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28 de Fevereiro de 2023

2º Grau

Tribunal de Justiça de São Paulo TJ-SP -

Apelação Cível: AC 1022880-
21.2021.8.26.0361 SP 1022880-
21.2021.8.26.0361 - Inteiro Teor

Publicado por Tribunal de Justiça de São Paulo há 5 meses

Processo
AC 1022880-21.2021.8.26.0361 SP 1022880-21.2021.8.26.0361

Órgão Julgador
9ª Câmara de Direito Privado

Publicação
04/10/2022

Julgamento
4 de Outubro de 2022

Relator
César Peixoto

Documentos anexos

Inteiro Teor
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível nº
1022880-21.2021.8.26.0361, da Comarca de Mogi das Cruzes, em que é
apelante

A. B. C. (JUSTIÇA GRATUITA), é apelado E. DE S. B..

ACORDAM , em sessão permanente e virtual da 9a Câmara de Direito

Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte
decisão: "Negaram provimento ao recurso, com observação. V. U.", de
conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Desembargadores CÉSAR

PEIXOTO (Presidente), PIVA RODRIGUES E GALDINO TOLEDO
JÚNIOR.

São Paulo, 4 de outubro de 2022.

CÉSAR PEIXOTO

Relator

Assinatura Eletrônica

Apelação Cível nº 1022880-21.2021.8.26.0361

APELANTE: A. B. C.

APELADO: E. DE S. B.

INTERESSADO: O. B. B.

COMARCA: MOGI DAS CRUZES

VOTO Nº 24327
 Ação de suprimento de consentimento paterno para
moradia no exterior - Discordância do genitor -
Improcedência da ação - Cerceamento de defesa não
verificado - Guarda provisória na modalidade
compartilha com residência do menor no domicílio
do pai - Mudança para o exterior , em companhia
materna, que no momento não atende aos interesses
do infante - Alteração da forma da verba honorária
de ofício diante do módico valor atribuído à causa,
art. 85, § 8.º, do Código de Processo Civil -
Precedente do Superior Tribunal de Justiça - Recurso
não provido, com observação.

Apelação dirigida contra sentença que julgou improcedente a ação,

extinguindo o processo de conhecimento com resolução do mérito,
impondo à vencida o reembolso das despesas processuais e honorários
de advogado arbitrados em 10% do valor da causa de R$ 1.100,00,
objetivando, em resumo, o reexame e a modificação do julgado com
fundamento, em síntese, (i) no cerceamento de defesa pelo julgamento
antecipado da lide, (ii) no vício do julgado por ausência de
fundamentação e (iii) requerendo a procedência da ação.

Tempestiva, isenta de preparo, com resposta sustentando a

manutenção da decisão e parecer da Procuradoria Cível opinando pelo
não provimento do recurso.

Por primeiro, não se cogitou do alegado cerceamento de defesa, uma

vez que a pertinência do julgamento antecipado adveio dos arts. 370 e
355, I, do Código de Processo Civil, dispensando outras diligências
inúteis ou providências protelatórias, mormente considerando que a
controvérsia sobre o melhor regime de guarda para o menor, com a
respectiva instrução probatória, já está sendo analisa nos autos n.
1015369-69.2021.8.26.0361, não padecendo a decisão de nenhum vício
ou defeito contagiante.

Outrossim, inconsistente o recurso na medida em que tramita junto ao

juízo da 1.a Vara da Família e Sucessões da Comarca de Mogi das
Cruzes/SP a ação de guarda n. 1015369-69.2021.8.26.0361, ajuíza pela
genitora, onde foi determinada, de forma provisória, a guarda
compartilhada com residência do menor [nascido em 06/12/07, pág.
108] na residência do pai, bem como a realização de estudo social para
aferição do melhor regime que atende aos interesses do infante, págs.
214/215, 257/259, 270 e 301/302 dos referidos autos.

Deste modo, diante da ausência de decisão definitiva junto aos autos de

guarda e regulamentação de visitas, assim como a pendência do
estudo social lá determinado, foi mesmo o caso de indeferimento da
pretensão da autora, mormente diante da existência de dúvidas
objetivas de fundadas de que a mera alteração de país seja benéfica
para o infante, arts. 3.º e 19, do Estatuto da Criança e do Adolescente 1
.

Por conseguinte, verifica-se que em razão da sucumbência da autora

recíproca foram arbitrados honorários sucumbenciais nos termos do
art. 85, § 2.º, do Código de Processo Civil, todavia atribuído à causa o
módico valor de R$ 1.100,00, pág. 13, donde a alteração da verba
honorária, de ofício, fixados os respectivos honorários advocatícios em
favor do patrono do requerido em R$ 1.000,00, conforme § 8.º, do
aludido artigo, atualizados a partir da publicação do acórdão.

A propósito:
 CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO
RECURSO ESPECIAL. RECURSO INTERPOSTO SOB A
ÉGIDE DO NCPC. AÇÃO DE COBRANÇA. CORRETAGEM.
ARTS. 489 E 1.022 DO NCPC. OMISSÃO E FALTA DE
FUNDAMENTAÇÃO INOCORRENTES. ARTS. 355, 369, 370 E
371 DO NCPC. FALTA DE PREQUESTIONAMENTO.
SÚMULA Nº 211 DO STJ. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
ALTERAÇÃO. REFORMATIO IN PEJUS. INOCORRÊNICA.
MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA. VALORAÇÃO DAS PROVAS
DOS AUTOS. PRETENSÃO DE REEXAME DO CONTEÚDO
FÁTICO-PROBATÓRIO DOS AUTOS. INCIDÊNCIA DA
SÚMULA Nº 7 DO STJ. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL NÃO
COMPROVADO. RECURSO ESPECIAL NÃO PROVIDO.
DECISÃO MANTIDA. AGRAVO INTERNO NÃO PROVIDO. 1.
[...]. 2. [...]. 3. [...]. 4. [...]. 5. O arbitramento de honorários
advocatícios pelo juiz é matéria de ordem pública, de modo
que inexiste reformatio in pejus na alteração de seus critérios
de fixação, ainda mais quando não observado o regramento
legal pelo Magistrado sentenciante. 6. [...]. 7. Agravo interno
não provido. (STJ, AgInt no REsp 1822836/SP, Rel. Min.
MOURA RIBEIRO, 3.a T., j. 07.12.20, DJe 11.12.20).

Por fim, majorados os honorários advocatícios do patrono do réu para

R$ 1.500,00, em atenção ao art. 85, § 11, do Código de Processo Civil,
importância suficiente e condigna como contraprestação
remuneratória pelos serviços executados no desempenho do mandato
em grau recursal, ressalvada a isenção da gratuidade.

Do exposto, pelo meu voto, nego provimento, com observação.

CÉSAR PEIXOTO

Relator

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1677043625
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