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Centro de Emprego e Formação Profissional de Entre Douro e Vouga

7850_Gestão de Stocks

Formador: Eduardo Teixeira


Stock

• Consiste em todos bens e materiais que são

armazenados por uma determinada

organização para serem consumidos/

utilizados no futuro.
Gestão de Stocks

• Conjunto de operações que permite, após


conhecer a evolução dos stocks, que se verificou
na empresa, formular previsões destes e tomar
decisões de quanto e quando encomendar na
finalidade de conseguir a melhor qualidade de
serviço ao mínimo de custo.
OBJETIVO

A gestão de stocks permite responder a estas


três questões:
• O que comprar?
• Quanto comprar?

• Quando comprar?
Princípios da Gestão de stocks
Definição e objetivos de gestão de Inventário
• O inventário é basicamente uma lista de bens e
materiais disponíveis em stock que estão
armazenados na empresa ou então armazenados
externamente mas pertencentes a empresa. Os
materiais disponíveis listados em um inventário
podem ser utilizados na fabricação de bens mais
complexos ou então eles mesmos podem ser
comercializados, dependendo do negócio da
empresa.
Princípios da Gestão de stocks
Definição e objetivos de gestão de Inventário
• A origem da palavra inventário, vem da palavra
inventarium, que era um termo Romano (latim) para
designar um grande documento/lista onde se
encontravam registados os produtos dos armazéns.
• A principal característica de um bom inventário são os
detalhes. Quanto mais minucioso e mais preciso for um
inventário, melhor ele cumpre o seu papel. É sempre
interessante que o inventário contenha além do nome dos
itens e da sua quantidade, também uma boa descrição
destes itens.
Princípios da Gestão de stocks
Passos da gestão de inventário
• Uma gestão positiva e equilibrada do inventário
é indispensável ao bom funcionamento das
empresas. Algumas das suas fases mais
importantes do inventário são:
a) Plano de operações: trata-se de um
documento onde é reunida toda a informação,
detalhada e rigorosamente tratada, relativa a
qualquer operação ou tarefa;
Princípios da Gestão de stocks
Passos da gestão de inventário
Inclui:
– A descrição da tarefa ou da operação;
– O número de pessoas nela envolvidas diretamente;
– O tempo exigível para a sua execução;
– Os materiais utilizados;
– O equipamento e maquinaria necessários;
– Informação sobre a avaliação dos resultados e o
controlo do desenvolvimento das operações;
Princípios da Gestão de stocks
Passos da gestão de inventário
b) Plano de necessidades materiais: plano que avaliará
todos os recursos materiais necessários à execução,
incluindo não só as matérias-primas, bem como
todos os outros componentes relacionados com a
elaboração dos produtos. Integra a estrutura do
produto e a política de existências;
Princípios da Gestão de stocks
Passos da gestão de inventário

• É também necessário avaliar os custos de


aquisição, a qualidade, as condições de
armazenagem, a adequação e a disponibilidade de
todos os produtos e materiais de substituição ou
alternativos.
Princípios da Gestão de stocks
Passos da gestão de inventário

• A avaliação dos materiais deve ser feito tendo em


conta:
– As suas características do ponto de vista físico e químico;
– As condições de funcionamento;
– As dimensões requeridas;
– As tolerâncias máximas admitidas na produção;
– A embalagem e o modo de expedição;
– As condições de receção dos materiais;
Princípios da Gestão de stocks
Passos da gestão de inventário

• A política de existências define o nível de stocks a adotar e


depende de fatores internos e externos como:
– Os prazos de entrega acordados com os clientes;
– A propensão ao risco: sem desconsiderar os custos associados ao
armazenamento de material, é importante evitar situações de
rutura de stock perante clientes insatisfeitos;
– As relações com os fornecedores: a necessidade de um stock
elevado pode ser diminuída se a empresa tiver com os
fornecedores uma relação caracterizada pela comunicação,
cooperação e proximidade.
Princípios da Gestão de stocks
Passos da gestão de inventário

c) A escolha dos fornecedores: este passo é fundamental pelo que


deve ser antecedido de uma avaliação do mercado dos fornecedores
dos materiais, tendo em conta alguns critérios, como a competência
técnica, o preço e os prazos de entrega. No seguimento da
identificação destes elementos, a empresa deve entrar em contacto
com os fornecedores para obter informação específica sobre a
estrutura e funcionamento das respetivas empresas.
Princípios da Gestão de stocks
Passos da gestão de inventário

c) A seleção deve atender a uma lista de critérios,


concretamente estabelecidos por ordem de prioridade. É
importante que a empresa estabeleça uma relação de
parceria com o fornecedor. Por outro lado, é importante que
a empresa tenha mais fornecedores. Só assim verá garantida
a sua independência e capacidade de gestão.
Princípios da Gestão de stocks
Passos da gestão de inventário

