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RESPONSABILIDADE FISCAL NO SETOR PÚBLICO - GRUPO PROMINAS


RESPONSABILIDADE FISCAL NO SETOR PÚBLICO - GRUPO PROMINAS

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RESPONSABILIDADE FISCAL NO SETOR PÚBLICO - GRUPO PROMINAS
Núcleo de Educação a Distância

PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.

O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.

GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO


Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino

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Prezado(a) Pós-Graduando(a),

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!


Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são
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outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-


ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a)
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos
conhecimentos.

Um abraço,

Grupo Prominas - Educação e Tecnologia

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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!

É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha


é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização.
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.

Estude bastante e um grande abraço!

Professor: Guilherme Prado Salles


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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profisisional.

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A Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, foi estabelecida atra-
vés da Lei Complementar nº 101/2000. Com a implantação da LRF
a contabilidade pública ganhou destaque no cenário nacional contri-
buindo, dessa forma, para a gestão fiscal pública de forma eficiente
e eficaz. A LRF busca fornecer transparência e controle dos gastos
públicos, bem como apresentar demonstrativos à população. Por ou-
tro lado, a LRF proporciona aos gestores públicos informações atua-
lizadas e corretas para tomadas de decisões mais assertivas. Este
módulo apresentará algumas informações sobre a LRF, como objetivo,
princípios, sua importância para gestão fiscal, sua importância para
Administração Pública, além de apresentar os princípios tópicos da
LRF de forma comentada.
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LRF. Gestão Fiscal. Responsabilidade. Transparência.

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Apresentação do Módulo ______________________________________ 10

CAPÍTULO 01
LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL - LRF

Recapitulando _________________________________________________ 23

CAPÍTULO 02
LRF COMENTADA – PARTE I

Recapitulando _________________________________________________ 39

CAPÍTULO 03
LRF COMENTADA – PARTE II

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Recapitulando _______________________________________________ 56

Considerações Finais ___________________________________________ 60

Fechando a Unidade __________________________________________ 61

Referências ____________________________________________________ 63

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A estabilidade macroeconômica e financeira são condições ne-
cessárias para o crescimento sustentável ao longo do tempo. Por ou-
tro lado, a instabilidade penaliza investimentos, consumo, emprego e,
como resultado, crescimento econômico.
É de suma importância a participação da população na gestão
pública, contudo, muitas vezes percebemos o desinteresse pela política
e cada vez mais ouvimos falar sobre escândalos de desvios de verbas
públicas. Sendo assim, fez-se necessário que o Estado buscasse meios
para controlar os gastos públicos.
Da mesma forma, que não podemos gastar mais que ganha-
mos, o governo não pode gastar mais que arrecada, porém, não é isso
que presenciamos em nosso cenário político. Dessa forma, foi implan-
tado no ano de 2000 a lei complementar n° 101, de 04 de maio de 2000,
lei vulgarmente conhecida como lei de responsabilidade fiscal – LRF.
A LRF estabelece algumas condutas normativas referentes
às finanças públicas, com o intuito de uma gestão fiscal responsável e
transparente. Sendo assim, a sua importância é muito pouco conhecida
pelo público em geral.
É nossa responsabilidade, e está em nossas mãos, reforçar
os ativos de nossas instituições econômicas e financeiras para melhor
superar os obstáculos e, paralelamente, avançar na redução de barrei-
ras ao investimento e na incerteza interna para sustentar o crescimento
medíocre dos últimos anos.
Sendo assim, neste módulo nos dedicaremos a estudar sobre
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a lei de responsabilidade fiscal, estudando seus princípios, objetivos,


vantagens, entre outros assuntos, bem como comentaremos os pontos
mais importantes dessa legislação.
Orientamos que tenham em mãos a legislação, na íntegra,
para estudo dos capítulos 02 e 03, onde abordaremos a lei de forma
comentada.
Diante do proposto, dediquemo-nos com entusiasmo aos es-
tudos!
Bons estudos!

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LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL

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Mediante a necessidade de uma gestão fiscal pública res-


ponsável e assertiva, no ano de 2000, foi estabelecido na forma de lei
complementar normas de condutas fiscais visando a transparência e o
controle dos gastos públicos, bem como o monitoramento de entrada e
saída dos cofres públicos.

O que é Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF?

Entende-se por Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF o conjunto


de normas para os gestores públicos, exposto sobre a Lei Complementar
nº 101/2000, aplicável a todos os entes federativos (Federal, Estadual ou
Municipal), bem como aos seus poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
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Qual é o Objetivo Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF?

O principal objetivo da Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF


– é contribuir para uma melhoria na gestão pública, principalmente no
que tange às contas públicas. Além disso, está previsto na LRF que os
gestores públicos deverão ter compromisso com o orçamento público,
bem como cumprir metas fiscais. Vale ressaltar que esse orçamento
deverá ser aprovado pelo Poder Legislativo.

Quais são os Principais Pontos da Lei de Responsabilidade Fiscal


- LRF?

Os principais pontos de mudanças apresentados pela LRF,


são: primeiramente, a LRF limita de forma legislativa as despesas com
pessoal; o segundo ponto é o limite da dívida pública, tal limitação é de
caráter legislativo; o terceiro ponto é o estabelecimento de metas fiscais
para controlar as despesas e receitas públicas. Ademais, a LRF estabe-
lece que nenhum gestor público poderá adquirir despesas continuadas,
ou seja, despesas acima de dois anos, sem apresentar a fonte de re-
ceita para custeio da nova despesa, ou reduzir despesas já existentes.
Dessa forma, evitando que a nação adquira um endividamento, ou seja,
o gestor público consegue cumprir com suas obrigações, sem compro-
meter orçamentos futuros. E por fim, a LRF estabelece instrumentos
adicionais para controlar as finanças públicas em ano de eleição. Dis-
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corremos de forma mais detalhada sobre cada ponto.

Despesas com Pessoal

A LRF estabelece em seus artigos limites para as despesas


com pessoal, os limites se aplicam aos três poderes e a todos os entes
federativos. A União ficou limita a 50% da sua receita corrente liquida,
os Estados e Munícipios ficaram limitados em 60%, vejamos como ficou
a distribuição para cada ente segundo a LRF.
• União (50%)
2,5 % para o Poder Legislativo, incluindo o Tribunal de Contas
6 % para o Judiciário
0,6 % para o Ministério Público da União
3 % para custeio de despesas do DF e de ex-territórios
37,9% para o Poder Executivo
• Estados (60%)
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3% para o Poder Legislativo, incluindo o Tribunal de Contas
6% para o Poder Judiciário
2% para o Ministério Público
49% para as demais despesas de pessoal do Executivo.
• Munícipios (60%)
6% para o Legislativo, incluindo o Tribunal de Contas
54% para o Executivo
Um ponto de grande valia é que as despesas com pessoal
eram previstas na Lei Complementar nº 96, lei conhecida vulgarmente
como Lei Rita Camata II, contudo essa legislação não englobava os
Poderes Legislativo e Judiciário, com a implantação da LRF os três po-
deres Executivo, Legislativo e Judiciário e as três esferas (Federal, Mu-
nicipal, Estadual) estão englobadas nessa LRF.
Vale ressaltar que se os gestores públicos excederem os limi-
tes com as despesas com pessoal, os mesmos possuem 8 meses para
se adequar, caso isso não ocorra ele poderá ser penalizado.

Dívida Pública

É de responsabilidade do Senado Federal a definição de li-


mites para a dívida pública, por proposta do Presidente da República.
Além disso, deverá ser definidos limites como percentuais das receitas
dos entes federativos.
Ou seja, os gestores públicos deverão respeitar a condição de

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pagamento, sendo as dívidas assumidas, deverá possuir receitas para
seu custeio. Além disso, os gestores públicos não poderão aumentar a
dívida pública para cumprir com obrigações diárias.
Vale ressaltar, caso o limite seja excedido, o gestor público
deverá tomar as devidas providências para o enquadramento em até
12 meses, além do primeiro quadrimestre, ele deverá reduzir 25% do
excesso. Se após os 12 meses o excesso continuar a administração
pública ficará vedada de contratação de novos créditos.

Metas Fiscais

A Lei de Responsabilidade Fiscal estabelece que os gestores pú-


blicos definam suas metas fiscais de forma trimestral. Sendo assim, o ges-
tor público conseguirá planejar as receitas e despesas, caso necessário,
poderá corrigir eventuais falhas durante o caminho. Outro ponto relevante
é que com as metas fica mais fácil a transparência perante a sociedade.
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Compensações

A Lei de Responsabilidade Fiscal estabelece que os gestores


públicos não poderão adquirir despesas continuadas, ou seja, despesas
superiores a dois anos, sem indicar sua receita de custeio ou redução
de uma despesa.

