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3. Gestão do Aprovisionamento
3.1. Introdução
ii. Aquisição dos materiais – Esta função inclui a seleção das fontes de
fornecimento dos materiais, fixação dos ternos e condições de compra,
encomendas e pagamentos aos fornecedores. Refira-se que as fontes devem
ser fiáveis e capazes de fornecer em quantidades e qualidades desejadas.
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Qualquer que seja recurso, com valor económico e que esteja ocioso,
representa stock. Pode ser em forma de matéria-prima, produtos em curso de
fabricação ou produtos acabados.
Além disso, o stock pode ser usado como meio de suprimento da mão-de-obra.
Isto pode parecer ocasional, mas dado o carácter sazonal do consumo de
determinados produtos, este método é usado regularmente na indústria. Por
exemplo, o consumo de cerveja e de refrigerantes aumenta consideravelmente na
época festiva. Este aumento repentino da demanda, geralmente, é satisfeito através
do stock produzido e acumulado durante a época baixa da procura daqueles
produtos. Isto permite suavizar o uso de recursos em termos de mão-de-obra ou da
capacidade das máquinas e equipamentos para a produção. Isto indica que a
produção, razoavelmente constante de stock na época baixa, pode ajudar a
satisfazer a demanda durante a época alta. Deste modo, os gestores de stock devem
duas questões básicas, para cada item em stock, para assegurar a eficácia e a
eficiência na gestão do stock. Estas são:
Supondo que:
S é o custo de aquisição;
i é o custo da posse do inventário por unidade de tempo;
Q é o tamanho do lote; e
O estado do inventário pode ser descrito como na Figura 3.1. O nível máximo
de inventário é Q. O stock cai para zero (0) no intervalo de tempo t, quando o novo
stock está a ser adquirido ou produzido e o nível de stock volta a subir novamente
para Q.
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Nível de inventário
A
B
O t t t
Tempo
Figura 3.1 – Nível do inventário versus tempo
Q D dC i D
C i S , o valor de C será mínimo se 0 ou seja S 2 0 .
2 Q dQ 2 Q
2 DS
Q (3.1)
i
O tempo entre dois cursos de produção consecutivos será dado pela seguinte
fórmula:
Q 2S
t (3.2)
D iD
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B
q
A C
t1 t2 t1 t2 Tempo
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O custo total por unidade de tempo ( C ) será dado pela seguinte relação:
1 S
C qi (3.3)
2 t
dC
Os custos totais ( C ) serão mínimos se 0 . Por isso, tem-se:
dQ
1 D SD
1 i 0 . Desta última relação obtém-se o tamanho do lote para a
2 R Q2
produção ( Q ).
2 DS
Q (3.7)
D
i 1
R
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q
Q
B C Y
X
Tempo
t1 t2 D
Figura 3.3 – Nível do inventário versus tempo
No gráfico da Figura 3.3 o nível de inventário é zero (0) no ponto X, mas o novo
stock é recebido no ponto B. A demanda entre os pontos X e B é tida como pedidos
não atendidos que serão satisfeitos no ponto B. O tamanho do lote é Q , mas depois
da satisfação dos pedidos não atendidos apenas q unidades vão para o armazém
para a satisfação da demanda entre os períodos B e C. Novamente, existirão
pedidos não atendidos no período entre os pontos C e Y. E esta demanda será
satisfeita apenas quando aparece o novo stock.
Assumindo que:
D é a demanda por unidade de tempo;
Q é o tamanho do lote;
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CDY h . Isto é: Q q t2 h .
1
2
O custo total por ciclo, incluindo o custo de aquisição, será dado por:
q t1 i Q q t2 h S
1 1
2 2
C
1 2
q i
1
Q q 2 h SD
2Q 2Q Q
i h 2S D
Q (3.9)
h i
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Deste modo, supondo que existem certas quebras no preço, isto é: 0, b1, b2 ,...,bn
nas quantidades encomendadas e a quantidade Q fica compreendida nos intervalos
de descontos bk 1 Q bk e o custo unitário correspondente a Q unidades é pk
onde pk pk 1 então o custo anual total no período de desconto é dado por:
S D Qk
CT Qk D pk p k i (3.10)
Qk 2
2 D S
Qk (3.11)
pk i
Onde:
Qk é a quantidade económica de encomenda em função do preço pk ;
pk é o preço unitário do produto dependendo da quantidade Qk ; e
i é o custo da posse do inventário por unidade do produto;
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Então, o custo anual médio, por unidade de tempo para todos itens é dado
por:
n A D
CT CT Q j , j 1, 2, ..., n p j i j Q j j j
1
(3.12)
j 1 2 Q j
Neste caso, o ótimo tamanho do lote, para j -ésimo item, é dado pela seguinte
fórmula:
2 Aj D j
Q jo , j 1, 2, ..., n (3.13)
pj i
n
CTo 2 p j i j Aj D j (3.14)
j 1
f
j 1
j Qj f (3.15)
n
Por outro lado, se f
j 1
j Q j f , então as quantidades Q jo ( j 1, 2,..., n) , dada
pela equação 3.13, não são ótimas. Por isso, é necessário minimizar o custo médio
anual, por unidade de tempo, dadas pela equação 3.14 sujeita as restrições dadas
pela relação 3.15 e Q j 0 para todos j . Neste caso, é necessário construir uma
função Lagrangiana não negativa dada pela expressão abaixo.
