Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Conteúdos programáticos
Princípios da gestão de stocks
o Definição e objetivos de gestão de stocks
Possibilidade de satisfação das necessidades dos clientes
Garantia do correto abastecimento de todos os intervenientes, evitando excessos /
insuficiência de produto
Minimização dos custos logísticos
o Tipo de matérias a armazenar
Matérias-primas
Componentes e produtos em vias de fabrico
Consumíveis
Produtos finais
o Determinantes do nível ótimo de stock
Níveis de procura e previsão de encomendas
Procura independente (aleatória)
Procura dependente (associada à produção de um bem principal)
Política de inventário da empresa
Nível de serviço pretendido
o Catalogação
Objetivos
Conceitos
Técnicas de desenvolvimento
Métodos de identificação
Especificação detalhada
Avaliação e controlo de stocks
o Instrumentos de controlo da gestão de stocks
o Gestão física, Gestão económica, Gestão administrativa
o Tipos de Stock:
Stocks de Segurança
Stock Cíclico
Stock em Trânsito
o Custos associados:
Custo Aquisição
Custo Posse Stock
- Custo Encomenda/Aprovisionamento
Custo Rutura Stock
o Análise ABC
Custos associados à gestão de stocks
o Custo da colocação da encomenda
o Custo da expedição da mercadoria
o Custo da receção e do manuseamento da encomenda
Indicadores de stocks
o Níveis de serviço
o Nível de serviço dos fornecedores em valor e quantidade
o Nível de serviço por fornecedor
Incumprimento de “linhas”
Incumprimento de quantidades
Incumprimento de encomenda
o Avaliação de mercadorias não entregues a clientes
Incumprimento de “linhas”
Incumprimento de quantidades
Incumprimento de encomendas
o Nível de stocks em armazém
“Dias de stock” geral
“Dias de stock” por produto
Peso relativo do stock médio (em valor) relativamente às vendas do ano
Incumprimento de quantidades
Definição de objetivos de níveis de stock, por referência, categoria ou total
o Tempos de entrega
Tempos de entrega dos fornecedores
Tempos de entrega aos clientes
Potencial de melhoria dos tempos de entrega
Ações corretivas e produção de relatórios
Conteúdo
Objetivos e Conteúdos programáticos:...........................................................................................................................2
1. Princípios da gestão de stocks........................................................................................................................5
1.1. Definição e objetivos de gestão de stocks.................................................................................................5
2. Avaliação e controlo de stocks......................................................................................................................12
2.3. Tipo de stocks.................................................................................................................................................26
2.4. Custos Associados...........................................................................................................................................29
2.5. Análise ABC......................................................................................................................................................30
3. Custos associados à Gestão de stocks.........................................................................................................35
3.1. Custo da colocação da encomenda..............................................................................................................38
3.2. Custo da expedição da mercadoria...............................................................................................................39
3.3. Custo da receção e do manuseamento da encomenda.............................................................................39
BIBLIOGRAFIA............................................................................................................................................................44
A Gestão de Stocks assume nas empresas modernas um papel fundamental, sendo uma das ferramentas
mais importantes ao dispor da gestão para maximizar os seus resultados líquidos.
A manutenção de um nível adequado de stock e um desafio que e colocado aos gestores, já que e
necessário minimizar os custos de stock, não pondo em risco a operacionalidade de toda a logística das
empresas.
A gestão de stocks e, dito de forma simplificada, o conjunto de ações que visa manter o stock ao mais
baixo nível em termos quantitativos e de custo, garantindo simultaneamente o fornecimento regular da
empresa e a melhor execução das tarefas de aprovisionamento e armazenagem.
Assim, a gestão de stocks tem como objetivo definir quais os produtos a encomendar, qual a altura em que
devem ser encomendados e em que quantidade.
À gestão física dos stocks compete assegurar que as operações realizadas com os materiais, desde a sua
entrega na empresa até à sua saída de armazém, sejam executadas com eficiência, isto é, ao menor custo
e em tempo oportuno.
Em empresas de pequena dimensão, normalmente existe um único órgão estrutural, devendo, no entanto,
manter-se a separação física daqueles serviços.
Em empresas de maior dimensão podem existir vários órgãos responsáveis pela gestão física dos stocks,
devendo haver uma dependência hierárquica e funcional do responsável pela função aprovisionamento.
Uma eficiente gestão física de stocks deve obedecer aos seguintes requisitos:
Boas condições para a execução rápida e cuidada das funções administrativas da receção;
Espaço adequado para descarga, para a eventual desembalagem, e para os controlos quantitativos e
qualitativos;
Saída facilitada e desimpedida para os locais de armazenamento.
Área disponível com condições de temperatura, humidade, arejamento, ajustado à conservação dos artigos
armazenados;
Equipamento de armazenamento adaptado aos locais e aos materiais;
Pés-direitos e pavimentos adequados ao eventual empilhamento dos artigos;
Construção e dimensão que facilite a rotação dos artigos.
Pouca burocracia;
Itinerários de saída desimpedidos;
Espaços curtos a percorrer em especial para os materiais com maior saída/rotação, volume ou massa;
Saída fácil da pilha ou prateleira;
Contagem local facilitada;
Meios de movimentação rápidos e seguros;
Localização e acesso ao material armazenado facilitados.
Instalações passíveis de ser facilmente limpas e higienizadas com apropriados sistemas de drenagem (dos
produtos de lavagem);
Sistemas de exaustão (gases, fumos, cheiros), de renovação e/ou purificação do ar, de climatização (controlo
e regulação da temperatura, humidade, ...);
Sistemas de deteção de fugas de gases, poeiras, incêndios, inundações, derrames de óleos ou outros fluídos
escorregadios ou perigosos;
Sistemas de proteção contra insetos e roedores;
Sistemas de sinalização dos perigos para pessoas e bens;
Uso de cores de advertência e cartazes com instruções de segurança;
Uma empresa industrial utiliza para desenvolver a sua atividade dos seguintes bens:
Mercadorias
Bens vendidos no mesmo estado em que foram adquiridos;
Matérias subsidiárias
Bens com um papel secundário no processo de transformação das matérias-primas. Exemplo: a cola na
indústria de mobiliário.
Embalagens comerciais
Bens que envolvem os produtos, e podem ser retornáveis ou não retornáveis.
Materiais diversos
Bens consumíveis, como por exemplo, material de conservação, de higiene, de reparação.
A seleção dos materiais que irão incorporar o stock, é uma das principais atividades da gestão
administrativa dos stocks.