Ano de Eleição

A Lei de Responsabilidade Fiscal estabelece algumas regras


especificas para o ano de eleição, por exemplo, “fica impedida a contra-
tação de operações de crédito por antecipação de receita orçamentária
(ARO)” (LRF, 2000, s.p.).
Vejamos alguns princípios aplicado à LRF:
• Princípios Constitucionais Político-Ideológicos
Entende-se por princípios constitucionais político-ideológicos
aqueles predominantes, podemos dizer que são os princípios dos prin-
cípios, ou seja, os norteadores.
A Constituição Federal – CF de 1988 estabelece uma série de
princípios estruturantes, ou seja, que constituem a essência da CF, garan-
tindo uma determinada identidade estrutural. Além disso, esses princípios
concretizam os princípios ordenadores positivamente vinculantes. Sendo
os princípios republicano, federativo, democrático, Estado de Direito.
• Princípio Republicano
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Baseado nesse princípio a gestão pública deve guiar-se de


acordo com os interesses públicos, e não privados, ou seja, deve ser
guiada pela razão pública. Entende-se que a razão pública é o resultado
de um diálogo aberto entre Estado e sociedade. Dessa forma, quanto
maior for a amplitude desses debates, maiores as condições para al-
cançar uma síntese republicana.
• Princípio do Estado Democrático de Direito
Baseado nesse princípio, nenhum individuo está acima da lei,
independentemente dele ser um cidadão comum, bem como presidente
da república, todos estão sujeitos à lei, além disso, um governo demo-
crático exerce sua autoridade por meio da legislação.
• Princípio Federativo
Entende-se por principio federativo a busca para solucionar
problemas estruturais do Governo, ou seja, são fundamentos que nor-
teiam a estrutura do governo, bem como caracterizam a orientação po-
lítica do Estado.
• Princípio da Legalidade
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Segundo esse princípio, a gestão pública deverá andar confor-
me a legislação, ou seja, os gestores atuantes na Administração Pública
poderão realizar somente aquilo que estiver autorizado na lei ou nas
normas normativas.
• Princípio da Eficiência
Esse princípio está ligado à inovação, esse instrumento é uti-
lizado para contribuir na qualidade dos serviços oriundos do Estado.
Podendo ser dividido em duas ideias, a primeira relacionada à melhoria
dos serviços oriundos do Estado. A segunda está relacionada à forma
do Estado realizar a administração pública, ou seja, a eficiência do Es-
tado na execução das suas atividades.
• Princípio da Finalidade e da Impessoalidade
Esse princípio atribui ao gestor público o dever de realizar suas
atividades de forma impessoal, seguindo expressamente as normas legais.
• Princípio da Publicidade
Esse princípio está relacionado à divulgação de informações
praticadas pelos gestores públicos, dessa forma, gerando conhecimen-
to para a sociedade das atividades da Administração Pública.
• Princípio da Moralidade
Segundo esse princípio o gestor público não deverá observar
somente as normas legais, mas também, deverá observar os princípios
éticos e de moralidade.
• Princípio da Motivação
Esse princípio está relacionado à otimização dos controles pú-
blicos referente aos atos do Estado.

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• Princípio da Razoabilidade
Esse princípio é um parâmetro de valoração dos atos do Po-
der Público para identificar se eles estão informados pelo valor superior
inerente.
• Princípio da Supremacia do Interesse Público
Esse princípio é uma afirmação que o interesse da coletividade
é superior ao interesse particular.
• Princípio do Planejamento Orçamentário
Esse princípio está relacionado à identificação de um proble-
ma, bem como à fase de solução desse problema. De forma mais clara,
esse princípio está ligado às finalidades administrativas, ou seja, ao pla-
nejamento orçamentário com o intuito do Estado atingir suas atividades
fins. Dessa forma, é utilizado do orçamento como um instrumento para
direcionar esse planejamento.
• Princípio da Transparência Fiscal na Gestão Pública
Podemos afirmar que a transparência tornou-se um pilar es-
sencial na legitimidade da administração pública. Esse princípio defen-
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de a transparência na gestão fiscal, bem como na publicidade de de-
monstrativos para apreciação da sociedade.
• Princípio da Discriminação da Despesa Governamental
Esse princípio está ligado diretamente na especificação da
despesa, ou seja, a despesa deverá ser detalhada.
• Princípio do Controle Fiscal
Esse princípio tem como objetivo controlar os gastos públicos,
com isso, combatendo os gastos excessivos ou desregramento fiscal.
• Princípio do Equilíbrio Orçamentário
Esse princípio está relacionado às despesas e receitas dentro
do exercício financeiro, ou seja, que o Estado adquira somente as des-
pesas que conseguir pagar, ou seja, não gastar mais que se arrecada.
• Princípio da Programação Financeira
Segundo esse princípio deve ser observado os planejamentos
de médio e longo prazo constante em outras normas, por exemplo, LDO
e PPA, além disso o mesmo apresenta que deve ser observado a LOA
para atividades dentro do exercício financeiro.

Figura 1 – Fundamentos LRF


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Fonte: Martins apud Motta, 2010, p. 7

Antes de continuar os estudos sobre a LRF, precisa-se estudar


alguns conceitos importantes.
• Orçamento Público: entende-se por orçamento público um
instrumento para planejar e executar as finanças públicas.
• Plano Plurianual – PPA: entende-se por PPA um planejamen-
to de médio prazo, o PPA possui um período de vigor de 04 anos, no
PPA o governo estabelece ações a serem desenvolvidas para atingi-
mento dos objetivos e metas estabelecidos.
• Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO: é confeccionada de
forma anual, seu principal objetivo é apresentar as metas e as priorida-
des da gestão pública de forma detalhada, sendo uma base para o ano
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seguinte e na confecção da Lei de Orçamento Anual.
• Lei de Orçamento Anual – LOA: é confeccionada de forma
anual, contudo, ela baseia-se na LOA e no PPA, dessa forma, estiman-
do as receitas e estipulando as despesas para o ano subsequente.
Continuando o estudo sobre a LRF, alguns princípios e normas
apresentados pela LRF merecem destaque, vejamos a tabela I.
A LRF apresentou e trouxe forma a relatórios gerenciais visan-
do contribuir na transparência na gestão fiscal, um desses relatórios é o
relatório resumido de execução orçamentária – RREO, entende-se por
RREO o conjunto de demonstrativos que fornece à sociedade amplas
informações sobre a execução orçamentária, bem como suas previsões.
O outro relatório é o Relatório de Gestão Fiscal – RGF, o RGF
deverá ser emitido de forma quadrimestral, além de apresentar alguns
demonstrativos.

Tabela I – Princípios e Normas da LRF

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Fonte: Martins, 2010.

Vejamos que demonstrativos deverá constar no RREO, obser-


vemos a tabela II.
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Tabela II – Demonstrativos RREO
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Fonte: Martins, 2010.

Vejamos que demonstrativos deverão constar no RGF, obser-


vemos a tabela III.

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Tabela III – Demonstrativos RGF

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Fonte: Martins, 2010.

Mudanças provocadas pela Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF?

Podemos dizer que, após a implantação da LRF, ocorreu diver-


sas mudanças na Administração Pública, principalmente no que tange
à Gestão Fiscal. Podemos dizer que LRF proporcionou melhorias nos
resultados orçamentários e fiscais da Administração Pública.
Além disso, a LRF proporcionou uma mudança no processo or-
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çamentário, transformando esse processo em planejamento efetivo. Além
de proporcionar mudanças na utilização dos recursos públicos, bem como
passou exigir uma postura mais ética e transparente dos gestores públicos.
Vejamos as principais melhorias proporcionadas pela LRF, no quadro I:

Quadro I – Melhorias LRF

Fonte: Martins, 2010.

Quais são as Vantagens e Desvantagens da LRF?

Conforme vimos anteriormente a LRF trouxe grandes mudan-


ças positivas para a nossa administração pública, contudo, possui al-
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guns pontos de melhorias, vejamos o quadro II com as vantagens e


desvantagens da LRF.

Quadro II – Vantagens e Desvantagens LRF

Fonte: Martins, 2010.

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Como a Sociedade pode Colaborar para o Sucesso da LRF?

A sociedade pode contribuir para o sucesso da LRF, sendo mais


ativa na participação da política, conforme estudado na LRF, propõe mais
transparência por meio de relatório, dessa forma, é de suma importância
que a sociedade acompanhe esse relatório, bem como cobre atitude dos
gestores públicos quando as despesas estiverem excessivas.

Porque a LRF é tão Importante para o Brasil?

A LRF é de suma importância para a nação brasileira, pois é uma


inovação na forma de administrar as atividades públicas, além de propor-
cionar à população dados mais transparentes, a LRF obriga mudança na
postura dos gestores públicos. A LRF é um instrumento que busca ofere-
cer aos cofres públicos uma gestão eficiente, ou seja, defende a ideia que
se deve gastar aquilo que se arrecada, dessa forma contribuindo para
controle no que tange ao endividamento público. Além de ser um instru-
mento que proporciona algumas mudanças nos três poderes e nas três
esferas federativas, principalmente, no tocante à limitação de despesas,
além de obrigar a emissão de relatórios para uma maior transparência.

Jurisprudência Aplicada a LRF

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Superior Tribunal de Justiça STJ - AGRAVO INTERNO NO RE-
CURSO ESPECIAL: AgInt no REsp 1671887 RO 2017/0111770-3
AGRAVO INTERNO EM RECURSO ESPECIAL. CONCURSO
PÚBLICO. NOMEAÇÃO. DIREITO SUBJETIVO. LIMITES ORÇAMEN-
TÁRIOS. LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL. SÚMULA 283/STF.
AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO DO FUNDAMENTO DA DECISÃO RE-
CORRIDA. ACÓRDÃO EM CONFORMIDADE COM A JURISPRUDÊN-
CIA DO STJ.
Superior Tribunal de Justiça STJ - AGRAVO INTERNO NO
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL : AgInt no AREsp 1186584 DF
2017/0263530-5
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTER-
NO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CONCURSO PÚBLICO.
NOMEAÇÃO. LIMITE DE GASTOS COM PESSOAL. LEI DE RESPON-
SABILIDADE FISCAL. DECISÃO JUDICIAL. EXCEÇÃO. COMPROVA-
ÇÃO DE VIOLAÇÃO DA LRF. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ.
Superior Tribunal de Justiça STJ - RECURSO ESPECIAL :
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REsp 1617145 MA 2016/0199141-9
ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. LEI DE RESPON-
SABILIDADE FISCAL - LC 101/2000. DEVER DO CHEFE DO PODER
EXECUTIVO EM PRESTAR CONTAS AO PODER LEGISLATIVO LO-
CAL. CÂMARA MUNICIPAL DE TIMON - MARANHÃO.
Superior Tribunal de Justiça STJ - AGRAVO INTERNO NO
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL : AgInt no AREsp 1138607 RN
2017/0176885-6
ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RE-
CURSO ESPECIAL. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. PROGRES-
SÃO FUNCIONAL. INAPLICABILIDADE DOS LIMITES ORÇAMEN-
TÁRIOS PREVISTOS NA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL À
HIPÓTESE DOS AUTOS. EXCEÇÃO PREVISTA NO ART. 19, § 1o., IV
DA LC 101/2000. AGRAVO INTERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE
DO NORTE A QUE SE NEGA PROVIMENTO
Superior Tribunal de Justiça STJ - AGRAVO REGIMENTAL NO
RECURSO ESPECIAL : AgRg no REsp 1425832 RN 2013/0396523-1
ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. IMPLANTAÇÃO
DOS EFEITOS REMUNERATÓRIOS DA LEI COMPLEMENTAR ESTA-
DUAL N. 420/2010. LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL. INAPLICA-
BILIDADE. PRECEDENTES.
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2015 Banca: FGV Órgão: PGE-RO Prova: Contabilidade Nível:
Superior
Desde a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) a dívida consolida-
da não depende mais do tempo (caso da Lei nº 4.320/64) para sua
classificação em flutuante ou fundada. A esse respeito, é correto
afirmar que a dívida flutuante é equivalente:
(A) aos empréstimos tomados com finalidades específicas;
(B) aos compromissos exigíveis a curto prazo, cujo pagamento indepen-
de de autorização legislativa;
(C) às despesas empenhadas e não pagas até o término de cada exer-
cício social;
(D) às operações de crédito contratadas para amortização em prazo
inferior a 12 meses e às demais obrigações financeiras;
(E) ao passivo financeiro no encerramento do exercício, após a inscri-
ção de restos a pagar.

