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RISCOS E VULNERABILIDADE HUMANA EM INCÊNDIOS - GRUPO PROMINAS


RISCOS E VULNERABILIDADE HUMANA EM INCÊNDIOS - GRUPO PROMINAS

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RISCOS E VULNERABILIDADE HUMANA EM INCÊNDIOS - GRUPO PROMINAS
Núcleo de Educação a Distância

PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.

O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.

GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO


Diagramação: Gildenor Silva Fonseca

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Prezado(a) Pós-Graduando(a),

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!


Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas
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pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atua-
ção no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a)
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos
conhecimentos.

Um abraço,

Grupo Prominas - Educação e Tecnologia

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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!..

É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha


é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização.
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.

Estude bastante e um grande abraço!


RISCOS E VULNERABILIDADE HUMANA EM INCÊNDIOS - GRUPO PROMINAS

Professor: Henrique Camões Barbosa

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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profisisional.

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Esta unidade analisará as variáveis que influenciam o comporta-
mento humano em situações de emergência, especialmente, aquelas de-
correntes de eventos com incêndio. Nesse contexto, abordaremos os mais
variados conceitos relacionados com Desastres, Riscos, Comportamento,
Pânico, Vulnerabilidade, Segurança, dentre outros, bem como as relações
existentes entre eles. Estudaremos o conceito de Gerenciamento de Risco
de Desastres, suas tipologias e atividades frente a um desastre, discutindo
a importância de se estudar as situações de pânicos no âmbito do com-
portamento humano frente a momentos de emergência. Serão discutidos
fatores que afetam o comportamento humano em situações de perigo ex-
tremo, especialmente, aqueles relacionados com incêndios, assim como
questões como tempo de reação/resposta e deslocamento em situações
de risco e pânico. Por fim, serão analisados os efeitos e as consequências
da fumaça e dos gases tóxicos provenientes dos incêndios sobre o ser hu-
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mano bem como os benefícios da implantação de um sistema de controle


de fumaça em edificações.

Comportamento Humano; Incêndios; Pânico; Riscos; Fumaça;


Gases tóxicos; Desastres; Gestão de Riscos.

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Apresentação do Módulo ______________________________________ 11

CAPÍTULO 01
DO COMPORTAMENTO HUMANO EM SITUAÇÕES DE RISCO E PÂNICO

Entendendo os Conceitos ______________________________________ 12

Entendendo na Prática _________________________________________ 17

Gerenciamento de Riscos de Desastres _________________________ 18

Pânico em Situações de Emergência ___________________________ 23

Recapitulando _________________________________________________ 29

CAPÍTULO 02
O COMPORTAMENTO HUMANO FRENTE A INCÊNDIOS E

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OUTROS RISCOS

Comportamento Humano em Incêndios Prediais _______________ 33

Evacuação de Edificações em caso de Incêndio _________________ 35

Tempo de Incêndio ____________________________________________ 40

Recapitulando _________________________________________________ 47

CAPÍTULO 03
EFEITOS E CONSEQUÊNCIAS DA FUMAÇA E DOS GASES SOBRE
O SER HUMANO

Entendendo os Conceitos ______________________________________ 52

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Composição do Fogo __________________________________________ 55

Dinâmica de um Incêndio _____________________________________ 56

Composição e Dinâmica da Fumaça ___________________________ 57

Efeito da Fumaça nos Indivíduos _______________________________ 58

A Visibilidade em Ambientes tomados por Fumaça _____________ 60

Componentes Tóxicos da Fumaça e seus Efeitos Diretos _________ 61

Conceitos e Benefícios de um Sistema de Controle de Fumaça __ 62

Legislação em Processo de Mudança ___________________________ 64

Recapitulando _________________________________________________ 66

Fechando a Unidade ___________________________________________ 70


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Referências ____________________________________________________ 73

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Entender os aspectos normativos, construtivos e de compor-
tamento que envolvem a dinâmica de um incêndio é de fundamental
importância para aqueles profissionais que pretendem trabalhar nesse
ramo do conhecimento.
Cada vez mais, o mercado tem produzido tecnologias capazes
de melhorar a segurança das edificações no que tange aos incêndios.
Saber empregá-las é um diferencial que todo profissional que trabalhe
com segurança e prevenção de incêndios deve possuir.
Em paralelo a isso, as normas brasileiras de segurança contra
incêndios, gradativamente, vêm sendo aprimoradas para melhor aten-
der às necessidades dos usuários. O desafio está justamente na incor-
poração desses conceitos estabelecidos na legislação e nas normas em
geral, no cotidiano das empresas, principalmente, aquelas envolvidas
no ramo da construção civil.
Assim, no capítulo 1, trataremos de analisar as variáveis que
influenciam o comportamento humano em situações de risco e pânico.
Discutiremos, dentre outras coisas, os conceitos de Desastres, Riscos,
Vulnerabilidade e Ameaça, bem como as relações existentes entre eles.
Abordaremos, de forma geral, o conceito de Gerenciamento de Risco
de Desastres, suas tipologias e atividades frente a um desastre, discu-
tindo a importância de se estudar as situações de pânico no âmbito do
comportamento humano frente a momentos de emergência.
No capítulo 2, trataremos de analisar o comportamento huma-

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no frente a situações de incêndio e outros riscos. Discutiremos, dentre
outras coisas, como se comportam as pessoas em incêndios, em am-
bientais fechado, tempo de reação, deslocamentos em situações de ris-
co e reações em momentos de elevado nível de estresse. Abordaremos
quais situações podem influenciar a escolha das rotas de fuga, o tempo
de resposta para evacuação e a velocidade de deslocamentos das pes-
soas em eventos de incêndio.
Por fim, no capítulo 3, trataremos de analisar os efeitos e as
consequências da fumaça e dos gases sobre o ser humano. Discutire-
mos, dentre outras coisas, os conceitos de fogo, análise de risco, com-
bustão, fator de propagação da chama, pirólise, progressão de chama
etc. Trataremos de analisar os elementos que compõem o fogo e a di-
nâmica comportamental de um incêndio. Estudaremos o elemento fu-
maça, suas características e seus efeitos nocivos tanto na segurança,
no momento da evacuação, como para a própria saúde dos indivíduos.
Por fim, serão apresentados os componentes tóxicos da fumaça e seus
efeitos diretos, bem como os benefícios da implantação de um sistema
de controle de fumaça em edificações.
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DO COMPORTAMENTO HUMANO
EM SITUAÇÕES DE RISCO E PÂNICO
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ENTENDENDO OS CONCEITOS

a) Desastre: é o “resultado de eventos adversos, naturais ou


provocados pelo homem, sobre um ecossistema vulnerável, causando
danos humanos, materiais e ambientais e consequentes prejuízos eco-
nômicos e sociais.” (CASTRO, 2012, p.7). Desastres podem ser consi-
derados como produtos de transformação e crescimento de uma socie-
dade, cuja relação com o ambiente natural e construído não é adequada
(LAVELL, 2000, p. 6).
Pode-se afirmar que os desastres têm relação direta com o
processo de transformação social e crescimento populacional, com o
modelo contemporâneo de desenvolvimento econômico adotado, com o
avassalador processo de uso e ocupação do solo dos grandes e médios
centros urbanos, ou seja, com modelos de vida que produzem vulnera-
bilidades sociais.
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Desastre: é o “resultado de eventos adversos, naturais ou pro-
vocados pelo homem, sobre um ecossistema vulnerável, causando da-
nos humanos, materiais e ambientais e consequentes prejuízos econô-
micos e sociais.”. (CASTRO, 2012, p. 7).

É justamente a partir dessas vulnerabilidades sociais – aliadas


à inadequada gestão de riscos, de capacidade de respostas efetivas
(de preparação de pessoas e de equipes, de serviços adequados de
socorro e de assistência, de políticas assistenciais e de reconstrução
pós-desastre) – que se produz a vulnerabilidade aos desastres (UFSC,
2013, p. 56).
Conforme afirma UFSC (2012, p. 8), os desastres ocorrem:

como efeito da conjunção de diferentes fatores que impactam de diferentes


formas os grupos sociais. De modo geral, há uma relação estreita entre os
desastres e o modelo de desenvolvimento mundialmente adotado, baseado
na intensa exploração dos recursos naturais, no consumo de bens e servi-
ços, na produção de resíduos, entre outras características, que intensificam o
processo de vulnerabilização das populações frente à ocorrência de eventos
extremos.

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b) Risco: é uma combinação de fatores que pode levar à ocor-
rência de eventos de consequências indesejáveis, possuindo alta, mé-
dia ou baixa probabilidade de ocorrência. Segundo CBMES (2016, p. 4),
é a “probabilidade estatística de que uma ameaça de evento adverso se
concretize em um cenário vulnerável, causando danos e prejuízos, isto
é, a probabilidade da ocorrência de um sinistro.”.
c) Senso de Percepção de Risco: trata-se da percepção que
um indivíduo possui com relação à gravidade de um risco pré-existente,
baseado no repertório de conhecimentos adquiridos durante o processo
de desenvolvimento cultural ou do nível de compreensão que um deter-
minado grupo social possui com relação ao risco aceitável (CASTRO,
1999, p. 10).
d) Nível de Risco Aceitável: segundo Castro (1999, p. 10), tra-
ta-se da “quantidade de risco que uma sociedade determinou como to-
lerável e razoável, após considerar todas as consequências associadas
a outros níveis alternativos.”.

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e) Vulnerabilidade: o grau de vulnerabilidade de um indivíduo
está diretamente relacionado ao grau de exposição ao risco. Quanto
mais vulnerável a pessoa esteja, maior o risco de sofrer danos. Para
Castro (1999, p. 4), trata-se de uma “condição intrínseca do corpo, em
interação com a magnitude de um evento ou acidente, medida em ter-
mos de intensidade dos danos previstos.”. Logo, o grau de vulnerabili-
dade é medido em função da relação entre a intensidade dos danos e a
magnitude da ameaça. (UFSC, 2013, p. 55).
Ainda segundo a UFSC (2013, p. 56), em geral, a vulnerabilida-
de está relacionada a fatores:

• Físicos: características da edificação; suscetibilidade; evidências de movi-


mentação etc.
• Sociais: gênero; idade; número de moradores na residência etc.
• Econômicos: renda familiar; emprego formal ou informal; acesso a benefí-
cios federais etc.
• Ambientais: área desmatada; água tratada; lixo etc.
• Percepção de risco: conhecimento sobre os riscos a que estão expostos;
conhece a coordenadoria municipal de defesa civil; já enfrentou desastres
etc.
• Educação: grau de escolaridade; alfabetização etc.
• Saúde: existência de doentes crônicos; acesso ao serviço de saúde etc.

f) Resiliência: conforme aponta a Organização das Nações Uni-


das, resiliência é a capacidade de um sistema, comunidade ou socieda-
de, potencialmente exposto(a) a ameaças, de adaptar-se, resistindo ou
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modificando-se, com o fim de alcançar ou manter um nível aceitável de


seu funcionamento e estrutura. (EIRD/ONU, 2004, p. 18).
g) Ameaça: trata-se da “estimativa de ocorrência e magnitude
de um evento adverso ou acidente determinado, expressa em termos
de: Probabilidade estatística de concretização do evento; e Provável
magnitude de sua manifestação.”. (CASTRO, 1999, p. 9). Diz respeito
ao evento indutor do desastre, quando seus fatores agem diretamente
em um cenário de vulnerabilidade.

Diante do exposto e dos conceitos apresentados, é possível


concluir que o Risco nada mais é do que a relação entre Ameaças e
Vulnerabilidades, expressada pela fórmula:
Risco = Vulnerabilidade x Ameaça

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Resiliência: conforme aponta a Organização das Nações Uni-
das, resiliência é a capacidade de um sistema, comunidade ou socieda-
de, potencialmente exposto(a) a ameaças, de adaptar-se, resistindo ou
modificando-se, com o fim de alcançar ou manter um nível aceitável de
seu funcionamento e estrutura.

Entender a relação entre essas três variáveis (Risco; Vulnera-


bilidade e Ameaça) é de fundamental importância para o processo de
gerenciamento de riscos de desastres, pois as ações elencadas para
mitigação dos impactos devem necessariamente ser propostas e de-
senvolvidas com base nessa relação (UFSC, 2013, p. 56).

Figura 1: Morro do Bumba. Deslizamento de terra onde antes funcionava um


lixão, em Niterói, Rio de Janeiro.

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Fonte: (Sérgio Moraes / Reuters. In: GAZETADOPOVO.COM.BR, 2010)

A relação, diretamente proporcional, entre a variável RISCO e


as variáveis VULNERABILIDADE e AMEAÇA, permite-nos concluir que,
quanto maior for a vulnerabilidade e as ameaças existentes, maior será
o grau de risco de ocorrência de um desastre, estando a magnitude do
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risco diretamente relacionada com a magnitude da vulnerabilidade em
um cenário real existente. Para que o risco seja mitigado é imprescindí-
vel que as ações tomadas sejam no sentido de atenuação das ameaças
e minimização das vulnerabilidades, pois, como afirma UFSC (2012, p.
10), “para reduzir os riscos de desastres é necessário intervir nesta re-
lação entre ameaças e vulnerabilidades, ampliando as capacidades das
populações para enfrentar eventos extremos.”.

Figura 2 - O Risco em função da Ameaça e Vulnerabilidade


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Fonte: Autor, 2019.

Nas médias e grandes cidades, alguns condicionantes de vul-


nerabilidade são potencializadores de riscos de desastres. O uso e a
ocupação irregular do solo urbano; a precariedade dos serviços públi-
cos habitacionais; a ineficácia no processo de planejamento urbano; a
gentrificação social; a falha no sistema de gerenciamento de risco são
exemplos claros de como a população mais carente vive em constante
situação de vulnerabilidade.
Nesse contexto, Acselrad (2006, p. 2), ao concluir que a con-
dição de vulnerabilidade é, muitas vezes, dirigida apenas para as pes-
soas e poucas vezes para os condicionantes que as tornam vulnerá-
veis, afirma que a vulnerabilidade é:

uma noção relativa – está normalmente associada à exposição aos riscos e


designa a maior ou menor susceptibilidade de pessoas, lugares, infraestrutu-
ras ou ecossistemas sofrerem algum tipo particular de agravo. Se a vulnera-
bilidade é decorrência de uma relação histórica estabelecida entre diferentes

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segmentos sociais, para eliminar a vulnerabilidade será necessário que as
causas das privações sofridas pelas pessoas ou grupos sociais sejam ultra-
passadas e que haja mudança nas relações que os mesmos mantêm com o
espaço social mais amplo em que estão inseridos.