Com Normas Portuguesas (NP) que são emitidas pelo Instituto Português da Qualidade (IPQ)
Outros de acordo com normas harmonizadas europeias (EN) que são emitidas pelo Comité Europeu de
Normalização (CEN/CENELEC)
Outros que não são normalizados, alguns dos mais utilizados, podem fazer parte de uma normalização ou
estandardização interna da empresa, depois de criteriosa seleção.
Compete à gestão administrativa dos stocks analisar caso a caso e decidir quais desses materiais deverão
constar no stock, mediante análises próprias de natureza económica.
Os stocks de produtos acabados (ou stocks de distribuição) destinam-se a vários clientes, sendo esta
procura independente de qualquer fator interno da empresa.
A soma das várias encomendas pode originar um padrão de procura homogeneizado e regular ao longo do
tempo.
Neste caso, a procura dos produtos em stock esta dependente de fatores internos da empresa (uma linha
de produção, por exemplo). Os stocks de fabricação resultam do plano de produção definido para os
produtos acabados. A procura resulta, assim, das decisões da empresa para a fabricação, estando delas
dependente.
Além disso, as necessidades dos componentes são independentes entre si, sendo certo que um mesmo
componente pode ser necessário a produção de vários produtos acabados. A produção de um produto
acabado obriga a disponibilidade de todos os componentes que o constituem.
Assim, uma mesma peça pode impedir a produção de vários produtos acabados (o que obriga a uma
gestão «apertada» do stock, com reduzidos níveis de rutura). Ainda que o nível de rutura seja de 5%para
cada peça, a probabilidade de se terminar um produto composto por 3 pecas e de 0.95 x 0.95 x 0.95
=0.86 ou 86%.
Se o mesmo produto for composto por 10 peças e o risco de rutura seja de 5%,a probabilidade de finalizar
um produto e de apenas 60%.
A procura é o fator mais importante em todo o planeamento de um sistema de gestão de stocks. O seu
correto conhecimento e estudo podem facilitar sobremaneira todo o processo, maximizando a eficácia
desta função da empresa.
1.4. Catalogação
Para identificar essas características, é necessário ter em conta alguns dados sobre os materiais, dados
estes que podem ser retirados de catálogos, de listas de peças fornecidas pelos fabricantes, pela simples
visualização do material, etc.
Alguns dos dados a ter em conta para catalogar os materiais podem ser:
Métodos de identificação
Descritivo: Quando se identifica o material pela sua descrição detalhada. Procura-se neste tipo de
identificação apresentar todas as características físicas que tornem o item único, independentemente da
sua referência ou fabricante. No entanto deve-se evitar, tanto quanto possível, um ligeiro excesso de
pormenores descritivos, uma vez que descrições em demasia tornam o catálogo do material mais volumoso
e cansativo de ver.
Referencial: Este método de identificação atribui uma descrição ou uma nomenclatura apoiada na
referência do fabricante.
Codificação de Material
É o segundo passo da classificação de materiais, onde atribui um código representativo de modo a que se
consiga identificar um item pelo seu número e/ou letras. Esse código que identifica o material denomina-se
por nome da peça, no caso de o código usado ter sido feito através de letras, ou número da peça (part
number) para o caso de o código usar números.
A codificação do material também veio facilitar e simplificar as operações dentro das empresas uma vez
que com um único código podem ser identificadas as características do material, bem como todos os
registos destes realizados na empresa. O código tornou-se tão mais necessário quanto maior for o universo
da empresa e dos materiais.
Técnicas de desenvolvimento
1. Sistema Alfabético;
2. Sistema Alfanumérico;
3. Sistema numérico.
1. Sistema Alfabético
Este processo representa os materiais por meio de letras. Foi muito utilizado na codificação de livros
(Método de Dewey). A sua principal característica é conseguir associar letras com as características do
material.
P – Pregos
2. Sistema Alfanumérico
É um método que como o próprio nome indica usa letras (sistema alfabético) e números (sistema
numérico) para representar um material.
3. Sistema Numérico
Este sistema, também conhecido como sistema decimal, é, de todos os métodos de codificação de
material, o que tem um uso mais generalizado e ilimitado. Devido à sua forma simples e à facilidade de
organização que oferece, este é também o sistema mais usado pelas empresas. Este sistema tem por base
a atribuição de números para representar um material.
Código de barras
Para além do sistema alfabético, alfanumérico e numérico há também um outro método de codificação
muito conhecido, que se pode visualizar, entre outros lugares, nos supermercados.
Em que o número de stock ou número do item, isto é, o número que serve para identificar individualmente
cada item, é composto por um número de classe, que identifica a classe a que o material pertence, por um
número de identificação, este é um número não significativo, isto é, não apresenta nenhuma identificação
com os elementos descritivos do material e por um dígito verificador.
O terceiro passo da catalogação do material é o cadastro. O objetivo deste é inserir nos registos da
empresa todos os dados que identifiquem o material. O cadastro é efetuado através do preenchimento e
missão de formulários próprios.
Catalogação de Material
Com a catalogação de material chega ao fim a Classificação de material. Esta consiste em ordenar de uma
forma lógica todos os dados que dizem respeito aos itens identificados, codificados e cadastrados de forma
a facilitar a consulta da informação pelas diversas áreas da empresa.
Um dos aspetos mais importantes na catalogação de material é usar simplicidade, objetividade e concisão
dos dados gerados e permitir um fácil acesso e rapidez na pesquisa. Os objetivos de uma boa catalogação
são:
Conseguir especificar o catálogo de uma forma tal que o usuário consiga identificar/requisitar o
material que deseja;
Evitar que sejam introduzidos no catálogo itens cadastrados com números diferentes;
Possibilitar a conferência dos dados de identificação dos materiais colocados nos documentos e
formulários do sistema de material.
2. Avaliação e controlo de stocks
Com estreita relação com os Sistemas de Custeio, assume relevância particular a forma de valorização dos
fluxos de saída de produtos (ou fatores) de uma secção da empresa para outra.
De facto, quando um fator de produção “dá entrada” em armazém traz, associado a si um custo (que
depende do preço e das condições de compra); o mesmo acontece com os diversos produtos que entram
nos respetivos armazéns.
Num determinado período de tempo é possível que entrem nos respetivos armazéns diversas quantidade
do mesmo fator ou produto a diferentes custos. Se assim for, no momento em que se efetue a primeira
saída de armazém do item em causa, por que valor é que ele deverá sair? Ou seja, qual o custo a imputar
à secção à qual ele se destina?
Para responder a esta questão, definiremos 3 critérios valorimétricos distintos e alternativos, a saber:
A sua utilização é adequada em situações de muito rápida rotação dos stocks, e em que se não prevêm
variações significativas nos custos. As principais vantagens são as suas objetividade e simplicidade de
aplicação prática.
