regista as quantidades pelo SIPermanente e efetua contagens cíclicas – observar
periodicamente as contagens e fazer testes seletivos às mesmas.
• Se a empresa não possui registos adequadas e efetua as contagens no fim do exercício – as
observações e testes às contagens são nessa mesma data.
Fases da auditoria ao processo de contagens físicas:

FASE 1: Assistir ao planeamento da contagem:


• Fontes de informação sobre os stocks, armazéns e pessoas
• Estratégia a seguir na contagem física
• Tempo e localização da contagem
• Responsáveis e técnicos na contagem
• Procedimentos de contagem

À medida que realizam os testes, devem comparar as contagens com os valores inscritos nas folhas ou
talões e, naquele momento e local, esclarecer as diferenças encontradas.

Os itens a testar geralmente são os de maior valor – amostra sobre valores estratificados ou visita aos
armazéns antecipadamente.

FASE 2: Observação da contagem:


• Os stocks estão devidamente arrumados?
• Os stocks que não pertencem à empresa estão identificados?
• Como é que os stocks são registados?
• Como é avaliado o estado de conservação dos stocks?
• Como são marcados/etiquetados os stocks já contados?
• Determinação dos stocks danificados, obsoletos ou de baixa rotatividade?
• As instruções estão a ser seguidas?
• Métodos de pesar, medir, etc...
FASE 3: Encerramento da contagem
• Certificar que todos os artigos foram contados
• Obter a relação numérica das folhas de contagem utilizadas, não utilizadas e inutilizadas
• Encerrar a contagem.

1.4. Periodicidade do “balanço”

Com a entrada em vigor do SNC a expressão “existências”, que era utilizada no POC, deu lugar à
expressão “inventários”, sendo que ambas têm o mesmo significado. Os inventários, dependendo da
atividade exercida pela empresa, podem ser detalhados como segue:
A Norma contabilística e de relato financeiro (NCRF) 18 – Inventários, tem por objetivo prescrever o
tratamento para os inventários, fornecendo orientação para mensurar a quantia do custo a ser reconhecida
como um ativo e a ser escriturada até que os réditos relacionados sejam reconhecidos.

A norma proporciona ainda orientação prática na determinação do custo e no seu subsequente


reconhecimento como gasto, incluindo qualquer ajustamento para o valor realizável líquido, assim como as
fórmulas de custeio que são usadas para atribuir custos aos inventários.

Assim, os inventários (existências), são ativos:

(a) Detidos para venda no decurso ordinário da atividade empresarial;

(b) No processo de produção para tal venda; ou

(c) Na forma de materiais ou consumíveis a serem aplicados no processo de produção ou na prestação de


serviços.

Os inventários devem ser mensurados pelo custo ou valor realizável líquido, dos dois o mais baixo. O valor
realizável líquido refere-se à quantia líquida que uma entidade espera realizar com a venda do inventário
no decurso ordinário da atividade empresarial, ou seja, o preço de venda deduzido dos custos específicos
relacionados com essa venda. Nos casos em que o valor realizável líquido dos inventários seja inferior ao
seu custo, deve ser reconhecida uma perda por imparidade.

Na mensuração dos inventários as entidades devem considerar os custos de compra, como sejam o preço
de compra abatido de descontos comerciais, os custos de transporte, manuseamento e outros custos
diretamente atribuíveis à aquisição de bens acabados, de materiais e de serviços.

Também são incluídos os custos de conversão, que são os diretamente relacionados com as unidades de
produção, tais como mão-de-obra direta, imputação sistemática de gastos gerais de produção fixos e
variáveis que sejam incorridos ao converter matérias em bens acabados.

A obrigação de adoção do sistema de inventário permanente na contabilização dos inventários encontra-se


prevista no artigo 12.º do Decreto-Lei n.º 158/2009, de 13 de Julho.

Assim, as entidades a que seja aplicável o SNC ou as normas internacionais de contabilidade adotadas pela
UE, desde que ultrapassem, durante dois exercícios consecutivos, dois dos três limites indicados no n.º 2
do artigo 262.º do Código das Sociedades Comerciais (vendas líquidas e outros rendimentos: 3.000.000 €;
total do balanço: 1.500.000 €; e n.º médio de empregados no exercício: 50), ficam obrigadas a adoptar o
sistema de inventário permanente na contabilização dos inventários, nos seguintes termos:
• Proceder às contagens físicas dos inventários com referência ao final do exercício, ou, ao longo do
exercício, de forma rotativa, de modo a que cada bem seja contado, pelo menos, uma vez em cada
exercício;
• Identificar os bens quanto à sua natureza, quantidade e custos unitários e globais, por forma a
permitir a verificação, a todo o momento, da correspondência entre as contagens físicas e os respetivos
registos contabilísticos.