d) Escolha da qualidade dos materiais: neste âmbito, a


aquisição de matérias-primas é uma medida que deve
ser privilegiada mesmo quando a empresa se encontra
em fase de lançamento. Se se revelar necessário, deve-
se atrasar os processos de vendas para permitir o
fabrico de um produto com maior qualidade;
Princípios da Gestão de stocks
Passos da gestão de inventário

e) Avaliação dos fatores-chave para a política de existências: a política de

existências deve procurar evitar duas situações: a existência de um volume de

stocks demasiado baixo, que coloca a empresa em risco de não poder

fornecer os seus clientes, e o excesso de stock, que reflete uma imobilização

de capital difícil de gerir financeiramente. Neste contexto, a empresa deve ter

em conta a duração do ciclo de produto, as previsões de vendas e os prazos

de entrega;
Princípios da Gestão de stocks
Passos da gestão de inventário

f) Criar um stock de segurança: é acrescentado às existências


normais e tem como objetivo minimizar as consequências de um
aumento inesperado da procura ou de um atraso ocasional dos
fornecedores, o que obriga a um aumento do prazo de entrega. O
stock de segurança equivale à quantidade de produtos vendidos
por dia, em média, e pode ser calculada através de várias fórmulas;
Princípios da Gestão de stocks
Passos da gestão de inventário

g) Gerir o stock consoante o seu valor financeiro: para a otimização da gestão

do stock, as existências, tanto no âmbito da compra, como do armazenamento,

devem ser tratadas com graus de importância que diferem consoante o seu

valor financeiro (preço unitário x compras anuais por parte da empresa).

Aquelas que representam até 80% desse valor exigem um cuidado especial; as

que representam até 15% justificam alguma atenção; finalmente aqueles que

só chegam a 5% do valor financeiro, não necessitam de tratamento.


Princípios da Gestão de stocks
Passos da gestão de inventário
•Algumas razões para a existência de stocks:
–A empresa necessita de produtos em armazém para os poder transacionar e concretizar os seus

objetivos económicos e financeiros;

–Os stocks previnem as empresas em relação às flutuações da procura ou face a situações

imprevisíveis no fornecimento das matérias-primas;

–Para certas empresas industriais é necessária a constituição e gestão de diversos stocks

intermédios de matérias-primas e produtos, de forma a evitar uma eventual rutura do processo

produtivo.

–A criação de stocks surge como forma de aproveitar flutuações futuras da procura.


Porque é que existe Inventário?

 Mantêm independência entre operações

 Responder a variações na procura

 Permitir flexibilidade na programação da produção

 Criar uma salvaguarda para a variação na entrega de


matérias-primas
 Tirar partido de efeitos de escala nas ordens de
produção
Gestão de Stocks – 3 Domínios

• Administrativo – requisição interna dos


produtos/materiais;
• Material – entradas, saídas e arrumações de
produtos/materiais;
• Económica – Decidir quando comprar e em que
quantidades.
O Tempo

• O tempo é um fator cada vez mais valioso e


determinante na produtividade das empresas.
A nível da gestão de stocks, este fator é
fundamental, podendo ser identificadas várias
etapas consumidoras deste recurso:
O Tempo

• Tempo despendido em trabalhos administrativos da


encomenda
– preenchimento de impressos, atualização de ficheiros,...

• Tempo gasto em trânsito da encomenda até ao


fornecedor
– desprezível se for realizada por fax;
O Tempo
• Tempo de resposta (entrega do material) do fornecedor
– é a etapa mais longa e variável (depende do stock do
fornecedor);

• Tempo de transporte do material


– depende do meio de transporte utilizado;

• Tempo de disponibilidade interna


– controlo de qualidade e quantidade, registo, arrumação...
Classificação dos Stocks
Matérias-primas

Materiais utilizados na fabricação de componentes


dos produtos acabados.
Exemplo: chapa de aço destinada a corte e
prensagem para fabrico de tejadilhos de viaturas
automóveis.
Classificação dos Stocks
Componentes

Materiais ou partes elementares que já não


sofrem qualquer transformação na empresa e
se destinam a ser incorporados nos produtos
acabados.
Exemplo: jantes de pneus de viaturas
automóveis.
Classificação dos Stocks
Produção em curso

Produtos que se encontram em certa fase ou


operações intermédias do processo de
transformação, não tendo atingido o fim de
fabrico.
Exemplo: chassis em fase de tratamento de
superfície ou em movimentação na linha de
produção.
Classificação dos Stocks
Semiacabados

Subconjuntos ou partes de produtos que já


sofreram operações de transformação e que
aguardam a montagem (do produto acabado).
Exemplo: jantes com pneus destinados a linha de
montagem.
Classificação dos Stocks
Produtos acabados

Bens resultantes do processo produtivo destinados


a serem vendidos a cliente(s) que os utilizarão.
Exemplo: pneus destinados ao mercado de
reposição ou a linhas de montagem de
automóveis.
Classificação dos Stocks
Subprodutos

Produtos resultantes do processo de transformação,


mas que não são incorporados no produto acabado.
Normalmente, são vendidos a baixo valor.

