Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CADERNO TEMÁTICO
CORPO DE MILITAR
COORDENAÇÃO TÁTICA
DE COMBATE A INCÊNDIO I
1
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
2
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
COORDENAÇÃO TÁTICA
DE COMBATE A INCÊNDIO I
Colaboração Técnica:
Major QOEM Sandro Carlos Goncalves da Silva
Major QOEM Marcelo Carvalho Soares
Cap QOEM Márcio Müller Batista
Cap QOEM Jaqueline da Silva Ferreira
1º Sgt QPBM Vagner Silveira da Silva
1º Sgt QPBM Fabiano Rodrigues Moraes
Artes gráficas
Sd QPBM Daniel Woivoda
3
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
Prefácio
O Combate a Incêndio é a missões operacional que deu origem ao Corpo
de Bombeiros no mundo, e constitui-se em uma atividade extremamente técnica,
com fundamentação científica, pois a combustão é uma reação química que resulta
em efeitos químicos, físicos nos combustíveis e fisiológicos nas vítimas e no
bombeiro.
Desde a década de 80 bombeiros suecos desenvolveram estudos para
entender o comportamento do incêndio, após diversos acidentes envolvendo
bombeiros. A partir destes estudos começou-se a ter uma visão diferenciada das
ocorrências, agora não mais focado apenas nas chamas, mas tendo uma leitura
completa da cena, incluindo a fumaça com agente ígneo.
Com o aperfeiçoamento das técnicas, o avanço tecnológico dos
equipamentos de proteção individuais e respiratório, além de ferramentas de
combate a incêndio modernas, como os esguichos, é possível fazer o combate com
mais eficiência, segurança e principalmente salvando vidas e protegendo os bens
ainda não danificados pelas chamas.
Para aprender o estudo das estratégias e táticas de combate a incêndio, é
fundamental o graduado estar atualizado nas técnicas que serão aplicadas, pois é
responsabilidade do Sargento a instrução e atualização da tropa.
A disciplina de Coordenação Técnica em combate a incêndio está dividida
em dois módulos nos quais serão abordados os conhecimentos necessários para
que o futuro sargento possa conhecer o incêndio, sua forma de desenvolvimento,
as técnicas aplicadas para que, estando na função de Comandante do Local
Sinistrado, possa tomar a decisão sobre a estratégia e tática mais adequada em
cada caso.
4
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
Índice
Referências bibliográficas............................................................ 86
5
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
Caro aluno
Objetivos Específicos
Ao final da lição o aluno deverá:
Entender os elementos da combustão;
Conhecer os efeitos físico-químicos do calor;
Identificar os efeitos fisiológicos do calor;
Analisar as Formas de propagação do calor;
Identificar os pontos notáveis da temperatura;
Reconhecer os tipos de combustão;
Diferenciar os tipos de chama;
Compreender quais são os produtos da combustão.
Introdução
6
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
7
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
3. O fenômeno da combustão:
A reação de combustão pode ser entendida como uma reação oxidante exotérmica:
oxidante por ser uma reação química que consome oxigênio (O2), e exotérmica porque
libera calor durante a reação (DRYSDALE, 1998).
8
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
5. CALOR
9
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
a) Aumento/diminuição da temperatura
Este fenômeno se desenvolve com maior rapidez nos corpos considerados bons
condutores de calor, como os metais; e, mais vagarosamente, nos corpos tidos como maus
condutores de calor, como por exemplo, o amianto.
10
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
11
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
lhe causa rompimentos e danos. Pode ocorrer um enfraquecimento deste corpo, chegando
até a um colapso, isto é, há o surgimento de grandes rupturas internas que fazem com que o
material não mais se sustente. Mudanças bruscas de temperatura, como as relatadas acima,
são causas comuns de desabamentos de estruturas.
Com o aumento do calor, os corpos tendem a mudar seu estado físico: alguns
sólidos transformam-se em líquidos (liquefação), líquidos se transformam em gases
(gaseificação) e há sólidos que se transformam diretamente em gases (sublimação). Isso se
deve ao fato de que o calor faz com que haja maior espaço entre as moléculas e estas,
separando-se, mudam o estado físico da matéria. No gelo, as moléculas vibram pouco e
estão bem juntas; com o calor, elas adquirem velocidade e maior espaçamento,
transformando um sólido (gelo) em um líquido (água).
Frio é a
ausência de
calor
12
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
moléculas são menores e mais simples, por isso têm grande capacidade de combinar com
outras moléculas, as de oxigênio, por exemplo.
Nos sólidos ocorre a TERMÓLISE e PIRÓLISE: Na presença do calor ocorre a
decomposição do material sólido (combustível) em vapores combustíveis que são liberados
na atmosfera reagindo com moléculas de Oxigênio.
Alguns gases presentes no sinistro são nocivos e até mesmo letais, muitos inodoros
e incolores, há necessidade de utilização de equipamentos por parte de quem combate a
incêndios (como o Equipamento de Proteção Respiratória Autônomo)
13
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
14
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
CONDUÇÃO: Condução é a
transferência de calor através de um
corpo sólido, de molécula a molécula.
CONDUÇÃO:
- Ocorre nos SÓLIDOS;
- Ocorre de molécula a molécula
- Para transmissão por condução entre
corpos distintos é necessário CONTATO
15
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
16
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
que cai, em chamas, sobre uma loja ou, ainda, em um incêndio florestal, um tronco que rola
do alto de um morro em chamas, até um local mais baixo e não incendiado.
6. COMBURENTE:
17
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
Na tabela abaixo é possível ver alguns sintomas e sinais que ocorrem com a
redução da concentração de oxigênio em um ambiente com vítimas.