Obviamente que, independentemente da obrigação legal, a contabilização dos inventários em sistema


permanente configura uma boa prática contabilística e fornece informação relevante à gestão e aos demais
stakeholders da informação financeira, tendo em conta que possibilita o apuramento dos resultados
mensais, os quais acabam por ser logo evidenciados nos balancetes.
Já o sistema de inventário intermitente, geralmente utilizado por empresas de menor dimensão, não
permite apurar resultados periódicos e do ponto de vista da gestão tem pouca relevância.

2.2. Gestão física, Gestão económica, Gestão administrativa

A Gestão Física procura estudar a localização e o layout dos armazéns e os respetivos equipamentos de
arrumação e de movimentação, por forma a:
 Minimizar os custos de armazenagem.
 Evitar a deterioração dos materiais ou programas armazenados.
 Facilitar a correta identificação de cada material ou produto.
 Racionalizar as movimentações dentro dos armazéns, tanto nas operações de receção como de fornecimento
aos serviços requisitantes.
 Promover o oportuno e correto fornecimento dos bens requisitados.

A Gestão administrativa de stocks tem como objetivo implementar e gerir um sistema administrativo que
permita:
 O correto e oportuno registo de qualquer movimentação de materiais nos armazéns;
 O controlo das quantidades existentes, em cada momento, dos produtos em armazém;
 O conhecimento das quantidades de material ainda em armazém mas já comprometidas;
 As previsões de entradas de novos materiais e produtos ventilados em quantidades e datas previstas.

A Gestão económica de stocks procura estudar as quantidades – médias, máximas e mínimas (quantidades
ótimas) –a manter em stock para conseguir um justo equilibrado entre:

 O montante financeiro imobilizado em stocks;


 O custo de posse em armazém dos materiais e dos produtos;
 Uma elevada probabilidade de não consumir stocks obsoletos;
 Uma probabilidade aceitável de não rutura de stocks.

Gestão Física de stocks

Objetivos:

 Facilitar a receção, conferência, arrumação e expedição dos bens;


 Dispor as quantidades armazenadas no mínimo espaço, devidamente referenciado, com fácil acesso, e
permitindo, economicamente, as convenientes movimentações.
 Proteger os bens de deterioração e roubo.
 Planear cada armazém por forma a adaptar-se fácil e economicamente a futuras necessidades diferentes
 Racionalizar as tarefas dos trabalhadores que operam nos armazéns e minimizar a probabilidade de
acidentes.

Enquadramento Estrutural da Gestão Física dos Stocks

As atribuições da gestão física dos stocks podem estar concentradas num único órgão estrutural ou
repartidas por vários órgãos ou serviços, como por exemplo os seguintes:
• Receção,
• Armazéns,
• Expedição.

Requisitos de uma gestão física dos stocks eficiente


Uma eficiente gestão física de stocks deve obedecer aos seguintes requisitos:
• Proporcionar uma eficiente receção dos materiais
- Boas condições para a execução rápida e cuidada das funções administrativas da receção;
- Espaço adequado para descarga, para a eventual desembalagem, e para os controlos quantitativos e
qualitativos;
- Saída facilitada e desimpedida para os locais de armazenamento.
- Dispor de meios adequados de movimentação e transporte interno.
- Pavimentos em bom estado;
- Corredores amplos;
- Meios de transporte interno adequados aos espaços disponíveis para a movimentação e aos artigos a
movimentar.
- Possibilitar e facilitar a saída rápida dos artigos do armazém
- Pouca burocracia;
- Itinerários de saída desimpedidos;
- Espaços curtos a percorrer em especial para os materiais com maior saída/rotação, volume ou massa;
- Saída fácil da pilha ou prateleira;
- Contagem local facilitada;
- Meios de movimentação rápidos e seguros;
- Localização e acesso ao material armazenado facilitado.

Gestão administrativa dos stocks

Qual o seu objetivo?

 Registar, correta e oportunamente, as entradas e saídas de cada material em armazém;


 Saber, em cada momento, quantas unidades de cada material devem existir em stock;
 Controlar as quantidades de bens ainda em armazém mas já reservadas para serem entregue em prazos
fixados;
 Manter atualizadas as previsões de entradas dos materiais em armazém, em quantidades e prazos.
 Analisar os desvios entre as quantidades efetivamente existentes e as quais deveriam existir.

Como se desenvolve a sua ação?

 Ao nível do armazém:
 Preenchendo as guias de entrada e saída;
 Lançando as respetivas movimentações nas fichas de armazém.
 Comparando sistematicamente as suas existências reais com os saldos apresentados naquelas fichas.

