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TEORIA À ENGENHARIA DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS E PÂNICO - GRUPO PROMINAS


TEORIA À ENGENHARIA DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS E PÂNICO - GRUPO PROMINAS

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TEORIA À ENGENHARIA DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS E PÂNICO - GRUPO PROMINAS
Núcleo de Educação a Distância

PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.

O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.

GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO


Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino

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Prezado(a) Pós-Graduando(a),

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!


Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a
ascensão social e econômica da população de um país.
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Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-


de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a)
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos
conhecimentos.

Um abraço,

Grupo Prominas - Educação e Tecnologia

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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!

É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha


é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização.
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.
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Estude bastante e um grande abraço!

Professora: Max Florentino da Silva

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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao
seu sucesso profisisional.

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No Brasil, até a década de 70, a temática de prevenção e
combate a incêndios não era muito abordada, tendo em vista a au-
sência de grandes incêndios com grande número de vítimas, de modo
que a resolução dos conflitos que surgiam ficava a cabo, apenas, da
atuação do Corpo de Bombeiros. Não havia regulamentação suficien-
te, tampouco normas técnicas, sobre saídas de emergência, sinaliza-
ção, rotas de fuga e iluminação em ambientes fechados. A Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) era restrita à fiscalização da
produção de extintores. Foi a partir de episódios trágicos que houve a
pressão popular por resoluções. Surgiram, então, comissões, decre-
tos, normas e aperfeiçoamento, na medida do possível, de todos os
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sistemas que existem atualmente.

Segurança Contra Incêndio e Pânico. Brasil. Evolução.

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Apresentação do Módulo ______________________________________ 11

CAPÍTULO 01
INTRODUÇÃO À SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO

Segurança Contra Incêndio e Pânico no Brasil ___________________ 12

A Evolução da Segurança Contra Incêndio e Pânico _______________ 13

Conceitos Básicos ______________________________________________ 14

Formas de Transmissão de Calor ________________________________ 15

Normas Reguladoras ___________________________________________ 17

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Equipamentos __________________________________________________

Métodos de Extinção de Fogo _________________________________ 19

Comportamento Humano nos Incêndios _______________________ 19

Recapitulando _________________________________________________ 23

CAPÍTULO 02
PROJETOS CONTRA INCÊNDIO – REQUISITOS ARQUITETÔNICOS

Introdução ____________________________________________________ 28

Medidas Urbanísticas __________________________________________ 29

Isolamento de Risco de Edificações ____________________________ 31

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Projeto de Prevenção e Combate a Incêndio – PPCI ______________ 33

Saídas de Emergência __________________________________________ 35

Recapitulando __________________________________________________ 39

CAPÍTULO 03
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS NA SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

Introdução ___________________________________________________ 44

Instalações Elétricas ___________________________________________ 45

Verificação Fial ________________________________________________ 47

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Legislação _____________________________________________________

O Projeto _______________________________________________________ 51

Recapitulando _________________________________________________ 53

Fechando a Unidade ____________________ _______________________ 58

Referências ____________________________________________________ 61

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Nesta unidade, trataremos sobre a introdução à segurança
contra incêndio e pânico, bem como os projetos contra incêndio, requi-
sitos arquitetônicos e, por fim, trataremos sobre as instalações elétricas
na segurança contra incêndio.
É verdade que o pânico é um passo além do medo e, de ma-
neira diferente, por exemplo, da ansiedade, surge de uma situação real
e certa, não de antecipações confusas ou intuídas. O pânico é desen-
cadeado pela simples e ríspida constatação de uma situação muito ad-
versa, perigosa em que vemos a nossa e/ou a vida de entes queridos
ou próxima gravemente comprometida. Nesse ponto, a questão é clara.
Podemos colocar em prática uma série de protocolos ou decisões vi-
sando à prevenção do pânico. Podemos realizar ações de prevenção do
pânico, mas, antes devemos estar cientes de que estamos falando de
um inimigo realmente perigoso, imprevisível e traiçoeiro.
Não importa o quanto façamos e tentemos aprender, nunca sabe-
mos com certeza como vamos reagir a uma situação perigosa, nem sabe-
mos com certeza como as pessoas ao nosso redor vão reagir e que, como
veremos, podem tornar-se o nosso principal problema ante um incêndio,
ainda mais do que as próprias chamas. Este módulo servirá para auxiliá-lo
nesta e em outras questões. Desse modo, esperamos que a partir deste

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estudo, o estudante amplie seus conhecimentos sobre a matéria, contri-
buindo, portanto, para o seu crescimento pessoal e profissional.
Bons estudos!

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INTRODUÇÃO À SEGURANÇA
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CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO

SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO NO BRASIL

No Brasil, até a década de 70, a temática de prevenção e com-


bate a incêndios não era muito abordada, tendo em vista a ausência
de grandes incêndios com grande número de vítimas, de modo que a
resolução dos conflitos que surgiam ficava a cabo, apenas, da atuação
do Corpo de Bombeiros.
Não havia regulamentação suficiente, tampouco normas técni-
cas, sobre saídas de emergência, sinalização, rotas de fuga e ilumina-
ção em ambientes fechados. A Associação Brasileira de Normas Técni-
cas (ABNT) era restrita à fiscalização da produção de extintores. Gomes
(2014, p. 24) explica que a revolução nessa área da construção civil só
surgiu após dois grandes incêndios:
1212
O primeiro foi no ano de 1972, no Edifício Andraus, de 31 andares, construído
em concreto armado e com fachada em vidro, no centro da cidade de São
Paulo. O incêndio deixou 16 mortos e 336 feridos. Os números só não foram
piores porque as pessoas se refugiaram no heliponto do edifício e ficaram
protegidas pela laje de cobertura, sendo resgatadas por helicópteros. [...]
Dois anos depois, em 1974, acontece o grande incêndio no Edifício Joelma,
de 23 andares, em concreto armado, também localizado na cidade de São
Paulo. O saldo é assustador, com 179 mortos e 320 feridos, gerando grande
comoção devido às fortes imagens de pessoas se projetando do prédio.

Figura 1 - Chamas

Fonte: Seito et al. (2008, p. 24)

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Foi a partir desses trágicos momentos que houve a pressão
popular por resoluções. Surgiram, então, comissões, decretos, normas
e aperfeiçoamento, na medida do possível, de todos os sistemas que
existem atualmente.

A EVOLUÇÃO DA SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO

Na década de 70, iniciaram-se no Brasil os primeiros estudos


relativos à segurança contra incêndio, tendo sido implantado o laborató-
rio de segurança contra incêndios no Instituto de Pesquisas Tecnológicas
(IPT) do Estado de São Paulo, patrocinado pela JICA - Japan International
Cooperation Agency. Em Brasília, também com ajuda da JICA, houve a
implantação de um Laboratório de Investigação Científica e Incêndio. Nos
últimos quarenta anos, a população brasileira dobrou e, aliado a isso, ela
migrou dos campos para a cidade, ocasionando um incremento industrial,
a diversificação comercial e uma alta capacidade de prestação de serviços.
Devido à falta de infraestrutura de nosso país para reagir a
algumas necessidades, o crescimento desenfreado e, por vezes, de-
sestruturado no que tange à segurança contra incêndios faz com que
tenhamos que melhorar a regulamentação preventiva contra incêndio,
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melhorar os equipamentos de segurança contra incêndio e, principal-
mente, investir na formação dos engenheiros, arquitetos, bombeiros,
técnicos e na educação da população no que tange à segurança contra
incêndio e pânico. Fernandes (p. 13) explica:

A prevenção de incêndio compreende uma série de medidas, tais como a de-


terminada distribuição dos equipamentos de detecção e combate a incêndio, o
treinamento de pessoal, a vigilância contínua, a ocupação das edificações con-
siderando o risco de incêndio, a arrumação geral e a limpeza, visando impedir o
aparecimento de um princípio de incêndio, dificultar a sua propagação, detectá-
-lo o mais rapidamente possível, e facilitar o seu combate ainda na fase inicial.

Nesse sentido, a prevenção é um conjunto de medidas que


visa evitar que sinistros ocorram ou que, ao menos, sejam mantidos sob
controle, evitando-se a propagação das chamas e facilitando a preven-
ção ao incêndio. O combate, por outro lado, inicia-se quando não houve
a possibilidade de evitar o incêndio, mas, possibilita ao ser humano to-
mar medidas como, por exemplo, salvar vidas, isolar o local do incêndio,
promover a extinção, dentre outros.

CONCEITOS BÁSICOS
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O fogo é o resultado de uma reação química, denominada com-


bustão, que se caracteriza pelo desprendimento de luz e calor. Brentano
(2010, p. 6) explica que o fogo “ocorre com a oxidação rápida do mate-
rial combustível com o ar, provocada por uma fonte de calor, que gera
chama, libera calor, emite fumaça, gases e outros resíduos”. Assim, a
presença simultânea de três elementos essenciais – combustível, calor
e um comburente (oxigênio de ar) – forma o Triângulo do Fogo.

Figura 2 - Triângulo do Fogo

Fonte: Manual de Prevenção contra Incêndios (1986)

Sobre esses elementos, é preciso explicar que:


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- Combustível: se revela através de substâncias sólidas, líqui-
das ou gasosas que, após atingirem uma temperatura de ignição, com-
binam-se quimicamente com outra, gerando uma reação exotérmica,
liberando calor e luminosidade.
- Comburente: é o elemento ativador do fogo, uma vez que
se trata do oxigênio existente no ar atmosférico, podendo intensificar a
combustão. “Normalmente, o oxigênio está presente no ar a uma con-
centração de 21%. Quando esta concentração é inferior a 15%, não
haverá combustão.”. (UMINSKI, 2003, p. 2).
- Calor: resultado da luz solar, aparelhos aquecedores, pontas
de cigarro, raios, entre outros. O calor é o elemento que dá início ao
fogo, o mantém e incentiva a sua propagação.
De acordo com Ferigolo (1977), as principais causas de incên-
dio estão classificadas em três grupos:

O primeiro considerado por causas naturais, ou seja, que não depende da von-
tade do ser humano, como raios, terremotos, vulcões; o segundo grupo é o das
causas acidentais, podendo ocorrer por diferentes motivos, tais como: eletrici-
dade, balões, ratos, chamas expostas; por fim, o grupo das causas criminosas,
em que o incêndio é provocado para esconder alguma fraude para receber
seguros, ou ainda, para queima de arquivos, intrigas, crimes passionais.

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Ainda segundo este autor, há um quarto elemento, sem o qual
o fogo não se mantém: a reação química em cadeia. De modo que a
representação mais adequada é a seguinte:

Figura 3 - Quadrado do Fogo

Fonte: Ferigolo (1977, p. 14)

FORMAS DE TRANSMISSÃO DE CALOR

A doutrina nos explica que o ar atmosférico ou a estrutura do


corpo combustível promove uma transmissão de energia, fazendo com
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que o calor se propague. Desse modo, há três formas de transmissão
de calor: por condução, convecção ou irradiação. A primeira (a condu-
ção) se dá através da transferência de calor, de corpo para corpo, de
molécula para molécula, consumindo gradualmente. Observa-se:

Figura 4 - Transferência de Calor por Condução

Fonte: (Gomes, 2014).

