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Estado de Mato Grosso do Sul


Poder Judiciário
Três Lagoas

Este documento é copia do original assinado digitalmente por ALINE BEATRIZ DE OLIVEIRA LACERDA. Liberado nos autos digitais por Aline Beatriz de Oliveira Lacerda, em 25/05/2023 às
Vara de Fazenda Pública e Registros Públicos

Autos 0807694-16.2020.8.12.0021

17:05. Para acessar os autos processuais, acesse o site https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0807694-16.2020.8.12.0021 e o
Impugnante: CESP - Companhia Energética de São Paulo
Impugnado: Município de Três Lagoas

Vistos.

CESP - Companhia Energética de São Paulo, qualificada nos


autos, apresentou Impugnação ao cumprimento de sentença que lhe promove o
Município de Três Lagoas, também qualificado nos autos, alegando, em síntese,
que trata-se de execução de honorários recursais fixados pelo STJ decorrentes do
não seguimento do recurso que interpôs contra decisão do TJMS, que deu parcial
provimento a Apelação interposta contra decisão proferida por este Juízo nos
Embargos à Execução Fiscal n.º 0801134-97.2016.8.12.0021; afirma que o
cumprimento de sentença dos honorários recursais fixados pelo TJMS estão
tramitando separadamente nos autos n.º 0800674-71.2020.8.12.0021; argumenta que
este cumprimento de sentença dos honorários recursais oriundos de decisão do
STJ tem valor irrazoável de R$ 74.715,73 e não deve prosseguir porque interpôs
Agravo Interno contra aquele julgamento, sendo possível a alteração da
condenação ora exequenda; defende que o Município, ao apresentar dois
cumprimentos de sentença de honorários, deixou de observar o escalonamento do
valor dos honorários previsto no art. 85, § 3º, do CPC; sustenta, ainda, que os
honorários foram calculados sobre o valor inicial atribuído ao executivo fiscal, R$
1.096.315,61, que, contudo, foi reduzido para R$ 249.580,05, diante do acolhimento
da anulação de 29 das 50 CDAs que instruíam aquele feito, devendo o novo valor
da execução ser o parâmetro para o cálculo da verba sucumbencial.

Requer a extinção do cumprimento de sentença e,


subsidiariamente, apensamento dos presentes autos ao cumprimento provisório
n.º 0800674-71.2020.8.12.0021, para que o total dos honorários, incluídos os de
origem recursal fixados pelo TJMS e STJ, sejam calculados segundo as faixas de
escalonamento previstas no art. 85, § 3º, do CPC, e, por fim, que a verba
sucumbencial seja calculada sobre o valor correto do executivo fiscal, que defende
ser R$ 249.580,05.

Intimado, o Município de Três Lagoas manifestou às fl. 216


dizendo que a Impugnante pretende modificar o título executivo formado e a
modificação dos honorários ora cobrados violaria a competência do STJ. Requer a
rejeição da Impugnação.
código AE266B4.

Modelo 98200 - Endereço: Rua Zuleide Perez Tabox, 1109, Edifício do Fórum Des. Gerval Bernadino de Souza - CEP
79601-100, Fone: (67) 3929-1700, Três Lagoas-MS - E-mail: trl-fazpub@tjms.jus.br
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É o breve relatório. Decido.

17:05. Para acessar os autos processuais, acesse o site https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0807694-16.2020.8.12.0021 e o
Compulsando os feitos mencionados pelas partes em suas
manifestações se pode extrair que da decisão proferida nos Embargos à Execução
Fiscal n.º 0801134-97.2016.8.12.0021, o Município de Três Lagoas apresentou dois
cumprimentos de sentença de honorários sucumbenciais.

O primeiro, que deu origem aos autos n.º


0800674-71.2020.8.12.0021, tratou da verba sucumbencial fixada por este Juízo no
julgamento dos Embargos à Execução Fiscal, acrescida dos honorários recursais
impostos pelo TJMS, culminando no pedido da municipalidade para que a CESP
arque com a quantia correspondente a 10% sobre o valor da causa a título de
honorários sucumbenciais.