 Ao nível da gestão de stocks:


 Movimentando as fichas de gestão de stocks, onde se regista não só as entradas, saídas e existências em
armazém mas ainda as quantidades reservadas e as existências efetivamente disponíveis;
 Controlando sistematicamente as quantidades efetivamente existentes em armazém, analisando os eventuais
desvios em relação aos saldos em ficha e averiguando as causas daqueles desvios.
 Comparando as existências e as previsões de novas entradas em armazém com as solicitações existentes e
previsíveis, com o objetivo de desencadear oportunamente os pedidos de compra.
 Enquadramento Estrutural da Gestão Administrativa dos Stocks

Ficheiro de materiais
As atribuições da gestão administrativa dos stocks podem estar concentradas num órgão estrutural, que se
ocupa exclusivamente delas e é responsável pela criação e manutenção de um ficheiro de materiais, onde
são registadas todas as entradas e saídas, em quantidade física e valor de cada artigo.
Em empresas de pequena dimensão, é frequente encontrar aquelas atribuições no órgão que também é
responsável pela gestão previsional dos stocks, isto é, que estima os consumos para períodos futuros, e
que simultaneamente realiza a gestão económica dos stocks, isto é, determina quanto e quando
reaprovisionar cada artigo do stock.
Existindo na empresa um órgão específico de gestão administrativa de stocks ou estando esta função
integrada na gestão económica dos stocks, deve haver uma dependência hierárquica e funcional do
responsável pela função aprovisionamento.

Gestão Económica de Stock

Qual o Objetivo?

Racionalizar o aprovisionamento por forma a minimizar o custo total de cada produto à saída do armazém,
(custo que incluí o preço pago ao fornecedor e os custos de efetivação da encomenda, transporte e
armazenagem).

Baseia-se:
 Nas previsões de consumos em cada período.
 Nos prazos de aprovisionamento.
 Nas variações de preços por níveis de encomenda.
 Nos custos de efetivação das encomendas.
 Nos custos de transporte
 Nos custos de armazenagem, função do espaço ocupado e período de estacionamento.
 Nos custos provocados por ruturas de stock.

O problema da gestão económica dos stocks não se centra na aplicação de métodos de gestão, mas na
seleção do melhor método para cada artigo, conforme a sua identidade, as suas características de
consumo, de preço, de prazo e os custos associados à armazenagem, ao reabastecimento e à rutura.

Trata--se de garantir o abastecimento dos utilizadores ao menor custo total, através da:
a) Minimização dos custos de posse e de passagem.
b) Redução dos obsoletos
c) Redução das ruturas

Para o efeito é preciso saber calcular com exatidão o stock médio em quantidade e em valor, e confrontar
os resultados obtidos com os métodos aplicados.
Para medir a eficiência da utilização de um stock recorre-se a indicadores que traduzem a relação entre o
consumo e o stock médio detido. Um desses indicadores é a Taxa ou Índice de Rotação do Stock. Este
traduz o número de vezes que o stock se renova. Quanto mais elevada for esta taxa tanto melhor é a
gestão adotada. Este indicador pode apresentar valores que se situam num intervalo muito largo, que pode
ir de valores inferiores à unidade até 100, dependendo do tipo de artigos e da indústria de referência.
Todavia, é considerado positivo um rácio superior a 5 para uma indústria tradicional.
Se o consumo anual de um artigo for de 60.000,00 € e se o stock médio no período foi de 15.000,00€, a
taxa de rotação será igual a 4 o que significa que o stock se renova quatro vezes por ano ou de 3 em
3meses.

Outro indicador utilizado é a Taxa ou Índice de Cobertura Médio do Stock. Este indicador traduz o número
de meses de consumo assegurado pelo stock Médio.
Existe, ainda, um terceiro indicador que se traduz pela Taxa de Rutura dos stocks. É difícil definir um valor
ótimo para esta taxa, dado que é função de um elevado número de variáveis.
Todavia, poderemos considerar como valores razoáveis para a taxa de rutura os que se encontrarem
compreendidos num intervalo entre os 2%e os 4 %, para o stock global.

2.3. Tipo de stocks

Stocks são todos os artigos que se encontram em armazém para serem utilizados numa fase posterior.
Para se poder abastecer a empresa de tudo o que precisa para a sua atividade é necessária a constituição
de stocks.

As quantidades em stock devem ser adequadas às necessidades e à medida que se vai gastando deve
repor-se. O seu escoamento tem que ser compensado por aprovisionamentos que vão repor os stocks nos
níveis desejados.

Tipos

É habitual classificar os stocks segundo o lugar que ocupam ao longo do processo de produção. Assim,
teremos, de montante para jusante:
Analisemos agora uma classificação de stocks de acordo com a sua utilização ou função. Neste contexto,
consideremos cinco tipos diferentes de stocks, a saber:
• Stocks sazonais ou cíclicos
• Stocks de antecipação
• Stocks de segurança
• Stocks em trânsito
• Stocks de ocasião

Stocks sazonais ou cíclicos


Quando a procura varia ao longo do ano, há que escolher entre variar o nível de produção, acompanhando
o perfil das vendas (stocks quase nulos), ou fixar a produção num ritmo constante e igual à procura média
durante o ciclo (stocks variáveis e, por vezes, de grande dimensão).

Qualquer destas decisões extremas, ou outra intermédia, pode ser adotada pela empresa após ponderar
custos de armazenagem e custos resultantes de variações do nível de produção. Estes custos dependem,
evidentemente, da estrutura particular de custos de cada empresa para o produto analisado.