A segunda (a convecção) é a maneira pela qual o calor é trans-


ferido por meio do deslocamento de uma massa aquecida de gases ou
líquidos, do ambiente incendiado para outros locais. Explicando: uma
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massa de ar, ao ser aquecida, se torna mais leve, menos densa e tende
a subir para as partes mais altas de um ambiente.

Figura 5 - Fluxo de Calor por Convecção

Fonte: (Gomes, 2014)

A terceira (a irradiação) se faz por meio de ondas caloríficas que


se deslocam através de um espaço vazio. Esse conceito se reflete a partir
da transmissão de calor do sol para a terra, através dos raios solares.
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Figura 6 - Transferência de calor por ondas de irradiação

Fonte: (Gomes, 2014)

NORMAS REGULADORAS

A prevenção de incêndios no Brasil é questão de segurança


pública, e encontra a sua previsão no art. 144 da Constituição Federal,
que aduz que “A segurança pública, dever do Estado, direito e respon-
sabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e
da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes
órgãos” e instituiu, no inciso V, as “polícias militares e corpos de bom-
beiros militares” e os vincula aos Governadores do Estado.

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Ainda temos a lei n°. 13.425/2017, que estabelece diretrizes
gerais sobre medidas de prevenção e combate a incêndio e a desastres
em estabelecimentos, edificações e áreas de reunião em público, aten-
dendo ao disposto no inciso XX do art. 21, no inciso I, do art. 24, §5° do
art. 144 e no art. 182 – todos da Constituição Federal – e caracteriza a
prevenção de incêndios e desastres como condição para a execução de
projetos artísticos, culturais, esportivos, científicos e outros que envol-
vam incentivos fiscais da União. Essa lei manifesta, ainda, a possibilida-
de de existirem regulamentações técnicas nos Estados, realizando-se
através do esforço conjunto do Corpo de Bombeiros Militar e sociedade
técnica. Enfatiza, ainda, a importância do ensino e da qualificação dos
profissionais da área, sejam engenheiros ou arquitetos.
Por outro lado, segundo Fernandes (2010, p. 13), “O Corpo
de Bombeiros adota o Código de Prevenção de Incêndios e Normas
Brasileiras para a execução da prevenção contra incêndios, através de
vistorias técnicas. ” Assim, através da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT), no Brasil, destacam-se as seguintes normas técnicas:
- NBR 5419 - Proteção de estruturas contra descargas atmos-
féricas;
- NBR 8660 - Revestimento de piso – determinação da intensi-
dade crítica do fluxo de energia térmica;
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- NBR 9077 - Saídas de Emergência em Edifícios;
- NBR 9441 - Execução de sistemas de detecção e alarme de
incêndio;
- NBR 9442 - Materiais de construção – determinação do índice
de propagação superficial de chama pelo método do painel radiante;
- NBR 10897 - Proteção contra incêndio por chuveiro automático;
- NBR 10898 - Sistema de iluminação de emergência;
- NBR 11742 - Porta corta-fogo para saídas de emergência;
- NBR 13523 - Central predial de gás liquefeito de petróleo;
- NBR 14024 - Centrais prediais e industriais de gás liquefeito
de petróleo com sistema de abastecimento a granel;
- NBR 14432 - Exigências de resistência ao fogo de elementos
construtivos de edificações;
- NBR 14880 - Saídas de emergência em edifícios – escadas
de segurança – controle de fumaça por pressurização;
- NBR 15514 - Área de armazenamento de recipientes trans-
portáveis de gás liquefeito de petróleo (GLP) destinados ou não à co-
mercialização – critérios de segurança.
Assim, é possível observar uma hierarquia que nos mostra
o crescente e necessário grau de detalhamento das regras. Euzebio
(2011, p. 19) explica da seguinte forma:
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1º Constituição Federal;
2° Constituição Estadual;
3° Lei Estadual;
4° Decretos Estaduais;
5° Normas citadas pelo Decreto;
6° Leis e Decretos Municipais;
7° Portarias, Instruções Técnicas e Pareceres do Corpo de
Bombeiros.

EQUIPAMENTOS

A doutrina e as normas técnicas classificam os sistemas e


equipamentos como:
a) Proteção estrutural: compartimentação horizontal e compar-
timentação vertical.
b) Meios de fuga: escada de segurança, iluminação de emer-
gência e elevador de segurança.
c) Meios de alerta: detecção automática, alarme manual contra
incêndios, sinalização.
d) Meios de combate a incêndios: extintores portáteis, extinto-
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res sobre rodas, instalações fixas, semifixas, portáteis, automáticas e/
ou sob comando.

MÉTODOS DE EXTINÇÃO DE FOGO

Preliminarmente, relembra-se que a condição para que se


ocorra o surgimento do fogo é a união do oxigênio, combustível e calor,
ocorrendo o processo de reação química em cadeia (a doutrina atribui a
isso a nomenclatura de Tetraedro do Fogo). Nesse sentido, para que se
tenha a extinção do fogo, é preciso eliminar um desses componentes a
partir dessas três possibilidades: resfriamento, abafamento e isolamen-
to/retirada do material (combustível).
Segundo o Manual de Prevenção e Combate a princípio de
Incêndio do Paraná (2012, p. 16), o resfriamento é “o método pelo qual,
através de agentes extintores próprios, se faz absorção do calor do cor-
po em combustão, baixando a um ponto de insatisfação a energia de
ignição”; consiste, portanto, em retirar ou diminuir o calor do material
incendiado. Exemplo: uso de água.
O abafamento, por outro lado, é a retirada, diminuição ou inter-
rupção do material não atingido pelo fogo para fora do campo de propaga-

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ção, de modo a inviabilizar a chegada do oxigênio até a combustão. Outro
método que pode ser utilizado é a retirada ou o isolamento do combustível
inflamado, que tem como objetivo interromper a propagação do calor.

Figura 7 - Tetraedro

Fonte: MANUAL DE PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIOS (1986).

COMPORTAMENTO HUMANO NOS INCÊNDIOS

“O estudo do comportamento das pessoas em incêndios é im-


portantíssimo para a escolha dos procedimentos, do que fazer em caso
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de incêndio e o caminho a seguir até a rota de fuga e a saída em seguran-
ça” (Araújo, 2010, p. 93). Ora, para que se tenha sucesso nas situações
adversas, é preciso que se conheça o comportamento humano, bem
como as tecnologias de segurança contra incêndio apresentadas a eles.
“Os meios de escape devem ser constituídos por rotas seguras
que proporcionem às pessoas escapar em caso de incêndio, de qual-
quer ponto da edificação a um lugar seguro, fora da edificação, sem
assistência exterior” (The Fire Service College, 1995). Assim, a doutrina
mostra como solução o planejamento de um sistema de iluminação de
emergência eficiente e efetivo, portas corta-fogo e resistentes à pene-
tração de fumaça, sistemas de extinção e de supressão de fogo. As
edificações precisam ser projetadas e construídas de modo a garantir a
proteção das vidas humanas e dos riscos oriundos dos incêndios.
Araújo (2010, p. 95) aduz que, “entre esses riscos encontra-
mos as queimaduras (fatais ou não), asfixia, envenenamento, contu-
sões, irritações, cortes etc. Os efeitos secundários do fogo ocorrem por
falta de oxigênio, fumaça, gases nocivos, agressivos ou tóxicos, pânico,
colapsos materiais ou estruturais etc.”

O Pânico e o Comportamento Humano em Caso de Sinistros


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Não há como precisar um determinado comportamento em ca-


sos de sinistros, uma vez que os seres humanos têm reações diversas.
Em casos de incêndio, as mais comuns são a tensão nervosa ou o
estresse. “Normalmente, as pessoas demoram a reagir diante de uma
situação de incêndio, como se estivesse paralisada nos primeiros minu-
tos, não acreditando que estejam sendo envolvidas numa situação de
risco grave”. (Moncada, 2005, p. 4)
Ante a essas situações, a tendência é que os indivíduos bus-
quem o percurso mais familiar para a saída, que é a entrada da edifica-
ção. Por outro lado, quando há opções de escolha entre rotas de fugas,
geralmente é ali onde estão a fumaça, o calor e o cheiro. Desse modo,
nestes locais, torna-se necessária a adoção de medidas preventivas.
Assim, os projetos de arquitetura devem considerar a movimentação
da fumaça dentro dos ambientes para casos em que possam ocorrer
incêndios e alocar barreiras arquitetônicas e sistemas de extração de
gases, além de sistemas preventivos de combate.
“As saídas de emergência devem atender à demanda da popula-
ção, em caso de sinistros, seja por compartimentação, rotas de fuga, esca-
das de emergência, áreas de refúgio, seja por elevadores de emergência
totalmente protegidos da ação de gases e chamas, com sistema de alimen-
20
tação de energia independente do geral da edificação.” (Araújo, 2010, p. 97)

O Fator Humano

Os projetos das saídas de emergências e sinalização devem ser


apresentados de forma a não levar pânico à população em caso de sinis-
tro. O nível de iluminação das vias de evacuação, de acordo com a NBR
10898 – Sistema de iluminação de emergência – indica que as escadas,
rampas e áreas com obstáculo deverão ter o valor de 5 lux no piso. Já
nos corredores, áreas planas sem obstáculos ou emendas de carpetes,
o valor é de 3 lux. Outro aspecto importante é a relação entre o nível de
iluminação com a idade das pessoas. Sobre este assunto, Seito (2008,
p. 105) explica com detalhes que “É importante perceber que as pessoas
mais jovens necessitam de menor nível de iluminação para verem”.

Figura 8 - Procedimento para o Abandono do Prédio

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Fonte: Cartilha do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, 2011.

Logo, o importante não é só iluminar, e sim distribuir correta-


mente a iluminação dentro dos pontos marcados como área de segu-
rança, sem, contudo, sobreiluminar o ambiente.
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2019 Banca: UFPR Órgão: ITAIPU BINACIONAL Prova: Enge-
nheiro Florestal Nível: Superior
A prevenção aos incêndios florestais compreende um conjunto de
atividades cujo objetivo é reduzir ou anular a probabilidade de o in-
cêndio começar, assim como limitar sua propagação caso ele ocorra.
Levando em consideração o exposto, assinale a alternativa correta.
a) Pelas suas especificidades, cultivos florestais e unidades de conser-
vação não seguem regulamentação quanto ao uso do fogo em suas
áreas, tendo em vista a necessidade de maior flexibilidade no manejo.
b) Os programas de conscientização e sensibilização sobre o uso do
fogo devem ser genéricos, para atender o maior número de pessoas.
c) Apesar de serem locais de fácil captação de água para combater o fogo,
a contribuição dos açudes não é relevante do ponto de vista da prevenção,
pela sua pouca influência na modificação do microclima local, não contri-
buindo para a redução da amplitude térmica e da umidade relativa do ar.
d) Para otimizar a ação dos brigadistas, a largura dos aceiros é padro-
nizada em 10 metros, independentemente do tipo de material combus-
tível, da localização em relação à configuração do terreno e das condi-

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ções meteorológicas esperadas na época de ocorrência de incêndios.
e) Entre as técnicas de silvicultura preventiva propostas está a diversifi-
cação de espécies, mediante cortes seletivos, retirando espécies mais
inflamáveis, ou estabelecendo plantações em mosaico, intercalando
com espécies mais e menos inflamáveis.