QUESTÃO 2
Ano: 2012 Banca: SIGMA ASSESSORIA Órgão: Prefeitura de Irace-
mápolis - SP Prova: Advogado Nível: Superior
A lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), ou Lei Complementar de
n° 101, é o principal instrumento regulador das contas públicas no
Brasil, estabelecendo metas, limites e condições para gestão das

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receitas e despesas. Quais os entes envolvidos na LRF?
(A) Executivo, Legislativo e Judiciário, somente no nível Federal e Tri-
bunal de Contas e Ministério Público nos níveis Federal, Estadual e
Municipal;
(B) Executivo, Legislativo, Judiciário, Tribunal de Contas e Ministério
Público, nos níveis Federal, Estadual e Municipal;
(C) Executivo, Legislativo e Judiciário de cada Estado e Município;
(D) Executivo e Legislativo, nos níveis Federal, Estadual e Municipal,
Tribunal de Contas dos Municípios.

QUESTÃO 3
Ano: 2014 Banca: FGV Órgão: Câmara Municipal do Recife-PE Pro-
va: Contador Nível: Superior
Texto associado
Segundo as informações do quadro de Execução orçamentária do
município de Luar do Sertão, em um determinado exercício e de
acordo com as disposições da LRF, o valor apurado da Receita
23
Corrente Líquida do município no período é:
(A) 4.130.000,00;
(B) 4.330.000,00;
(C) 4.380.000,00;
(D) 5.450.000,00;
(E) 5.700.000,00;

QUESTÃO 4
Ano: 2016 Banca: Prefeitura de Coqueiral - MG Órgão: Prefeitura de
Coqueiral - MG Prova: Auxiliar Administrativo Nível: Superior
De acordo com a Lei Complementar Nº 101/2000, de 05 de maio
de 2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal – Responda a questão a
seguir:
De acordo com a LRF, a administração pública manterá sistema de
custos que permita a avaliação e o acompanhamento:
(A) Da gestão orçamentária
(B) Da gestão financeira
(C) Da gestão patrimonial
(D) Da gestão orçamentária, financeira e patrimonial.

QUESTÃO 5
Ano: 2013 Banca: FCC Órgão: TRE-RO Prova: Contabilidade Nível:
Superior
O ciclo orçamentário, constituído por fases, compreende o período
de tempo em que se processam as atividades típicas do Orçamen-
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to Público. Com relação à fase de execução orçamentária, nos ter-


mos da Lei Complementar no 101/2000 - LRF, é correto afirmar que
(A) o projeto de Lei Orçamentária enviado ao Poder Legislativo pelo
Poder Executivo compreende apenas as receitas e despesas da Admi-
nistração direta.
(B) a dotação consignada na Lei Orçamentária para investimentos terá
duração superior a um exercício financeiro desde que esteja previsto no
Plano Plurianual ou em lei que autorize a sua inclusão.
(C) até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em
que dispuser a Lei de Diretrizes Orçamentárias, o Poder Executivo es-
tabelecerá a programação financeira e o cronograma de execução men-
sal de desembolso.
(D) os recursos legalmente vinculados à finalidade específica serão uti-
lizados, exclusivamente, para atender ao objeto de sua vinculação, até
o término do exercício em que ocorrer o ingresso.
(E) o Poder Executivo estabelecerá, no prazo de 30 dias, após a publi-
cação da Lei Orçamentária Anual, os limites financeiros que cada enti-
24
dade poderá utilizar para pagamento de suas despesas.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


O principal objetivo Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF é contribuir para
uma melhoria na gestão pública, principalmente no que tange contas públi-
cas. Além disso, está previsto na LRF que os gestores públicos deverão ter
compromisso com o orçamento público, bem como cumprir metas fiscais.
Nesse sentido, explique a importância da existência de metas fiscais.

TREINO INÉDITO
Assunto: GESTÃO PÚBLICA
Assinale a alternativa que indica corretamente a lei que veio ao
encontro dos anseios da sociedade brasileira para auxiliar no pro-
cesso de gestão pública.
a. Lei de responsabilidade fiscal
b. Lei Maria da Penha
c. Lei que cria a comissão da verdade
d. A Lei de licitações
e. NDA

NA MÌDIA
A IMPORTÂNCIA DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL PARA A
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
O objetivo deste artigo foi analisar a importância da Lei de Responsabi-
lidade Fiscal como instrumento normativo no controle das Finanças Pú-

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blicas. Observamos também que a origem da LRF no Brasil foi baseada
em experiências da União Europeia, dos Estados Unidos da América, e
principalmente, o da Nova Zelândia. A metodologia aplicada foi baseada
na seleção bibliográfica de livros, dissertações e sites da internet sobre
o referido assunto. Ela veio mudar a burocracia da administração públi-
ca por uma administração gerencial, podendo através desta, tornar o
serviço público mais eficaz para a sociedade, incentivando o desenvol-
vimento e a expansão econômica e socialista do país.
Fonte: DOIA, Afonso Radamare Leite.
Data: 2016
Leia na íntegra em: Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhe-
cimento, Ano, 1, Vol.7, p. 24-36. Agosto de 2016. ISSN:2448-0959

NA PRÁTICA
Marcos, governador do Espírito Santo, em reunião com sua equipe ges-
tora apresentou uma proposta de modificação do plano executivo do
programa para a construção de casa popular no interior do Estado. O
25
fundamento era tão somente o barateamento da construção. Marcos
informou que, em virtude das metas fiscais, iria ignorar a lei que estabe-
lece o cumprimento do plano executivo na íntegra. Você como membro
da equipe gestora, deverá se manifestar sobre a viabilidade de modifi-
cação do plano executivo.

PARA SABER MAIS


Filme sobre o assunto: A grande ilusão
Peça de teatro: O teatro da corrupção
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26
LRF COMENTADA - PARTE I

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Analisando o caput da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio
de 2000, podemos observar que a LRF é uma lei com índole constitucio-
nal esté prevista na Constituição Federal de 1988 no art. 163.
Discorrendo sobre a lei, chegando no §1º identificamos a fun-
ção da LRF, segundo esse parágrafo o principal objetivo da LRF é de-
senvolver ações programadas de forma prévia, principalmente, ações
de controle de transparências. Vale ressaltar que a Constituição Fede-
ral de 1988 trouxe para o Brasil um grande desafio, que é o auxílio da
União referente aos direitos sociais, bem como à dignidade humana.
Baseado nesse exposto, foi adotado, como modelo de referên-
cia, o Fundo Monetário Internacional (FMI), utilizado em outros países,
tendo como seu principal objetivo uma adequação fiscal continua, além
de se preocupar com as despesas públicas. A LRF é baseada em quatro
2727
princípios básicos, sendo eles: planejamento, transparência, controle e
responsabilização.

Figura 2 – Princípios LRF

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

Discorrendo sobre a lei, chegando no §2º e §3º, observamos que


a LRF se aplica a qualquer ente da federação, ou seja, União, Estado,
Munícipios e Distrito Federal. Independentemente de se Administração
Pública é direta ou indireta, por exemplo, um servidor público da Receita
Federal ou Funcionário do Metrô de São Paulo, a LRF aplica-se a ambos.
Observamos o inciso III do art. 1º da LRF, mencionado no Tri-
bunal de Conta de Município, vale ressaltar que a CF/88 veda a criação
de Tribunal de Conta do Munícipio (art. 31 §4º da CF/88), contudo a
CF/88 em seu art. 31 apresenta como obrigação do Poder Legislativo
Local a fiscalização. Porém, antes da implantação da CF/88 alguns mu-
nicípios já possuíam seu Tribunal de Conta, dessa forma, esses pode-
rão permanecer com seus tribunais.
Vale ressaltar que existe uma diferença entre Tribunal de Conta
do Município e Tribunal de Contas dos Munícipios, na forma singular é
o tribunal de conta local, ou seja, tribunal de conta de um município es-
pecifico, já na forma plural é o Tribunal de Contas de responsabilidade
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do Estado, ou seja, é o Tribunal de Contas dos municípios pertencentes


a um determinado Estado. Discorrendo sobre a lei, chegando no art. 2º
identificamos alguns conceitos importantes sobre empresa controlada
e empresa dependente. Entende-se por empresa controlada, aquelas
cuja maior parte do capital social pertence a algum ente da federação.
Entende-se por empresa dependente as empresas controladas que de-
pendem de recursos financeiros provenientes de algum ente da federal,
para custeio em geral.
Outro conceito importante apresentado nessa parte da lei, é o
conceito de receita corrente líquida (RCL). Entende-se por RCL a soma-
tória das receitas apuradas e as receitas arrecadadas, excluindo as em
duplicidade, chegando assim, ao valor bruto da RCL.
Para chegamos ao valor líquido da RCL, são necessárias algu-
mas deduções, sendo elas:
• Na União são deduzidas as transferências realizadas para os
Estados e Munícipios, sendo essas determinações legais ou constitu-
cionais, além disso são deduzidas as contribuições sociais do empre-
28
gador e do empregado, além de contribuições referente ao PIS/PASEP.
• No Estado, as transferências realizadas para os Munícipios,
sendo essas determinações constitucionais.
• Na União, Estado e Munícipios, serão deduzidas contribuições
de servidores para custeio do sistema previdenciário e assistência social,
bem como rendimentos provenientes dos regimes previdenciários.
Discorrendo sobre a lei, chegando ao art. 3º, identificamos que
ele está vedado, sendo assim, observamos o art. 4º da mencionada lei. A
CF/88 no art. 165 prevê três leis ligadas ao orçamento público, sendo a Lei
de Plano Plurianual - PPA, Lei das Diretrizes Orçamentárias – LDO e Lei
Orçamentária Anual – LOA, vale ressaltar que essas leis são ordinárias.
Podemos dizer que a LDO e PPA são instrumentos inovadores
apresentados pela CF/88, além disso, o papel principal da LDO é ligar o
planejamento de médio prazo, PPA, e a LOA. De modo geral, podemos
afirmar PPA é plano de ação do Estado, e a LOA e LDO são planos de
aplicações. Vale ressaltar que não existe a possibilidade LDO não ser
aprovada, tendo em vista que a CF/88 determina que o Congresso Na-
cional só poderá sair de férias, após sua aprovação.