Como inconvenientes, são-lhe apontados o facto de subavaliar o custo das vendas, em períodos de
acentuada inflação, logo, sobrevalorizar as existências finais e o resultado, acontecendo exatamente o
contrário, em situações de descida dos custos de aquisição. Por estes motivos, é-lhe imputada falta de
rigor, na valorização.
LIFO (last in, first out)
Ao utilizarmos este critério, ao contrário da situação anterior, iremos considerar que as primeiras unidades
a sair são as que entraram em último lugar.
Há, no entanto, aspetos menos positivos da aplicação do LIFO, como conduzir a uma subavaliação dos
stocks e permitir a manipulação dos resultados, por exemplo, com aquisição, no final do período
contabilístico, de produtos, em quantidades e preços unitários elevados, considerando-se a sua saída
contabilística sem saída física.
A subvalorização das existências não permite o cálculo correto da taxa de rotação de stocks, podendo
penalizar a empresa, numa análise de rentabilidade, ou de performance. Por outro lado, também será
penalizante em caso de avaliação da empresa, para obtenção de crédito, operações bolsistas, de fusão,
etc.
Custo Médio
Este último critério estabelece que qualquer unidade que saia num determinado momento do armazém
deverá sair com um custo associado que exprima o custo médio desse fator em armazém, no momento da
sua saída. Este critério também pode ser aplicado de forma mais absoluta, calculando o preço médio de
determinado produto ou fator na totalidade do exercício.
O Custo Médio Móvel Ponderado permite calcular um custo unitário após cada entrada, ou seja, a cada
saída é imputado o custo médio, até essa data.
Em Inventário Intermitente, usa-se o Custo Médio Periódico Ponderado, calculado no final do período em
questão, segundo a fórmula
Chamamos ainda a atenção para o facto de o valor unitário das existências em armazém após cada saída
(bem como após cada entrada) ser diferente, dependendo do critério valorimétrico adotado.
1.2.Registos de entradas e saídas de mercadoria
Inventário Permanente
A partir do ficheiro de materiais pode efetuar-se uma listagem que contem todos os itens em armazém e
as respetivas quantidades físicas num dado instante.
Se esta listagem for atualizada no ato de cada movimento de entrada e de saída, e aplicado o adequado
critério valorimétrico, é possível saber em cada momento o que existe no(s) armazém(s) da empresa em
quantidade e valor monetário. Esta listagem é designada por inventário permanente.
O inventário permanente é universalmente utilizado nas empresas. Quando existem centenas ou milhares
de artigos, só com um sistema informático é possível geri-lo eficientemente e saber para cada artigo a
quantidade correta em cada momento.
Inventário intermitente
É geralmente efetuado uma vez por ano, no final do exercício contabilístico. Engloba todos os artigos da
empresa, gerando uma elevada carga de trabalho que pode perturbar a sua atividade
Com este sistema, o custo das existências vendidas e consumidas só pode ser apurado depois da
contagem física das existências e consequente apuramento das existências finais.
É um sistema que, embora de fácil aplicação, não serve os propósitos da gestão, já que a informação sobre
os resultados da empresa depende sempre de uma contagem física.
Procedimentos
O processo de controlo de inventário permanente divide-se na inventariação de dois tipos de posições:
Posições de Preparação e Posições Vazias. Vejamos cada uma delas em detalhe.
Posições de Preparação
O objetivo é inventariar todos os locais de preparação. Como o local de preparação é uma posição onde
vão parar 85% — em média – de todas as paletes que entram no armazém, poder-se-á dizer que mais
cedo ou mais tarde quase todos os erros cometidos acabam por se refletir nesta posição.
Modelo clássico
2. Para cada posição indicada o operador deverá verificar que esta contém o artigo correto na
quantidade e qualidade correta;
3. Se tal não acontecer, anota o erro e remove o artigo para uma zona de artigos com problemas de
inventário e que está devidamente marcada. A remoção dos artigos só se justifica se ele for diferente do
que deveria estar na posição, se não deve-se fazer um acerto de inventário para corrigir a quantidade;
6. O mapa entregue será alvo da atenção dele próprio ou de um operador administrativo para que as
diferenças sejam registadas no sistema;
Modelo JIT
1. O operador de inventário indica ao computador via rádio-terminal que vai começar um inventário às
posições de preparação;
2. O computador mostra-lhe a primeira posição e pergunta o artigo e quantas caixas lá estão. O
operador responde – quer introduzindo o código do artigo quer lendo-o com um leitor de código de barras
– e indicando também o número de caixas;
3. Em caso de erro e depois da confirmação dos valores, o computador assume a quantidade indicada
como sendo a da posição. O operador remove a mercadoria que está mal posicionada – se for este o caso
– para a zona de artigos com problemas de inventário. A remoção dos artigos só se justifica se ele for
diferente do que deveria estar na posição, senão deve-se fazer um acerto de inventário para corrigir a
quantidade.
Conforme pode ser observado, este processo é muito mais produtivo, fácil e elegante quando utilizamos os
rádio-terminais.
Há outros fatores que levam à importância dos rádio-terminais, são eles: as posições de preparação a
inventariar não podem estar sujeitas a qualquer operação de preparação ou aprovisionamento.
Isto vale desde a emissão do mapa de contagem até conferência da mercadoria. Esta exigência leva que a
sincronização desta tarefa com a restante operação do armazém possa ser bastante difícil.
Posições Vazias
O interesse deste inventário reside no facto de ser muito simples inventariar uma posição vazia – é olhar e
ver se está ou não. Devido a esta simplicidade ele pode ser utilizado para níveis superiores aos do chão,
que são difíceis de inventariar.
Também neste caso existem dois modos de fazer as coisas: o método clássico e o método JIT. Vejamos
cada um deles:
Modelo clássico
2. Para cada posição indicada o operador deverá verificar se ela está vazia ou não. No caso de ela
estar ocupada assinalará esse facto no mapa;
6. As diferenças existentes deverão ser passadas para um operador de movimentação de paletes para
que a palete mal colocada seja retirada para a zona de artigos com problemas de inventário.
Modelo JIT
1. O operador de inventário indica ao computador via rádio-terminal que vai começar um inventário às
posições vazias;
3. O operador deverá dirigir-se para a posição e introduzir a chave correta, confirmando se está ou
não vazia;
4. Caso não esteja vazia, e após a necessária confirmação, o computador marcará a posição para que
a palete seja removida e colocada na zona de artigos com problemas de inventário – esta marcação irá
fazer que seja dada uma ordem de movimentação à máquina que esteja mais próximo dela, logo que
possível.