QUESTÃO 2
Ano: 2019 Banca: UFPR Órgão: ITAIPU BINACIONAL Prova: Enge-
nheiro Florestal Nível: Superior
O correto manuseio de extintores é fundamental para manutenção
das condições de segurança de um laboratório. É um tipo de extintor:
a) extintor CO2
b) extintor de gases e vapores com ação móvel.
c) extintor à base de espuma.
d) extintor bicarbonato de prata.

QUESTÃO 3
Ano: 2019 Banca: UFPR Órgão: ITAIPU BINACIONAL – Prova: En-
genheiro Florestal Nível: Superior
“O triângulo do fogo é a representação dos três elementos neces-
sários numa combustão. Esses elementos são: o combustível, que
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fornece energia para a queima; o comburente, que é a substância
que reage quimicamente com o combustível; e o calor, que é ne-
cessário para iniciar a reação entre combustível e comburente)". A
respeito do fogo e incêndio é CORRETO afirmar.
a) A convecção térmica é uma das formas de propagação do calor que
ocorre nos líquidos e gases e a transmissão do calor acontece por meio
das correntes de convecção circulares que se formam por conta da dife-
rente densidade entre os fluidos, sendo que a densidade muda, quando
a temperatura varia.
b) Combustível é qualquer corpo cuja combinação química com outro
seja endotérmica e, em geral, é qualquer substância que reage com o
calor produzindo chamas e gases.
c) Oxigênio é o elemento que dá início ao processo de combustão (queima).
d) Condução ocorre em todas as formas de matéria, sólidos, líquidos,
gases e plasmas, e requer um movimento macroscópico de massa da
matéria condutora, excluindo-se os componentes subatômicos ou sua
vibração, em escala microscópica.
e) Ponto de fulgor é a maior temperatura na qual um combustível liberta
vapor em quantidade suficiente para formar uma mistura inflamável por
uma fonte externa de calor.
TEORIA À ENGENHARIA DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS E PÂNICO - GRUPO PROMINAS

QUESTÃO 4
Ano: 2019 Banca: UFPR Órgão: ITAIPU BINACIONAL Prova: Enge-
nheiro Florestal Nível: Superior
Considere os seguintes aspectos: 1 – Localização (por exemplo: ur-
bana, rural, características da vizinhança, distâncias de outras edi-
ficações e/ou riscos, distância da unidade do Corpo de Bombeiros,
existência de Plano de Auxílio Mútuo – PAM). 2 – Construção (por
exemplo: alvenaria, concreto, metálica, madeira). 3 – Ocupação (por
exemplo: industrial, comercial, residencial, escolar). 4 – População
(por exemplo: fixa, flutuante, características, cultura). 5 – Caracterís-
tica de funcionamento (horários e turnos de trabalho e os dias e ho-
rários fora do expediente). O plano de emergência contra incêndio
deve ser elaborado por escrito por profissional habilitado, levando-
-se em conta os seguintes aspectos da ABNT NBR 15219:
a) 1 e 4 apenas.
b) 2 e 4 apenas.
c) 1, 3 e 5 apenas.
d) 2, 3 e 5 apenas.
e) 1, 2, 3, 4 e 5.

24
QUESTÃO 5
Ano: 2019 Banca: UFPR Órgão: ITAIPU BINACIONAL Prova: Enge-
nheiro Florestal Nível: Superior
Considere as seguintes cores e sua utilização: 1 - Vermelha: utiliza-
da para símbolos de proibição e identificação de equipamentos de
combate a incêndio e alarme. 2 - Preta: utilizada para símbolos de
alerta e sinais de perigo. 3 - Verde: utilizada para símbolos de saída
para áreas abertas. 4 - Branca e amarela: utilizadas para símbo-
los de proibição e alerta. 5 - Azul: utilizada para símbolos de saída
emergencial para deficientes físicos. Estão corretos os itens:
a) 1 e 2 apenas.
b) 1, 2 e 4 apenas.
c) 1, 3 e 5 apenas.
d) 3, 4 e 5 apenas.
e) 2, 3, 4 e 5 apenas

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE


Descreva os métodos de extinção do fogo em um incêndio.

TREINO INÉDITO
O nível de iluminação das vias de evacuação, de acordo com a

TEORIA À ENGENHARIA DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS E PÂNICO - GRUPO PROMINAS


NBR 10898 – Sistema de iluminação de emergência – indica que:
a) as escadas, rampas e áreas com obstáculo deverão ter o valor de 8
lux no piso. Já nos corredores, áreas planas sem obstáculos ou emen-
das de carpetes, o valor é de 3 lux.
b) as escadas, rampas e áreas com obstáculo deverão ter o valor de 4
lux no piso. Já nos corredores, áreas planas sem obstáculos ou emen-
das de carpetes, o valor é de 3 lux.
c) as escadas, rampas e áreas com obstáculo deverão ter o valor de 5
lux no piso. Já nos corredores, áreas planas sem obstáculos ou emen-
das de carpetes, o valor é de 3 lux.
d) as escadas, rampas e áreas com obstáculo deverão ter o valor de 3
lux no piso. Já nos corredores, áreas planas sem obstáculos ou emen-
das de carpetes, o valor é de 5 lux.
e) as escadas, rampas e áreas com obstáculo deverá ter o valor de 5 lux
no piso. Já nos corredores, áreas planas sem obstáculos ou emendas
de carpetes, o valor é de 7 lux.

NA MÍDIA
O COMPORTAMENTO HUMANO EM SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA
O comportamento humano em situações de emergência é estudado
não só por modelos de natureza qualitativa, mas também por modelos
25
matemáticos que tentam recriar a movimentação pedonal. Atualmente,
ainda existem variáveis desconhecidas, tais como condições psicosso-
ciais (estresse e tensão) que ocorrem no decurso na emergência. Em
Portugal, está em desenvolvimento um protótipo utilizando Jogos Sé-
rios, focando-se na formação e no treino dos ocupantes em ambiente
de simulacros de evacuação virtuais com o objetivo de bombeiros e
outras forças de emergência desenvolverem planos e estratégias mais
eficientes em evacuação.
Fonte: Revista Segurança Comportamental
Leia o texto na íntegra em: https://www.segurancacomportamental.com/re-
vistas/item/628-o-comportamento-humano-em-situacoes-de-emergencia.

NA PRÁTICA
SAÍDAS DE EMERGÊNCIA E COMPORTAMENTO HUMANO: UMA
ABORDAGEM HISTÓRICA E O ESTADO ATUAL DA ARTE NO BRASIL
O incêndio é um fato indesejado e inesperado que põe em risco a vida
humana e os bens. Eliminar todos os riscos seria desejável, mas, infe-
lizmente, existem variáveis condicionadas por fatores imponderáveis e
uma ação global a fim de eliminar todos os riscos seria antieconômico.
Numa situação de incêndio, podem ocorrer diversos fenômenos, tais
como: a presença de chamas; o aumento das temperaturas; a presença
TEORIA À ENGENHARIA DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS E PÂNICO - GRUPO PROMINAS

de fumaça e gases tóxicos, os quais podem contribuir para provocar uma


instabilidade emocional nas pessoas. Embora, na maioria das vezes, as
pessoas apresentem um comportamento dentro dos padrões normais,
tais fenômenos podem contribuir para que surjam comportamentos
denominados não adaptativos. As regulamentações e normas relacio-
nadas à segurança contra incêndios vigentes analisadas são: Código
de Obras e Edificações do Município de São Paulo - COE (São Paulo,
1992), norma brasileira ABNT-NBR 9077/1993: Saídas de Emergência
em Edifícios (ABNT, 1993), Norma Regulamentadora NR-23: Proteção
contra Incêndios (Brasil, 1978) e o Decreto Estadual 46.076/2001 que
estabelece o Regulamento de Segurança Contra Incêndio das edifica-
ções e áreas de risco e suas respectivas instruções técnicas. Embora
estes documentos definam alguns critérios para o dimensionamento
das rotas de fuga, em nenhum momento levam em consideração as
adversidades do comportamento humano.
Leia mais em: http://www.lmc.ep.usp.br/grupos/gsi/wp-content/nutau/
valentin.pdf.

PARA SABER MAIS


Artigo: Moser e Souza (2018). A evacuação emergencial em edifícios
históricos e o comportamento humano: uma revisão de literatura.
26
Fonte: https://www.researchgate.net/profile/Ivana_Righetto_Moser/
publication/326237789_Emergency_evacuation_in_historic_buildin-
gs_and_human_behavior_a_literature_review/links/5b6db0d0299bf-
14c6d98b3b6/Emergency-evacuation-in-historic-buildings-and-human-
-behavior-a-literature-review.pdf.

Vídeo: Comportamento humano em incêndios. Valter Aguiar


https://www.youtube.com/watch?v=noDliKgQl_w.

TEORIA À ENGENHARIA DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS E PÂNICO - GRUPO PROMINAS

27
PROJETOS CONTRA INCÊNDIO
TEORIA À ENGENHARIA DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS E PÂNICO - GRUPO PROMINAS

(REQUISITOS ARQUITETÔNICOS)

INTRODUÇÃO

Tema pouco discutido entre os arquitetos, engenheiros e projetis-


tas, a importância da segurança contra incêndio se destaca como um dos
catorze requisitos de desempenho das edificações apresentados na norma
ISO 6241 “Performance standards in buildings - Principles for their prepara-
tion and factors to be considered”. Ono, Valentim e Venezia (2010, p. 123)
nos explica que “para projetar satisfatoriamente edificações de pequeno e
médio porte e coordenar de forma adequada grandes projetos, o arquite-
to deve conhecer os princípios da segurança contra incêndio, bem como
todos os requisitos de desempenho a ela relacionados”, para que, assim,
haja a garantia da funcionalidade desejada, a economia e a segurança.
Sobre esse assunto, a professora Rosaria Ono (REVISTA TÉ-
2828
CHNE, 2013, p. 26) afirma que “a segurança contra incêndio nas edi-
ficações começa com um bom projeto arquitetônico. A concepção das
áreas de circulação, a especificação adequada dos materiais de acaba-
mento e revestimento e o posicionamento de portas e janelas podem
facilitar - ou impedir - o fogo de começar e se propagar”.
Para Silva e Pannoni (2008), a engenharia de segurança con-
tra incêndio considera um grande conjunto de variáveis a serem estu-
dadas, as quais fundamentam as soluções adequadamente na ciência
e na engenharia, sendo muitas vezes mais econômica do que a prescri-
tividade. Enfatizam, ainda, que o único meio de atingir um padrão satis-
fatório de segurança contra incêndio nas edificações mais complexas é
aplicar "[...] soluções reais a prédios reais." Busca-se, portanto, a ado-
ção de ações de medidas preventivas e de proteção, presentes tanto
nos códigos e regulamentações com vistas à garantia da incolumidade
humana e da segurança do patrimônio.