Tabela IV – LDO, LOA e PPA

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Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

De modo geral, podemos afirmar que, durante o mandato do


Poder Executivo, existirá quatro LOA’s, quatro LOD’s e 1 PPA, ambas
29
poderão sofrer alterações durante o seu exercício.
Realizaremos agora uma comparação entre a LDO prevista da
LRF e a LDO prevista CF/88.

Tabela V – Comparação LDO

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

Está previsto ainda, no art.4º, §2º e §3º, que a LDO deve pos-
suir dois anexos, sendo eles os anexos de metas fiscais e anexos de
riscos fiscais.

Tabela VI – Anexos LDO


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30
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

É facultativo a elaboração desses anexos para os municípios


que possuem uma população inferior a 50 mil habitantes, além do ane-
xo do LOA.
Discorrendo sobre a lei, chegando no art. 5º até o art. 7º obser-
vamos a previsão do LOA na LRF, conforme acontece com LDO, existem
algumas diferenças entre o LOA previsto no CF/88 e LOA previsto na LRF.
A CF/88 relaciona no LOA três orçamentos diferentes, fiscal,
investimentos e seguridade social, contudo a LRF trata a LOA de forma
diferente.

Figura 3– LOA sob a ótica CF/88

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Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

Segundo a CF/88 §6º o projeto referente ao LOA deve ser acom-


panhado de um demonstrativo específico com o objetivo de demonstrar
o que ocorreu com as contas públicas em virtude das renuncias de recei-
tas. Além disso, em §7º a mesma afirma que os orçamentos fiscais e or-
çamento de investimento terão como função de redução da desigualdade
social, entre regiões, baseado nos critérios populacionais. Vale ressaltar
que o orçamento da seguridade social não possui essa função.
No §8º da mesma lei, consta ainda, o princípio da exclusividade,
constando que a LOA poderá somente prever receitas e fixar despesas.
Realizaremos agora uma comparação entre a LOA prevista da
31
LRF e a LOA prevista CF/88.

Tabela VII – Comparativo LOA


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Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.


32
Discorrendo sobre a lei, chegando no art. 8º até o art. 10º, ob-
servamos alguns aspectos sobre execução orçamentária, bem como
os cumprimentos das metas. Sobre a execução orçamentária a LRF
segue a CF/88, ou seja, após que o orçamento é aprovado, ele precisa
ser executado, o prazo para início da execução é de até trinta dias após
sua publicação.
A LRF estabelece em seu art. 13º que além da execução men-
sal, o poder executivo deverá desdobrar suas metas de arrecadação bi-
mestrais. Além disso, segundo o art. 8º, alguns recursos são vinculados
a um determinado gasto, ou seja, os recursos legalmente vinculados a fi-
nalidade específica. Contudo, se no final do bimestre seja constatado que
a receita não é suficiente para cumprir com as metas primárias ou nomi-
nais, que constam no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e Ministérios
Públicos, deverão promover, de forma própria, os montantes necessários
nos trintas dias subsequentes, respeitando os critérios previsto na LDO.
Caso sejam restabelecidas as receitas previstas, seja de forma
integral ou parcial, será realizada a recomposição das dotações, cujos
empenhos foram limitados, e dar-se-á de forma proporcional às redu-
ções efetivadas.
Discorrendo sobre a lei, chegando no art. 11º observamos al-
guns aspectos sobre a previsão de receitas, sendo assim, a receita sem-
pre deverá ser prevista, pois é baseado nessa previsão que o Estado
desenvolve suas atividades. Dessa forma, são requisitos indispensáveis
de responsabilidade para uma gestão fiscal eficiente e eficaz a institui-
ção, previsão e bem como sua efetivação das arrecadações de todos os

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tributos de competência constitucional de algum ente da Federação.
Discorrendo sobre a lei, chegando ao art. 12º e art. 13º obser-
vamos alguns aspectos sobre a previsão de receitas, vejamos abaixo.

Figura 4– Previsão de Receitas

Fonte: Adaptado Maurício e Kayanoki, 2019.

33
Discorrendo sobre a lei, chegando ao art. 14º, encontramos
alguns aspectos sobre a renúncia de receita. Entende-se por renún-
cia de receita a ação de um gestor público de conceder incentivos ou
benefícios, seja de natureza tributária para os cidadãos, por exemplo,
a indústria Alpha deseja alocar se no munícipio X, contudo a indústria
solicita a Prefeitura 15 anos de isenção de IPTU, caso seja deferido o
pedido a indústria, ocorre uma renúncia de receita.

Tabela VIII – Renúncia de Receita

Fonte: Maurício e Kayanoki, 2019.


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Contudo, para concessão de uma renúncia de receita, alguns cri-


térios deverão serem observados, sendo eles: primeiro deverá ser realiza-
do um estudo estimando o impacto orçamentário-financeiro no exercício
que iniciará sua vigência mais dois anos exercícios subsequentes. Segun-
do, deverá ser apresentado uma demonstração que a renúncia consta na
lei orçamentária, bem como sua efetivação não afetará as metas fiscais. E
por fim, deverá estar acompanhada de medidas compensatórias.
Chegando ao art. 15º e art. 16º da LRF, estudaremos alguns as-
pectos das despesas públicas. Primeira coisa que precisamos diferenciar é
que, a receita sempre será prevista, por outro lado a despesa será fixada.
Além disso, segundo o art. 15º da LRF as despesas que não
atenderem seus dispostos, serão consideradas irregulares, ou seja, não
autorizadas. Sendo assim, as despesas adequadas são aquelas que
estão de acordo com a lei orçamentária anual, estando especificadas
e que, somadas às demais despesas de mesma espécie, não ultrapas-
sem o limite estabelecido para o exercício financeiro. Além disso, as
34
despesas adequadas são compatíveis ao PPA e a LDO. De forma resu-
mida, os gastos públicos não poderão ser superiores à arrecadação de
receitas. Vejamos o esquema da figura 5 para um melhor entendimento.

Figura 5 – Despesas Públicas

Fonte: Adaptado Maurício e Kayanoki, 2019.

No art. 17º constam informações sobre despesas continuadas,


vejamos: segundo o art. 17 da LRF, “considera-se obrigatória e de caráter
continuado a despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato

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administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua
execução por um período superior a dois exercícios” (LRF, 2000, s.p.).
Para aumento dessas despesas, alguns critérios deverão ser
observados. Primeiro deverá ser observado o impacto financeiro-or-
çamentário no exercício mais dois anos subsequentes, bem como de-
monstrar as origens para custeio das despesas. De forma resumida, o
aumento das despesas deverá ser acompanhado e comprovado, que
essa nova despesa não afetará as metas fiscais e seus efeitos; nos
exercícios seguintes deverá ser compensado pelo aumento permanen-
te da receita ou redução permanente da despesa. Entende-se por au-
mento permanente da receita, as receitas provenientes do aumento de
alíquotas, criação de tributos, dentre outros.
Discorrendo sobre a lei, chegando ao art. 18º, encontramos al-
guns aspectos sobre a despesa com pessoal. Vejamos o entendimento
sobre despesa com pessoal na LRF: é considerado despesa com pes-
soal todas as despesas, como ativo, inativo, pensionista, dentre outros.
Outra questão, é que nesse artigo consta ainda que serão consideradas
35
outras despesas com pessoal contratos de terceirização para substitui-
ção de empregado ou servidor público. Outro ponto a ser observado é
a forma de cálculo dessa despesa, segundo §2º art. 18º da LRF, a des-
pesa total será um regime de competência, bem como será apurado no
mês de referência e somará aos onzes meses anteriores.
Discorrendo ainda, sobre despesa com pessoal no art. 19º,
identificamos as porcentagens previstas para gastos com pessoal, cada
ente da federação tem uma porcentagem, vale ressaltar que a porcenta-
gem é baseada na Receita Corrente Líquida e que a porcentagem deve
será revisada a cada quadrimestre. Vejamos as porcentagens de cada
ente, União é de 50%, Estados e Munícipios é de 60%.
Outro ponto importante a ser observado é que, para verificação
do limite apresentado para cada ente, não é considerado indenização
provenientes de desligamento, incentivos de demissão voluntária, pes-
soal inativo, decorrentes de decisões judiciais, bem como nos estados
de Amapá e Roraima, DF, os recursos disponibilizados pela União para
custeio de despesa com pessoal.
Chegando ao art. 20º da LRF, observamos maiores detalha-
mentos com a despesa com pessoal. Observamos a tabela IX.

Tabela IX – Despesa com Pessoal


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Fonte: Maurício e Kayanoki, 2019.

