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CORPO DE MILITAR

ACADEMIA DE BOMBEIRO MILITAR

ATENDIMENTO PRE-HOSPITALAR 1

Organizador:
Ten Cel QOEM Isandré Antunes de Souza
1º Ten QTBM ADELIR CEMIN

Atualizado 2021/1
Cap QOEM Ricardo Coelho

CADERNO TEMÁTICO DE
Porto Alegre/RS
2021
ACADEMIA DE BOMBEIRO MILITAR – ABM
ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR 1

ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR - 2

Comandante Geral do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio Grande do Sul


CEL QOEM César Eduardo Bonfanti

Diretor da Academia de Bombeiro Militar


Cel QOEM Carlos Alberto da Silva Souto

Organizador
Ten Cel QOEM Isandré Antunes de Souza
1º Ten QTBM Adelir Cemin

Atualizado 2021/1
Cap QOEM Ricardo Coelho

Porto Alegre / 2021

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ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR 1

LISTA DE SIGLAS

ACE Atendimento Cardiovascular de Emergência


ACLS Advanced Cardiac Life Support
AHA American Heart Association
APH Atendimento pré-hospitalar
AVC Acidente Vascular Cerebral
AVE Acidente Vascular Encefálico
BLS Basic Life Support
CAB Circulation, Airway, Breathing
CABD Circulation, Airway, Breathing, Defibrillation
CAQP Capacitação anual de qualificação profissional
CDT Controle Direcionado de Temperatura
DC Débito cárdico
DEA Desfibrilador Externo Automático
EAD Educação a distância
EPI Equipamento de Proteção Individual
FV Fibrilação ventricular
IAM Infarto Agudo do Miocárdio
OVACE Obstrução de Via Aérea por Corpo Estranho
PCR Parada cardiorrespiratória
PCREH Parada cardiorrespiratória Extra-hospitalar
PHTLS Prehospital Trauma Life Support
RCP Reanimação cardiorrespiratória
SAMU Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
SAV Suporte Avançado de Vida
SBV Suporte Básico de Vida
SENASP Secretária Nacional de Segurança Pública
SME Serviço Médico Especializado
SNC Sistema Nervoso Central
SNP Sistema Nervoso Periférico
SNS Sistema Nervoso Somático
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SNV Sistema Nervoso Visceral


SOBRASA Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático
SUS Serviço Único de Saúde
SvAPH Serviço de Atendimento Pré-Hospitalar
TCE Traumatismo Crânio-encefálico
TV Taquicardia ventricular
TVSP Taquicardia ventricular sem pulso
UTI Unidade de Tratamento Intensivo

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ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR 1

SUMÁRIO

CONTEXTUALIZAÇÃO .............................................................................................. 9

LIÇÃO 1 - ASPECTOS BÁSICOS DO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR .......... 12

1 CONCEITUALIZAÇÃO .......................................................................................... 12

1.1 Atendimento Pre-Hospitalar - APH .................................................................. 12

1.2 Socorrismo ........................................................................................................ 13

1.3 Emergencista .................................................................................................... 13

1.4 Ocorrência ......................................................................................................... 13

1.5 Atendimento Pré-Hospitalar Móvel.................................................................. 13

1.6 Suporte Básico De Vida – SBV ........................................................................ 14

1.7 Suporte Avançado de Vida – SAV ................................................................... 14

1.8 Emergência & Urgência .................................................................................... 14

1.9 Estrela da Vida – Significado ........................................................................... 15

LIÇÃO 2 - HISTÓRICO DO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR ........................... 17

2 HISTÓRICO DO APH NO MUNDO ....................................................................... 18

2.1 A era Florence nas guerras .............................................................................. 19

2.2 Cruz vermelha ................................................................................................... 20

2.3 APH no Brasil .................................................................................................... 21

2.4 APH no Rio Grande Do Sul .............................................................................. 22

2.5 Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU .................................... 22

LIÇÃO 3 - LEGISLAÇÃO E ASPECTOS BIOÉTICOS DO APH .............................. 24

3 LEGISLAÇÃO APLICÁVEL AO APH NO BRASIL ................................................ 24

3.1 Humanização no Atendimento Pré-Hospitalar ............................................... 27

LIÇÃO 4 - EQUIPAMENTOS BÁSICOS UTILIZADOS NO APH ............................. 29

4 TIPOS DE EQUIPAMENTOS................................................................................ 29
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4.1 Equipamentos para avaliação do paciente ..................................................... 30

4.2 Equipamentos de Proteção Individual ............................................................ 30

4.3 Equipamentos para reanimação cárdio-pulmonar ......................................... 30

4.4 Equipamentos para curativos .......................................................................... 31

4.5 Equipamentos para imobilização .................................................................... 31

4.6 Equipamentos para extração veicular............................................................. 32

4.7 Equipamentos diversos.................................................................................... 33

LIÇÃO 5 - NOÇÕES BÁSICAS DE ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA ............ 34

5 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA .................................................................. 34

5.1 Posição Anatômica ........................................................................................... 34

5.1.1 Planos anatômicos ......................................................................................... 35

5.1.2 Quadrantes abdominais e órgãos ................................................................... 36

5.2 O corpo humano e seus sistemas ................................................................... 36

5.2.1 Sistema Tegumentar....................................................................................... 37

5.2.2 Sistema Esquelético ....................................................................................... 37

5.2.2.1 Divisão anatômica do esqueleto ................................................................... 38

5.2.3 Sistema Respiratório....................................................................................... 40

5.2.4 Sistema Cardiovascular .................................................................................. 40

5.2.4.1 Sangue ......................................................................................................... 41

5.2.4.2 Coração ........................................................................................................ 41

5.2.4.3 Vasos sanguíneos ........................................................................................ 42

5.2.4.4 Circulação sanguínea ................................................................................... 43

5.2.5 Sistema Nervoso ............................................................................................ 43

5.2.5.1 Sistema Nervoso Central – SNC .................................................................. 44

5.2.5.2 Sistema Nervoso Periférico – SNP ............................................................... 44

5.2.5.3 Sistema Nervoso Visceral – SNV ................................................................. 45

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5.2.5.4 Sistema Nervoso Somático – SNS ............................................................... 46

LIÇÃO 6 - PROCEDIMENTOS DE BIOSSEGURANÇA ........................................... 47

6 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 47

6.1 Conceitos........................................................................................................... 48

6.2 Uso de EPI ......................................................................................................... 49

6.3 Descarte adequado de perfurocortantes ........................................................ 50

6.4 Higienização e desinfecção de viaturas e material de APH .......................... 50

6.4.1 Desinfecção e descontaminação dos pisos e paredes das viaturas (VTRs)... 51

6.4.2 Desinfecção de Materiais de APH .................................................................. 52

6.5 Observações gerais .......................................................................................... 53

LIÇÃO 7 - AVALIAÇÃO INICIAL E DIRIGIDA DO PACIENTE ................................ 55

7 AVALIAÇÃO PRÉ-HOSPITALAR DE PACIENTES .............................................. 55

7.1 Avaliação da cena ............................................................................................. 55

7.2 Avaliação primária e secundária ..................................................................... 56

7.2.1 Avaliação Primária .......................................................................................... 57

7.2.2 Avaliação Secundária (Histórico e exame físico detalhado) ........................... 64

LIÇÃO 8 - SINAIS VITAIS......................................................................................... 66

8 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 66

8.1 Pulso .................................................................................................................. 67

8.2 Respiração......................................................................................................... 68

8.3 Temperatura ...................................................................................................... 70

8.4 Pressão Arterial ................................................................................................ 71

8.5 Níveis de dor ..................................................................................................... 73

LIÇÃO 9 – SUPORTE BÁSICO DE VIDA – SBV ..................................................... 74

9 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 74

9.1 Obstrução de Vias Aéreas por Corpo Estranho - OVACE ............................. 74

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9.2 Parada Cardiorespiratória - PCR e Reanimação Cardiopulmonar – RCP .... 78

9.2.1 Suporte básico de vida em criança e bebê ..................................................... 83

9.2.2 PCR/RCP em Afogamento ............................................................................. 84

9.2.3 Suporte Básico de Vida no Seco - Areia ou Piscina ....................................... 85

9.3 Desfibrilador Externo Automático - DEA ........................................................ 88

LIÇÃO 10 – EMERGÊNCIAS CLINICAS .................................................................. 92

10 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 92

10.1 Acidente Vascular Cerebral ........................................................................... 92

10.2 Convulsões, epilepsia e perdas de consciência .......................................... 96

10.2.1 Convulsões e epilepsia ................................................................................... 96

10.3 Perdas de consciência (Desmaio) ............................................................... 100

10.4 Oxigenoterapia .............................................................................................. 103

10.5 Hipertensão ................................................................................................... 105

10.6 Infarto Agudo Do Miocárdio – IAM .............................................................. 106

LIÇÃO 11 – EMERGENCIAS EM OPERAÇÕES TÁTICAS ................................... 109

11 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 109

11.1 Componentes práticos do serviço médico de operações táticas ............ 110

11.2 Zona de Operação......................................................................................... 111

11.3 Considerações adicionais ............................................................................ 113

11.4 APH tático no Brasil ..................................................................................... 114

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ....................................................................... 116

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CONTEXTUALIZAÇÃO

A atividade de bombeiros militar se caracteriza pelo atendimento de


ocorrências nas mais variadas e adversas situações.
Apesar de não atuar de forma efetiva em todos os Batalhões de Bombeiro
Militar do Estado, uma das especialidades que compõem a universalidade do
atendimento operacional do Corpo de Bombeiros Militar, destaca-se o serviço de
Atendimento Pré-hospitalar.
A atividade de Atendimento Pré-hospitalar abrange a assistência às vítimas
de acordo protocolos estipulados em acidentes de trânsito, em locais sinistrados,
afogamentos, em situações de emergências clinicas e traumas em geral.
Conforme a SENASP (2015), o trauma e as emergências clínicas são
responsáveis anualmente por várias mortes e sequelas irreparáveis aos
acidentados. O custo das internações é muito alto para o Estado ou para a família
dos pacientes. Estes fatos não podem ser desconsiderados e, não só o Governo,
mas todos os cidadãos devem contribuir para melhorar este quadro, tanto em
relação à prevenção de acidentes e doenças quanto no socorro aos acidentados.
O atendimento em nível pré-hospitalar teve um crescimento considerável nos
últimos anos, sendo considerado um problema de saúde pública. Nas cidades do
Rio Grande do Sul, que possuem o serviço do Corpo de Bombeiros, a atividade de
atendimento em emergências pré-hospitalares significa uma parcela significativa das
ações executadas e tem um grande reconhecimento da população.
De acordo com a Portaria 2048/GM/MS (2002), a área de Urgência e
Emergência constitui-se em um importante componente da assistência à saúde. A
crescente demanda por serviços nesta área nos últimos anos, devido ao crescimento
do número de acidentes e da violência urbana e à insuficiente estruturação da rede,
são fatores que têm contribuído decisivamente para a sobrecarga de serviços de
Urgência e Emergência disponibilizados para atendimento da população.
O conhecimento referente à identificação das principais lesões da vítima,
garantem condições ao bombeiro de atuar com eficácia e eficiência na busca da
melhores ações de atendimento, zelando pela remoção do paciente de forma
adequada.
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Segundo a Portaria 2048 (2002), que regula o atendimento de urgência e


emergência no Brasil, o Corpo de Bombeiros são profissionais que Fazem o resgate
de vítimas de locais ou situações que impossibilitam o acesso da equipe de saúde.
Podem realizar suporte básico de vida, com ações não invasivas, sob supervisão
médica direta ou à distância, obedecendo aos padrões de capacitação e atuação
previstos neste Regulamento.
Tendo as seguintes competência e atribuições:
Avaliar a cena do evento, identificando as circunstâncias da ocorrência e
reportando-as ao médico regulador ou à equipe de saúde por ele designada;
Identificar e gerenciar situações de risco na cena do acidente, estabelecer a
área de operação e orientar a movimentação da equipe de saúde;
Realizar manobras de suporte básico de vida, sob orientação do médico
regulador;
Obter acesso e remover a/s vítima/s para local seguro onde possam receber o
atendimento adequado pela equipe de saúde e se solicitado pela mesma ou
designado pelo médico regulador transportar as vítimas ao serviço de saúde
determinado pela regulação médica;
Estabilizar veículos acidentados;
Avaliar as condições da vítima, identificando e informando ao médico
regulador as condições de respiração, pulso e consciência, assim como uma
descrição geral da sua situação e das circunstâncias da ocorrência, incluindo
informações de testemunhas;
Realizar manobras de desencarceramento e extração manual ou com
emprego de equipamentos especializados de bombeiro;
Conhecer as técnicas de transporte do paciente traumatizado;
Manter vias aéreas pérvias com manobras manuais e não
invasivas,administrar oxigênio e realizar ventilação artificial;
Realizar circulação artificial por meio da técnica de compressão torácica
externa;
Controlar sangramento externo, por pressão direta, elevação do membro e
ponto de pressão, utilizando curativos e bandagens;
Mobilizar e remover pacientes com proteção da coluna vertebral, utilizando
colares cervicais, pranchas e outros equipamentos de imobilização e transporte;
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Aplicar curativos e bandagens;


Imobilizar fraturas utilizando os equipamentos disponíveis;
Prestar o primeiro atendimento à intoxicações, de acordo com protocolos
acordados ou por orientação do médico regulador;
Dar assistência ao parto normal em período expulsivo e realizar manobras
básicas ao recém nato e parturiente;
Conhecer e saber operar todos os equipamentos e materiais pertencentes a
veículo de atendimento;
Conhecer e usar equipamentos de bioproteção individual;
Preencher os formulários e registros obrigatórios do sistema de atenção às
urgências e do serviço;
Realizar triagem de múltiplas vítimas, quando necessário ou quando solicitado
pela equipe de saúde;
Participar dos programas de treinamento e educação continuada.
A padronização e nivelamento de métodos possibilitam a minimização dos
efeitos dos traumas ou lesões sofridas, permitindo, quando da entrada em ambiente
hospitalar, uma atenção continuada de forma adequada e resolutiva.
O curso Emergencista Pré-hospitalar tem como finalidade a preparação de
profissionais no primeiro atendimento a acidentados, fora do ambiente hospitalar. A
nobre missão de salvar requer conhecimentos técnicos específicos de primeiros
socorros, portanto, o Emergencista é a pessoa mais valiosa no primeiro atendimento
fora do hospital, diminuindo as complicações que poderiam prolongar a recuperação
ou resultar na incapacidade definitiva do paciente (SENASP, 2015).

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LIÇÃO 1 - ASPECTOS BÁSICOS DO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR

Fonte: https://www.bordadosrl.com.br/profissoes/12254-estrela-da-vida.html

Objetivos:
Ao final desta lição você será capaz de:

Conhecer e compreender os conceitos básicos de APH, saber a diferença entre


urgência e emergência.