Figura 3: Corpo de Bombeiros resgata mulher em rua inundada no bairro São


José, em João Pessoa (PB).

Fonte: (fotografia.folha.uol.br, 2013)

ENTENDENDO NA PRÁTICA

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Exemplo: em uma situação imaginária, em que uma casa no-
turna apresenta grande probabilidade de desastre devido ao risco de
incêndio, temos a seguinte avaliação:
Vulnerabilidade: material altamente inflamável de adornos e
efeitos utilizados na ornamentação; sistema de segurança contra incên-
dio deficitário; saídas de emergência insuficientes;
Ameaça: incêndio fora de controle no palco principal devido ao
uso de sinalizadores;
No contexto apresentado, uma possibilidade de se mitigar
os riscos existentes de desastre, nesse ambiente, é atuar na variável
ameaça: impossibilitar o uso de artefatos que produzem chamas/faís-
cas; ou na variável vulnerabilidade: redimensionando os extintores de
incêndios.

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GERENCIAMENTO DE RISCOS DE DESASTRES

Não é de hoje que o conceito de risco, como forma de se se ga-


rantir a segurança, frente à ocorrência de eventos adversos, vem sendo
colocado em prática pelos diversos setores da sociedade. Durante a
Revolução Industrial, no século XIX, com a introdução de novas tec-
nologias e novos processos aplicados às indústrias de transformação
de bens, surgira a necessidade de que fosse garantido “o controle dos
riscos possíveis, criando-se um conjunto de normas disciplinares e téc-
nicas para conter a ocorrência de acidentes. Passou-se a falar sobre
análise, gestão e percepção de riscos.”. (UFSC, 2012, p.3).

Filme sobre o assunto: A falha de San Andreas (2014)


Acesse o link: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-200433/
Observação: Sobre a temática, é importante que o aluno note
a relevância do assunto dentro do seu campo de atuação.

No mundo contemporâneo, o conceito de risco extrapola a vi-


são tecnicista, e incorpora, na discussão, os aspectos culturais e so-
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ciais, com vista a compreender os fenômenos e cenários que podem ser


classificados como de risco ou não, a depender da percepção social en-
volvida no contexto. Nesse sentido, Kuhnen (2009, p.47), ao definir que
as percepções sociais sobre a realidade dependem das experiências vi-
venciadas anteriormente e do modo como fomos educados, afirma que:

O risco não é um mero estímulo físico objetivo, se trata de uma construção


social, portanto subjetiva e multidimensional. Enquanto processo, se mantêm
imbricado a ele atitudes, valores, crenças, sentimentos e normas das pesso-
as, influenciando na forma de entender o risco ou a fonte de risco provável.
Portanto, tanto o conteúdo como o processo da percepção de risco é de na-
tureza social. Concluindo, pode-se dizer que não se trata de percepção psi-
cofísica, mas percepção social já que se está tratando de juízos, atribuições,
memória, emoção, motivação, categorização sobre o risco ou as distintas
fontes de risco, sejam elas tecnológicas, ambientais ou sociais.

A seguir, são apresentadas algumas diretrizes quanto ao pro-


cesso de percepção que as pessoas têm em relação aos riscos (UFSC,
2012, p.7):
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a) Cada comunidade constrói de maneira específica o universo
dos significados, privilegiando explicações e encorajando certos tipos
de reações e ações frente aos riscos. É necessário reconhecer os ritos
existentes na comunidade para lidar com os riscos a que está exposta;
b) As pessoas selecionam os riscos para os quais devem dar
importância e aqueles para os quais não devem dar;
c) Não há uma relação direta entre o conhecimento dos riscos
e perigos e a utilização de medidas de proteção efetivas;
d) A existência de uma elaboração de que o que é invisível não
traz riscos;
e) Presença de viés otimista: não serei afetado pelo risco;
f) A literatura esclarece que a aceitação das novas práticas
para gestão do risco depende de sua possibilidade de integração às
práticas vigentes;
g) As mudanças são vinculadas a benefícios, tais como: maior
produção e melhores oportunidades. Elas são avaliadas como positivas
e os indivíduos são propensos a minimizar seus riscos;
h) Comum é a crença de que as organizações e a mídia exa-
geram os riscos;
i) As pessoas em situação de vulnerabilidade costumam negar
o risco que não tem condições de controle, por isso a sua percepção
depende das estratégias de adaptação e possibilidade de controle so-
bre a realidade.

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A gestão de Riscos de Desastre deve ser entendida como
um processo complexo de planejamento, coordenação e execução de
ações e medidas preventivas destinadas a reduzir os riscos de desas-
tres e evitar a instalação de novos riscos (Brasil, 2017, p. 24). Trata-se
do monitoramento, identificação e implementação de ações efetivas
com vistas a produzir soluções concretas nos mais diversos cenários
de riscos existentes.

Cada comunidade constrói de maneira específica o universo


dos significados, privilegiando explicações e encorajando certos tipos
de reações e ações frente aos riscos. É necessário reconhecer os ritos
existentes na comunidade para lidar com os riscos a que está exposta.

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Um sistema de gerenciamento de risco, que promove a melho-
ria da qualidade de vida de uma sociedade, deve necessariamente ser
corretivo e/ou prospectivo. Em uma gestão corretiva, as ações devem
intervir sobre o risco já existente, produto de ações sociais diversas rea-
lizadas no passado. Não devendo caracterizar-se, apenas, por ações
pontuais e isoladas sobre um cenário de risco eminente, mas que possi-
bilite intervir sobre esse contexto buscando desenvolver práticas trans-
formadoras na relação entre os seres humanos e os espaços em que
vivem. A gestão prospectiva se desenvolve em função do risco ainda
não existente, mas que pode ser previsto por meio de um processo de
planejamento adequado. Tem como objetivo corrigir os erros pretéritos,
estando diretamente sintonizada ao planejamento e ao desenvolvimen-
to locais (UFSC, 2012, p.11).
Segundo a Plataforma Regional para La Reducción del Ries-
go de Desastres de las Américas – Eird, o marco conceitual inerente à
redução de risco de desastres é composto pelas seguintes ações (Eird
2014, apud Brasil 2017, p. 91):
a) avaliação de riscos, incluindo análise de vulnerabilidade, as-
sim como análises e monitoramento de ameaças/perigos;
b) conscientização para modificar o comportamento;
c) desenvolvimento do conhecimento, incluindo informação,
educação, capacitação e investigação;
d) compromisso político e estruturas institucionais, incluindo in-
formação, política, legislação e ação comunitária;
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e) aplicação de medidas, incluindo gestão ambiental, práticas


para o desenvolvimento social e econômico, medidas físicas e tecnoló-
gicas, ordenamento territorial e urbano, proteção de serviços básicos e
formação de redes e alianças;
f) sistemas de detecção e alerta precoce, incluindo prognósti-
co, predição, difusão de alertas, medidas de preparação e capacidades
de enfrentamento.

Em estudos voltados para o gerenciamento de riscos, faz-se


necessário que algumas abordagens de análise sejam adotadas, con-
forme apresentado por Brasil (2017, p. 24):
a) Risco instalado: “pode ser compreendido como o risco efeti-
vo, atual ou visível existente e percebido em áreas ocupadas. A identifi-
cação do risco instalado é realizada com base na avaliação de evidên-
cias do terreno, ou seja, condições ‘visíveis’ de que eventos adversos
podem se repetir ou estão em andamento”.
b) Risco aceitável: “aquele que uma determinada sociedade
ou população aceita como admissível, após considerar todas as con-
20
sequências associadas ao mesmo. Em outras palavras, é o risco que
a população exposta a um evento está preparada para aceitar sem se
preocupar com a sua gestão”.
c) Risco tolerável: “aquele com que a sociedade tolera convi-
ver, mesmo tendo que suportar alguns prejuízos ou danos, porque isto
permite que usufrua de certos benefícios, como por exemplo, a proximi-
dade do local de trabalho ou a determinados serviços”.
d) Risco intolerável: “risco que não pode ser tolerado ou aceito
pela sociedade, uma vez que os benefícios ou vantagens proporciona-
das pela convivência não compensam os danos e prejuízos potenciais”.
e) Risco residual: “risco que ainda permanece num local mes-
mo após a implantação de programas de redução de risco. De uma
maneira geral, é preciso entender que sempre existirá um risco residual,
uma vez que o risco pode ser gerenciado e/ou reduzido com medidas
de mitigação”.

De forma geral, o gerenciamento de risco de desastres tem o


objetivo de mitigar, prevenir e controlar os riscos inerentes aos desas-
tres por meio de um conjunto de ações, conforme a figura 4 a seguir:

Figura 4. Quadro Demonstrativo com Ações Antes, Durante e Depois dos


desastres.

RISCOS E VULNERABILIDADE HUMANA EM INCÊNDIOS - GRUPO PROMINAS

Fonte: (SÃO PAULO, 2009, p. 163)

21
Para Alves et. Al. (2012, p. 4), as ações de caráter preventivo
devem necessariamente contemplar:

a inserção da Psicologia em equipes multiprofissionais e interdisciplinares


de cuidados à saúde, na implementação de ações destinadas à mitigação
de desastres por meio de educação comunitária, com o fortalecimento das
pessoas, comunidades e redes sociais, na inserção em políticas públicas re-
lacionadas à defesa civil, na compreensão acerca da cultura e representação
social, bem como no que as pessoas entendem por riscos e vulnerabilidade.

Ao se definir a estratégia a ser adotada em situações de emer-


gência, deve-se levar em conta, para a tomada de decisão, o aspecto
temporal do evento que se pretende intervir, se: antes, durante ou depois.
Em estratégias de pré-desastre, Beeher e McGrath (1992, p.
13 apud Torlai, 2010, p. 37) afirmam que o enfrentamento preventivo:

tem como objetivo construir recursos para uma resistência geral que resulte
em menos tensão no futuro, ao se minimizar a severidade do impacto. Neste
tipo de enfrentamento, a pessoa tem uma vaga sensação de que “algo pode
acontecer”, o que motiva a se preparar para “alguma coisa”.

Durante o processo de gestão, os riscos objetivos e subjetivos


são dimensionados, identificando e diferenciando os diversos fatores
geradores de cada risco. A seguir, algumas etapas do processo de ges-
tão local de riscos, segundo da UFSC (2012, p. 13):
RISCOS E VULNERABILIDADE HUMANA EM INCÊNDIOS - GRUPO PROMINAS

a) Identificar e mobilizar os atores sociais que devem se en-


gajar no processo de gestão local de riscos. (É necessário engajar a
comunidade e o poder municipal nas ações);
b) Identificar os diferentes cenários de risco (ameaças e vul-
nerabilidades) e caracterizar o território socioespacial em que se apre-
sentam;
c) Caracterizar as populações que habitam áreas com risco
(identificar os grupos vulneráveis, produzir informação setorizada);
d) Compreender quais os processos estão relacionados com a
produção dos riscos;
e) Identificar quais as medidas de enfrentamento ao risco já
estão sendo utilizadas pelas pessoas do local;
f) Criar e Implementar políticas, estratégias, programas ou
ações para reduzir os riscos;
g) Definição de papéis, funções e responsabilidades;
h) Adoção de um caráter descentralizado de poder e decisão;
i) Ter acesso integral e seja intervenção transversal;
j) Utilizar as estruturas e organizações já existentes;
22
k) Considerar, sempre que possível, as ações de enfrentamen-
to implantadas;
l) Fazer parte de um processo de gestão do desenvolvimento
setorial e territorial, do ambiente e da sustentabilidade em geral;
m) Compor ações articuladas e com possibilidade de continui-
dade.
n) Monitorar, avaliar e promover estratégias de permanência
do processo de gestão local de riscos.

Figura 5 - Estratégias pré-desastres

Fonte: Autor, 2019. RISCOS E VULNERABILIDADE HUMANA EM INCÊNDIOS - GRUPO PROMINAS

PÂNICO EM SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA

O comportamento humano frente às situações de risco tem le-


vado a comunidade científica a, cada vez mais, debruçar-se sobre o
assunto com vistas a mitigar ao máximo seus efeitos catastróficos. A ati-
tude, muitas vezes, desesperada do ser humano em se colocar, o mais
rápido possível, em posição de segurança, tem sido um dos fatores que
mais tem gerado consequências fatais, em momentos de emergência,
quer seja em situações de incêndio, evacuação de ambientais fecha-
dos, rompimento de barragens etc.
Entender o fator “pessoa” é de fundamental importância para
23
um bom gerenciamento de situações de emergência, pois, como afirma
Araújo (2008, p.95), “as pessoas têm reações diferentes diante de si-
tuações adversas, em caso de sinistros, quando sentem ameaçadas em
sua integridade física.”.
A qualidade e a natureza das informações disponibilizadas, o
exíguo tempo de reação e a avaliação pessoal tardia, quanto ao perigo
iminente, são fatores que, aliados à complexidade do comportamento
humano, em situações de emergência, aumentam a tensão nervosa e
o estresse. Pessoas, em momento de grande estresse, conforme ar-
gumenta Moncada (2005, p. s/n), reagem “lentamente, letargicamente,
seja a um alarme inicial, a comandos de voz ou aos primeiros indícios
do incêndio. A ciência do comportamento humano chegou à conclusão
de que, em geral, o ser humano está programado para reagir lentamen-
te a uma emergência.”.