Seguindo ainda nessa seção, do art. 21º até o art. 23º, obser-
vamos algumas orientações sobre o controle com despesa com pesso-
al. De modo resumido, podemos identificar que os artigos mencionados
apresentam dois limites, sendo eles, limite de alerta e limite prudencial.
O limite alerta é 90% corresponde ao teto permitido, limite prudencial é
quando atinge 95% do teto permitido. Vale ressaltar que a CF/88 pode
prever algumas sanções para quem ultrapassar os limites da LRF, por
exemplo, redução em 20% das despesas com pessoal, exoneração de
servidores não estáveis, entre outras sanções.
36
Por fim, no art. 24º da LRF, temos a seção sobre despesa com
seguridade social. Desse artigo é importante entender que a segurida-
de é um gênero que está ligado à previdência, à saúde e à assistência.
Outro ponto relevante é que nenhum benefício poderá ser aumentado
sem uma fonte prévia para custear esse aumento.
Chegando ao art. 25º da LRF veremos sobre transferência vo-
luntária. Entende-se por transferência voluntária um auxílio oferecido en-
tre os entes, desde que esse auxilio não seja determinação legal, consti-
tucional ou para SUS. Vejamos um exemplo para melhor compreensão.
Exemplo: O IPVA é um imposto estadual, contudo na CF/88,
consta que o Estado deverá repassar 50% do recolhimento para os res-
pectivos munícipios onde consta o licenciamento do veículo, ou seja,
essa transferência é uma transferência constitucional, o Estado é obri-
gado realizar a transferência de acordo com a CF/88.
Por outro lado, o Estado de Minas Gerais e a União pactuaram
uma disponibilização de verba para aumento da sua frota policial, essa
é uma transferência voluntária, além disso, esse Estado fica obrigado a
aplicar o recurso na compra de viaturas policiais, ou seja, naquilo que
originou sua transferência.
Para a realização da transferência voluntária, precisa ser ob-
servado alguns aspectos. Primeiro: dotação específica; segundo: não
pode ser utilizado para pagamento de pessoal; terceiro: que o ente es-
teja em dias com suas obrigações tributárias, de empréstimos, dentre
outros; quarto: que o ente tenha cumprindo os limites estabelecido pela
Constituição na área de educação e saúde; quinto: que haja uma previ-

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são orçamentária de contrapartida.
Continuando a lei da LRF, chegamos em seu capítulo VI, que
engloba os art. 26º, 27º e 28º. Vejamos alguns pontos desse capítulo.
O primeiro ponto apresentado nesse capítulo é que não é proibido a
transferência de recursos para entidades privadas, desde que haja uma
legislação específica, além de atender aos requisitos apresentado na
LDO, bem como está previsto no orçamento ou créditos adicionais.
Outro ponto a ser destacado que é proibida a aplicação de ju-
ros e custos operacionais inferiores aos previstos legais, esse fato sé dá
para impedir que o Estado beneficie-se de certa entidade. E por fim, a
transferência para o Sistema Financeiro Nacional somente é permitida
por meio de legislação específica, contudo nada impede o BACEN de
realizar operações com período inferiores a 365 dias.
Chegando no capítulo VII da LRF, identificamos algumas infor-
mações sobre dívida e endividamento, vejamos um resumo do art. 29º
e art. 30º, na tabela X.

37
Tabela X – Dívida e Endividamento

Fonte: Maurício e Kayanoki, 2019.


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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2013 Banca: FGV Órgão: AL-MA Prova: Contador Nível: Su-
perior
A LC n. 101/00 (Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF) estabelece
normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na
gestão fiscal, com amparo no Capítulo II do Título VI da Constituição.
A respeito da LRF, assinale a afirmativa correta.
(A) Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente
derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que
fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um período
superior a três exercícios.
(B) Entende-se por transferência voluntária a entrega de recursos cor-
rentes ou de capital a outro ente da Federação, a título de coopera-
ção, auxílio ou assistência financeira, que não decorra de determinação
constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Geral de Previdência.
(C) Se a dívida consolidada de um ente da Federação ultrapassar o res-
pectivo limite ao final de um quadrimestre, deverá ser a ele reconduzida
até o término dos três subsequentes, reduzindo o excedente em pelo
menos 50% (cinquenta por cento) no primeiro.
(D) A operação de crédito realizada com infração do disposto da Lei
Complementar 101/00 será considerada nula, procedendo-se ao seu
cancelamento, mediante a devolução do principal, vedados o pagamen-
to de juros e demais encargos financeiros.

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(E) A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tribu-
tária da qual decorra renúncia de receita deverá estar acompanhada de
estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva
iniciar sua vigência e nos dois seguintes, atender ao disposto na LDO e
sempre estar acompanhada de medidas de compensação, por meio do
aumento de receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da
base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição.

QUESTÃO 2
Ano: 2009 Banca: CESPE Órgão: PGE-AL Prova: Procurador do Es-
tado Nível: Superior
Os objetivos da LRF não incluem
(A) o estabelecimento de normas para a elaboração e controle dos or-
çamentos públicos.
(B) o estabelecimento de normas de finanças públicas voltadas para a
gestão fiscal.
(C) o estabelecimento de uma ação planejada e transparente na gestão
39
dos recursos públicos.
(D) a prevenção de riscos e a correção de desvios que afetem o equilí-
brio das contas públicas.
(E) a garantia do equilíbrio das contas públicas, por meio de metas de
resultados entre receitas e despesas.

QUESTÃO 3
Ano: 2010 Banca: CESPE Órgão: TRE-MT Prova: Analista Judiciá-
rio - Área Administrativa Nível: Superior
Acerca da LRF, assinale a opção correta.
(A) No prazo de sessenta dias após a publicação dos orçamentos, as
receitas previstas deverão ser desdobradas pelo Poder Executivo em
metas semestrais de arrecadação, com a especificação em separado,
quando cabível, das medidas de combate à evasão e à sonegação.
(B) Segundo a LRF, o benefício concernente à ampliação de incentivo
de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita, dependente
de medidas de compensação, por meio do aumento de receita, só en-
trará em vigor no primeiro dia do exercício seguinte.
(C) Na verificação do atendimento dos limites definidos na LRF, para
despesas com pessoal, devem ser computadas despesas relativas a
incentivos à demissão voluntária.
(D) É vedada a majoração de benefício relativo à seguridade social sem
a indicação da fonte de custeio total, salvo benefício ou serviços de saú-
de, previdência e assistência social destinados aos servidores militares,
ativos e inativos.
RESPONSABILIDADE FISCAL NO SETOR PÚBLICO - GRUPO PROMINAS

(E) É lícito aos entes da Federação disponibilizar a qualquer pessoa


física ou jurídica o acesso a informações referentes ao lançamento e ao
recebimento de toda a receita das unidades gestoras, inclusive referen-
tes a recursos extraordinários.

QUESTÃO 4
Ano: 2010 Banca: PaqTcPB Órgão: Prefeitura de Patos - PB Prova:
Técnico em Contabilidade Nível: Superior
Em relação à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), analise das
assertivas a seguir, e marque as certas e as erradas:
I. O principal da LRF, de acordo com o caput do art. 1º, consiste em
estabelecer normas de finanças públicas voltadas para a respon-
sabilidade na gestão fiscal.
II. Os instrumentos preconizados pela LRF para o planejamento do
gasto público são os mesmos já adotados na Constituição Federal:
o Plano Plurianual - PPA, a Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO e
a Lei Orçamentária Anual - LOA.
40
III. O que a LRF busca, na verdade, é reforçar o papel da atividade
de planejamento e, mais especificamente, a vinculação entre as ati-
vidades de planejamento e de execução do gasto público, conforme
será demonstrado mais adiante, quando abordarmos este assunto.
IV. Diferente do equilíbrio orçamentário, este já previsto na Lei 4.320
de 1964, a LRF traz uma nova noção de equilíbrio para as contas
públicas: o equilíbrio das chamadas “contas primárias”, traduzido
no resultado primário equilibrado.
Assinale a alternativa correta:
(A) Estão erradas I e II.
(B) Estão erradas II e IV.
(C) Apenas I está correta
(D) Apenas II e III estão corretas.
(E) Todas as assertivas estão corretas.

QUESTÃO 5
Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: TCE-GO Prova: Orçamento e Finan-
ças Nível: Superior
A dívida consolidada de determinado ente da Federação, ao final
do 2o quadrimestre de 2014, ultrapassou o respectivo limite. De
acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF, a dívida deverá
ser reconduzida aos limites e, para tanto, o ente da Federação deve
(A) renegociar a dívida com os credores.
(B) obter superávit financeiro.
(C) obter superávit nominal.

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(D) aumentar a arrecadação das receitas correntes.
(E) obter superávit primário.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


No art. 2º, identificamos alguns conceitos importantes sobre empresa
controlada e empresa dependente. Entende-se por empresa controla-
da, aquelas em que a maior parte do capital social pertence a algum
ente da federação. Entende-se por empresa dependente as empresas
controlas que dependem de recursos financeiros provenientes de algum
ente da federal, para custeio em geral. Logo em seguida, no mesmo
artigo, identifica-se a presenta da receita corrente líquida. Sendo assim,
explique o que é Receita corrente líquida.

TREINO INÉDITO
Assunto: LRF
Assinale a alternativa correta que corresponde às espécies de im-
pactos causados pela lei de responsabilidade fiscal:
41
a. Política, institucional, fiscal e de gestão às entidades públicas.
b. Política e institucional, apenas.
c. Política e fiscal, apenas.
d. Política de gestão às entidades públicas, apenas.
e. NDA

NA MÌDIA
CUIDADO DO IDOSO NO SETOR DE EMERGÊNCIA: UMA REVISÃO
INTEGRATIVA
A receita pública exige três requisitos essenciais: a) que o dinheiro in-
tegre de modo permanente o patrimônio público (logo, as entradas de
natureza provisória como a fiança não podem ser consideradas receitas
públicas); b) que este numerário não esteja sujeito à devolução (portan-
to, os empréstimos não constituem receitas públicas); c) que o patrimô-
nio público venha a ser acrescido com esse elemento novo (a venda de
um bem determinará uma baixa patrimonial, logo o numerário decor-
rente não constituirá um elemento novo, não podendo ser considerado
receita, embora determine uma entrada).
Fonte: Jozélia Nogueira Broliani
Data: 2004
Disponível em: A&C Revista de Direito Administrativo e Constitucional.
Ano 3, n. 11.

NA PRÁTICA
O IPVA é um imposto estadual, contido na CF/88 e observa que o Estado
RESPONSABILIDADE FISCAL NO SETOR PÚBLICO - GRUPO PROMINAS

deverá repassar 50% do recolhimento para os respectivos munícipios,


onde consta o licenciamento do veículo, ou seja, essa transferência é
uma transferência constitucional, o Estado é obrigado realizar a transfe-
rência de acordo com a CF/88. Entretanto, Luís, gestor Estadual decidiu
não realizar a transferência. Analise se a atitude do gestor enquadra-se
no especifico na lei acerca da transferência voluntária.