1 CONCEITUALIZAÇÃO

A SENASP (2015) apresenta alguns conceitos importantes que devem ser


observados no serviço de atendimento Pré-Hospitalar, conforme descrito abaixo.

1.1 Atendimento Pré-Hospitalar - APH

São cuidados imediatos prestados a uma pessoa cujo estado físico coloca em
perigo a sua vida ou a sua saúde com o fim de manter as suas funções vitais e evitar
o agravamento de suas condições, até que receba assistência médica
especializada.

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É o procedimento de socorro realizado fora do hospital, de natureza clínica


e/ou traumática.
O serviço de Atendimento Pré-hospitalar (APH) envolve todas as ações
efetuadas com o paciente, antes da chegada dele ao ambiente hospitalar.
Compreende, portanto, três etapas: assistência ao paciente na cena (no local da
ocorrência); transporte do paciente até o hospital; chegada do paciente ao hospital.

1.2 Socorrismo

Conjunto de meios que podem ser aplicados para levar auxílio às pessoas em
perigo. São os procedimentos prestados, inicialmente, àqueles que sofreram
acidente ou doença, com a finalidade de evitar o agravamento do estado da vítima,
até a chegada de ajuda especializada.

1.3 Emergencista

É a pessoa tecnicamente capacitada para, com segurança, avaliar e


identificar problemas que comprometam a vida. Cabe ao emergencista prestar o
adequado socorro pré-hospitalar e o transporte do paciente sem agravar as lesões já
existentes.

1.4 Ocorrência

Evento causado pelo homem, de forma intencional ou acidental, por


fenômenos naturais, ou patologias, que podem colocar em risco a integridade de
pessoas ou bens e requer ação imediata de suporte básico de vida, a fim de
proporcionar melhor qualidade de vida ou sobrevida aos pacientes, bem como evitar
maiores danos à propriedade ou ao meio ambiente.

1.5 Atendimento Pré-Hospitalar Móvel

Considera-se como nível pré-hospitalar móvel na área de urgência, o


atendimento que procura chegar precocemente à vítima, após ter ocorrido um
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agravo à sua saúde (de natureza clínica, cirúrgica, traumática, inclusive as


psiquiátricas), que possa levar a sofrimento, sequelas ou mesmo à morte
(PORTARIA 2048, 2002).

1.6 Suporte Básico De Vida – SBV

O Suporte Básico de Vida (SBV), oferecido aos pacientes no ambiente extra-


hospitalar, consiste no reconhecimento e na correção imediata da falência dos
sistemas respiratório e/ou cardiovascular, ou seja, a pessoa que presta o
atendimento deve ser capaz de avaliar e manter a vítima respirando, com batimento
cardíaco e sem hemorragias graves, até a chegada de uma equipe especializada.
Ao iniciar o suporte básico estará garantindo por meio de medidas simples,
não invasivas e eficazes de atendimento as funções vitais do paciente e evitando o
agravamento de suas condições.

1.7 Suporte Avançado de Vida – SAV

O Suporte Avançado à Vida (SAV), caracteriza-se pela realização de


procedimentos invasivos de suporte ventilatório e circulatório, como, por exemplo, a
intubação orotraqueal, acesso venoso e administração de medicamentos.
Geralmente, o suporte avançado é prestado por equipe composta por médico e
enfermeiro.
São inúmeras as situações de urgências e emergências que necessitam do
atendimento de um profissional de saúde ou de um socorrista especializado:
traumatismos, queimaduras, doenças cardiovasculares, parada cardiorrespiratória,
crise convulsiva, afogamento, intoxicações etc. Para cada caso específico, o
profissional deverá estar apto a prestar um socorro adequado e de qualidade.

1.8 Emergência & Urgência

Embora sejam muitas vezes usados como sinônimos, os termos urgência e


emergência não significam a mesma coisa.

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Emergência - Segundo o Conselho Federal de Medicina (Resolução CFM nº


1451/95), emergência é entendido como “a constatação médica de condições de
agravo à saúde que impliquem em risco iminente de vida ou sofrimento intenso,
exigindo, portanto, tratamento médico imediato.”
A emergência geralmente implica estarmos diante de uma situação de
aparecimento súbito e imprevisto, grave, crítica e que exige ação imediata, pois a
ameaça à vida é grande.
Exemplo de emergência: hemorragias graves, paradas respiratórias e
cardiovasculares, Acidente Vascular Encefálico (AVE), Infarto Agudo do Miocárdio
(IAM).
Urgência - Segundo o Conselho Federal de Medicina (Resolução CFM nº
1451/95), “define-se por urgência a ocorrência imprevista de agravo à saúde com ou
sem risco potencial de vida, cujo portador necessita de assistência médica imediata.”
De forma mais objetiva, a urgência é uma situação onde não existe risco
imediato à vida (ou risco de morte). O atendimento requer rapidez, mas o paciente
pode aguardar tratamento definitivo e solução em curto prazo (algumas literaturas se
referem a um prazo de até 24 horas).
Exemplo de urgência: Fraturas sem perda de muito sangue, desmaio, Trauma
leve.
Ou seja a emergência é mais grave que a urgência, mas os dois requerem
atendimento o mais rápido possível.

1.9 Estrela da Vida – Significado

Segundo a BIOSEG (2015) a 'Estrela da Vida' é composta por seis faixas,


tendo localizado no seu centro, ao alto, um bastão com uma serpente enrolada.
O bastão com a serpente enrolada, colocado no centro da estrela, simboliza a
saúde.

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A 'Estrela da Vida' tem seis


faixas e não mais nem menos, pois são
as fases que constituem um ciclo
completo de ações em Emergência
Médica. Com efeito, enunciando-as de
cima para baixo, seguindo o movimento
dos ponteiros do relógio, teremos:

Fonte: http://segmaps2015.blogspot.com/2015/08/estrela-da-vida-significado.html

1 - Detecção - Visualização do acidente;


2 - Alerta - Chamar equipe de Resgate;
3 - Pré-socorro - Atendimento básico (isolar local, sinais vitais, massagem
cardíaca, entre outros)
4 - Socorro no local do acidente - Realizado por profissionais habilitados,
qualificados do serviço de resgate;
5 - Cuidados durante o transporte - Realizado em carros devidamente
preparados e equipados e com acompanhamento de profissionais;
6 - Tratamento definitivo na Unidade de Saúde - Realizado em hospitais ou
pronto-socorros.

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LIÇÃO 2 - HISTÓRICO DO ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR

Fonte: https://www.fen.ufg.br/revista/v12/n3/v12n3a23.htm
Objetivos:
✓ Apresentar aos leitores o histórico do serviço de atendimento pré-hospitalar no
mundo, Brasil e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio Grande do Sul; e
✓ Apresentar como funciona o Serviço De Atendimento Móvel De Urgência –
SAMU.

Parábola do bom samaritano (Novo Testamento)


O detalhe da história é que o sacerdote e o levita nem ligam para o homem
que acabara de ser assaltado e agredido, mas o samaritano faz de tudo para salvar
esse homem.

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Fonte: http://palavraempratica.com.br/parabola-do-bom-samaritano/

2 HISTÓRICO DO APH NO MUNDO

Ramos (2005), cita alguns marcos históricos em ordem cronológicas que


marcaram e deram inicio ao atendimento pré-hospitalar no mundo.
Na época medieval (séc. XI), que se fala de socorristas pela primeira vez. Em
1100 D.C. – Normandos utilizam macas para transporte de enfermos;
1300 D.C – Ingleses utilizam carruagens pesadas para socorrer vítimas,
momento em que foi criada a primeira organização religiosa de cavaleiros, a ordem
de St. John, treinados especificamente para proporcionar cuidados médicos nos
campos de batalha;
Segundo Ramos (2015), o atendimento Pré-hospitalar realizado no local da
ocorrência, começa a ganhar força no período das grandes guerras, mais
precisamente no século XVIII, período napoleônico. Na pré-história o homem era
confrontado com diversas situações na qual requereria o uso de primeiros socorros.
Havia a necessidade de desenvolver métodos que permitissem tratar doenças e
lesões;
Em 1797, pessoas foram treinadas e equipadas para trabalhar longe dos
hospitais de campanha. Sua tarefa era administrar os primeiros socorros no campo
de batalha e, quando necessário remover a vítima para o hospital de campanha, em
carroças.

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1795
Fonte: D.C – Médico francês DOMINIQUE JEAN LARREY (pai do atendimento
http://ambulanciabrasil.blogspot.com/2016/04/historia-da-ambulancia-e-do-aph.html
Pré-Hospitalar), cria um sistema de atendimento dos feridos nos locais de batalha,
https://www.google.com/search?q=aph+guerra+napoleonica&source
utilizando carruagens leves, tornando-se o cirurgião chefe das tropas napoleônicas.

Fonte: http://ambulanciabrasil.blogspot.com/2016/04/historia-da-ambulancia-e-do-aph.html

2.1 A era Florence nas guerras

Em 1854, tem início a guerra da Crimeia, na qual o reino unido, França e


Turquia declararam guerra à Russia. Em condições precárias, a taxa de mortalidade
atinge 40% entre os soldados hospitalizados, FLORENCE e mais 38 voluntários por
ela treinadas partem paras os campos de Scutari. Incorporando-se ao atendimento,
a mortalidade cai para 2%, respeitada e adorada, torna-se referencia entre os
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ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR 1

combatentes e importante figura de decisão, estabelece as diretrizes a caminho para


a enfermagem moderna.
Apesar da contínua evolução das técnicas de socorrismo nas forças armadas,
estas apenas chegaram aos civis, ao resto da população em meados de século XIX
através, principalmente, da associação Cruz Vermelha.

2.2 Cruz vermelha

Criada em 1863 com o objetivo de fornecer ajuda aos soldados doentes e


feridos no campo. Em linha com esta, os soldados foram treinados para tratar seus
companheiros antes de os médicos chegaram;
Anos depois, um exército cirurgião veio com a ideia de civis de formação em
que foi chamado de "pré-tratamento médico".
O primeiro curso de primeiros socorros público foi realizado em Londres em
1878 logo após a criação da Cruz Vermelha.
Após a segunda guerra mundial, surge as ambulâncias com a finalidade de
transportar pessoas consideradas insanas, que precisavam ser transportadas com
segurança;
Na década de 50 e 60, na Guerra da Coréia e Vietnã, respectivamente,
implementou-se o uso de helicópteros com soldados com treinamento em primeiro
socorros;

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Fonte:http://ambulanciabrasil.blogspot.com/2
016/04/a-historia-do-helicoptero-como.html

Durante a guerra da Coréia, o uso do helicóptero obteve seu maior sucesso


transportando mais de 20.000 militares feridos. Na guerra do Vietnã este número
aumentou para mais de 370.000 soldados.

2.3 APH no Brasil

O Atendimento Pré-Hospital é dividido em dois momentos distintos. O


primeiro que se refere às iniciativas internacionais e as nacionais, desde a primeira
República até a criação do Projeto Resgate. Em seguida este é detalhado a partir de
sua criação no final dos anos 80 do século XX até a criação do Suporte Avançado à
Vida, em 1997 (RAMOS, 2015).
Em 1972 o departamento do Trabalho reconhece a profissão de socorrista.
Até 1990 o Brasil não dispunha de um sistema autêntico de atendimento e
legislação especifica sobre APH;

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Uma reestruturação do APH em nível nacional iniciou a partir de 1990 com a


criação de programas de enfrentamento às emergências e Traumas (PEET) pelo
Ministério da Saúde - MS.
A partir de1997, os Conselhos Federal e Regionais de Medicina, passam a
questionar a eficácia dos serviços de APH prestados pelo Corpo de Bombeiros;
Em 2002, cria-se a Portaria nº 2048, que regulamenta o atendimento das
Urgências e Emergências.
Portaria nº 2.048 (2002) prevê a estruturação dos Sistemas Estaduais de
Urgências e Emergências – envolvendo toda a rede assistencial de forma
regionalizada e hierarquizada, desde a rede pré-hospitalar fixa (unidades da atenção
primária da saúde e unidades não-hospitalares de atendimento às urgências e
emergências), SvAPH móvel até a rede hospitalar de alta complexidade, mediados
pelo mecanismo de Regulação Médica.

2.4 APH no Rio Grande Do Sul

1988 – Foi implantado na Capital, o Serviço de Atendimento de Emergências


(GAE), conhecido por Anjos da Guarda, equipe composta por bombeiros militares.
Eles que realizavam todo atendimento de urgência e emergência de Porto
Alegre.
Em 1995 chega o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU é
implantado em Porto Alegre;
Com o tempo o GAE deixa de existir.

2.5 Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (no Brasil também SAMU 192)


é um serviço de atendimento médico, utilizado em casos de emergência.
Idealizado na França, em 1965 como Service d'Aide Médicale d'Urgence , que
faz uso da mesma sigla "SAMU", e é considerado por especialistas como o melhor
do mundo. Em alguns idiomas, o termo SAMU significa Serviço de Atendimento
Medico de Urgência.

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No Brasil, é oferecido pelo governo federal brasileiro, em parceria com


governos estaduais e prefeituras, com a finalidade de prover o atendimento pré-
hospitalar à população.
O projeto piloto do SAMU brasileiro aconteceu em Porto Alegre e em Ribeirão
Preto.
Os atendimentos são realizados por equipes multidisciplinar, porem centrado
no médico;
A atuação do SAMU é conjunta com o Serviço de Segurança pública,
realizada pelo Corpo de Bombeiros, para ações de Resgate.
As ambulâncias do SAMU a serviço da população dividem-se em unidades de
suporte básico (USB) e unidades de suporte avançado (USA) ou UTI móvel.
Equipe de Suporte Básico de Vida (motorista, auxiliar ou técnico de
enfermagem) para cada 100 mil a 150 mil habitantes.
Equipe de Suporte Avançado de Vida (motorista, médico e enfermeiro) para
cada 400 mil a 450 mil habitantes.
Na atualidade o SAMU possui bases na maioria dos municípios do Rio
Grande do Sul e em todos os estados do Brasil, já o Corpo de Bombeiros Militar do
Rio Grande do Sul, são poucos os Batalhões que mantém em atividade o serviço de
APH.
Nos últimos anos, o tratamento pré-hospitalar tem evoluído a um ritmo sem
precedentes, isto deve-se às investigações médicas e ao equipamento, Porem o
objetivo do socorrismo hoje em dia, continua a ser o mesmo que no século XI
idealizado pelos cavaleiros.