Entender o fator “pessoa” é de fundamental importância para


um bom gerenciamento de situações de emergência, já que as pessoas
têm reações diferentes diante de situações adversas, em caso de sinis-
tros, quando se sentem ameaçadas em sua integridade física.
RISCOS E VULNERABILIDADE HUMANA EM INCÊNDIOS - GRUPO PROMINAS

Um relatório divulgado pelo Nacional Institute of Standards and


Technology – NIST, que descreve a evacuação dos ocupantes do World
Trade Center, em 11 de setembro de 2001, concluiu que as pessoas que
sobreviveram ao desabamento levaram em média 6 minutos para reagir
e tomar a decisão de evacuar o edifício, uma vez que, a grande maioria
daqueles que sobreviveram relata “paralisia” nos primeiros instantes.
“Muitos arrumaram suas mesas, desligaram os computadores, pegaram
o livro que estavam lendo a caminho do escritório e deram telefonemas,
em vez de saírem rápida e instintivamente em direção às escadas de
emergência.”. (MONCADA, 2005, p. 4).

24
Figura 6: Torre Sul do World Trade Center, segunda a ser atingida, queima por
56 minutos até desmoronar.

Fonte: (memorialdademocracia.com.br, 2001)

Nesse contexto, Moncada (2005, p. 4) afirma que:

Parece paradoxal que a maioria das pessoas, ante um risco iminente de


morte, se torne incrivelmente dócil, e mais amável que o normal. Dizem os

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pesquisadores que nos movemos lentamente, em grupos, como se estivés-
semos caminhando todos juntos, como num pesadelo. Os pesquisadores
concluem que quanto mais informações recebemos, mesmo que sejam ex-
tremamente valiosas para nossa sobrevivência, mais lentamente as proces-
samos. Parece que nosso instinto mais profundo é permanece no mesmo
lugar, paralisados, aparentemente pensando que “é impossível que isso es-
teja acontecendo comigo”. Dizem os mesmos pesquisadores que em certos
casos, alguns animais atacados por um animal superior ficam paralisados
como estratégia de sobrevivência. Um animal geralmente não come outro
se este já estiver morto. É possível então que nossa reação tenha algo a ver
com esse mesmo instinto de sobrevivência.

Por outro lado, indivíduos que reagem rapidamente a uma si-


tuação de perigo, certamente, já vivenciaram situações semelhantes,
em momentos anteriores e/ou simplesmente foram devidamente treina-
dos para se portar diante dos acontecimentos. Pessoas que vivem em
ambientais onde há eventos naturais, como terremotos, erupções vul-
cânicas, enchentes e furações são periódicos estão naturalmente mais
capacitadas/treinadas para essas situações por vivenciarem constantes
momentos de pleno estresse. A vida ensina na prática.
25
Parece paradoxal que a maioria das pessoas ante um risco
iminente de morte se torne incrivelmente dócil, e mais amável que o
normal. Dizem os pesquisadores que nos movemos lentamente, em
grupos, como se estivéssemos caminhando todos juntos, como num
pesadelo. Os pesquisadores concluem que quanto mais informações
recebemos, mesmo que sejam extremamente valiosas para nossa so-
brevivência, mais lentamente as processamos.

O pânico é definido como um pavor abrupto que provoca uma


reação perturbadora no ser humano diante de uma situação de perigo.
Imagine uma situação em que uma mulher caminhando pela calçada e,
inesperadamente, percebe um veículo descontrolado se deslocando em
sua direção.

Figura 7: Sobre o pânico


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Fonte: Autor, 2019.

Diante dos eventos narrados, o organismo reage de forma ins-


tantânea, causando-lhe reações químicas e físicas que desencadeiam
o que comumente se chama de pânico.

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Figura 8 - Reações ao Pânico

Fonte: Autor, 2019.

A importância de se estudar as situações de pânico, segun-


do Sumida e Macau (2019, p.81), reside no fato de poder “auxiliar no
entendimento do comportamento das pessoas nessas circunstâncias,
além de tentar criar planos de prevenção e tomadas de decisões mais
rápidas durante a ocorrência” de situações de emergência.

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O pânico é definido como um pavor abrupto que provoca uma
reação perturbadora no ser humano diante de uma situação de perigo.
Imagine uma situação em que uma mulher caminhando pela calçada e,
inesperadamente, percebe um veículo descontrolado se deslocando em
sua direção.

A irracionalidade e o egoísmo são características marcantes


em situações de pânico. Muitas pessoas em momentos de grande pe-
rigo pensam apenas em se salvar, apresentando um comportamento
tipicamente individualista (egoísta); outras se preocupam tanto em se
proteger que não levam em consideração as consequências de suas
ações (irracionalidade). O resultado disso é catastrófico, visto que mui-
tas pessoas se machucam ou morrem pisoteadas, pelo simples fato de
se desequilibrarem e caírem, tornando-se obstáculos para as demais
(SUMIDA e MACAU, 2019, p. 81).

27
Em situações de emergência, a maioria dos indivíduos que
sobrevivem aos desastres não necessariamente são mais jovens ou
fisicamente mais fortes e ágeis, mas aqueles que estão preparados e
conscientes para proceder corretamente nesses momentos adversos.

Filme sobre o assunto: Tsunami (2004)


Acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=ThPfLaDvVVc
Observação: Sobre a temática, é importante que o aluno note
a relevância do assunto dentro do seu campo de atuação.

Mesmo com todo esse conhecimento adquirido, Araújo (2008,


p. 95) alerta para os fatores que podem dificultar o controle emocional
dos indivíduos, em momentos de perigo, que dizem respeito à “demora
da disponibilidade de informações sobre o que está acontecendo, qual
a severidade do evento, atraso na divulgação de um incêndio e como
proceder e dispor de saídas protegidas.”.
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2018 Banca: CESGRANRIO Órgão: Petrobras Prova: Enge-
nheiro de Segurança Junior Nível: Superior
O Sistema de Comando de Incidentes (SCI) estabelece funções e
atribuições para que o mesmo funcione de forma eficiente e eficaz.
É considerada uma responsabilidade do Chefe da Seção de Ope-
rações:
a) administrar os recursos.
b) avaliar as prioridades do incidente.
c) determinar as necessidades e solicitar recursos adicionais.
d) determinar os objetivos operacionais.
e) zelar pela segurança pública e do pessoal envolvido na operação.

QUESTÃO 2
Ano: 2018 Banca: CESGRANRIO Órgão: Petrobras Prova: Enge-
nheiro de Segurança Junior Nível: Superior
De acordo com a NR 09, que aprovou o Programa de Prevenção de
Riscos Ambientais, deverão ser adotadas as medidas necessárias
e suficientes para a eliminação, a minimização ou o controle dos
riscos ambientais quando, através do controle médico da saúde,
ficar caracterizado o nexo causal entre danos observados na saú-
de dos trabalhadores e a situação de trabalho a que eles ficam ex-

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postos. Considere uma situação hipotética de trabalho envolvendo
soldadores de espaços confinados apresentando queixa episódica
de febre noturna com sudorese e tremores, a qual cede esponta-
neamente. No caso descrito, a conduta mais indicada será:
a) submeter os trabalhadores à espirometria.
b) realizar raios X de tórax dos trabalhadores.
c) solicitar a realização de testes alérgicos cutâneos.
d) monitorar continuamente a atmosfera nos espaços confinados nas
áreas onde os trabalhadores autorizados estiverem desempenhando as
suas tarefas.
e) examinar a eficiência e a eficácia das máscaras de proteção utiliza-
das pelos soldadores.

QUESTÃO 3
Ano: 2018 Banca: CESGRANRIO Órgão: TRANSPETRO Prova: Mé-
dico do Trabalho Nível: Superior
Conforme a NR-15, em um de seus anexos, para trabalhos sob ar
comprimido em tubulões pneumáticos e túneis pressurizados, os
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empregados deverão satisfazer, entre outros, o seguinte requisito
referente à idade:
a) ter mais de 21 anos e menos de 50 anos.
b) ter mais de 18 anos e menos de 45 anos.
c) ter menos de 50 anos.
d) ter mais de 21 anos e menos de 55 anos.
e) ter mais de 16 anos.

QUESTÃO 4
Ano: 2018 Banca: CESGRANRIO Órgão: TRANSPETRO Prova: Mé-
dico do Trabalho Nível: Superior
Conforme o disposto nas NR 15 e 16, sobre os adicionais de insalu-
bridade e periculosidade, o adicional é valor devido, nas condições
explicitadas a seguir:
a) 10%, incidentes sobre o salário, sem os acréscimos resultantes de
gratificações, prêmios ou participação nos lucros da empresa, em caso
de trabalho em condições de insalubridade de grau médio.
b) 20%, incidentes sobre o salário mínimo da região, em caso de traba-
lho em condições de insalubridade de grau mínimo.
c) 30%, incidentes sobre o salário, sem os acréscimos resultantes de
gratificações, prêmios ou participação nos lucros da empresa, em caso
de trabalho em condições de periculosidade.
d) 40%, incidentes sobre o salário mínimo da região, em caso de traba-
lho em condições de periculosidade.
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e) 40%, incidentes sobre o salário, sem os acréscimos resultantes de


gratificações, prêmios ou participação nos lucros da empresa, em caso
de trabalho em condições de insalubridade de grau máximo.

QUESTÃO 5
Ano: 2018 Banca: CESGRANRIO Órgão: TRANSPETRO Prova: Mé-
dico do Trabalho Nível: Superior
Os riscos biológicos possuem uma classificação quanto ao risco
que podem trazer para o indivíduo e para a coletividade. De acordo
com o disposto na NR 32 e nas Diretrizes Gerais para o Trabalho
em Contenção com Agentes Biológicos, do Ministério da Saúde, os
agentes biológicos que possuem capacidade de transmissão por
via respiratória e que causam doenças humanas ou animais poten-
cialmente letais, e que, em geral, possuem medidas de tratamento
e/ou prevenção, constituem alto risco individual e moderado risco
para a comunidade. Eles são os agentes biológicos de Classe de
Risco:
a) 1
30
b) 2
c) 3
d) 4
e) Especial.

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

Explique a importância da prudência em meio a um incendio.

TREINO INÉDITO

Assunto: Previsão de comportamento humano


Assinale a alternativa correta.
a) A análise e a previsão do comportamento humano na resposta a uma
situação de incêndio requerem um sistema integrado que envolve as
pessoas, o edifício e o fogo.
b) A análise e a previsão do comportamento humano na resposta a uma
situação de incêndio requerem um sistema desintegrado que envolve
as pessoas, o edifício e o fogo.
c) A análise e a previsão do comportamento humano na resposta a uma
situação de incêndio requerem um sistema alargado que envolve as
pessoas, o edifício e o fogo.
d) A análise e a previsão do comportamento humano na resposta a uma
situação de incêndio requerem um sistema especificado que envolve as

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pessoas, o edifício e o fogo.
e) N.D.A.

NA MÍDIA

COMPORTAMENTO HUMANO NOS INCÊNDIOS


O estudo do comportamento humano em situações de incêndio, é um
estudo complexo, pelo fato de serem impraticáveis as realizações de
certos experimentos que venham a demonstrar as reais reações e com-
portamentos, sem que venha a se expor a riscos a integridade física dos
envolvidos nestes e, com isto, os estudos existentes fornecem apenas
partes das situações reais experimentadas por vítimas em situações
reais de incêndio. Estes estudos têm sido conduzidos nos últimos 40
anos, iniciando-se na década de 60 nos Estados Unidos e na Inglaterra,
sido intensificados a partir da década de 70, pela ocorrência do incêndio
do edifício Joelma em São Paulo em 1974. Cenas bem vivas até hoje
de pessoas se lançando ao espaço na tentativa de escapar às chamas
percorreram todo o mundo, via televisão, se tornando uma referência
31
trágica mundial e aguçando a curiosidade científica mundial.
De todos os fatos observados uma coisa é certa: o treinamento prévio
de como agir ou sobreviver em meio a um incêndio, realizado com uma
certa periodicidade, pelo menos uma vez ao ano, é a forma mais segura
de se reduzir as fatalidades e os acidentes decorrentes dos incêndios.

Fonte: Zona de risco


Data: 2012
Leia na íntegra:
https://zonaderisco.blogspot.com/2012/12/comportamento-humano-
-nos-incendios.html

NA PRÁTICA

COMPORTAMENTO HUMANO EM CASO DE INCÊNDIO


Neste artigo apresenta-se uma breve síntese dos dados obtidos através
de 4 inquéritos realizados no âmbito de uma tese de doutoramento com
o objetivo de modelar o comportamento da população portuguesa em
caso de incêndio, nomeadamente, no que se refere a aspetos como,
por exemplo, as reações dos ocupantes aos sinais de incêndio e aos
sistemas de detecção e alarme automático, as ações que os ocupantes
realizam antes de decidirem deixarem o edifício e o pânico.
Cordeiro, Elisabete & Coelho, António & Nepomuceno, Miguel & Cravei-
ro, J. (2016). COMPORTAMENTO HUMANO EM CASO DE INCÊNDIO.
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PARA SABER MAIS

Filme sobre o assunto: Only the brave


Peça de teatro: Incêndios – A peça
Acesse os links: https://youtu.be/giboX4M4wb8
https://youtu.be/1MtKw-uP1NM

32
O COMPORTAMENTO HUMANO
FRENTE A INCÊNDIOS E OUTROS RISCOS

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RISCOS E VULNERABILIDADE HUMANA EM INCÊNDIOS - GRUPO PROMINAS
COMPORTAMENTO HUMANO EM INCÊNDIOS PREDIAIS

Situações de extrema adversidade, como é o caso de even-


tos emergenciais, que envolvem incêndios, são capazes de provocar
reações inevitáveis no comportamento humano como insegurança,
descontrole e, em muitos casos, pode gerar um clima de pânico sem
precedentes. Essas reações fatalmente induzem as pessoas a atitudes
impensadas que muitas vezes pode levar à morte, não pelo evento em
si, mas pela tomada de ação desesperadora.

33
A importância do estudo do comportamento humano em de-
sastres, especialmente, aqueles provenientes de incêndios, é imperati-
vo, uma vez que as reações/atitudes dos indivíduos, em momentos de
pânico, elevam substancialmente o grau de risco de mortandade nes-
ses eventos.