Exemplo: crómio hexavalente recuperado de um


banho de galvanização.
Classificação dos Stocks

Matérias ou materiais subsidiários

Materiais necessários à produção, mas, que não


são incorporados nos produtos acabados.
Exemplo: óleos de corte e de lubrificação de
equipamento fabril.
Classificação dos Stocks
Materiais de embalagem primária, secundária,
terciária
Materiais necessários ao acondicionamento,
agrupamento e transporte de produtos e
componentes.
Exemplo: paletes para o transporte (embalagem
terciária), de 10 caixas de cartão canelado
(embalagem secundária) para contenção e
agrupamento de 20 unidades de venda (embalagem
primária).
Classificação dos Stocks

É de notar que a classificação dos stocks


apresentada é função da natureza da empresa ou
fase de transformação, porquanto um produto
acabado para uma certa empresa, pode constituir
uma matéria prima para outra ou até uma
mercadoria e mesmo um produto semiacabado.
Nível de Procura
Procura Independente
• Os stocks de produtos acabados (ou stocks de
distribuição) destinam-se a vários clientes,
sendo esta procura independente de qualquer
fator interno da empresa.
• A soma das várias encomendas pode originar
um padrão de procura homogeneizado e
regular ao longo do tempo.
Nível de Procura
Procura Dependente
• Neste caso, a procura dos produtos em stock está
dependente de fatores internos da empresa (uma
linha de produção, por exemplo).
• Os stocks de fabricação resultam do plano de
produção definido para os produtos acabados. A
procura resulta, assim, das decisões da empresa
para a fabricação, estando delas dependente.
Nível de Procura
Procura Dependente - Características

• Não é regular, na medida em que apresenta


picos na altura da entrada na fabricação;
• Não é aleatória, já que é perfeitamente
conhecida a partir do momento em que o
programa de produção dos produtos acabados
é estabelecido;
Nível de Procura
Procura Dependente - Características

• Além disso, as necessidades dos componentes


são independentes entre si, sendo certo que
um mesmo componente pode ser necessário à
produção de vários produtos acabados. A
produção de um produto acabado obriga à
disponibilidade de todos os componentes que o
constituem.
Catalogação
• Esta consiste em ordenar de uma forma lógica
todos os dados que dizem respeito aos itens
identificados, codificados e cadastrados de
forma a facilitar a consulta da informação
pelas diversas áreas da empresa.
Catalogação
• Um dos aspetos mais importantes na

catalogação de material é usar simplicidade,

objetividade e concisão dos dados gerados e

permitir um fácil acesso e rapidez na pesquisa.

Os objetivos de uma boa catalogação são:


Catalogação
• Conseguir especificar o catálogo de uma forma tal que o

usuário consiga identificar/requisitar o material que deseja;

• Evitar que sejam introduzidos no catálogo itens cadastrados

com números diferentes;

• Possibilitar a conferência dos dados de identificação dos

materiais colocados nos documentos e formulários do sistema

de material.
NOMENCLATURA

Antes de descrever os tipos de stocks que


existem em armazém, convém fazer a
identificação dos artigos (NOMENCLATURA)
existentes em stock, ou seja, conhecer um por
um os artigos existentes em armazém;
NOMENCLATURA – DESIGNAÇÃO

Um conjunto de termos que definem com precisão os


artigos consumidos pela empresa, convenientemente
registados e ordenados segundo critérios adequados.

Portanto a nomenclatura engloba a designação e a


codificação.

Por exemplo: Parafuso de aço cabeça sextavada, de 10 mm.


NOMENCLATURA

Codificação:

• O Código constitui uma simplificação

complementar designação e tem , por finalidade,

através de símbolos (numérico, alfabético, etc),

Identificar de forma abreviada cada artigo.


NOMENCLATURA
Codificação:

• O Código também se deve desenvolver do geral para o particular, por

forma a que os últimos elementos sejam aqueles que identificam e

precisam o artigo.

• Ao primeiro conjunto de símbolos que estabelece a primeira divisão ou

família designa-se classe e a sua articulação constitui a primeira fase da

codificação, que assim toma o nome de classificação, tendo por objetivo

aproximar artigos semelhantes e separar os distintos.


NOMENCLATURA
CODIFICAÇÃO EXEMPLO

• Processo das etiquetas - coloca-se uma etiqueta em cada

produto com a informação do preço de custo e preço de venda.