PARA SABER MAIS


Filme sobre o assunto: Todos os homens do presidente
Peça de teatro: O que você tem a ver com a corrupção
Acesse os links: https://youtu.be/Xhsyv7zBzAQ
https://youtu.be/4bLOmG2YA5E

42
LRF COMENTADA - PARTE II

RESPONSABILIDADE FISCAL NO SETOR PÚBLICO - GRUPO PROMINAS


Neste capítulo será dada continuidade ao estudo da LRF. No
capítulo anterior estudamos até o art. 30º da LRF. Neste discorreremos
sobre os demais artigos dessa legislação.
No art. 31º da LRF, encontramos informações sobre a recondu-
ção da dívida aos limites, ou seja, está previsto nesse artigo que quando
uma dívida ultrapassar os limites definidos pelo ente, até ao final de
quatro meses (quadrimestre), deverá ser reconduzida até o final dos
três quadrimestres subsequentes, contudo ¼ do valor deve ser obser-
vado no primeiro quadrimestre.
Vale ressaltar que a recondução da dívida consolidada e a recon-
dução com despesa com pessoal, são diferentes, vejamos as principais
diferenças entre elas: a recondução de dívida consolidada é analisada a
cada 4 meses, 3 quadrimestres subsequentes e deve ¼ no primeiro quadri-
4343
mestre, por outro lado, a recondução de despesa com pessoal é analisada
a cada 4 meses, contudo, deve ser reconduzida até 2 quadrimestres sub-
sequentes, bem como 1/3 deve ser observado no primeiro quadrimestre.
Vale ressaltar que o ente que estiver acima do limite da dívida
consolidada, ou seja, em excesso, não poderá realizar operações de cré-
dito, mesmo com antecipação de receita. Ele poderá apenas refinanciar
o valor principal da sua dívida mobiliária. Além disso, deverá obter resul-
tados primários suficientes para a recondução da dívida. Mesmo com es-
sas medidas, se o ente não conseguir reduzi-la ao limite, ele fica proibido
de receber transferências voluntárias provenientes da União ou Estado.
Discorrendo sobre a lei, chegamos nas operações de créditos
prevista na seção IV. Entende-se por operação de crédito o compro-
misso assumido em razão de mútuo, por exemplo, abertura de crédito,
aquisição financiada de bens, dentre outros. Contudo, o art. 32º apre-
senta os limites e requisitos para as operações desses créditos que
serão verificados pelo Ministério da Fazenda.

Figura 6 – Contratação de Operação de Crédito


RESPONSABILIDADE FISCAL NO SETOR PÚBLICO - GRUPO PROMINAS

Fonte: Maurício e Kayanoki, 2019.

Uma condição específica para a concessão de empréstimo é


que ele não seja maior que as despesas de capitais. O que é despesas
de capitais? Entende-se por despesas de capitais aquelas despesas
que geram um bem de capital, bem como a expansão da atividade do
órgão, por exemplo, aquisição de maquinários.
44
A regra de ouro está prevista na CF/88 art. 167. Mas, qual é o
objetivo dessa regra? A regra de outro visa assegurar que Estado não
contrate operações de créditos superiores as suas despesas capitais,
ou seja, essa regra busca assegurar que o ente não se endivide. Vale
lembrar que existem algumas exceções à regra, contudo, precisará de
autorização de créditos suplementares ou uma legislação específica.
Vejamos esses créditos na figura 7.

Figura 7 – Créditos Adicionais

RESPONSABILIDADE FISCAL NO SETOR PÚBLICO - GRUPO PROMINAS


Fonte: Maurício e Kayanoki, 2019.

Em seguida, sobre a LRF, podemos identificar no art. 34º, que


a LRF proibiu que o BACEN emitisse de títulos de dívida, o BACEN utili-
zava esse mecanismo para gerar uma maior liquidez na economia, bem
como para intervir nos instrumentos cambiais. Além disso, a CF/88 em
art. 164 §1º proíbe o BACEN financiar o Tesouro Nacional.
Além disso, no art. 39º da LRF são apresentadas outras ve-
dações ao BACEN. Vejamos elas: A primeira vedação é que o BACEN
não pode adquirir títulos de dívidas, na data de disposição do mercado,
salvo casos em que sejam comprados os títulos emitidos diretamente
pela União, desde que para refinanciar a dívida mobiliária federal. Se-
gundo o BACEN está vedado realizar permutas e, por fim, o BACEN é
proibido de realizar a concessão de garantia. Vale ressaltar ainda, que
ao Tesouro Nacional também é vedado adquirir títulos de dívida pública
45
existente no BACEN, salvo nos casos de redução da dívida mobiliária.
Além disso, o art. 35º da LRF veda se um ente da federação finan-
car outro ente federativo, contudo é possível que uma instituição financeira
disponibilize empréstimos a outro ente da federação, porém essa exceção
não se aplica se o ente utilizar o empréstimo para financiar dívidas corren-
tes, como as adquiridas junto a outras instituições financeiras.
Ainda, no art. 36º da LRF, a proibição de instituições financei-
ras estatais em financiar seu controlador, nesse caso, é parecido com o
do BACEN e do Tesouro Nacional. Porém, é possível que a instituição
financeira adquira títulos de dívidas públicas com o objetivo de atender
os investimentos de sua carteira de clientes. Vejamos no art. 37º, outras
proibições referentes a concessão de empréstimos, na figura 7.

Figura 8 – Proibição Art. 37º LRF


RESPONSABILIDADE FISCAL NO SETOR PÚBLICO - GRUPO PROMINAS

Fonte: Maurício e Kayanoki, 2019.

Chegando ao art. 38º, temos as operações de crédito por an-


tecipação de receita. Vale lembrar que essas operações são extraorça-
mentárias, ou seja, não estão previstas na LOA e não precisam de au-
torização legislativa, tendo em vista que é um recurso temporário, além
disso, o Estado é somente o depositário. Ademais, essas operações
não afetam o orçamente, ou seja, não geram novas receitas. Vejamos
algumas regras dessas operações na tabela XI.

46
Tabela XI – Operação de crédito por ARO

Fonte: Brasil, 2000.

Os art. 39º e art. 40º já foram estudados quando tratamos das


operações envolvendo o Banco Central do Brasil. Sendo assim, volte-
mos os estudos para seção VI, seção que aborda os restos a pagar.
Inicialmente, precisamos realizar uma menção à Lei nº
4.320/64, em seus art. 35º e art. 36º. Em seu art. 35º ocorre um enfoque
orçamentário dos estágios das receitas e despesas. Sendo assim, po-

RESPONSABILIDADE FISCAL NO SETOR PÚBLICO - GRUPO PROMINAS


demos dizer que a receita é reconhecida no ato, já as despesas serão
reconhecidas no exercício financeiro. De forma resumida, seria a recei-
ta de regime de caixa e despesas por competências.
Já sob uma ótica contábil/patrimonial, é considerado importan-
te o fato do gerador da variação patrimonial, ou seja, receitas e despe-
sas serão do regime de competências. Sendo assim, entende-se por
restos a pagar as despesas que não são pagas até 31 de dezembro, ou
seja, despesa empenhada, porém não paga.
Um ponto a ser observado é se a receita está liquidada ou não,
pois isso afetará diretamente nos restos a pagar, pois eles são divididos em
processados e não processados. Vejamos melhor sobre cada na figura 9.

47
Figura 9 – Restos a Pagar

Fonte: Maurício e Kayanoki, 2019.

Existem dois conceitos importantes a serem observados. O pri-


meiro é o conceito de restos a pagar não processados a liquidar: enten-
de-se por aqueles que, quando o empenho é registrado dentro do exer-
cício financeiro corrente, o objeto é entregue no exercício subsequente.
O segundo conceito é de restos a pagar não processados em
liquidação: entende-se por aqueles que, quando ocorre o empenho e a
entrega dentro do exercício corrente, sua liquidação fica para o exercício
subsequente. Além disso, seu impacto patrimonial deve ser reconhecido.
Vale ressaltar que os restos a pagar não geram, obrigatoria-
mente, obrigações financeiras para o Estado, tendo em vista que quan-
do eles tiverem pendentes de liquidação, pode ser que a pessoa não
tenha o direito adquirido, por exemplo, não houve a entrega do produto.
Outro ponto a ser destacado são as reestimativas dos valores, vejamos
de forma esquematizada na Tabela IX.

Tabela XII – Reestimativas dos Valores


RESPONSABILIDADE FISCAL NO SETOR PÚBLICO - GRUPO PROMINAS

Fonte: Maurício e Kayanoki, 2019.

Segundo a LRF é proibido que o titular de Poder ou órgão, nos


dois últimos quadrimestres do seu mandato, adquira despesas para o exer-
cício subsequente, ou seja, todas as despesas adquiridas devem ser fi-
nalizadas até o seu exercício, salvo casos em que sejam disponibilizados
recursos em caixa, para assumir as parcelas no exercício subsequente.
Vejamos a figura 9, com algumas observações sobre o resto a pagar.

48
Figura 10 – Restos a Pagar

Fonte: Maurício e Kayanoki, 2019

Discorrendo sobre a lei do art. 43º, temos algumas orientações


sobre a gestão patrimonial pública, vejamos alguns aspectos desse ar-
tigo: segundo o art. 43º, os recursos de caixa da União deverão ser
depositados no Banco Central, Estados, Municípios e DF, e deverá rea-
lizar seus depósitos em instituições financeiras oficiais, exceto os casos
previstos na legislação.
Vale ressaltar que caixa de caráter previdenciário deverá ser
separada, independe se ela for geral (INSS) ou própria (Previdência de
Servidor), além disso, esses recursos não poderão ser utilizados para
compra de título de dívida pública, bem como conceder empréstimos ao
Poder Público.
Avançando mais um pouco sobre a lei, chegamos aos art. 44º
até art. 46º, onde são tratados assuntos sobre preservação de patri-

RESPONSABILIDADE FISCAL NO SETOR PÚBLICO - GRUPO PROMINAS


mônio público. Inicialmente, precisamos entender o que é a receita de
capital e a receita corrente. Entende-se por receitas de capital, aquelas
que aumentam a disponibilidade financeira do Estado. São instrumen-
tos utilizados para financiar programas e ações do orçamento, ou seja,
são receitas que visam atingir as finalidades públicas.
Por outro lado, receitas correntes são aquelas adquiridas den-
tro do exercício financeiro, dessa forma, aumentado a disponibilidade
da financeira do Estado, geralmente, afeta de forma positiva o Patrimô-
nio Líquido. São instrumentos utilizados para financiar os objetivos e as
ações referentes às políticas públicas.