7. COMBUSTÍVEIS:
18
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
mais rapidamente. Os metais são exemplo de bom condutores de calor, enquanto a madeira é
um mal condutor de energia térmica.
Ser inflamável significa ser capaz, à temperatura ambiente (20º C) liberar vapores
em quantidade capaz de sustentar uma combustão, ou seja, estão acima do ponto de
combustão. Os combustíveis são classificação quanto ao estado físico em sólidos, líquidos e
gasosos.
19
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
20
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
Mistura Inflamável
Limite Inferior de explosividade: (LIE) mínima proporção proporção de gás ou
vapor no ar que torna a mistura explosiva é denominada
Limite Superior de explosividade: (LSE) máxima proporção de gás ou vapor no
ar que torna a mistura explosiva.
Só ocorre a queima dos gases/vapores caso estejam em mistura com o ar dentro
dessa faixa entre os limites inferior e superior.
21
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
8. Reação em Cadeia:
9. Pontos de Temperatura
22
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
23
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
24
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
25
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
a) Combustão Completa:
Em algumas reações químicas pode ocorrer uma combustão completa, o que
significa dizer que todas as moléculas do combustível reagiram completamente com as
moléculas de oxigênio, tornando seus produtos estáveis. Também é chamada de combustão
ideal.
É importante lembrar que a combustão completa NÃO é o mesmo que queima total.
A queima total é a situação na qual todo o material combustível presente no ambiente já foi
atingido pela combustão, enquanto que a combustão completa é a combinação perfeita entre
o combustível e o oxigênio, fazendo com que todo o combustível reaja.
Na verdade, a combustão completa ocorre apenas em situações especiais ou em
laboratórios, não sendo encontrada na prática de combate a incêndio, pois não se atinge um
índice de 100% de queima facilmente, e 99% de queima significam combustão incompleta,
pois ficou combustível sem queimar. Exemplo de chamas completa é a chamas do fogão e
do maçarico.
b) Combustão Incompleta:
Todos os produtos instáveis (moléculas e átomos) provenientes da reação em cadeia
caracterizam uma combustão incompleta, que é a forma mais comum de combustão.
Esses átomos e moléculas instáveis resultantes da quebra molecular dos
combustíveis continuarão reagindo com as moléculas de oxigênio, decompondo-as e
formando outras substâncias.
26
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
b) Chama difusa:
São as chamas em que os vapores combustíveis misturam-se ao
comburente, o oxigênio do ar, na zona de queima. São as chamas de uma
fogueira, uma vela, um fósforo, etc.
Nesse tipo de chama, há diferença na queima ao longo da
chama, daí a diferença de coloração da chama. O tom amarelado na
ponta das chamas deve-se aos átomos de carbono que não conseguiram
queimar e que liberam energia excedente na forma de luz amarelada.
Nas chamas difusas, a oferta de oxigênio é melhor na base da chama. Por isso, se a
ponta da chama, rica em carbono, for perturbada, o carbono não consegue queimar e, com
isso, surge uma fumaça preta. A coloração preta da fumaça é proveniente do carbono que
não queimou (fuligem) e é o que impregna as paredes e o teto.
27
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
12.1 Fumaça:
Com estudos mais recentes, foram valorizadas cinco características da fumaça.
Verifica-se que ela é quente, móvel e inflamável, tóxica e opaca.
Quente – A combustão libera calor, transmitindo-o a outras áreas que ainda não
foram atingidas. Como já tratado na convecção, a fumaça será a grande responsável por
propagar o calor ao atingir pavimentos superiores quando se desloca (por meio de dutos,
fossos e escadas), levando calor a outros locais distantes do foco. A fumaça acumulada
também propaga calor por radiação.
Móvel – É um fluido que está sofrendo uma convecção constante, movimentando-
se em qualquer espaço possível e podendo, como já dito, atingir diferentes ambientes por
meio de fossos, dutos, aberturas ou qualquer outro espaço que possa ocupar. Daí o cuidado
que os bombeiros devem ter com elevadores, sistemas de ventilação e escadas. Essa
característica da fumaça também explica porque ocorrem incêndios que atingem pavimentos
não consecutivos em um incêndio estrutural.
Inflamável – Por possuir em seu interior combustíveis (provenientes da degradação
do combustível sólido do foco e pela decomposição de materiais pelo calor) capazes de
reagir com o oxigênio, a fumaça é combustível e, como tal, pode queimar e até “explodir”.
Não dar a devida atenção à fumaça ou procurar combater apenas a fase sólida do foco
ignorando essa característica é um erro ainda muito comum. A fumaça é combustível e
queima!
Tóxica – Os seus produtos são asfixiantes e irritantes, prejudicando a respiração dos
bombeiros e das vítimas.
Opaca – Os seus produtos, principalmente a fuligem, permanecem suspensos na
massa gasosa, dificultando a visibilidade tanto para bombeiros, quanto para as vítimas, o que
exige técnicas de entrada segura (como orientação e cabo guia) em ambientes que estejam
inundados por fumaça.
Em um ambiente fechado, como um compartimento, a fumaça tende a subir, atingir
o teto e espalhar-se horizontalmente até ser limitada pelas paredes, acumulando-se nessa
área. A partir daí, a fumaça começará a descer para o piso.
28
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
29
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
30
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
31
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
Caro aluno
Com base nos fundamentos estudados na lição anterior, passaremos a analisar como
o Incêndio se desenvolve em um ambiente compartimentado, suas fases e os fenômenos
extremos causados pela ignição da fumaça. Ao final da lição você compreenderá o motivo
pelo qual a fumaça deve ser tratada como combustível em um incêndio, e não apenas o foco,
e entender os riscos caso ela não seja controlada incêndio estrutural.
Bom estudo!