A importância do estudo do comportamento humano em desas-


tres, especialmente, aqueles provenientes de incêndios, é imperativo,
uma vez que as reações/atitudes dos indivíduos, em momentos de pâ-
nico, elevam substancialmente o grau de risco de mortandade nesses
eventos. Portanto, como afirma Cordeiro et al. (2016, p. 1), “a análise e
a previsão do comportamento humano na resposta a uma situação de
incêndio implica o estudo de um sistema complexo constituído pelas pes-
soas, pelo edifício e seus meios de segurança e pelo tipo de incêndio.”.
O tempo de reação das pessoas em um evento de incêndio
normalmente é tardio, como se por alguns instantes se pusessem des-
norteadas, não crendo que estivessem passando por uma situação ur-
gente de tamanha magnitude, pois, como afirma Araújo (2008, p. 95),
“em um incêndio, o comportamento mais frequente é a tensão nervosa
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ou estresse, e não a reação de medo e que foge ao controle racional,


ou seja, o pânico. Normalmente, as pessoas demoram a reagir diante
de uma situação de incêndio, como se estivessem paralisadas nos pri-
meiros minutos, não acreditando que estejam sendo envolvidas numa
situação de risco grave.”.

O tempo de reação das pessoas em um evento de incêndio


normalmente é tardio, como se por alguns instantes se pusessem des-
norteadas, não crendo que estivessem passando por uma situação ur-
gente de tamanha magnitude.

A relação entre a informação disponibilizada e o tempo de di-


vulgação da referida informação é fator importantíssimo no processo
34
de tomada de decisão em situações nas quais há fogo e fumaça em
condições bastante severas, uma vez que o entendimento quanto à gra-
vidade do incêndio tende a provocar um aumento na tensão emocional
do indivíduo, pois, como afirma Araújo (2008, p. 95), “as situações que
podem dificultar o controle emocional advêm da demora da disponibili-
dade de informações sobre o que está acontecendo, qual a severidade
do evento, atraso na divulgação de um incêndio e como proceder e
dispor de saídas protegidas.”.

EVACUAÇÃO DE EDIFICAÇÕES EM CASO DE INCÊNDIO

Em momentos de emergência em que há incêndio, antes de se


deslocarem de forma irracional, as pessoas devem procurar entender
como está se comportando o ambiente à sua volta. Caso exista algum
indicativo de fogo no ambiente ao lado e seu deslocamento esteja im-
possibilitado, o mais correto a ser feito é tentar vedar as frestas e sinali-
zar a sua presença do lado de fora; do contrário, as reações instintivas
começam a surgir e o pânico passa a comandar suas ações.
Não foi o que ocorreu no caso específico da tragédia do Word
Trade Center, em 11 de setembro de 2001, “quando a fumaça e o calor
invadiram os ambientes, muitas pessoas quebraram janelas, buscando
refrescar o local, e a entrada desse ar fresco trouxe os gases aquecidos
para essas janelas. Várias pessoas saltaram pelas janelas, sozinhas ou

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de mãos dadas, mas tantas outras, que estavam mais próximas dos pa-
rapeitos, acabaram sendo empurradas pelas outras que buscavam res-
pirar” (DWYER e FLYNN, 2005, p. 156, apud SEITO, et al. 2008, p. 96).

A relação entre a informação disponibilizada e o tempo de di-


vulgação da referida informação é fator importantíssimo no processo
de tomada de decisão em situações nas quais há fogo e fumaça em
condições bastante severas, uma vez que o entendimento quanto à gra-
vidade do incêndio tende a provocar um aumento na tensão emocional
do indivíduo.

35
Figura 9: Calor desesperador, falta de ar, pânico e nenhuma rota de fuga no
Ward Trade Center no dia 11 de setembro de 2001.

Fonte: Último segundo, 2011.

Sabe-se que durante uma situação de emergência, o pânico


que se instala nas pessoas compromete o comportamento cooperativo
dos indivíduos, devido à ansiedade. Moser e Souza (2018, p. 158) com-
plementam afirmando que, “cada indivíduo reage de forma distinta em
situações adversas, ou seja, nas circunstâncias em que sua integridade
física está em perigo. Em incêndio, a tensão nervosa e o estresse são
os comportamentos mais comuns e não a reação de medo.”. Nesse
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sentido, Souza (2015, p. 422) complementa que o pânico é “a reação


psicológica causada no desastre ambiental que pode fazer a capacida-
de adaptativa e a capacidade de resposta ao ambiente diminuírem em
pouco tempo.”.
O que se observa nas inúmeras situações de emergência, nas
quais o fogo é a causa principal dos desastres, provocando inúmeras
mortes, é que existem problemas graves inerentes a rotas de fuga mal
projetadas, falhas nos sistemas de comunicação e alarme, demasiada
propagação de fumaça nos ambientes reclusos, com a movimentação
de fumaça e gases quentes. Nesse sentido, segundo Malhotra (1987, p.
64 e 65, apud SEITO, et al. 2008, p. 95), entre as soluções que podem
ser empregadas para mitigar substancialmente esses fatores estão:

o sistema de iluminação de emergência eficiente e efetivo, sistemas de ex-


tinção e de supressão do fogo, a limitação na distância de percurso, controle
dos materiais de acabamento, portas corta-fogo e resistentes à penetração
de fumaça, ventilação natural para auxiliar na extração de gases e rotas de
fuga desobstruídas, protegidas e bem sinalizadas, localização e capacidade
adequadas para promover pronta evacuação dos ambientes pelos ocupantes.

36
Dentre os fatores que podem influenciar quanto à escolha da
rota de fuga a seguir e que podem inibir o grupo de pessoas que objeti-
va escapar de um sinistro estão: a fumaça, o calor e o cheiro, caracterís-
ticas individuais como idade, dificuldade de locomoção, parcial ou total,
temporária ou permanente (Sime, Jonathan, 1991, p. s/n, apud Seito,
et al. 2008, p. 96). Em complementação, a British Standards Institution
(2001, p. s/n, apud SEITO, et al. 2008, p. 96) salienta outros tipos de
exposição mais prováveis, como: “a perda de visibilidade e do calor,
que podem gerar condições perigosas, a presença de produtos tóxicos
e irritantes, obscurecimento das rotas de fuga por fumaça e o colapso
estrutural.”.
Os seres humanos, de uma forma geral, assim como alguns
animais: formigas, abelhas etc., procuram seguir sempre pelos mesmos
caminhos e realizar as mesmas ações com as quais estejam familiari-
zadas. Pessoas em situação de perigo iminente tendem a agir de forma
mecânica, utilizando-se de rotas de fugas “não oficiais”, deixando de
lado as saídas de emergência devidamente projetadas e dimensiona-
das para esta atividade.

Dentre os fatores que podem influenciar quanto à escolha da

RISCOS E VULNERABILIDADE HUMANA EM INCÊNDIOS - GRUPO PROMINAS


rota de fuga a seguir e que podem inibir o grupo de pessoas que objeti-
va escapar de um sinistro estão: a fumaça, o calor e o cheiro, caracterís-
ticas individuais como idade, dificuldade de locomoção, parcial ou total,
temporária ou permanente.

Para os moradores, as saídas conhecidas são as mais procu-


radas em detrimento das rotas de fuga não familiares. A sinalização é
menos importante que a regularidade do uso. Portanto, os treinamen-
tos periódicos de evacuação de áreas de riscos devem condicionar os
usuários a proceder conforme o plano de abandono estabelecido, pois
a familiaridade com os caminhos a serem percorridos pode reduzir o
tempo de pré-movimento e consequentemente salvar vidas. (Sime, Jo-
nathan, 1991, p. s/n, apud SEITO, et al. 2008, p. 99).

37
Nesse mesmo contexto, Araújo (2008, p. 99) complementa in-
formando que:

Os extintores de incêndio e hidrantes, raramente, são usados pelos que


não forem brigadistas, e são menos efetivos sem treinamento periódico. As
pessoas devem estar atentas a avisos precoces, como barulhos estranhos,
como vidros quebrando e atividade extra dos outros ocupantes. Devem ser
providenciadas as comunicações iniciais sobre sinistros para evitar a busca
por informações adicionais, que podem ser desencontradas e provocar in-
decisões. Cada demora pode ser perigosa. Ações em estágios iniciais têm
influência mais efetiva em eventuais evacuações.

É mister frisar que os projetos de arquitetura das edificações


precisam necessariamente considerar o deslocamento de fumaça den-
tro dos ambientes em caso de incêndio, promovendo barreiras arquite-
tônicas e sistemas de extração de gases, além dos tradicionais sistemas
de proteção e combate a incêndio. As rotas de fuga devem conduzir a
saídas de emergência adequadas para que a população evacue o local
de forma mais rápida e segura possível (ARAÚJO, 2008, p. 96).
Ainda segundo o autor,

as saídas de emergência devem atender à demanda da população, em caso


de sinistros, seja por compartimentação, rotas de fuga, escadas de emergên-
cia, áreas de refúgio, seja por elevadores de emergência totalmente prote-
gidos da ação de gases e chamas, com sistema de alimentação de energia
independente do geral da edificação (...) O comportamento humano em si-
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tuações de incêndios é diretamente influenciado pelas condições locais, em


que a pessoa estiver e pelo conhecimento do que fazer e por onde seguir.
O abandono de local em emergências é o comportamento de sair rápido por
uma rota de fuga e isso depende do recebimento do aviso de incêndio, se
precoce ou tardio, e da familiaridade da saída de emergência de onde esti-
ver” (ARAÚJO, 2008, p. 96 e 98).

Reconhecer os principais fatores elegíveis no momento da eva-


cuação de uma edificação em chamas é fundamentalmente importante
para os projetistas e demais profissionais que tratam da segurança de
edifícios em situações de incêndio. Quais sejam:
a) O escurecimento de ambiente pela fumaça, que pode cau-
sar irritação e toxicidade;
b) Características do incêndio, como calor e cheiro;
c) Familiaridade com as rotas de fuga;
d) Características como idade, debilidades e incapacidades.
e) Orientação existente antes do incêndio, em como proceder
em caso de incêndio.

38
f) Níveis de iluminamento e fonte de luz.
g) Tipo de função do usuário, se funcionário ou público externo
à edificação.
h) Grupo de relacionamento, em que pessoas ligadas por laços
afetivos tendem a permanecer juntas.
i) Posição e proximidade da pessoa até uma saída.
j) Informação / comunicação do incêndio.
k) Sinalização da saída de emergência (Sime, Jonathan, 1991,
p. s/n, apud SEITO, et al. 2008, p. 98 e 99).
Variações quanto ao tempo de resposta para a desocupação
de uma edificação estão relacionadas diretamente ao tipo de ocupa-
ção, à população residente no local e ao posicionamento físico de cada
morador na edificação. Nesse sentido, faz-se necessário revisar a ocu-
pação em relação aos fatores que mais parecem influenciar o compor-
tamento humano e a movimentação.

É mister frisar que os projetos de arquitetura das edificações


precisam necessariamente considerar o deslocamento de fumaça den-
tro dos ambientes em caso de incêndio, promovendo barreiras arquite-
tônicas e sistemas de extração de gases, além dos tradicionais siste-

RISCOS E VULNERABILIDADE HUMANA EM INCÊNDIOS - GRUPO PROMINAS


mas de proteção e combate a incêndio.

Portando, os fatores que podem influenciar o tempo de res-


posta das pessoas em uma situação de emergência de incêndio (além
dos parâmetros de projeto relativos aos meios de desocupação, como:
a distância a ser percorrida, número e posição das saídas, larguras das
circulações) são:
a) Familiaridade do ocupante com a edificação;
b) Prontidão dos ocupantes;
c) Mobilidade dos ocupantes;
d) Afiliação social dos ocupantes;
e) Papel e responsabilidade dos ocupantes;
f) Posicionamento dos ocupantes dentro da edificação.

39
TEMPO DE INCÊNDIO

A velocidade de propagação de um incêndio é outro fator im-


portante a ser considerado para êxito do processo de abandono da edi-
ficação. Os eventos de incêndio tendem a aumentar sua intensidade de
forma exponencial, quanto maior for a taxa de calor liberado e o tempo
de propagação das chamas.
Compreender a relação entre o tempo de propagação das cha-
mas e o tempo de escape é fundamental. Segundo Araújo (2008, p. 98):

O tempo para escape completo (Tesc) da população de uma edificação é


composto pelo somatório dos tempos decorridos do início da ignição até a
detecção e o alarme ao fogo (Talarm), acrescido do tempo de pré-movimen-
to, os quais incluem os tempos de reconhecimentos da existência do evento
e de reação ao alarme para o início do abandono (Tpre), e o tempo da efetiva
movimentação até a evacuação completa (Tmov). O tempo-limite, em que
as condições de calor, chama, fumaça e insuficiência de oxigênio tornem a
manutenção da vida humana insustentável, é o período-limite de sustentabi-
lidade da vida (Tls).

Portanto,
o Tesc deve ser inferior ao Tls, ou seja:

Tesc < Tls


RISCOS E VULNERABILIDADE HUMANA EM INCÊNDIOS - GRUPO PROMINAS

Onde: Tesc = Talarm + Tpre + Tmov.

Caso Tesc > Tls, haverá fatalidades.

Quando se fala em tempo de Pré-Movimento, é importante


destacar que normalmente o comportamento reativo das pessoas é
bastante tardio, pois, via de regra, as pessoas não reagem prontamente
aos avisos sonoros, uma vez que elas tendem a suscitar dúvidas quanto
à veracidade dos fatos, como alerta Araújo (2008, p. 98):

O tempo de pré-movimento deve receber maior atenção, pois as pessoas,


via de regra, não reagem prontamente a um alarme sonoro de incêndio, pois
ele suscita dúvida, e os usuários gastam um tempo precioso para reconheci-
mento desse alarme e para uma tomada de atitude, até decidir a abandonar
o ambiente. Essa demora deve ser evitada com treinamentos frequentes de
abandono de local. Uma prática salutar em locais de hospedagem é divulgar
que o sistema de alarme de incêndio é testado periodicamente, em dia da
semana e horário marcado, para que os usuários possam identificá-lo e, de
forma automática, associá-lo aos procedimentos para evacuação do local.