A receita de capital não afeta o Patrimônio Líquido, por ou-


tro lado a receita corrente afeta o Patrimônio Líquido.
49
Vejamos como a Lei nº 4.320/1964, classifica as receitas cor-
rentes e receitas de capital. Vejamos o esquema na Tabela X.

Tabela XIII – Receitas Correntes e Receitas de Capital sob a ótica da Lei nº


4.320/64

Fonte: Maurício e Kayanoki, 2019.

De modo geral, podemos afirmar que quando o Estado vende


um bem ou direito. Podemos classificar essa receita como de capital,
dessa forma, fica proibida a aplicação de recursos provenientes de re-
ceitas de capital referentes à alienação de bens e direitos que fazem
parte do patrimônio público para custeio ou financiamento de despesas
correntes, exceto em situação prevista na legislação.
RESPONSABILIDADE FISCAL NO SETOR PÚBLICO - GRUPO PROMINAS

Diante dos art. 47º até art. 49º temos aspectos sobre o controle
e a transparência na gestão pública, vejamos na figura 11, de forma
esquemática os instrumentos previstos pela LRF, para uma boa gestão
pública e transparência financeira.

50
Figura 11 – Instrumentos da Gestão Fiscal Transparente

Fonte: Estratégia, 2019

RESPONSABILIDADE FISCAL NO SETOR PÚBLICO - GRUPO PROMINAS


Vejamos algumas informações dos art. 50º e art. 51º da LRF.
No art. 50º a LRF apresentada alguns parâmetros que são respeitados
pelas entidades públicas, vale ressaltar que as entidades públicas de-
vem respeitar os princípios da Contabilidade Pública, contudo deverão
atendar-se, também, para as orientações do art. 50º da LRF. Já no art.
51º temos uma informação que poucos têm conhecimento, que é de
obrigatoriedade do Poder Executivo Federal a consolidação e apresen-
tação das contas da União, bem como dos Estados e dos Municípios.
Nos art. 52º e art. 53º temos algumas informações sobre o Re-
latório Resumido da Execução Orçamentária - RREO, para um melhor
entendimento e condensação das informações vejamos a tabela XIV.
Tabela XIV - RREO. Fonte: Maurício e Kayanoki, 2019.
Nos art. 54º e art. 55º temos algumas informações sobre o Re-
latório de Gestão Fiscal - RGF, para melhor entendermos e condensar-
mos as informações vejamos a tabela XV.
51
RESPONSABILIDADE FISCAL NO SETOR PÚBLICO - GRUPO PROMINAS

52
Tabela XV - RGF

Fonte: Maurício e Kayanoki, 2019


É de suma importância que consigamos ter claras as informa-
ções sobre cada um, ou seja, precisamos conhecer o conteúdo de cada
relatório, bem como não os confundir. Dessa forma, vejamos algumas
tabelas comparativas entre eles.

Tabela XVI – RREO vs. RGF

RESPONSABILIDADE FISCAL NO SETOR PÚBLICO - GRUPO PROMINAS

Fonte: Maurício e Kayanoki, 2019

Precisamos ainda, identificar o que contempla cada relatório, vejamos


a tabela comparativa abaixo.

53
Tabela XVII – RREO vs. RGF
RESPONSABILIDADE FISCAL NO SETOR PÚBLICO - GRUPO PROMINAS

Fonte: Maurício e Kayanoki, 2019


54
Nos art. 56º até o art. 58º, observamos algumas orientações sobre
as prestações de conta. E por fim, chegando nos art. 58 e art. 59º obser-
vamos algumas informações sobre a fiscalização da gestão fiscal pública.
Recordam-se dos princípios apresentados no início na figura 2?

Figura 2 – Princípios LRF

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019

Esses princípios precisam ser considerados para uma fiscaliza-


ção eficaz e efetiva no que tange à gestão fiscal. Sendo assim, é de suma
importância que o Estado realize as devidas prestações de contas, tendo
em vista que essa prestação consolida o Estado Democrático de Direito.
O ponto a ser considerado é que o Poder Legislativo é o titu-
lar, porém, o mesmo possui apoio dos Tribunais de Contas. Contudo,
isso não exclui da responsabilidade interna de cada órgão ou entidade,
que deverá acompanhar de forma interna sua gestão fiscal, caso seja
constado qualquer desvio, ele fica incumbido de comunicar o controle
externo, sob a pena de responsabilidade solidária.
Outro ponto a ser observado é a respeito da condensação do or-
çamento no Poder Executivo, contudo, a prestação de contas também é
condensada no Poder Executivo. Vale ressaltar, que todos os ministérios
e poderes públicos deverão encaminhar suas contas para o Poder Exe-

RESPONSABILIDADE FISCAL NO SETOR PÚBLICO - GRUPO PROMINAS


cutivo, após o recebimento, o Poder Executivo encaminha essas contas
para os Tribunais de Contas para que seja emitido um parecer prévio.
Segundo art. 60º da LRF, o parecer prévio emitido pelos tribunais
de contas devem ser conclusivos e emitidos dentro de um prazo de 60
dias, salvo os casos de Municípios que não são capitais e que possuem
um número inferior a duzentos mil habitantes, nesses casos o prazo será
de cento e oitenta dias. Vale ressaltar que quando houver pareceres pen-
dentes o Tribunal de Contas não poderá entrar em recesso.
Além disso, as contas apresentadas pelo Poder Executivo fica-
rão disponíveis todo período do exercício financeiro, no Poder Legisla-
tivo, bem como nos órgãos técnicos responsáveis, para apreciação por
parte da população.
Ademais, as prestações de contas da União serão apresenta-
das por meio de demonstrativos do Tesouro Nacional e das respectivas
agências financeiras oficiais de fomento. Por fim, chegamos no final da
legislação em seu capítulo X com as disposições finais e transitórias.
Nesse capítulo, devemos estar atentos para as informações
55
contidas no art. 67º, que dizem respeito ao conselho de gestão fiscal:
Art. 67. O acompanhamento e a avaliação, de forma permanen-
te, da política e da operacionalidade da gestão fiscal serão realizados
por conselho de gestão fiscal, constituído por representantes de todos
os Poderes e esferas de Governo, do Ministério Público e de entidades
técnicas representativas da sociedade, visando a:
I - harmonização e coordenação entre os entes da Federação;
II - disseminação de práticas que resultem em maior eficiência
na alocação e execução do gasto público, na arrecadação de receitas,
no controle do endividamento e na transparência da gestão fiscal;
III - adoção de normas de consolidação das contas públicas,
padronização das prestações de contas e dos relatórios e demonstra-
tivos de gestão fiscal de que trata esta Lei Complementar, normas e
padrões mais simples para os pequenos Municípios, bem como outros,
necessários ao controle social;
IV - divulgação de análises, estudos e diagnósticos. (BRASIL,
2000, s. p.)
Esperamos que você aluno (a), tenha conseguido entender
melhor sobre a LRF, contudo, indicamos alguns vídeos para comple-
mentar seus estudos.
RESPONSABILIDADE FISCAL NO SETOR PÚBLICO - GRUPO PROMINAS

56
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2015 Banca: FCC Órgão: SEFAZ-PI Prova: Conhecimentos
Específicos Nível: Superior
Nos termos da LRF, a repartição dos limites globais de gastos com
pessoal do Estado do Piauí considerará o Poder Legislativo (in-
cluindo o Tribunal de Contas), o Poder Judiciário, o Poder Executi-
vo e o Ministério Público do Estado e não poderá exceder, respec-
tivamente, a
(A) 3%, 6%, 49% e 2%
(B) 3%, 6%, 50% e 1%
(C) 2%, 6%, 49% e 3%
(D) 2%, 5%, 49% e 4%
(E) 3%, 5%, 50% e 2%

QUESTÃO 2
Ano: 2009 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: FHEMIG
Prova: Ciências Contábeis Nível: Superior
Em sintonia com o princípio da transparência pública, a LRF esta-
belece que as contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo
ficarão disponíveis durante todo o exercício para consulta e apre-
ciação pelos cidadãos e instituições da sociedade.
De acordo com a LRF, essas contas deverão ficar à disposição
(A) nas sedes do Poder Judiciário e do Poder Executivo.

RESPONSABILIDADE FISCAL NO SETOR PÚBLICO - GRUPO PROMINAS


(B) no Poder Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua ela-
boração.
(C) na controladoria do Poder Executivo e na Câmara Municipal.
(D) na Comissão de Finanças do Poder Legislativo e na Secretaria da
Fazenda.

QUESTÃO 3
Ano: 2010 Banca: CESPE Órgão: TRE-MT Prova: Analista Judiciá-
rio - Área Administrativa Nível: Superior
De acordo com as regras estabelecidas pela LRF,
(A) no cômputo da receita corrente líquida, não devem ser considerados
os recursos obtidos por meio da exploração de atividades industriais.
(B) a limitação de empenho no caso de não realização da receita so-
mente pode ser feita pelos titulares de cada poder.
(C) o ente da Federação que não instituir e arrecadar todos os impostos
da sua competência estará proibido de receber transferências voluntá-
rias de qualquer espécie.
57
(D) a dívida fundada de um ente da Federação corresponde ao mon-
tante das suas obrigações financeiras assumidas para amortização em
prazo superior a doze meses.
(E) uma operação de crédito por antecipação de receita somente pode
ser feita nos últimos quatro meses do exercício financeiro.