• O preço de custo implícito nesta etiqueta será de


P-1 logo 120 €
E-2
O-0
PEO
p.v.p 145€
NOMENCLATURA
Tipo de matérias a armazenar
Matérias-primas
• Bens utilizados e transformados ao longo do
processo produtivo, sendo por essa via,
incorporados nos produtos acabados. Também
conhecido por objeto de trabalho.
– Exemplo: azeitona, que posteriormente se transforma
em azeite ou em conservas
Tipo de matérias a armazenar
Componentes e produtos em vias de fabrico

• Componentes e produtos em vias de fabrico:


bens que entram na composição de outro bem,
não são a matéria – prima nem o bem final.
– Exemplo: A cola para a indústria do mobiliário.
Tipo de matérias a armazenar
Consumíveis

• Bens consumíveis, também conhecidos por


materiais diversos.
– Exemplo: material de reparação, de higiene,
componentes informáticos, etc.
Tipo de matérias a armazenar
Produtos finais

• Produtos finais, são bens que não precisam de manuseamento e que o


estado final deles é o que vamos entregar.
– Exemplo: os detergentes, bebidas, batatas fritas, etc.

• Existem vários tipos de materiais, todos eles com a possibilidade de serem


armazenados tanto pela própria empresa como por uma empresa de
logística. Existe ainda dentro destes materiais, o armazenamento de
artigos a frio, de artigos químicos e de medicamentos.
Determinantes do nível ótimo de stock

• Como minimizar o stock conservando um nível de serviço satisfatório? A


resposta depende:
– da natureza do stock

– das entradas e saídas

• Muitas vezes é difícil atuar nas saídas e a única forma de regular o nível
médio de stock é atuar sobre as entradas.

• Como uma empresa, normalmente, gere vários tipos de stock, torna-se


impossível que se dê a mesma prioridade a todos os tipos de stock, na sua
gestão.
Determinantes do nível ótimo de stock

• A determinação do pormenor com que se deve estudar


cada tipo de artigo é feito através de um processo

conhecido por análise ABC.


TEORIA ABC
O que é?
• Teoria ABC “Management by exception” é um
método que, em função de determinado critério,
permite pôr em evidência os elementos de uma
população estatística aos quais se deve dedicar
maior atenção por serem os mais relevantes.
TEORIA ABC
• O controlo e a gestão de stocks das empresas, por vezes,
envolvem milhares de produtos, tornando-se impensável
fazer um controlo rigoroso de todos eles. Para que a
gestão possa ser eficaz, torna-se viável os responsáveis
pela mesma concentrarem a sua atenção nos produtos
que a merecem e fazer um controlo mais ligeiro nos
produtos menos “importantes” (Gomes & Lisboa, 2008).
TEORIA ABC

• A classificação ABC consiste precisamente em

classificar os produtos para que a atenção a

dar a cada um deles possa ser diferenciada em

função do seu valor e das quantidades

(Carvalho, 2004).
Análise ABC (lei de Pareto)

– O investimento em stocks é determinado por:


- Quantidade consumida por ano
- Custo unitário do produto.

– Geralmente apenas um pequeno número de produtos contribui


para uma grande percentagem dos custos anuais.

A análise de Pareto, ABC 80-20, é baseada no


teorema que o economista Vilfredo Pareto inventou
no século XIX, quando, ao estudar a distribuição
da riqueza em Itália do século XIX observou que
uma pequena parcela da população, 20%,
concentrava a maior parte da riqueza, 80%.
TEORIA ABC

• É frequente nas empresas haver um pequeno grupo de

produtos que é responsável por uma elevada percentagem

do valor total dos stocks, tornando-se desnecessário

despender tempo e dinheiro para controlar da mesma forma

produtos que não contribuem de uma forma significativa

para o valor total dos stocks (Gomes & Lisboa, 2008).


TEORIA ABC

Tradicionalmente a classificação é feita em três categorias:

• Categoria A – estão incluídos os produtos com valor


monetário mais alto e que também são os mais usados, ou
seja, são os produtos que representam a maior parte do
investimento, entre 75% a 80%, e uma pequena
percentagem do stock total, entre 15% a 20 %.
TEORIA ABC

• Categoria B – estão agrupados os produtos que


são menos importantes que os considerados na
categoria A, isto é, aqueles que não contribuem
mais que 10% a 15% para a totalidade dos
consumos, mas que representam entre 20% a
25% do total dos produtos usados pela empresa.
TEORIA ABC
• Categoria C – encontram-se todos os restantes
produtos que não estão considerados nas outras duas,
ou seja, aqueles produtos que contribuem muito
pouco, entre 5% a 10%, para o total do stock da
empresa, mas que no entanto, são os que estão em
maior quantidade, representando entre 60% a 65 %
do total dos produtos usados.
TEORIA ABC

• As diferentes categorias requerem um controlo diferente,

sendo que, a Categoria A é a que carece de uma gestão e

planeamento contínuos, pois representa um grande

investimento por parte da empresa, sendo o controlo muito

rigoroso, utilizando um modelo de aprovisionamento

apropriado, por forma a minimizar custos de manutenção

destas existências.
TEORIA ABC

• Uma redução, mesmo que muito pequena,

dos níveis de stocks desta categoria poderá

originar poupanças significativas para a

empresa (Carvalho, 2004).