40
As pessoas com alguma dificuldade de locomoção devem avisar a recepção
para receberem atenção especial no caso de um incêndio real. Idealmente,
podem existir dois tipos de mensagens informativas sonoras, compostas de
texto e tom; a primeira, chamando a atenção dos ouvintes, esclarecendo que
é um alarme de advertência, e se, após esse, for acionado um outro diferen-
te, é para seguir as orientações dos brigadistas e abandonar o prédio. Os
sistemas informativos de advertência de incêndio são mais eficientes e efica-
zes que o alarme tonal de incêndio, para encorajar uma pronta evacuação e
informar o público imediatamente se houver qualquer indicação de um perigo
potencial para suas vidas.

Um outro aspecto bastante relevante no que se refere ao pro-


cesso de evacuação de edificações em eventos com incêndios diz res-
peito à movimentação das pessoas que afeta sobremaneira os meios
de escape em momentos de extrema emergência. Para Abolins et al.
(2008, p. 104), são fatores que afetam esses meios:
a) Movimento individual ou de massas
Pode ser caótico (pessoas se movimentando em várias dire-
ções).

b) Movimento livre
Quando as condições permitem a rápida mudança de direções.

c) Movimento confuso
Quando o movimento é obstruído por movimentação de outras

RISCOS E VULNERABILIDADE HUMANA EM INCÊNDIOS - GRUPO PROMINAS


pessoas em direções contrárias. Levando-se em conta alguns princí-
pios, os cálculos para as várias dimensões são previamente determi-
nados para permitir uma movimentação uniforme das pessoas baseada
no princípio de que tanto a quantidade como as dimensões das rotas
de fuga e saídas obedeçam a quatro condições de maneira simultânea.
São elas:
I) a distância máxima a ser percorrida pela pessoa, para atingir
um local seguro, seja um espaço livre exterior, seja uma área de refúgio
ou uma escada de segurança.
II) a largura total das saídas seja no mínimo igual às determina-
das por lei (quando ela existir).
III) o número de saídas para evacuação seja no mínimo igual
às determinadas por lei (quando esta existir).

d) O fator tempo de evacuação


Dependendo da tipologia da edificação e da natureza da ocu-
pação, é o tempo necessário para que todos os ocupantes de uma edifi-
cação consigam atingir um local seguro previamente estabelecido.
41
A velocidade de propagação de um incêndio é outro fator im-
portante a ser considerado para êxito do processo de abandono da edi-
ficação. Os eventos de incêndio tendem a aumentar sua intensidade de
forma exponencial, quanto maior for a taxa de calor liberado e o tempo
de propagação das chamas.

E tem relação com:


I) características da população: número de ocupantes, sua dis-
tribuição pela edificação, sua condição física, suas reações, seu estado
físico e mental; tempo que dormiu ou o tempo que esteja acordado e se
é ou não treinado para enfrentar emergências;
II) tipo de atividade exercida: natureza dos componentes, dos
processos industriais etc.;
III) instalações industriais abertas: são consideradas de alto
risco para a evacuação. São os processos industriais que em fração de
segundos colocam em risco uma grande área. A saída de funcionários
de plataformas e torres de refinação devem estar no sistema de eva-
cuação e receber um tratamento particular e requerem um treinamento
específico (indústrias químicas, petroquímicas).
RISCOS E VULNERABILIDADE HUMANA EM INCÊNDIOS - GRUPO PROMINAS

Planejar saídas de emergência adequadas para cada tipo de


edificação pode atenuar o pânico das pessoas em momentos de corre-
ria em um sinistro. Em meio ao processo de evacuação, os indivíduos
tendem a procurar alguns pontos de apoio que servem como orienta-
ção, conforme explica Abolins et al., (2008, p. 105), a seguir:
a) Corredores: é no corredor que a calma necessária durante
a evacuação é formada, cuja área deve ser suficiente para acomodar as
pessoas com relativo conforto e segurança. Um corredor que não pos-
sua ou que não leve a uma escada de segurança, a uma área de refúgio
ou ao piso de entrada não deve entrar no projeto de uma rota de fuga.
Os corredores devem ter as características de posição e espaço com-
pletamente desobstruídos, com trânsito livre para as pessoas, além de
luz e ventilação necessários ao bom andamento. Também deve possuir
materiais de acabamento e de revestimento incombustível e largura de
acordo com as necessidades de unidades de passagem.
b) Escadas de segurança: todos os níveis da edificação deve-
rão ter comunicação por escadas, com resistência ao fogo compatível
42
com a ocupação. Deverão possuir sistema de ventilação, facilitando a
aeração e a extração de possível entrada de fumaça. Devem ter lances
retos. Em alguns tipos de escadas de segurança existe a necessidade
de haver portas corta-fogo, dutos de ventilação ou ainda a pressuriza-
ção da caixa da escada.
I) corrimãos: são grandes aliados na eliminação do pânico. Um
excelente ponto de apoio.
II) sinalização e iluminação de emergência: também fazem parte
dos componentes de atenuação de entrada ao pânico, além de serem
medidas obrigatórias para orientar as rotas de fuga das edificações, seja
nas escadas de segurança, nos corredores, nas portas de saídas etc.

O fator velocidade de deslocamento das pessoas é outro com-


ponente bastante importante no processo de evacuação em incêndios.

Planejar saídas de emergência adequadas para cada tipo de


edificação pode atenuar o pânico das pessoas em momentos de corre-
ria em um sinistro. Em meio ao processo de evacuação, os indivíduos
tendem a procurar alguns pontos de apoio que servem como orientação.

RISCOS E VULNERABILIDADE HUMANA EM INCÊNDIOS - GRUPO PROMINAS


Em geral, correr não é a principal regra em momentos de emer-
gência, pois, como afirma Abolins et al., (2008, p. 106):

É por meio do treinamento em conjunto que se obtém a familiarização das


pessoas para a cadência e movimentação adequada: nunca correr deve ser
a principal regra a fim de não contribuir para o fator pânico e desgaste físico
desnecessário. A inclusão da educação da velocidade de locomoção pode ter
como palco: as rotas de evacuação de modo geral; as escadas, a rampas;
os corredores e demais dependências. O projeto das saídas de emergências
deve ser de tal maneira que permita o estudo mecânico do equilíbrio pelo
correto balanceamento dos degraus, da correta inclinação das rampas e cor-
redores e do dimensionamento das larguras indicadas por normas de forma
a manter o equilíbrio da velocidade.

A iluminação ao longo do percurso destinado às saídas de


emergência é outro aspecto determinante para o controle emocional
das pessoas durante o processo de evacuação. Para que isso ocorra,
o planejamento e a especificação das luminárias devem ser bem de-
43
talhados e precisos, como forma de atender: “as necessidades visuais
das pessoas e proporcione suficiente nível de iluminação fornecendo
suficiente segurança aos usuários”. (ABOLINS, et al., 2008, p. 107).

Escadas de segurança: todos os níveis da edificação deverão


ter comunicação por escadas, com resistência ao fogo compatível com
a ocupação. Deverão possuir sistema de ventilação, facilitando a aera-
ção e a extração de possível entrada de fumaça.

Como conceituado pela NBR 10.898 (1999, p. 3), a ilumina-


ção de emergência é aquela necessária para “clarear as áreas com
pessoas presentes, passagens horizontais e verticais para saídas de
emergência, áreas técnicas de controle de restabelecimento de servi-
ços essenciais na edificação, na falta ou falha no fornecimento de ener-
gia elétrica.”.
Segundo a NBR 10.898:1999, que especifica as características
mínimas para as funções a que se destina o sistema de iluminação de
emergência a ser instalado em edificações ou em outras áreas fecha-
das, na falta de iluminação natural ou falha da iluminação normal insta-
RISCOS E VULNERABILIDADE HUMANA EM INCÊNDIOS - GRUPO PROMINAS

lada, a intensidade da iluminação:

deve ser adequada para evitar acidentes e garantir a evacuação das pes-
soas em perigo, assim como o controle das áreas por equipes de socorro
e combate ao incêndio. Deve ser levada em conta a possível penetração
de fumaça nas vias de abandono. A variação da intensidade de iluminação
não pode ser superior ao valor de 20:1, de modo a respeitar as limitações
da visão humana, considerando as condições fisiológicas da visão diurna
e noturna, com referência ao tempo de adaptação dos olhos.”. (ABNT NBR
10898, 1999, pp. 3 e 4).

A funcionalidade de um sistema de iluminação de emergência


deve obedecer aos seguintes requisitos:
a) Servir de orientação para as pessoas (balizamento); permitir
o deslocamento seguro das pessoas através de uma iluminação ade-
quada (aclaramento);
b) Manter controle sobre o comportamento das pessoas no
momento da evacuação (Prevenção de Pânico). (ABOLINS et al., 2008,
p. 107).
44
São requisitos que um sistema de iluminação de emergência
deve apresentar, segundo a NBR 10.898 (1999, p. 4):
c) permitir o controle visual das áreas abandonadas para que
seja possível localizar pessoas impedidas de locomoverem-se;
d) proteger a segurança patrimonial e facilitar a localização de
pessoas indesejadas pelo pessoal da intervenção;
e) sinalizar, de forma inequívoca, as rotas de fuga utilizáveis,
no momento do abandono de cada local;
f) sinalizar o topo do prédio para a aviação civil e militar.

Vale destacar que, em casos especiais, a iluminação de emer-


gência deve garantir, sem interrupção, os serviços de primeiros-socor-
ros, de controle aéreo, marítimo, ferroviário e serviços essenciais ins-
talados no edifício com falta de iluminação (ABNT NBR 10.898, 1999,
p. 4).

A iluminação ao longo do percurso destinado às saídas de


emergência é outro aspecto determinante para o controle emocional
das pessoas durante o processo de evacuação.

RISCOS E VULNERABILIDADE HUMANA EM INCÊNDIOS - GRUPO PROMINAS


Nos casos em que seja necessário o abandono total da edifi-
cação por parte dos ocupantes, o tempo da iluminação deve incluir o
tempo previsto para a evacuação e o tempo necessário para que o pes-
soal da intervenção localize pessoas perdidas ou sem possibilidades de
abandonar o local por meios próprios. Esses valores devem estar conti-
dos na documentação de segurança do edifício, aprovada pelo usuário
e pelo poder público (ABNT NBR 10.898, 1999, p. 4).
Na vida prática, alguns condicionantes de caráter temporal de-
vem ser considerados pelo projetista no momento da confecção do pro-
jeto, como afirma Abolins et al., (2008, p. 107):

Na prática existe uma realidade a ser considerada, à medida que a densi-


dade populacional nas vias de abandono de uma edificação aumentam, a
iluminação torna-se insuficiente, acarretando a diminuição da velocidade das
pessoas, diminuindo a área da elipse corporal, originando o contato entre
as pessoas e originando o pânico. O projetista deverá ter consciência de
mais esses detalhes para concepção do projeto do sistema de iluminação
de emergência.

45
Por fim, Abolins et al, (2008, p. 107), ao referir-se à relação
entre o nível de iluminação e a idade das pessoas, destaca que:

As recomendações geralmente aceitas para esse nível são baseadas no


comportamento dos olhos de uma pessoa de idade média. É importante
perceber que as pessoas mais jovens necessitam de menor nível de ilumi-
namento para verem. O importante não é só iluminar e sim distribuir correta-
mente a iluminação dentro dos pontos marcados como área de segurança,
sem, contudo sobre iluminar o ambiente. Iluminação de emergência em ex-
cesso também faz mal. Muita luz pode provocar grandes variações na pupila
ocular e reduzir a acuidade visual, necessária para situações de emergência.
Quando forem utilizados para iluminar um local de acesso ou saída, é im-
portante que o facho luminoso venha sempre no mesmo sentido do fluxo do
pessoal, ou seja, ilumine por trás, evitando assim o ofuscamento.
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46
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2018 Banca: CESGRANRIO Órgão: TRANSPETRO Prova: Mé-
dico do Trabalho Nível: Superior
Conforme a NR 32, ambientes de trabalho onde existam radiações
ionizantes, como serviços de radiodiagnóstico, devem seguir re-
gras específicas e ter um plano de proteção radiológica. Além dis-
so, devem ser tomadas diversas medidas de proteção dos traba-
lhadores, tais como:
a) Trabalhadoras com gravidez confirmada devem usar roupas espe-
ciais de proteção nos ambientes com radiação ionizante.
b) As instalações radioativas devem manter um dosímetro certificado
pela CNEN para cada grupo de trabalhadores no ambiente de trabalho.
c) O empregador não deve priorizar medidas de proteção coletivas, mas
sim as de proteção individual relacionadas aos riscos radiológicos.
d) Os dosímetros devem ser calibrados no início de cada semana de
trabalho pelos trabalhadores que os utilizam.
e) Os dosímetros devem ser encaminhados para leitura em até 24 horas
quando houver suspeita de exposição acidental.

QUESTÃO 2
Ano: 2018 Banca: CESGRANRIO Órgão: TRANSPETRO Prova: Mé-
dico do Trabalho Nível: Superior

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Para atividades que envolvam risco biológico, os empregadores
devem tomar medidas de segurança, tais como, por exemplo, a ca-
pacitação de seus empregados. Como deve ser essa capacitação,
de acordo com a NR 32?
a) Deve-se treinar para o uso dos EPC e dos EPI, podendo o treinamen-
to ocorrer em eventos específicos em finais de semana, fora da jornada
de trabalho.
b) Deve incluir obrigatoriamente medidas de prevenção de acidentes e
dados estatísticos sobre as contaminações por HIV e hepatite B.
c) Deve ser ministrada com periodicidade mínima semestral e incluir
orientações sobre medidas a serem adotadas em casos de acidentes.
d) Deve ser ministrada com periodicidade mínima de 2 anos, por profis-
sional habilitado na área de biossegurança.
e) Deve ser ministrada por profissionais familiarizados com os riscos
inerentes aos riscos biológicos, durante a jornada de trabalho.

47
QUESTÃO 3
Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: TJ Prova: Médico do Trabalho
Nível: Superior
Com relação à CAT, deve-se ter presente que:
a) nos casos de falecimento em decorrência do trabalho, ela deve ser
substituída pela certidão de óbito.
b) na falta de sua comunicação por parte da empresa, podem formalizá-
-la, entre outros, o próprio acidentado ou qualquer autoridade pública.
c) seu preenchimento é obrigatório para doenças profissionais e facul-
tativo (apenas em situações especiais) para as doenças relacionadas
ao trabalho.
d) sua emissão é imediata apenas nos casos de transtornos de saúde
em que o trabalho é considerado como causa necessária.
e) sua emissão fica dispensada quando o evento, seja ele acidente ou
doença, necessitar de afastamento de até 14 dias.