MEDIDAS URBANÍSTICAS

Perfila a melhor doutrina que um bom projeto de segurança


contra incêndio deve considerar não só o edifício propriamente dito

TEORIA À ENGENHARIA DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS E PÂNICO - GRUPO PROMINAS


como também o seu entorno e a sua inserção na malha urbana. Segun-
do Rosso (1975, p. 9), a ação contra o fogo pode ser orientada sob os
seguintes critérios:
a. Garantir a incolumidade das pessoas.
b. Assegurar a salvaguarda dos bens.
c. Permitir a recuperação da edificação.
Nesse sentido, pensando na melhor forma de implantação e
execução de projetos, o Corpo de Bombeiros do Paraná fornece o servi-
ço de análise e aprovação de projetos arquitetônicos e projetos de pre-
venção de incêndios. Assim, Fernandes (2010, p. 25) nos explica que:

Deverá ser analisado pelo Corpo de Bombeiros o projeto arquitetônico, para


os casos de construção, reforma ou ampliação de obras que tenham área
igual ou superior a 100 m², exceto residências unifamiliares, para que seja
concedido o Alvará de Construção pela Prefeitura Municipal.

E, ainda, sobre o Projeto de Prevenção de Incêndios:

Serão analisados pelo Corpo de Bombeiros os projetos de prevenção de


incêndios, para os casos de construção, reforma ou ampliação de obras
que tenham área igual ou superior a 100m², exceto residências unifamilia-
res, para que seja concedido o Certificado de Vistoria e Conclusão de Obras

29
CVCO (“habite-se”), pela Prefeitura Municipal.

Dessa forma, é possível garantir à população a segurança con-


tra incêndio de modo eficaz, uma vez que serão tomadas medidas ade-
quadas de proteção passiva, dificultando, portanto, o princípio de um
incêndio e restringindo o seu desenvolvimento.

O portal “O Setor Elétrico” apresenta o artigo “Proteção


passiva contra incêndio nos projetos de instalações elétricas” e,
de forma objetiva, discute sobre instalações elétricas, proteção ati-
va e proteção passiva, incêndio, projeto, sistema de isolamento,
entre outros aspectos. Vejamos alguns trechos:
“A proteção contra incêndio pode ser dividida em ativa e
passiva, uma não substituindo a outra, pois as duas em conjunto
são muito mais eficazes, atuando de modo distinto e garantindo a
segurança das pessoas e do patrimônio.
A proteção ativa está mais presente no nosso cotidiano e
TEORIA À ENGENHARIA DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS E PÂNICO - GRUPO PROMINAS

são sistemas já conhecidos pela maioria dos profissionais. São os


extintores, sprinklers, hidrantes, alarmes e outros equipamentos
que necessitam de um acionamento manual ou automático para
seu funcionamento. Conforme a ABNT NBR 14432:2000, proteção
passiva “é o conjunto de medidas incorporado ao sistema cons-
trutivo do edifício, sendo funcional durante o uso normal da edifi-
cação e que reage passivamente ao desenvolvimento do incêndio,
não estabelecendo condições propícias ao seu crescimento e pro-
pagação, garantindo a resistência ao fogo, facilitando a fuga dos
usuários e a aproximação e o ingresso no edifício para o desenvol-
vimento das ações de combate”.
“A proteção passiva reage ao calor do fogo sem nenhuma
intervenção externa para começar a atuar. Ela permite ganhar tem-
po, reduzindo os danos de um incêndio ao restringir a sua propa-
gação e permitir que ele seja extinto o mais rápido possível. Além
do isolamento térmico, a PPCI oferece estanqueidade, impedindo a
passagem das chamas e da fumaça. Os gases tóxicos e aquecidos
que são liberados na combustão são a principal causa de morte e
de problemas respiratórios nesses eventos. A fumaça ainda causa
pânico e dificulta a visibilidade, conforme figura apresentada abai-
xo, atrapalhando a evacuação dos ocupantes e a ação das briga-
30
das de incêndio.”
Leia mais em: https://www.osetoreletrico.com.br/protecao-
-passiva-contra-incendio-nos-projetos-de-instalacoes-eletricas/.

Figura 9 – Visibilidade em Caso De Incêndio (sem e com proteção ativa).

Fonte: Cartilha do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, 2011.

ISOLAMENTO DE RISCO DE EDIFICAÇÕES

Quanto à Construção

TEORIA À ENGENHARIA DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS E PÂNICO - GRUPO PROMINAS


Quanto à construção, as edificações podem ser classificadas em:
- Combustíveis: edificações construídas total ou parcialmente
em madeira.
- Resistentes ao fogo: construídas com materiais que opõem
resistência ao fogo, tais como ferro, entre outros.
- Incombustíveis: construídas totalmente em concreto.

Quanto ao Risco de Incêndio

Quanto ao risco, podem ser assim classificadas:


- Risco Leve (RL): ocupações de potencial calorífico sutil.
- Risco Moderado (RM): ocupações de potencial calorífico li-
mitado.
- Risco Elevado (RE): ocupações de potencial calorífico intenso.

Quanto às Áreas de Riscos

São classificadas em:


31
- Área de risco isolada: separada de qualquer outra área de ris-
co por espaços desocupados, com distância igual ou superior às abaixo
apresentadas:

Figura 10 - Confrontação de Riscos

Fonte: Fernandes, 2010.

Figura 11 - Distância de Isolamento


TEORIA À ENGENHARIA DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS E PÂNICO - GRUPO PROMINAS

Fonte: Fernandes, 2010.

Figura 12 - Distância de Isolamento

Fonte: Paraná, 2012.

Observa-se, portanto, que a separação entre edificações tem


como objetivo isolar os riscos de propagação de incêndio, seja por radia-
32
ção, como por convecção de gases quentes ou transmissão de chama.
- Área de risco compartimentada: possui compartimentação
horizontal e/ou vertical através de elementos estruturais (paredes corta-
-fogo, por exemplo) e que ofereçam resistência à propagação do fogo.

Figura 13 - Contenção de Incêndio

Fonte: Fernandes, 2010.

Figura 14 - Contenção de Incêndio

TEORIA À ENGENHARIA DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS E PÂNICO - GRUPO PROMINAS


Fonte: Paraná, 2012.

PROJETO DE PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO – PPCI

O Projeto de Prevenção e Combate a Incêndio (PPCI) é elabo-


rado por arquitetos e engenheiros, devidamente habilitados, fiscaliza-
do e aprovado pelo Corpo de Bombeiros. “É obrigatório para todas as
edificações existentes, mesmo aquelas que se encontram em situação
de construção ou reforma (naquelas que possuírem ampliação de área
superior a 10% da sua área total) ”. (Gomes, 2014, p. 29).
O projeto tem como objetivos a proteção da vida humana e
a proteção do patrimônio, além de possuir, como premissa básica, a
intenção de impedir o fogo e, em casos de ocorrência de incêndio, ter
a previsão de meios apropriados para evacuar o fogo ao seu local de
origem, permitir a desocupação da edificação com segurança e facilitar
o acesso e combate ao fogo.
33
No caso do Rio Grande do Sul, após a elaboração do PPCI,
este deverá ser entregue ao Corpo de Bombeiros Militar para análise e
aprovação, que consiste em memoriais, laudos com ARTs (Anotação de
Responsabilidade Técnica) e plantas com os detalhamentos necessários.
A doutrina nos mostra que as medidas de proteção da edificação ao fogo
são classificadas em passivas e ativas. As medidas de ordem passivas
são aquelas tomadas durante a fase de elaboração do projeto arquitetô-
nico e seus complementares, “com o objetivo de evitar ao máximo a ocor-
rência de um foco de fogo, e, caso aconteça, reduzir as condições pro-
pícias para o seu crescimento e alastramento para o resto da edificação
e para as edificações vizinhas” (Gomes, 2014, p. 29). Gomes (2014, p.
29) exemplifica, ainda, algumas medidas que precisam ser consideradas:
- Afastamento entre edificações.
- Segurança estrutural das edificações.
- Compartimentações horizontais e verticais.
- Controle de fumaça de incêndio.
- Controle dos materiais de revestimento e acabamento.
- Controle das possíveis fontes de incêndio.
- Saídas de emergência.
- Sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA).
- Brigada de incêndio.
TEORIA À ENGENHARIA DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS E PÂNICO - GRUPO PROMINAS

- Acesso das viaturas do corpo de bombeiros junto à edificação.


Por outro lado, as medidas ativas são aquelas tomadas no mo-
mento em que está havendo o incêndio. São sistemas e equipamentos
que devem ser acionados e operados para combater o foco do fogo com
o objetivo de extingui-lo. Gomes (2014, p. 30), novamente, exemplifica
estas medidas.
- Sistema de detecção e alarme de incêndio.
- Sistema de sinalização de emergência.
- Sistema de iluminação de emergência.
- Sistema de extintores de incêndio.
- Sistema de hidrantes ou mangotinhos;
- Sistema de chuveiros automáticos (“sprinklers”).
- Sistema de espuma mecânica em alguns tipos de risco.
- Sistema de gases limpos ou CO² também em alguns tipos de risco.
Assim, seguindo essas medidas, é possível evitar incêndios e pre-
juízos de grandes proporções, uma vez que a consequência se dá através
da destruição total ou parcial da estrutura, lucros cessantes, gastos com
indenizações, entre tantos outros fatores graves. Tem-se, portanto, que um
projeto de segurança contra incêndio, a instalação de equipamentos pre-
ventivos e a obtenção da certificação de vistoria do Corpo de Bombeiros,
além de garantirem a segurança e a incolumidade humana, também ini-
34
bem desastres. Nesse sentido, com a finalidade de mostrar a importância
da PPCI, Seito (2008, p. 359) apresenta os dados do “Anuário Estatístico
de Ocorrências”, da cidade de São Paulo, no ano de 2006. Vejamos:

Figura 15 - Dados do “Anuário Estatístico de Ocorrências”, cidade de São


Paulo - 2006

Fonte: Seito et al., 2008, p.359.