Objetivos Específicos
Ao final da lição o aluno deverá:
Definir incêndio em compartimento;
Diferenciar incêndio em compartimento e incêndio ao ar livre;
Identificar as fases do incêndio e suas características;
Identificar os principais fenômenos extremos do fogo pela ignição da fumaça.
Introdução
32
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
Em 1982 durante um sinistro na Suécia, dois bombeiros perderam suas vidas em razão
de uma bola de fogo, até então inexplicável. Acidentes como esse começaram a ser mais
comum porque a evolução dos EPI’s, especialmente os EPRA’s, possibilitaram aos
bombeiros ingressarem nos incêndios. Essas mortes motivaram as autoridades suecas a
estudarem os sinistros a fim de entender melhor seu objeto de trabalho, os incêndios.
Podemos dizer que nesse momento onde há a busca pelo estudo do incêndio, é considerado
um marco histórico para as habilidades de avaliar incêndio. E este estudo chama-se CFBT.
O CFBT é a Ciência que torna o bombeiro mais técnico ao abordar um incêndio. Isso
porque lhe da capacidade de “enxergar” muito mais do que um fogo fora do controle. Mas
também, como o incêndio progrediu e as possibilidades de evolução e riscos de
comportamentos extremos.
Nesse momento histórico tornou-se notável a tese de dois engenheiros que defenderam
que a fumaça incendeia, sendo eles Krister Giselsson e Mats Rosander. Num primeiro
momento eles foram rejeitados, mas mais tarde, outro oficial da brigada de incêndios de
Estocolmo (Anders Lauren) introduziu o conceito de usar contêineres de transporte
compatíveis com ISO para treinar operadores a usar essas técnicas. Hoje o Treinamento em
33
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
O CFBT chegou ao Brasil em 2006 por meio do CBMDF. De lá pra cá, várias
corporações brasileiras têm trabalhado para formar e atualizar sua tropa no sentido de
conhecer o incêndio, especialmente quanto as fumaça e seu comportamento. O grande
desafio é criar novos paradigmas de forma a mostrar que a maneira de salvar em incêndio é
bem diferente daquelas da época que não era possível nem se quer entrar nos locais
sinistrados.
Sabe-se que calor é a excitação das moléculas. Quanto mais agitadas as moléculas
maior é o afastamento entre elas. Aumentando o afastamento, aumenta também o volume
dos materiais. Quando um fluido (gasoso ou líquido) é aquecido temos correntes de
convecções que nada mais é do que a subida dos fluidos quentes e a descida dos fluidos mais
frios. Isso gera um movimento contínuo. As zona de alta pressão ocorre porque os gases
aquecidos de um incêndio exercem força ascendente tanto no ar livre como no teto da
edificação que estiver incendiando.
O efeito das Zonas de Alta Pressão é o surgimento de Zonas de Baixa Pressão.
As Zonas de Baixa geralmente são na base do foco do incêndio. Isso faz com que o ar seja
sugado pelas áreas baixas do cômodo alimentando o incêndio de Oxigênio. Por isso temos a
máxima que todo incêndio produz o seu próprio vento como é visto notadamente nos
incêndios em zona rural.
34
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
- a oferta de oxigênio, e
- o feedback radioativo.
Para falar em feedback radioativo convém definir o que é Capa Térmica e Plano
Neutro. Chamamos de Capa Térmica o acúmulo de fumaça na parte superior do cômodo.
Pelo aquecimento dos vapores e gases que compõem a fumaça a tendência dela é manter-se
próxima ao teto. Geralmente seu limite inferior é a altura das aberturas dos prédios (portas,
janelas, etc.), especialmente se tiverem frestas ou se estiverem abertas. Devemos lembrar
que justamente por substituir parte do ar rico em oxigênio nas elevações que a Capa Térmica
“evita” a combustão rente ao teto.
Já o Plano Neutro é a zona abaixo da Capa Térmica onde há menos fumaça e maior
concentração de O2. As dimensões da Capa Térmica e do Plano Neutro estão associadas a
temperatura dentro do cômodo, a altura, aos espaços das aberturas, a quantidade de ar que
entra no local, a produção de fumaça decorrente da progressão do fogo e do tipo de
combustível.
35
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
Quando a Capa Térmica e o Plano Neutro estão formados, a fumaça que flui do foco
em direção as regiões mais distantes da área já queimada estarão aquecidas. Essa fumaça
quente radia calor para todo o compartimento. Esse aquecimento chamamos de Feedback
Radiativo e ele representa 70% da propagação do calor em cômodos. A distância da fonte
de calor é indiretamente proporcional a quantidade de calor radiado. Ou seja, quanto mais
longe a Capa Térmica estiver dos combustíveis, menor será o aquecimento. Nesse caso,
independente da proximidade das chamas, todos os combustíveis serão aquecidos. Os efeitos
desse aquecimento será a secagem – retirada da umidade dos combustíveis – e a termólise
(pirólise) que é o desprendimento de vapores combustíveis dos móveis, aberturas, piso e
outros materiais orgânicos que compõem os salvados ou sinistrados.
36
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
37
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
progresso do fogo, que nessa fase esta diretamente ligada a um conjunto de fatores que é
mostrado no quadro abaixo.
Bombeiros treinados notarão na Fase Inicial que a Capa Térmica será tendente a
branca e sem turbulência lembrando “nuvens tranquilas”. Como foi dito tal fase se encerra
quando as chamas começam a subir pela coluna de fumaça. E com isso a dinâmica do
incêndio mudará drasticamente porque as chamas serão perturbadas ao tocarem no teto ou
na própria capa térmica. E a partir deste momento teremos a fase de Crescimento ou
Desenvolvimento.
