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Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JOSE JERONIMO NOGUEIRA DE LIMA e Tribunal de Justica do Estado de Sao

Paulo, protocolado em 08/02/2019 às 17:05 , sob o número 10054126620198260053.


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São Paulo
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ..... ª VARA DA FAZENDA


PÚBLICA DA COMARCA DE SÃO PAULO / SP

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1005412-66.2019.8.26.0053 e código 67094C5.
ADRIANO LINO MENDONÇA, brasileiro, casado, R.G. nº 11.09.594 – SSP/SP,
inscrito no CPF/MF nº 014.161.716-06, com domicílio profissional na Rua São Bento, nº
1.725 – Centro – CEP 14801-310 – Araraquara / SP e MATHEUS BORTOLETTO RADDI,
brasileiro, casado, R.G. nº 12.979.720 – SSP/SP, inscrito no CPF/MF nº 080.626.476-41, com
domicílio profissional na Rua São Bento, nº 1.725 – Centro – CEP 14801-310 – Araraquara /
SP (doc. 01), por seus advogados que ao final subscrevem (cfr. instrumento de mandato
anexo), vêm, à presença de V. Exa., propor o presente

MANDADO DE SEGURANÇA PREVENTIVO


COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA

contra ato do EXCELENTÍSSIMO DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO,


com endereço na Rua Boa Vista, n° 200, Centro, São Paulo – SP, CEP 01014-000, autoridade
vinculada a DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO, inscrita no CNPJ sob o nº
08.036.157/0001-89 e sediada na Rua Boa Vista, n° 200, Centro, São Paulo – SP, CEP 01014-
000, com fundamento nas razões a seguir aduzidas:
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1. DOS FATOS

1.1. SÍNTESE DOS FATOS E OBJETO DO WRIT

Os Impetrantes ADRIANO LINO MENDONÇA e MATHEUS BORTOLETTO RADDI


são Defensores Públicos do Estado de São Paulo e suas esposas, respectivamente, Srtas. ANA
CARLA SANTOS e RITA MARTINS GODOY ROCHA RADDI (doc. 02), estão grávidas de 37 (trinta
e sete) semanas, com a seguinte previsão para o parto (declarações médicas instruem a petição
inicial - doc. 03):

PREVISÃO PARA O PARTO


Ana Carla Santos 01 de março de 2019
Rita Martins Godoy Rocha Raddi 28 de fevereiro de 2019

O presente writ objetiva assegurar a prorrogação de 15 dias da licença-


paternidade aos Impetrantes, nos termos da Deliberação CSDP nº 338, de 24 de março de
2017 (doc. 04), editada pelo Conselho Superior da Defensoria Pública no exercício do seu
poder normativo (artigo 31, III da LC nº 988/2006), a pretexto de aplicar o Marco Legal da
Primeira Infância na Entidade como procedeu as demais Instituições do Sistema de Justiça
com as quais guarda simetria (Judiciário e Ministério Público), a qual foi ilegal e
arbitrariamente suspensa por ato do Defensor Público-Geral do Estado de São Paulo (doc. 05).

1.2. DA REGULAMENTAÇÃO DA PRORROGAÇÃO DA LICENÇA-PATERNIDADE


NO ÂMBITO DA DEFENSORIA PÚBLICA: DELIBERAÇÃO CSDP Nº 338, DE 24
DE MARÇO DE 2017

O Conselho Superior da Defensoria do Estado de São Paulo, no exercício da


competência normativa conferida pelo artigo 31, III Lei Complementar nº 988, de 09 de

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janeiro de 2006 (lei orgânica da Defensoria Pública Estadual)1 para deliberar acerca das

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matérias relativas a autonomia funcional e administrativa da Entidade (artigo 31, IV)2, em
especial, o afastamento de seus membros (artigo 31, VII) 3, editou a Deliberação CSDP nº
338, de 24 de março de 2017 regulamentando a concessão da licença-paternidade aos
membros e servidores da Defensoria Pública de São Paulo, de forma a assegurar o
direito a prorrogação por 15 (quinze) dias, além dos 5 (cinco) dias previstos no §1º do
art. 10 do ADCT, conforme verificamos do seu artigo 1º:

“Artigo 1º. Fica assegurado aos membros e servidores da Defensoria Pública do


Estado de São Paulo o direito à prorrogação por 15(quinze) dias do período de licença –
paternidade prevista no § 1º, do artigo 10, do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias da Constituição da República de 1988, nos termos da Lei nº11.770, de 09 de
setembro de 2008, com nova redação que lhe foi dada pela Lei nº 13.257/2016, de 05 de
março de 2016.”

A Deliberação CSDP nº 338/ 2017 guarda seu fundamento de validade na Lei


13.257, de 08 de março de 2016 que, ao instituir o Marco Legal da Primeira Infância com uma
série de programas e iniciativas voltadas ao desenvolvimento integral das crianças desde o
nascimento até os 6 anos, permitiu fosse prorrogada a licença-paternidade por mais 15 dias,
além dos 5 já previstos no artigo 10, §1º do ADCT, iniciativa adotada em continuidade e por
ato normativo pela Administração Federal (Decreto nº 8.737/2016), Judiciário (STF –
Resolução 576/2016 / CNJ – Pedido de Providências nº 0002352-96.2016.2.00.0000) e
Ministério Público (Federal – Portaria 36/2016 / Estadual – Despacho do PGJ de 11.07.16 ).

1.3. DA SUSPENSÃO DA DELIBERAÇÃO CSDP Nº 338/2017 POR ATO DO

DEFENSOR PÚBLICO-GERAL

O Defensor Público-Geral do Estado, por sua vez, ignorando a força normativa


da Deliberação CSDP nº 338/2017 editada com fundamento na autonomia e na competência

1
“III - exercer o poder normativo no âmbito da Defensoria Pública do Estado;”
2
“IV - discutir e deliberar sobre matéria relativa à autonomia funcional e administrativa da Defensoria Pública do
Estado;”
3
“VII - deliberar acerca do afastamento de membro ou servidor da Defensoria Pública do Estado, ressalvada a
hipótese do artigo 150, inciso V, desta lei complementar;"

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normativa conferida ao Conselho Superior da Defensoria Pública (incisos III e IV da LC nº

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988/2006), proferiu ato determinando a suspensão da norma (doc. 05) com base no
Parecer AJ nº 104/2017 (doc. 04) que, não obstante destacar que a prorrogação da licença-
paternidade tem sido efetivada no âmbito das diversas instituição públicas por atos
normativos, em especial do sistema de Justiça (Judiciário e MP), condicionou a extensão do
benefício aos membros e servidores da Defensoria Pública Estadual a existência de lei em
sentido estrito, conforme trechos de interesse abaixo transcrito:

“9 - Fixada esta premissa, uma ponderação adicional se mostra conveniente, eis


que questionada a aplicabilidade da Deliberação CSDP n. 338/2017 em face da ausência
de lei em sentido estrito. Neste particular, mostra-se pertinente analisar a evolução da
normativa infralegal de outras instituições do sistema de justiça no que se refere à
prorrogação da licença-paternidade.
10 - De fato, entre o entendimento administrativo inicialmente fixado no Parecer n.
96/2016 (datado de 30 de março de 2016) e a edição da Deliberação CSDP n. 338/2017,
de 24 de março de 2017, sobrevieram atos normativos infralegais que estenderam a
licença-paternidade, a despeito da inexistência de lei federal ou estadual a respeito.
11 – Dentre estes atos, cabe destacar o Decreto n. 8.737, de 03 de maio de 2016
(anexo II), que garantiu a prorrogação da licença aos servidores públicos federais,
valendo registrar, no mesmo sentido, a edição da Resolução CNJ n. 576, de 19 de abril
de 2016 (anexo III), a Portaria PGR n. 36, de 28 de abril de 2016 (anexo IV) e a
Recomendação CNMP n. 38, de 26 de julho de 2016 (anexo V).
(...)
13 – Assim, não obstante a inexistência de lei, este cenário denota uma tendência
de prorrogação da licença-paternidade por atos normativos internos, cujas legalidades
não foram ainda questionadas, ao que se tem notícia.
14 – Diante deste contexto, é possível concluir que ainda permanece um cenário de
duvidosa legalidade da Deliberação CSDP n. 338/2017, permeado, de um lado, pela
ausência de lei e, de outro, pela superveniência de outros atos infralegais ainda não
contestados no âmbito judicial ou administrativo.
15 - Por ora, porém, no entender desta Assessoria Jurídica, prepondera o fato de
não haver lei em sentido formal, cuja edição constitui premissa para a regulamentação
interna segura da almejada prorrogação da licença-paternidade. Com efeito, diante de
um cenário em que a legalidade se mostre duvidosa, a cautela na gestão pública
recomenda a adoção do entendimento mais restritivo, à luz dos princípios e limitações
que regem a Administração Pública.” (grifamos)

Deve ser ressaltado que o Parecer AJ nº 104/2017 que fundamentou o ato de


suspensão Deliberação CSDP nº 338/ 2017 não apontou qualquer vício de natureza formal ou
material que invalidasse a norma, pelo contrário, numa análise da “(...) evolução da normativa

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infralegal de outras instituições do sistema de justiça no que se refere à prorrogação a

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licença paternidade”, “(...) sobrevieram atos normativos infralegais que estenderam a
licença-paternidade, a despeito de lei federal ou estadual a respeito”, concluindo existir “(...)
uma tendência de prorrogação da licença-paternidade por atos normativos internos”.

E, nada obstante o parecer não apontar qualquer conclusão acerca da eventual


vício de legalidade formal ou material da norma objeto da análise, o opinativo em questão
coloca a Deliberação CSDP nº 338/ 2017 num peculiar estado de suspeição “por não haver lei
em sentido formal” e, com fundamento numa suposta “cautela” sugeriu a “suspensão da
aplicação imediata” da norma, o que foi acolhido pelo Defensor Público-Geral do Estado.

No entanto, conforme será detidamente demonstrado a seguir, a Deliberação


CSDP nº 338/2017 editada pelo Conselho Superior da Defensoria Pública com fundamento na
competência normativa conferida pelo artigo 31, III Lei Complementar nº 988, de 09 de
janeiro de 2006 (lei orgânica da Defensoria Pública Estadual)4, não está inquinada de qualquer
ilegalidade formal ou material a autorizar sua suspensão, pois, não há qualquer óbice legal ou
principiológico a regulamentação da Lei 13.257/2016 que instituiu o Marco Legal da Primeira
Infância por ato normativo interno como, aliás, procederam outras instituições congêneres5.

2. DO DIREITO
2.1. DA LEI 13.257, DE 08 DE MARÇO DE 2016 - MARCO LEGAL DA

PRIMEIRA INFÂNCIA – VIABILIDADE MATERIAL

A Lei 11.770, de 9 de setembro de 2008 – que criou o programa empresa


cidadã, instituiu a possibilidade de prorrogação da licença-maternidade para 60 (sessenta) dias
às mães trabalhadoras do setor privado, hipótese que foi considerada para o setor público:

4
“III - exercer o poder normativo no âmbito da Defensoria Pública do Estado;”
5
Judiciário (STF – Resolução 576/2016 / CNJ – Pedido de Providências nº 0002352-96.2016.2.00.0000) e
Ministério Público (Federal – Portaria 36/2016 / Estadual – Despacho do PGJ de 11.07.16).

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“Art. 1º - É instituído o Programa Empresa Cidadã, destinado a prorrogar por 60


(sessenta) dias a duração da licença-maternidade prevista no inciso XVIII do caput do

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art. 7o da Constituição Federal.
(...)
Art. 2º - É a administração pública, direta, indireta e fundacional, autorizada a
instituir programa que garanta prorrogação da licença-maternidade para suas
servidoras, nos termos do que prevê o art. 1o desta Lei. (grifamos)

A Lei 13.257 / 2016 instituiu Marco Legal da Primeira Infância com uma série
de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento integral das crianças desde o nascimento até
os 6 anos de idade, tendo como premissa fundamental a “(...) relevância dos primeiros anos
no desenvolvimento infantil e no desenvolvimento do ser humano” (artigo 1º)”, consagrando o
postulado da proteção integral previsto no artigo 227 da CF de 1988 e artigo 4º da Lei nº
8069/90 (ECA) que passa, necessariamente, pelo reconhecimento da importância da
convivência da criança com a figura paterna nos primeiros dias de vida.

Nesse sentido, a Lei 13.257/2016 visando estimular o fortalecimento desse


vínculo nos primeiros dias de vida alterou o artigo 1º da Lei 11.770/2008 que criou o
programa empresa cidadã, tornando possível a prorrogação da licença-paternidade por 15
quinze dias, além dos 5 dias previstos no artigo 10, §1º do ADCT:

“Art. 1o É instituído o Programa Empresa Cidadã, destinado a prorrogar:


I - por 60 (sessenta) dias a duração da licença-maternidade prevista no inciso
XVIII do caput do art. 7º da Constituição Federal;
II - por 15 (quinze) dias a duração da licença-paternidade, nos termos desta Lei,
além dos 5 (cinco) dias estabelecidos no § 1o do art. 10 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias
(...)
Art. 2o É a administração pública, direta, indireta e fundacional, autorizada a
instituir programa que garanta prorrogação da licença-maternidade para suas servidoras,
nos termos do que prevê o art. 1o desta Lei.”

O artigo 2º da Lei 11.770/2008 que permitiu à Administração Pública estender o


auxílio-maternidade a suas servidoras, não chegou a ser alterado pela novatio legis, o que
gerou a controvérsia acerca da aplicabilidade ou não da prorrogação a licença-paternidade dos
servidores públicos.

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Ocorre que, não obstante a manutenção da antiga redação do artigo 2º da Lei
11.770/2008 com os termos “licença-maternidade” e “servidoras”, é certo que este dispositivo,
faz remissão expressa ao artigo 1º da mesma norma, com a alteração dada Lei nº 13.257/ 2016,
de forma que não há outra interpretação possível senão a de que o mencionado dispositivo
teve o fim de viabilizar não só a prorrogação da licença-maternidade das servidoras públicas
como também da licença-paternidade, por uma razão muito simples, a época da edição da Lei
11.770/2008 o benefício ali instituído era destinado exclusivamente as mulheres.

Ainda, não podemos ignorar a finalidade da alteração procedida pela Lei nº


13.257/ 2016 de viabilizar a extensão de igual direito aos servidores públicos, sejam eles
homens ou mulheres, conforme premissa claramente evidenciada no Parecer ao Projeto de Lei
que deu origem a Lei 13.257/2016 (PL nº 6.998/2013 – doc. 06) do Deputado João Ananias,
onde foi contextualizado o papel do pai no atual modelo familiar que, rompendo com o antigo
padrão de “provedor” de natureza eminentemente machista, equipara-se a figura da mulher na
assunção conjunta da atenção primária do recém-nascido e da criança pequena:

“14. Condições facilitadoras do exercício da paternidade. O significado relevante


do papel do pai no cuidado e educação dos filhos é sobejamente conhecido. Fatores
históricos, culturais e econômicos explicam por que os homens têm progressivamente
deixado essa função ao encargo quase exclusivo da mulher. O modelo patriarcal ou
machista de família e cuidado dos filhos relegou o papel do homem à função de provedor
material, caracterizando a atenção primária e primordial ao recém-nascido e à criança
pequena como uma atribuição feminina.
O fenômeno vem sofrendo perceptível reversão, porém medidas na área da
educação, da saúde, do trabalho, entre outras, são necessárias para que os homens
possam efetivamente estar por mais tempo, e nos momentos mais cruciais, junto de seus
filhos pequenos, simultaneamente ou alternadamente com a mulher.
Este Projeto de Lei está atento à importância da convivência da criança com a
figura paterna, da criação de vínculo com o pai e do suporte que ele pode dar à mãe no
cuidado do filho. Pode-se dizer que é um direito moderno da criança que sua mãe tenha
companhia nos momentos das consultas pré-natais, durante o parto e no pós-parto.
Licença paternidade: A CF define esse direito no art. 7º XIX e o fixa
provisoriamente em 5 dias, até que a lei venha discipliná-lo (art.10 § 1º do ADCT). Este
Projeto de Lei toma a iniciativa de disciplinar a licença paternidade em trinta dias (art.
34 deste PL), nos moldes do Programa Empresa Cidadã, criado pela Lei nº 11.770/2008.

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Essa licença prorrogada é estendida à empregada e ao empregado que adotar ou obtiver


guarda judicial para fins de adoção.

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Direito de não comparecer ao serviço sem prejuízo do salário para acompanhar a
gestante às consultas de pré-natal e pediátricas: mediante emenda ao art. 473 da CLT,
são concedidos até dois dias para acompanhar consultas médicas e demais exames
complementares durante o período de gravidez de sua esposa ou companheira e um dia
por ano para acompanhar filho de até seis anos em consulta médica (art. 33 do
Substitutivo). Não fosse por outra razão, a presença do pai ou companheiro nesses
momentos fortalece a díade mãe/bebê, porque dá mais segurança à gestante, à
parturiente, à mãe. O famoso pediatra e psicanalista Donald Winnicott chamou a
atenção para esse aspecto da relação pai/mãe/bebê: a presença do companheiro dá à
mãe maior segurança e a libera de algumas ações para ficar mais livre para seu bebê.
Este, talvez, seja um dos avanços com efeitos mais profundos na formação das
crianças em nosso País. Ao mesmo tempo em que é uma resposta a demandas crescentes
na sociedade, é uma possibilidade de abrir espaço a uma convivência familiar
integradora e estabilizadora das relações intrafamiliares.”

Excelência, não há qualquer razão para eventual discrimen que inviabilize a


aplicação da licença-paternidade aos servidores públicos, tendo em vista que a redação do
artigo 2º da Lei 11.770/2008 com os termos “licença-maternidade” e “servidoras” faz remissão
ao artigo 1º da mesma norma, com a alteração dada Lei nº 13.257/ 2016, que teve o fim de
viabilizar não só a prorrogação da licença-maternidade como também da licença-paternidade,
pois, a é época da edição da Lei 11.770/2008 o benefício ali instituído era destinado
exclusivamente às mulheres.

Ratifica a aplicabilidade do artigo 2º da Lei 11.770/2008 também aos servidores


públicos, a natureza do bem jurídico tutelado no mencionado dispositivo, qual seja, a proteção
integral a criança decorrente do artigo 227 da CF de 1988 e artigo 4º da Lei nº 8069/90 (ECA),
por meio da prorrogação tanto do auxílio-maternidade quanto do auxílio-paternidade.

Nesse sentido, oportuna a lição de José Joaquim Gomes Canotilho 6 que, ao


conceituar a aplicabilidade do princípio da máxima efetividade das normas constitucionais a
esfera dos direitos fundamentais, como é o caso dos autos, imprimiu conclusão de lhes atribuir
interpretação que reconheça a maior eficácia:

6
CANOTILHO, J. J. Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. 7. ed. Coimbra: Almedina, 1997. p.
1224

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“(...) também designado por princípio da eficiência ou princípio da interpretação
efetiva, pode ser formulado da seguinte maneira: a uma norma constitucional deve ser
atribuído o sentido que maior eficácia lhe dê. E um princípio operativo em relação a
todas e quaisquer normas constitucionais, e embora a sua origem esteja ligada à tese da
atualidade das normas programáticas (Thoma), é hoje sobretudo invocado no âmbito dos
direitos fundamentais (no caso de dúvidas deve preferir-se a interpretação que
reconheça maior eficácia aos direitos fundamentais)” (CANOTILHO, J. J. Gomes.
Direito Constitucional e Teoria da Constituição. 7. ed. Coimbra: Almedina, 1997. p.
1224).

Assim, sob o aspecto material, a Deliberação CSDP nº 338/ 2017 andou bem ao
estender para os servidores públicos vinculados a Defensoria Pública a regra inerente a
proteção a paternidade, mediante a possibilidade de prorrogação da licença respectiva, na
medida em que o princípio da máxima efetividade das normas constitucionais em matéria de
direitos fundamentais não autoriza intepretação restritiva e discriminatória ao artigo 2º da Lei
11.770/2008 que reduza a proteção apenas a licença-maternidade das servidoras públicas, pois,
tal entendimento implica em verdadeiro retrocesso no exercício amplo do direito social da
licença-paternidade e afronta proteção integral a criança prevista no artigo 227 da CF de 1988
e artigo 4º da Lei nº 8069/90 (ECA).

2.2. DA REGULAMENTAÇÃO DA PRORROGAÇÃO DA LICENÇA-PATERNIDADE


POR ATO NORMATIVO AOS SERVIDORES VINCULADOS A OUTRAS

INSTITUIÇÕES PÚBLICAS / SISTEMA DE JUSTIÇA / SIMETRIA

Foi exatamente sob o móvel de conferir máxima efetividade a proteção da


paternidade, direito social com reflexos diretos na obrigação estatal de conferir proteção
integral a criança em função do previsto no artigo 227 da CF de 1988 e artigo 4º da Lei nº
8069/90 (ECA), que o Poder Executivo Federal (Decreto nº 8.737/2016), Judiciário (STF –
Resolução 576/2016 / CNJ – Pedido de Providências nº 0002352-96.2016.2.00.0000) e
Ministério Público (Federal – Portaria 36/2016 / Estadual – Despacho do PGJ de 11.07.16)
regulamentaram por ato normativo a prorrogação da licença-paternidade por mais 15 dias,
além dos 5 já previstos no artigo 10, §1º do ADCT.

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 PODER EXECUTIVO FEDERAL – DECRETO Nº 8.737, DE MAIO DE 2016 (DOC.
07):

“DECRETO Nº 8.737, DE 3 DE MAIO DE 2016


A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o
art. 84, caput, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei nº 11.770, de
9 de setembro de 2008,
DECRETA:
Art. 1º Fica instituído o Programa de Prorrogação da Licença Paternidade
para os servidores regidos pela Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990.” (grifamos)

 JUDICIÁRIO (DOC. 07)

PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS Nº 0002352-96.2016.2.00.0000


“Diante do exposto, defiro, ad referendum do Plenário, parcialmente o
pedido liminar, a fim de reconhecer a possibilidade de os Tribunais e demais órgãos do
Poder Judiciário prorrogarem a licença-paternidade de seus magistrados e servidores
por 15 (quinze) dias, nos termos da Lei 11.770/2008, com as modificações da Lei
13.257/16, mediante edição do respectivo ato administrativo.
Dê-se ciência desta decisão a todos os Tribunais e demais órgãos do Poder
Judiciário submetidos ao controle administrativo deste CNJ. (grifamos)

RESOLUÇÃO Nº 576, DE 19 DE ABRIL DE 2016


“O PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, no uso de
sua competência no uso das atribuições que lhe confere o art. 363, I, do Regimento
Interno,
(...)
CONSIDERANDO a Lei nº 11.770, de 9 de setembro de 2008, alterada
pela Lei nº 13.257, de 8 de março de 2016;
Art. 5º É garantida ao servidor a prorrogação da licença-paternidade por
15 (quinze) dias, sem prejuízo da remuneração.” (grifamos)

 MINISTÉRIO PÚBLICO (DOC. 07)


(Federal)

“Portaria Nº 36, De 28 De Março De 2016.


O PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA, no uso das atribuições legais
conferidas pelo art. 26, incisos VIII e XIII, da Lei Complementar nº 75, de 20/5/1993, e

10
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JOSE JERONIMO NOGUEIRA DE LIMA e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 08/02/2019 às 17:05 , sob o número 10054126620198260053.
fls. 11

tendo em vista as disposições dos arts. 7º, inciso XIX, e 39, §3º, da Constituição Federal de
1988, da Lei nº 11.770, de 9/9/2008, e da Lei nº 8.112, de 11/12/1990, e o que consta no

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1005412-66.2019.8.26.0053 e código 67094C5.
Processo Administrativo PGR/MPF nº 1.00.000.004225/2016-55, resolve:
Art. 1º A licença-paternidade dos membros e servidores do Ministério
Público da União, concedida nos casos de nascimento, adoção ou guarda judicial para fins
de adoção, é de 5 (cinco) dias, prorrogáveis por mais 15 (quinze).”

(Estadual)

“IV - DESPACHOS
Despacho do Procurador-Geral de Justiça de 11-7-2016
Protocolado n. 78.774/16
Interessado: Vitor Rodrigues Leal
Objeto: prorrogação de licença-paternidade
Trata-se de requerimento formulado por VITOR RODRIGUES
LEAL, Analista de Promotoria do MP/SP, em que solicita a prorrogação de
licença-paternidade pelo prazo de 15 dias.
A Douta Subprocuradoria-Geral de Justiça Jurídica opinou pelo deferimento
do pedido e a atribuição de efeito normativo à decisão.
Adotando esse parecer como razão de decidir, defiro o pedido, e atribuo
efeito normativo a esta decisão para os eventos futuros relativos a membros e servidores do
Ministério Público.
Adiciono que assim decido por me alinhar às políticas públicas de prestígio e
proteção à primeira infância que deve ser estendida ao setor público para evitar que haja
tutela deficiente de direito fundamental.”

Como visto, a interpretação restritiva e discriminatória do artigo 2º da Lei


11.770/2008, que reduz a proteção apenas a licença-maternidade das servidoras públicas foi
repelida pelo Poder Executivo Federal (Decreto nº 8.737/2016), Judiciário (STF –
Resolução 576/2016 / CNJ – Pedido de Providências nº 0002352-96.2016.2.00.0000) e
Ministério Público (Federal – Portaria 36/2016 / Estadual – Despacho do PGJ de 11.07.16)
por ato normativo.

Sob este aspecto, não podemos ignorar que o §4º ao artigo 134 da Constituição
Federal7, com a redação conferida pela EC nº 80/2014, explicitou os princípios aplicáveis a
Defensoria Pública (unidade, indivisibilidade e independência funcional), assegurando, “no

7
“§ 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional,
aplicando-se também, no que couber, o disposto no art. 93 e no inciso II do art. 96 desta Constituição Federal.”

11
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fls. 12

que couber, o disposto no art. 93 e no inciso II do artigo 96 da Constituição Federal”, de

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forma a equiparar o regime jurídico da Defensoria Pública a Magistratura e ao Ministério
Público.

A Defensoria Pública possui o mesmo status constitucional da Magistratura e


Ministério Público enquadrando-se na categoria de agentes políticos, sendo que a equiparação
entre os regimes jurídicos dos Defensores Públicos a Magistratura e Ministério Público “no
que couber” (artigo 134, §4º da CF de 1988), viabiliza que a instituição regulamente a
prorrogação do auxílio-paternidade aos seus servidores por ato normativo assim como
procedeu as demais instituições que, a semelhança da Defensoria Pública, possui autonomia
administrativa e funcional (artigo 134, §2º da CF de 1988).

Nesse sentido, digno de menção a brilhante sentença recentemente proferida nos


autos nos autos do processo nº 1012468-87.2018.8.26.0053, em caso idêntico ao presente, em
que a Ilustre Magistrada Nandra Martins Da Silva da 4º Vara do Juizado Especial da
Fazenda Pública da Comarca da Capital / SP, houve por bem julgar procedente o pedido
de prorrogação da licença-paternidade do Defensor Público, fundamentando pela
arbitrariedade do ato que motivou a suspensão dos efeitos da Deliberação 388 de 2017, in
verbis:

“A arbitrariedade que motivou a suspensão dos efeitos da deliberação


de órgão legítimo da Defensoria é clara e não pode prevalecer sobre os direitos dos
servidores. A suspensão de normas e deliberações não é ato de simples vontade ou
desejo, mas deve ser devidamente motivada, a fim de se garantir os direitos
constitucionais dos indivíduos.
E mais, deve-se sempre ter em mente a proteção à criança, que
certamente merece todo o apoio de seu pai quando do seu nascimento, bem como à
mãe, razão pela qual a licença paternidade pelo período de 20 dias mostra-se como
necessária e fundamental à família. Portanto, a suspensão unilateral e arbitrária do
Chefe da Defensoria não merece prosperar no caso em tela.
Ante o exposto, e o que mais consta dos autos, JULGO PROCEDENTE
a presente ação nos termos do artigo 487, inciso I, do Código de Processo Civil, para

12
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fls. 13

determinar que a ré conceda a prorrogação da licença paternidade do autor, nos


termos dispostos na peça inicial, confirmando a tutela concedida..” 8 - grifamos.

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1005412-66.2019.8.26.0053 e código 67094C5.
Assim, é certo que os referidos atos normativos editados de forma ostensiva
pelas diversas instituições públicas, especialmente do sistema de Justiça com as quais a
Defensoria Pública guarda simetria constitucional, avalizam a possibilidade do Conselho
Superior da Defensoria Pública regulamentar a prorrogação do auxílio-paternidade por ato
normativo, como efetivamente realizou por ocasião da edição da Deliberação CSDP nº 338/
2017.

2.3. DA NORMATIZAÇÃO DA LICENÇA-PATERNIDADE PELO CONSELHO


SUPERIOR DA DEFENSORIA PÚBLICA / REGULARIDADE FORMAL E

MATERIAL DA DELIBERAÇÃO CSDP Nº 338/ 2017 / IMPOSSIBILIDADE DE

SUSPENSÃO DE SUA EFICÁCIA POR ATO DO DPG

A Deliberação CSDP nº 338 / 2017 que assegurou a prorrogação da licença-


paternidade aos membros e servidores da Defensoria Pública de São Paulo por 15 (quinze)
dias, além dos 5 (cinco) dias previstos no §1º do art. 10 do ADCT 9, foi editada pelo Conselho
Superior da Defensoria do Estado de São Paulo no exercício da competência normativa
conferida pelo artigo 31, III Lei Complementar nº 988, de 09 de janeiro de 2006 (Lei orgânica
da Defensoria Pública Estadual)10 para deliberar acerca das matérias relativas a autonomia
funcional e administrativa da Entidade (artigo 31, IV)11, em especial, o afastamento de seus
membros (artigo 31, VII)12.

8
Processo 1012468-87.2018.8.26.0053 – 4ª Vara da Fazenda Pública da Comarca da Capital /SP – Juíza Nandra
Martins Da Silva Machado – Dje 22.11.2018
9
“Artigo 1º. Fica assegurado aos membros e servidores da Defensoria Pública do Estado de São Paulo o direito à
prorrogação por 15(quinze) dias do período de licença – paternidade prevista no § 1º, do artigo 10, do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição da República de 1988, nos termos da Lei nº11.770, de 09
de setembro de 2008, com nova redação que lhe foi dada pela Lei nº 13.257/2016, de 05 de março de 2016.”
10
“III - exercer o poder normativo no âmbito da Defensoria Pública do Estado;”
11
“IV - discutir e deliberar sobre matéria relativa à autonomia funcional e administrativa da Defensoria Pública do
Estado;”
12
VII - deliberar acerca do afastamento de membro ou servidor da Defensoria Pública do Estado, ressalvada a
hipótese do artigo 150, inciso V, desta lei complementar;

13
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fls. 14

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1005412-66.2019.8.26.0053 e código 67094C5.
Veja Excelência que, no plano formal, o Conselho Superior da Defensoria
Pública é o órgão colegiado com a competência normativa para deliberar acerca das matérias
de interesse da instituição, especialmente as relacionadas aos afastamentos dos seus membros
(art. 31, VII da LC nº 988/2006).

No que respeita ao aspecto material da Deliberação CSDP nº 338/ 2017, é certo


que o controle de legalidade do ato normativo foi devidamente realizado pelo colegiado que
analisou a questão de forma exaustiva para, ao final, votar favoravelmente a normatização da
questão, conforme verificamos do fundamentado voto vencedor da lavra do Ilustre Relator
Defensor Público Lúcio Mota do Nascimento (doc. 04).

O Defensor Público-Geral, por sua vez, determinou “(...) a suspensão da


aplicação da Deliberação CSDP nº 338, de 24 de março de 2017”, no entanto, referido ato
simplesmente esvaziou o poder normativo que é atribuído de forma exclusiva ao Conselho
Superior da Defensoria (art. 31, III da LC 988/2006), do qual o Defensor Público-Geral tem
assento na qualidade de membro nato (art. 19, VI da LC 988/2006), com direito a voto e
inclusive possibilidade de influir na decisão dos demais integrantes do colegiado.

Ou seja, restando vencido no Conselho Superior da Defensoria Pública por


ocasião da votação da proposta que deu origem a Deliberação CSDP nº 338/2017, o Defensor
Público-Geral decidiu inovar, fazendo valer sua vontade mediante a posterior suspensão do ato
normativo, num expediente ilegal e arbitrário que na prática garante a ele superpoderes de
fazer valer apenas os atos normativos que sejam de seu interesse.

Acerca da questão, digno de menção a brilhante decisão, recentemente proferida


nos autos do processo nº 1026047-82.2018.8.26.0577, em caso idêntico ao presente, em que a
Ilustre Juíza Dra. Marise Terra Pinto Bourgogne De Almeida, do Anexo do Juizado Especial
da Fazenda Pública da Comarca de São José dos Campos / SP, houve por bem julgar

14
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fls. 15

procedente o feito, prorrogando a licença-paternidade do autor em 15 dias além dos 5

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1005412-66.2019.8.26.0053 e código 67094C5.
previstos na legislação:

“Insta salientar que o CSDP tem competência normativa conferida pelo artigo
31,III Lei Complementar nº 988, de 09 de janeiro de 2006 (Lei Orgânica da Defensoria
Pública Estadual), bem como é o órgão colegiado competente para deliberar acerca das
matérias de interesse da instituição, inclusive as relacionadas aos afastamentos dos seus
membros (art. 31, VII da LC nº 988/2006).
Diante de todo exposto, evidente a ilegalidade do ato Defensor Público Geral que
suspendeu a aplicação da Deliberação CSDP nº 338, de 24 de março de 2017, eis que,
inclusive, afastou unilateralmente o ato do colegiado.
(...)
Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido, confirmando a tutela de
urgência, condenar a Fazenda Pública do Estado de São Paulo a conceder prorrogar a
licença-paternidade do autor em 15 (quinze) dias, totalizando 20 (vinte) dias, nos termos
da Deliberação338/2017 do Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado de São
Paulo. ”13 - grifamos

Assim, é certo que o ato do Defensor Público-Geral do Estado de São Paulo que
determinou “(...) a suspensão da aplicação da Deliberação CSDP nº 338, de 24 de março de
2017”, é ilegal e arbitrário por representar restrição do poder normativo conferido pelo artigo
31, III da LC nº 988/2006 ao Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado de São
Paulo de editar normas válidas e eficazes no interesse da instituição, pois, inexiste na hipótese
qualquer prerrogativa ao Defensor Público-Geral de, além de participar do exame de
legalidade do ato na qualidade de membro nato do órgão colegiado com direito a voto (art. 19,
VI da LC 988/2006), realizar o reexame da legalidade do ato posteriormente a sua edição,
através da suspensão da sua eficácia, como procedeu na hipótese dos autos, fazendo valer sua
posição de forma ilegal e arbitrária.

3. DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA

Presentes na espécie os requisitos previstos no artigo 300 do CPC, ou seja, “(...)


a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo”,
13
Processo nº 1026047-82.2018.8.26.0577 Anexo do Juizado Especial da Fazenda Pública da Comarca de São José
dos Campos / SP, Juíza Marise Terra Pinto Bourgogne de Almeida, Dje. em 17.12.2018).

15
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fls. 16

impõe-se a concessão da tutela de urgência, liminarmente, de forma a assegurar a prorrogação

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1005412-66.2019.8.26.0053 e código 67094C5.
da licença-paternidade dos Impetrantes por 15 (quinze) dias, além dos 5 (cinco) dias previstos
no §1º do art. 10 do ADCT, conforme prevê o artigo 1º do referido ato normativo14, ilegal e
arbitrariamente suspenso pelo Defensor Público-Geral do Estado de São Paulo.

Com relação ao “(...) perigo de dano” a que os Impetrantes estão sujeitos, deve
ser considerado que suas esposas estão grávidas de 37 (trinta e sete) semanas respectivamente,
as quais estão com o parto previsto para 01 de março de 2019, no caso da Sra. Ana Carla
Santos, e 28 de fevereiro de 2019, no caso da Sra. Rita Martins Godoy Rocha Raddi,
conforme verificamos nas Declarações Médicas que instruem a petição inicial (doc. 03),
assim, caso a liminar não seja deferida, os recém-nascidos serão privados de participar da
convivência com a figura paterna nos seus primeiros anos de vida, o que ocorrerá em prejuízo
da formação das crianças e do dever de cuidado primário que na atual sociedade moderna é
compartilhado de forma igualitária entre os cônjuges.

No que respeita “a probabilidade do direito”, tem-se que tal requisito foi


devidamente demonstrado, pois, não há qualquer ilegalidade na Deliberação CSDP nº 338 /
2017 que regulamentou no âmbito da Defensoria Pública a regra inerente à proteção a
paternidade, mediante a possibilidade de prorrogação da licença respectiva, na medida em que
o princípio da máxima efetividade das normas constitucionais em matéria de direitos
fundamentais não autoriza intepretação restritiva e discriminatória ao artigo 2º da Lei
11.770/2008 que reduza a proteção apenas à licença-maternidade das servidoras públicas, pois,
tal entendimento implica em verdadeiro retrocesso no exercício amplo do direito social da
licença-paternidade e afronta proteção integral a criança prevista no artigo 227 da CF de 1988
e artigo 4º da Lei nº 8069/90 (ECA).

14
“Artigo 1º. Fica assegurado aos membros e servidores da Defensoria Pública do Estado de São Paulo o direito à
prorrogação por 15(quinze) dias do período de licença – paternidade prevista no § 1º, do artigo 10, do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição da República de 1988, nos termos da Lei nº11.770, de 09
de setembro de 2008, com nova redação que lhe foi dada pela Lei nº 13.257/2016, de 05 de março de 2016.”

16
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fls. 17

Nesse sentido, digno de menção, decisões proferidas nos Juizados Fazendários,

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as quais concederam aos Defensores Públicos a antecipação dos efeitos da tutela, de forma a
assegurar a prorrogação da licença-paternidade por 15 (quinze) dias, além dos 5(cinco) dias
previstos no §1º do artigo 10 do ADCT ante a urgência (doc. 08):

“(...)Por outro lado, aparentemente, há duvidas quanto a legalidade do ato


Defensor Público Geral que suspendeu a aplicação da Deliberação CSDP nº 338, de 24
de março de 2017, eis que afastou unilateralmente o ato do colegiado. Ao certo que tal
matéria cinge-se ao mérito, devendo ser discutida no curso do processo. Entretanto, a
esposa do autor está gravida de 36 meses, com data marcada para o parto em 02 de
setembro de 2017, não podendo o autor aguardar o tramite processual até a sentença,
sob pena de perda superveniente do objeto da ação. Ou seja, necessário o deferimento da
liminar para os fins de dar efetividade ao direito postulado. (...)Isto posto, defiro o
pedido liminar para os fins de deferir prorrogação da sua licença-paternidade por 15
(quinze) dias, além dos 5 (cinco) dias previstos no §1º do art. 10 do ADCT, tal qual
pleiteado liminarmente” (Processo nº 1000033-47.2019.8.26.0344, Juiz Walmir Idalêncio
Dos Santos Cruz, Vara do Juizado Especial da Fazenda Pública de Marília / SP DJ.
10.01.2019).

“(...)Pois bem. Tendo em vista a competência do Conselho Superior da Defensoria


Pública para editar atos como a Deliberação CSDP 338/2017, não há como prevalecer a
suspensão determinada pelo Defensor Público-Geral, notadamente porque significa, de
fato, o estabelecimento de diferenciação arbitrária em relação aos demais servidores
públicos em geral. Ressalte-se, ainda, a iminência do nascimento do filho do autor, haja
vista que sua esposa está na 33ª semana de gestação, com previsão de nascimento para o
dia 21/02/2019 (fl. 26). Neste contexto, DEFIRO a tutela de urgência para garantir ao
requerente a prorrogação da licença-paternidade por mais 15 (quinze) dias, além dos 05
(cinco) já previstos.” (Processo nº 1000115-30.2019.8.26.0554, Juiz Marcelo Franzin
Paulo, 2ª Vara do Juizado Especial da Fazenda Pública de Santo André/SP DJ.
09.01.2019).

“(...) Os documentos juntados na inicial indicam a presença do fumus boni iuris, e


considerando ainda que não há risco de dano reverso, pois se ao final julgado
improcedente o pedido, os descontos ou reposições poderão ser realizados, defiro o
pedido de tutela de urgência para determinar a prorrogação da licença-paternidade do
requerente por 15 dias, além dos cinco já previstos.” (Processo nº 1026047-
82.2018.8.26.0577, Juíza Marise Terra Pinto Bourgogne de Almeida, Anexo do Juizado
Especial da Fazenda Pública de São José dos Campos/SP DJ. 18.10.2018)

“Desta forma, presente a probabilidade do direito do autor. De outra banda,


evidente o perigo de dano por conta de eventual demora na obtenção da tutela pugnada
pelo demandante, dado que o autor e seu filho seriam privados de convívio por 15
(quinze) dias, nos primeiros dias de vida do infante, situação que poderia causar,
especialmente ao recém nascido, danos de natureza irreparável Deste modo, deve a

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fls. 18

tutela de urgência postulada pelo autor ser deferida..” (Processo nº 1003718-


98.2018.8.26.0602, Juiz Leonardo Guilherme Widmann., Vara do Juizado Especial da

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Fazenda Pública de Sorocaba/SP, j. em 20.02.2018).

“Analisando os argumentos do autor e documentos que acompanham a inicial,


verifico que estão presentes os requisitos para a concessão da tutela de urgência. O
perigo de dano decorre do fato de o parto da esposa do requerente estar marcado para a
data provável de 10/02/2018 (fls. 24). Já a probabilidade do direito resta comprovada
pois, em sede de cognição sumária, não parece haver qualquer irregularidade na
Deliberação CSDP nº 338/2017. Assim, DEFIRO a medida de urgência pretendida, com
base no artigo 300, CPC, e determino que a parte requerida prorrogue a licença-
paternidade do autor, nos termos da Deliberação CSDP nº 338/2017.” (Processo nº
1000345-56.2018.8.26.0506, Juíza Lucilene Aparecida Canella de Melo, Anexo de
Juizado Especial da Fazenda Pública de Ribeirão Preto, j. em 22.01.2018).

“(...)O perigo de dano, ao seu turno, encontra-se na iminente possibilidade de


nascimento do filho do autor, haja vista que sua esposa (certidão de casamento – fl. 24)
está na 32ª semana de gestação, com previsão de nascimento para o dia 06/09/2018 (fl.
25). Outrossim, sopesando a concessão ou não da tutela requerida, é certo que mostra-se
mais adequada a sua concessão, considerando que, ao final, se não concedida a
prorrogação da licença, o autor não poderá recuperar o tempo perdido junto ao seu
filho; mas se concedida, e ao final se decidir pela improcedência do pleito, a
Administração poderá descontar os dias não trabalhados. Destarte, DEFIRO o pedido de
tutela para garantir ao requerente a prorrogação da licença-paternidade por mais 15
(quinze) dias, além dos 05 (cinco) já previstos.” (Processo nº 1033464-
09.2018.8.26.0053, Juíza Nandra Martins Da Silva Machado, 4ª Vara do Juizado
Especial da Fazenda Pública da Capital/SP DJ. 11.07.2018)

“(...)Ademais, nos termos do artigo 19 da LCE nº 988/2006, não há previsão ao


Defensor Público-Geral do Estado para suspender e/ou revogar as deliberações do
Conselho Superior – órgão esse do qual faz parte, como membro nato – e que preside
(artigo 26, I, LCE n. 988/2006). Por seu turno, a urgência decorre da iminente
possibilidade de nascimento do filho do autor, tendo em vista que sua esposa está na 30º
semana de gestação, com previsão de nascimento para o dia 28/07/2018, conforme se
infere do relatório médico acostado às fl. 26. Desse modo, defiro o pedido liminar para
que seja prorrogada a licença-paternidade, a ser concedida ao autor, por 15 (quinze)
dias, além dos 5 (cinco) dias previstos no § 1º do art. 10 do ADCT. (Processo nº
1028066-81.2018.8.26.0053, Juiz Murillo D'Avila Vianna Cotrim, 2ª Vara do Juizado
Especial da Fazenda Pública da Capital/SP DJ. 11.06.2018)

Ainda, cumpre ressaltar decisão do Colégio Recursal de São Paulo, a qual deu
provimento ao Agravo de Instrumento interposto por Defensor Público, para determinar a

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fls. 19

prorrogação da licença-paternidade por 15 (quinze) dias, além dos 5 (cinco) dias previstos na

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1005412-66.2019.8.26.0053 e código 67094C5.
legislação:

“AGRAVO DE INSTRUMENTO INTERPOSTO CONTRADECISÃO DE


INDEFERIMENTO DE LICENÇAPATERNIDADE DE DEFENSOR PÚBLICO –
EQUIPARAÇÃO A SERVIDOR FEDERAL – DECRETO nº 8737/2016 de 20 DIAS DE
DE LICENÇAPATERNIDADE. RECURSO PROVIDO PARA AFASTAMENTO
POR 20 DIAS DO PARTO.” (AI nº 0101315-13.2018.8.26.9000, 1ª Turma do
Colégio Recursal da Fazenda Pública do Estado de São Paulo - Rel. Heliana
Maria Coutinho Hess – j. em 13.09.2018- grifamos)

Assim, presentes na espécie requisitos previstos no artigo 300 do CPC, ou seja,


“(...) a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo”,
impõe-se a concessão da tutela de urgência, liminarmente, de forma a restabelecer a
efetividade a Deliberação CSDP nº 338, de 24 de março de 2017, ilegal e arbitrariamente
suspensa pelo Defensor Público-Geral, viabilizando aos Defensores Impetrantes a prorrogação
da sua licença-paternidade por 15 (quinze) dias, além dos 5 (cinco) dias previstos no §1º do
art. 10 do ADCT, conforme assegura o artigo 1º do referido ato normativo.

4. DO VALOR DA CAUSA

Finalmente, cumpre ressaltar que o presente writ objetiva a realização de uma


vantagem de natureza não pecuniária, ou seja, a causa não tem conteúdo econômico, de forma
que o valor atribuído à causa tem fins meramente fiscais.

5. CONCLUSÃO E PEDIDO

Ante o exposto, requerem e aguardam os Impetrantes, digne-se:

a) Conceder a ANTECIPAÇÃO DA TUTELA de forma a assegurar a prorrogação


da licença-paternidade dos Impetrantes por 15 (quinze) dias, além dos 5
(cinco) dias previstos no §1º do art. 10 do ADCT, conforme prevê o artigo 1º

19
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JOSE JERONIMO NOGUEIRA DE LIMA e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 08/02/2019 às 17:05 , sob o número 10054126620198260053.
fls. 20

do referido ato normativo15, ilegal e arbitrariamente suspensa pelo Defensor

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Público-Geral do Estado de São Paulo.

b) A notificação da autoridade coatora, EXCELENTÍSSIMO DEFENSOR


PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO, com endereço na Rua Boa
Vista, n° 200, Centro, São Paulo – SP, CEP 01014-000, autoridade
vinculada a Defensoria Pública do Estado de São Paulo, inscrita no CNPJ
sob o nº 08.036.157/0001-89 e sediada na Rua Boa Vista, n° 200, Centro,
São Paulo – SP, CEP 01014-000, para que, querendo, preste as informações
que considere necessárias;

c) Seja julgada PROCEDENTE a presente ação para CONCEDER A SEGURANÇA


PLEITEADA, assegurando o direito dos Impetrantes a prorrogação de suas
licenças-paternidade por 15 (quinze) dias, além dos 5 (cinco) dias previstos
no §1º do art. 10 do ADCT, conforme assegura o artigo 1º da Deliberação
CSDP nº 338, de 24 de março de 2017, reconhecendo a ilegalidade do ato
ilegal e arbitrário do Defensor Público-Geral do Estado de São Paulo que
suspendeu referido normativo;

Requer, por fim, que todas as intimações sejam publicadas em nome dos
procuradores RICARDO INNOCENTI (OAB/SP nº 36.381) MARCO ANTONIO
INNOCENTI (OAB/SP nº 130.329), DANIELA BARREIRO BARBOSA (OAB/SP nº
187.101), JOSÉ JERÔNIMO NOGUEIRA DE LIMA (OAB/SP nº 272.305) e LOURENÇO
GRIECO NETO (OAB/SP nº 390.920) sob pena de nulidade. Protesta-se provar o alegado por
todos os meios de prova em direito admitidos, sem exceção.

15
“Artigo 1º. Fica assegurado aos membros e servidores da Defensoria Pública do Estado de São Paulo o direito à
prorrogação por 15(quinze) dias do período de licença – paternidade prevista no § 1º, do artigo 10, do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição da República de 1988, nos termos da Lei nº11.770, de 09
de setembro de 2008, com nova redação que lhe foi dada pela Lei nº 13.257/2016, de 05 de março de 2016.”

20
para todos os efeitos legais.

OAB/SP Nº 272.305
JOSÉ JERÔNIMO NOGUEIRA DE LIMA
Nestes Termos,

OAB/SP 226.026-E
Pede Deferimento.

CAMILA CARVALHO DA SILVA


São Paulo, 06 de fevereiro de 2019.

OAB/SP Nº 390.928
LOURENÇO GRIECO NETO
fls. 21

Atribui-se ao presente Mandado de Segurança o valor de R$ 1.000,00 (mil reais)

21
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JOSE JERONIMO NOGUEIRA DE LIMA e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 08/02/2019 às 17:05 , sob o número 10054126620198260053.
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1005412-66.2019.8.26.0053 e código 67094C5.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JOSE JERONIMO NOGUEIRA DE LIMA e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 08/02/2019 às 17:05 , sob o número 10054126620198260053.
fls. 22

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1005412-66.2019.8.26.0053 e código 67094CA.
Secretaria da Fazenda
Documento Principal
07 - Data de Vencimento
Adriano Lino Mendonca 10/03/2019
08 - Valor Total
R$ 132,65
03 - CNPJ Base / CPF 04 - Telefone 05 - Quantidade de Documentos Detalhe

014.161.716-06 (11)3291-3355 1
190590009608336
08/02/2019
Via do Banco

01 - 02 - 19 - Qtde
1
190590009608336-0001

Secretaria da Fazenda Documento


Detalhe 230-6 referentes a atos judiciais

15 - Nome do Contribuinte 03 - Data de Vencimento 06 - 09 - Valor da Receita 12 -


10/03/2019 Financeiro
04 - Cnpj ou Cpf
Adriano Lino Mendonca
014.161.716-06 R$ 132,65 R$ 0,00
16 - 05 - 07 - 10 - Juros de Mora 13 -

R$ 0,00 R$ 0,00
18 - 17 - 08 - 11 - Multa de Mora ou 14 - Valor Total
Detalhe

190590009608336-0001
08/02/2019 R$ 0,00 R$ 132,65

Secretaria da Fazenda
Documento Principal
07 - Data de Vencimento
Adriano Lino Mendonca 10/03/2019
08 - Valor Total
R$ 132,65
03 - CNPJ Base / CPF 04 - Telefone 05 - Quantidade de Documentos Detalhe

014.161.716-06 (11)3291-3355 1
190590009608336
08/02/2019
Via do Contribuinte
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JOSE JERONIMO NOGUEIRA DE LIMA e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 08/02/2019 às 17:05 , sob o número 10054126620198260053.
fls. 23
SISBB - SISTEMA DE INFORMACOES BANCO DO BRASIL
08/02/2019 - AUTO-ATENDIMENTO - 11.51.46
7082307082

COMPROVANTE DE PAGAMENTO

CLIENTE: ADRIANO LINO MENDONCA


AGENCIA: 7082-3 CONTA: 5.051-2
================================================
Convenio SEFAZ/SP-AMBIENTEPAG
Codigo de Barras 85800000001-1 32650185111-1
90590009608-8 33620190310-5

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1005412-66.2019.8.26.0053 e código 67094CA.
Banco 001
Data do pagamento 08/02/2019
Nr de controle- Dare-SP 190590009608336
Valor Total 132,65
------------------------------------------------
COMPROVANTE DE PAGAMENTO EMITIDO DE ACORDO COM A
PORTARIA CAT 126 DE 16/09/2011 E AUTORIZADO PELO
PROCESSO SF 38-9078843/2001.
================================================
DOCUMENTO: 020801
AUTENTICACAO SISBB:
8.334.F50.600.212.2E6
================================================
1a via
================================================
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JOSE JERONIMO NOGUEIRA DE LIMA e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 08/02/2019 às 17:05 , sob o número 10054126620198260053.
fls. 24
SISBB - SISTEMA DE INFORMACOES BANCO DO BRASIL
08/02/2019 - AUTO-ATENDIMENTO - 11.51.46
7082307082

COMPROVANTE DE PAGAMENTO

CLIENTE: ADRIANO LINO MENDONCA


AGENCIA: 7082-3 CONTA: 5.051-2
================================================
Convenio SEFAZ/SP-AMBIENTEPAG
Codigo de Barras 85800000001-1 32650185111-1
90590009608-8 33620190310-5

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1005412-66.2019.8.26.0053 e código 67094CA.
Banco 001
Data do pagamento 08/02/2019
Nr de controle- Dare-SP 190590009608336
Valor Total 132,65
------------------------------------------------
COMPROVANTE DE PAGAMENTO EMITIDO DE ACORDO COM A
PORTARIA CAT 126 DE 16/09/2011 E AUTORIZADO PELO
PROCESSO SF 38-9078843/2001.
================================================
DOCUMENTO: 020801
AUTENTICACAO SISBB:
8.334.F50.600.212.2E6
================================================
Via do Contribuinte
================================================
[bb.com.br] - Boleto gerado pelo sistema 2a VIA BOLETO- Oficias de Justiça - São Paulo. 08/02/2019 10:40:43
fls. 25

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JOSE JERONIMO NOGUEIRA DE LIMA e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 08/02/2019 às 17:05 , sob o número 10054126620198260053.
Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1005412-66.2019.8.26.0053 e código 67094CA.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JOSE JERONIMO NOGUEIRA DE LIMA e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 08/02/2019 às 17:05 , sob o número 10054126620198260053.
fls. 26
08/02/2019 - BANCO DO BRASIL - 11:54:36
708207082 0004

COMPROVANTE DE PAGAMENTO DE TITULOS

CLIENTE: ADRIANO LINO MENDONCA


AGENCIA: 7082-3 CONTA: 5.051-2
================================================
BANCO DO BRASIL
------------------------------------------------
00190000090284448000000047454178277990000015918
BENEFICIARIO:

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1005412-66.2019.8.26.0053 e código 67094CA.
SAO PAULO TRIBUNAL DE JUSTICA
NOME FANTASIA:
SAO PAULO TRIBUNAL DE JUSTICA
CNPJ: 51.174.001/0001-93
PAGADOR:
ADRIANO LINO MENDONÇA
CPF: 014.161.716-06
------------------------------------------------
NR. DOCUMENTO 20.802
NOSSO NUMERO 28444800000047454
CONVENIO 02844480
DATA DE VENCIMENTO 13/02/2019
DATA DO PAGAMENTO 08/02/2019
VALOR DO DOCUMENTO 159,18
VALOR COBRADO 159,18
================================================
NR.AUTENTICACAO 4.FFC.6E4.4BF.936.1A7
================================================
Central de Atendimento BB
4004 0001 Capitais e regioes metropolitanas
0800 729 0001 Demais localidades
Consultas, informacoes e servicos transacionais.

SAC
0800 729 0722
Informacoes, reclamacoes e cancelamento de
produtos e servicos.

Ouvidoria
0800 729 5678
Reclamacoes nao solucionadas nos canais
habituais: agencia, SAC e demais canais de
atendimento.

Atendimento a Deficientes Auditivos ou de Fala


0800 729 0088
Informacoes, reclamacoes, cancelamento de
cartao, outros produtos e servicos de Ouvidoria.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JOSE JERONIMO NOGUEIRA DE LIMA e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 08/02/2019 às 17:05 , sob o número 10054126620198260053.
fls. 27

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1005412-66.2019.8.26.0053 e código 67094CA.
Secretaria da Fazenda
Documento Principal
07 - Data de Vencimento
Adriano Lino Mendonca 10/03/2019
08 - Valor Total
R$ 44,34
03 - CNPJ Base / CPF 04 - Telefone 05 - Quantidade de Documentos Detalhe

014.161.716-06 (11)3291-3355 1
190590009608392
08/02/2019
Via do Banco

01 - 02 - 19 - Qtde
1
190590009608392-0001

Secretaria da Fazenda Documento


Detalhe 304-9 SUBSTABELECIMENTO)

15 - Nome do Contribuinte 03 - Data de Vencimento 06 - 09 - Valor da Receita 12 -


10/03/2019 Financeiro
04 - Cnpj ou Cpf
Adriano Lino Mendonca
014.161.716-06 R$ 44,34 R$ 0,00
16 - 05 - 07 - 10 - Juros de Mora 13 -

R$ 0,00 R$ 0,00
18 - 17 - 08 - 11 - Multa de Mora ou 14 - Valor Total
Detalhe

190590009608392-0001
08/02/2019 R$ 0,00 R$ 44,34

Secretaria da Fazenda
Documento Principal
07 - Data de Vencimento
Adriano Lino Mendonca 10/03/2019
08 - Valor Total
R$ 44,34
03 - CNPJ Base / CPF 04 - Telefone 05 - Quantidade de Documentos Detalhe

014.161.716-06 (11)3291-3355 1
190590009608392
08/02/2019
Via do Contribuinte
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JOSE JERONIMO NOGUEIRA DE LIMA e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 08/02/2019 às 17:05 , sob o número 10054126620198260053.
fls. 28
SISBB - SISTEMA DE INFORMACOES BANCO DO BRASIL
08/02/2019 - AUTO-ATENDIMENTO - 11.57.58
7082307082

COMPROVANTE DE PAGAMENTO

CLIENTE: ADRIANO LINO MENDONCA


AGENCIA: 7082-3 CONTA: 5.051-2
================================================
Convenio SEFAZ/SP-AMBIENTEPAG
Codigo de Barras 85840000000-0 44340185111-6
90590009608-8 39220190310-6

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1005412-66.2019.8.26.0053 e código 67094CA.
Banco 001
Data do pagamento 08/02/2019
Nr de controle- Dare-SP 190590009608392
Valor Total 44,34
------------------------------------------------
COMPROVANTE DE PAGAMENTO EMITIDO DE ACORDO COM A
PORTARIA CAT 126 DE 16/09/2011 E AUTORIZADO PELO
PROCESSO SF 38-9078843/2001.
================================================
DOCUMENTO: 020803
AUTENTICACAO SISBB:
3.295.CA3.361.B69.061
================================================
1a via
================================================
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JOSE JERONIMO NOGUEIRA DE LIMA e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 08/02/2019 às 17:05 , sob o número 10054126620198260053.
fls. 29
SISBB - SISTEMA DE INFORMACOES BANCO DO BRASIL
08/02/2019 - AUTO-ATENDIMENTO - 11.57.58
7082307082

COMPROVANTE DE PAGAMENTO

CLIENTE: ADRIANO LINO MENDONCA


AGENCIA: 7082-3 CONTA: 5.051-2
================================================
Convenio SEFAZ/SP-AMBIENTEPAG
Codigo de Barras 85840000000-0 44340185111-6
90590009608-8 39220190310-6

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1005412-66.2019.8.26.0053 e código 67094CA.
Banco 001
Data do pagamento 08/02/2019
Nr de controle- Dare-SP 190590009608392
Valor Total 44,34
------------------------------------------------
COMPROVANTE DE PAGAMENTO EMITIDO DE ACORDO COM A
PORTARIA CAT 126 DE 16/09/2011 E AUTORIZADO PELO
PROCESSO SF 38-9078843/2001.
================================================
DOCUMENTO: 020803
AUTENTICACAO SISBB:
3.295.CA3.361.B69.061
================================================
Via do Contribuinte
================================================

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