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LIÇÃO 3 - LEGISLAÇÃO E ASPECTOS BIOÉTICOS DO APH

Fonte: http://www.enfermeiroaprendiz.com.br/entenda-os-principios-da-bioetica

Objetivos:

✓ Elencar as principais normas e regulamentos referentes ao APH no Brasil;


✓ Abordar os aspectos bioéticos relacionados ao APH; e
✓ Reflexão no quesito humanização do atendimento pré-hospitalar

3 LEGISLAÇÃO APLICÁVEL AO APH NO BRASIL

A Portaria 2048/GM/MS (2002) e a SENASP (2015), que regulam a


elaboração de planos nacionais de atendimento de urgências, regulamentação
técnica e criação de núcleos para capacitação de todos os profissionais envolvidos
no atendimento pré-hospitalar, estabelece que, entre as diversas competências dos
bombeiros militares citadas na portaria, as de maior relevância são: deslocar para a
cena do evento assim que forem acionados; realizar manobras de suporte básico de
vida; conhecer as técnicas de SBV, manter as vias aéreas permeáveis com técnicas
não invasivas, realizar compressão torácica para manter a circulação sanguínea;
mantendo o suporte básico de vida à vítima até a chegada do suporte médico
especializado.
Segunda a Portaria Supracitada os Bombeiros Militares são profissionais, com
nível médio, reconhecidos pelo gestor público da saúde para o desempenho destas
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atividades, em serviços normatizados pelo SUS, regulados e orientados pelas


Centrais de Regulação. Atuam na identificação de situações de risco e comando das
ações de proteção ambiental, da vítima e dos profissionais envolvidos no seu
atendimento, fazem o resgate de vítimas de locais ou situações que impossibilitam o
acesso da equipe de saúde. Podem realizar suporte básico de vida, com ações não
invasivas, sob supervisão médica direta ou à distância, obedecendo aos padrões de
capacitação e atuação previstos neste regulamento.
A Constituição Federal (1988), em seu Art. 5º relata que todos são iguais
perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade.
No Art. 196 da mesma norma, esta descrito que a saúde é direito de todos e
dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à
redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário
às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Art. 135 do Código penal (1940), omissão de socorro. Deixar de prestar
assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou
extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente
perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta
lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
Obs: O fato de chamar o socorro especializado, nos casos em que a pessoa
não possui um treinamento específico ou não se sente confiante para atuar, já
descaracteriza a ocorrência de omissão de socorro.
A SENASP (2015), relata algumas responsabilidades do Emergencista no
local da ocorrência, que incluem o cumprimento das seguintes atividades:
Utilizar os equipamentos de proteção individual (EPI´s);
Controlar o local do acidente de modo a proteger a si mesmo, sua equipe, o
paciente, e prevenir outros acidentes;
Obter acesso seguro ao paciente e utilizar os equipamentos necessários para
a situação;

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Identificar os problemas utilizando-se das informações obtidas no local e pela


avaliação do paciente;
Fazer o melhor possível para proporcionar uma assistência de acordo com
seu treinamento;
Decidir quando a situação exige a mobilização ou mudança da posição ou
local do paciente. O procedimento deve ser realizado com técnicas que evitem ou
minimizem os riscos de lesões adicionais;
Solicitar, se necessário, auxílio de terceiros presentes no local da emergência
e coordenar as atividades.
O Bombeiro Militar tem a responsabilidade pela profissão que exerce, ou
seja, poderá responder perante à justiça pelos atos prejudiciais resultantes de suas
atividades inadequadas, portanto, o Emergencista poderá ser processado e
responsabilizado se cometer os seguintes atos:
Imperícia - Ignorância, inabilidade, inexperiência.
Entende-se, no sentido jurídico, a falta de prática ou ausência de
conhecimentos, que se mostram necessários para o exercício de uma profissão ou
de uma arte qualquer. A imperícia, assim se revela na ignorância, como na
inexperiência ou na inabilidade acerca de matéria, que deveria ser conhecida, para
que se leve a bom termo ou se execute com eficiência o encargo ou serviço, que foi
confiado a alguém.
Exemplo: é imperito, o Emergencista que utilizar o reanimador manual, sem
executar corretamente, por ausência de prática, as técnicas de abertura das vias
aéreas, durante a reanimação.

Imprudência - Falta de atenção, imprevidência, descuido.


Resulta da imprevisão do agente ou da pessoa, em relação às conseqüências
de seu ato ou ação, quando devia e podia prevê-las.
Funda-se, pois, na desatenção culpável, em virtude da qual ocorreu um mal,
que podia e deveria ser atendido ou previsto pelo imprudente.
Em matéria penal, argüido também de culpado, é o imprudente
responsabilizado pelo dano ocasionado à vítima, pesando sobre ele a imputação de
um crime culposo.

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Exemplo: É imprudente o motorista que dirige um veículo de emergência


excedendo o limite de velocidade permitido na via.

Negligência - Desprezar, desatender, não cuidar.


Exprime a desatenção, a falta de cuidado ou de precaução com que se
executam certos atos, em virtude dos quais se manifestam resultados maus ou
prejudicados, que não adviriam se mais atenciosamente ou com a devida precaução,
aliás, ordenada pela prudência, fosse executada. A negligência, assim, evidencia-se
pela falta decorrente de não se acompanhar o ato com a atenção que se deveria.
Exemplo: É negligente o Emergencista que deixa de utilizar Equipamento de
Proteção Individual (EPI), em um atendimento no qual seu uso seja necessário.

3.1 Humanização no Atendimento Pré-Hospitalar

Podemos entender a humanização como valor, na medida em que se resgata


o respeito à vida humana, levando-se em conta as circunstâncias sociais, éticas,
educacionais e psíquicas presentes em todo relacionamento humano.
Humanizar o atendimento não é apenas chamar a vítima pelo nome, nem ter
um sorriso nos lábios constantemente, mas também compreender seus medos,
angústias e incertezas, dando-lhe apoio e atenção permanente.
O profissional humanizado deve apresentar algumas características que
tornam o atendimento a um traumatizado mais digno:
Focalizar não somente o objeto traumático, mas também os aspectos globais
que envolvem o paciente, não se limitando apenas às questões físicas, mas também
aos aspectos emocionais;
Manter sempre contato com a vítima, demonstrando empatia;
Dar atenção às queixas do paciente, buscando confortá-lo na tentativa de
amenizar a dor;
Sempre que possível, manter a vítima informada quanto aos procedimentos a
serem adotados;
Respeitar o modo e a qualidade de vida do traumatizado; e
Respeitar a privacidade e dignidade do paciente, evitando expor o mesmo
sem necessidade.
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Além do atendimento fraterno, humanizar também é procurar aperfeiçoar os


conhecimentos continuadamente, valorizando todos os elementos implicados no
evento assistencial, no sentido antropológico e emocional.
Na realidade, a humanização do atendimento, seja em saúde ou não, deve
valorizar o amor ao próximo, prestigiando a melhoria nos relacionamentos entre
pessoas em geral (SENASP, 2015).

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LIÇÃO 4 - EQUIPAMENTOS BÁSICOS UTILIZADOS NO APH

Fonte: https://www.equipamentosdeaph.com.br/password/

Objetivos:

✓ Identificar e conhecer os principais equipamentos de APH utilizados Pelo corpo


de bombeiros;
✓ Identificar e conhecer as funções de cada equipamento de APH; e
✓ Identificar e conhecer as diferenças e correta utilização de cada equipamento de
APH.

4 TIPOS DE EQUIPAMENTOS

Conforme a SENASP (2015), na realização do atendimento pré-hospitalar,


diversos equipamentos podem ser utilizados de acordo com sua função e
praticidade, a seguir serão apresentados os mais utilizados para avaliação do
paciente, para proteção individual, reanimação cardiopulmonar, imobilização e para
curativos:

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4.1 Equipamentos para avaliação do paciente

Lanterna pupilar;
Esfigmomanômetro;
Estetoscópio;
Oxímetro;
Termômetro.
Fonte:https://www.ecaphsmstreinamentos.com/fotos/equipamentos-do-curso-de-aph-socorrista

4.2 Equipamentos de Proteção Individual

Luvas descartáveis;
Máscaras faciais;
Óculos de proteção;
Avental;
Capacete de salvamento.

Fonte: https://www.ecaphsmstreinamentos.com/fotos/equipamentos-do-curso-de-aph-socorrista

4.3 Equipamentos para reanimação cárdio-pulmonar

Máscara de RCP de bolso;


Reanimadores manuais;
Cânulas orofaríngeas
Aspiradores portáteis.

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Fonte: https://www.ecaphsmstreinamentos.com/fotos/equipamentos-do-curso-de-aph-socorrista

4.4 Equipamentos para curativos

Ataduras de crepon;
Compressas de gaze;
Esparadrapo;
Bandagens triangular;
Solução fisiológica.

Fonte: https://www.ecaphsmstreinamentos.com/fotos/equipamentos-do-curso-de-aph-socorrista

4.5 Equipamentos para imobilização

Colar cervical;
Talas de imobilização (rígidas, infláveis, de papelão etc);
Macas rígidas longas;
KED (Colete de imobilização dorsal)

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Fonte: https://www.ecaphsmstreinamentos.com/fotos/equipamentos-do-curso-de-aph-socorrista

4.6 Equipamentos para extração veicular

Ferramenta para quebrar vidros;

Luvas de raspa de couro.

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4.7 Equipamentos diversos

Tesoura de ponta romba;

Kit obstétrico;

Carvão ativado;

Cobertor ou manta;

Bolsa de primeiros socorros.

Fonte: https://www.ecaphsmstreinamentos.com/fotos/equipamentos-do-curso-de-aph-socorrista

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LIÇÃO 5 - NOÇÕES BÁSICAS DE ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA

Fonte: http://www.unama.br/noticias/feira-de-anatomia-estimula-o-olhar-investigativo-dos-alunos

Objetivos:

✓ Identificar as partes do corpo de acordo com a terminologia topográfica;


✓ Apresentar os aspectos importantes das camadas do tecido epitelial;
✓ Descrever as características e funções do sistema esquelético;
✓ Listar os principais órgãos que formam o sistema respiratório e suas funções;
✓ Enumerar os componentes do sistema cardiovascular e suas funções; e
✓ Listar os componentes do sistema nervoso e suas funções.

5 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA

Anatomia - Ciência que estuda a estrutura e a forma dos seres organizados e


a relação entre seus órgãos, bem como a disposição destes.
Fisiologia - Ciência que estuda as funções orgânicas e os processos vitais
dos seres vivos.

5.1 Posição Anatômica

Posição Anatômica é a posição padronizada de descrição do organismo,


empregando-se os termos de posição e direção.

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O corpo humano deverá estar em:

✓ Em posição ortostática;
✓ Com a face voltada para frente;
✓ Com o olhar dirigido para o horizonte;
✓ Com os membros superiores estendidos
ao longo do tronco;
✓ Com as palmas voltadas para frente;
✓ Com os membros inferiores unidos.

5.1.1 Planos anatômicos

O corpo humano é dividido em:

✓ Cabeça;
✓ Pescoço;
✓ Tronco; e
✓ Membros.

Fonte: https://sites.google.com/site/nerdstambemcolam/home/anatomia-planos-eixos

Nos membros empregam-se termos especiais de posição:


Proximal: situado mais próximo à raiz do membro;
Médio: situado entre proximal e distal; e
Distal: situado mais distante da raiz do membro.
Além desta divisão, para identificar as partes do corpo humano, são definidos os
planos anatomicos:
Plano mediano - direito e esquerdo
Plano transversal - superior e inferior
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Plano frontal - anterior (ventral) e posterior (dorsal)

5.1.2 Quadrantes abdominais e órgãos

Fonte: http://bombeiroswaldo.blogspot.com/2014/09/quadrantes-abdominais-qsd-quadrante.html

5.2 O corpo humano e seus sistemas

O funcionamento do corpo humano pode ser melhor entendido quando são


estudados os seguintes sistemas (SENASP, 2015):

✓ Sistema Tegumentar
✓ Sistema Esquelético
✓ Sistema Respiratório
✓ Sistema Cardiovascular
✓ Sistema Nervoso

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Fonte: https://www.anatomiadocorpo.com/esqueleto-humano-sistema-
5.2.1 Sistema Tegumentar
esqueletico-ossos
https://www.google.com/search?biw=1366&bih=657&tbm
Sistema que inclui a pele e seus anexos, proporcionando ao corpo um
revestimento protetor que contém terminações nervosas sensitivas e participa da
temperatura corporal, além de cumprir outras funções.
Pele - Maior órgão do corpo humano. No adulto sua área total atinge
aproximadamente 2m², apresentando espessura variável (1 a 4 mm) conforme a
região.
A distensibilidade é outra característica da pele que também varia de região
para região.
A pele tem como funções:
✓ Proteção;
✓ Regulação da temperatura;
✓ Excreção; e
✓ Produção de vitamina D.

 pele é dividida em camadas:


Epiderme: camada mais superficial da pele;
Derme: camada subjacente à epiderme, tendo sob ela a tela subcutânea.

5.2.2 Sistema Esquelético

É um conjunto de ossos e cartilagens que se unem através de articulações,


para formar o arcabouço do corpo e desempenhar várias funções, sendo composto
de 206 ossos.
As funções do sistema esquelético são:
✓ Proteção dos órgãos e tecidos;
✓ Sustentação e conformação do corpo;
✓ Armazenamento de minerais essenciais;
✓ Inserção de músculos;
✓ Permitir a realização de movimentos;
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✓ Conferir rigidez e resistência ao corpo; e


✓ Produção de certas células sangüíneas.
Os ossos é um tecido conjuntivo mineralizado vivo, altamente vascularizado,
e em constante transformação.
Classificação quanto à forma:
Ossos Longos: o comprimento predomina sobre a largura e a espessura.
fêmur, rádio, ulna, tíbia, falanges
Ossos Curtos: as três dimensões equivalem-se.
Tarso e carpo
Ossos Laminares: o comprimento e largura equivalem-se, predominando
sobre a espessura.
Escápula, ossos do crânio e ossos do quadril
Ossos Irregulares: apresentam uma morfologia complexa, onde não
há correspondência nas formas geométricas.
Temporal, vértebras
Ossos pneumáticos: apresentam uma ou mais cavidades de volume
variado, revestido de mucosa e contendo ar.
Frontal, temporal, maxilar

5.2.2.1 Divisão anatômica do esqueleto

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Fonte: https://www.anatomiadocorpo.com/esqueleto-humano-sistema-esqueletico-ossos
https://www.anatomiadocorpo.com/esqueleto-humano-sistema-esqueletico-
ossos
Crânio - O crânio possui duas divisões principais:
Caixa encefálica (crânio propriamente dito): composto por 08 ossos largos e
irregulares que se fundem formando a cobertura que protege o encéfalo.
Face: composta por 14 ossos que se fundem para dar sua forma.