De todas as fases que estamos tratando, na segunda fase é quando geralmente equipes
de bombeiros podem aplicar todo seu melhor potencial técnico. Isso porque dificilmente será
possível chegar ao local ainda na fase inicial. Já na terceira fase o incêndio já estará
generalizado e haverá poucos salvados no compartimento atingido.
38
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
Essa fase tem como marco inicial a chamas subindo pela coluna de gases e marco
final a generalização do incêndio.
Ao subir pela coluna de vapores, imediatamente após o final da fase anterior, a chama
irá ser perturbada pelo teto ou pela própria fumaça acumulada próximo a ele. Aqueles
carbonos produzidos pela própria combustão que em regra são queimados na ponta da
chama, não serão consumidos devido a perturbação causada pelo obstáculo. Isso porque os
subprodutos da combustão não serão totalmente misturados com o oxigênio presente no ar.
Tal sobra de carbono fará com que a capa térmica comece a ter uma coloração mais escura
pela abundância de carbono.
39
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
Como já foi explicado, acima das chamas há uma zona de sobrepressão que empurra a
fumaça para longe do foco. Logo, observar de onde está vindo a fumaça é um indicador para
onde o esguicho deve ser direcionado. Diferentemente disso, o ar mais fresco e os vapores
que estão rente ao piso irão em direção ao foco, devido o surgimento da Zona de Baixa
Pressão. Mover-se abaixado durante a ocorrência repercute em receber menos calor no EPI.
É nessa fase que a estratificação da fumaça fica mais evidente.
40
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
Por outro lado, se forem realizadas aberturas de um cômodo, sem a correta avaliação,
poderá ocorrer o fornecimento de Oxigênio necessário para ocorrência do Flashover
induzido pela ventilação. Torna-se imprescindível então, observar a coloração da
fumaça. Fumaça preta indica presença de chama pela produção de calor. Já fumaça de cor
caqui indica subventilação pela baixa concentração de Oxigênio. Este caso podemos dizer
que é o mais perigoso e demanda maiores cuidados.
Quando essa fase se estabelece haverá a maior taxa de liberação de calor e produção
de fumaça, que são perigosas e destrutivas. Também a ventilação poderá contribuir ou
prejudicar as operações de combate.
41
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
necessário estabilizar o ambiente sempre cuidando para não gerar vapor excessivo. Pois, o
vapor além de terminar de “cozinhar” possíveis vítimas irá tornar o serviço mais
desconfortável e prejudicar a visibilidade.
Durante esta fase do incêndio a combustão estará limitada ou pelo combustível, que
tende a se consumir totalmente, ou pela ventilação dependendo das condições da estrutura.
Razão pela qual o domínio das técnicas de ventilação tática é relevante também durante o
desenvolvimento completo.
4ª Fase – Decaimento
42
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
43
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
Todavia, devemos concluir que o consumo dos vapores inflamáveis será menor, o que
torna a capa térmica mais combustível. Devido ao menor consumo de vapores combustíveis
e a manutenção das altas temperaturas é que decorre a maior possibilidade de ignição ou
explosão da capa térmica durante o decaimento
44
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
CBMDF que diferencia e resume cada um desses grupos e sua ocorrência nos incêndios
urbanos.
Tentaremos aqui, além de identificar e explicar cada um deles, enumerar cada um dos
indicadores de condições favoráveis a sua ocorrência para subsidiar os operadores de
combate a incêndio com informações pertinentes a sua atuação. Algumas condições são
comuns a qualquer comportamento, vejamos:
45
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
entanto quando ela esta aquecida sua turbulência proporciona a entrada de ar no seu interior.
A mistura combustível/comburente com o calor proporciona pequenas queimas no interior
da fumaça.
Indicadores:
ocorrem em fumaças altamente inflamáveis e com elevadas temperaturas no
interior do compartimento;
antecedem a ocorrência de Rollover e Flashover;
a temperatura estará em torno de 600° C.
b) Rollover (tradução literal: rolamento) – Tem esse nome porque as chamas “rolam” na
capa térmica a partir do foco em direção a áreas mais afastadas. Abaixo dessas chamas
haverá grande temperatura pelo aumento do feedback radiativo e deve ser evitado a presença
de bombeiros.
Indicadores:
46
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
c) Flame Over (tradução literal: chamas de ponta) – São popularmente chamadas de línguas
de fogo devido sua aparição nos marcos de janelas ou portas. Diferentemente do Backdraft,
nesse caso é a fumaça que vai em direção ao oxigênio que lhe falta. Ocorrem porque a
fumaça já em temperatura de ignição entra em contato com o comburente no exterior. O
Flame Over ocorre fora do compartimento sinistrado, mas não necessariamente no exterior
da edificação. Por decorrer justamente da subventilação no compartimento, o Flame Over
não indica que há necessariamente chama no interior. Ele pode acontecer em aberturas
expostas ou quando há rápidas aberturas nas janelas ou portas.
47
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
d) Flashfire (tradução literal: fogo rápido). Esse fogo rápido acontece quando o combustível
da fumaça altamente inflamável está adequadamente misturado ao comburente. No entanto
não está aquecida suficientemente para entrar em combustão. Logo ela precisa apenas de
uma fonte de calor. Esse fenômeno acontece comumente nos cômodos adjacentes aos
compartimentos sinistrados. Quando o incêndio entra em decaimento por subventilação há
condições para queima lenta. Tal queima lenta além de aquecer os combustíveis e produzir
termólise consome poucos vapores oriundos da decomposição térmica. A produção de vapor
aumenta a pressão e faz com que esses vapores sejam expulsos para os compartimentos onde
ainda não há combustão nem temperatura elevada. Essa fumaça, geralmente na cor caqui, se
acumula nas partes superiores da edificação, especialmente nos pavimentos superiores. Mas
pode acontecer em edificações de apenas um pavimento ou no mesmo pavimento do local
incendiado. Logo, para formar o triangulo do fogo só é necessária uma fonte de calor que
pode vir da abertura inadequada do compartimento de origem ou do acendimento de uma
lâmpada na peça da edificação, por exemplo. E importante destacar que o Flashfire pode
atingir bens que até então eram salvados e não sinistrados.