SAÍDAS DE EMERGÊNCIA

TEORIA À ENGENHARIA DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS E PÂNICO - GRUPO PROMINAS


As saídas de emergência são uma das medidas de segurança
que podem garantir a proteção da integridade física das pessoas que
ocupam determinada edificação e devem atender aos requisitos esta-
belecidos pelas Normas Brasileiras em vigor. Nesse sentido, Fernandes
(2010, p. 36) define que saída de emergência é:

[...] o caminho contínuo, devidamente protegido, proporcionado por portas, cor-


redores, halls, passagens externas, balcões, vestíbulos, escadas, rampas, ou
outros dispositivos de saída ou combinações destes, a ser percorrido pelo usuá-
rio, em caso de incêndio, de qualquer ponto da edificação até atingir a via pública
ou espaço aberto, protegido do incêndio, em comunicação com o logradouro.

Entende-se, ainda, que não somente a saída de emergência é


importante como também a iluminação no entorno do ambiente, para a
orientação de direção e de sentido das pessoas, oferecendo maior se-
gurança no deslocamento. De acordo com a NBR 10898, que fala sobre
o Sistema de Iluminação de Emergência: “a iluminação de emergência
deve clarear áreas escuras de passagens, horizontais e verticais, in-
cluindo áreas de trabalho e áreas técnicas de controle de restabeleci-
mento de serviços essenciais e normais, na falta de iluminação normal”

35
Aspectos Importantes

Entre as mais diversas normas regulamentadoras, Fernandes


(2010, p. 36) cita alguns pontos que necessitam ser alocados nos Pro-
jetos de Prevenção e Combate a Incêndio. Vejamos alguns exemplos:

Todos os pavimentos da edificação deverão obrigatoriamente ter acesso às


saídas de emergência e/ou meios de abandono;
Nas escadas comuns e rampas os revestimentos de pisos dos degraus e
patamares, bem como as paredes, deverá ser em material incombustível ou
com índice de propagação superficial de chama classe “A”, conforme o en-
saio preconizado em norma brasileira específica (NBR 9442);
As portas das rotas de saída e aquelas das salas com capacidade superior
a 50 pessoas e em comunicação com acessos e descargas, devem abrir no
sentido de fuga;
Nas salas com capacidade de público superior a 200 pessoas, as portas de
comunicação com os acessos, escadas e descarga devem ser dotadas de
ferragem tipo antipânico;

Figura 16 - Projetos de Prevenção e Combate a Incêndio - Exemplo


TEORIA À ENGENHARIA DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS E PÂNICO - GRUPO PROMINAS

Fonte: Fernandes, 2010



Figura 17 - Projetos de Prevenção e Combate a Incêndio - Exemplo

Fonte: Fernandes, 2010


36
Ainda, a largura mínima a ser adotada nas saídas de emergên-
cia é de 1,10m, correspondendo a duas unidades de passagem, bem
como as portas devem ter as dimensões mínimas de luz nos seguintes
moldes: 0,80 m, valendo por uma unidade de passagem; 1,0 m, valendo
por duas unidades de passagem; 1,5 m, em duas folhas, valendo por
três unidades de passagem; 2,0 m, em duas folhas, valendo por quatro
unidades de passagem. Além disso, outro aspecto importante consiste
na boa sinalização do local com placas de identificação e direcionamen-
to de saídas e escadas, conforme a figura abaixo:

Figura 18 - Sinalização de Segurança Contra Incêndio e Pânico

Fonte: Fernandes, 2010.

É preciso salientar que a padronização dos símbolos reduz a


confusão e proporciona ao indivíduo comunicação mais rápida e segu-
ra, tendo em vista que transmitem instruções sem o uso da palavra e

TEORIA À ENGENHARIA DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS E PÂNICO - GRUPO PROMINAS


visível em uma situação de emergência.

Seito (2008, p. 155) explica:


O National Institute of Standards and Technology (NIST)
dos EUA, após vários anos de estudos sobre o colapso das Torres
Gêmeas, editou trinta recomendações que afetam as exigências
das regulamentações edilícias atuais (NIST, 2007), assim como os
métodos de cálculos e de ensaios para avaliação de desempenho
de materiais e estruturas que compõem os edifícios altos. Dentre
essas recomendações, podem ser destacadas as seguintes:
1. Considerar, como princípio básico, o abandono total e
simultâneo de toda a população dos edifícios altos, por meio de
escadas e elevadores:
a) maximizando o uso dos componentes das rotas de fuga
sem impactar negativamente na distância a percorrer;
b) garantindo a integridade física e funcionalidade das ro-
tas de fuga para grandes
37
emergências;
c) provendo leiautes, sinalizações e orientações que facili-
tem a saída intuitiva da população.
2. Instalar elevadores devidamente protegidos para o uso
pelas equipes de emergência e por portadores de deficiência física.
3. Desenvolver e aprimorar exigências para cálculo estru-
tural, de forma a evitar a ocorrência do colapso estrutural total de
edifícios altos.
4. Avaliar e aprimorar a base técnica para classificação
dos materiais de construção e de sua resistência ao fogo especifi-
camente para o uso em edifícios altos.
5. Reforçar as medidas de proteção contra incêndio, com
a introdução de redundâncias dos sistemas de proteção ativa, para
acomodar os riscos associados à altura do edifício, à alta densidade
populacional, ao uso de grandes áreas de piso sem compartimenta-
ção e aos limites de atuação do corpo de bombeiros, dentre outros.
6. Exigir a realização de obras de “retrofit” em edifícios
altos existentes, incluindo a instalação de sistema de chuveiros
automáticos (sprinklers) e de escada adicional para abandono.
7. Aprimorar o sistema de comunicações de emergência
entre as equipes de emergência e ter condições de transmitir infor-
TEORIA À ENGENHARIA DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS E PÂNICO - GRUPO PROMINAS

mações atualizadas e confiáveis aos envolvidos.


8. Desenvolvimento e implementação de programas de
educação continuada para:
a) arquitetos e engenheiros de segurança contra incêndio,
sobre os princípios de projeto estrutural;
b) arquitetos, engenheiros estruturais e técnicos do gover-
no, sobre os modernos princípios e tecnologias de proteção contra
incêndio;
c) pessoal de fiscalização e bombeiros, sobre condução
de inspeções, revisões e aprovações de projeto e de obra.
9. Desenvolver e manter campanhas educacionais e treina-
mentos para elevar o nível de preparo dos ocupantes das edifica-
ções para casos de emergência.

Seito (2008, p. 109) explica que há uma composição de cores


nas quais a transmissão de informações para o cérebro é mais rápida.
“Branco e verde ou azul para a sinalização de rotas de evacuação [...]
De qualquer forma deve ser atendida a especificação da norma NBR
13434 - Sinalização de segurança contra incêndio e pânico – formas,
dimensões e cores – padronização”.

38
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 01
Ano: 2019 Banca: UFPR Órgão: ITAIPU BINACIONAL Prova: Enge-
nheiro Florestal Nível: Superior
Assinale a alternativa em que a instrução para instalação e/ou ma-
nuseio de extintores de incêndio está redigida de modo claro, ob-
jetivo e adequado à língua escrita padrão.
a) O extintor não pode ficar de qualquer jeito, porque todo mundo tem
que ver ele.
b) Se for usar o extintor, fique com ele na posição de pé pra que funcione.
c) O extintor deve ser instalado em local visível e mantido em posição
vertical.
d) O extintor que nele está escrito “pó químico” apaga o fogo por reação
química
e) Quando instalar o extintor em área interna, use os suportes fornecido
pelo fabricante.

QUESTÃO 02
Ano: 2019 Banca: UFPR Órgão: ITAIPU BINACIONAL Prova: Enge-
nheiro Florestal Nível: Superior

TEORIA À ENGENHARIA DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS E PÂNICO - GRUPO PROMINAS


Sabendo que é necessária a abertura de um aceiro de 400 metros
de extensão, para combater um incêndio florestal que se propaga
a 0,8 m/s-1, que suas brigadas levam 1 minuto para abrir 18 metros
de aceiro e que você deve considerar uma margem de segurança
na distância de 10%, assinale a alternativa que mais se aproxima
da distância (em metros) em que deve ser posicionada a brigada
em relação à frente do fogo para realizar o combate.
a) 300.
b) 600.
c) 900.
d) 1200.

QUESTÃO 03
Ano: 2019 Banca: UFPR Órgão: ITAIPU BINACIONAL Prova: Enge-
nheiro Florestal Nível: Superior
Em relação às formas geométricas que devem ser usadas em uma
sinalização (ABNT NBR 13434-2:2004), considere as seguintes for-
mas e sua utilização: 1 - A forma circular deve ser utilizada para
se implantar símbolos de proibição e de ação de comando. 2 - As
formas quadrada e retangular devem ser utilizadas para se implan-
tar símbolos de alerta. 3 - A forma triangular deve ser utilizada para
39
símbolos de orientação, socorro, emergência e identificação de
equipamentos utilizados no combate a incêndio e alarme. Assinale
a alternativa correta.
a) Somente o item 1 é verdadeiro.
b) Somente o item 3 é verdadeiro.
c) Somente os itens 1 e 2 são verdadeiros.
d) Somente os itens 2 e 3 são verdadeiros.
e) Os itens 1, 2 e 3 são verdadeiros.

QUESTÃO 04
Ano: 2019 Banca: UFPR Órgão: ITAIPU BINACIONAL Prova: Enge-
nheiro Florestal Nível: Superior
Existe uma grande variação de causas de incêndios florestais. Para
compatibilizar informações de diversas regiões e poder comparar as
estatísticas dos incêndios de locais distintos, costuma-se agrupar as
diversas causas de incêndios em oito categorias ou grupos, conforme
a recomendação da FAO. São todos grupos de causas de incêndio:
a) raios, incendiários, queimas para limpeza, fumantes e operações flo-
restais.
b) queimas para limpeza, fumantes, operações florestais, fogos de re-
creação e cristais de rocha.
TEORIA À ENGENHARIA DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS E PÂNICO - GRUPO PROMINAS

c) raios, incendiários, estradas de ferro, marmitas e pedaços de vidro.


d) queimas para limpeza, operações florestais, estradas de ferro, cris-
tais de rocha e marmitas.
e) raios, fumantes, fogos de recreação, estradas de ferro e pedaços de
vidro

QUESTÃO 05
Ano: 2019 Banca: UFPR Órgão: ITAIPU BINACIONAL Prova: Enge-
nheiro Florestal Nível: Superior
Para os efeitos da ABNT NBR 13434-1:2004, considere as seguintes
definições: 1 - Escada contínua: não se interrompe no pavimento de
descarga, isto é, não realiza a separação física entre os pavimentos
superiores e os inferiores ao pavimento de descarga. 2 - Pavimento
de descarga: visa indicar as rotas de saída e as ações necessárias
para o seu acesso e uso adequado. 3 - Sinalização de alerta: visa
indicar as rotas de saída e as ações necessárias para o seu acesso.
4 - Sinalização básica: conjunto de sinalização que uma edificação
deve apresentar, constituído por quatro categorias, de acordo com
a sua função: proibição, alerta, orientação e salvamento e equipa-
mentos. 5 - Sinalização de proibição: visa coibir ações que levem ao
início do incêndio. Estão corretas as definições:
40
a) 1, 2, 3, 4 e 5.
b) 1, 4 e 5 apenas.
c) 4 e 5 apenas.
d) 2 e 3 apenas.
e) 1 e 2 apenas

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
Fernandes (2010) cita alguns pontos que necessitam ser alocados nos Pro-
jetos de Prevenção e Combate a Incêndio. Descreva sobre esses pontos.