QUESTÃO 4
Ano: 2013 Banca: FGV Órgão: AL-MA Prova: Gestão Administrati-
va - Administrador Nível: Superior
Com relação à Lei de Responsabilidade Fiscal, analise as afirma-
tivas a seguir. I. A LRF estimula a transparência, exigindo a divul-
gação, inclusive pela Internet dos relatórios de acompanhamento
da gestão fiscal que permitem identificar receitas e despesas. II. A
LRF estimula o controle das contas públicas, exigindo qualidade
das informações e ações mais efetivas e contínuas dos Tribunais
de Contas. III. A LRF estimula a avaliação estabelecendo limites
para renúncia de receita e para a geração de despesas, o que inclui
a concessão de garantias. Assinale:
(A) se somente a afirmativa I estiver correta.
(B) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

QUESTÃO 5
RESPONSABILIDADE FISCAL NO SETOR PÚBLICO - GRUPO PROMINAS

Ano: 2017 Banca: CESPE Órgão: TRE-PE Prova: Analista Judiciá-


rio - Área Administrativa Nível: Superior
Tendo como referência a LRF, assinale a opção correta.
(A) A proposta de aperfeiçoamento da ação governamental dispensa a
elaboração de estimativa de impacto financeiro, mas exige a estimativa
de impacto orçamentário.
(B) Dívida pública mobiliária é o total de obrigações financeiras do ente
público, resultante de leis, contratos e convênios.
(C) Um dos objetivos da LRF é fixar normas que estimulem a responsa-
bilidade na gestão orçamentária.
(D) Na lei de diretrizes orçamentárias, o anexo de metas fiscais deve
conter avaliações atuariais.
(E) Receita corrente líquida é o montante bruto de receitas tributárias,
de contribuições e patrimoniais, depois de efetuadas as deduções legal-
mente previstas.

58
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
O ente que estiver acima do limite da dívida consolidada, ou seja, em
excesso, não poderá realizar operações de crédito, mesmo com ante-
cipação da receita. Ela poderá, apenas, refinanciar o principal valor da
sua dívida mobiliária. Além disso, deverá obter resultados primários su-
ficientes para a recondução da dívida. Mesmo com essas medidas, se
o ente não conseguir reduzi-la ao limite, ele ficará proibido. Nesse sen-
tido, pergunta-se: um ente federativo poderá financiar outro? Explique.

TREINO INÉDITO
Assunto: LRF
Assinale a alternativa que indica adequadamente quais as nature-
zas do impacto da lei de responsabilidade fiscal:
a. Natureza política, institucional, fiscal e de gestão às entidades públicas.
b. Natureza política e institucional,
c. Natureza política, apenas.
d. Natureza fiscal, apenas.
e. NDA

NA MÍDIA
IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE NO CONTROLE DOS GASTOS
PÚBLICOS DE ACORDO COM A LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL
A Contabilidade Aplicada ao Setor Público é aquela que tem como obje-
to de estudo o patrimônio público, por registrar, controlar e demonstrar
os atos e fatos da Administração Pública e suas variações. O presente

RESPONSABILIDADE FISCAL NO SETOR PÚBLICO - GRUPO PROMINAS


trabalho tem o objetivo de demonstrar a importância da contabilidade no
controle dos gastos públicos, de acordo com a Lei de Responsabilidade
Fiscal, mediante pesquisa bibliográfica. Trata também dos órgãos e me-
didas de controle e os avanços da legislação que implicaram na melhor
visibilidade dos gastos públicos. A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)
ou Lei Complementar N° 101, entrou em vigor em 2000 com o intuito de
limitar o endividamento da União dos Estados e Municípios, ao passo
que define os princípios básicos de responsabilidade. Também confere
a viabilidade em destaque junto à sociedade, onde o controle da ges-
tão fiscal publica através da Lei de Responsabilidade Fiscal possibilita
ao usuário da informação uma ampla transparência das atividades de
um estado bem organizado. Merecem maior atenção e aprofundamento
de estudo perante a necessidade de escopo, onde os estudiosos da
Contabilidade Governamental possam realizar novos estudos quanto
ao registro próprio da disponibilidade de caixa, aos demonstrativos fi-
nanceiros e orçamentários das receitas e despesas da previdência em
sua origem e à sua destinação, tendo em vista o interesse público.
59
Fonte: Ana Paula de Souza, Daiele Barrionuevo Medeiros, Elaine Doro
Mardegan Costa e Yully Fernandes da Costa
Data: 2017
Leia na íntegra em:
https://www.jornaljurid.com.br/doutrina/tributario/importancia-da-conta-
bilidade-no-controle-dos-gastos-publicos-de-acordo-com-a-lei-de-res-
ponsabilidade-fiscal

NA PRÁTICA
Helenita, secretária de finanças de um município do interior da Bahia,
realizou o empenho de uma nota fiscal dentro do exercício corrente pro-
veniente do cumprimento da obrigação de prestação de serviços de en-
trega de merenda escolar. Entretanto, não houve pagamento no ano em
que o serviço foi prestado. Analise a possibilidade da liquidação ocorrer
em exercício subsequente.

PARA SABER MAIS


Filme sobre o assunto: The War Room
Peça de teatro: Breve história da corrupção
Acesse os links:
https://youtu.be/2h4CwoMgLrw
https://youtu.be/4gVA9XOUHak
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60
Como pudemos perceber, a Lei de Responsabilidade Fiscal
possui como principal objeto uma gestão fiscal eficiente e eficaz. Iden-
tificamos ainda, que o Estado precisa gastar aquilo que é arrecada-
do, sendo assim, a LRF apresenta alguns instrumentos para controle e
transparência dos gastos públicos.
De modo geral, podemos dizer que a LRF é um instrumento
normativo, que se fez necessário devido à crise política e ao desvio
excessivo de verbas, além disso, ela trouxe grandes benefícios para
a população, contudo ainda possui pontos que necessitam melhorias.
Esperamos que tenham conseguido adquirir alguns conheci-
mentos sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, bem como sua
importância para a Gestão fiscal, além disso, é de suma importância a
participação da população na gestão pública. Por fim, queremos incenti-
vá-lo a permanecer na busca constante por conhecimento e informação!

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61
GABARITOS

CAPÍTULO 01

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

A Lei de Responsabilidade Fiscal estabelece que os gestores públicos


definam suas metas fiscais de forma trimestral. Sendo assim, o gestor
público conseguirá planejar as receitas e despesas, caso necessário po-
derá corrigir eventuais falhas durante o caminho. Outro ponto relevante é
que, com as metas, fica mais fácil a transparência perante a sociedade.

TREINO INÉDITO
Gabarito: A
Justificativa: A alternativa “a” está correta, pois a lei de Responsabili-
dade Fiscal vem ao encontro dos anseios da sociedade brasileira que,
há muito tempo, clama por uma Administração Pública transparente,
voltada para atender as necessidades e os objetivos dos cidadãos, re-
vestida de eficiência e eficácia e cujos resultados possam evidenciar um
RESPONSABILIDADE FISCAL NO SETOR PÚBLICO - GRUPO PROMINAS

desempenho de alta qualidade.

62
CAPÍTULO 02

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

A receita corrente líquida (RCL) é o denominador comum de vários li-


mites da Lei de Responsabilidade Fiscal. Sobre ela é que serão calcu-
lados os percentuais de gasto de pessoal, de operações de crédito, de
garantias e contra garantias e da dívida consolidada. No contexto da
verificação da receita corrente líquida, podem ocorrer desdobramentos
como corte de pessoal, de serviços terceirizados ou da necessidade
de redução de outras despesas correntes. Portanto, é de fundamental
importância a precisa identificação da RCL.

TREINO INÉDITO
Gabarito: A
Justificativa: A alternativa “a” está correta, pois entende-se por renún-
cia de receita a ação de um gestor público de conceder incentivos ou
benefícios seja de natureza tributária para os cidadãos.

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63
CAPÍTULO 03

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

Sim, pois o art. 35º da LRF veda que um ente da federação financie outro
ente federativo, contudo é possível que uma instituição financeira disponi-
bilize empréstimos a outros entes da federação, porém essa exceção não
se aplica ao ente que utilizar o empréstimo para financiar dívidas corren-
tes, bem como dívidas adquiridas junto a outras instituições financeiras.

TREINO INÉDITO
Gabarito: A
Justificativa: A alternativa “a” está correta, pois a LRF trouxe impactos
de natureza política, institucional, fiscal e de gestão às entidades públi-
cas. Após 16 anos de vigência da LRF, questiona-se como os pilares
da responsabilidade fiscal estão sendo considerados na avaliação da
gestão fiscal dos entes federados
RESPONSABILIDADE FISCAL NO SETOR PÚBLICO - GRUPO PROMINAS

64
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do
Brasil. Brasília: [s. n.], 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 14 ago. 2019.

BRASIL. Lei nº 101, de 4 de maio de 2000. Estabelece normas de fi-


nanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá
outras providências. Lei Complementar Nº 101, de 4 de Maio de 2000,
Brasília: [s. n.], 4 maio 2000. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 14 ago. 2019.

CREPALDI, Guilherme Simões; CREPALDI, Silvio Aparecido. Orçamen-


to Público: planejamento, elaboração e controle. 1. ed. São Paulo: Sa-
raiva, 2013. Acesso em: 9 ago. 2019.

MARTINHO, Márcio De Rezende. Lei De Responsabilidade Fiscal. Bra-


sília: [s. n.], 2010. E-book.

MARTINS, Dolores da Costa. A Importância da Lei de Responsabilidade


Fiscal, Voltada ao Princípio da Transparência. Orientador: Ceno Odilo
Kops. 2010. 24 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em Ciên-
cias Contábeis) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
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Acesso em: 14 ago. 2019.

RESPONSABILIDADE FISCAL NO SETOR PÚBLICO - GRUPO PROMINAS


MAURÍCIO, João; KAYANOKI, Luis. A LRF Comentada e Esquematiza-
da. [S. l.]: Estratégia Concursos, 2019. E-book.

MENDES, Sérgio. Administração Financeira e Orçamentária: teoria e


questões. 5. ed. São Paulo: Método, 2015.

NEGOSEK, Magali Regina Fuck. Princípios que regem a lei de respon-


sabilidade fiscal. Revista Eletrônica Direito e Política, Itajaí, v.3, n.1, 1º
quadrimestre de 2008. Disponível em: www.univali.br/direitoepolitica -
ISSN 1980-7791. Acesso em: 14 ago. 2019.

65
RESPONSABILIDADE FISCAL NO SETOR PÚBLICO - GRUPO PROMINAS

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