QUESTÃO 4
Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: TJ Prova: Médico do Trabalho
Nível: Superior
Com base na NR-7, a avaliação clínica no exame médico periódico de
trabalhadores portadores de doenças crônicas deverá ser repetida:
a) semestralmente, após a 3ª notificação do médico agente da inspeção
do trabalho.
b) anualmente, decorrente de negociação coletiva de trabalho, após
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aval do sindicato patronal.


c) a cada ano, ou a intervalos menores, a critério do médico encarrega-
do do PCMSO.
d) a cada 2 anos, para trabalhadores maiores de 45 anos.
e) a cada 2 anos, para trabalhadores menores de 18 anos

QUESTÃO 5
Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: TJ Prova: Médico do Trabalho
Nível: Superior
Conforme a NR-15, em um de seus anexos, para trabalhos sob ar
comprimido em tubulões pneumáticos e túneis pressurizados, os
empregados deverão satisfazer, entre outros, o seguinte requisito
referente à idade:
a) ter mais de 21 anos e menos de 50 anos.
b) ter mais de 18 anos e menos de 45 anos.
c) ter menos de 50 anos.
d) ter mais de 21 anos e menos de 55 anos.
e) ter mais de 16 anos
48
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

Quais são as três condições que interagem entre si no tempo crítico em


um incêndio?

TREINO INÉDITO

Assunto: Comportamento humano


Sobre o comportamento humano em caso de incêndio, assinale a alter-
nativa correta.
a) As pessoas não saem correndo, se empurrando porque estão agindo
de modo cruel e caótico, mas porque estão agindo sob o imperativo da
preservação de suas vidas.
b) As pessoas saem correndo, se empurrando porque estão agindo de
modo cruel e caótico.
c) As pessoas saem correndo, se empurrando porque estão agindo de
modo cruel e caótico e porque estão agindo sob o imperativo da preser-
vação de suas vidas.
d) As pessoas não saem correndo, se empurrando porque estão agindo
de modo cruel e caótico, mas porque estão agindo sob o imperativo da
preservação da vida de outras pessoas.
e) N.D.A.

NA MÍDIA

RISCOS E VULNERABILIDADE HUMANA EM INCÊNDIOS - GRUPO PROMINAS


COMPORTAMENTO HUMANO NAS TRAGÉDIAS COLETIVAS
Quando ocorre uma tragédia – como o triste incêndio de Santa Maria
(RS) – é comum ouvirmos que houve um “comportamento de manada”,
em que pessoas “entraram em pânico”, que a situação era “caótica”, e
predominava o “cada um por si”.
Muitas pesquisas têm sido feitas ao redor do mundo com pessoas que
sobreviveram a diversas tragédias como incêndios, inundações, tumul-
tos, ataques terroristas etc.
Através dessas pesquisas, muitas ideias dominantes no senso comum
têm sido revistas, como o de que as pessoas entram facilmente em
pânico, agindo de modo irracional ou que sempre predomina o compor-
tamento egoísta, em que cada um tenta salvar sua própria pele sem se
importar com os outros.
A investigação científica das situações de tragédias, por exemplo, der-
ruba o mito do egoísmo extremo, demonstrando que o comportamento
predominante é de cooperação e solidariedade. Geralmente, as pes-
soas começam ajudando quem está com elas e tendem a estender essa
49
ajuda àqueles desconhecidos à sua volta, criando um forte sentimento
de identidade coletiva.

Fonte: Artur Scarpato


Data: sem data
Leia na íntegra em:
http://www.minutopsicologia.com.br/postagens/2016/04/22/o-comporta-
mento-humano-nas-tragedias-coletivas/

NA PRÁTICA

FATORES QUE INFLUENCIAM AS REAÇÕES EM SITUAÇÕES DE IN-


CÊNDIO
Analisando os incêndios catastróficos que ocorreram no mundo, veri-
fica-se que o ponto nevrálgico das edificações é a vulnerabilidade de
circulação interna, seja ela horizontal ou vertical aos efeitos do incêndio
(fumaça, calor e chamas). As grandes tragédias ocorridas nas décadas
de 70 e 80 no Brasil vieram para trazer uma mudança na cultura, acor-
dando o país de uma quase total despreocupação com a segurança
contra incêndio nas edificações. Porém, não foi suficiente para que se
tomassem as medidas realmente necessárias e não ocorressem novas
tragédias.
Em 2013, houve 242 mortes na boate Kiss, em Santa Maria/RS. Esse
incêndio assustou o país e abriu os olhos de todos os brasileiros. Hoje,
RISCOS E VULNERABILIDADE HUMANA EM INCÊNDIOS - GRUPO PROMINAS

além de pessoas preocupadas com a segurança de toda ordem nas


edificações, a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), os
CREAs (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia), os Corpos de
Bombeiros e outras entidades têm feito esforços contínuos para gerar
novas normas e leis para que, de uma forma compulsória, as edifica-
ções tenham mais segurança para as vidas humanas.

Fonte: Rafaela Zanchet Donida e Valdecir Sbardelini 


Data: 2017
Disponível em:
http://www.revistaemergencia.com.br/noticias/leia_na_edicao_do_mes/
fatores_que_influenciam_nas_reacoes_em_situacoes_de_incendio/
JyyJJjjaAn/11049

50
PARA SABER MAIS

Filme sobre o assunto


Uma Mente Brilhante (2001)
Existe uma idade certa para se tornar bem-sucedido na carreira que de-
cidimos seguir? Não é isso que nos mostra o filme Uma mente brilhante.
Tente sempre exercitar os seus conhecimentos, sendo criativo e ousado
em suas ações.
Acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=q8vUMD1f0ss

RISCOS E VULNERABILIDADE HUMANA EM INCÊNDIOS - GRUPO PROMINAS

51
EFEITOS & CONSEQUÊNCIAS
DA FUMAÇA E DOS GASES SOBRE
O SER HUMANO
RISCOS E VULNERABILIDADE HUMANA EM INCÊNDIOS - GRUPO PROMINAS

ENTENDENDO OS CONCEITOS

A seguir, serão apresentados alguns conceitos inerentes às


variáveis relacionadas à dinâmica do incêndio, bem como seus compo-
nentes, conforme exposto pela ABNT NBR 13.860:1997, quais sejam:

I. Água molhada; líquido umectante: aditivo usado na água, de


combate a incêndio, para facilitar a sua penetração em combustíveis
sólidos;
II. Análise de risco: conjunto de técnicas e métodos aplicados
a um processo de instalação industrial, com o objetivo de identificar e
avaliar os riscos e propor medidas para eliminação, redução ou minimi-
zação das consequências dos riscos.
52
III. Carga incêndio: soma das energias caloríficas que pode-
riam ser liberadas pela combustão completa de todos os materiais com-
bustíveis em um espaço, inclusive os revestimentos das paredes, divi-
sórias, pisos e tetos.
IV. Chama residual: persistência de flamejamento de um mate-
rial, sob condições de ensaio especificadas, após a fonte de ignição ter
sido removida.
V. Chamejar: sofrer combustão na fase gasosa, com emissão
de luz;
VI. Chama: zona de combustão na fase gasosa, com emissão
de luz;
VII. Cinzas: resíduos inorgânicos produzidos na combustão
completa;
VIII. Classes de incêndio: classificação didática na qual se de-
finem fogos de diferentes naturezas. Adotada no Brasil em quatro clas-
ses: fogo classe A, fogo classe B, fogo classe C e fogo classe D;
IX. Comburente: substância que sustenta a combustão;
X. Combustão: reação exotérmica de um combustível com um
comburente, geralmente acompanhada de chamas e/ou brasa e/ou
emissão de fumaça;
XI. Combustão de superfície: combustão limitada à superfície
de um material;
XII. Combustão em brasa: combustão de um material na fase
sólida, sem chama, porém, com emissão de luz proveniente da zona de

RISCOS E VULNERABILIDADE HUMANA EM INCÊNDIOS - GRUPO PROMINAS


combustão;
XIII. Combustão espontânea: combustão resultante de autoa-
quecimento, sem aplicação de calor externo;
XIV. Combustível: todo material capaz de queimar;
XV. Curva de temperatura: variação da temperatura relativa-
mente ao tempo, medida de maneira especificada durante o ensaio nor-
malizado de resistência ao fogo;
XVI. Efeito chaminé: empuxo ascendente de fumaça e gases
quentes, por correntes de convecção confinada sem um envoltório vertical;
XVII. Fator de evolução do calor: relação entre a variação da
temperatura no ensaio devido à queima do material e à razão de desen-
volvimento do calor;
XVIII. Fator de propagação de chama: velocidade com que a
chama percorre a superfície do material nas condições de ensaio;
XIX. Fogo: processo de combustão caracterizado pela emissão
de calor e luz;
XX. Fogo classe A: fogo em materiais combustíveis sólidos,
que queimam em superfície e profundidade, deixando resíduos;
53
XXI. Fogo classe B: fogo em líquidos e gases inflamáveis ou
combustíveis sólidos, que se liquefazem por ação do calor e queimam
somente em superfície;
XXII. Fogo classe C: fogo em equipamentos e instalações elé-
tricas energizadas;
XXIII. Fogo classe D: fogo em metais e materiais pirofóricos;
XXIV. Fogo latente: combustão lenta de um material sem visi-
bilidade de luz e geralmente evidenciada por uma elevação de tempe-
ratura e/ou pela fumaça;
XXV. Fonte de ignição: fonte de calor (externa) que inicia a
combustão;
XXVI. Fuligem: partículas finamente divididas, principalmente
de carbono, produzidas ou depositadas durante a combustão incomple-
ta de materiais orgânicos;
XXVII. Fumaça: suspensão visível de partículas sólidas ou lí-
quidas, em gases resultantes de combustão, ou pirólise;
XXVIII. Ignição: iniciação da combustão;
XXIX. Incêndio: fogo fora de controle;
XXX. Obscurecimento por fumaça: redução na visibilidade em
virtude da fumaça;
XXXI. Pirólise: decomposição química irreversível de um mate-
rial em virtude de uma elevação de temperatura sem oxidação;
XXXII. Poder calorífico: energia calorífica total por unidade de
massa, que poderia ser liberada através da combustão completa de um
RISCOS E VULNERABILIDADE HUMANA EM INCÊNDIOS - GRUPO PROMINAS

material;
XXXIII. Ponto de combustão: menor temperatura na qual um
combustível emite vapores em quantidade suficiente para formar uma
mistura com o ar na região imediatamente acima da sua superfície, ca-
paz de entrar em ignição quando em contato com uma chama, e manter
a combustão após a retirada da chama;
XXXIV. Progressão de chama: propagação de uma frente de
chama;
XXXV. Radiação térmica: transferência de energia por ondas
eletromagnéticas, sem a necessidade de um meio propagante;
XXXVI. Razão de progressão de chama: distância percorrida
por uma frente de chama durante sua propagação por unidade de tem-
po e sob condições de ensaio especificadas.
XXXVII. Resistência à chama: propriedade de um material,
através do qual a combustão com chama é retardada, encerrada ou
impedida. A resistência à chama pode ser uma propriedade do material
básico, ou então imposta por tratamento específico;
XXXVIII. Resistência ao fogo: propriedade de um elemento de
54
construção em resistir à ação do fogo por determinado período de tem-
po, mantendo sua integridade e/ou características de vedação aos ga-
ses e chamas e/ou de isolação térmica;
XXXIX. Substância tóxica: aquela capaz de produzir danos à
saúde, através do contato, inalação ou ingestão.

COMPOSIÇÃO DO FOGO

O fogo nada mais é do que uma reação química, na qual há 3


elementos básicos: combustível, comburente e calor, os quais reagem
em cadeia dando início às chamas. Segundo diversos autores, essa
reação é comumente representada pelo chamado triângulo de fogo ou
tetraedro de fogo (conceituação mais atual), conforme representado
nas figuras 10 e 11.

Figura 10: Tetraedro de fogo

RISCOS E VULNERABILIDADE HUMANA EM INCÊNDIOS - GRUPO PROMINAS


Fonte: Autor, 2019.

Figura 11: Triângulo de fogo

Fonte: (slideplayer, 2005).


55
DINÂMICA DE UM INCÊNDIO

A literatura e as experiências pretéritas demonstram que não


existem dois incêndios idênticos, uma vez que os fatores que contri-
buem para seu início e desenvolvimento são diversos (Seito, et al.,
2008, p. 43 e 44), quais sejam:
a) forma geométrica e dimensões da sala ou local.
b) superfície específica dos materiais combustíveis envolvidos.
c) distribuição dos materiais combustíveis no local.
d) quantidade de material combustível incorporado ou temporário.
e) características de queima dos materiais envolvidos.
f) local do início do incêndio no ambiente.
g) condições climáticas (temperatura e umidade relativa).
h) aberturas de ventilação do ambiente.
i) aberturas entre ambientes para a propagação do incêndio.
j) projeto arquitetônico do ambiente e ou edifício.
k) medidas de prevenção de incêndio existentes.
l) medidas de proteção contra incêndio instaladas.
De maneira geral, o incêndio tem início com um tamanho pe-
queno. Sua propagação dependerá de três fatores determinantes, quais
sejam: das características dos materiais próximos ao foco inicial, do
material ignizado e de sua dinâmica de alastramento.
RISCOS E VULNERABILIDADE HUMANA EM INCÊNDIOS - GRUPO PROMINAS

Figura 12: Curva de evolução de incêndio celulósico.

Fonte: (researchgate, 2017)


56
COMPOSIÇÃO E DINÂMICA DA FUMAÇA

A composição química da fumaça é muito complexa. Trata-se


de uma mistura de gases e partículas em suspenção no ar, decorrente
da queima de um combustível por meio de dois processos: pirólise e
oxidação, conforme explica Souza et al., (2004, p. 558):

A produção de fumaça depende de dois processos: pirólise e oxidação. A


pirólise é o fenômeno de liberação de elementos do combustível causada
exclusivamente pela ação do calor, através do derretimento ou fervura. A
oxidação é o processo em que o oxigênio reage quimicamente com molécu-
las do combustível quebrando-as em compostos menores que resultam na
produção de luz e calor. Como produtos resultantes da oxidação podemos
citar o monóxido de carbono (CO), dióxido de nitrogênio (NO2) e dióxido de
enxofre (SO2), além do carbono elementar.