Já no presente cumprimento de sentença, a Fazenda municipal


pugnou pela condenação da CESP ao pagamento do valor relativo a 5% do valor
da causa referente a majoração realizada pelo STJ ao não conhecer do recurso
interposto pela Executada, ora Impugnante, contra a decisão do TJMS.

Em ambos cumprimentos de sentença, ao apresentar sua


Impugnação a CESP defendeu que o "valor da causa" sobre os quais devem incidir
os honorários retromencionados refere-se ao que restou ao Município para
executar após o reconhecimento da nulidade de 29 das 50 CDAs que instruíram o
executivo fiscal movido em face da Devedora, R$ 249.580,05, e não sobre o valor
inicial atribuído ao executivo fiscal, R$ 1.096.315,61, do qual a municipalidade se
utilizou para efetuar suas cobranças da verba sucumbencial.

É certo que grande parte das alegações formuladas pela Devedora


foram rechaçadas por este Juízo quando do julgamento da Impugnação oposta
pela CESP ao cumprimento de sentença n.º 0800674-71.2020.8.12.0021, bem como
pela decisão de fls. 277/282, cuja redação foi a seguinte:

Compulsandos os autos, vê-se que o Município de Três Lagoas ingressou com o


presente cumprimento de sentença provisório relativo aos honorários
advocatícios fixados no feito n.º 0801134-97.2016.8.12.0021, no julgamento dos
Embargos de Declaração no Recurso Especial n.º 1895207-MS pelo Superior
Tribunal de Justiça, em que condenou a Executada no montante de 5% do valor
da causa. Confira-se:
EMENTA PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO
ESPECIAL. OMISSÃO. OCORRÊNCIA. FIXAÇÃO DE HONORÁRIOS RECURSAIS.
CABIMENTO. EMBARGOS ACOLHIDOS. Pois bem. Razão lhe assiste, porquanto
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verifica-se do acórdão recorrido que houve majoração, em favor do Município de Três