De novo se nota que o modelo JIT funciona de uma forma muito mais natural e produtiva, em que as
ações são tomadas em tempo real. De novo se coloca o problema da idade da informação, no caso do
modelo clássico há que garantir que não é arrumada nenhuma palete entre o momento de emissão do
mapa e a respetiva contagem.
Esta necessidade levanta muitos problemas práticos, que impedem uma utilização mais frequente deste
método. Isto não se passa no modelo JIT, onde a informação é em tempo real.
Modelo Clássico
1. Pegar num bloco de folha de operações manuais – acertos, transferências e outras atividades
semelhantes e selecionar um artigo dos que estão na zona referida;
3 Se a quantidade for uma palete inteira — ou perto disso – deverá identificar todos os locais onde
esse artigo existe e, um a um, verificar se estão ocupados:
a. Se estão deverá arrumar a palete noutro local e anotar o facto na folha de acertos;
b. Se não estão deverá colocar a palete no local onde falta e cujo número de caixas é igual. Se não
existir nenhum local nestas condições deverá colocar a palete em falta num dos locais e anotar na folha de
operações o acerto correspondente para que o sistema informático ficar concordante com a realidade;
c. Se ao inventariar as posições, no ponto anterior, identificar qualquer erro, ela terá de ser resolvido
pelo método apresentado nos procedimentos Posições de Preparação ou Posições Vazias;
Modelo JIT
2. Se a quantidade for pequena – algumas caixas – o operador deve identificar o local de preparação
do artigo – por consulta no rádioterminal — e acrescentar lá essas caixas. De seguida deve fazer uma
contagem ao total de caixas e atualizar de imediato o sistema;
3. Se a quantidade for uma palete inteira — ou perto disso – deverá identificar todos os locais onde
esse artigo existe e, um a um, verificar se estão ocupados:
o Se sim, deve arrumar a palete noutro local e atualizar de imediato o sistema – através do rádio
terminal;
o Se não, colocar a palete no local onde falta e cujo número de caixas é igual. Se não existir nenhum
local nestas condições deverá colocar a palete em falta num dos locais atualizar o sistema informático para
que ele fique concordante com a realidade;
4. Se ao inventariar as posições, no ponto anterior, identificar qualquer erro, ela terá de ser resolvido
pelo método apresentado nos procedimentos Posições de Preparação ou Posições Vazias;
Este processo permite manter a atividade do armazém num nível elevado. Se ele e supondo que a
qualidade de operação era mediana, o estado do inventário poder-se-ia deteriorar ao ponto de
comprometer a qualidade da operação.
A equipa de organização deve ser chefiada por além logo abaixo do responsável máximo do armazém, por
forma a liberdade de ação e poder ser ouvida.
Já o inventário serve para num dado momento a empresa saber se o que tem em stock informático
corresponde ao que tem realmente armazenado ou mesmo à venda na empresa, ou seja serve para
confirmar se o que tem informatizado é ou não o que tem fisicamente.
Esta ferramenta de planeamento permite efetuar o registo de stocks e a identificação de entradas e saídas
de produtos, tendo em atenção stocks mínimos e máximos e stock de segurança. Utiliza-se modelos de
revisão para evitar ruturas de stocks, que iremos falar já a seguir.
Um dos objetivos da gestão de stocks é precisamente avançar melhorando o desempenho, para um melhor
controlo dos stocks. Esta gestão implica diferentes tipos de operações:
• A armazenagem com respetivas entradas, armazenamento e saída de artigos;
• A existência de um ficheiro de stocks;
• Imputação contabilística das entradas e das saídas;
• Classificação dos stocks em categorias;
Esta ferramenta de planeamento (GS) permite efetuar cálculos para garantir os stocks dos produtos, tendo
em atenção, o tipo de procura (independente e dependente da produção), os custos de produção e de
aprovisionamento e o tempo (prazos).
Os inventários incluem:
• Matérias-primas e componentes
• Produtos em vias de fabrico
• Produtos finais
Tipos de inventários
Galloway
• Matérias-primas ou bens de compra
• Produtos acabados
• Produtos em vias de fabrico (WIP – work in process)
• Consumíveis
• Componentes de substituição
Nigel Slack
• Stock de segurança
• Inventário de ciclos
• Stock de antecipação
• Stock de linha
Disponibilidade de um produto
É a probabilidade deste estar disponível em stock para preencher um pedido, num determinado instante e
numa determinada quantidade.
Modelos
Dentro dos Modelos de Controlo de Inventário existe:
• O Modelo P
• O Modelo Q
• Modelo de revisão continua
• Modelo de revisão periódica
• Modelo de ponto de encomenda periódico
• Modelo de revisão periódica com limite mínimo
Modelo Q
Neste modelo a quantidade encomendada é fixa e o período de encomendas varia, determinando um nível
de stock onde a encomenda é posta no mercado, logo quando a procura é maior, o tempo aumenta e
quando a procura é menor, o tempo diminui.
Modelo P
Neste Modelo o período de encomendas é fixo e a quantidade encomendada varia, o objetivo é restituir o
stock a um nível máximo.
Se for feito manualmente tínhamos de ter dois reservatórios, acontecendo o ponto de encomenda se o
primeiro reservatório ficasse vazio; o stock então iria ser retirado do segundo reservatório até a
encomenda ser satisfeita. Uma alternativa aos dois reservatórios é um reservatório com uma partição. Para
artigos com dimensões pequenas.
Verificando-se o ponto de encomenda demasiado alto, o stock médio aumenta assim como o custo de
posse.
Verificando-se o ponto de encomenda demasiado baixo, o stock médio baixa e o risco de rutura aumenta.
No momento de uma revisão verifica-se o stock existente, como as encomendas que ainda não tenham
sido entregues caso existam.
Se o stock objetivo for fixado demasiado alto, o stock médio aumenta, assim como o custo de posse. Caso
o stock objetivo for demasiado baixo, o stock médio diminui e o risco de rutura do stock aumenta.
Quanto ao período de revisão, caso este seja demasiado longo, as encomendas diminuem e a quantidade
encomendada deverá ser maior para satisfazer a procura num maior intervalo de tempo. Então iremos ter
um custo de aprovisionamento reduzido e um custo de posse elevado.
Caso o período de revisão seja demasiado curto, teremos um custo de aprovisionamento elevado e um
custo de posse reduzido.
Com o modelo PEP deseja-se obter um nível de stock médio inferior ao modelo de revisão periódica e
simultaneamente aliviar os custos administrativos.
3) Procedimentos pré-inventário - limpeza dos armazéns, arrumação das existências e separação dos itens
obsoletos, com pouco movimento…
9) Reunião Preparatória:
• Distribuir as instruções escritas para a realização do inventário antecipadamente a todas as pessoas
envolvidas
• Reunião alguns dias antes das contagens com todos as pessoas envolvidas na contagem, inclusive,
o auditor.