Indicadores
Ocorrem em fumaças altamente inflamáveis sem elevadas temperaturas no exterior do
compartimento;
Atingem geralmente os salvados;
Indicam que no compartimento de origem pode haver queima lenta;
A fumaça não está no ponto notável de temperatura chamado de ignição.
Ações incorretas em incêndios podem agravar e destruir mais do que já foi atingido.
Para finalizar a sessão sobre ignição da fumaça transcrevemos parte do Manual Operacional
de Bombeiro do CBMGO como segue:
48
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
Indicadores:
Fumaça densa, escura e quente;
Desprendimento de vapores dos materiais orgânicos presentes do compartimento.
Capa térmica turbulenta;
Presença de chamas no interior da edificação;
Ghost flame;
Flameover;
Rollover;
Súbito abaixamento da Capa Térmica.
49
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
50
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
O som é uma onda mecânica, logo, depende de matéria para se propagar. Como
dentro do compartimento há, no caso em questão, sobrepressão a tendência é que o som
vindo de dentro do compartimento seja abafado. A isso chamamos de efeito algodão.
Quando o compartimento é aberto a pressão é aliviada. Ao expulsar a fumaça,
forma-se uma zona de baixa pressão rente ao piso que atrai o ar atmosférico para a base do
foco. Esse ar proporciona que as chamas cresçam e sejam a fonte de ignição para a explosão
da fumaça a partir do foco.
Indicadores:
Ambiente totalmente fechado;
Ausência de chamas no interior da edificação;
Janelas, portas e maçanetas aquecidas;
Oleosidade e escorrimento nas vidraças;
Fumaça preta, caqui e turbulenta pulsante nas frestas superiores;
Entradas de ar pulsante nas frestas inferiores;
Presença de Flameover.
Efeito algodão.
51
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
Caro aluno
Com base nos fundamentos estudados na lição anterior, passaremos a analisar como
o Incêndio se desenvolve em um ambiente compartimentado, suas fases e os fenômenos
extremos causados pela ignição da fumaça. Ao final da lição você compreenderá o motivo
pelo qual a fumaça deve ser tratada como combustível em um incêndio, e não apenas o foco,
e entender os riscos caso ela não seja controlada incêndio estrutural.
Bom estudo!
Objetivos Específicos
Ao final da lição o aluno deverá:
Conhecer as vantagens e desvantagens do uso da água;
Identificar as propriedades físico-químico da água;
Entender a micropulverização a água;
Conceituar pressão nominal, pressão residual e perda de carga;
Calcular a PC, a fim de saber quanto de PN irá utilizar na ocorrência, considerando a
perda de carga;
Dimensionar o número de mangueiras em um evento;
Entender o que é o Golpe de Aríete;
Compreender a importância da linha de resfriamento.
Introdução
52
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
53
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
54
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
Este grande volume de vapor d’água desloca um volume igual de ar ao redor do fogo,
reduzindo, deste modo, a quantidade de oxigênio disponível para sustentar a combustão.
Para um melhor entendimento, vamos imaginar um esguicho descarregando 300
lpm (litros por minuto) de água, em um local com temperatura maior que 100 ºC. A essa
temperatura, a água transformar-se em vapor. Durante um minuto de operação, 300 litros de
água serão vaporizados, expandindo-se para cerca de 510.000 litros (300 x 1.700) de vapor.
Esse vapor é suficiente para ocupar um compartimento medindo 17m de comprimento por
10m de largura e 3m de altura.
Em atmosferas extremamente aquecidas, o vapor se expande em volumes ainda
maiores. Essa expansão é rápida, e se o local estiver tomado por fumaça e gases, o vapor, ali
gerado, expulsará esses gases. O correto entendimento e aproveitamento desse potencial da
água são indispensáveis no combate a incêndio de qualidade.
Portanto, pode-se afirmar que a utilização da água no Combate a Incêndio ocorre
pelas seguintes vantagens: É abundante no ambiente, possui baixo valor econômico, é
altamente expansível quando em estado de vapor e é um bom agente extintor (alta
capacidade de absorção de calor e alto poder de expansão).
No entanto, possui características desfavoráveis ao combate a incêndio: alta tensão
superficial, baixa viscosidade e bom condutor de corrente elétrica.
A aplicação de água por uma linha de mangueira pode ser muito diversificada. A
forma e eficiência com que a água é lançada varia conforme vários fatores: Pressão, vasão,
fluxo de água e jato.
2.1 Pressão
Pressão é a ação de uma força sobre uma área. Em termos práticos, isto é, no
serviço de bombeiros, a pressão é a força que se aplica na água para esta fluir através de
mangueiras, tubulações e esguichos, de uma extremidade a outra. É importante notar que o
55
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
fluxo em si não caracteriza a pressão, pois se a outra extremidade do tubo estiver fechada
por uma tampa, a água estará “empurrando” a tampa, apesar de não estar fluindo.
