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MUNICÍPIO DE CAMPINAS
Secretaria Municipal dos Assuntos Jurídicos
Coordenadoria Setorial de Ações Financeiro – Tributárias
.
Avenida Anchieta, 200 – 13o. andar – Centro – Campinas
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANDRE DOS SANTOS MATTOS ALMEIDA, protocolado em 06/08/2019 às 15:05 , sob o número WFPA19704226446
F: 2116.0612
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1023314-66.2018.8.26.0053 e código 7A33DF6.
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 9ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE SÃO PAULO
MUNICÍPIO DE CAMPINAS
Secretaria Municipal dos Assuntos Jurídicos
Coordenadoria Setorial de Ações Financeiro – Tributárias
.
Avenida Anchieta, 200 – 13o. andar – Centro – Campinas
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ANDRE DOS SANTOS MATTOS ALMEIDA, protocolado em 06/08/2019 às 15:05 , sob o número WFPA19704226446
F: 2116.0612
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1023314-66.2018.8.26.0053 e código 7A33DF6.
Origem: 9ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de São Paulo
Recorrentes: Banco Volkswagen S/A e outro
Recorrido: Município de Campinas/SP
Processo nº. 1023314-66.2018.8.26.0053
Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara,
Nobres Desembargadores
I- Síntese do Processo:
Não negam a incidência do citado tributo, porém, com o advento da Lie Complementar
Federal nº 157/2016, que alterou a Lei Complementar nº 116/2003 (que dispõe sobre o Imposto sobre
Serviços de Qualquer Natureza), passaram a ter dúvidas em relação a qual seria o sujeito ativo da
relação tributária.
Tal fato somou-se, segundo as mesmas, à concessão de liminar pelo Supremo Tribunal
Federal, nos autos da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 5.835/DF, movida pela Confederação
Nacional do Sistema Financeiro – CONSIF e pela Confederação Nacional das Empresas de Seguros
Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização – CNSEG, que suspendeu a
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eficácia dos dispositivos previstos na Lei Complementar nº 116/03, com a redação dada pela Lei
Complementar nº 157/2016.
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Desta forma, com a decisão acima, todas as legislações locais, ou seja, as municipais,
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que tratam da adequação à Lei Complementar Federal nº 157/2016 estão também suspensas por
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força de ordem judicial.
O Município de Campinas, não diferente de outros, adaptou sua legislação com base na
novel legislação federal.
Ocorre que a r. sentença recorrida julgou extinto o feito, com fulcro no artigo 485,
inciso VI do Código de Processo Civil, entendendo que não há dúvida na identificação do sujeito
passivo, devendo ser observada a Lei Complementar nº 116/03, com a suspensão conferida à Lei
Complementar 157/16 pelo STF.
II- Do Direito:
II.1-Preliminarmente:
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A)Da falta de interesse de agir: suspensão da eficácia do artigo 1º da LC 157/2016, nos autos da
ADI 5835/DF.
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Como exposto pela autora em sua peça inaugural, tramita no STF a ADI5.835/DF. Na
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referida Ação Direta de Inconstitucionalidade, os autores questionam as alterações da LC
157/2016, dentre elas a competência do recolhimento do ISSQN nos locais dos tomadores de
serviços, e não mais nos estabelecimentos prestadores.
. DOS SANTOS MATTOS ALMEIDA, protocolado em 06/08/2019 às 15:05 , sob o número WFPA19704226446
Reforça-se, a fim de sepultar qualquer questionamento sobre o tema, com a
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suspensão da norma objeto do processo pelo STF, a qual, diga-se de passagem, tem efeitos erga
omnes, não há dúvida quanto ao sujeito ativo em favor do qual a requerente deve recolher o
imposto devido.
No campo do direito tributário, o artigo 164 traz as hipóteses nas quais são cabíveis
a consignação em pagamento. No ponto pertinente à demanda, importante mencionar o inciso III,
segundo o qual:
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Art 164: A importância de crédito tributário pode ser
consignada judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos:
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III- de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito
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público, de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador.
