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AO JUÍZO DA DA 7ª VARA DO SISTEMA DOS

JUIZADOS ESPECIAIS DE CAUSAS COMUNS DA


COMARCA DE SALVADOR/BA

Processo nº 0166286-67.2011.8.05.0001

EDUARDO MESQUITA DE SANTANA MANUTENÇÃO


MECANICA EIRELI, pessoa jurídica de direito privado interno, com CNPJ
36.,28.872/0001-05, com sede em Simões Filho/BA, representada por, EDUARDO
MESQUITA DE SANTANA, brasileiro, solteiro, empresário, RG 2282558480, CPF
482.111.058-02, residente e domiciliado na Rua senador Theotônio vilela, 263. Apto 801.
Parque Bela Vista/Salvador-BA – CEP: 40279-435, e-mail:
adm@megamaquinasmanutencao.com.br; através de seu advogado abaixo assinado, vem à
ínclita presença de Vossa Excelência, requerer conforme a seguir.

1) DO TEMA 1.124 DA REPERCUSSÃO GERAL - ARE nº


1.294.969 - JULGADO PELO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL (STF) FATO GERADOR DO ITIV(ITBI)
SOMENTE OCORRE COM A EFETIVA
TRANSFERÊNCIA DA PROPRIEDADE IMOBILIÁRIA
1. Em atenção ao despacho movimento 623 que indeferiu o pedidos do
arrematante, com a finalidade de cooperar com o Juízo para a resolução da questão, vem
trazer à baila o Agravo no Recurso Extraordinário 1.294.969 objeto do tema 1.124 julgado
com repercussão geral no âmbito do Supremo Tribunal Federal, conforme ementa abaixo:

RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. TRIBUTÁRIO. MANDADO


DE SEGURANÇA. IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO DE BENS IMÓVEIS -

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CEP: 70.770-670
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Contato: (61) 99366-5330 / (61) 99377-9191
ITBI. FATO GERADOR. COBRANÇA DO TRIBUTO SOBRE CESSÃO DE
DIREITOS. IMPOSSIBILIDADE. EXIGÊNCIA DA TRANSFERÊNCIA
EFETIVA DA PROPRIEDADE IMOBILIÁRIA MEDIANTE REGISTRO EM
CARTÓRIO. PRECEDENTES. MULTIPLICIDADE DE RECURSOS
EXTRAORDINÁRIOS. ENTENDIMENTO CONSOLIDADO NA
JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
CONTROVÉRSIA CONSTITUCIONAL DOTADA DE REPERCUSSÃO
GERAL. REAFIRMAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL. AGRAVO CONHECIDO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO
DESPROVIDO.

(ARE 1294969 RG, Relator(a): MINISTRO PRESIDENTE, Tribunal Pleno, julgado


em 11/02/2021, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-031 DIVULG 18-02-2021
PUBLIC 19-02-2021)

2. O julgado acima reafirmou a existência de entendimento consolidado


no STF sobre o fato gerador do imposto: ITBI.
3. O fato gerador do ITBI somente nasce no momento da efetiva
transferência da propriedade imobiliária. Assim, não é correta a exigência de pagamento do
ITBI antes do efetivo registro do imóvel.
4. Ademais, também o STJ tem diversos precedentes formando
jurisprudência nesse sentido, conforme exposto no item 9 da ementa do Agravo em Recurso
Especial nº 1.760.009:

9. Dessa forma, o fato gerador do ITBI ocorre, no seu aspecto material e temporal,
com a efetiva transmissão, a qualquer título, da propriedade imobiliária, o que se
perfectibiliza com a consumação do negócio jurídico hábil a transmitir a titularidade do bem,
mediante o registro do título translativo no Cartório de Registro de Imóveis. Precedentes:
EREsp 1.493.162/DF, Rel. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira Seção, DJe
21.10.2020; AREsp 1.425.219/SP, Rel. Ministro Francisco Falcão, Segunda Turma, DJe
1.3.2019; AREsp 1.542.296/SP, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe

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29.10.2019; e AgInt no AREsp 1.223.231/SP, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques,
Segunda Turma, DJe 27.6.2018.

5. Ambos os tribunais superiores, o que pacifica as questões


constitucionais e o que pacifica as questões de legislação federal são unânimes em determinar
que o momento do nascimento do fato gerador do ITIV é a transferência efetiva da
propriedade imobiliária mediante registro em cartório.
6. Portanto, se não existe fato gerador o tributo ainda nem existe. Dito de
outro modo, o ITIV é plenamente inexigível, isso porque ele nem mesmo ainda existe. O fato
da vida que faz gerar a obrigação tributária ainda nem aconteceu.
7. Desse modo, se mostra desarrazoado impedir que o autor obtenha a
carta de arrematação para levá-la a registro. Até mesmo porque, o Município está
condicionando a expedição do ITIV a apresentação da carta de arrematação.
8. Assim, neste caso concreto, roga-se a Vossa Excelência se paute no
entendimento consolidado no Supremo Tribunal Federal e no Superior Tribunal de Justiça,
para declarar incidentalmente o art. 901 não aplicável no que concerne ao aparente
condicionamento da expedição da carta de arrematação a apresentação do pagamento do
ITIV.
9. Importante informar, o arrematante não está se eximindo de pagar o
ITIV. O arrematante está justamente querendo pagá-lo. Porém, o município por arbitrariedade
não está querendo emitir o ITIV, solicitando a carta de arrematação para que o ITIV seja
expedido.
10. Como já explicado na petição (Movimento 619), o arrematante se
encontrou em um paradoxo, onde a prefeitura exige um documento que só pode ser expedido
pelo Juízo; e, de outro lado, o Juízo exige a apresentação de um documento que só pode ser
expedido pela prefeitura.

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11. A não aplicação do art. 901 do Código de Processo Civil no caso
concreto, no que concerne a aparente condição de pagamento do ITBI para expedição da
carta de arrematação é corretamente aplicada pelos Juízos e Tribunais de diversos estados.
12. Não existe razão para a não expedição da carta de arrematação. Isso
porque, a expedição não causa nenhum prejuízo processual. Pelo contrário, os tribunais pelo
país adotam rotineiramente essa atuação para que não se inviabilize o instituto dos leilões que
existem para satisfação de crédito e efetivação do direito daqueles que foram lesados.

3) DOS PEDIDOS
Diante das razões e precedentes expostos, requer se digne Vossa Excelência a
expedição da carta de arrematação para que este peticionário leve ao município e
consiga a expedição do ITIV. De modo que, assim que recolhido o ITIV, este
peticionário junte nos autos o comprovante.

Termos em que pede deferimento.


28 de março de 2023 / Salvador/BA

RODRIGO EMANUEL RABÊLO DOS SANTOS PEREIRA


OAB/DF 48.444

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