Quanto maior a pressão imprimida pela bomba, maior pode ser a velocidade com que
flui a água ao deixar o esguicho. Em consequência disso, em um esguicho com a regulagem
mantida, a pura variação da pressão acarretará mudanças no jato como alcance, dispersão,
fragmentação, etc.
b) Pressão estática - é a pressão sobre um líquido que não está fluindo, por exemplo, uma
mangueira com esguicho fechado, sendo pressurizada por uma bomba. A ação da gravidade
pode, também, produzir pressão estática. Por exemplo, no fundo de um tanque haverá
pressão, resultante do peso da água sobre a área do fundo do tanque.
c) Perda de carga - A água sob pressão tende a se distribuir em todas as direções, como
quando se enche uma bexiga de borracha com ar. Contudo, as paredes internas de
mangueiras, tubulações, esguichos, etc. impedem a expansão da água em todas as direções,
conduzindo-a num único sentido. Ao evitar a expansão da água, direcionando-a, as paredes
absorvem parte da força aplicada na água, “roubando” energia. Isto explica por que a força
aplicada diminui de intensidade à medida que a água vai caminhando pelas tubulações. A
isto chamamos perda de carga.
A força da gravidade é um outro fator que acarreta perda de carga. Quando a água é
recalcada de um nível inferior para um nível superior, a força da gravidade “puxa” a água
56
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
para baixo, o que diminui a pressão. A força da gravidade também poderá ser utilizada no
aumento da pressão, ao se fazer a água fluir de um nível superior para um nível inferior.
Se considerarmos o pé-direito11 de um pavimento medindo 3 metros e
arredondando a soma da altura de 3 pavimentos para 10m (o metro a mais será contado para
que seja considerada a perda de carga por atrito na tubulação), então temos que em 3
pavimentos perde-se, por gravidade 10 m.c.a. o que corresponde a, aproximadamente,
1Kgf/cm2 ou 15 Lb/pol2 (PSI – Pound Square Inch).
Devido aos arredondamentos desfavoráveis que consideram a perda por atrito, se
dividirmos por 3, temos que a perda de carga por gravidade pode ser considerada em termos
práticos da seguinte forma:
1 pavimento = perda de 0,3 kgf/cm2 ou 5 Lb/pol2.
Segundo dados dos fabricantes de mangueira, considerando uma vazão de 30 galões
por minuto, a cada 15m de mangueira de 38mm, perde-se 2,25 PSI (ou 0,15 Kgf/cm2). Para
as mangueiras de 63mm a perda é de 0,225 PSI (0,015 Kgf/cm2)
57
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
f) Efeito Bernoulli
Para entender o funcionamento da aplicação da espuma e da ventilação hidráulica
(tópicos que serão vistos adiante) é necessário que se entenda o efeito Bernoulli. O efeito
Bernoulli ocorre na movimentação dos fluídos, por isso, aplica-se à água e também ao ar,
como aos demais fluídos.
O princípio de Bernoulli indica que um fluído, ao passar por um estreitamento,
como o de um tubo Venturi, ganha velocidade, energia cinética, às custas da pressão do
fluído. É o que se pode ver na figura ao lado, com um fluxo de ar (flow) fazendo com que a
água (no tubo estreito inferior) penda para o lado esquerdo devido à diferença de pressão do
fluído nas duas partes do tubo maior.
Esse princípio tem vasta aplicação na atividade de bombeiros. Como visto
anteriormente, ele explica e permite o funcionamento do aparelho entrelinhas e do esguicho
produtor de espuma. Além disso, verificamos o princípio também no emprego das variadas
técnicas de manejo do esguicho.
58
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
2.2 Vazão:
Quanto maior a vazão, maior a quantidade de água que flui, o que é óbvio. Menos óbvio é
que a vazão interfere na fragmentação do jato e, principalmente, é o fator que mais influi no
“recuo” da mangueira. Quanto maior a vazão, maior a força que o jato d’água faz
empurrando a mangueira para trás e maior também será o golpe de aríete provocado pela
interrupção brusca no fluxo de água.
2.5 Velocidade:
A velocidade com que a água sai interfere no formato, na fragmentação e no alcance
do jato d’água. Interfere também no recuo, no entanto, menos que a vazão. Ela é diretamente
influenciada pela pressão imprimida pela bomba, mas pode ser alterada por outros meios
como fechamento parcial do esguicho e a posição do anteparo do esguicho.
a) Qualquer jato de água sobre um mesmo ponto por mais de 3 segundos é ineficiente. Se
nesse tempo o jato não for capaz de sobrepujar as chamas (taxa de absorção de calor < taxa
de liberação de calor) é sinal que é necessário aumentar a capacidade de resfriamento pelo
aumento da quantidade de água (maior vazão ou mais linhas) ou pela otimização de seu
emprego (maior fragmentação).
59
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
60
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
Caro aluno
Objetivos Específicos
Ao final da lição o aluno deverá:;
a) Diferenciar Técnicas Ofensivas de técnicas defensivas;
b) Tática de Combate ofensivo;
c) Tática de Combate defensivo;
d) Diferenciar Táticas de combate ofensivo do defensivo;
e) Identificar quando não se aplica a tática ofensiva;
f) Conceituar técnica de combate a incêndio;
g) Conceituar técnica de extinção de incêndio;
h) Conhecer as técnicas de extinção de incêndio estruturais;
i) Identificar quando e como aplicar as técnicas tanto em táticas defensivas quanto em
táticas ofensivas;
61
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
Introdução
62
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
1. ISOLAMENTO E CONFINAMENTO
63
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
64
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
Pode ainda ser feito com o uso de jatos neblinados ou neblina direcionados para o
sistema sinistrado, pois, assim, além de bloquear a radiação, o combate pode ser realizado
simultaneamente.
Há ainda a possibilidade de direcionamento da fumaça que escapa de um sistema
pelo uso de jato neblinado, desviando-a. A fumaça, além de conduzir calor, quando se
incendeia libera uma enorme quantidade de calor que se propaga por irradiação.
Outras medidas mais simples podem ser adotadas dependendo da forma como se
verifica que o incêndio pode se propagar para o sistema vizinho. Por exemplo, pode ser uma
medida eficaz o mero fechamento das janelas para evitar a penetração de fagulhas trazidas
pelo vento ou evitar a penetração de fumaça superaquecida.