n
LQ j , CT fiQi f (3.16)
j 1
O indica o custo adicional relacionado com o espaço usado por cada unidade
dos itens. Então, as condições de Kuhn-Tucker necessárias para que o L seja
minimizado são;
L 2 Aj D j
0 , que resulta EM: Q j (3.17)
Q j pj ij 2 f j
L n
e
0 resulta em: f
j 1
j Qj f (3.18)
Qj
Sabe-se que o número médio de itens em inventário é dado por . Assim,
2
supondo que o número médio de itens em inventário não deve exceder um dado
valor M, é necessário considerar a seguinte expressão:
1 n
Qj M
2 j 1
(3.19)
Neste caso, é necessário minimizar a expressão dos custos totais dada pela
equação 3.12, sujeita as restrições 3.19 e Q j 0 para todos j. Similarmente ao caso
anterior, é necessário a função de Lagrange, dada por:
1 n
LQ, CT Q j M (3.20)
2 j 1
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L 2 Aj D j
0 , que resulta em: Q j (3.21)
Q j pj ij
L 1 n
e 0 que resulta em: Q j M (3.22)
2 j 1
p
j 1
j Qj K (3.23)
2 Aj D j
Qj (3.24)
pj ij 2 λ pj
n
p
j 1
j Qj K (3.25)
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ii. Métodos casuais – estes também fazem a previsão através da análise dos
dados do passado, baseiam-se nas relações “causa - efeito” de
determinados fatores para chegar a uma decisão apropriada.
Demanda
Demanda
200 200
150 150
50 50
1 2 3 4 5 Tempo
1 2 3 4 5 Tempo
Demanda
Demanda
200
200
150
150 d) Demanda sazonal com
b) Demanda com 100
100
tendência crescente
tendência crescente
50
50
1 2 3 4 5 Tempo
1 2 3 4 5 Tempo
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D1 D2 D3 ... Dk
1
Ek 1 (3.34)
k
160
140
120
100
Demanda
Demanda
80
MM 2 períodos
60 MM 4 períodos
40
20
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Períodos
Figura 3.5 – Comparação da demanda real e as previsões por média móvel simples
considerando 2 e 4 períodos
Da Figura 3.5 pode-se observar que quando a demanda tem uma tendência
crescente, a previsão é, usualmente, inferior a demanda. E quando a demanda tem
uma tendência decrescente, a previsão excede a demanda. Em geral, a previsão é
desfasada da demanda. O desfasamento é mais predominante quando se usa um
grande número de períodos para determinar a média da demanda. Mas quando a
previsão é feita através do cálculo da média de um pequeno número de períodos as
perturbações na demanda não podem ser filtradas e pode resultar numa previsão
inexata.
Meses 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º
Demanda 55 58 60 52 62 65 68 63 67 70
Resolução:
Assumindo que:
Di é a demanda do período passado i ;
wi é o peso a ser atribuído a demanda Di ; e
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Onde: w1 w2 ... wk 1
Meses 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º
Demanda 55 58 60 52 62 65 68 63 67 70
Resolução:
Previsão para o 11º mês: E11 0,2 63 0,3 67 0,5 70 67,7 E11 68 unidades
Entretanto, para ser realístico, assume-se que a parte dos fatores que
contribuem para o desvio da previsão e da demanda real, num determinado
período, e sempre levada para o período subsequente. Por isso, se a base para o
próximo período é de 120 unidades e a demanda real é de 140 unidades, o fator do
ruído contribui para 20 unidades; e se 50% deste fator for levado para o período
subsequente, a demanda esperada no próximo período será de 130 unidades. Esta
é a nova base sobre a qual a demanda futura provavelmente irá oscilar.
A base para qualquer período pode ser expressa segundo a fórmula abaixo.
Si Si 1 Di Si 1 (3.36)
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Di 1 Di 1 1 Di 2 1 Fi 3
2 3
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y a bx (3.41)
n xi yi xi yi y by
b e a i i
n x xi
2 2
i
n
x 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
y 13 17 24 27 28 33 35 41 43 51
Nº x y x2 y2 xy
1 2 13 4 169 26
2 4 17 16 289 68
3 6 24 36 576 144
4 8 27 64 729 216
5 10 28 100 784 280
6 12 33 144 1089 396
7 14 35 196 1225 490
8 16 41 256 1681 656
9 18 43 324 1849 774
10 20 51 400 2601 1020
Total 110 312 1540 10992 4070
a
yi b xi 312 1,93 110
9,97
n 10
Assim, a equação da regressão será a seguinte: y 9,97 1,93 x
Para x 22 tem-se y 52,43 y 52
3.5.4. Correlação
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Y a0 a1 X (3.42)
E Y
1
2
r 2
(3.44)
Y Y
2
Onde:
r 2 é o coeficiente de determinação; e
Todas marcas 1100 1200 1150 950 920 850 1000 1170
Manica 105 117 110 101 97 92 104 125
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Nº X Y X2 XY
1 1100 105 1210000 115500
2 1200 117 1440000 140400
3 1150 110 1322500 126500
4 950 101 902500 95950
5 920 97 846400 89240
6 850 92 722500 78200
7 1000 104 1000000 104000
8 1170 125 1368900 146250
Total 8340 851 8812800 896040
Nº X Y E E Y E Y 2 Y Y Y Y
2
Y Y 803,87
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