Stocks de antecipação
O ciclo de produção, isto é, o tempo que decorre entre o lançamento em fabricação do produto e o
momento em que ele entra em stock de produtos acabados, é, frequentemente, de muitas semanas ou,
mesmo, de vários meses.

O cliente não se encontra disposto, a maior parte das vezes (quer se trate de um automóvel, de um
eletrodoméstico ou de um computador), a aguardar a entrega durante todo este tempo.

Então, mesmo para as empresas que trabalham por encomenda, torna-se necessário cobrir uma parte do
seu ciclo de produção fabricando antecipadamente peças e conjuntos que serão utilizados em fases
posteriores, com prioridade para os que possuem um ciclo mais longo.
Stocks de segurança

São os stocks que se constituem como resposta às incertezas:


• Da procura, por parte do mercado;
• Do prazo de entrega, por parte dos fornecedores.

Constituem-se, assim, stocks suplementares para proteção contra um aumento da procura em relação à
procura média e/ou contra o alongamento do prazo de disponibilidade dos materiais.

Não se pode, contudo, esperar uma segurança total senão com custos proibitivos. Torna-se, pois,
necessário definir uma frequência de satisfação imediata da procura, ou seja, um nível de serviço. O seu
valor permitirá calcular o valor do stock de segurança correspondente.

Stocks em trânsito
Compreendem artigos que circulam entre as diferentes fases do processo de aprovisionamento, produção e
distribuição. Exemplos: produto acabado entre um armazém central e um armazém regional; produtos em
curso de fabricação entre postos de trabalhos sequenciais no processo de produção.
Stocks de ocasião
O preço de certos materiais – sobretudo matérias-primas como o cobre, o café, o petróleo, etc. – flutua
consideravelmente em curtos espaços de tempo. As empresas decidem, então, comprar grandes lotes
sempre que o preço se encontra em queda.

2.4. Custos Associados

Os stocks suportam, para além do custo de rutura, duas espécies de custo: custo de passagem de
encomendas para a constituição e reabastecimento a que vai somar-se o preço de compra artigos e custo
de posse inerente à sua existência e que vai agravar os preços de saída de armazém.

Custo de Passagem
O custo de passagem, que corresponde a 1% - 2% do montante total das encomendas, compreende todos
os gastos devidos ao procedimento de compra, como remunerações e encargos com os agentes do
aprovisionamento, estudos de mercado, despesas com negociações, redação das encomendas, controlo
dos prazos, relance aos fornecedores, controlo das entregas e conferência das faturas.

Custo de Posse
O custo de posse do stock compreende duas categorias de despesas: o interesse financeiro dos capitais
imobilizados que se situa entre 10 e 15% e os gastos de armazenagem que podem atingir 5 a 10% do
valor imobilizado.

Os gastos de armazenagem são constituídos pelo custo de funcionamento dos armazéns (remunerações e
encargos, iluminação e força motriz, manutenção dos locais e dos equipamentos), a amortização ou
aluguer dos locais, a amortização dos equipamentos, seguros, perdas por deterioração e roubo, custo de
obsolescência.

Custo de Rutura

A rutura pode verificar-se nas duas atividades de produção:

 Fabricação: falta de materiais para dar continuidade ao processo produtivo


 Manutenção: falta de uma peça que origina paragem de fabrico e cuja produção não pode ser recuperada.
No primeiro caso (fabricação) podemos considerar duas espécies de rutura:

 Rutura potencial: detetada antes do lançamento em fabricação, origina custos de urgência e custos
comerciais
 Rutura real: detetada só após o lançamento em fabricação, obriga a outra natureza de custos, seja o custo de
posse de stock de produtos em curso, o custo associado ao não cumprimento de prazos (perda da venda do
produto/custo de oportunidade).

Por outro lado, o custo da rutura em manutenção é devido à falta de uma peça de substituição o que dá
origem a um conjunto de consequências financeiras que depende da peça e da máquina, da taxa de
utilização da máquina e das possibilidades de reparação.

O custo de rutura tem em conta o tempo suplementar t entre o tempo de reparação t1 com a peça
existindo no stock e o tempo t2 para arrancar a instalação quando a peça não existe no stock.

Durante este tempo (t2 – t1), o custo da rutura integra, para além do custo de posse dos produtos em
curso de fabrico e do suplemento de desperdícios, a perda de produção rendível expressa em margem
bruta:

CUSTO DE RUTURA = ph (t2 – t1) (PV – CV)

Ph – Produção horária; PV – Preço de venda; Cv – Custos Variáveis

Em conclusão, para obter uma boa gestão de stocks é preciso minimizar os três fatores de custo: custo de
passagem das encomendas, custo dá posse do stock e custo de rutura. Gerir um stock compreende a
procura de uma solução otimizada em termos, físicos, administrativos e económicos.

2.5. Análise ABC

O método ABC ou lei de Pareto, é recomendável pela sua simplicidade e eficácia, assegura a manutenção
de stocks médios reduzidos e conduz à incidência do esforço de gestão sobre os materiais importantes,
tornando mais económico o funcionamento associado.