Procedimentos de auditoria
• Observar os procedimentos seguidos na contagem e registo das quantidades
• Efetuar testes apropriados para determinar se os procedimentos estão a ser devidamente seguidos
• Comparar os resultados dos seus testes com os inventários da empresa
• Se a empresa regista as quantidades pelo SIPermanente e efetua contagens cíclicas – observar
periodicamente as contagens e fazer testes seletivos às mesmas.
• Se a empresa não possui registos adequadas e efetua as contagens no fim do exercício – as
observações e testes às contagens são nessa mesma data.
Fases da auditoria ao processo de contagens físicas:
À medida que realizam os testes, devem comparar as contagens com os valores inscritos nas folhas ou
talões e, naquele momento e local, esclarecer as diferenças encontradas.
Os itens a testar geralmente são os de maior valor – amostra sobre valores estratificados ou visita aos
armazéns antecipadamente.
Com a entrada em vigor do SNC a expressão “existências”, que era utilizada no POC, deu lugar à
expressão “inventários”, sendo que ambas têm o mesmo significado. Os inventários, dependendo da
atividade exercida pela empresa, podem ser detalhados como segue:
A Norma contabilística e de relato financeiro (NCRF) 18 – Inventários, tem por objetivo prescrever o
tratamento para os inventários, fornecendo orientação para mensurar a quantia do custo a ser reconhecida
como um ativo e a ser escriturada até que os réditos relacionados sejam reconhecidos.
Os inventários devem ser mensurados pelo custo ou valor realizável líquido, dos dois o mais baixo. O valor
realizável líquido refere-se à quantia líquida que uma entidade espera realizar com a venda do inventário
no decurso ordinário da atividade empresarial, ou seja, o preço de venda deduzido dos custos específicos
relacionados com essa venda. Nos casos em que o valor realizável líquido dos inventários seja inferior ao
seu custo, deve ser reconhecida uma perda por imparidade.
Na mensuração dos inventários as entidades devem considerar os custos de compra, como sejam o preço
de compra abatido de descontos comerciais, os custos de transporte, manuseamento e outros custos
diretamente atribuíveis à aquisição de bens acabados, de materiais e de serviços.
Também são incluídos os custos de conversão, que são os diretamente relacionados com as unidades de
produção, tais como mão-de-obra direta, imputação sistemática de gastos gerais de produção fixos e
variáveis que sejam incorridos ao converter matérias em bens acabados.
Assim, as entidades a que seja aplicável o SNC ou as normas internacionais de contabilidade adotadas pela
UE, desde que ultrapassem, durante dois exercícios consecutivos, dois dos três limites indicados no n.º 2
do artigo 262.º do Código das Sociedades Comerciais (vendas líquidas e outros rendimentos: 3.000.000 €;
total do balanço: 1.500.000 €; e n.º médio de empregados no exercício: 50), ficam obrigadas a adoptar o
sistema de inventário permanente na contabilização dos inventários, nos seguintes termos:
• Proceder às contagens físicas dos inventários com referência ao final do exercício, ou, ao longo do
exercício, de forma rotativa, de modo a que cada bem seja contado, pelo menos, uma vez em cada
exercício;
• Identificar os bens quanto à sua natureza, quantidade e custos unitários e globais, por forma a
permitir a verificação, a todo o momento, da correspondência entre as contagens físicas e os respetivos
registos contabilísticos.
A Gestão Física procura estudar a localização e o layout dos armazéns e os respetivos equipamentos de
arrumação e de movimentação, por forma a:
Minimizar os custos de armazenagem.
Evitar a deterioração dos materiais ou programas armazenados.
Facilitar a correta identificação de cada material ou produto.
Racionalizar as movimentações dentro dos armazéns, tanto nas operações de receção como de fornecimento
aos serviços requisitantes.
Promover o oportuno e correto fornecimento dos bens requisitados.
A Gestão administrativa de stocks tem como objetivo implementar e gerir um sistema administrativo que
permita:
O correto e oportuno registo de qualquer movimentação de materiais nos armazéns;
O controlo das quantidades existentes, em cada momento, dos produtos em armazém;
O conhecimento das quantidades de material ainda em armazém mas já comprometidas;
As previsões de entradas de novos materiais e produtos ventilados em quantidades e datas previstas.
A Gestão económica de stocks procura estudar as quantidades – médias, máximas e mínimas (quantidades
ótimas) –a manter em stock para conseguir um justo equilibrado entre:
Objetivos:
As atribuições da gestão física dos stocks podem estar concentradas num único órgão estrutural ou
repartidas por vários órgãos ou serviços, como por exemplo os seguintes:
• Receção,
• Armazéns,
• Expedição.
Ao nível do armazém:
Preenchendo as guias de entrada e saída;
Lançando as respetivas movimentações nas fichas de armazém.
Comparando sistematicamente as suas existências reais com os saldos apresentados naquelas fichas.
Ficheiro de materiais
As atribuições da gestão administrativa dos stocks podem estar concentradas num órgão estrutural, que se
ocupa exclusivamente delas e é responsável pela criação e manutenção de um ficheiro de materiais, onde
são registadas todas as entradas e saídas, em quantidade física e valor de cada artigo.
Em empresas de pequena dimensão, é frequente encontrar aquelas atribuições no órgão que também é
responsável pela gestão previsional dos stocks, isto é, que estima os consumos para períodos futuros, e
que simultaneamente realiza a gestão económica dos stocks, isto é, determina quanto e quando
reaprovisionar cada artigo do stock.
Existindo na empresa um órgão específico de gestão administrativa de stocks ou estando esta função
integrada na gestão económica dos stocks, deve haver uma dependência hierárquica e funcional do
responsável pela função aprovisionamento.
Qual o Objetivo?
Racionalizar o aprovisionamento por forma a minimizar o custo total de cada produto à saída do armazém,
(custo que incluí o preço pago ao fornecedor e os custos de efetivação da encomenda, transporte e
armazenagem).
Baseia-se:
Nas previsões de consumos em cada período.
Nos prazos de aprovisionamento.
Nas variações de preços por níveis de encomenda.
Nos custos de efetivação das encomendas.
Nos custos de transporte
Nos custos de armazenagem, função do espaço ocupado e período de estacionamento.
Nos custos provocados por ruturas de stock.
O problema da gestão económica dos stocks não se centra na aplicação de métodos de gestão, mas na
seleção do melhor método para cada artigo, conforme a sua identidade, as suas características de
consumo, de preço, de prazo e os custos associados à armazenagem, ao reabastecimento e à rutura.