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Lagoas/MS, dos honorários advocatícios, isto é, a Corte de origem fixou-lhe honorários
recursais. Assim, majoro em 5% os honorários advocatícios fixados anteriormente,
observados os limites e parâmetros dos §§2º, 3º e 11 do art. 85 do CPC/2015 e eventual
Gratuidade da Justiça (art. 98, §3º, CPC/2015). Ante o exposto, acolho os embargos de
declaração.
Ocorre que foi proposto inicialmente cumprimento de sentença pelo Município
de Três Lagoas, que deu origem ao feito n.º 0800674-71.2020.8.12.0021, o qual
tratou da verba sucumbencial fixada por este Juízo no julgamento dos
Embargos à Execução Fiscal n.º 0801134-97.2016.8.12.0021, acrescida dos
honorários recursais estabelecidos pelo TJMS, culminando no pedido da
municipalidade para que a CESP arcasse com a quantia correspondente a 10%
sobre o valor da causa a título de honorários sucumbenciais.
Por outro lado, neste cumprimento provisório, a Fazenda municipal pugnou
pela condenação da CESP ao pagamento do valor relativo a 5% do valor da
causa referente a majoração realizada pelo STJ ao não conhecer do recurso
interposto pela Executada contra a decisão do TJMS.
Assim, pela parte Devedora foi apresentada Impugnação ao cumprimento de
sentença às fls. 99/110, ao argumento que os honorários foram calculados sobre
o valor inicial atribuído ao executivo fiscal, de R$ 1.096.315,61, que, contudo, foi
reduzido para R$ 249.580,05, diante do acolhimento da anulação de 29 das 50
CDAs que instruíam aquele feito originário, devendo o novo valor da execução
ser o parâmetro para o cálculo da verba sucumbencial. Além disso, asseverou
existir manifesta violação ao art. 85 do CPC na medida em que houve
desrespeito aos critérios de escalonamento dos honorários.
Não obstante as alegações formuladas no incidente processual, foi determinada
a suspensão do presente cumprimento provisório de sentença até o deslinde do
julgamento do Agravo oposto contra a decisão que rejeitou a Impugnação
apresentada nos autos n.º 0800674-71.2020.8.12.0021, bem como ordenado o
apensamento deste feito aos autos de n.º 0800674-71.2020.8.12.0021, conforme se
observa da decisão de fls. 225/227.
Nesse ponto, consultando os autos em apenso (0800674-71.2020.8.12.0021),
observa-se que o recurso de Agravo de Instrumento interposto pela Executada
contra a decisão proferida na impugnação ali ofertada, foi negado provimento
pelo TJMS (fls. 247 dos autos em apenso), oportunidade em que foi apresentado
Recurso Especial, que não foi admitido sob o fundamento de incidência da
Súmula nº 7 do STJ e assim a parte requerida interpôs Agravo em Recurso
Especial.
Naquele feito (0800674-71.2020.8.12.0021), às fls. 286/287, foi requerido o
levantamento do valor garantido por meio da apólice de seguro, pedido este
reiterado às fls. 301, juntando a Fazenda Pública cópia dos Embargos de
Declaração manejados pela Executada no STJ (EDcl no AgInt no AGRAVO EM
RECURSO ESPECIAL Nº 2016848 – MS), que entendeu pela não configuração
de ofensa ao art. 1022 do CPC e pretensão de rediscussão de matéria de mérito.
Na mesma direção, neste cumprimento de sentença 0807694-16.2020.8.12.0021
(fls. 260) veio pedido de liberação do montante depositado voluntariamente
pela Executada às fls. 94/96, mediante a subscrição do que foi decidido pelo
STJ, veja-se:
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EMENTA. PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OFENSA AO ART.