Fonte: https://www.anatomiadocorpo.com/esqueleto-humano-sistema-esqueletico-ossos
https://www.anatomiadocorpo.com/esqueleto-humano-sistema-esqueletico-
ossosColuna vertebral
Estrutura óssea central, composta de 33 vértebras, dividida em cinco regiões:

Coluna cervical (pescoço):


composta de 07 vértebras;

Coluna torácica (parte superior do


dorso): composta de 12 vértebras;

Coluna lombar (parte inferior do


dorso): composta de 05 vértebras;

Coluna sacral (parte da pelve):


composta de 05 vértebras;

Coluna coccígea (cóccix ou


cauda): composta de 04 vértebras.
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Fonte: https://www.anatomiadocorpo.com/esqueleto-humano-sistema-esqueletico-ossos

5.2.3 Sistema Respiratório

É o conjunto de órgãos que permite a captação de oxigênio e a eliminação de


dióxido de carbono produzido na respiração interna.
O Sistema Respiratório tem como função conduzir o ar do meio ambiente
para os pulmões, e vice-versa, promovendo a troca gasosa, como também filtrar,
pré-aquecer e umedecer o ar inspirado.
Respiração - Conjunto dos fenômenos que permitem a absorção do oxigênio
e a expulsão do gás carbônico pelos seres vivos.

Órgãos componentes do Sistema Respiratório


O Sistema Respiratório é composto pelos seguintes órgãos:

✓ Nariz
✓ Faringe
✓ Laringe
✓ Traqueia
✓ Brônquios
✓ Pulmões
✓ Pleura
✓ Músculos da respiração

Fonte: https://www.anatomiadocorpo.com/esqueleto-humano-sistema-esqueletico--ossos
ossoshttps://www.anatomiadocorpo.com/esqueleto-humano-sistema-esqueletico-
ossoshttps://www.anatomiadocorpo.com/sistema-respiratorio/
5.2.4 Sistema Cardiovascular

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É um sistema fechado, composto pelo coração e por uma rede de tubos


denominado artérias, arteríolas, capilares, vênulas e veias.
As principais funções do Sistema Cardiovascular são:
Fornecer Oxigênio, substâncias nutritivas e hormônios aos tecidos;
Transportar produtos finais do metabolismo, como CO2 e uréia até os órgãos
responsáveis por sua eliminação; e
Termoregulação do organismo.

5.2.4.1 Sangue

O sangue é um líquido vermelho, viscoso, composto por plasma (parte


líquida), glóbulos vermelhos (hemácias), glóbulos brancos (leucócitos) e plaquetas.

Composição do sangue
Plasma: Transporta os glóbulos e nutrientes para todos os tecidos. Também
leva os produtos de degradação para os órgãos excretores.
Glóbulos vermelhos: Fornecem a cor ao sangue e carreiam oxigênio.
Glóbulos brancos: Atuam na defesa do organismo contra as infecções.
Plaquetas: São essenciais para a formação de coágulos sangüíneos, necessários
para estancar o sangramento.

5.2.4.2 Coração

É um órgão muscular, oco, ímpar e mediano, que funciona como uma bomba
contrátil e propulsora do sangue.
As paredes do coração são formadas por três camadas:
Miocárdio: camada média determina a sístole e a diástole cardíaca;
Endocárdio: camada de revestimento interno;
Epicárdio: camada de revestimento externo.

As cavidades cardíacas são quatro:


2 átrios (cavidades superiores) e 2 ventrículos (cavidades inferiores).

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Átrio direito
Desembocam as veias cavas superior e inferior. Comunica-se com o
ventrículo direito através da valva tricúspide (possui três cúspides).
Ventrículo direito
Nele chega sangue rico em CO2 proveniente do átrio direito, que
posteriormente é expulso para a artéria pulmonar.
Átrio esquerdo
Desembocam as veias pulmonares direita e esquerda. Comunica-se com o
ventrículo esquerdo através da valva bicúspide ou mitral (possui dois cúspides).
Ventrículo esquerdo
Nele chega sangue oxigenado proveniente do átrio esquerdo, que
posteriormente é expulso para todo o corpo através da artéria aorta.

Fonte: https://www.todamateria.com.br/arterias/

5.2.4.3 Vasos sanguíneos

São tubos que formam a complexa rede do sistema cardiovascular,


constituída por artérias e veias que se ramificam em calibres cada vez menores,
originando as arteríolas, vênulas e capilares.
Artérias - Vasos sangüíneos que saem do coração levando sangue para o
corpo.
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Veias - Vasos sangüíneos que chegam ao coração trazendo sangue do


corpo.

5.2.4.4 Circulação sanguínea

A circulação sangüínea tanto no homem, como nos mamíferos em geral, é


dupla:
Circulação Pulmonar = Pequena Circulação
Percurso da circulação pulmonar:
Coração (ventrículo direito) > pulmões > coração (átrio esquerdo).

Circulação Sistêmica = Grande Circulação


Percurso da circulação sistêmica:
Coração (ventrículo esquerdo) > tecidos do corpo > coração (átrio direito),
passando pelos capilares dos diversos sistemas ou aparelhos do corpo.

5.2.5 Sistema Nervoso

Sistema responsável pelo controle e coordenação das funções de todos os


sistemas do organismo e, ainda, ao receber estímulos aplicados à superfície do
corpo (frio, calor, dor etc) é capaz de interpretá-los e desencadear, eventualmente,
respostas adequadas a estes estímulos.
Muitas funções do sistema nervoso dependem da vontade
Ex: caminhar é um ato voluntário
Muitas outras ocorrem involuntariamente, sem que tenhamos consciência
Ex: a secreção da saliva ocorre independente de nossa vontade
As funções do Sistema Nervoso são:
Colher informações do meio externo e interno e transformá-las em estímulos;
Controlar e coordenar as funções de todos os sistemas do organismo.

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Fonte: https://www.anatomiadocorpo.com/sistema-nervoso/

O Sistema Nervoso pode ser dividido em: Sistema nervo Central, Sistema
nervo Periférico, Sistema nervoso Viseral e Sistema nervoso Somático.

5.2.5.1 Sistema Nervoso Central – SNC

O sistema nervoso central é uma porção de recepção de estímulos, de


comando e desencadeadora de respostas. A porção periférica está constituída pelas
vias que conduzem os estímulos ao sistema nervoso central ou que levam até aos
órgãos, as ordens emanadas da porção central. Pode-se dizer que o SNC está
constituído por estruturas que se localizam no esqueleto axial (coluna vertebral e
crânio): a medula espinhal e o encéfalo.

Fonte: https://www.anatomiadocorpo.com/sistema-nervoso/

5.2.5.2 Sistema Nervoso Periférico – SNP

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O sistema nervoso periférico compreende os nervos cranianos e espinhais, os


gânglios e as terminações nervosas.

Fonte: https://www.anatomiadocorpo.com/sistema-nervoso/

5.2.5.3 Sistema Nervoso Visceral – SNV

O sistema nervoso visceral relaciona o indivíduo com o meio interno,


compreendendo fibras sensitivas (aferente) interoceptores e motoras (eferente) –
músculo liso e gânglios. A este último, está relacionado o sistema nervoso autônomo
(SNA), ou involuntário, constituído apenas da parte motora do SNV.

Fonte: https://www.anatomiadocorpo.com/sistema-nervoso/
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5.2.5.4 Sistema Nervoso Somático – SNS

O sistema nervoso somático relaciona o indivíduo com o meio externo,


compreendendo fibras sensitivas (aferente) exteroceptores e motoras (eferente)
músculo estriado esquelético.

Fonte: https://www.anatomiadocorpo.com/sistema-nervoso/

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LIÇÃO 6 - PROCEDIMENTOS DE BIOSSEGURANÇA

Fonte: https://www.labnetwork.com.br/especiais/importancia-da-implantacao-das-normas-de-biosseguranca

Objetivos:

✓ Estabelecer os riscos ocupacionais dos profissionais que atuam no


Atendimento Pré- Hospitalar (APH);

✓ Definir conceitos básicos de biossegurança e reprocessamento de artigos;

✓ Instruir acerca das precauções padrão (PP) em biossegurança;

✓ Fornecer critérios de biossegurança essenciais para a elaboração de rotinas


de reprocessamento de artigos utilizados no APH e de higienização de
viaturas; e

✓ Instituir o gerenciamento de resíduos no APH.

6 INTRODUÇÃO

Segundo a SENASP (2015), os profissionais que atuam no Atendimento Pré-


Hospitalar estão expostos diariamente a grandes riscos biológicos, por manusearem
artigos com matéria orgânica das vítimas atendidas, podendo ocorrer a transmissão
de microrganismos para si próprios como também transmitir para outras vítimas.
Esse risco é ainda no atendimento pré-hospitalar, uma vez que acontece fora do
ambiente hospitalar, favorecendo a contaminação. Deve-se ainda considerar o risco
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aumentado dos usuários desse serviço de contraírem algum tipo de infecção


ocasionada na pele relacionada a ferimentos e escoriações e ao local, normalmente
insalubre em que os acidentes ocorrem (asfalto, terra, lixo e outros). Temos como
destaque para as doenças como Hepatites B, C e HIV que estão relacionadas à
exposição acidental dos trabalhadores da saúde a material biológico.
O conhecimento é importante para a formação da chamada disciplina
consciente, onde o militar adere às práticas e às rotinas de biossegurança,
independentemente de qualquer tipo de fiscalização. O conhecimento é fundamental
para o seu bem estar, de sua equipe e das possíveis vítimas que serão atendidas
(ALENCAR et al., 2016).

6.1 Conceitos

A seguir serão apresentados alguns conceitos para o melhor entendimento


deste capítulo:
Biossegurança: conjunto de práticas, condutas e ações técnicas que devem ser
incorporadas ao profissional por meio do conhecimento sobre riscos ocupacionais,
formas e necessidade de prevenção desses, a fim de prevenir, eliminar ou ao menos
minimizar os riscos inerentes às atividades de resgate.
Artigos: materiais e/ou equipamentos destinados à conservação e assistência à
saúde individual ou coletiva, à higiene pessoal ou de ambientes.
Reprocessamento: passos para converter um produto contaminado em dispositivo
biologicamente seguro e pronto para uso.
Limpeza: processo pelo qual ocorre na remoção física da sujidade (sujeira) dos
artigos, realizada com água e sabão apropriado, por meio de ação mecânica. É a
primeira e mais importante etapa para a eficácia do procedimento de desinfecção de
artigos. Todos os artigos, materiais e equipamentos devem ser lavados antes de ser
desinfetados ou esterilizados, independentemente de presença visível de sujidade
e/ou matéria orgânica. A limpeza deve ser feita sempre com água e sabão. Se for
utilizado o método de imersão, deve-se utilizar preferencialmente o detergente
enzimático.
Tipos de limpeza: o Concorrente: procedimento de limpeza realizado nas trocas de
plantão e após cada ocorrência (atendimento), com o objetivo de limpar e organizar
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o ambiente, repor os materiais de consumo e recolher os resíduos. o Terminal:


limpeza minuciosa, abrangendo todas as superfícies horizontais e verticais. Para o
resgate, ela deve ser programada para cada 15 dias, quando ocorre a retirada da
viatura da escala de serviço para a limpeza, bem como de todos os materiais de
APH. É necessária a programação para que não haja prejuízos ao serviço.
Desinfecção: processo físico ou químico aplicado a objetos inanimados e
superfícies, que destrói todos os microrganismos causadores de doenças
(patogênicos), com exceção de esporos bacterianos.
Produtos saneantes: produtos utilizados para a limpeza e desinfecção (sabões,
detergentes e desinfetantes).
Precauções Padrão (PP): são ações adotadas pelos profissionais expostos a riscos
biológicos no atendimento a todo e qualquer paciente, independentemente de
doença infectocontagiosa diagnosticada. O profissional deve ter postura consciente
da utilização destas precauções como forma de não infectar-se ou servir de fonte de
contaminação. (GOIAIS, 2016)

6.2 Uso de EPI

Uso adequado de EPI Para o APH é necessário que o socorrista esteja


devidamente paramentado no momento em que chega à ocorrência, evitando assim
demora na assistência e exposição desnecessária ao risco biológico, fazendo uso
de:
● Capacete;
● Óculos;
● Máscara;
● Luvas de procedimento ou cirúrgica;
● Joelheira;
● Bota ou coturno.

O uniforme operacional serve de proteção para o socorrista, contudo não é


tido como EPI devido ao fato de não ser realizada a troca ou a limpeza do mesmo
após cada ocorrência. Contudo é indiscutível que ele possui grau satisfatório de
proteção contra agentes físicos e até mesmos biológicos, desde que em pequenas
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quantidades. Para isso, a gandola deve ser usada com as mangas abaixadas e as
luvas sobrepostas aos punhos, indicado ainda o uso de aventais ou capotes
descartáveis para a proteção deste fardamento, sendo estes considerados EPI
(GOIAIS, 2016).

6.3 Descarte adequado de perfurocortantes

Consiste no descarte em recipiente próprio e resistente dos materiais


utilizados na assistência às vítimas, que possuem risco de perfurar ou cortar. Muitos
são os acidentes que ocorrem com esse tipo de material, e muitos são por descuido
no manejo ou no momento do descarte dos mesmos.

Fonte: http://sa.sol-m.com/noticias/o-que-sao-materiais-perfurocortantes/

Os materiais perfurocortantes compõem os resíduos do grupo E, que são


considerados de risco. Eles são capazes de penetrar na pele, o que pode infectar
alguém com agentes infecciosos, como vírus das hepatites B e C e HIV. Por isso,
descartá-los de maneira correta é de suma importância.

6.4 Higienização e desinfecção de viaturas e material de APH

Os Pelotões e Batalhões que possuir o serviço de APH devem possuir uma


sala adequada para desinfecção e higienização de matérias (expurgo), bem como
para descarte de resíduos e secreções infectadas/contaminada.

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Esta sala deve conter uma bancada com pia em inox, desenvolvida de acordo
que permita o descarte rápido e seguro de materiais contaminadores como fluidos
corporais. Geralmente essas bancadas possuem uma pia em inix com um expurgo
ao lado, sua estrutura é projetada para descarte rápido com válvula de descarga
própria com tubulação para o esgoto, evitando o contato do profissional com os
matérias contaminados.

Fonte: https://www.afcinox.com.br/bancada-inox-expurgo

6.4.1 Desinfecção e descontaminação dos pisos e paredes das viaturas (VTRs)

Para a desinfecção e descontaminação dos pisos e paredes das VTRs,


realize as seguintes ações:
Informe à central de operações o procedimento que será realizado, para a
devida desativação da VTR;
Utilize equipamentos de proteção individual;
Retire todo o material do interior da VTR;
Limpe e descontamine de acordo com a sequência: área menos contaminada
para a mais contaminada, ou seja, da cabine do motorista para a porta traseira da
viatura;
Limpe a VTR com água e sabão, retirando toda a sujeira;
Aguarde a secagem da VTR; e
Aplique o produto químico adequado à desinfecção ou descontaminação
(sabão, hipoclorito de sódio, álcool a 70%, etc.) e espere o tempo de ação.