CONFINAMENTO é o conjunto de ações executadas dentro de uma edificação que
visam impedir a propagação de fogo e calor a compartimentos ainda não atingidos pelo
incêndio..
A tendência dos gases aquecidos é subir, o que torna urgente o confinamento em
incêndios verticais tanto mais quanto mais baixo for o andar onde se localiza o sinistro.
Nos incêndios a propagação ocorre lateralmente, de cima para baixo e de baixo para
cima, merecendo ação preventiva dos bombeiros os seguintes meios:
1) aberturas que possam ser alcançadas por chamas ou ar quente;
2) explosões;
3) queima de paredes e portas internas;
4) chamas e fagulhas vindas de janelas ou outras aberturas;
5) condução de calor através de dutos metálicos, etc, de cômodo para cômodo;
6) queda de tetos ou pisos;
7) circulação interna de massas gasosas extremamente aquecidas.
65
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
2. TÉCNICAS DE EXTINÇÃO
a) Ataque Direto
66
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
Se for usado em combate ofensivo, deve-se cuidar para não empregar água em demasia,
causando danos pelo excesso de água e, também, para não gerar excesso de vapor de água
c) Ataque Indireto
67
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
Não se pode jogar água em demasia para não resfriar demais as superfícies. Isso impede a
formação de vapor. Também é preciso cuidar para não se produzir vapor em excesso, pois
isso afeta o balanço térmico.
d) Ataque Combinado
68
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
69
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
Aproxim. 60°
OFENSIVO – tem por objetivo extinguir chamas volumétricas (chamas na fase gasosa do
combustível, na fumaça, na capa térmica) e resfriar a própria capa térmica, evitando a
ocorrência de um flashover.
Vê-se assim, que a técnica é recomendada para combate no modo ofensivo com o
incêndio na fase de desenvolvimento (pré-flashover).
Devido ao curto alcance do neblinado amplo, a técnica é recomendada para
ambientes pequenos, como quartos de uma residência de classe média, ou no deslocamento
da entrada até o cômodo sinistrado quando o teto for baixo (pé direito normal de 2,5 a 3m).
Não confundir com modo ofensivo e defensivo de combate.
70
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
71
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
i) “penciling”
O penciling assemelha-se ao “jato mole”, entretanto, consiste em pulsos com
abertura um pouco maior do fluxo de água, permitindo lançar “porções” de água sobre a fase
sólida em queima.
Estando dentro da edificação e não tendo a necessidade de disparar um ataque
direto ao foco pelas suas dimensões, e para evitar o dano ocasionado pelo jato, usa-se o
penciling, que pode ser casado com pulsos neblinados para resfriar a capa térmica, que
chamamos de abordagem pulse-penciling.
Não confundir com modo ofensivo e defensivo de combate.
72
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
73
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
debelar as chamas é necessário absorver uma enorme quantidade de calor. Para isso,
emprega-se a técnica do pulso longo de alta vazão ou “ZOTI”.
Com a pressão entre 7-9 Kgf/cm2, ajusta-se a vazão para 125gpm (470lpm)19 e o
jato para neblinado estreito. Mirando o ponto mais distante do cômodo, abre-se o fluxo de
água pintando, entre a linha do teto e do piso, uma das letras Z,O,T ou I conforme as
dimensões do cômodo.
- Para cômodos com 30m2 – Z.
- Para cômodos com 20m2 – O.
- Para cômodos com 10m2 – T.
- Para corredores – I.
As letras são um meio prático de determinar o tempo de abertura do esguicho para,
na regulagem indicada, lançar água em quantidade suficiente para absorver o calor gerado
no cômodo.
Após uns 30 segundos, repete-se o procedimento até que sejam debeladas as
chamas.
Devido à alta vazão, no emprego dessa técnica deve-se cuidar para fechar
lentamente o fluxo de água a fim de evitar a ruptura de mangueiras pelo golpe de aríete.
Caso o ambiente sinistrado seja muito grande, mais linhas podem efetuar o
procedimento combinadamente ou pode ser usado em sessões do ambiente.
Observação:
Por isso é importante que a vazão da viatura seja de pelo menos 500lpm para uma
linha de ataque.
Importantíssimo atentar para o posicionamento da linha em relação ao incêndio
para que a técnica não “sopre” o fogo para cômodos e combustíveis ainda não afetados. O
posicionamento correto no combate é entre a parte não queimada e o fogo, atacando-o de
forma a “empurrá-lo” para fora.
74
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
l) Proteção de Rollover:
125 GPM com abertura total do esguicho e com um jato neblinado O auxiliar puxa
a mangueira e o chefe estende o braço ao máximo que conseguir.
75
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
76
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
Entendemos abordagem
como as ações de aproximação,
abertura de acesso(s) e penetração
em um ambiente sinistrado.
Ao se chegar a uma porta
fechada dentro de uma edificação
sinistrada, os bombeiros na linha
de ataque devem proceder com
cautela, haja vista que toda
ventilação provoca aceleração da
queima e aumento da taxa de
liberação de calor, além de poder
acarretar em fenômenos de
comportamento extremo do fogo.
Diante disso, os
bombeiros devem proceder uma
verificação perimetral da porta
procurando por sinais que
indiquem a condição do interior do
cômodo. É necessário que se
verifique em qual fase de
desenvolvimento o fogo está, em qual regime de queima ele se encontra (se limitado pelo
combustível ou pela ventilação). A temperatura da porta deve ser checada à procura de
indícios que demonstrem a presença e altura da capa térmica. A coloração, densidade,
opacidade e velocidade da fumaça devem ser checadas.