Trata--se de garantir o abastecimento dos utilizadores ao menor custo total, através da:
a) Minimização dos custos de posse e de passagem.
b) Redução dos obsoletos
c) Redução das ruturas
Para o efeito é preciso saber calcular com exatidão o stock médio em quantidade e em valor, e confrontar
os resultados obtidos com os métodos aplicados.
Para medir a eficiência da utilização de um stock recorre-se a indicadores que traduzem a relação entre o
consumo e o stock médio detido. Um desses indicadores é a Taxa ou Índice de Rotação do Stock. Este
traduz o número de vezes que o stock se renova. Quanto mais elevada for esta taxa tanto melhor é a
gestão adotada. Este indicador pode apresentar valores que se situam num intervalo muito largo, que pode
ir de valores inferiores à unidade até 100, dependendo do tipo de artigos e da indústria de referência.
Todavia, é considerado positivo um rácio superior a 5 para uma indústria tradicional.
Se o consumo anual de um artigo for de 60.000,00 € e se o stock médio no período foi de 15.000,00€, a
taxa de rotação será igual a 4 o que significa que o stock se renova quatro vezes por ano ou de 3 em
3meses.
Outro indicador utilizado é a Taxa ou Índice de Cobertura Médio do Stock. Este indicador traduz o número
de meses de consumo assegurado pelo stock Médio.
Existe, ainda, um terceiro indicador que se traduz pela Taxa de Rutura dos stocks. É difícil definir um valor
ótimo para esta taxa, dado que é função de um elevado número de variáveis.
Todavia, poderemos considerar como valores razoáveis para a taxa de rutura os que se encontrarem
compreendidos num intervalo entre os 2%e os 4 %, para o stock global.
Stocks são todos os artigos que se encontram em armazém para serem utilizados numa fase posterior.
Para se poder abastecer a empresa de tudo o que precisa para a sua atividade é necessária a constituição
de stocks.
As quantidades em stock devem ser adequadas às necessidades e à medida que se vai gastando deve
repor-se. O seu escoamento tem que ser compensado por aprovisionamentos que vão repor os stocks nos
níveis desejados.
Tipos
É habitual classificar os stocks segundo o lugar que ocupam ao longo do processo de produção. Assim,
teremos, de montante para jusante:
Analisemos agora uma classificação de stocks de acordo com a sua utilização ou função. Neste contexto,
consideremos cinco tipos diferentes de stocks, a saber:
• Stocks sazonais ou cíclicos
• Stocks de antecipação
• Stocks de segurança
• Stocks em trânsito
• Stocks de ocasião
Qualquer destas decisões extremas, ou outra intermédia, pode ser adotada pela empresa após ponderar
custos de armazenagem e custos resultantes de variações do nível de produção. Estes custos dependem,
evidentemente, da estrutura particular de custos de cada empresa para o produto analisado.
Stocks de antecipação
O ciclo de produção, isto é, o tempo que decorre entre o lançamento em fabricação do produto e o
momento em que ele entra em stock de produtos acabados, é, frequentemente, de muitas semanas ou,
mesmo, de vários meses.
O cliente não se encontra disposto, a maior parte das vezes (quer se trate de um automóvel, de um
eletrodoméstico ou de um computador), a aguardar a entrega durante todo este tempo.
Então, mesmo para as empresas que trabalham por encomenda, torna-se necessário cobrir uma parte do
seu ciclo de produção fabricando antecipadamente peças e conjuntos que serão utilizados em fases
posteriores, com prioridade para os que possuem um ciclo mais longo.
Stocks de segurança
Constituem-se, assim, stocks suplementares para proteção contra um aumento da procura em relação à
procura média e/ou contra o alongamento do prazo de disponibilidade dos materiais.
Não se pode, contudo, esperar uma segurança total senão com custos proibitivos. Torna-se, pois,
necessário definir uma frequência de satisfação imediata da procura, ou seja, um nível de serviço. O seu
valor permitirá calcular o valor do stock de segurança correspondente.
Stocks em trânsito
Compreendem artigos que circulam entre as diferentes fases do processo de aprovisionamento, produção e
distribuição. Exemplos: produto acabado entre um armazém central e um armazém regional; produtos em
curso de fabricação entre postos de trabalhos sequenciais no processo de produção.
Stocks de ocasião
O preço de certos materiais – sobretudo matérias-primas como o cobre, o café, o petróleo, etc. – flutua
consideravelmente em curtos espaços de tempo. As empresas decidem, então, comprar grandes lotes
sempre que o preço se encontra em queda.
Os stocks suportam, para além do custo de rutura, duas espécies de custo: custo de passagem de
encomendas para a constituição e reabastecimento a que vai somar-se o preço de compra artigos e custo
de posse inerente à sua existência e que vai agravar os preços de saída de armazém.
Custo de Passagem
O custo de passagem, que corresponde a 1% - 2% do montante total das encomendas, compreende todos
os gastos devidos ao procedimento de compra, como remunerações e encargos com os agentes do
aprovisionamento, estudos de mercado, despesas com negociações, redação das encomendas, controlo
dos prazos, relance aos fornecedores, controlo das entregas e conferência das faturas.
Custo de Posse
O custo de posse do stock compreende duas categorias de despesas: o interesse financeiro dos capitais
imobilizados que se situa entre 10 e 15% e os gastos de armazenagem que podem atingir 5 a 10% do
valor imobilizado.
Os gastos de armazenagem são constituídos pelo custo de funcionamento dos armazéns (remunerações e
encargos, iluminação e força motriz, manutenção dos locais e dos equipamentos), a amortização ou
aluguer dos locais, a amortização dos equipamentos, seguros, perdas por deterioração e roubo, custo de
obsolescência.
Custo de Rutura
Rutura potencial: detetada antes do lançamento em fabricação, origina custos de urgência e custos
comerciais
Rutura real: detetada só após o lançamento em fabricação, obriga a outra natureza de custos, seja o custo de
posse de stock de produtos em curso, o custo associado ao não cumprimento de prazos (perda da venda do
produto/custo de oportunidade).
Por outro lado, o custo da rutura em manutenção é devido à falta de uma peça de substituição o que dá
origem a um conjunto de consequências financeiras que depende da peça e da máquina, da taxa de
utilização da máquina e das possibilidades de reparação.
O custo de rutura tem em conta o tempo suplementar t entre o tempo de reparação t1 com a peça
existindo no stock e o tempo t2 para arrancar a instalação quando a peça não existe no stock.