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Fonte: https://www.bombeiros.go.gov.br/wp-content/uploads/2015/12/MANUAL-DE-RESGATE-
PR%C3%89-HOSPITALAR.pdf

Desinfecção de vidros e superfícies externas de equipamentos metálicos,


macas, mobílias e bancadas

A desinfecção e a descontaminação deverão ser realizadas com álcool a


70%, da seguinte forma:
Friccionar o respectivo material com o álcool a 70%;
Esperar secar; e
Repetir o procedimento por 3 (três) vezes consecutivas, com tempo de
exposição de 10 (dez) minutos.

6.4.2 Desinfecção de Materiais de APH

Para limpar os equipamentos de imobilização, siga as seguintes


recomendações:
A limpeza deve ser feita com água e sabão; e
A desinfecção deve ser feita com álcool 70%, com tempo de exposição de
10 (dez) minutos, repetindo-se o procedimento por 3 (três) vezes.
Desinfecção dos acessórios de respiradores, cânulas, reanimadores manuais
(tipo ambu) e máscaras
A desinfecção dos materiais deverá ser realizada sempre logo após o uso,
de acordo com a seguinte sequência;
Lavagem – Os materiais deverão ser lavado com água e sabão, com o auxílio
de esponja e escova;
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Desinfecção – Os materiais deverão ser imersos em hipoclorito de sódio a


1%, durante 45 minutos no mínimo;
Enxague – O material deverá ser enxaguado com água corrente limpa; e
Guarda – Deverá ser guardado em local adequado isento de umidade e poeira.
Desinfecção de frascos de aspiração de secreções
A desinfecção dos materiais deverá ser realizada logo após cada uso, de
acordo com as seguintes ações:
O material deverá ser imerso em solução de hipoclorito de sódio a 1%, por 30
minutos;
O líquido dos frascos deverá ser trocado, ainda que esteja limpo, a cada 24
horas; e
O material contaminado deverá ser desprezado em lixo e esgoto apropriados,
em unidade da rede hospitalar.

6.5 Observações gerais

A lavagem do fardamento, quando domiciliar, deve acontecer separadamente;


Caso haja sangue e outros fluidos corporais, é necessária a desinfecção da
lavadora após a lavagem. Promove-se um ciclo completo da lavadora com
capacidade máxima de água e 1 L de água sanitária;
O uso de adereços (anéis, pulseiras e relógios) não é permitido por
favorecerem o acúmulo de sujidade e dificultarem a higienização das mãos; É
proibido transportar alimentos e realizar refeições dentro da viatura. Esta conduta
pode gerar contaminação do ambiente por meio de migalhas e restos de alimentos
que favorecem a proliferação de micro-organismos e atrai insetos, como também do
socorrista que pode ingerir alimentos contaminados por agentes do ambiente
insalubre.
Todas essas condutas e cuidados são fundamentais para diminuir os riscos
biológicos para o ambiente e para o socorrista, como também para seus familiares
(contaminação indireta), que pode ocorrer por meio de fardamentos, mãos e cabelos
do socorrista e pertences como mochilas, bolsas e outros. O indicado é que o militar
não vá para casa fardado, mas caso isso aconteça, é recomendado que retire-o
assim que chegar, tome banho ou pelo menos proceda com a lavagem das mãos
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antes de ter contato principalmente com crianças e idosos. Também não é


recomendado o acondicionamento deste uniforme dentro de armários com outras
roupas nem em cima de camas. Ele deve ser guardado separadamente até que
ocorra a lavagem (GOIAIS, 2016).

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LIÇÃO 7 - AVALIAÇÃO INICIAL E DIRIGIDA DO PACIENTE

Fonte: https://www.google.com/search?q=avaliação+inicial+primeiros

Objetivos:
✓ Definir avaliação pré-hospitalar de pacientes;
✓ Diferenciar a avaliação primária da avaliação secundária;
✓ Saber aplicar corretamente a avaliação primária; e
✓ Saber quando e como aplicar a avaliação secundária.

7 AVALIAÇÃO PRÉ-HOSPITALAR DE PACIENTES

A avaliação pré-hospitalar de pacientes é um procedimento orientado,


utilizado pelo Emergencista para identificar e corrigir possíveis doenças ou traumas
que ameaçam a vida em curto prazo, devendo o Emergencista tomar decisões sobre
os cuidados mais adequados e o mais rápido possível (SENASP, 2015).
O processo de avaliação geral do paciente divide-se em fases distintas, a
saber:

7.1 Avaliação da cena

Ao chegar no local da ocorrência, o Emergencista deve:


Observar a cena procurando identificar riscos potenciais para si, para o
paciente ou outros envolvidos (terceiros);

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Observar os mecanismos do trauma ou a natureza da doença do paciente;


Checar o número de vítimas; e
Acionar, se necessário, recursos adicionais

Durante o deslocamento para a cena, o Emergencista deve revisar as


informações contidas no despacho, bem como adotar medidas de proteção
individual.
Fontes rápidas de informação no local da cena:
A cena por si só;
O paciente (se estiver consciente e em condições de responder), familiares,
testemunhas ou curiosos;
Os mecanismos do trauma;
A posição do paciente, qualquer deformidade maior ou lesão óbvia; e
qualquer sinal ou sintoma indicativo de emergência clínica.

Avaliação da cena como um todo


Após avaliar a cena, o Emergencista deve iniciar o gerenciamento dos riscos
e o controle da mesma, acionando se necessário, recursos adicionais para as
medidas de sinalização do local, isolamento da cena, estabilização de veículos
(calçar e amarrar se necessário), controle de tráfego, desligamento de motores
automotivos, desativação de cabos elétricos energizados, remoção de pacientes em
situação de risco iminente, dentre outros (SENASP, 2015).

7.2 Avaliação primária e secundária

O primeiro passo para o atendimento propriamente da vítima é sua avaliação.


Para melhor sistematização e controle para a manutenção da vida da vítima, a
avaliação é dividida em duas fases: avaliação primária, ou também chamada de
avaliação rápida, e avaliação secundária, também chamada de avaliação detalhada.
A avaliação primária visa identificar de maneira rápida situações em que a
intervenção da equipe de socorristas seja imediata. Dessa forma, a avaliação
primária avalia e, se for preciso, trata a liberação das vias aéreas, ventilação e
oxigenação adequadas, controle de hemorragias e perfusão.
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Não havendo alterações durante a avaliação primária, passa-se à avaliação


secundária, que tem por objetivo detalhar toda e qualquer alteração que a vítima
tenha e não fora tratada ou identificada durante a avaliação primária, ou seja, não
oferecia risco à vida da vítima, bem como o monitoramento de sinais vitais.

7.2.1 Avaliação Primária

A avaliação primaria começa com a visão simultânea ou global dos estados


respiratórios, circulatórios e neurológicos do doente para identificar quaisquer
problemas externos significativos óbvios, com respeito a oxigenação, à circulação, à
hemorragias ou a deformidades flagrantes. Ao se aproximar do paciente o
emergencista observa se ele esta respirando efetivamente, acordado ou sem
resposta, se consegue sustentar-se, responder as perguntas e se apresenta
movimentação espontânea (PHTLS, 2015).
A avaliação primária deve proceder muito rapidamente. A seguir será
abordado os componentes específicos da avaliação primária e a ordem de
prioridades para um atendimento ideal a vitima.
As seis etapas envolvidas na avaliação primária e sua ordem de prioridade
são as seguintes:
X – Hemorragias exsanguinantes
A – Atendimento de via aérea e controle da coluna cervical

B – Ventilação (Breathing)

C – Circulação (hemorragia e perfusão)

D – Disfunção neurológica (disability)

E – Exposição e Ambiente

O PHTLS mais atualizado enfantiza o controle de hemorragia externa


potencialmente fatal como primeira etapa na sequência. Embora as etapas da
avaliação primária sejam ensinadas e mostradas de maneira sequencial, muitas
etapas podem, e devem, ser realizadas de maneira simultânea.

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Fonte:https://es-la.facebook.com/socorristaswalterjunior/photos/abcde-do-trauma/

Etapa X – Controle de hemorragia grave


Na avaliação primária do paciente com trauma, a hemorragia externa
potencialmente fatal deve ser imediatamente identificada e tratada. A hemorragia
exsanguinante grave, particularmente o sangramento arterial, tem o potencial para
levar a perda completa ou quase completa do volume sanguíneo em um período de
tempo relativamente curto, dependendo da velocidade do sangramento, esse tempo
pode ser de apenas alguns minutos. Além disso, no ambiente pré-hospitalar, sem a
capacidade de resposta comuma transfusão sanguínea, será impossível corrigir o
problema após a perda do volume sanguíneo, pois a reposição com cristaloides não
restaura a capacidade de transporte de oxigênio para as células. Se houver
hemorragia exsanguinante esterna, ela deve ser controlada antes mesmo de avaliar
a via aérea (ou simultaneamente, se houver assistência adequada na cena) ou de
realizar outras intervenções, como a imobilização espinhal. Em geral, esse tipo de
sangramento envolve um sangramento arterial em uma extremidade com o tronco
(sangramento juncional) e em outros locais.

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Controle da Hemorragia
A hemorragia externa é identificada e controlada na avaliação primária
porque, caso sangramento grave não seja controlado assim que possível, o
potencial para a morte do paciente aumenta de maneira drástica. A seguir será
demostrado as principais maneiras de conter uma hemorragia grave.

Compressão direta Curativo compressivo Uso de Torniquete

A experiência militar nas últimas décadas trouxe a evidência dos benefícios


da adoção de dispositivos de controle de sangramento, como bandagens de
pressão, torniquetes e curativos.
O uso de elevação e pressão sobre pontos de pressão não é mais
recomendado devido à inexistência de dados suficientes sustentando sua eficácia.

Etapa A – Atendimento de via aérea e controle da coluna cervical


A via aérea é rapidamente checada, para garantir que esteja permeável
(aberta e limpa) e que não exista perigo de obstrução, no mesmo momento em que
estabiliza a coluna cervical com as mãos e checa responsabilidade da vitima. Caso
responda, considera-se que as vias aéreas estão liberadas. Caso contrário, realiza-
se manobras de liberação de vias aéreas, que visam desobstruir o canal e impedir a
queda da língua na faringe posterior, situação essa que ocorre quando a vítima está
inconsciente. A boca da vítima deverá ser aberta, realiza-se inspeção visual e, se for
preciso, uma varredura digital em vítimas inconsciente, em busca de objeto que
esteja obstruindo ou que possa vir a obstruir as vias aéreas da vítima. Toda vítima
inconsciente deve receber a cânula orofaríngea.
Além da cânula orofaríngea, há também duas outras manobras para
liberação de vias aéreas em vítimas de trauma, que são a elevação da mandíbula
(Chin Lift) e a tração da mandíbula (Jaw Thrust).

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Fonte: https://pt.slideshare.net/FaculdadeFGF/suporte-bsico-de-vida-13028774

Ambas podem ser realizadas quando não houver ou quando a vítima não
aceitar a cânula orofaríngea. Às vítimas de emergências clínicas que não sofreram
trauma e necessitem de liberação das vias aéreas, utilizam-se a técnica de
hiperextensão da coluna cervical, movimento esse que retifica as vias aéreas e
facilita a entrada de ar.

Fonte: https://unasus2.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/15745/mod_resource/content/5/un03/top01p03.html

Importante salientar que, se houver trauma não se realiza a hiperextensão da


cabeça para liberar a via aérea devido a possibilidade de lesão na coluna cervical.
Neste caso a estabilização do pescoço deverá ser mantida em posição neutra
durante a abertura da via aérea e a realização da ventilação necessária. Uma vez
que tenha imobilizado o pescoço a fim de protegem a coluna cervical, deve-se
então, imobilizar toda a coluna do doente. Logo, todo o corpo do doente deverá ser
alinhado e imobilizado (PHTLS, 2015).

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Etapa B – Ventilação
Avalia-se a respiração da vítima pelo método mnemônico VOS – ver, ouvir e
sentir. Caso a vítima não esteja respirando, inicia-se imediatamente a reanimação
respiratória e verifica-se o pulso carotídeo para constatar ocorrência de parada
cardiorrespiratória. Em situações que a vítima estava conscinte, quando checado a
responsividade, considera-se que a vítima está respirando e observa-se como está a
sua respiração. Nesses casos, avalia-se a qualidade quanto à velocidade,
profundidade, ao ritmo e sons. Em caso de respiração muito lenta (abaixo de 12
repetições por minuto) ou muito rápida (acima de 30), deve-se administrar oxigênio e
avaliar a necessidade de realizar ventilação assistida. Nesses casos, deve-se
inspecionar o tórax da vítima e, se possível, auscultar o pulmão visando encontrar
motivos de alteração respiratória da vítima.

Fonte:http://luizamarques2015.blogspot.com/search?updated-max=2014-09-14T11:51:00-07

Etapa C – Circulação (hemorragia e perfusão)


A avaliação do comprometimento ou da falência do sistema circulatório é a
próxima etapa no cuidado com o doente. Na avaliação inicial do paciente
traumatizado, deve-se identificar e controlar a hemorragia externa. Em seguida
pode-se obter uma estimativa global adequada do debito cardíaco e do estado de
perfusão. Avalia-se o funcionamento do sistema circulatório da vítima. Inicia-se com
a verificação do pulso, sendo que, em vítimas conscientes, checa-se a presença dos
pulsos distais (radial ou pedioso), sua qualidade e regularidade. Nas vítimas
inconscientes, checa-se o pulso carotídeo. Nas situações em que o pulso carotídeo
não estiver presente, inicia-se de imediato os procedimentos de reanimação
cardíaca. Após a verificação do pulso, checa-se então a perfusão capilar e a

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coloração da pele. A perfusão capilar acima de 2 segundos significa que não há


oxigenação adequada. A perfusão pode ser avaliada também observando-se a
coloração das unhas e dos lábios da vítima. A pele pálida e cianótica são também
sinais de má oxigenação dos tecidos (PHTLS, 2015).

Fonte: http://www.profedf.ufpr.br/glebersos/Atendimento%20inicial%20a%20vitima.pdf

Obs: na 9º edição do PHTLS que ainda não chegou no Brasil, o mnemônico


do trauma “ABCDE”, ganhou mais uma letra. O “X” de Hemorragia Exsanguinante,
ou seja, hemorragia externa grave, que agora indica a abordagem antes mesmo do
manejo das vias aéreas. Ficando, Portanto, “X-ABCDE”. Na prática pré-hospital, a
equipe multiprofissional já abordava a hemorragia exsanguinante grave de imediato,
haja vista a relevância mais que conhecida na sobrevida do paciente
politraumatizado (SOUZA, 2018).