TREINO INÉDITO
Assinale a opção correta sobre os sistemas englobados na preven-
ção e no combate a incêndio e pânico:
a. Sistema construtivo, distribuição e geometria dos espaços e das
áreas de circulação, sistema de incêndio são medidas classificadas
como proteção passiva.
b. Sistema de combate a incêndio é uma medida de proteção passiva.
c. Sistema de alarme e sistema construtivo são medidas de proteção ativa.
d. Sistema construtivo, distribuição e geometria dos espaços e das
áreas de circulação são medidas classificadas como proteção passiva.
e. Medidas que são ativadas somente em situação de emergência, na

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qual se incluem os sistemas de detecção, alarme e combate ao fogo
são consideradas medidas de proteção passiva.

NA MÍDIA
A IMPORTÂNCIA DO PROJETO ARQUITETÔNICO PARA A PRE-
VENÇÃO CONTRA INCÊNDIOS
O fogo sempre foi um elemento essencial ao desenvolvimento huma-
no. Pode-se afirmar que a civilização deu seus primeiros passos em
direção a conquistas tecnológicas a partir do momento que dominou os
princípios da combustão dos materiais. Controlado, o fogo torna-se uma
ferramenta poderosa e passa a ser utilizado em diversas atividades da
vida humana. Sem controle, porém, o fogo transforma-se em incêndio e
pode consumir, em pouco tempo, vidas valiosas e patrimônios nos quais
foram investidos vários anos de esforço e recursos econômicos.
A implantação de sistemas que garantam a segurança contra incêndios
representa um adicional ao custo total de qualquer edifício. Porém, a
segurança das pessoas jamais pode ser negligenciada, mesmo que isto
represente um empecilho relativo à criatividade dos projetistas e, prin-
cipalmente, dos arquitetos. A elaboração de um adequado projeto de
prevenção contra incêndios, que atenda às normas de segurança e seja
relativamente econômico é, por isso, de suma importância e deve ser
41
executado por pessoal habilitado, podendo representar o sucesso ou o
fracasso de um empreendimento. No caso da construção civil, a aná-
lise integral e consciente da segurança contra incêndios deve formar
parte do processo de elaboração do projeto arquitetônico para que seja
efetivo e econômico. A segurança contra incêndios tem como objetivos
fundamentais: a proteção da vida humana, com a garantia de condições
seguras de escape das pessoas, de preservação do patrimônio e da
manutenção da estabilidade estrutural do edifício.
Fonte: ArchDaily
Data: 13/07/2017
Leia o texto na íntegra em: https://www.archdaily.com.br/br/875706/a-
-importancia-do-projeto-arquitetonico-para-a-prevencao-contra-incen-
dios-joao-carlos-souza.

NA PRÁTICA
MEDIDAS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO EM EDIFICAÇÕES
É necessário que as edificações adotem as medidas de segurança con-
tra incêndio para a proteção de vidas e de patrimônios. O fogo traz
consequências irreversíveis e os prejuízos podem nunca mais ter repa-
ração. Por isso, a SKOP explica um pouco sobre as medidas de segu-
rança em edificações.
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Incêndio se apaga no projeto!


Para se determinar as medidas de proteção contra incêndios, uma edi-
ficação deve ser classificada nos seguintes itens:
– Ocupação
– Altura
– Área
– Carga de incêndio, de fogo ou térmica
As medidas de proteção contra incêndio podem ser passivas ou ativas.
Entenda.
Medidas Passivas
As medidas de proteção passivas devem ser tomadas durante a elabo-
ração do projeto arquitetônico e de seus complementares, com o obje-
tivo de evitar ao máximo a ocorrência de um foco de fogo, e, se acaso
aconteça, reduzir as condições propícias para o seu crescimento e alas-
tramento para o resto da edificação e para as edificações vizinhas.
As principais medidas de proteção passivas são:
- Afastamento entre edificações
- Segurança estrutural das edificações
- Compartimentações horizontais e verticais
- Controle da fumaça de incêndio
- Controle dos materiais de revestimento e acabamento
42
- Controle das possíveis fontes de incêndio
- Saídas de emergência bem sinalizadas
- Sistema de proteção contra descargas atmosféricas
- Brigada de incêndio
- Acesso das viaturas do corpo de bombeiros junto à edificação
Medidas Ativas
- Sistema de detecção e alarme de incêndio
- Sistema de sinalização de emergência
- Sistema de iluminação de emergência
- Sistema de extintores de incêndio
- Sistema de hidrantes ou mangotinhos
- Sistema de chuveiros automáticos os sprinklers
- Sistema de espuma mecânica, em alguns tipos de risco
- Sistema de gases limpos ou CO2, também em alguns tipos de risco
Leia mais em: http://www.skop.com.br/2018/03/13/medidas-de-segu-
ranca-contra-incendio-em-edificacoes/.

PARA SABER MAIS


Livro: Seito, et al (2008). A segurança contra incêndio no Brasil. Projeto
Editora, São Paulo / SP.
Fonte: http://www.ccb.policiamilitar.sp.gov.br/portalcb/_publicacoes/

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books/aseguranca_contra_incendio_no_brasil.pdf.

43
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS NA
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SEGURANÇA CONTRA INCÊN-


DIO

INTRODUÇÃO

A eletricidade, importante na vida moderna, possibilita o desen-


volvimento das nações, uma vez que é através dela que há o progresso
em diversas frentes: da indústria à informática, perpassando pelos lares
residenciais, permitindo qualidade de vida e prosperidade.
No entanto, apesar de o Brasil “ter desenvolvido normalização
para uso seguro da eletricidade desde o primeiro momento, não temos
conseguido evitar que grandes incêndios originados nas instalações elé-
tricas tenham ocorrido no País” (Junkes, Cordeiro, Pedroso, Oliveira e
Beline, p. 1). Para tanto, torna-se necessária a política de prevenção de
incêndios e, principalmente, o projeto de instalações elétricas, visto que
contará com a previsão para proteção passiva (contenção da propagação
4444
vertical e horizontal), ativa (equipamentos de combate), sistema de alar-
me e saídas de emergências com iluminação de segurança adequada.

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Com o intuito de proporcionar segurança à sociedade, em suas di-


versas construções, é necessário que as instalações elétricas de qualquer
edificação sejam tratadas com seriedade. Seito (2008, p. 181) aduz que
“em muitos casos, os sistemas elétricos são tratados como meros ‘coadju-
vantes’ ou ainda ‘instalações complementares’ de uma edificação, quando,
na verdade, são os sistemas em geral [...] que darão vida e permitirão a
utilização da edificação [...]”. É preciso, portanto, criar a consciência de que
as instalações elétricas, além de causa de um incêndio, são um meio para
a sua propagação. Desse modo, um bom projeto elétrico tem como finali-
dade a de evitar incêndios e prejuízos. “Dimensionar disjuntores para inter-
romper um curto-circuito ou condutores para evitar um sobreaquecimento
tem em comum este objetivo” (Musardo e Santos, 2015).

Instalações Elétricas de Baixa Tensão

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A primeira norma brasileira de instalações elétricas de baixa
tensão foi publicada em 1941 e passou por várias revisões, até chegar
à publicação em vigor, no ano de 2004. Seito (2008, p.183) explica que:

A norma brasileira ABNT NBR 5410:2004 estabelece as condições mínimas


a que devem satisfazer as instalações elétricas de baixa tensão, a fim de
que sejam garantidas a segurança das pessoas e a preservação do patrimô-
nio. No caso das pessoas, deseja-se evitar as consequências danosas de
choques elétricos e queimaduras, enquanto que, em relação ao patrimônio,
pretende-se evitar incêndios e seus resultados devastadores.

Esta norma deverá ser aplicada em instalações novas e em re-


formas, bem como em instalações elétricas de edificações residenciais,
comerciais, públicas, industriais, de serviços, agropecuárias, pré-fabri-
cadas, trailers, feiras, exposições, entre outras instalações, exceto tra-
ção elétrica, embarcações, veículos automotores, iluminação pública,
redes públicas de energia elétrica e cercas eletrificadas.

Causas de Incêndios de Origem Elétrica

Os incêndios de origem elétrica têm início com o superaquecimen-


45
to dos condutores, inflamando o revestimento plástico que os protegem ou
as matérias a sua volta, gerando um curto-circuito (Rangel Júnior, 2011).

Figura 19 - Equipamentos

Fonte: Ferigolo, 1977.


Curto-Circuito

É o fenômeno em que há uma dissipação instantânea de ener-


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gia que resulta em faíscas, em conjunto com o fogo, ocasionado pelo


aumento repentino da tensão no circuito elétrico. Curto-circuito é assim
chamado porque apresenta o caminho mais curto que a corrente pode
realizar em um circuito.

Figura 20 – Curto-circuito

Fonte: Ferigolo, 1977.

Junkes, Cordeiro, Pedroso, Oliveira e Beline (2018) explicam


a figura acima:

Observa-se que o circuito composto por dois resistores (R1 e R2) está ligado
em paralelo, portanto a d.d.p (tensão) em cada resistor é igual à tensão da
fonte (V), se a resistência no resistor R1 for bem próxima à do condutor do

46
circuito, a corrente que passa por ela será bastante elevada, enquanto que
no resistor R2, a corrente será praticamente nula.

O site da “CPE Soluções de Engenharia” traz, em uma de suas


reportagens, os “5 grandes incêndios causados por um curto-circuito”
e assinala que entre os principais provocadores estão o erro no dimen-
sionamento dos fios, falta de manutenção da Rede Elétrica, sobrecarga
de tomadas e uso de aparelhos elétricos próximos a água.
Entre os locais, por ondem de gravidade, estão: Incêndio
no Edifício Wilton Paes de Almeida em São Paulo (2018); Incêndio
Edifício Grande Avenida em São Paulo (1981); Incêndio Edifício Jo-
elma em São Paulo (1974); Incêndio em Shopping em Kemerovo na
Rússia (2018) e o Incêndio em Vagão de Trem na Índia (2012).

VERIFICAÇÃO FINAL

Com a finalidade de julgar a documentação técnica apresenta-

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da, a “verificação final” divide-se em Inspeção Visual e Ensaios.