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1.022 DO CPC. NÃO CONFIGURADA. REDISCUSSÃO DA MATÉRIA DE MÉRITO.
IMPOSSIBILIDADE. 1. A parte embargante alega ter ocorrido omissão pois não houve
pronunciamento quanto à interpretação jurídica de “valor da causa atualizado” em
execuções fiscais, à luz do art. 6º, §4º da Lei 6.830/80 (LEF), c/c art. 85, §2º, do CPC. 2. O
acórdão embargado, ao não prover o Agravo Interno, consignou: a) O acórdão recorrido
consignou: "No caso, a sentença de primeiro grau fixou o valor dos honorários de
sucumbência devidos pela CESP ao Município no percentual de a 5% do valor da causa,
que sofreram majoração de 5% a título de honorários recursais, encontrando-se o
montante dos honorários que executa a municipalidade correspondente a 10% do valor
atualizado da causa. Colhe-se dos autos, que em nenhum momento a agravante CESP se
insurgiu quanto ao critério de arbitramento dos honorários advocatícios, somente
fazendo em sede de impugnação ao cumprimento de sentença. Como bem pontuado na
decisão a quo, a alegação recorrente deveria ter sido manifestada no recurso de apelação
manejado contra a sentença proferida nos Embargos à Execução Fiscal. Referida
pretensão, sob alegação de excesso de execução, representa, na verdade, reabertura de
discussão, o que é vedado em sede de execução. Ademais, não há falar em excesso de
execução, uma vez que o cumprimento de sentença foi promovido nos moldes da
sentença e do acórdão desta Corte, não justificando, assim, a alegação de excesso. Assim,
não deve ser acolhida a tese de excesso de execução, de forma que a manutenção da
decisão é medida que se impõe." (fls. 436-437, e-STJ, grifos acrescidos) e b) conforme
mencionado na decisão monocrática, rever o entendimento do acórdão recorrido com o
objetivo de acolher a pretensão recursal demanda revolvimento de matéria fática,
inviável em Recurso Especial, ante o óbice da Súmula 7/STJ: "A pretensão de simples
reexame de prova não enseja Recurso Especial". 3. O vício da contradição é de natureza
interna, ou seja, pressupõe relação de incompatibilidade lógica entre os fundamentos e o
dispositivo do acórdão, o que não ocorreu no caso dos autos. 4. É patente que o
argumento trazido pela parte embargante não diz respeito aos vícios de omissão,
obscuridade ou contradição, mas a suposto erro de julgamento ou apreciação na causa.
O simples descontentamento da parte com o julgado não tem o condão de tornar
cabíveis os Embargos de Declaração, que servem ao aprimoramento da decisão, mas
não à sua alteração, que só muito excepcionalmente é admitida. 5. Como já decidido
pela Primeira Seção, "o fato de o decisum concluir em sentido diverso do defendido pelo
ora embargante não enseja o aviamento de embargos declaratórios para promover mero
rejulgamento" (EDcl no MS 17.906/DF, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. p/
acórdão Min. Og Fernandes, DJe 19.12.2016). 6. Dessa forma, a solução integral da
controvérsia, com fundamento suficiente, não caracteriza ofensa ao art. 1.022 do
CPC/2015. Os Embargos Declaratórios não constituem instrumento adequado à
reanálise da matéria de mérito, nem ao prequestionamento de dispositivos
constitucionais com vistas à interposição de Recurso Extraordinário. 7. Embargos de
Declaração rejeitados.
Com efeito, a Executada em manifestação oferecida às fls. 271/273 requereu que,
tendo em vista o desfecho obtido no AREsp nº 2.016.848/MS, fossem os autos
remetidos à contadoria judicial para apuração do valor devido, insurgindo-se
contra os critérios adotados para atualização do valor do débito, afirmando que
deve ser corrigido monetariamente desde a data da proposição do feito
(22/03/2016) pelo índice IPCA-E e que a aplicação de juros de mora, em
honorários arbitrados por percentual do valor da causa, incide a partir da
citação do Executado no cumprimento de sentença (08/12/2020 – certidão de fl.
87).
Por outro lado, o Município alegou que o valor devido não corresponde a
crédito da Fazenda Pública, mas dos advogados do ente público, sendo
código AE266B4.

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aplicável o IGP-M e ainda que a CESP, quando da apresentação de sua