TEORIA ABC
• Na Categoria B o controlo não tem que ser tão
rigoroso, podendo ser feito de uma forma mais
espaçada no tempo.
• Quanto à Categoria C, tendo em conta que
representam uma parcela mínima do investimento, um
controlo anual destes poderá ser o suficiente (Gomes
& Lisboa, 2008).
TEORIA ABC

• artigos classe A
–controlo frequente
–cálculo cuidadoso de:
• Quantidades
• datas de reaprovisionamento
TEORIA ABC

• artigos classe B
– controlo mais automático
– dados e parâmetros
revistos 3 ou 4 vezes por
ano
TEORIA ABC

• artigos classe C
– encomendar para 6-12
meses
TEORIA ABC
Na Figura pode observar-se a curva típica ABC, ou seja, a
evolução da relação entre a percentagem do valor de uso
total e a percentagem da totalidade dos produtos.

https://www.youtube.com/watch?v=WMeYTyHHONw
VANTAGENS NA CONSTITUIÇÃO DE STOCKS

1) Assegurar o consumo regular de um produto


em caso de a sua produção ser irregular;
2) Na compra de grandes quantidades beneficia-
se de uma redução do preço unitário;
3) Não sendo prático o transporte de produtos
em pequenas quantidades, opta-se por encher
os veículos de transporte no intuito de
economizar nos custos de transporte, o que se
traduz numa constituição de stocks.
VANTAGENS NA CONSTITUIÇÃO DE STOCKS

4) Para prevenção contra atrasos nas entregas,


provocados por avarias durante a produção,
greves laborais, problemas no transporte, etc;
5) Armazenamento de produtos, se a produção
for superior ao consumo, em alturas de crise
poderá contribuir para evitar tensões sociais;
6) Beneficia-se da existência de stock, quando
este evita o incómodo de se fazer entregas ou
compras demasiado frequentes.
DESVANTAGENS NA CONSTITUIÇÃO DE
STOCKS
1) Validade dos produtos;
2) O custo de posse traduz-se no facto de existir
material não vendido que vai acabar por
imobilizar capital sem acrescentar valor;
3) A rutura apresenta-se como um enorme
inconveniente, visto que a ocorrência desta
irá provocar vendas perdidas e em casos
extremos poderá levar à perda de clientes.
TIPOS DE STOCK
• Stock normal: agrupa todos os artigos consumidos de modo
mais ou menos regular.
– Stock ativo: artigo que no armazém ocupam o espaço dos
equipamentos de arrumação (estantes, caixas, etc.) de onde são
retirados para satisfação imediata das necessidades correntes dos
utilizadores.

– Stock de reserva: constitui as existências do stock normal que não


tem no local destinado ao stock ativo.
TIPOS DE STOCK

• Stock de segurança (ou de proteção): parte do stock


global destinado a tentar prevenir ruturas de
material, provenientes de:
– Eventuais excessos de consumo em relação aos previstos;
– Rejeições de material na sua receção;
– Falta de material por deterioração, roubos, etc.
TIPOS DE STOCK
• Stock afetado: É parte do stock global que se encontra
destinado a fins específicos. Quando um artigo,
embora constitua consumo de vários serviços, é
fundamental para o consumo de um deles e está a
escassear, por vezes reserva-se parte do seu
quantitativo retirando-a do stock normal onde
fisicamente se encontra.
TIPOS DE STOCK

• Stock global: É toda a existência física de


determinado artigo num dado momento, que
é igual à soma dos stocks: normal, de
segurança e afetado.
OUTROS TIPOS DE STOCK

• Stock cíclico:  Adquirido e mantido em antecipação


às necessidades para que as encomendas possam ser
feitas em lotes. O dimensionamento dos lotes é feito
de modo a reduzir os custos de encomenda e de
posse, obter descontos de quantidade ou beneficiar
de tarifas de transporte mais baixas.
OUTROS TIPOS DE STOCK

• Stock em trânsito: É o stock posto em trânsito para


compensar o tempo que o material leva a chegar
como matéria-prima, a percorrer o processo de
produção e que leva a entregar o produto acabado.
Externamente, este stock encontra-se
em camiões, navios …
AS ENCOMENDAS ARTICULADAS COM A
GESTÃO DE STOCKS

A gestão das encomendas aos fornecedores:

Decorre desde o envio da nota de encomenda até

ao pagamento ao fornecedor, de acordo com os

seguintes passos:

• Envio da nota de encomenda;

• Confirmação da receção da nota de encomenda;


AS ENCOMENDAS ARTICULADAS COM A
GESTÃO DE STOCKS

A gestão das encomendas aos fornecedores:

•Anulação eventual da nota de encomenda;


•Vigilância do prazo de entrega;
•Entrada do artigo em armazém;
•Receção e verificação da fatura;
•Emissão da ordem de pagamento.
AS ENCOMENDAS ARTICULADAS COM A
GESTÃO DE STOCKS

Também é conveniente a verificação do


volume de negócios do fornecedor, assim
como do seu cumprimento dos prazos de
entrega e ainda da qualidade dos artigos.
Classificação dos produtos

Os produtos podem ser bens tangíveis (1)

(materiais) ou bens intangíveis (2) (serviços).


Produtos - bens tangíveis (1) (materiais)

Bens não duradouros ou bens de grande


consumo corrente:

 Consumo regular (Ex.: leite; água de


distribuição comunitária – “Utility”)
 Consumo de emergência (Ex.: antibiótico)
 Consumo de impulso (Ex.: pipocas)
 Consumo sazonal (Ex.: protector solar)
Produtos - bens tangíveis (1) (materiais)

Bens duradouros

 Consumo regular (Ex.: eletrodoméstico)


 Consumo sazonal (Ex.: fato de banho)
Ciclo de vida do produto
Nascimento

• Determinam-se e distribuem-se as tarefas;

• Forte interação e entreajuda entre as pessoas;

• Lançamento do produto no mercado.

87
Crescimento

• Aumento das vendas = Aumento da produção

• Necessidade de contratação de mais pessoal

88
Maturação

• Sente-se um certo esgotamento na produção,


e no funcionamento dos serviços;
• Produto estagna com necessidade de
INOVAÇÃO.

89
Declínio

• Surgem certas dificuldades: os produtos já não


satisfazem a procura;
• INOVAÇÃO é implementada ou mudança
RADICAL de produtos.

90
Morte

• A Organização/Empresa deixa de ser viável;

91
ENTIDADES ENTERVENIENTES
As várias fases que integram o fornecimento, de um bem a um Serviço, podem

descrever-se do seguinte modo:

1. Quando um serviço necessita de um bem pede-o à secção de Economato através de

uma Requisição interna.

2. O Economato verifica a existência do bem em armazém.

3. Se houver no Armazém o bem pretendido este é entregue ao Serviço acompanhado

de uma Guia de entrega.

4. Se não houver no Armazém, dá-se inicio a um processo de aquisição através de um

pedido à secção de Compras.


Economato

Serviço que gere o material em armazém e a

sua entrega aos outros Serviços de um

Organismo.
ENTIDADES ENTERVENIENTES

5. A secção de Compras efetua o processo de

consulta ao mercado e é tomada uma

decisão de aquisição de um bem a uma

dada Firma, a qual é formalizada por uma

Requisição oficial ou Nota de encomenda.


ENTIDADES ENTERVENIENTES
6. O Fornecedor, após a receção da Requisição oficial ou

Nota de encomenda, entrega o bem ao Organismo. A

entrega, dependendo do tipo de bem, pode ser no

Armazém ou no Serviço. No entanto, quem acusa a

receção do bem é o Economato através da receção da

Guia de remessa / fatura do Fornecedor.

7. Após entendimento de boa receção do bem, este é

passível de pagamento.
Medição e avaliação do stock
• O stock é constituído por características físicas
objetivas, fluxos de bens, e financeiras e fluxos de
capital. Estes atributos são normalmente analisados
separadamente de outras questões no interior da
organização.
• A vertente financeira da gestão de stocks está ligada
à necessidade de medir o desempenho operacional
num determinado período de tempo, juntamente
com a análise da posição financeira da organização.
Medição e avaliação do stock

• Os procedimentos contabilísticos para


os stocks dividem-se no método da avaliação e
no método fluxo de stock 

FIFO LIFO

https://www.youtube.com/watch?v=oG7X42Yoeoo
Custos associados aos stocks
Custos operacionais associados à stockagem da mercadoria

• Os custos de operacionais incluem todos os encargos que a


empresa deve suportar para assegurar o exercício da sua
atividade. Deste modo, excluem-se desde logo os encargos
provenientes de empréstimos.
• Os custos operacionais distinguem-se em duas categorias:
os que dão origem a saídas de fluxos monetários (salários,
matérias-primas, energia, etc.) e os que não dão
(amortizações e provisões). É também usual designarem-se
por custos de exploração.
Custos associados aos stocks
Custos operacionais associados à stockagem da
mercadoria