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Transportando tal ensinamento para o caso em questão, no qual, de acordo com a
alegação do requerente, vários municípios estão cobrando ISS sobre o mesmo fato gerador, com
base na mudança do critério espacial levada a cabo pela LC 157/16, responsável por alterar a
competência para arrecadar o imposto devido sobre os serviços descritos no subitem 15.09 e
15.01 da Lista de Serviços, passando para as mãos dos municípios nos quais localizados os
tomadores de serviços e não mais no estabelecimento prestador, vê-se que a legitimidade passiva
para integrar a demanda é, inegavelmente, do ente público que, efetivamente, está exigindo o
tributo,lançando-o de ofício ou retendo-o dos tomadores de serviço localizados no seu
território.
Pois, bem!
Analisando os documentos acostados aos autos pela requerente, nota-se que não
há qualquer lançamento tributário referente ao mencionado ISS em desfavor da requerente pelo
Município de Campinas. Tal situação, reforça-se, vai ao encontro da afirmação trazida ao processo
pela requerente, a qual afirma não possuir estabelecimento prestador de serviços no município de
Campinas, razão suficiente para demonstrar a ausência de exigência de qualquer obrigação
tributária pelo ente público.
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citada, face a sua plena produção de efeitos no período.
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Logo, a exigência do ISS dos tomadores dos serviços localizados no Município de
Campinas durante esse período é completamente válida, não assistindo razão à requerente.
Por fim, cumpre ressaltar, caso alguns tomadores dos serviços prestados pela
requerente estejam procedendo indevidamente à retenção do ISS, o fazem por erro e ilegalidade
somente a eles atribuída, razão pela qual são os legitimados a integrarem a demanda.
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II.2-Do Mérito:
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Em atenção ao princípio da eventualidade, caso os argumentos anteriores não
sejam atendidos, o Município prossegue em sua defesa.
Conforme acima mencionado, após a concessão da cautelar pelo STF nos autos da
ADI 5835/DF para suspender com eficácia “ex nunc” a LC 157/2016 no ponto que altera a
competência para exigir o imposto referente aos serviços previstos no item 15.01 e 15.09 da lista
anexa de serviços, o Município de Campinas, voluntária e internamente, exarou parecer para
ajustar-se à nova situação jurídica, suspendendo a aplicação da LC 179 de 2017, responsável por
aplicar a mudança empreendida pela lei federal no ordenamento jurídico municipal.
os ajustes pertinentes nos Sistemas de Gestão do ISSQN, de forma que, após 04/04/2018, as
disposições da Lei Complementar Municipal nº 157/2016 relativas aos administradores de
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consórcios e arrendamento mercantil (alteração no art. 3º, XXIII da LC 116/03) não mais foram
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aplicadas.
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Assim, por todo o exposto, em razão da não exigência do ISS pelo Município de
Campinas, a ação deve ser julgada totalmente improcedente.
III- Conclusão
Em face de todo exposto, o Município de Campinas requer que a ação seja extinta
sem resolução do mérito, em razão da (1) falta de interesse de agir da requerente, ante a
suspensão dos efeitos da LC 157/2016, com eficácia erga omnes, não havendo mais dúvida quanto
ao sujeito ativo da exação tributária, e da (2) sua ilegitimidade passiva, na medida em que não há
qualquer exigência tributária por sua parte, inexistindo, portanto, o pressuposto autorizador da
consignação em pagamento, em atenção ao artigo 164, inciso III, CTN, qual seja a exigência do
mesmo tributo sobre o mesmo fato gerador por mais de um ente público.
Ademais disso, caso assim não entenda o douto magistrado, que a ação seja julgada
totalmente improcedente, visto que, (3) conforme orientação da Secretaria Municipal de Assuntos
Jurídicos, bem como do Departamento de Receitas Mobiliárias, restou demonstrada a ausência de
exigência de qualquer obrigação principal ou acessória em face dos tomadores e/ou prestadores
de serviços de Campinas já que o teor da LC 157/16 está suspensa em razão da decisão proferida
na ADI 5835/DF, além da requerente não possuir filial no município de Campinas, inviabilizando
qualquer pretensão de constituição do crédito tributário referente ao ISS previsto no item 15.01 e
15.09 da lista anexa da Lei complementar, condenando-se a autora nos ônus sucumbenciais.
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