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impugnação ao cumprimento de sentença, não apresentou qualquer insurgência
em relação ao índice de correção utilizado.
Pois bem. Analisando o caderno processual a fim de apurar se assiste razão à
Executada no tocante aos critérios empregados pelo Município de Três Lagoas
na atualização do débito (verbas de sucumbência), inicialmente deve ser
consignado que a correção monetária e os juros de mora e seus respectivos
indexadores tratam-se de matéria de ordem pública, que pode ser conhecida de
ofício, logo não há se falar em preclusão.
Deste modo, quanto aos indexadores utilizados pela municipalidade para
atualização do valor da causa e honorários, não obstante no Recurso
Extraordinário n.º 870.947/SE, julgado em 20/09/2017, o Supremo Tribunal
Federal tenha definido o IPCA-E, para correção monetária, e o índice aplicado à
caderneta de poupança, como taxa de juros moratórios, para as hipóteses em
que as Fazendas Públicas são devedoras de dívidas de natureza não tributária,
essa não é a situação do caso dos autos, em que o Município é credor da quantia
relativa aos honorários sucumbenciais.
Nesse ponto, em que pese a Executada afirmar equívoco nos índices de correção
e juros de mora, na planilha de fls. 04 se nota que não houve acréscimo de
valores a título de juros moratórios.
Quanto ao IGPM-FGV para fins de correção monetária, este é um dos índices
que refletem a desvalorização da moeda frente à inflação e tem ampla aceitação
na doutrina e Jurisprudência, inclusive do Tribunal de Justiça de MS, conforme
os seguintes precedentes:
AGRAVO DE INSTRUMENTO – CUMPRIMENTO DE SENTENÇA - PRELIMINAR DE
NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO – AFASTADA – MÉRITO - ÍNDICE PARA
CORREÇÃO MONETÁRIA – SUBSTITUIÇÃO DO IGPM PELO INPC– ÍNDICE
MANTIDO – PRECEDENTES DESTA CORTE – RECURSO DESPROVIDO. 2. De acordo
com os precedentes desta Corte, o índice de correção monetária que melhor reflete a
variação do poder de compra da moeda em virtude da inflação é o IGPM/FGV, assim
deve ser mantida a decisão que fixou tal índice, para correção dos valores da
condenação na origem. (TJMS. Agravo de Instrumento n. 1408047-02.2022.8.12.0000,
Campo Grande, 2ª Câmara Cível, Relator (a): Des. Fernando Mauro Moreira Marinho, j:
31/08/2022, p: 06/09/2022) destaquei
AGRAVO DE INSTRUMENTO – IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE
SENTENÇA – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – PRETENSÃO DE ALTERAÇÃO DE
ÍNDICE DE CORREÇÃO MONETÁRIA, DE IGP-M/FGV PARA INPC/IBGE –
DESCABIMENTO – (...) Não há qualquer impedimento a que seja utilizado o IGPM/FGV
como índice de atualização monetária da verba honorária em execução. Imperioso
ressaltar que o referido índice é o que melhor reflete a variação da moeda, por captar de
forma mais abrangente o cenário de preços e o índice inflacionário nos mais variados
setores da economia. (...) (TJMS. Agravo de Instrumento n. 1420732-75.2021.8.12.0000,
Costa Rica, 5ª Câmara Cível, Relator (a): Desª Jaceguara Dantas da Silva, j: 29/07/2022,
p: 03/08/2022) destaquei
RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO EM AÇÃO DE CUMPRIMENTO DE
SENTENÇA - ALEGAÇÃO DE EXCESSO DE EXECUÇÃO EM RAZÃO DA
APLICAÇÃO DE INADEQUAÇÃO DE ÍNDICE – ASSEVERA UTILIZAÇÃO DO IPCA-
e – IMPOSSIBILIDADE – IGPM/FGV É O ÍNDICE QUE MELHOR REFLETE A
INFLAÇÃO – RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. (TJMS. Agravo de
Instrumento n. 1405879-27.2022.8.12.0000, Campo Grande, 2ª Câmara Cível, Relator
código AE266B4.

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(a): Des. Nélio Stábile, j: 29/06/2022, p: 04/07/2022) destaquei