Quanto às suas características, a fumaça tem a propriedade de


se deslocar lateralmente a uma velocidade superior a 2 m/s, podendo
ser mais veloz que a velocidade de escape de um ocupante que, em
média, caminha a uma velocidade de 1-2 m/s e, uma vez que ela ocupa
o espaço superior da edificação (teto), ele tende a se espalhar hori-
zontalmente, retornando para baixo, em seguida, com variações que
dependem da natureza do combustível e a geometria da edificação.

RISCOS E VULNERABILIDADE HUMANA EM INCÊNDIOS - GRUPO PROMINAS


Análise de risco: conjunto de técnicas e métodos aplicados a
um processo de instalação industrial, com o objetivo de identificar e
avaliar os riscos e propor medidas para eliminação, redução ou minimi-
zação das consequências dos riscos.

Ao entrar em contato com as paredes, a fumaça desce rapida-


mente em movimento circular, aquecendo os materiais por convecção
e radiação térmica, enquanto as chamas do foco inicial continuam pro-
pagando o incêndio radialmente por condução. (CUNHA e MARTINELLI
Jr. 2008, p. 265 e 340).

57
Figura 13: Estágios de evolução da fumaça.

Fonte: (SEITO, et al., 2008, p.270).

EFEITO DA FUMAÇA NOS INDIVÍDUOS

Para os especialistas, a fumaça é considerada a maior respon-


sável por óbitos em incêndios. As queimaduras das vias aéreas supe-
riores possuem um alto grau de letalidade, conforme explica Souza et
al., (2004, p. 558):

A lesão inalatória é o resultado do processo inflamatório das vias aéreas


após a inalação de produtos incompletos da combustão e é a principal res-
ponsável pela mortalidade (até 77%) dos pacientes vítimas de queimaduras.
Cerca de 33% dos pacientes com queimaduras extensas apresentam lesão
RISCOS E VULNERABILIDADE HUMANA EM INCÊNDIOS - GRUPO PROMINAS

inalatória e o risco aumenta progressivamente com o aumento da superfície


corpórea queimada. A presença de lesão inalatória, por si, aumenta em 20%
a mortalidade associada à extensão da queimadura.

Quando se fala nos efeitos à saúde, a fumaça pode ser mais


perigosa do que se imagina. Segundo Souza et al., (2004, p. 558 e 559),
ao analisar as lesões por inalação de fumaça, quatro são os mecanis-
mos responsáveis pela lesão inalatória, a saber:

1) LESÃO TÉRMICA DIRETA


A ação decorrente da temperatura da fumaça inalada raramen-
te provoca lesões nos territórios abaixo da laringe. Apesar de ter alta
temperatura, a fumaça tende a ser seca, o que diminui muito o poten-
cial de troca de calor. Além disso, as regiões supralaríngeas têm gran-
de capacidade de troca de calor, já que as mucosas encerram grande
quantidade relativa de água. As lesões em vias aéreas superiores são
caracterizadas pela presença de eritema, edema e ulcerações de mu-
cosa, podendo haver sangramento local ou mesmo obstrução da área
acometida (p. 558 e 559).
58
2) INALAÇÃO DO GÁS HIPÓXICO
Durante a combustão, a concentração de oxigênio cai progres-
sivamente até o momento em que o fogo se extingue, pelo próprio con-
sumo gerado pela combustão. Dependendo do tipo de combustível, o
momento de extinção do fogo varia. A maior parte do fogo decorrente da
combustão de derivados de petróleo se extingue em frações de oxigê-
nio entre 13% e 15%, enquanto componentes que contenham oxigênio
podem permitir a combustão até frações inspiradas menores que 10%.
Essa diminuição da fração inspirada de oxigênio faz com que as vítimas
passem a referir dispnéia e tontura, que podem evoluir para confusão
mental, torpor, coma e até mesmo óbito, em frações ao redor de 5%,
consideradas incompatíveis com a vida (p. 559).
3) TOXINAS LOCAIS
Dentre os vários componentes da fumaça, podem causar lesão
direta nas vias aéreas a acroleína, formaldeídos, dióxido de enxofre e
dióxido de nitrogênio. A ação lesiva decorre de um processo inflamató-
rio agudo, mediado por polimorfonucleares, principalmente neutrófilos.
Esse processo pode gerar sintomas, apenas 24 horas após a exposi-
ção, provocando alterações de permeabilidade capilar, de fluxo linfático
e de clareamento muco-ciliar, e pode ainda determinar o aparecimento
da síndrome de desconforto respiratório agudo e de infecções secun-
dárias (p. 559).
4) TOXINAS SISTÊMICAS
Dois gases têm particular importância, dentre as substâncias

RISCOS E VULNERABILIDADE HUMANA EM INCÊNDIOS - GRUPO PROMINAS


de efeito sistêmico, pela alta morbimortalidade a que estão associa-
dos: o monóxido de carbono e o cianeto. A intoxicação por monóxido
de carbono é uma das causas mais frequentes de óbito nos pacientes
submetidos a lesões inalatórias. Ele possui grande afinidade pela he-
moglobina, podendo ser de 200 a 250 vezes maior que a do oxigênio.
A produção de carboxihemoglobina, complexo extremamente estável,
além de causar um decréscimo na saturação de oxihemoglobina, causa
um desvio da curva de dissociação para a esquerda, diminuindo a libe-
ração de oxigênio aos tecidos. Além disso, a inibição competitiva com
os sistemas da citocromo oxidase, principalmente a do P-450, impede o
uso do oxigênio para geração de energia. O monóxido de carbono liga-
-se também à mioglobina, prejudicando o armazenamento de oxigênio
nos músculos. A toxicidade do cianeto é causada pela inibição da oxige-
nação celular, o que causa anóxia tecidual pela inibição reversível das
enzimas citocromo oxidase (Fe3+). (...) O tipo de exposição, o tempo,
ou ainda a predominância de um ou mais desses mecanismos determi-
nam diferentes evoluções da lesão inalatória (p. 559).

59
No tocante à mobilidade dos indivíduos, a fumaça produzida
em ambientes de incêndio pode afetar substancialmente a segurança
em momentos de fuga, uma vez que:
a) tira a visibilidade das rotas de fuga;
b) tira a visibilidade por provocar lacrimejamento, tosses e su-
focação;
c) aumenta a palpitação devido à presença de gás carbônico;
d) provoca o pânico por ocupar grande volume do ambiente;
e) provoca o pânico devido ao lacrimejamento, tosses e sufo-
cação;
f) debilita a movimentação das pessoas pelo efeito tóxico de
seus componentes;
g) tem grande mobilidade, podendo atingir ambientes distantes
em poucos minutos. (Seito et al., 2008, p. 48).

Figura 14: Fumaça provoca pânico e prédio de universidade é evacuado em


Palmas.
RISCOS E VULNERABILIDADE HUMANA EM INCÊNDIOS - GRUPO PROMINAS

Fonte: (g1, 2015)

A VISIBILIDADE EM AMBIENTES TOMADOS POR FUMAÇA

Em momentos de estresse elevado, enxergar o caminho a ser


seguido durante um incêndio é fundamental. Na grande maioria dos
casos, a fumaça produzida pela oxidação dos combustíveis reduz subs-
60
tancialmente a visibilidade das pessoas, provocando insegurança e pâ-
nico. Segundo Seito et al. (2008, p. 49):

A redução da visibilidade depende da composição e concentração da fuma-


ça, do tamanho das partículas e sua distribuição, da natureza da iluminação
e do estado físico e mental da pessoa envolvida pela fumaça. A densidade da
fumaça pode ser medida objetivamente pela redução da intensidade do feixe
de luz que passa através da atmosfera enfumaçada, a qual pode ser relatada
subjetivamente como redução da visibilidade.

Ainda segundo o autor, alguns condicionantes afetam direta-


mente a visibilidade das pessoas, a saber:
a) fumaça: cor, tamanho das partículas, densidade e efeitos
fisiológicos;
b) ambiente: tamanho e cor do objeto observado, iluminação
no objeto;
c) observador: estado físico e mental, verificado em condi-
ções laboratoriais ou em estado de tensão ou pânico num incêndio real.

COMPONENTES TÓXICOS DA FUMAÇA E SEUS EFEITOS DIRETOS

A composição química da fumaça é muito complexa. Trata-se


de uma mistura de gases e partículas em suspensão no ar, decorrente
da queima de um combustível por meio de dois processos: pirólise e

RISCOS E VULNERABILIDADE HUMANA EM INCÊNDIOS - GRUPO PROMINAS


oxidação, conforme explica Souza et al., (2004, p. 558):

A pirólise é o fenômeno de liberação de elementos do combustível causada


exclusivamente pela ação do calor, através do derretimento ou fervura. A
oxidação é o processo em que o oxigênio reage quimicamente com molécu-
las do combustível quebrando-as em compostos menores que resultam na
produção de luz e calor.

Os principais gases resultantes do processo de oxidação em


incêndios, segundo o Corpo de Bombeiros Militares do Estado do Espí-
rito Santo (CBMES, 2016, p.42-45), são:
a) Monóxido de Carbono (CO): é o produto da combustão
que mais provoca mortes em eventos de incêndios. Trata-se de um gás
incolor e inodoro presente em praticamente em todo incêndio, mas prin-
cipalmente naqueles de baixa ventilação;
b) Dióxido de Carbono (CO2): não se trata de um gás tão
tóxico como o CO; contudo, é encontrado em larga escala em situa-
ções de incêndio. Sua inalação provoca um aumento da frequência e
da intensidade da respiração. Concentrações de aproximadamente 2%

61
do gás podem aumentar em 50% o ritmo respiratório do indivíduo. Em
concentrações maiores que 10%, pode provocar a morte;
c) Ácido Cianídrico (HCN): surge através da queima de mate-
riais que contenham nitrogênio em sua composição, como os materiais
sintéticos (lã, seda, nylon, poliuretanos, plásticos e resinas). Trata-se do
produto mais tóxico encontrado na fumaça;
d) Ácido Clorídrico: surge através da queima de materiais
que contenham cloro em sua composição, como o PVC. Trata-se de um
gás que causa irritações nos olhos e nas vias aéreas, podendo produzir
distúrbios de comportamento, disfunções respiratórias e infecções;
e) Acroleína: surge através da queima de materiais que con-
tenham polietileno em sua composição, como o PVC. Chega a causar a
morte devido a complicações pulmonares;
f) Amônia: surge através da queima de materiais emborracha-
dos, como: borracha, seda, nylon etc. Causa irritação nos olhos e é
corrosivo, podendo produzir queimaduras graves e necrose na pele. Os
sintomas à exposição incluem, desde náusea e vômitos, até danos aos
lábios, boca e esôfago. Bombeiros contaminados por amônia devem
receber tratamento intensivo, serem transportados com urgência para
um hospital, sem utilizar água nem oxigênio na prestação dos primeiros
socorros;
g) Óxidos de Nitrogênio: surge através da queima do nitrogênio.
As formas mais encontradas em incêndios são: o monóxido de dinitrogênio
(N2O), óxido de nitrogênio (NO), dióxido de nitrogênio (NO2) e tetróxido
RISCOS E VULNERABILIDADE HUMANA EM INCÊNDIOS - GRUPO PROMINAS

de dinitrogênio. São bastante irritantes e podem tornarem-se anestésicos.


Provocam lesões no aparelho respiratório, onde formam os ácidos nitroso
e nítrico, quando em contato com a umidade da mucosa (N2O4).

CONCEITOS E BENEFÍCIOS DE UM SISTEMA DE CONTROLE DE


FUMAÇA

Antes de comentar sobre os reais benefícios de um sistema


de controle de fumaça em uma edificação, é importante entendermos o
conceito.
Um sistema de controle de fumaça, ou como é usualmente co-
nhecido, controle de fumaça, nada mais é do que a adoção de meios
capazes de extrair a fumaça da edificação, antes que ela tome conta de
todo o ambiente. Quando executada de maneira segura e eficaz, essa
técnica contribui substancialmente para melhorar a visibilidade, em mo-
mentos de evacuação, bem como possibilita a redução da temperatura
interna da edificação, por meio da ventilação do ambiente.
62
Quando se fala nos efeitos à saúde, a fumaça pode ser mais
perigosa do que se imagina. Segundo Souza et al., (2004, p. 558 e 559),
ao analisar as lesões por inalação de fumaça, quatro são os mecanis-
mos responsáveis pela lesão inalatória.

Basicamente, esse sistema ajuda a evitar que a fumaça tome


todo o edifício, dificultando tanto a evacuação dos indivíduos como tam-
bém a operação de combate e salvamento. Para que se possa falar em
um sistema de controle de fumaça em uma edificação, seu projeto deve
apresentar três aspectos essenciais, quais sejam:
a) Aberturas ou ventiladores ao nível superior para liberar a
fumaça da edificação.
b) Barreiras para restringir o espalhamento da fumaça através
da edificação.
c) Ventiladores de entrada de ar limpo para repor o volume
extraído.
Corretamente desenvolvido, um sistema de controle de fumaça
pode implicar os seguintes benefícios (Seito et al., 2008, p. 48):
d) Ventilação prévia, reduzindo assim a temperatura interna,

RISCOS E VULNERABILIDADE HUMANA EM INCÊNDIOS - GRUPO PROMINAS


protegendo estragos e colapso estrutural.
e) Bom meio de escape com visibilidade da rota de fuga.
f) Manter a atmosfera limpa.
g) Limitar a temperatura, impedindo ignição espontânea.
h) Prevenir estrago desnecessário por fumaça.
i) Prevenir estrago desnecessário por água.
j) Reduzir o tempo de limpeza.
k) Proporcionar uma visão clara do fogo.
l) Ajudar a extinguir o fogo no seu início.
m) Reduzir os custos do incêndio.
Para Cunha e Martinelli Jr. (2008, p. 265), a importância de um
sistema de controle de fumaça está justamente na eficácia da evacua-
ção segura dos ocupantes do edifício em chamas, pois, como o autor
afirma:

Independentemente do local de um incêndio, quando as pessoas tomam


consciência do incêndio, devem ser capazes de procederem ao abandono
da área de forma segura. Para que isso ocorra, é necessário proteger a rota

63
de fuga. Em shopping centers grandes ou complexos, a forma mais eficaz
de manter os meios de saída de emergências sem fumaça é por meio de um
sistema de controle de fumaça. Ventiladores são instalados para controlar
a fumaça e ajudar a manter as saídas de emergência e as caixas das esca-
das livres de fumaça, permitindo que os ocupantes evacuem a edificação de
forma rápida e segura.