Como não é possível nem aconselhável tratar todos os artigos da mesma forma, a análise ABC e uma
ferramenta de gestão muito simples, mas com grande eficácia na classificação correta dos stocks, criando
três níveis de prioridade distintos na gestão dos mesmos.

Assim, este método classifica os stocks em três grandes grupos, A, B ou C, de acordo com a percentagem
dos consumos anuais que cada grupo representa.

A separação e feita de acordo com a seguinte metodologia:

Classe A
Este é o grupo de artigos com maior valor de consumo anual, embora seja representado por um pequeno
número de artigos: 15 a 20% do total de artigos correspondem a 75 a 80% do valor do consumo anual
total.

Classe B
Este e um grupo intermédio:20 a 25% do total de artigos representam 10 a 15% do valor do consumo
anual de todos os artigos.

Classe C
Este grupo de artigos possui o menor valor de consumo anual, embora represente um elevado número de
referências: 60 a 65% do número total de artigos correspondem a 5 a 10% do valor do consumo anual de
todos os artigos.

A gestão de cada grupo deve ser realizada da seguinte forma:

 Classe A - Os artigos devem ser controlados frequentemente de forma a manter existências baixas e evitar
ruturas.
 Classe B - Os artigos devem ser controlados de forma mais automatizada.
 Classe C - Os artigos devem possuir regras de decisão muito simples e totalmente automatizadas. Os níveis
de stock de segurança podem ser elevados de forma a minimizar os inconvenientes de eventuais ruturas.

Esta realidade sugere que sejam lançadas frequentes encomendas de reposição para os itens do grupo A
(em alternativa, encomendas anuais com entregas escalonadas, quando possível) o que permite:
- Para o mesmo consumo anual, manter os níveis médios dos stocks em valores baixos;
- Gerir cuidadosamente os 20% de itens, sabendo-se que se estão a concentrar os esforços de
gestão sobre 80% do valor total do consumo anual.

A prática recomenda que:


• O número de encomendas (ou entregas) anuais para o grupo A deve ser de 6 a 12;
• O número de encomendas (ou entregas) anuais para o grupo B deve ser de 3 a 4;
• Sejam lançadas apenas 1 a 2 encomendas de reaprovisionamento para os numerosos itens do
grupo C, podendo mesmo adquirir-se quantidades um pouco superiores às necessidades previstas e
a menor preço unitário, dado o pouco peso deste grupo no consumo total.

Algoritmo da Análise ABC:

(1) Ordenar os artigos por ordem decrescente de valor anual de consumo


(2) Calcular o valor acumulado
(3) Calcular a percentagem de cada artigo (em valor)
(4) Calcular a percentagem acumulada (em valor)
(5) Calcular a percentagem acumulada de quantidade de referências
(6) Classificação dos artigos (A,B ou C).

Exemplo:
Uma empresa pretende controlar 10 artigos em que trabalha segundo o valor do seu consumo, de acordo
com o critério ABC, pelo que definiu as seguintes classes e intervalos:

Classe Intervalos
(% do valor acumulado)
A >0 e < 72
B 72 e < 96
C 96 e < 100

O valor do consumo (compras) anual foi:

Artigos Valor Compra


(euros)
Arroz 2 000
Massa 1 000
Açúcar 40 000
Farinha 500
Azeitonas 900
Batatas fritas 50 000
Bolachas 8 000
Leite 10 000
iogurtes 12 000
queijo 800
Os passos para a resolução são:
 Calcular o valor anual do consumo de cada artigo;
 Ordenar os valores obtidos por ordem decrescente;
 Acumular os valores encontrados;
 Calcular em % os valores acumulados;
 Calcular a % acumulada do número de artigos;
 Verificar a classe a que pertence cada artigo.
E, assim, temos:

Artigos Valor Valor % % valor % nº art. Classe


anual acumulado valor acumulado Acumulado
Batatas fritas 50 000 50 000 39,9% 39,9% 10% A
Açúcar 40 000 90 000 32,0% 71,9% 20% A
Iogurtes 12 000 102 000 9,6% 81,5% 30% B
Leite 10 000 112 000 8,0% 89,5% 40% B
Bolachas 8 000 120 000 6,4% 95,9% 50% B
Arroz 2 000 122 000 1,6% 97,5% 60% C
Massa 1 000 123 000 0,8% 98,3% 70% C
Azeitonas 900 123 900 0,7% 99,0% 80% C
Queijo 800 124 700 0,6% 99,6% 90% C
Farinha 500 125 200 0,4% 100% 100% C

Os artigos Batatas Fritas e Açúcar representam 20% do total dos artigos e 71,9% do valor total dos
consumos, logo, pertencem a classe A.
Os artigos Iogurtes, leite e bolachas representam 30% do total dos artigos e 24% do valor total dos
consumos. Pertencem, portanto, a classe B.
Os artigos arroz, massa, azeitonas, queijo e farinha representam 50% do total dos
artigos e 4,1% do valor dos consumos. Pertencem a classe C.