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AGRAVO DE INSTRUMENTO – CUMPRIMENTO DE SENTENÇA - ÍNDICE PARA
CORREÇÃO MONETÁRIA – IGPM – MANTIDO – PRECEDENTES DESTA CORTE –
RECURSO DESPROVIDO. De acordo com os precedentes desta Corte, o índice de
correção monetária que melhor reflete a variação do poder de compra da moeda em
virtude da inflação é o IGPM/FGV, assim deve ser mantida a decisão que fixou tal
índice, para correção dos valores da condenação na origem. (TJMS. Agravo de
Instrumento n. 1404254-55.2022.8.12.0000, Três Lagoas, 2ª Câmara Cível, Relator (a):
Des. Fernando Mauro Moreira Marinho, j: 10/06/2022, p: 15/06/2022) destaquei
AGRAVO DE INSTRUMENTO – IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE
SENTENÇA – ALEGAÇÃO DE EXCESSO À EXECUÇÃO REJEITADA – HONORÁRIOS
SUCUMBENCIAIS – BASE DE CÁLCULO – ATUALIZAÇÃO – ENCARGO
MONETÁRIO – IGPM/FGV – ÍNDICE ADEQUADO - JUROS DE MORA - INCIDÊNCIA
DESDE O TRÂNSITO EM JULGADO – DECISÃO MANTIDA – RECURSO NÃO
PROVIDO. O IGPM/FGV é o índice que melhor reflete a variação da moeda em
determinado período de tempo, devendo ser mantida como fator de atualização do
valora da dívida para fins de cálculo dos honorários sucumbenciais. Os juros de mora
são decorrência lógica da condenação e devem incidir quando verificada o atraso do
devedor em cumprir com sua obrigação que, no presente caso, tratando-se de honorários
sucumbenciais, fluem a partir do transito em julgado da decisão que os definiu.(TJMS.
Agravo de Instrumento n. 1421143-21.2021.8.12.0000, Camapuã, 2ª Câmara Cível,
Relator (a): Juiz Vitor Luis de Oliveira Guibo, j: 07/06/2022, p: 09/06/2022) destaquei
Nesse diapasão, nenhum reparo deve ser feito aos cálculos trazidos pelo
Exequente concernentes aos indexadores adotados para atualização da dívida.
Além desse argumento, nota-se que em sede de impugnação ao cumprimento
de sentença, a parte executada trouxe a lume eventual violação aos critérios
quantitativos para fixação dos honorários sucumbenciais.
Contudo, na petição de fls. 271/273 requereu a Executada que, tendo em vista o
desfecho obtido no AREsp nº 2.016.848/MS, fossem os autos remetidos à
contadoria judicial para apuração do valor devido, o que se presume que diante
do resultado de tal recurso não tenha mais interesse no prosseguimento da
impugnação ao cumprimento de sentença.
Sendo assim, afastando a impugnação da parte devedora ao cálculo trazido
pelo Município de Três Lagoas com relação aos indexadores utilizados,
determino a sua intimação para se manifestar, em cinco dias, sobre a desistência
da impugnação ao cumprimento de sentença, notadamente tendo em conta que
se tratam os autos de verba de titularidade advocatícia.
Decorrido o prazo, venham conclusos para deliberação, inclusive para análise
do pedido de levantamento do valor depositado nos autos pela parte executada.
Cumpra-se.

Portanto, além desses argumentos já examinados e afastados pelo


Juízo, nota-se que em sede de impugnação ao cumprimento de sentença, a parte
executada trouxe a lume ainda a alegação de eventual violação aos critérios
quantitativos para fixação dos honorários sucumbenciais, na forma do art. 85, § 3º,
do CPC.

Ocorre que, não obstante os vícios aduzidos pela parte Devedora


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fls. 366

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no tocante aos honorários, de rigor notar que não houve insurgência no momento

17:05. Para acessar os autos processuais, acesse o site https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0807694-16.2020.8.12.0021 e o
oportuno, de modo que a Impugnante não logrou êxito em demonstrar que os
valores cobrados pela parte exequente estariam em descompasso com o título
executivo judicial, não havendo que se falar, portanto, em excesso de execução.

Não desconhecendo a regra do escalonamento dos percentuais


aplicáveis na fixação dos honorários advocatícios envolvendo causas em que é
parte a Fazenda Pública, nos termos do art. 85, §§ 3º e 5º, do Código de Processo
Civil, certo é que no caso concreto o título executivo adotou percentual fixo de 5%
a ser acrescido nos outros 10% fixados pelo juiz singular e TJMS, sem que, repise-
se, houvesse irresignação da parte sucumbente no momento oportuno na fase de
conhecimento.

Deste modo, entendo que operaram-se os efeitos preclusivos da


coisa julgada, de forma que tornou-se inadmissível a rediscussão da mesma
matéria, isto é, da fixação da verba honorária arbitrada na fase de conhecimento,
em sede de cumprimento de sentença, sob pena de violação à imutabilidade do
título executivo definitivamente constituído.

Nesse sentido, o Superior Tribunal de Justiça, na edição n.º 129 -


Jurisprudência em Teses, consolidou diversos entendimentos sobre os honorários
advocatícios, dentre os quais "11) Não é possível a modificação do valor de verba
honorária fixada em sentença transitada em julgado, sob pena de ofensa à coisa julgada."