Inspeção Visual

Tem por objetivo verificar se a instalação elétrica está em con-


formidade com as respectivas normas, se estão de acordo com o que
a ABNT NBR 5410 preconiza e se não possuem danos visíveis. Sobre
este assunto, Seito (2008, p. 191) aduz que:

No caso de produtos não sujeitos à certificação compulsória, a verificação da


conformidade de cada componente às correspondentes normas técnicas é
feita por meio da “declaração do fornecedor”, ou seja, pela própria indicação
da norma no produto ou na embalagem.
Para os casos de produtos sujeitos à certificação compulsória, deve-se veri-
ficar se possuem a Marca de Conformidade (emitida por um organismo acre-
ditado pelo Inmetro.

47
Figura 21 – Etiqueta de segurança - Etiqueta de certificação compulsória para
reatores eletrônicos.

Fonte: INMETRO (2018)

E complementa: “As instalações elétricas devem ser inspecio-


nadas e ensaiadas antes de sua entrada em funcionamento, bem como
após cada reforma, com vista a assegurar que elas foram executadas
de acordo com esta Norma”. Além do mais, a ABNT NBR 5410 conside-
ra como obrigatórias os seguintes princípios fundamentais:
I – Proteção contra choques elétricos: compreende dois tipos
de proteção, a básica (isolação básica, uso de barreira e limitação da
tensão) e a supletiva (isolação suplementar, separação elétrica e sec-
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cionamento automático da alimentação) e compreendem os conceitos


de proteção contra contatos diretos e proteção contra contatos indire-
tos, respectivamente.
II – Proteção contra sobrecorrentes: os condutores vivos de-
vem ser protegidos por um ou mais dispositivos de seccionamento au-
tomático contra sobrecargas e contra curtos-circuitos.
III – Proteção contra efeitos térmicos: as pessoas e os materiais
componentes da instalação elétrica devem ser protegidos contra os efeitos
térmicos e dos sinistros que porventura possam surgir, a exemplo do risco
de queimaduras, combustão ou degradação dos materiais e comprometi-
mento da segurança de funcionamento dos componentes instalados.
IV – Proteção contra sobretensões temporárias e transitórias:
sendo a primeira ocorrida em casos que os circuitos fase-neutro são sub-
metidos a sobretensões que podem atingir o valor da tensão entre fases; e
a segunda que pode acontecer em linhas de energia e em linhas de sinal.
V – Seccionamento: destina-se a evitar ou eliminar perigos
com as instalações elétricas ou com equipamentos e máquinas por elas
alimentados. A norma NBR 5410 explica que “Todos os condutores vi-
vos, em todos os circuitos, devem poder ser seccionados [...] Um con-
junto de circuitos pode compartilhar um dispositivo de seccionamento
comum, que pode ser ou não adicional aos meios de seccionamento de
48
que cada circuito for individualmente provido”.
VI – Independência dos componentes: normatiza-se que de-
vem estar dispostos de modo a impedir qualquer influência prejudicial
entre as instalações elétricas e as instalações não elétricas, bem como
entre as instalações elétricas de energia e de sinal de edificação.
VII – Serviços de segurança: abrange prescrições relativas às
fontes de segurança e aos circuitos e componentes elétricos dos servi-
ços de segurança. Nessa linha, as fontes de segurança são as baterias
de acumuladores, geradores independentes da fonte normal e alimen-
tação derivada da rede pública. Salienta-se que devem ser instaladas
da mesma forma que um equipamento fixo e de modo a não serem
afetadas por falha da fonte normal.
VIII – Desligamento de emergência: é preciso que se tenha dispo-
sitivos de desligamento de emergência facilmente identificáveis para que,
em situações de perigo, se faça necessário “desenergizar” um circuito.

Figura 22 - Equipamento elétrico energizado.

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Fonte: Ferigolo, 1977

IX - Acessibilidade dos componentes: os componentes precisam


estar dispostos em um espaço visível para operação, verificação, manu-
tenção e reparos e devem “possuir características compatíveis com as
condições elétricas, operacionais e ambientais a que forem submetidos”.
X – Prevenção de efeitos danosos ou indesejados: nesta se-
ção, é preciso que se tenha em mente os efeitos danosos ou indese-
jados que um componente possa apresentar. Entre as características,
cita-se: o fator da potência, correntes iniciais ou de energização, dese-
quilíbrio de fases e as harmônicas.
XI – Instalação dos Componentes: toda instalação elétrica neces-
sita de cuidadosa execução para que se assegure, entre outros objetivos, a
correta preservação das condições de resfriamento, que os componentes
fiquem dispostos ou abrigados de modo a eliminar o risco de ignição de
materiais inflamáveis, que fiquem adequadamente identificados.

49
Figura 23 - Vistoria da edificação

Fonte: Ferigolo, 1977

Ensaios

Após a verificação, iniciam-se os ensaios mínimos, simulando-


-se situações que poderiam resultar em maior perigo.

Manutenção Corretiva
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Toda e qualquer instalação que estiver incorreta e for conside-


rada insegura deverá ser retirada e somente aposta após correção dos
problemas detectados. Segundo a NBR 5410, “Toda falha ou anormalida-
de constatada no funcionamento da instalação ou em qualquer de seus
componentes, sobretudo os casos de atuação dos dispositivos de prote-
ção sem causa conhecida, deve ser comunicada a uma pessoa advertida
(BA4) ou qualificada (BA5), providenciando-se a correção do problema”.

LEGISLAÇÃO

Sobre esta temática, temos:


- NBR 10897 - Proteção contra incêndio por chuveiro automático;
- NBR 14039 - Instalações Elétricas de Alta Tensão;
- NBR 5410 – Instalações elétricas de baixa tensão;
- NBR 5418 – Instalações elétricas em atmosferas explosivas;
- NBR 5419 - Proteção Contra Descargas Elétricas Atmosféricas;
- NBR 5419 - Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosfé-
ricas (Para-raios);
- NBR 13534 – Instalações elétricas em estabelecimentos as-
sistenciais de saúde;
- NBR 13570 – Instalações elétricas em locais de afluência de
50
público;
- NBR 14639 – Posto de serviço – instalações elétricas.
Assim, é preciso salientar que as normas técnicas são de fun-
damental importância para que negligências não ocorram ou haja casos
de não atendimento aos procedimentos recomendados de segurança
em eletricidade.

O PROJETO

Preliminarmente, em um projeto de instalação elétrica, é preci-


so que se leve em consideração a classificação das influências externas
dos locais existentes na edificação, conforme especificado na norma
ABNT NBR 5410, uma vez que permitirá a identificação dos ambientes
que deverão receber maior atenção durante a elaboração do projeto.
Nesse caso, salienta-se que as influências externas não po-
dem ser entendidas como aquelas que envolvem o meio ambiente ex-
terior; mas, sim, como aquelas em que há instalações e equipamentos.
Seito (2008, p. 183) expõe, com clareza, a classificação da aplicação
para o projeto de segurança contra incêndio, como “Natureza dos mate-
riais processados ou armazenados (BE)” e subdivide:

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- BE1: riscos desprezíveis - são os locais considerados nor-
mais, sem nenhum risco aparente.
- BE2: riscos de incêndio - locais que contêm substâncias com-
bustíveis, como fibras e líquidos com alto ponto de fulgor.
- BE3: riscos de explosão - locais com presença de substân-
cias inflamáveis, como líquidos com baixo ponto de fulgor, gases e va-
pores, pós-combustíveis sujeitos a explosão e substâncias explosivas.
- BE4: riscos de contaminação - locais com presença de ali-
mentos, produtos farmacêuticos e análogos, sem proteção.
Apresenta, ainda, outras classificações nas seguintes siglas:
- AA: Temperatura ambiente.
- AD: Presença de água.
- AM: Influências eletromagnéticas, eletrostáticas ou ionizantes.
- AQ: Descargas atmosféricas.
- BD: Condições de fuga das pessoas em emergência.
- CA: Materiais de construção.
- CB: Estrutura das edificações.

51
Figura 24 - Classes de incêndio

Fonte: INMETRO, 2018.

Além disso, esta norma especifica o modo como uma instala-


ção elétrica precisa ser executada e norteia o leitor sobre o que deverá
conter no projeto, a exemplo de plantas, esquemas, memorial descritivo
e especificação dos componentes. “Também se deve incluir como parte
do projeto elétrico específico, o memorial de cálculos e o orçamento de
gastos” (Da Luz e Zacheo, 2011, p. 41), com descrições de proteção e
segurança, detalhes normativos de entrada e padrões construtivos.

Figura 25 – Imagem
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Fonte: Cartilha do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, 2011.

52
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 01
Ano: 2019 Banca: UFPR Órgão: ITAIPU BINACIONAL Prova: Enge-
nheiro Florestal Nível: Superior
O incêndio que envolve equipamentos e instalações elétricas ener-
gizados é de classe:
a) A.
b) B.
c) C.
d) D.
e) E.

QUESTÃO 02
Ano: 2019 Banca: AOCP Órgão: PC Prova: Engenharia Agronômi-
ca, Engenharia Florestal ou Engenharia Ambiental Nível: Superior
Assinale a alternativa que apresenta uma das infrações classifi-
cadas como grave relacionadas ao Código de Segurança Contra
Incêndio e Pânico (COSCIP) no âmbito estadual.
a) Instalar medidas de segurança contra incêndio e pânico de maneira
inadequada ou em desacordo com a legislação vigente.

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b) Descumprir auto de interdição.
c) Utilizar indevidamente aparelhagem ou equipamentos de segurança
contra incêndio e pânico.
d) Não possuir nenhuma das medidas de segurança contra incêndio e
pânico a que estiver obrigado.
e) Emitir Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) e laudos ates-
tando a instalação ou a manutenção de sistemas preventivos sem exe-
cutar o serviço ou tendo o executado em desconformidade com as nor-
mas vigentes.

QUESTÃO 03
Ano: 2019 Banca: AOCP Órgão: PC Prova: Engenharia Agronômi-
ca, Engenharia Florestal ou Engenharia Ambiental Nível: Superior
Em relação aos sistemas de detecção e alarmes de incêndio no
estado do Espírito Santo, é correto armar que:
a) o sinal de desocupação de edificação por emergência de incêndio
consiste na repetição de dois pulsos temporizados e uma pausa em
ciclos de quatro segundos.
b) em locais de grande concentração de pessoas, o alarme geral não
pode ser substituído por um sinal sonoro (pré-alarme) apenas na sala
de segurança, junto à central, para evitar tumulto.
53
c) os acionadores manuais deverão ser colocados distantes das entradas
no pavimento térreo e próximos às escadas nos diversos pavimentos.
d) os acionadores manuais instalados na edificação devem obrigato-
riamente conter a indicação de funcionamento (cor vermelha) e alarme
(cor verde) indicando o funcionamento e a supervisão do sistema, quan-
do a central do sistema for do tipo convencional.
e) em locais de ocupação de indústria e depósito, com alto risco de
propagação de incêndio, podem ser acrescentados sistemas comple-
mentares de confirmação de indicação de alarme, tais como: interfone,
rede rádio etc., devidamente sinalizados.