LEGISLAÇÃO EM PROCESSO DE MUDANÇA

Após a tragédia ocorrida na Boate Kiss, que vitimou 242 pes-


soas e feriu cerca de 680, órgãos ligados ao setor de normatização,
como a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, o Comitê
Brasileiro de Segurança contra incêndio – CB24 e a Associação Bra-
sileira de Refrigeração, Ar-condicionado, Ventilação e Aquecimento –
ABRAVA, iniciaram estudos no sentido de confecção de uma norma que
terá como premissa, segundo explica Carlos Kayano (2018, p.s/n):

estabelecer os parâmetros técnicos básicos para a implementação do sis-


tema de controle de fumaça e calor em incêndio, e tem como objetivo a
manutenção de um ambiente seguro nas edificações, manter as rotas de
escape e vias de acesso livres da fumaça do incêndio, além de facilitar as
operações de combate ao fogo pelas equipes de brigadistas e do Corpo de
Bombeiros.(...) Mediante remoção da fumaça, o sistema permite a formação
de um vão livre de fumaça abaixo de uma camada flutuante que se propaga
pelo ambiente sinistrado, afastando o perigo de inalação de gases tóxicos
RISCOS E VULNERABILIDADE HUMANA EM INCÊNDIOS - GRUPO PROMINAS

e proporcionando visibilidade para garantir que os ocupantes abandonem a


edificação de forma rápida e segura.

Após a tragédia ocorrida na Boate Kiss, que vitimou 242 pes-


soas e feriu cerca de 680, órgãos ligados ao setor de normatização,
como a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, o Comitê
Brasileiro de Segurança contra incêndio – CB24 e a Associação Bra-
sileira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação e Aquecimento –
ABRAVA, iniciaram estudos no sentido de confecção de uma norma que
terá como premissa fazer o controle de fumaça.

64
Por fim, em decreto publicado pelo Estado de São Paulo, em
agosto de 2001, que institui o Regulamento de Segurança contra Incên-
dio das edificações e áreas de risco, torna obrigatória a implantação de
sistemas de controle de fumaça em diversas situações, tendo, outros
Estados da federação, incorporado as mesmas exigências.
Segundo o Decreto nº 46.076/2001, em seu capítulo X, Artigo 27:

Artigo 27 – O sistema de controle de fumaça será exigido:


I - para edificações com altura superior a 60 (sessenta) metros, exceto para
ocupações destinadas a residências, hotéis residenciais e “apart-hotéis”;
II – para subsolos das edificações que possuírem ocupações distintas de
estacionamento de veículos.
Cabe Esta regulamentação foi sendo incorporada às exigências dos Bombei-
ros de diversos outros estados brasileiros, evidenciando a sua importância.

RISCOS E VULNERABILIDADE HUMANA EM INCÊNDIOS - GRUPO PROMINAS

65
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: TJ Prova: Médico do Trabalho
Nível: Superior
Conforme o Manual de Aplicação da Norma Regulamentadora - 17,
NR-17, quando faz referência ao mobiliário dos postos de trabalho,
é verdadeira a seguinte armação:
a) a manutenção de uma postura fixa ao longo da jornada é mais ade-
quada e é a mais confortável.
b) é prejudicial que, ao longo da jornada, seja necessária a alternância
de posturas, sentado, em pé, deambulando.
c) o mobiliário deve ser adaptado às características antropométricas da
população, independentemente das exigências da tarefa.
d) é recomendável que o mobiliário permita uma regulagem que atenda
a, pelo menos, 51% da população trabalhadora.
e) é recomendável que o mobiliário permita uma regulagem que atenda
a, pelo menos, 95% da população em geral.

QUESTÃO 2
Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: TJ Prova: Médico do Trabalho
Nível: Superior
Um soldador do ramo metalúrgico, diariamente exposto a ruído
contínuo e ocasionalmente a ruído de impacto, fumos metálicos e
RISCOS E VULNERABILIDADE HUMANA EM INCÊNDIOS - GRUPO PROMINAS

poeiras, foi transferido para o setor administrativo, após conclusão


de curso superior de administração de empresas. A empresa provi-
denciou seu exame de mudança de função e o médico do trabalho,
após exame clínico-ocupacional, exame físico e mental, solicitou
raios X de tórax, espirometria e audiometria tonal aérea. Na forma
preconizada pela NR 07, os exames devem ser realizados:
a) na data da mudança de função.
b) antes da data da mudança de função.
c) a qualquer tempo após a data da mudança de função.
d) até o final do mês no qual ocorreu a mudança de função.
e) até o final da semana em que ocorreu a mudança de função.

QUESTÃO 3
Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: TJ Prova: Médico do Trabalho
Nível: Superior
A atividade cuja responsabilidade é do médico do trabalho numa
empresa com grau de risco 2, na construção do Programa de Con-
trole Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) é a de:
66
a) elaboração do mapa de risco e das rotas de fuga do PCMSO.
b) avaliação das condições ambientais, de acordo com os limites defini-
dos para agentes físicos.
c) inclusão no PCMSO dos exames complementares acordados na ne-
gociação coletiva de trabalho.
d) realização de exame periódico a cada dois anos para todos os traba-
lhadores.
e) realização de exame demissional até a data da homologação da de-
missão, caso o último periódico tenha mais de 60 dias.

QUESTÃO 4
Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: TJ Prova: Médico do Trabalho
Nível: Superior
A NR 17 estabelece que a organização do trabalho deve ser ade-
quada às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à
natureza do trabalho a ser executado. A organização do trabalho,
para efeito dessa NR, deve levar em consideração:
a) a capacidade intelectual do trabalhador
b) a capacidade física do trabalhador
c) a determinação do conteúdo de tempo
d) o arranjo físico das instalações
e) as relações interpessoais com os colegas de trabalho

QUESTÃO 5

RISCOS E VULNERABILIDADE HUMANA EM INCÊNDIOS - GRUPO PROMINAS


Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: TJ Prova: Médico do Trabalho
Nível: Superior
Qual parâmetro está adequado às condições ideais do ambiente
interno de trabalho, atendendo às características psicofisiológicas
dos trabalhadores, de acordo com a Norma Regulamentadora 17?
a) Velocidade do ar de 1,15 m/s
b) Umidade relativa do ar de 55%
c) Luminosidade de 92 lux
d) Nível de ruído de 78 dB
e) Índice de temperatura efetiva de 28°C

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

Explique se existe risco em caso de o indivíduo inalar fumaça em um


incêndio.

67
TREINO INÉDITO

Assunto: Condições tóxicas


Assinale a alternativa correta.
a) As condições tóxicas podem ser criadas em função da composição
física do material que se encontra presente e de suas concentrações
(carga de incêndio).
b) As condições tóxicas podem ser criadas em função da composição
biológica do material que se encontra presente e de suas concentra-
ções (carga de incêndio).
c) As condições tóxicas podem ser criadas em função da composição
elétrica do material que se encontra presente e de suas concentrações
(carga de incêndio).
d) As condições tóxicas podem ser criadas em função da composição
química do material que se encontra presente e de suas concentrações
(carga de incêndio).
e) N.D.A.

NA MÍDIA

VARIÁVEIS QUE DETERMINAM A REAÇÃO AO FOGO DOS MATERIAIS


Os gases tóxicos provocam não só asfixia, intoxicação e lesões nas vias
respiratórias, devido à sua composição, como também queimaduras,
pois, num incêndio, eles se encontram em temperaturas elevadas. O
RISCOS E VULNERABILIDADE HUMANA EM INCÊNDIOS - GRUPO PROMINAS

dióxido de carbono (CO2) é o primeiro gás a ser inalado numa situação


inicial de incêndio, em que se tem a combustão completa dos materiais
envolvidos. Ele não é tóxico, porém, atua de modo a estimular a res-
piração, fazendo com que a inalação de outros tipos de gases tóxicos
seja maior. Se o ar absorvido contiver de 2% a 4% de CO2, o volume de
ar respirado triplica, aumentando a velocidade de absorção dos gases
tóxicos (MARTÍN e PERIS, 1982). O aumento da velocidade de respira-
ção se dá também em função da angústia a que as vítimas estão sub-
metidas. Além das consequências físicas ocasionadas pela intoxicação,
tem-se ainda as consequências psíquicas, talvez mais graves e que
provocam o pânico, o desespero e, enfim, a perda da razão. Os efeitos
provenientes da inalação do monóxido de carbono (CO) afetam as pes-
soas em função da idade, das condições de saúde e das concentrações
e do tempo de exposição. Altas concentrações de CO podem causar
vítimas fatais em períodos de exposição reduzidos.
A Segurança contra incêndio no Brasil / coordenação de Alexandre
Itiu Seito et al. São Paulo: Projeto Editora, 2008. p. 496 ISBN:978-85-
61295-00-4
68
NA PRÁTICA

RISCOS DO INCÊNDIO
O modo como as pessoas reagem ao incêndio é determinado pelos
riscos provenientes da situação do incêndio, os quais são determinados
por:
• temperatura, calor, fumaça e
• redução da taxa de oxigênio.
Temperatura – os efeitos podem variar com a duração da exposição. A
umidade e respirabilidade também têm efeito. As condições mais seve-
ras podem ocorrer mais entre 50°C até 65°C e são consideradas inca-
pacitantes. Temperaturas acima de 100°C podem causar a morte.
A tabela abaixo mostra os efeitos fisiológicos do calor:

RISCOS E VULNERABILIDADE HUMANA EM INCÊNDIOS - GRUPO PROMINAS


Fonte: Zona de risco
Data: 2012
Disponível em: https://zonaderisco.blogspot.com/2012/12/comporta-
mento-humano-nos-incendios.html

PARA SABER MAIS

Filme sobre o assunto


O Jogo da imitação (2015)
O jogo da imitação pode proporcionar boas lições a quem pretende se
tornar um engenheiro. Ele vai mostrar a importância do trabalho em
equipe e como esse profissional deve buscar sempre ter um pensamen-
to lógico e estratégico.
Acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=YIkKbMcJL_4

69
GABARITOS

CAPÍTULO 01

QUESTÕES DE CONCURSOS

01 02 03 04 05
C D B C C

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

A prudência também é outro fator primordial no combate aos incêndios.


Todos sabem que qualquer instalação predial deve funcionar confor-
me as condições de segurança estabelecidas por lei, que vão desde
a obrigatoriedade de  extintores de incêndios,  hidrantes, mangueiras,
registros, chuveiros automáticos (sprinklers) e escadas com corrimão.
Entre esses equipamentos, o mais utilizado no combate a incêndios é
o extintor, que deve ser submetido a manutenção pelo menos uma
vez por ano, por pessoas credenciadas e especializadas no assunto.
É importante também, além de adquirir e conservar os equipamentos
de segurança, saber manuseá-los e ensinar a todos os trabalhadores
RISCOS E VULNERABILIDADE HUMANA EM INCÊNDIOS - GRUPO PROMINAS

como acionar o alarme, funcionar o extintor ou abandonar o recinto,


quando necessário, sem provocar tumultos.

Fonte: Fiocruz
Data: Sem data
Disponível em: http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/lab_virtual/pre-
vencao_de_incendio.html

TREINO INÉDITO
Gabarito: A

70
CAPÍTULO 02

QUESTÕES DE CONCURSOS

01 02 03 04 05
E E B C B

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

O tempo crítico para a sobrevivência humana, e consequentemente


para o escape, é composto de três condições que interagem entre si:
• as temperaturas elevadas do ambiente,
• as condições tóxicas e
• as atuais ou pré-existentes condições psicofisiológicas dos ocupantes.

Fonte: Zona de risco


Data: 2012
Disponível em: https://zonaderisco.blogspot.com/2012/12/comporta-
mento-humano-nos-incendios.html

TREINO INÉDITO
Gabarito: A

RISCOS E VULNERABILIDADE HUMANA EM INCÊNDIOS - GRUPO PROMINAS

71
CAPÍTULO 03

QUESTÕES DE CONCURSOS

01 02 03 04 05
E B C C B

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO


DE RESPOSTA

Os perigos de inalar fumaça de incêndio variam desde queimaduras


nas vias aéreas até o desenvolvimento de doenças respiratórias como
bronquiolite e pneumonia até 5 dias depois do incidente.  Isso porque
o monóxido de carbono é uma substância tóxica que gera acúmulo de
sangue e líquidos na região, impedindo a passagem do ar. Dependen-
do da quantidade de fumaça que foi inalada, o indivíduo pode evoluir
de intoxicação respiratória para morte em 2 a 5 minutos. Entretanto,
os indivíduos que inalaram uma quantidade menor de fumaça ainda
podem sofrer suas consequências por até 3 semanas, desenvolvendo
infecções respiratórias.

https://www.tuasaude.com/perigos-de-inalar-fumaca-de-incendio/
RISCOS E VULNERABILIDADE HUMANA EM INCÊNDIOS - GRUPO PROMINAS

TREINO INÉDITO
Gabarito: A

72
ABOLINS, Heliodoro Alexandre; BIANCNHINI, Flávio José; NOMELLI-
NI, Luiz Henrique. Saídas de Emergência em Edificações. In: A Se-
gurança Contra Incêndio no Brasil. Alexandre Itiu Seito et al. (coord.),
São Paulo: Projeto Editora, 2008. p. 496.

ACSELRAD, H. Vulnerabilidade ambiental, processos e relações.


In: II ENCONTRO NACIONAL DE PRODUTORES E USUÁRIOS DE
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ALVES, Roberta Borghetti; LACERDA, Márcia Alves de Camargo e


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