Conclusão:
• A empresa terá de se preocupar com os artigos da classe A, ou seja, devem ser
frequentemente controlados, mantendo o nível de stock baixo e evitar ruturas;
• Os artigos da classe B terão um controlo intermédio;
• Os artigos da classe C deve ser controlados aleatoriamente, mantendo um
stock de segurança elevado para evitar ruturas.

EXERCÍCIO DA TEORIA ABC

1. Uma empresa pretende controlar 10 artigos em que trabalha segundo o valor do seu consumo, de acordo
com o critério ABC, pelo que definiu as seguintes classes e intervalos:

Classe Intervalos
(% do valor acumulado)
A >0 e < 70
B 70 e < 90
C 90 e < 100
O valor do consumo (compras) anual foi:

Artigos Valor Unitário (euros)


Rosas 1 000
Orquídeas 500
Tulipas 15 000
Margaridas 700
Cravos 800
Gerberas 30 000
Antúrios 7 000
Jacintos 5 000
Malmequeres 13 000
Sapatinho 1 200

3. Custos associados à Gestão de stocks

Os stocks suportam, para além do custo de rutura dois outros tipos de custos: o custo de passagem das
encomendas para a constituição e o reabastecimento, que vai somar--se ao preço de compra dos artigos, e
o custo de posse inerente à sua existência que vai agravar os preços de saída de armazém.

Custo de Passagem
O custo de passagem que corresponde, em média, a 1 % --2 % do montante total das encomendas,
compreende todos os gastos devidos ao procedimento de compra, como remunerações e encargos com os
agentes do aprovisionamento, estudos de mercado, despesas com negociações, redação das encomendas,
controlo dos prazos, relance aos fornecedores, controlo das entregas e conferência das faturas.

Custo Anual de Lançamento das Encomendas


As despesas de lançamento de uma encomenda devem ser procuradas em todos os serviços que intervêm
no processo de compra: Serviços Utilizadores (Produção, Manutenção), Serviço de compra, Receção e
Armazém, Contabilidade.

Em cada serviço é necessário determinar as despesas que se consideram proporcionais ao número de


encomendas.
Ao nível do Serviço de Compras, a passagem (lançamento) de uma encomenda ocasiona despesas
administrativas relativas à procura de possíveis fornecedores, à negociação e redação das encomendas e
ao relance dos fornecedores em atraso. O custo anual de lançamento das encomendas inclui:

O custo de funcionamento dos serviços de compra (salários, alugueres, mobiliário de escritório, etc.).
Os custos de impressos, correio e telefone.
Os custos de deslocações dos compradores.
O custo das receções, ensaios e análises.
O custo dos procedimentos realizados pelos serviços utilizadores.
O custo dos procedimentos contabilísticos: conferência das faturas, classificação e registo, pagamentos.

O conhecimento deste custo permite calcular o custo médio de lançamento de uma encomenda.
Sendo:
a Custo de passagem da encomenda de um determinado artigo
Q Quantidade de cada encomenda desse artigo.
S Consumo anual do artigo
Então o custo médio anual de lançamento das encomendas, para um determinado artigo, obtém--se
multiplicando o número de aprovisionamentos anuais (S/Q) desse artigo pelo custo unitário de passagem,
isto é:

Se o consumo anual for constante, quanto maior for a quantidade de cada encomenda menor será o
número de encomendas anuais e menor será o custo médio de lançamento por unidade do artigo em
questão.
Custo Anual de Posse

O custo anual de posse do stock é expresso em função do valor do stock através da taxa anual de posse
do stock (t). Compreende o custo do capital imobilizado, os seguros, o custo de funcionamento do
armazém, a obsolescência e a perdas por deterioração.

a) Custo do Capital Imobilizado

É um elemento dominante entre as despesas de posse. É ao Departamento Financeiro que o compete


determinar, pois está ligado à política de investimento da empresa. Com efeito, o capital imobilizado no
stock não está disponível para outros investimentos, tais como o aumento do parque de máquinas, a
modernização dos meios de produção, a publicidade, etc. Só o Departamento Financeiro Financeira pode
avaliar o rendimento médio que espera desses investimentos.

b) Custo dos Seguros

O seu montante é diretamente proporcional ao valor stock e à classe de risco dos materiais em armazém.

c) Custo de Funcionamento do Armazém

Na prática, divide--se o montante global da amortização e das despesas anuais de funcionamento do


armazém pelo (salários, alugueres, eletricidade, manutenção, etc.) pelo valor do stock.

d) Custo de Obsolescência e Depreciação

Na prática, o melhor método consiste em evitá-lo, limitando a quantidade de encomendas dos artigos
suscetíveis de obsolescência ou de depreciação.

e) Custo das Perdas por Deterioração

Percentagem calculada por estatística, a seguir aos inventários físicos. Visa fazer face a perdas que
acontecem, devido a deficiente manipulação ou acondicionamento e a possíveis roubos.