Durante este tempo (t2 – t1), o custo da rutura integra, para além do custo de posse dos produtos em
curso de fabrico e do suplemento de desperdícios, a perda de produção rendível expressa em margem
bruta:
Em conclusão, para obter uma boa gestão de stocks é preciso minimizar os três fatores de custo: custo de
passagem das encomendas, custo dá posse do stock e custo de rutura. Gerir um stock compreende a
procura de uma solução otimizada em termos, físicos, administrativos e económicos.
O método ABC ou lei de Pareto, é recomendável pela sua simplicidade e eficácia, assegura a manutenção
de stocks médios reduzidos e conduz à incidência do esforço de gestão sobre os materiais importantes,
tornando mais económico o funcionamento associado.
Como não é possível nem aconselhável tratar todos os artigos da mesma forma, a análise ABC e uma
ferramenta de gestão muito simples, mas com grande eficácia na classificação correta dos stocks, criando
três níveis de prioridade distintos na gestão dos mesmos.
Assim, este método classifica os stocks em três grandes grupos, A, B ou C, de acordo com a percentagem
dos consumos anuais que cada grupo representa.
Classe A
Este é o grupo de artigos com maior valor de consumo anual, embora seja representado por um pequeno
número de artigos: 15 a 20% do total de artigos correspondem a 75 a 80% do valor do consumo anual
total.
Classe B
Este e um grupo intermédio:20 a 25% do total de artigos representam 10 a 15% do valor do consumo
anual de todos os artigos.
Classe C
Este grupo de artigos possui o menor valor de consumo anual, embora represente um elevado número de
referências: 60 a 65% do número total de artigos correspondem a 5 a 10% do valor do consumo anual de
todos os artigos.
Classe A - Os artigos devem ser controlados frequentemente de forma a manter existências baixas e evitar
ruturas.
Classe B - Os artigos devem ser controlados de forma mais automatizada.
Classe C - Os artigos devem possuir regras de decisão muito simples e totalmente automatizadas. Os níveis
de stock de segurança podem ser elevados de forma a minimizar os inconvenientes de eventuais ruturas.
Esta realidade sugere que sejam lançadas frequentes encomendas de reposição para os itens do grupo A
(em alternativa, encomendas anuais com entregas escalonadas, quando possível) o que permite:
- Para o mesmo consumo anual, manter os níveis médios dos stocks em valores baixos;
- Gerir cuidadosamente os 20% de itens, sabendo-se que se estão a concentrar os esforços de
gestão sobre 80% do valor total do consumo anual.
Exemplo:
Uma empresa pretende controlar 10 artigos em que trabalha segundo o valor do seu consumo, de acordo
com o critério ABC, pelo que definiu as seguintes classes e intervalos:
Classe Intervalos
(% do valor acumulado)
A >0 e < 72
B 72 e < 96
C 96 e < 100
Os artigos Batatas Fritas e Açúcar representam 20% do total dos artigos e 71,9% do valor total dos
consumos, logo, pertencem a classe A.
Os artigos Iogurtes, leite e bolachas representam 30% do total dos artigos e 24% do valor total dos
consumos. Pertencem, portanto, a classe B.
Os artigos arroz, massa, azeitonas, queijo e farinha representam 50% do total dos
artigos e 4,1% do valor dos consumos. Pertencem a classe C.
Conclusão:
• A empresa terá de se preocupar com os artigos da classe A, ou seja, devem ser
frequentemente controlados, mantendo o nível de stock baixo e evitar ruturas;
• Os artigos da classe B terão um controlo intermédio;
• Os artigos da classe C deve ser controlados aleatoriamente, mantendo um
stock de segurança elevado para evitar ruturas.
1. Uma empresa pretende controlar 10 artigos em que trabalha segundo o valor do seu consumo, de acordo
com o critério ABC, pelo que definiu as seguintes classes e intervalos:
Classe Intervalos
(% do valor acumulado)
A >0 e < 70
B 70 e < 90
C 90 e < 100
O valor do consumo (compras) anual foi:
Os stocks suportam, para além do custo de rutura dois outros tipos de custos: o custo de passagem das
encomendas para a constituição e o reabastecimento, que vai somar--se ao preço de compra dos artigos, e
o custo de posse inerente à sua existência que vai agravar os preços de saída de armazém.
Custo de Passagem
O custo de passagem que corresponde, em média, a 1 % --2 % do montante total das encomendas,
compreende todos os gastos devidos ao procedimento de compra, como remunerações e encargos com os
agentes do aprovisionamento, estudos de mercado, despesas com negociações, redação das encomendas,
controlo dos prazos, relance aos fornecedores, controlo das entregas e conferência das faturas.
O custo de funcionamento dos serviços de compra (salários, alugueres, mobiliário de escritório, etc.).
Os custos de impressos, correio e telefone.
Os custos de deslocações dos compradores.
O custo das receções, ensaios e análises.
O custo dos procedimentos realizados pelos serviços utilizadores.
O custo dos procedimentos contabilísticos: conferência das faturas, classificação e registo, pagamentos.
O conhecimento deste custo permite calcular o custo médio de lançamento de uma encomenda.
Sendo:
a Custo de passagem da encomenda de um determinado artigo
Q Quantidade de cada encomenda desse artigo.
S Consumo anual do artigo
Então o custo médio anual de lançamento das encomendas, para um determinado artigo, obtém--se
multiplicando o número de aprovisionamentos anuais (S/Q) desse artigo pelo custo unitário de passagem,
isto é:
Se o consumo anual for constante, quanto maior for a quantidade de cada encomenda menor será o
número de encomendas anuais e menor será o custo médio de lançamento por unidade do artigo em
questão.
Custo Anual de Posse
O custo anual de posse do stock é expresso em função do valor do stock através da taxa anual de posse
do stock (t). Compreende o custo do capital imobilizado, os seguros, o custo de funcionamento do
armazém, a obsolescência e a perdas por deterioração.
O seu montante é diretamente proporcional ao valor stock e à classe de risco dos materiais em armazém.
Na prática, o melhor método consiste em evitá-lo, limitando a quantidade de encomendas dos artigos
suscetíveis de obsolescência ou de depreciação.
Percentagem calculada por estatística, a seguir aos inventários físicos. Visa fazer face a perdas que
acontecem, devido a deficiente manipulação ou acondicionamento e a possíveis roubos.
Se u é o valor unitário de um artigo e t a taxa anual de posse do stock, então u.t representa o custo anual
de posse de uma unidade. Ligue--se, então, esta noção à quantidade encomendada. Coloquemo-nos na
hipótese de um nível de stock decrescer linearmente desde Q até 0, sendo reaprovisionado
instantaneamente com uma quantidade Q.
Sabemos, naturalmente, que o stock médio será Q/2 e o custo anual de posse do stock será, assim:
Na prática e em média, o valor da taxa anual de posse de um stock (t) representa 10 % a 20 % do capital
investido nesse mesmo stock.