Assim:

RECURSO ESPECIAL Nº 1950907 - SP (2021/0233047-0) (...) O dispositivo da


sentença, que já havia transitado em julgado, foi claro quanto à fixação dos
honorários em 10% do valor atribuído à causa, sem qualquer ressalva. Não
poderia o juiz retificar a sentença já transitada em julgado, a quo
determinando que fosse observada a regra de escalonamento. Houve nítida
ofensa à coisa julgada e ao princípio da segurança jurídica. Ainda que se
possa discutir sobre a aplicabilidade ou não da regra de escalonamento, é
certo que o título judicial não o fez, estando acobertado pela intangibilidade
assegurada pela coisa julgada. Afigura-se inviável a alteração, na fase de
cumprimento de sentença, do que já se encontra imutável pelo trânsito em
julgado, sob pena de ofensa à garantia constitucional da coisa julgada. O E.
Superior Tribunal de Justiça tem o entendimento firme no sentido de que a
execução do título deve ser adstrita ao comando da decisão transitada em
julgado, não sendo cabível a discussão acerca de possíveis vícios imateriais que
poderiam ter sido alegados na fase de conhecimento, sob pena de violação à
coisa julgada (2a Turma, AgRg no RESP 1.435.543/PR, Rel. Ministro
código AE266B4.

Modelo 98200 - Endereço: Rua Zuleide Perez Tabox, 1109, Edifício do Fórum Des. Gerval Bernadino de Souza - CEP
79601-100, Fone: (67) 3929-1700, Três Lagoas-MS - E-mail: trl-fazpub@tjms.jus.br
fls. 367

Estado de Mato Grosso do Sul


Poder Judiciário
Três Lagoas

Este documento é copia do original assinado digitalmente por ALINE BEATRIZ DE OLIVEIRA LACERDA. Liberado nos autos digitais por Aline Beatriz de Oliveira Lacerda, em 25/05/2023 às
Vara de Fazenda Pública e Registros Públicos

HUMBERTO MARTINS, DJe 15.05.2014). Portanto, de rigor a decretação da

17:05. Para acessar os autos processuais, acesse o site https://esaj.tjms.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 0807694-16.2020.8.12.0021 e o
nulidade da decisão que retificou o dispositivo da sentença transitada em
julgada, com o prosseguimento da liquidação do julgado. (REsp 1950907,
RELATOR (A) Ministra REGINA HELENA COSTA, DATA DA PUBLICAÇÃO
03/08/2021, DECISÃO RECURSO ESPECIAL Nº 1950907 - SP (2021/0233047-0)
destaca-se)

Demais disso, consigno que a discussão sobre o percentual fixado


a título de honorários não constitui matéria de ordem pública, logo, inviável sua
discussão por meio da alegação de excesso de execução.

Ante o exposto, JULGO IMPROCEDENTE a Impugnação ao


cumprimento de sentença apresentada por CESP - Companhia Energética de São
Paulo.

Deixo de fixar honorários sucumbenciais, uma vez que, de acordo


com o enunciado da Súmula 519 do STJ, nos casos de rejeição da Impugnação ao
cumprimento de sentença, não são cabíveis honorários advocatícios tendo em vista
que o processo executório prosseguirá.

Diante do julgamento da impugnação ao cumprimento de


sentença, deixo de analisar a petição do Município de Três Lagoas de fls. 294 que
informa a adesão ao Programa Especial de Parcelamento Incentivado – PEPI da
Impugnante.

Com o trânsito em julgado desta decisão, expeça-se alvará de


transferência da quantia atualizada em favor do Município de Três Lagoas e
venham conclusos para extinção pelo pagamento.

Intime-se e cumpra-se.

Três Lagoas, data da assinatura digital.

Aline Beatriz de Oliveira Lacerda


Juíza de Direito
(assinado digitalmente)
código AE266B4.

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