Etapa D – Disfunção neurológica


Tendo avaliado e corrigido, na medida do possível, os fatores envolvidos no
transporte de oxigênio aos pulmões e na sua circulação pelo corpo, a proxima etapa
da avaliação primária é a avaliação da função cerebral, que é uma medida indireta
da oxigenação cerebral. O objetivo é determinar o nível de consciência da vitima e
inferir o potencial de hipóxia. Destina-se à avaliação do estado neurológico da
vítima. Para isso, realiza-se duas avaliações: Escala de Coma de Glasgow – ECG e
análise das pupilas.

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Fonte: http://www.enfermagempiaui.com.br/post/outubro_2014/avaliacao_pupilar.php

A ECG tem por finalidade avaliar o nível de consciência da vítima por meio de
resposta motora, ocular e verbal. Já a análise das pupilas visa conhecer as
respostas neurológicas por meio da reação à luz, como a simetria e tamanho.
Obs: A escala de coma de Glasgow sofreu alteração em abril de 2018, foi
incluído a avaliação pupilar e acréscimo da sigla NT (não testado). Tendo
agora como pontuação máxima de 15 pontos e mínima de 01 pontos.

Etapa E - Exposição da vítima e ambiente


Por fim, após afastada qualquer situação que possa levar a vítima ao óbito,
faz-se necessária a exposição da vítima para verificar existência de lesões ou
situações que passaram despercebidas durante a avaliação primária. A avaliação é
feita da cabeça aos pés, observando estruturas e contornos ósseos, musculatura,
pele, enfim, observando minuciosamente todo o corpo da vítima na tentativa de
encontrar prováveis lesões. Uma etapa inicial no processo de avaliação é tirar as
roupas da vitima porque sua exposição é fundamental para que sejam encontradas
todas as lesões. O socorrista deve ter o discernimento de como e quando fazê-lo,
preservando assim o pudor da vítima. Outra preocupação que os socorristas devem
ter é quanto à hipotermia, tendo em vista que a exposição da vítima pode contribuir
para a instalação desse quadro. Por fim, é realizado o tratamento das lesões de
extremidades, bem como os curativos necessários, evitando assim possíveis
contaminações (PHTLS, 2015).

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7.2.2 Avaliação Secundária (Histórico e exame físico detalhado)

A avaliação secundária é a avaliação da cabeça aos pés da vítima. Este


exame somente é realizado após o término da avaliação primária com identificação e
tratamento de todas as lesões que ameaçam a vida. O objetivo da avaliação
secundária é a identificações das lesões ou problemas não observados durante a
avaliação primária. É realizado após a estabilização dos sinais vitais do acidentado.
Esta avaliação é dividida em objetiva e subjetiva.
Subjetiva: trata-se de um rol de perguntas direcionadas à complementação
da avaliação da vítima (anamnese).
O emergencista deve:
Relacionar o local do acidente com a posição da vítima;
Conversar com a vítima, se consciente, fazendo um histórico resumido (nome,
idade, como ocorreu o acidente, queixas principais, endereço e telefone);
Conversar com acompanhantes e testemunhas.
Usar o histórico SAMPLA:
Sintomas: De que a vitima se queixa, Tem dor, dificuldade respiratória,
Dormência, Formigamento.
Alergias: Principalmente a medicamentos.
Medicações: Medicamentos prescritos ou não que o doente usa
regularmente.
Passado médico e antecedentes cirúrgico: problemas clínicos importantes
para os quais a vítima recebe tratamento.
Líquido e alimentos: Muitos doentes traumatizados necessitarão de cirurgia,
e alimentação recente pode aumentar o risco de vômitos e aspiração durante a
indução da anestesia.
Ambiente: Eventos que levaram ao trauma.
Objetiva:
• Examinar da “cabeça aos pés”;
• Reavaliar a respiração, circulação e temperatura;
• Aferir a pressão arterial com o uso do esfigmomanômetro.

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Reavaliação e Monitoração é realizado por um ou mais socorristas durante o


transporte da vítima até a chegada ao hospital de referência. É de extrema
importância lembrar que após a vítima ser colocada dentro da viatura, os socorristas
em nenhuma hipótese poderão deixá-la sozinha.
Os principais procedimentos são:
• Refazer o XABCDE;
• Aspirar secreções das vias aéreas com o material adequado e disponível;
• Controlar sinais vitais por meio do oxímetro de pulso, que devem ser
descritas na ficha de ocorrência em pelo menos 3 momentos;
• Aplicar a oxigenoterapia em vítimas de trauma;
• Controlar a temperatura corporal por meio de cobertor aluminizado.

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LIÇÃO 8 - SINAIS VITAIS

Fonte: https://saude.umcomo.com.br/artigo/quais-sao-os-valores-normais-dos-sinais-vitais-
adultos-e-criancas-28127.html

Objetivos:
✓ Definir quais são os principais sinais vitais;
✓ Saber as terminologias usadas para os sinais vitais; e
✓ Saber verificar e mensurar os sinais vitais;

8 INTRODUÇÃO

Os sinais vitais são sinais das funções orgânicas básicas, sinais clínicos de
vida, que refletem o equilíbrio ou desequilíbrio resultante das interações entre os
sistemas do organismo e uma determinada doença. São os indicadores das
condições de saúde de uma pessoa (SENASP, 2015).

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O controle dos sinais vitais inclui a avaliação do:

✓ Pulso;
✓ Respiração
✓ Temperatura corporal;
✓ Pressão arterial
✓ Dor

Fonte: http://diariodeumaenfermeiradeterminada.blogspot.com/2015/05/sinais-vitais.html

A alteração ou a manutenção de um sinal vital dentro da normalidade não


significa por si só, a ausência ou a presença de doença. A verificação dos sinais
vitais deve ser avaliada não isoladamente, mas no contexto de cada caso e de cada
doença em particular.

8.1 Pulso

Cada vez que o ventrículo esquerdo se contrai e lança o sangue na artéria


aorta, podemos sentir uma ondulação nas artérias periféricas; a isso denominamos
de pulso. Para que possamos sentir o pulso periférico é necessário realizar uma
pequena compressão da artéria sobre um plano duro, geralmente um osso.
A palpação depende sempre das condições hemodinâmicas do paciente e,
principalmente da habilidade e da sensibilidade tátil do examinador.

Valores normais:
✓ Adulto 60 – 100 batimentos por minuto (bpm)
✓ Criança 100 – 120 batimentos por minuto (bpm)
✓ Lactentes 120 – 140 batimentos por minuto (bpm)

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Fonte: http://diariodeumaenfermeiradeterminada.blogspot.com/2015/05/sinais-vitais.html

Ao examinar o pulso periférico devemos observar as seguintes


características:
✓ Frequência cardíaca (no batimentos por minuto);
✓ Amplitude/Volume (fino ou cheio);
✓ Ritmo: regular ou irregular; e
✓ Simetria: simétrico em ambos os lados

Terminologia:
Bradicardia: freqüência cardíaca abaixo do normal
Bradisfigmia: pulso fino e lento
Mormocardia: freqüência cardíaca normal
Taquicardia: freqüência cardíaca acima do normal
Taquisfgmia: pulso fino e acelerado

8.2 Respiração

A respiração consiste na inspiração ou entrada de ar nos pulmões e na


expiração ou saída de ar dos pulmões. É a troca gasosa entre as células do
organismo e o meio externo e consiste na absorção de oxigênio e eliminação do gás
carbônico. O movimento da entrada e saída de ar dos pulmões é chamado de
respiração externa ou ventilação. A passagem do oxigênio do interior dos vasos

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sanguíneos para o interior das células e a passagem do gás carbônico do interior


das células para os vasos sanguíneos é chamada respiração interna (TEIXEIRA,
2015).

Fonte: http://diariodeumaenfermeiradeterminada.blogspot.com/2015/05/sinais-vitais.html

Valores normais:
✓ Adulto 12 – 20 Movimento ventilatório por minuto (mvpm)
✓ Criança 20 – 40 Movimento ventilatório por minuto (mvpm)
✓ Lactentes 40 – 40 Movimento ventilatório por minuto (mvpm)

Profundidade e amplitude: respiração profunda observa-se uma expansão


plena dos pulmões quanto a respiração superficial ocorre uma pequena entrada de
ar nos pulmões e o movimento respiratório é difícil de ser observado.
Ritmo respiratório: refere-se a regularidade entre os movimentos
inspiratórios e expiratórios e o ciclo respiratório normal.
Terminologia:
Apneia: é a ausência de respiração; parada respiratória.
Bradipneia: diminuição do número de respirações por minuto; respiração
lenta; abaixo do que é considerado normal para o indivíduo.
Dispneia: respiração difícil
Eupneia: é a respiração normal ou fácil.
Ortopneia: é a dificuldade que pacientes cardiopatas ou pneumopatas tem de
respirar em posição supina (decúbito dorsal plano), apresentando melhora quando
colocados em posição mais elevada.
Hiperpnéia: aumento na profundidade das respirações.

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8.3 Temperatura

A temperatura corporal normal de uma pessoa varia dependendo do sexo,


de suas atividades físicas recentes, do consumo de alimentos e líquidos, do horário
e do dia em que é mensurada e, nas mulheres, do estágio do ciclo menstrual. É a
diferença entre o calor produzido e o calor perdido pelo corpo humano (TEIXEIRA,
2015).
A temperatura pode ser medida das seguintes maneiras:
Temperatura axilar - pode ser verificada sob o braço usando um termômetro
de mercúrio ou digital as temperaturas medidas desta forma tendem a ser 0,3ºc a
0,6ºc mais baixas do que aquelas temperaturas mensuradas pela via oral ou retal
Temperatura bucal-oral - pode ser medida pela boca usando termômetro de
mercúrio ou utilizando termômetro digital que possui um sensor eletrônico.
Temperatura retal - medida pela introdução retal(usando termômetro de
mercúrio ou digital) e tende a ser 0,6ºc mais alta do que a temperatura oral.

Fonte: http://fundacionio.org/viajar/otros/fiebre%20deteccion%20en%20viajeros.html

Terminologia:
Apirexia: ausência de febre
Febre: temperatura corporal superior a 38ºC
Febrícula ou estado sub febril: variações de temperatura corporal entre 37,2
até 37,8 C
Hiperpirexia: elevação da temperatura acima de 40,5 C
Hipotermia: temperatura corporal abaixo dos valores normais
Hipertermia: temperatura corporal acima de 38 C

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Normotermia: temperatura corporal normal (adulto axilar de 36 a 36,7 C,


criança 37 C).
Convém recordar que a pele é a grande responsável pela regulação da
temperatura e pode apresentar-se normal, quente ou fria, úmida ou seca.
Durante a avaliação continuada, o Emergencista deve utilizar o termômetro
clínico, para real certificação da temperatura corporal.
Com relação à coloração, a pele pode estar:
✓ Pálida
✓ Ruborizada ou
✓ Cianótica.

Nas pessoas negras, a cianose pode ser notada nos lábios, ao redor da
fossas nasais e nas unhas.

Coloração da pele
A coloração da pele depende primariamente da presença de sangue
circulante nos vasos sangüíneos subcutâneos. Uma pele pálida, branca, indica
circulação insuficiente e é vista nas vítimas em choque ou com infarto do miocárdio.
Uma cor azulada (cianose) é observada na insuficiência cardíaca, na obstrução de
vias aéreas, e também em alguns casos de envenenamento. Poderá haver uma cor
vermelha em certos estágios do envenenamento por monóxido de carbono (CO) e
na insolação. Perfusão capilar é o termo usado para verificar a circulação da pele
nas extremidades (GOIAIS, 2016).

8.4 Pressão Arterial

A pressão arterial é a força exercida pelo sangue contra a parede das


artérias. Durante um ciclo cardíaco normal a pressão sanguínea atinge um pico,
seguido de uma queda. O pico de pressão máximo (pressão sistólica) ocorre durante
a sístole, quando o ventrículo esquerdo bombeia sangue para o interior da aorta. A
queda da pressão (pressão diastólica) ocorre durante a diástole, quando os
ventrículos relaxam. A pressão diastólica é sempre a pressão mínima exercida sobre
as paredes arteriais. A unidade padrão para a medição da pressão arterial é a de
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milímetros de mercúrio (mmHg), sendo que se registra primeiro a pressão sistólica e


depois a pressão diastólica, ex: 120 X 80 mmHg (TEIXEIRA, 2015).
Dentro desses valores, consideramos a PA normal. Se exceder à máxima,
denominamos alta (hipertensão) e, ao contrário, se não atinge o nível mínimo,
denominamos baixa (hipotensão).
Classificação da pressão arterial de acordo com a medida casual (> 18 anos)

Fonte: https://exercicioesaude.wordpress.com/saude/pressao-arterial/

Fonte:https://pt.wikipedia.org/wiki/Esfigmoman%C3%B4metro#/media

Verificação da Pressão arterial


A posição recomendada para a medida da pressão arterial é a sentada.
O manguito do aparelho de pressão a ser utilizado deve ter dimensões
apropriadas ao tamanho do braço do paciente, de modo a se obter uma
mensuração correta. O braço deve estar na altura do coração (nível do ponto médio
do esterno ou 4o espaço intercostal), livre de roupas, apoiado, com a palma da mão
voltada para cima e o cotovelo ligeiramente fletido.
A largura da câmara de ar (manguito pneumático) deve ser 40% ou mais da
circunferência do braço;

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A câmara de ar deve cobrir 80% (+ ou – 2/3) da circunferência do braço;


A AHA recomenda que a câmara de ar tenha 13X24 cm para a maioria dos
adultos.

8.5 Níveis de dor

Segundo Teixeira (2015), a dor é um mecanismo essencial de sobrevivência,


sinaliza que algo tem que ser feito para o trauma ou doença presente no organismo,
na atualidade é considerado o quinto sinal vital. Para verificar o nível de dor da
vítima e utilizado escalas que variam de zero (sem dor) até dez (dor insuportável).

Fonte: https://pt.slideshare.net/Andreadcss/abordagem-prtica-dos-5-sinais-vitais

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LIÇÃO 9 – SUPORTE BÁSICO DE VIDA – SBV

Fonte: http://cardiologiahsr.blogspot.com/2016/04/serie-insuficiencia-cardiaca-estudo-scd.html

Objetivos:
✓ Identificar e atuar em caso de obstrução de via aérea;
✓ Identificar e Saber atuar em uma Parada Cardiorespiratórias;
✓ Identificar e Saber atuar em uma Parada Cardiorespiratórias em vitimas de
afogamento; e
✓ Saber fazer o uso do Desfibrilador Externo Automático – DEA.