Determinação do Custo Anual de Posse do Stock

Se u é o valor unitário de um artigo e t a taxa anual de posse do stock, então u.t representa o custo anual
de posse de uma unidade. Ligue--se, então, esta noção à quantidade encomendada. Coloquemo-nos na
hipótese de um nível de stock decrescer linearmente desde Q até 0, sendo reaprovisionado
instantaneamente com uma quantidade Q.
Sabemos, naturalmente, que o stock médio será Q/2 e o custo anual de posse do stock será, assim:
Na prática e em média, o valor da taxa anual de posse de um stock (t) representa 10 % a 20 % do capital
investido nesse mesmo stock.

Custo de Rutura

A rutura pode verificar--se nas seguintes duas atividades industriais:

Fabricação: Falta de materiais para dar continuidade ao processo produtivo.


Manutenção: Falta de uma peça que origina paragem de fabrico e cuja produção não pode ser recuperada.

No primeiro caso (fabricação) podemos considerar duas espécies de rutura:

Rutura Potencial
Detetada antes do lançamento em fabricação, origina custos e custos comerciais.

Real Rutura
Detetada só após o lançamento em fabricação, gera custos de outra natureza, seja o custo de posse de
stock de produtos em curso, seja o custo associado ao não cumprimento de prazos (perda da venda do
produto/custo de oportunidade).

Por outro lado, o custo da rutura em manutenção é devido à falta de uma peça de substituição o que dá
origem a um conjunto de consequências financeiras que depende da peça e da máquina, da taxa de
utilização da máquina e das possibilidades de reparação. O custo de rutura tem em conta o tempo
suplementar, entre o tempo de, entre o tempo de reparação t1 com a peça a existir em stock e o tempo t2
para arrancar apara arrancar a instalação quando a peça não existe em stock. Durante este tempo (t2 –
t1), para além do custo de posse dos produtos em curso de fabrico e do suplemento de desperdícios, a
perda de produção expressa em margem bruta:

Em conclusão, para obter uma boa gestão de stocks é preciso minimizar os três fatores de custo:

Custo de passagem das encomendas, Custo de posse do stock e Custo de rutura.


3.1. Custo da colocação da encomenda

Em termos meramente contabilísticos, os stocks são representados pela conta mercadorias ou matérias-
primas, sendo debitados pelas entradas em armazém dos materiais adquiridos ou fabricados pela empresa,
e creditados pela saída por vendas, quebras diversas ou por consumo interno (consumo da produção para
fabrico de novos produtos ou consumo contínuo de utilização económica).

Os materiais adquiridos ou fabricados pela empresa e recebidos efetivamente no armazém são


contabilizados pelo preço de custo individual. Consoante o tipo de entrada ou melhor, a origem do
material, o custo unitário do item assume dois valores: ou o custo de compra ou o de fabrico.

Este último é a soma dos diversos fatores de produção que entram na estimativa tais como, matérias-
primas, horas de trabalho e quantidade de mão-de-obra, taxas de amortização, energia consumida, etc..

Já em relação ao primeiro caso, existem dois critérios distintos a considerar: um que leva em conta no
custo, além do valor específico do material, todas as despesas envolvidas na aquisição, como por exemplo,
as tarifas, impostos, embalagens, seguros e fretes, desde que ocorram as mesmas por conta do
comprador; e outro que comporta apenas o custo de compra, livre de quaisquer outras despesas que,
quando existem, são lançadas em custas próprias.

As quebras, quando se verificam, são usualmente lançadas pelo preço de custo. Entretanto, nos stocks de
mercadorias, a saída pode ser registada pelo preço de venda, embora na prática, este sistema esteja em
desuso.

O preço de custo do material pode respeitar ao da primeira ou ao da última entrada ou ainda à média
ponderada dos diferentes saldos – Custo Médio Ponderado.
O primeiro processo denomina-se FIFO; sendo estas as iniciais da expressão inglesa First in First Out ou
seja, primeiro a entrar, primeiro a sair. O segundo método é denominado LIFO; Last in first Out ou seja o
último a entrar, primeiro a sair.
O critério do custo médio, situando-se numa posição intermédia do LIFO e do FIFO, elimina as vantagens e
os inconvenientes destes últimos. Ainda que a sua aplicação origine menos riscos, apresenta o
inconveniente de o custo atual de um dado artigo, ao ser ponderado com um preço mais antigo, poder vir
a ser substancialmente alterado, afastando-se deste modo do seu valor real.

É, entretanto, o critério mais utilizado na prática, e o de mais fácil aplicação aos processos computorizados.

3.2. Custo da expedição da mercadoria

Este custo é, geralmente, o mais importante e representa um custo de oportunidade, isto é, o custo em
que se incorre por manter um certo capital imobilizado em stock em lugar de investi-lo em aplicações
alternativas (rentáveis).