• Custo de aquisição ou custo de compra (CA) - engloba


custos de transporte, inspeção, receção, etc.
• Custo de lançamento ou efetivação da encomenda (CE)
• Custo de posse (CP) - com a manutenção dos stocks,
conservação, etc.
• Custos de rutura de stocks - quando o armazém não
satisfaz a procura.
Lote económico de compra
• Qual será a quantidade a adquirir, por encomenda, de determinado artigo, de
forma a que seja mínimo o custo total desse artigo à saída de armazém?
• O custo total de um bem à saída do armazém é constituído por 3 componentes:
– CT = CA + CE + CP
• O custo de aquisição (CA)
– CA = N * p
– N = N.º total de unidades de determinado artigo consumido durante o ano
– p = Preço unitário de aquisição
• O custo das encomendas (CE)
• São todos os custos relacionados com o lançamento e controlo das encomendas
a fornecedores. Exemplos: funcionamento da secção de compras, deslocação e
estadia, receção (ensaios, análises), prospeções de mercado fornecedor,
despesas com portes, despesas com os serviços de contabilidade e custo com a
documentação a emitir.

https://www.youtube.com/watch?v=YaK1eUuLUXk
Lote económico de compra
• O custo das encomendas (CE)

• São todos os custos relacionados com o lançamento e


controlo das encomendas a fornecedores. Exemplos:
funcionamento da secção de compras, deslocação e estadia,
receção (ensaios, análises), prospeções de mercado
fornecedor, despesas com portes, despesas com os serviços
de contabilidade e custo com a documentação a emitir.
Lote económico de compra
• O custo das encomendas (CE)
– CE = A * N/Q
– A = Custo de efetivação de cada encomenda
– Q = Quantidade de cada encomenda
– N/Q = N.º de encomendas realizadas por ano

• À medida que se efetuam mais encomendas (N/Q),


maior será o custo de encomenda.
Lote económico de compra
• Custo de posse dos stocks (CP), São os custos por
cada unidade detida em stock, que podem ser:
– Seguros;
– Custos de movimentação e de conservação;
– Juro do capital imobilizado;
– Alugueres ou amortizações do valor dos armazéns;
– Perdas, desfalques, obsolescência;
– Encargos com o pessoal do armazém;
– Iluminação.
Lote económico de compra

• STOCK MÉDIO (Sm) – n.º de artigos que estão,


em média, em armazém durante o ano. É a
média entre a quantidade máxima e a
quantidade mínima do stock, ou seja,
corresponde a metade do montante da
encomenda (Q).
Lote económico de compra
Lote económico de compra
• À medida que aumenta o n.º de encomendas, diminui o
custo de posse. Ao elevarmos o n.º anual de encomendas,
aumentamos o custo de encomenda.

• Desta forma é possível determinar a quantidade de um


artigo a encomendar de cada vez por forma a minimizar os
custos da empresa.

• Isto é calculado de 3 formas:


Lote económico de compra
• Através de um quadro
Lote económico de compra
• Através da representação gráfica
Lote económico de compra

• A quantidade ou lote económico da encomenda


(Qe) verifica-se quando o custo total atinge o
valor m (mínimo do custo).
• À medida que aumenta a quantidade a
encomendar de cada vez, maior é o custo de
posse (C3) e menor é o custo de encomenda (C2).
Lote económico de compra
• Através da fórmula de Wilson

• A = Custo de efetivação por encomenda


• N = Consumo anual
• c = Custo de posse unitário (custo de armazenamento)
• Qe = Quantidade económica da encomenda
Ponto da encomenda

• Em que momento se deve desencadear a


encomenda?
• Prazo de aprovisionamento (Pa) – tempo que
decorre entre o desencadear da encomenda e
a chegada da mesma à empresa.
Ponto da encomenda
Ponto da encomenda

• A empresa deve desencadear nova encomenda


quando tiver em stock 167 unidade do artigo.
• Para fazer face a irregularidades do consumo e aos
atrasos dos fornecedores, deve ter-se em conta
um stock de segurança (Ss) de 200 unidades.
Ponto da encomenda
Ponto da encomenda

Pe = Ss + consumo durante Pa

https://www.youtube.com/watch?v=uY2-C_Ua1J4
Stock de segurança

O stock de segurança representa o stock adicional às

existências normais que permite minimizar os impactes

de um aumento inesperado da procura por parte dos

clientes e um atraso não previsto no fornecimento dos

fornecedores, ou seja um aumento do seu prazo de

entrega.
Stock de segurança

Tem por finalidade principal evitar uma rotura de

stocks. O stock de segurança é a quantidade de

produtos equivalente ao número de dias de vendas

(número de produtos vendidos por dia em média) a

considerar para conseguir satisfazer as encomendas no

caso de falhas ou atrasos por parte dos fornecedores.


Custos de oportunidade face a outras
opções

• É o valor do benefício que se deixa de receber,

quando em um processo de decisão, se opta por

determinado investimento em detrimento de outro,

sendo os benefícios das alternativas rejeitadas o

custo oportunidade da alternativa escolhida.