9 INTRODUÇÃO

Ao final desta lição você saberá identificar, reconhecer e atuar no Suporte


Básico de Vida – SBV, em situações como obstrução de vias aéreas por corpo
estranho, Parada Cardiorespiratória, reanimação cardiopulmonar e uso do DEA.

9.1 Obstrução de Vias Aéreas por Corpo Estranho - OVACE

A obstrução da via aérea mais frequente acontece devido ao inchaço dos


tecidos desta via. Pode ainda ocorrer provocada por um corpo estranho, como um
pedaço de comida ou um objeto.

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A obstrução pode ser parcial ou completa. Se for somente parcial, a vítima


conseguirá tossir e poderá haver um ruído semelhante a um ronco quando ela
respira. Se a troca de ar for razoavelmente boa, incentivar a vítima a tossir e expelir
o corpo estranho. Monitorar cuidadosamente a vítima, observando os seguintes
sinais de redução da passagem de ar (SENASP, 2015):

⦁ Tosse fraca e improdutiva;


⦁ Chiado alto durante a inalação;
⦁ Dificuldade durante a respiração;
⦁ Agarrar a garganta com as mãos;
⦁ Leve cianose.

Fonte: http://www.doutoraenfermeira.com.br/2015/09/desobstrucao-de-vias

Os sinais de obstrução completa das vias aéreas são:

⦁ Incapacidade de falar, gemer, tossir ou gritar;


⦁ Ausência de sons respiratórios;
⦁ Uso intenso dos músculos necessários para a respiração – narinas dilatadas,
pescoço e músculos faciais contraídos;
⦁ Inquietação, ansiedade e confusão progressivas;
⦁ Ausência de resposta e cianose;

A maioria dos casos de obstrução da via aérea é provocada por


engasgamento, ocorrendo com maior frequência durante as refeições. Na obstrução
grave já não existe passagem de ar. A vítima não fala, não tosse e não emite ruído
respiratório. Ou seja, não respira. Pode demonstrar grande aflição e ansiedade,
sendo necessário atuar rapidamente para a obstrução não resultar na morte da
vítima.

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Conduta - Manobra de Heimlich

Vítima Adulta

1. Ficar atrás da vítima em pé ou sentada e envolver os braços ao redor de sua


cintura. Manter os cotovelos afastados das costelas da vítima.
2. Feche uma das mãos, em punho, colocar o polegar de uma das mãos na linha
média do abdome, ligeiramente acima da cicatriz umbilical e bem abaixo do
processo xifóide (a ponta do esterno), mantendo o polegar posicionado, formando
um punho.
3. Segurar o punho com a outra mão (polegares em direção à vítima).
Com um impulso rápido para dentro e para cima, pressionar o punho contra o
abdome da vítima.
4. Dar impulsos, separados e distintos, e depois reavaliar a vítima até que o objeto
seja eliminado ou a vítima consiga respirar e emitir sons ou a vítima tornar-se não
responsiva.

Fonte: http://fabianascaranzi.com.br/manobra-de-heimlich-aprenda-como-ajudar-uma-pessoa-engasgada/

Esta manobra causa uma elevação do diafragma e aumento da pressão nas


vias aéreas, forçando a saída do corpo estranho.
Se a vítima tornar-se não responsiva, solicitar um DEA; Iniciar os passos de RCP e
cada vez que abrir a via aérea, procurar o objeto (removê-lo, se estiver visível e for
possível).

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Vítima obesa ou grávida

http://fabianascaranzi.com.br/manobra-de-heimlich-aprenda-como-ajudar-uma-pessoa-engasgada/

1. Ficar em pé atrás da vítima com os braços sob suas axilas, envolvendo o tórax da
vítima com os braços;
2. Posicionar o punho, pelo lado do polegar, no meio do osso do peito;
3. Segurar o punho firmemente com a outra mão e impulsionar de maneira brusca
para trás. Repetir até o objeto ser expelido ou até que a vítima perca a consciência;
4. Se a vítima estiver ou ficar inconsciente, colocá-Ia de costas e ajoelhar-se ao lado
dela para iniciar as manobras de RCP com a relação 30 compressões torácicas e 2
ventilações.

Criança (1 a 8 anos)

1. Ficar atrás da vítima em pé ou de joelhos e envolver os braços ao redor de


sua cintura. Manter os cotovelos afastados das costelas da vítima. Colocar o polegar
de uma das mãos na linha média do abdome, ligeiramente acima da cicatriz
umbilical e bem abaixo do processo xifóide (a ponta do esterno), mantendo o
polegar posicionado, formar um punho.

2. Segurar o punho com a outra mão (polegares em direção à vítima).


3. Com um impulso rápido para dentro e para cima, pressionar o punho contra o
abdome da vítima.

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Bebê

A maioria das obstruções da via aérea nos bebês ocorre com leite materno,
comida ou com pequenos objetos. É fundamental uma atuação rápida.

http://fabianascaranzi.com.br/manobra-de-heimlich-aprenda-como-ajudar-uma-pessoa-engasgada/

1. Se o bebê está consciente, segure-o de barriga para baixo, apoiando o tórax no


seu antebraço, com a cabeça mais baixa que o corpo. Dê até 5 pancadas nas
costas, a meio dos ombros.

2. Se não conseguir remover o corpo estranho, deite o bebê de barriga para cima
mantendo igualmente a cabeça a um nível inferior ao do corpo. Faça até 5
compressões torácicas, tal como estivesse a fazer manobras de reanimação, após
as quais inspecione a boca e se tiver algum objeto visível retire-o.

3. Enquanto não resolver a obstrução e o bebê estiver consciente, alterne as


pancadas com as compressões.

4. Se o Bebê ficar inconsciente e sem pulso considere a possibilidade de RCP.

9.2 Parada Cardiorespiratória - PCR e Reanimação Cardiopulmonar – RCP

Apesar dos avanços nos últimos anos no que se refere à prevenção e


tratamento, muitas são as vidas ainda perdidas em decorrência da parada
cardiorrespiratória (PCR) no Brasil. Estima-se que ocorra em torno de 200.000 casos
de PCR ao ano no Brasil, sendo que a metade ocorre dentro de hospitais e a outra
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metade em ambiente extra-hospitalar (SOCIEDADE BRASILEIRA DE


CARDIOLOGIA, 2013).
Estudo indica que manobras de Reanimação Cardiopulmonar (RCP)
eficientes e de qualidade iniciadas precocemente contribuem sensivelmente e
podem triplicar as chances de sobrevivência de uma vítima de PCR. Estudo
comprova que a sobrevida de uma vítima pós-PCR varia de 2 a 49%; esta
porcentagem está relacionada diretamente ao início precoce da RCP e ao ritmo
cardíaco inicial (FARIA, 2013).
A sobrevivência após uma PCR sempre foi tema de estudo entre especialistas
de diversos países, e os serviços de urgência e emergência sempre estão investindo
esforços no sentido de, cada vez mais, dar um suporte adequado e o mais rápido
possível em situações como esta;sendo que o atendimento e a reabilitação da
circulação sanguínea através das manobras de RCP devem acontecer num período
inferior a 4 minutos, caso contrário, podem acontecer danos irreversíveis no cérebro,
um dos órgãos vitais e sensíveis à falta de oxigênio. Após este período, a cada
1(um) minuto, a vítima perderá 10% de chances de sobreviver, ou seja, após 15
minutos de PCR, ocorrerá morte encefálica – óbito (FARIA, 2013).
A Parada cardiorrespiratória (PCR) é definida pela interrupção súbita da
atividade mecânica cardíaca, cessando a atividade respiratória e circulatória
efetiva,levando à falência cardiopulmonar, que torna insuficiente o fluxo sanguíneo
para os órgãos vitais, como coração e cérebro.
O Objetivo principal da Reanimação Cardiopulmonar (RCP) é fornecer um
tratamento eficaz, tão rápido quanto possível para que os batimentos cardíacos
sejam restaurados e o cérebro não seja lesado de forma permanente.
No atendimento pré-hospitalar, o reconhecimento rápido e o início imediato da
RCP em vítimas de PCR, por mais que seja somente com compressões torácicas,
aumenta significativamente as chances de sobrevida da vítima. Portanto, o Suporte
Básico de Vida efetuado com rapidez e qualidade nos primeiros minutos de uma
PCR é crucial para a sobrevivência de uma vítima (GONZALES et al.,2013).
Em pacientes de parada cardiorrespiratória, a maior causa provável é a
fibrilação ventricular, variando de 40% a 80% dos casos. A fibrilação é o estado
patológico do coração, no qual possui a maior chance de reversão desse quadro

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quando utilizado um desfibrilador. Esse fato nos mostra a importância do


atendimento imediato e da desfibrilação precoce.
Segundo Gonzales et al. (2013), a sobrevivência à parada cardiorrespiratória
depende de uma série de intervenções fundamentais, que correspondem à corrente
de sobrevivência. Ao atender uma PCR, deve-se observar o mnemônico do SBV,
que é o “CABD primário”, o qual corresponde em checar o nível de consciência e
respiração da vítima, pedir ajuda, verificar pulso, compressões torácicas, abertura
das vias aéreas, ventilação e desfibrilação.

Como identificar um PCR

▪ Inconsciência;
▪ Falta de tônus muscular;
▪ Respiração Agônica (Gasping) ou Apnéia;
▪ Ausência de Pulso;
▪ Palidez, pele fria e úmida;
▪ Presença de cianose de extremidades;
▪ Dilatação das pupilas.
Fonte:https://sb24horas.com.br/como-diferenciar-o-desmaio-de-uma-parada-cardiorrespiratoria/

Conduta
Avalie se a cena está segura;
Verificar se a vítima não responde, se não está respirando ou se está com
respiração do agonizante (gasping). Ao mesmo tempo, checar o pulso carotídeo.
Tudo no tempo médio de até 10 segundos (suficiente para sentir o pulso);
Se a vitima não responder com ausência de pulso solicitar ajuda do Suporte
Médico Especializado – SME;

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Colocar a vítima em superfície rígida;

Fonte: https://enfermagemurgenciaemergencia.blogspot.com/2018/01/cadeias-de-sobrevivencia-de-pcrih-e.html?m=1

Se a equipe de emergência tiver desfibrilador Esterno Automático - DEA, usá-


lo assim que possível (ver no capitulo de uso do DEA). Considerar o trabalho em
equipe, enquanto um socorrista realiza as compressões, o segundo prepara o
equipamento e as pás. O importante é não perder tempo para iniciar a RCP;
O socorrista 1 se posiciona na lateral da vítima e realiza 30 compressões
torácicas. As compressões têm que ser rápidas e fortes, permitindo que o tórax
retorne. Não descansar sobre o tórax, fazer força para comprimir de 5 a 6 cm de
profundidade. A frequência de compressão deverá estar entre 100 a 120 por minuto.
A forma de comprimir é utilizando as mãos sobrepostas, com os braços sempre
esticados em cima do osso esterno, na linha dos mamilos da vítima (centro do
tórax);
Considerando o trabalho em equipe, o socorrista 2 deve desobstruir as vias
aéreas e estabilizar a cervical. Usar as mãos e depois as pernas para deixar a
cervical neutralizada e estabilizada. Isso deverá acontecer ainda durante as
primeiras compressões.
O socorrista 2 deverá posicionar o ventilador manual (Ambú) para as
ventilações de resgate. Segurar firme o equipamento, vedando a saída de ar,
realizar duas ventilações, cada uma no tempo de 1 segundo. Verifique se o tórax se
eleva durante as ventilações;
Logo em seguida o socorrista 1 inicia as 30 compressões, de forma rápida e
forte, permitindo que o tórax retorne. Durante o segundo ciclo, o socorrista 2 poderá
reposicionar as vias aéreas novamente, se necessário, e colocar o colar cervical na
vítima;
Realizar 5 ciclos de 30 compressões para duas ventilações, tudo em 2
minutos aproximadamente;
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Após o quinto ciclo, checar o pulso carotídeo, continuando o atendimento


caso ausente;
Alternar a função. O socorrista que estava na compressão vai para ventilação
e vice-versa; e
Realizar o procedimento até a entrega da vítima ao suporte avançado de vida.

Fonte:https://unasus2.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/14685/mod_resource/content/2/un01/top05p01.html

Verifica-se o pulso na artéria carótida da vítima em menos de 10 segundos,


caso não haja pulso ou estiver em dúvida, inicia-se o ciclo de compressão e
ventilação. Estudos comprovam que os leigos treinados e até mesmo profissionais
de saúde têm dificuldades de localizar o pulso carotídeo ou levam muito tempo para
detectá-lo, por isso não se dá ênfase para a checagem do pulso (GONZALES et al.
2013).
Em vítima adulta, independente se for um ou dois socorristas, inicia-se o ciclo
com 30 compressões torácicas e, após, se estiver disponível equipamento de
barreira como máscara facial ou ventilador manual, realizam-se duas ventilações.
Em criança e bebê, se o socorro for realizado em dupla, o ciclo é realizado com 15
compressões por duas ventilações, se estiver sozinho são 30 compressões e 02
ventilações. Se não se dispuser de equipamento de ventilação, realiza-se somente
compressões torácicas, pois estudos comprovam que são eficientes para manter o
fluxo sanguíneo. Devem-se realizar no mínimo as compressões torácicas em todos
os pacientes em PCR (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2013).

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9.2.1 Suporte básico de vida em criança e bebê

De acordo com as diretrizes da American Heart Association (2015), em


criança (quando não houver característica da puberdade) ou bebê (até 1 ano de
idade), realizar ciclos de 15 compressões para 2 ventilações, com dois socorristas.
Neste caso, serão 10 ciclos em torno de 2 minutos. Todos os outros casos possíveis
realizar ciclos de 30 por 2;

A compressão deverá ser de no mínimo um terço do diâmetro anteroposterior


do tórax da vítima, e o socorrista poderá fazê-la com uma ou duas mãos sobre o
esterno, na linha intermamilar. Sempre analisar o porte da criança para realizar as
compressões. Em crianças menores utilizar apenas uma mão;
Em bebês de até 1 ano, um socorrista deverá comprimir o tórax com dois
dedos. Com dois socorristas na reanimação, um socorrista usará as mãos para
envolver o tórax da criança e comprimi-lo com os polegares. A depressão deverá ser
de 4 cm;
Em bebês, verificar o pulso femoral ou braquial.

Fonte:https://unasus2.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/14685/mod_resource/content/2/un01/top05p01.html

Em criança deve-se utilizar somente uma das mãos, com profundidade das
compressões de aproximadamente 5 cm. Já em bebê, recomenda-se afundar o tórax
cerca de 4 cm, sendo as compressões realizadas com dois dedos na região logo
abaixo da linha mamária ou com os dois polegares com as mãos abraçando o tórax.
Deve-se dar ênfase para as compressões torácicas, minimizando as interrupções.
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Para que as compressões sejam eficientes, é indicado que os socorristas que


realizam as compressões revezem a cada dois minutos ou a cada 5 ciclos de 30
compressões e 02 ventilações. Esse revezamento deve ser rápido e sincronizado
(AMERICAN HEART ASSOCIATION, 2015).