QUESTÃO 04
Ano: 2019 Banca: AOCP Órgão: PC Prova: Engenharia Agronômi-
ca, Engenharia Florestal ou Engenharia Ambiental Nível: Superior
Sobre o Sistema de Proteção por Extintores de Incêndio, assinale
a alternativa correta.
a) É permitida a instalação de uma única unidade extintora para o risco prin-
cipal em edificações ou áreas de risco com área construída superior a 50m².
b) Cada pavimento de uma edificação, com área construída a partir de
50m², deve possuir, no mínimo, dois extintores, sendo um para incêndio
classe A e outro para incêndio classe B e C, mesmo que ultrapassem a
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área mínima a proteger.


c) Manutenção é o exame periódico, efetuado por pessoal habilitado,
que se realiza no extintor de incêndio, com a finalidade de verificar se
este permanece em condições originais de operação.
d) Inspeção é o serviço efetuado no extintor de incêndio, com a finalida-
de de manter suas condições originais de operação, após sua utilização.
e) Extintor sobre rodas é o extintor que possui massa total de até 196
N (20 kgf).

QUESTÃO 05
Ano: 2019 Banca: AOCP Órgão: PC Prova: Engenharia Agronômi-
ca, Engenharia Florestal ou Engenharia Ambiental Nível: Superior
A regra é de que o extintor de incêndio terá validade de quanto tempo,
contado a partir da data de sua fabricação, para micro-ônibus, ônibus
e veículos de transporte de cargas inflamáveis líquidas ou gasosas?
a) Um ano.
b) Dois anos.
c) Três anos.
d) Cinco anos.
e) Dez anos.

54
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
Qual a classificação da aplicação para o projeto de segurança contra incên-
dio, como “Natureza dos materiais processados ou armazenados" (BE)?

TREINO INÉDITO
Com relação às instalações elétricas na segurança contra incêndio
especificados na ABNT NBR 5410:2004, assinale a opção incorreta:
a. A primeira providência que se deve tomar quando da elaboração de
um projeto de instalações elétricas, antes mesmo da marcação dos
pontos de utilização, é efetuar a classificação das influências externas
dos diversos locais existentes no empreendimento, conforme estabele-
cido na norma ABNT NBR 5410.
b. No caso de linhas constituídas por cabos fixados em paredes ou em
tetos, os cabos devem ser não propagantes de chama, livres de halogê-
nio e com baixa emissão de fumaça e gases tóxicos.
c. No caso de linhas constituídas por condutos abertos, os cabos devem
ser não propagantes de chama, livres de halogênio e com baixa emissão
de fumaça e gases tóxicos. Já os condutos, caso não sejam metálicos ou
de outro material incombustível, devem ser não propagantes de chama,
livres de halogênio e com baixa emissão de fumaça e gases tóxicos.
d. Nos locais classificados como BD2, BD3 e BD4, a norma estabelece que

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as linhas elétricas (embutidas e aparentes) não devem ser dispostas em
rota de fuga, a menos que a linha elétrica não venha a propagar e nem con-
tribuir para a propagação de um incêndio, e que a linha elétrica não venha
a atingir temperatura alta o suficiente para inflamar materiais adjacentes.
e. Locais CA2 são aqueles construídos predominantemente com mate-
riais combustíveis, tais como madeira, materiais plásticos etc. A Norma
NBR 5410:2004 não faz a proteção contra incêndio nestes locais.

NA MÍDIA
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS MAL PLANEJADAS SÃO RESPONSÁ-
VEIS PELA MAIORIA DOS INCÊNDIOS
Segundo especialistas, as instalações elétricas mal planejadas são res-
ponsáveis pela maioria dos incêndios causados por curtos-circuitos.
Assista na íntegra em: https://mundosustentavel.com.br/bom-dia-brasil/
instalacoes-eletricas-mal-planejadas-sao-responsaveis-pela-maioria-
-dos-incendios/.

NA PRÁTICA
COMO PREVENIR INCÊNDIOS CAUSADOS POR INSTALAÇÕES
ELÉTRICAS
Com a revolução tecnológica ocorrida principalmente no último século,
55
a eletricidade passou a ser item essencial para garantir o acesso aos
vários equipamentos e recursos que facilitam a vida das pessoas no dia
a dia. Porém, um erro muito comum – e que tem trazido muitos inconve-
nientes – é o mau uso das instalações elétricas, tanto em imóveis resi-
denciais quanto comerciais, que tem aumentado o risco e a ocorrência
de incêndios decorrentes de curtos-circuitos.
Segundo dados, a incidência de curto-circuito com incêndio mais que
dobrou nos últimos 3 anos. Em 2016, mais de 448 casos foram registra-
dos, ocasionados por aquecimento gerado por sobrecarga ou curto-cir-
cuito. A Abracopel (Associação Brasileira de Conscientização para os
Perigos da Eletricidade) afirma que esses números representam ape-
nas uma parcela da realidade brasileira e que a incidência real esteja
entre três a cinco vezes o total levantado.
A boa notícia é que, com algumas medidas preventivas e um pouco de
atenção, o risco de incêndio pode ser drasticamente reduzido. Confira
algumas dicas bastante úteis para evitar curtos-circuitos e deixar o seu
imóvel sempre em segurança!
Equipamentos nas tomadas adequadas. Há diversos produtos que pre-
cisam de ligações especiais, como ar-condicionado, nobreaks e equipa-
mentos de emissão de calor. Por isso, confira se a resistência da toma-
da em questão está adequada a suportar o fluxo de energia necessário.
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E não altere a configuração das entradas dos cabos: essa alteração


pode comprometer a função do seu aparelho.
Emissão de calor: cuidado! Não deixe os aparelhos que emitam calor
ligados por muito tempo. Principalmente no inverno, não durma com
aquecedores ligados. Esses equipamentos exigem alta carga de fluxo
de energia. Deixá-los ligados durante horas seguidas é muito perigoso.
Evite o do it yourself. Instalações elétricas são perigosas e exigem mui-
ta precaução e experiência. Conte com profissionais qualificados para
deixar a sua casa ou escritório sempre em segurança!
Eletricidade e água não combinam! Mantenha sempre os cabos con-
dutores de eletricidade longe de ambientes úmidos, principalmente no
banheiro. Não ligue barbeadores ou depiladores elétricos após o banho.
Está construindo? Dê as devidas atenções ao projeto elétrico! Garanta
sempre a segurança no futuro. Os projetos elétricos garantem a boa dis-
tribuição do fluxo de energia – além de evitar más inserções de cabos
que podem te dar dores de cabeça posteriormente.
Faça sempre a manutenção das instalações elétricas. Ao notar uma cons-
tante queda de disjuntor em determinado ambiente, procure um especia-
lista. As manutenções das instalações elétricas são bastante importantes
também para verificar a qualidade dos cabos de transmissões de energia
elétrica e reparos nas distribuições pelos ambientes do imóvel.
56
Cuidado com os extensores e réguas de energia. Sobrecarregar a sua
tomada com diversos eletrônicos pode comprometer a segurança da
sua casa ou escritório. É comum utilizar benjamins (Ts), ou mesmo ex-
tensões, para ligar vários equipamentos em uma mesma tomada. Esta
prática, comum na maioria das casas, causa sobrecarga, aquecimento
dos fios, curto circuito e, por consequência, acontece o incêndio. Por-
tanto, evite ligar mais de um equipamento na mesma tomada.
Leia mais em: https://seguros.sompo.com.br/como-prevenir-incendios-
-causados-por-instalacoes-eletricas.

PARA SABER MAIS


Livro: Seito, et al (2008). A segurança contra incêndio no Brasil. Projeto
Editora, São Paulo/SP.
Fonte: http://www.ccb.policiamilitar.sp.gov.br/portalcb/_publicacoes/
books/aseguranca_contra_incendio_no_brasil.pdf.

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GABARITOS

CAPÍTULO 01

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

Preliminarmente, relembra-se que a condição para que ocorra o sur-


gimento do fogo é a união do oxigênio, combustível e calor, ocorrendo
o processo de reação química em cadeia (a doutrina atribui a isto a
nomenclatura de Tetraedro do Fogo). Nesse sentido, para que se tenha
a extinção do fogo, é preciso eliminar um desses componentes a partir
dessas três possibilidades: resfriamento, abafamento e isolamento/reti-
rada do material (combustível).
Segundo o Manual de Prevenção e Combate a princípio de Incêndio
do Paraná (2012, p. 16), o resfriamento é “o método pelo qual, através
de agentes extintores próprios, se faz absorção do calor do corpo em
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combustão, baixando a um ponto de insatisfação a energia de ignição”.


Consiste, portanto, em retirar ou diminuir o calor do material incendiado.
Exemplo: uso de água.
O abafamento, por outro lado, é a retirada, diminuição ou interrupção do
material não atingido pelo fogo, para fora do campo de propagação, de
modo a inviabilizar a chegada do oxigênio até a combustão.
Outro método que pode ser utilizado é a retirada/isolamento do combustí-
vel inflamado, que tem como objetivo interromper a propagação do calor.

TREINO INÉDITO
Gabarito: C

58
CAPÍTULO 02

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

Segundo Fernandes (2010), todos os pavimentos da edificação deverão obri-


gatoriamente ter acesso às saídas de emergência e/ou meios de abandono.
Nas escadas comuns e rampas, os revestimentos de pisos dos degraus e
patamares, bem como as paredes deverão ser em material incombustível
ou com índice de propagação superficial de chama classe “A”, conforme o
ensaio preconizado pela norma brasileira específica (NBR 9442).
As portas das rotas de saída e aquelas das salas com capacidade supe-
rior a 50 pessoas e em comunicação com acessos e descargas devem
abrir no sentido de fuga. Nas salas com capacidade de público superior
a 200 pessoas, as portas de comunicação com os acessos, escadas e
descarga devem ser dotadas de ferragem tipo antipânico.

TREINO INÉDITO

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Gabarito: D

59
CAPÍTULO 03

QUESTÕES DE CONCURSOS

QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE

BE1: riscos desprezíveis – são os locais considerados normais, sem


nenhum risco aparente.
BE2: riscos de incêndio – locais que contêm substâncias combustíveis,
como fibras e líquidos com alto ponto de fulgor.
BE3: riscos de explosão – locais com presença de substâncias inflamá-
veis, como líquidos com baixo ponto de fulgor, gases e vapores, pós-
-combustíveis sujeitos a explosão e substâncias explosivas.
BE4: riscos de contaminação – locais com presença de alimentos, pro-
dutos farmacêuticos e análogos, sem proteção.

TREINO INÉDITO
Gabarito: E
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ABNT. Norma Brasileira Regulamentadora 10898. Sistema de ilumina-
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2011. Disponível em: < http://www.corpodebombeiros.sp.gov.br/dsci_publi-
cacoes2/_lib/file/doc/IT_42_2011.pdf> Acesso em: 16 de março de 2021.

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO. CORPO DE BOM-


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