Custo de Rutura
Rutura Potencial
Detetada antes do lançamento em fabricação, origina custos e custos comerciais.
Real Rutura
Detetada só após o lançamento em fabricação, gera custos de outra natureza, seja o custo de posse de
stock de produtos em curso, seja o custo associado ao não cumprimento de prazos (perda da venda do
produto/custo de oportunidade).
Por outro lado, o custo da rutura em manutenção é devido à falta de uma peça de substituição o que dá
origem a um conjunto de consequências financeiras que depende da peça e da máquina, da taxa de
utilização da máquina e das possibilidades de reparação. O custo de rutura tem em conta o tempo
suplementar, entre o tempo de, entre o tempo de reparação t1 com a peça a existir em stock e o tempo t2
para arrancar apara arrancar a instalação quando a peça não existe em stock. Durante este tempo (t2 –
t1), para além do custo de posse dos produtos em curso de fabrico e do suplemento de desperdícios, a
perda de produção expressa em margem bruta:
Em conclusão, para obter uma boa gestão de stocks é preciso minimizar os três fatores de custo:
Em termos meramente contabilísticos, os stocks são representados pela conta mercadorias ou matérias-
primas, sendo debitados pelas entradas em armazém dos materiais adquiridos ou fabricados pela empresa,
e creditados pela saída por vendas, quebras diversas ou por consumo interno (consumo da produção para
fabrico de novos produtos ou consumo contínuo de utilização económica).
Este último é a soma dos diversos fatores de produção que entram na estimativa tais como, matérias-
primas, horas de trabalho e quantidade de mão-de-obra, taxas de amortização, energia consumida, etc..
Já em relação ao primeiro caso, existem dois critérios distintos a considerar: um que leva em conta no
custo, além do valor específico do material, todas as despesas envolvidas na aquisição, como por exemplo,
as tarifas, impostos, embalagens, seguros e fretes, desde que ocorram as mesmas por conta do
comprador; e outro que comporta apenas o custo de compra, livre de quaisquer outras despesas que,
quando existem, são lançadas em custas próprias.
As quebras, quando se verificam, são usualmente lançadas pelo preço de custo. Entretanto, nos stocks de
mercadorias, a saída pode ser registada pelo preço de venda, embora na prática, este sistema esteja em
desuso.
O preço de custo do material pode respeitar ao da primeira ou ao da última entrada ou ainda à média
ponderada dos diferentes saldos – Custo Médio Ponderado.
O primeiro processo denomina-se FIFO; sendo estas as iniciais da expressão inglesa First in First Out ou
seja, primeiro a entrar, primeiro a sair. O segundo método é denominado LIFO; Last in first Out ou seja o
último a entrar, primeiro a sair.
O critério do custo médio, situando-se numa posição intermédia do LIFO e do FIFO, elimina as vantagens e
os inconvenientes destes últimos. Ainda que a sua aplicação origine menos riscos, apresenta o
inconveniente de o custo atual de um dado artigo, ao ser ponderado com um preço mais antigo, poder vir
a ser substancialmente alterado, afastando-se deste modo do seu valor real.
É, entretanto, o critério mais utilizado na prática, e o de mais fácil aplicação aos processos computorizados.
Este custo é, geralmente, o mais importante e representa um custo de oportunidade, isto é, o custo em
que se incorre por manter um certo capital imobilizado em stock em lugar de investi-lo em aplicações
alternativas (rentáveis).
Conforme o critério da empresa, este custo pode ser considerado como igual à taxa de rentabilidade dos
capitais próprios ou à melhor taxa de rentabilidade que a empresa poderia obter num investimento
alternativo, dentro da classe de risco correspondente, normalmente baixo, pois o stock pode ser
rapidamente convertido em dinheiro (possui um alto grau de liquidez).
Todos estes custos, que constituem o custo de posse, podem ser expressos por uma percentagem do valor
do stock. Assim, se totalizarem 30% ao ano, significará que o custo de armazenar durante um ano um
artigo com o valor unitário de 10 € é de 3,33 € por unidade.
3.3. Custo da receção e do manuseamento da encomenda
Custos de aprovisionamento;
Custos associados a existência de stocks - custos de posse;
Custos associados a rutura dos stocks.
CT = C1 + C2 + C3
É a componente que deve ser paga ao fornecedor do material. Esta quantia representa simplesmente o
custo das unidades compradas.
Este custo, por vezes, pode ser difícil de calcular se existirem outros fornecedores a oferecerem produtos
alternativos ou condições de compra substancialmente diferentes.
São os custos administrativos dos serviços que fazem a colocação e acompanhamento das encomendas e
os custos de receção quantitativa, qualitativa e classificativa.
A parcela dos custos fixos de encomenda pode ser avaliada grosseiramente: dividindo o custo dos serviços
de compras e receção (mais outros custos considerados relevantes) pelo número de encomendas
colocadas anualmente.
C2= A x N
Q
À medida que se efetuam mais encomendas (N/Q), maior será o custo de efetivação (C2).
Correspondem aos custos de manter em stock uma unidade de um determinado produto durante um
determinado período de tempo.
N.º de artigos que estão, em média, em armazém durante o ano. É a média entre a quantidade máxima e
a quantidade mínima do stock, ou seja, corresponde a metade do montante da encomenda (Q).
Sm = Q
2
C3 = c × SM
Desta forma é possível determinar a quantidade de um artigo a encomendar de cada vez por forma a
minimizar os custos da empresa.
C1 – Custo de aquisição;
C2 – Custo de efetivação das encomendas;
C3 – Custo de posse dos stocks.
A = 9,98/ encomenda
c = 0,04/ unidade
N = 2 000 unidades
A quantidade ou lote económico da encomenda (Qe) verifica-se quando o custo total atinge o valor m
(mínimo do custo).
À medida que aumenta a quantidade a encomendar de cada vez, maior é o custo de posse (C3) e menor é
o custo de efetivação (C2).
Representando os custos num gráfico em que a variável independente Q seja a quantidade a adquirir,
verifica-se que existe um valor de Q para o qual o custo total Ct será mínimo.
Assim, para cada artigo de armazém, o custo total anual será mínimo se calcular o valor de Q (quantidade
a reaprovisionar de cada vez) que minimiza o custo total - Ct, e essa quantidade é denominada a
quantidade económica de encomenda - Qee.
Assim, define-se:
Quantidade económica de encomenda (Qee) como a quantidade a encomendar de cada vez, que
minimiza o custo total anual, relativo a cada artigo do inventário.
Desta definição de Wilson decorre que Qee é o valor de Q que minimiza o custo total. Então,
matematicamente Q obtém-se: