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Procuradoria Geral do Município de Belo Horizonte


Gerência de Atividades Tributárias – GEAT-PGM

Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da 9ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de São Paulo/SP

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1023314-66.2018.8.26.0053 e código 77800C0.
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por FLAVIO COUTO BERNARDES, protocolado em 11/07/2019 às 08:54 , sob o número WFPA19703668593 .
PROCESSO N. 1023314-66.2018.8.26.0053

A FAZENDA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE, devidamente


qualificada nos autos dos Embargos à Execução Fiscal em epígrafe, opostos por BANCO
VOLKSWAGEN S/A E OUTRO, vem, respeitosamente, perante V. Ex.ª, apresentar suas
CONTRARRAZÕES AO RECURSO DE APELAÇÃO, interposto contra a r. sentença de fls. 2.563/2.565,
pelos motivos aduzidos nas razões anexas.

Termos em que,
Pede Deferimento.

Belo Horizonte, 3 de julho de 2019.

Flávio Couto Bernardes


Procurador Municipal
OAB/MG 63.291
BM 48.174-6

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Belo Horizonte/MG - CEP 30.130-003
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Gerência de Atividades Tributárias – GEAT-PGM

PROCESSO N. 1023314-66.2018.8.26.0053
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

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APELANTES: BANCO VOLKSWAGEN S/A e OUTRO

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APELADA: FAZENDA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE

CONTRARRAZÕES AO RECURSO DE APELAÇÃO

PELA APELADA,

EGRÉGIO TRIBUNAL,
COLENDA CÂMARA.

I – DA ESPÉCIE DOS AUTOS

1- Trata-se de Ação de Consignação em Pagamento proposta por Banco


Volkswagen S/A e Consórcio Nacional Volkswagen - Administradora de Consórcio LTDA, onde
os ora Apelantes alegam que após a entrada em vigor da Lei Complementar 157/2016 que alterou
a redação da Lei Complementar 116/2003, supostamente criou-se uma nova sistemática para o
recolhimento do ISSQN, sobre a administração de consórcios e o arrendamento mercantil,
alterando o sujeito ativo da obrigação jurídica-tributária do Município do estabelecimento do
prestador, para supostamente o Município do tomador do serviço.

2- A r. sentença proferida pelo juízo primevo julgou improcedentes os pedidos


contidos na exordial, face a flagrante falta de interesse processual dos Apelantes, pois o Plenário
do STF suspendeu a eficácia do artigo 1º da Lei Complementar 157/2016, na parte que modificou
o art. 3º, XXIII, XXIV e XXV, e os § 3º e 4º do art. 6º da Lei Complementar 116/2003, bem como
suspendeu a eficácia de toda legislação local editada para sua direta complementação.

3- Irresignadas, as Apelantes interpuseram recurso de apelação impugnando os


fundamentos da r. sentença, alegando, em suma: i) Incerteza Subjetiva do Credor do ISSQN, ii)
Precariedade da Liminar Concedida e iii) Ausência de Definição do Tomador de Serviço de
Administração de Consórcios.

4- Ocorre, todavia, conforme será demonstrado, que razão não assiste às


Apelantes vez que é flagrante a carência da ação por ausência de interesse processual, razão pela
qual a r. sentença não merece reforma.

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II – DO MÉRITO RECURSAL

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II.1 - DA INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA: CARÊNCIA DA AÇÃO

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5- Ab initio, imperioso destacar que a r. sentença agiu acertadamente ao
extinguir o feito sem resolução de mérito, isto porquê a ação proposta constitui via inadequada
para o fim pleiteado.

6- Conforme consta da clara redação do artigo 164 do Código Tributário


Nacional, as hipóteses de cabimento da consignação judicial de tributos se encontram
taxativamente previstas. Confira-se:

Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser consignada


judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos:
I - de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro
tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória;
II - de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências
administrativas sem fundamento legal;
III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de
tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador.
§ 1º A consignação só pode versar sobre o crédito que o consignante se
propõe pagar.
§ 2º Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado e a
importância consignada é convertida em renda; julgada improcedente a
consignação no todo ou em parte, cobra-se o crédito acrescido de juros de
mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis.

7- Destarte, fica claro que inexiste nos autos: “recusa de recebimento, ou


subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou de penalidade, ou ao cumprimento de
obrigação acessória” (inciso I); exigência “de subordinação do recebimento ao cumprimento de
exigências administrativas sem fundamento legal” (inciso II); e “de exigência, por mais de uma
pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador” (inciso III).

8- Portanto a presente ação de consignação em pagamento não possui


cabimento, tendo em vista que não se amolda as hipóteses previstas no artigo 164 do CTN.

9- Ademais verifica-se que as Apelantes pretendem justificar a consignação


em pagamento do ISSQN incidente sobre suas operações sob o argumento de que haveria dúvida
quanto ao ente credor do tributo, devido à alteração promovida pela LC n. 157/2016.

10 - Contudo em que pese o inconformismo das Apelantes, o STF ao conceder


liminar nos autos da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº. 5.835/DF, movida pela
Confederação Nacional do Sistema Financeiro (CONSIF) e pela Confederação Nacional das
Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização
(CNSEG), suspendeu a eficácia do artigo 1º da Lei Complementar 157/2016, na parte que
modificou o artigo 3º, XXIII, XXIV e XXV, e os §3º e §4º do artigo 6º da Lei Complementar
116/2003, bem como determinou a suspensão da eficácia de toda legislação local editada para sua
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11 - Vejamos trecho da decisão liminar concedida na ADI n.º 5835/DF:

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Diante de todo o exposto: a) com fundamento no art. 10, § 3º, da Lei
9.868/1999 e no art. 21, V,do RISTF, CONCEDO A MEDIDA
CAUTELAR pleiteada, ad referendum do Plenário desta SUPREMA
CORTE, para suspender a eficácia do artigo1º da Lei Complementar
157/2016, na parte que modificou o art. 3º, XXIII,XXIV e XXV, e os
parágrafos 3º e 4º do art. 6º da Lei Complementar116/2003; bem como,
por arrastamento, para suspender a eficácia de toda legislação local editada
para sua direta complementação.

12 - Desta forma vislumbra-se que a r. sentença se orientou bem ao extinguir o


feito nos termos do artigo 485, inciso IV do CPC/15, isto porquê a suposta dúvida das Apelantes
em relação aos credores já não mais subsiste, carecendo estas de interesse processual, razão pela
qual não há como dar prosseguimento ao feito.

13 - Uma vez que suspendida a eficácia do artigo 1º da Lei Complementar


157/2016, na parte que modificou o artigo 3º, incisos XXIII, XXIV e XXV, e os §3º e §4º do artigo
6º da Lei Complementar n°. 116/2003 pelo Supremo Tribunal Federal, as regras anteriormente
vigentes na Lei Complementar nº. 116/03 são as únicas que deverão a ser observadas para definir-
se a competência tributária. Assim não vigora em nosso ordenamento jurídico nenhuma norma
conflitante em relação a competência tributária do ISSQN, razão pela qual é nítida a carência de
interesse processual das Apelantes.

14 - Assim após a concessão da liminar pelo STF é plena a aplicação do caput


do art. 3º da Lei Complementar nº. 116/03 que determina como sujeito ativo do ISSQN o local do
estabelecimento prestador ou, subsidiariamente, o local de seu domicílio, guardadas as exceções
constantes nos respectivos incisos, não havendo o que falar em suposta dúvida como alegado pelas
Apelantes.

15 - Por fim, não há nos autos nenhuma prova de que este Município teria se
recusado a receber o tributo debatido em tela, razão pela qual configura-se óbice ao
prosseguimento do feito, face a flagrante ausência de interesse processual dos Apelantes. Vejamos
o entendimento do Tribunal de Justiça de Minas Gerais:

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM


PAGAMENTO - AUSÊNCIA DE PROVA DA INJUSTA RECUSA DA
PARTE RÉ - FALTA DE INTERESSE DE AGIR
- Na ação de consignação em pagamento, não demonstrada a injusta recusa
do credor em receber a parcela devida, resta configurada a carência de ação
por falta de interesse processual. (Relator: Des. Evandro Lopes da Costa
Teixeira, Apelação Cível 1.0317.07.075677-8/001, data da publicação:
14/05/2019).

16 - Desse modo, verifica-se que a pretensão autoral não se enquadra em


nenhuma das hipóteses de cabimento da Ação de Consignação em pagamento, pelo que se constata
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a inadequação da via eleita, devendo a r. sentença ser mantida in totum pelos seus próprios
fundamentos.

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IV - DOS PEDIDOS

17 - Diante de todo exposto, a apelada pede a estes ínclitos Desembargadores


que conheçam das presentes Contrarrazões para que não seja dado provimento ao recurso de
apelação interposto, mantendo incólume a r. sentença, haja vista que as alegações feitas pelas
Apelantes, em suas razões recursais, além de se apresentarem infundadas, encontram-se em
evidente desconformidade com a legislação de regência da matéria.

18 - Na oportunidade, pugna pelo cadastramento do procurador que subscreve a


presente peça, objetivando que as eventuais e futuras publicações sejam feitas em seu nome, sob
pena de nulidade.

Termos em que,
Pede deferimento.

Belo Horizonte, 3 de julho de 2019.

Flávio Couto Bernardes


Procurador Municipal
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