Sempre que os bombeiros se depararem com uma porta pirolisando pelo lado
externo, devem resfriá-la com jato mole a fim de preservá-la. A perda da porta significa
perda do controle sobre a ventilação do foco que está por trás dela.
77
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
Para a confirmação das suspeitas, é necessário efetuar a abertura de uma porta para
confirmação visual da condição no interior do cômodo. Para isso, procede-se da seguinte
forma:
1. O jato deve ser regulado para neblinado estreito, para que passe na pequena
abertura da porta;
2. O operador do esguicho lança dois pulsos neblinados curtos sobre a porta,
visando deixar em suspensão uma neblina de água na região superior próxima à porta.
Ao proceder a abertura, os gases aquecidos que escapam terão menos chance de se
inflamarem, já que se misturarão à neblina e perderão calor ao mesmo tempo em que a
neblina transforma-se em vapor, diluindo os gases;
3. O auxiliar da linha, posicionado para a abertura da porta de modo protegido, abre
a porta deixando à mostra uma pequena fresta;
4. Pela fresta o operador do esguicho lança um pulso neblinado médio na parte
superior da abertura enquanto visualiza as condições no interior.
Conforme as condições confirmadas, a abordagem prossegue de modo diferente.
Não esqueça que a porta é um limitador da ventilação e um instrumento de controle
OBSERVAÇÃO
linha se posiciona no lado da dobradiça
(DD), Quando a porta abrir para o lado
ROTATIVA
de fora, o chefe de linha, que segura o
esguicho fica do lado da fechadura
TATO
(FF).
AGUAR
78
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
TATO AGUAR
79
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
Procedimentos:
a) P.O.R.T.A.
b) Pulsos: dois curtos – um acima de cada
integrante da linha e um pulso médio pelo
vão da porta. Repita o procedimento até
que o plano neutro suba.
Características:
a) Fumaça cáqui
b) Saindo em lufada (ou pulsos) pelas
frestas superiores das portas e janelas
c) Ar sendo sugado pelas frestas
inferiores
d) Oleosidade nos vidros
e) Sons abafados no interior (efeito
algodão)
f) Ambiente fechado, subventilado;
g) Sem luminosidade de chamas
h) Sem crepitar de chamas
i) Plano neutro no piso
Procedimentos:
a) P.O.R.T.A.
b) Pulsos: dois curtos – um acima de
cada integrante da linha e um pulso
médio pelo vão da porta
d) Saturação por neblina
80
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
FOCOS EM DESENVOLVIMENTO
81
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
82
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
Deve o bombeiro utilizar pulsos neblinados curtos. Os jatos devem ser disparados
em rajadas curtas para aproveitar uma maior superfície de resfriamento
Os pulsos devem ser distribuídos pela capa térmica e, na medida em que forem
disparados, deve o bombeiro aguardar alguns instantes e observar o efeito que a expansão do
vapor de água provocará para continuar no combate à fumaça ou não. Enquanto aguarda,
jatos curtos (penciling) podem ser direcionados ao foco.
Deve-se tomar o cuidado para não jogar água em excesso, tanto para não provocar
danos materiais como também para não abaixar o nível da capa de fumaça pela expansão do
vapor d’água. O objetivo não é abaixar a fumaça. Isso provocará a diminuição da
visibilidade. A meta é tão somente o resfriamento dos combustíveis da fumaça para que não
entrem em ignição. Outro risco de jogar água em excesso é que se a capa de fumaça abaixar
demais pode sufocar possíveis vítimas que se encontrem no ambiente ou nos ambientes
anexos.
Uma vez estabilizado, o ambiente ele pode ser penetrado para a extinção do foco
por penciling ou até jato mole.
FOCOS INCUBADOS
83
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
84
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
A abertura da porta dá-se como nos passos 1 a 4 no início do tópico. Por meio da
checagem visual no interior do ambiente, é possível confirmar as suspeitas da condição no
interior do cômodo.
O auxiliar deve efetuar a abertura da porta abaixado e protegido pela porta,
firmando-a para que não se abra de repente por causa da força da explosão, caso ocorra. Se a
porta tiver a abertura para dentro do cômodo, a operação da porta deve ser feita com o
auxílio de um cabo preso à maçaneta possibilitando que o auxiliar a opere sem que fique na
linha de abertura da porta.
Os passos 1 a 4 devem ser repetidos até que o aspecto da fumaça esteja indicando
uma menor combustibilidade. Verifica-se isso pela fumaça mais clara (cinza), menos densa,
menos opaca e movendo-se de forma menos turbulenta.
Em seguida, caso necessário, deve ser utilizada a técnica de saturação com neblina
pela parte superior da porta, até que o ambiente permita a entrada dos bombeiros.
Significando que a fumaça já está em condição de queimar, faltando apenas o
comburente, por isso ela queima assim que alcança o exterior.
Assim que os sinais de risco diminuir, a porta deve começar a ser aberta lentamente
enquanto o operador do esguicho procura saturar a região superior do cômodo nas
imediações da porta na parte interna com pulso neblinado médio.
A intenção dessa neblina é diminuir a combustibilidade da fumaça próxima à porta,
que vai ter contato com o oxigênio, e o resfriamento para abaixar a temperatura aquém do
ponto de ignição.
Uma vez que o ambiente foi abordado, ele deve ser dominado. Em um ambiente em
queima lenta, o calor e a fumaça devem ser dissipados para prevenir novas ignições. Isso
deve ser feito por meio de uma das técnicas de ventilação. Os possíveis focos devem ser
resfriados para que não entrem em ignição à medida que a fumaça for expulsa.
85
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CTSP
COORDENAÇÃO TÁTICAS DE COMBATE A INCÊNDIO I
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
SÃO PAULO. Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Coletânea
de Manuais Técnicos de Bombeiros, Títulos 23, 32, 42. São Paulo: 2006.
86