Conforme o critério da empresa, este custo pode ser considerado como igual à taxa de rentabilidade dos
capitais próprios ou à melhor taxa de rentabilidade que a empresa poderia obter num investimento
alternativo, dentro da classe de risco correspondente, normalmente baixo, pois o stock pode ser
rapidamente convertido em dinheiro (possui um alto grau de liquidez).

Todos estes custos, que constituem o custo de posse, podem ser expressos por uma percentagem do valor
do stock. Assim, se totalizarem 30% ao ano, significará que o custo de armazenar durante um ano um
artigo com o valor unitário de 10 € é de 3,33 € por unidade.
3.3. Custo da receção e do manuseamento da encomenda

Num sistema de stocks, os custos relevantes podem dividir-se em três componentes:

 Custos de aprovisionamento;
 Custos associados a existência de stocks - custos de posse;
 Custos associados a rutura dos stocks.

O custo total de um bem à saída do armazém é constituído por 3 componentes:

CT = C1 + C2 + C3

CT – Custo total da encomenda


C1 – Custo de aquisição
C2 – Custo de efetivação da encomenda
C3 – Custo de posse dos stocks

1.º CUSTO DE AQUISIÇÃO (C1)

É a componente que deve ser paga ao fornecedor do material. Esta quantia representa simplesmente o
custo das unidades compradas.

Este custo, por vezes, pode ser difícil de calcular se existirem outros fornecedores a oferecerem produtos
alternativos ou condições de compra substancialmente diferentes.

N = N.º total de unidades de determinado artigo consumido durante o ano


p = Preço unitário de aquisição
C1 = N × p

2.º CUSTO DE EFECTIVAÇÃO DAS ENCOMENDAS (C2)

São os custos administrativos dos serviços que fazem a colocação e acompanhamento das encomendas e
os custos de receção quantitativa, qualitativa e classificativa.

A parcela dos custos fixos de encomenda pode ser avaliada grosseiramente: dividindo o custo dos serviços
de compras e receção (mais outros custos considerados relevantes) pelo número de encomendas
colocadas anualmente.

Estes custos são independentes da quantidade encomendada.

Exemplos: funcionamento da secção de compras, deslocação e estadia, receção (ensaios, análises),


prospeções de mercado fornecedor, despesas com portes, despesas com os serviços de contabilidade e
custo com a documentação a emitir.

A = Custo de efetivação de cada encomenda


Q = Quantidade de cada encomenda
N/Q = N.º de encomendas realizadas por ano

C2= A x N
Q

À medida que se efetuam mais encomendas (N/Q), maior será o custo de efetivação (C2).

3.ºCUSTO DE POSSE DOS STOCKS (C3)

Correspondem aos custos de manter em stock uma unidade de um determinado produto durante um
determinado período de tempo.

STOCK MÉDIO (Sm)

N.º de artigos que estão, em média, em armazém durante o ano. É a média entre a quantidade máxima e
a quantidade mínima do stock, ou seja, corresponde a metade do montante da encomenda (Q).

Sm = Q
2

c = Custo de posse unitário


SM = Stock médio
C3 = Custo de posse anual

C3 = c × SM

 À medida que aumenta o n.º de encomendas, diminui o custo de posse (C3);


 Ao elevarmos o n.º anual de encomendas, aumentamos o custo de efetivação (C2).

Desta forma é possível determinar a quantidade de um artigo a encomendar de cada vez por forma a
minimizar os custos da empresa.

Isto é calculado de 3 formas:


1 – Através de um quadro

C1 – Custo de aquisição;
C2 – Custo de efetivação das encomendas;
C3 – Custo de posse dos stocks.

A = 9,98/ encomenda
c = 0,04/ unidade
N = 2 000 unidades

2 – Através da representação gráfica

A quantidade ou lote económico da encomenda (Qe) verifica-se quando o custo total atinge o valor m
(mínimo do custo).

À medida que aumenta a quantidade a encomendar de cada vez, maior é o custo de posse (C3) e menor é
o custo de efetivação (C2).

3 – Através da fórmula de Wilson

Representando os custos num gráfico em que a variável independente Q seja a quantidade a adquirir,
verifica-se que existe um valor de Q para o qual o custo total Ct será mínimo.
Assim, para cada artigo de armazém, o custo total anual será mínimo se calcular o valor de Q (quantidade
a reaprovisionar de cada vez) que minimiza o custo total - Ct, e essa quantidade é denominada a
quantidade económica de encomenda - Qee.

Assim, define-se:

Quantidade económica de encomenda (Qee) como a quantidade a encomendar de cada vez, que
minimiza o custo total anual, relativo a cada artigo do inventário.

Desta definição de Wilson decorre que Qee é o valor de Q que minimiza o custo total. Então,
matematicamente Q obtém-se:

e resolvendo esta equação, chega-se à fórmula de Wilson:


BIBLIOGRAFIA
Elementos de Contabilidade Geral, Borges, António, Rodrigues Azevedo, Rodrigues Rogério, Áreas Editora
- www.forma-te.com.
- www.iseg.com.pt

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