Custos de oportunidade face a outras
opções

• O custo de oportunidade é um termo usado na economia

para indicar o custo de algo em termos de uma oportunidade

renunciada, ou seja, o custo , até mesmo social, causado pela

renúncia do ente económico, bem como os benefícios que

poderiam ser obtidos a partir desta oportunidade renunciada

ou, ainda, a mais alta renda gerada em alguma aplicação

alternativa.
Custos de oportunidade face a outras
opções
• Em outras palavras: O custo de oportunidade representa o valor associado a

melhor alternativa não escolhida. Ao se tomar determinada escolha, deixa-se de

lado as demais possibilidade, pois excludentes. À alternativa escolhida, associa-

se como "custo de oportunidade" o maior benefício NÃO obtido das

possibilidades NÃO escolhidas, isto é, "a escolha de determinada opção impede

o usufruto dos benefícios que as outras opções poderiam proporcionar". O mais

alto valor associado aos benefícios não escolhidos, pode ser entendido como um

custo da opção escolhida, custo chamado "de oportunidade".


Custos de oportunidade face a outras
opções
Exemplo

• Um exemplo clássico da literatura económica: imagine uma fábrica de


cadeiras que produzia 10 cadeiras por mês num mercado que absorvia
totalmente esta produção. Diante de uma oportunidade de negócios,
esta fábrica resolveu iniciar uma produção de um novo produto: mesas.
Porém, ao alocar recursos para tal, descobriu que terá de deixar de
produzir 2 cadeiras para alimentar a demanda de 2 mesas. O custo de
oportunidade está no valor perdido da venda das 2 cadeiras que
deixaram de ser fabricadas.
Custos de oportunidade face a outras
opções
Exemplo

Se uma cidade decide construir um hospital num terreno vazio de

propriedade estatal ou pública, o custo de oportunidade é representado

pela renúncia a erguer outras construções naquele terreno e com o

capital investido. Rejeita-se por exemplo a possibilidade de construir um

centro desportivo, ou um estacionamento, ou ainda a venda do terreno

para amortizar parte das dívidas da cidade, e assim por diante.


Noção de custo operacional e de custo
“afundado”
• Também denominados sunk costs ou empatados. Por já terem
sido incorridos e sacramentados no passado, não devem influir
em decisões para o futuro por serem irrelevantes.
• Custos afundados surgem facilmente no contexto de projetos de
investimento.
• Quando se avalia a possibilidade de parar um projeto de
investimento que está em curso, os custos incorridos até então
são irrelevantes.
Noção de custo operacional e de custo
“afundado”
Exemplo: A Barragem do Alqueva

• A Barragem do Alqueva é um projeto muito antigo, estando

finalmente já a proceder-se ao enchimento da albufeira.

• Durante várias décadas com avanços e recuos alguns foram

justificando o interesse de se continuar a obra dados os

elevados custos já incorridos até então. De facto esses custos

eram irrelevantes: eram custos afundados.


Noção de custo operacional e de custo
“afundado”

Exemplo: A Barragem do Alqueva

• Em resumo: quando se deparar com uma decisão que envolva

custos passados, pare um segundo e pense se é possível

recuperar esses custos. Se tal não for possível, tratam-se de

sunk costs e logo não devem ser fator influenciador da decisão.


Indicadores de stocks
• Os indicadores de gestão são utilizados como condição
de maior eficiência na gestão de stocks. Estes
indicadores podem ser subdivididos em duas classes:
1. Indicadores associados aos níveis de stocks e
respetiva rendibilidade;
2. Indicadores associados aos níveis de rutura e ao nível de
serviço. 
1 - Indicadores associados aos níveis de stocks e
respetiva rendibilidade
• Os indicadores associados aos níveis de stocks e respetiva
rendibilidade são:
– Taxa de rotação;

– Taxa de cobertura.

• A taxa de rotação indica a quantidade de vezes que os stocks são


renovados ao longo do ano. A taxa de rotação é definida pela
expressão:
1 - Indicadores associados aos níveis de stocks e
respetiva rendibilidade

• Taxa de rotação = Quantidade consumida


durante o ano / Quantidade média de stock
1 - Indicadores associados aos níveis
de stocks e respetiva rendibilidade
1 - Indicadores associados aos níveis
de stocks e respetiva rendibilidade

https://www.youtube.com/watch?v=tU7jxJ_cHyc
2 - Indicadores associados aos níveis de
rutura e ao nível de serviço. 

• A taxa de rutura caracteriza a percentagem de


encomendas/requisições pedidas ao
armazém, e que não são satisfeitas
imediatamente devido a ruturas.
• A taxa de rutura é definida pela expressão:
2 - Indicadores associados aos níveis de
rutura e ao nível de serviço. 

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