9.2.2 PCR/RCP em Afogamento

Conforme a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático – SOBRASA


(2017), o número de óbitos por afogamento no Brasil supera os 6.000 casos por ano,
sendo que nos incidentes não fatais chegam a mais de 100.000.
Os dados abaixo demonstram a ocorrência de uma catástrofe anual que
necessita ser interrompida.
• Afogamento é 2ª causa óbito de 1 a 9 anos, 3ª causa de 10 a 19 anos, e 4ª
causa de 20 a 25.
• A cada 84 min. um Brasileiro morre afogado;
• Homens morrem 6 vezes mais;
• Adolescentes têm o maior risco de morte;
• O Norte do Brasil tem a maior mortalidade;
• 51% de todos os óbitos ocorrem até os 29 anos;
• 75% dos óbitos ocorrem em rios e represas;
• 51% das mortes na faixa de 1 a 9 anos de idade ocorrem em Piscinas e
residências;
• Crianças < 9 anos se afogam mais em piscinas e em casa
• Crianças > 10 anos e adultos se afogam mais em águas naturais (rios,
represas e praias).
• Crianças de 4 a 12 anos que sabem nadar se afogam mais pela sucção da
bomba em piscina.
• 44% ocorrem entre Novembro e Fevereiro
• Cada óbito por afogamento custa R$ 210.000,00 ao Brasil

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9.2.3 Suporte Básico de Vida no Seco - Areia ou Piscina

A Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático – SOBRASA (2017),


descreve passo a passo a abordagem e manejo de vitima de afogamento, como
segue:
Ao chegar na areia, ou na borda da piscina coloque o afogado em posição
paralela a água, de forma que o socorrista fique com suas costas voltada para o
mar, e a vítima com a cabeça do seu lado esquerdo.
A cabeça e o tronco devem ficar na mesma linha horizontal.
A água que foi aspirada durante o afogamento não deve ser retirada, pois
esta tentativa prejudica e retarda o início da ventilação e oxigenação do paciente,
alem de facilitar a ocorrência de vômitos.
Cheque a resposta da vítima perguntando, “Você está me ouvindo?”
Se não houver resposta da vítima (inconsciente) – Ligue para o serviço de
emergência do local ou peça a alguém para chamar a ambulância ou o guarda-
vidas, e;
Abra as vias aéreas, colocando dois dedos da mão direita no queixo e a mão
esquerda na testa, e estenda o pescoço;

Fonte: http://www.sobrasa.org/manual-de-emergencias-aquaticas/

Cheque se existe respiração, ouça e sinta a respiração e veja se o tórax se


movimenta, se houver respiração é um caso de resgate, ou grau 1, 2, 3, ou 4.

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Coloque em posição lateral de segurança e aplique o tratamento apropriado para


grau.
Se não houver respiração, realize 5 (cinco) ventilações de resgate iniciais
observando um intervalo entre cada uma que possibilite a elevação do tórax, e logo
em seguida o seu esvaziamento. É recomendável a utilização de barreira de
proteção (máscara) ou Ventilador manual (Ambu);

Palpe o pulso arterial carotídeo ou cheque sinais de circulação (movimentos


ou reação à ventilação) - Coloque os dedos (indicador e médio) da mão direita no
“pomo de adão” e escorregue perpendicularmente até uma pequena cavidade para
checar a existência ou não do pulso arterial carotídeo ou simplesmente observe
movimentos na vítima ou reação a ventilação feita.

Fonte: http://www.sobrasa.org/manual-de-emergencias-aquaticas/

Se houver pulso, é uma parada respiratória isolada - grau 5, mantenha


somente a ventilação com 12 vezes por minuto até o retorno espontâneo da
respiração.
Se não houver pulso ou sinais de circulação, retire os dois dedos do queixo e
passe-os pelo abdômen localizando o encontro das duas últimas costelas, marque
dois dedos, retire a mão da testa e coloque-a no tórax e a outra por sobre a primeira.
Inicie 30 compressões cardíaca em caso de 1 socorrista; ou
15 compressões em caso de dois socorristas para casos de afogamento.

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Fonte: http://www.sobrasa.org/manual-de-emergencias-aquaticas/

A velocidade destas compressões deve ser de 100 a 120 vezes em 60


segundos. Em crianças de 1 a 9 anos utilize apenas uma mão para as compressões.
Mantenha alternando 2 ventilações e 30 compressões ou 2 x15 com dois socorristas
(RCP em afogamento com dois socorristas), e não pare até que:
a - Haja resposta e retorne a respiração e os batimentos cardíacos. Coloque
então a vítima de lado e aguarde o socorro médico solicitado;
b – Você entregue o afogado a uma equipe médica especializada; ou
c – Você fique exausto.

Fonte: http://www.sobrasa.org/manual-de-emergencias-aquaticas/

Assim, durante a RCP, fique atento e verifique periodicamente se o afogado


está ou não respondendo, o que será importante na decisão de parar ou prosseguir
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nas manobras. Existem casos descritos de sucesso na reanimação de afogados


após 2 horas de manobras e casos de recuperação sem danos ao cérebro até 1
hora de submersão.
Sempre inicie todo processo com apenas um socorrista, para então após 2 a
3 ciclos completos de RCP, iniciar a alternância com dois socorristas.
Os socorristas devem se colocar lateralmente ao afogado e em lados opostos
Aquele responsável pela ventilação deve cuidar da verificação do pulso no
período da compressão e durante a parada para reavaliação, e de manter as vias
aéreas desobstruídas.
Em caso de cansaço realize a troca rápida de função com o outro.
Mesmo com dois socorristas, a relação da RCP será 2:15.
Após os primeiros 4 ciclos completos de compressão e ventilação, reavalie a
ventilação e os sinais de circulação. Se ausente, prossiga a RCP e interrompa-a
para nova reavaliação a cada 2 minutos ou 4 ciclos.
A RCP deve ser realizada no local do acidente, pois é aonde a vítima terá a
maior chance de sucesso. Nos casos do retorno da função cardíaca e respiratória
acompanhe a vítima com muita atenção, durante os primeiros 30 minutos, até a
chegada da equipe médica, pois ainda não esta fora de risco de uma nova parada
cardiorrespiratória (SOBRASA, 2017).

9.3 Desfibrilador Externo Automático - DEA

Em situações de PCR com Fibrilação Ventricular - FV ou Taquicardia


Ventricular Sem Pulso - TVSP, o tratamento mais indicado é a desfibrilação precoce,
podendo fazer o uso de um Desfibrilador Externo Automático (DEA), que poderá ser
utilizado por qualquer pessoa, desde que devidamente treinada. Seu funcionamento
é muito fácil, se resumindo a apenas ligar o aparelho e seguir os passos de
comando de voz do equipamento (GONZALES et al. 2013).
Muitos pacientes adultos, em parada por FV, podem sobreviver sem sequelas
neurológicas, quando a desfibrilação é realizada de 4 a 5 minutos após a parada
cardíaca súbita. Quanto mais cedo a desfibrilação ocorrer mais alta a taxa de
sobrevivência.

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ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR 1

O DEA é um equipamento portátil que tem um sistema automatizado de


análise de ritmo cardíaco, seleciona o nível de energia e carrega automaticamente.
Uma voz e luzes indicadoras guiam e orientam o usuário passo a passo, analisando
o ritmo cardíaco, podendo ser indicada a desfibrilação, cabendo, neste caso, ao
operador apenas apertar o botão de choque. Assim que o DEA estiver disponível, se
houver dois socorristas, um instala o aparelho seguindo os comandos de voz,
enquanto o outro segue nas compressões torácicas, só parando quando o DEA
emitir um som avisando: “Analisando ritmo cardíaco, não toque no paciente”. Se
houver só um socorrista, deve-se interromper as compressões para instalar o DEA
(ACLS, 2013).
A desfibrilação ou a interrupção da fibrilação é definida como o uso do choque
elétrico de corrente contínua de alta amperagem, em que são posicionados os
eletrodos ou as pás sobre o tórax da vítima. Quando acionado o choque, o
aparelholibera uma carga elétrica que atravessa o coração, despolarizando todas as
células cardíacas, geralmente reestruturando o ritmo cardíaco normal. O DEA é fácil
e simples de usar, mas deve ser utilizado imediatamente, sendo capaz de reverter a
FV para circulação fisiológica (BOAVENTURA; MIYADAHIRA, 2012).

Situações especiais

Antes de aplicar o DEA, o operador deve determinar, primeiro, se há


situações especiais que podem requerer que o operador adote outras ações antes
de usar um DEA ou durante sua operação:
⦁ a vítima tem menos de 8 anos (ou pesa até 25 quilos, aproximadamente):
utilizar pás pediátricas.
⦁ a vítima está na água ou próxima dela: seque o tórax do paciente.
⦁ a vítima tem um marcapasso implantado: posicione as pás de 2 a 10
centímetros da localização do marcapasso.
⦁ há um adesivo de medicação transcutânea ou outro objeto sobre a pele da
vítima, onde se colocam as pás auto-adesivas do DEA: remova-o.
⦁ pêlos excessivos no tórax: remova-os.
Observação: o DEA só deverá ser utilizado em pacientes a partir de 1 ano de
vida.
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ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR 1

Ao fazer o uso do DEA, é preciso certificar-se que a vítima não esteja em


contato com a água ou metal, pois esses são excelentes condutores de eletricidade,
podendo constituir riscos para o socorrista e ao resto da equipe. Deve-se acomodar
o DEA ao lado do socorrista e colocar as pás no tórax da vítima – a primeira pá é
aplicada no lado direito abaixo da clavícula, e a segunda é aplicada abaixo do
mamilo esquerdo. Se a vítima estiver molhada ou suada, deve-se secar a pele com
uma tolha ou pano seco, se o paciente tiver peito peludo, é preciso depilá-lo
rapidamente, permitindo que as pás fiquem em contato com a pele; em seguida, é só
seguir os comandos do aparelho (NATIONAL SAFETY COUNCIL, 2010).
Para o National Safety Council (2010), o DEA, apesar de ser de fácil manejo e
automático, apresenta alguns perigos que devem ser observados, tais como: em
vítima de afogamento, é necessário afastá-la da água e secá-la bem antes de usar o
DEA; evitar materiais inflamáveis, como álcool para limpar a pele, inclusive oxigênio;
não usar o DEA quando estiver em movimento dentro de veículos; não usar celular
ou radiocomunicação em um raio de 2 metros; nunca tocar na vítima enquanto o
DEA estiver analisando o ritmo ou liberando o choque.

Estrutura e funcionamento do desfibrilador externo automático

Os desfibriladores podem ser encontrados nas versões automáticas e semi-


automática, sendo essa última a mais utilizada no atendimento pré-hospitar, em que
"avisam" ao operador que o choque está indicado, mas não o administram sem uma
ação do socorrista (isto é, o socorrista deve pressionar o botão de choque
[SHOCK]).
Os DEA devem ser utilizados somente quando os pacientes apresentarem,
em conjunto, os seguintes sinais clínicos: - ausência de responsividade. - ausência
de respiração efetiva. - ausência de sinais de circulação.

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Passos universal para operar um DEA

1-ligue-o;
2-siga as instruções do aparelho;
3-aplique choque se indicado.

Fonte:https://www.iespe.com.br/blog/dea-desfibrilador-externo-automatico/

Conduta
1. Ligue o DEA, em primeiro lugar (isso ativa as mensagens sonoras para
guiá-lo em todos os passos subseqüentes, alguns começarão a funcionar,
automaticamente, quando se abre a tampa ou o estojo);
2. Remova a roupa do tórax do paciente. Seque a área e corte ou remova
pêlos excessivos, se necessário;
3. Fixe as pás auto-adesivas (eletrodos) no paciente. Consulte a ilustração no
verso de cada eletrodo, para identificar a posição correta;
4. Conecte o cabo dos eletrodos ao DEA (em alguns modelos, os cabos estão
pré-conectados e outros apresentam uma luz intermitente que mostra o local de
conexão);
5. Assim que o DEA detectar que os eletrodos estão conectados
adequadamente, automaticamente, inicia a análise do ritmo cardíaco do paciente.
Alguns modelos exibem o eletrocardiograma do paciente na tela;
6. Se for recomendada a aplicação do choque, o aparelho carregará para
preparar a aplicação do choque, apresentando avisos de voz e na tela para informar
ao operador que o choque é recomendado. Assegure-se de que ninguém esteja em
contato com o paciente;
7. Pressione o botão CHOQUE, se a descarga estiver indicada. (nos modelos
automáticos, o aparelho realiza este passo sem ação do socorrista);
8. Após o choque, o aparelho realiza uma pausa de 2 minutos, permitindo que
o socorrista execute a RCP, e então, volta a analisar o ritmo cardíaco.

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LIÇÃO 10 – EMERGÊNCIAS CLINICAS

Fonte: http://redehumanizasus.net/94643-organizacao-da-urgencia-e-emergencia/

Objetivos:
✓ Reconhecer e identificar o padrão das emergências clinicas;

✓ Identificar os sinais e sintomas das principais emergências clinicas;

✓ Identificar e saber atuar nas principais emergências clinicas;

✓ Identificar e saber atuar em caso de AVC, Convulsão, desmaio, hipertensão e


infarto agudo do miocárdio.

10 INTRODUÇÃO

Ao final desta lição você saberá identificar e reconhecer as principais


emergências clinicas, tais como, Acidente Vascular Encefálico – AVC, crises
convulsivas e desmaio, convulsão, desmaio, Infarto Agudo do Miocárdio – IAM,
hipertensão, bem como estar apto para atuar nas mesmas.

10.1 Acidente Vascular Cerebral

Introdução
O acidente vascular encefálico é caracterizado pelo fluxo sanguíneo
insuficiente em região determinada do sistema nervoso central.

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Esse fluxo interrompido pode acontecer por obstrução (trombo ou êmbolo) ou


rompimento de vaso (artéria ou veia) cerebral.
O encéfalo é um órgão essencial e responsável pela coordenação de todo
organismo. Ele coordena desde as funções de dormir e acordar, andar e sentar até
nossas memórias.
É uma doença altamente debilitante e com sequelas que podem no futuro,
impossibilitar a pessoa de ter uma vida independente de outras. Além do alto custo
do tratamento intra-hospitalar, algumas vezes esse paciente apresenta sequelas
definitivas, impossibilitando ter uma vida laborativa (SENASP, 2015).

Escala pré-hospitalar para AVC de Cincinnati


A escala pré-hospitalar para AVC de Cincinnati é utilizada para identificar um
provável AVC. Muitos sinais de AVC podem ser vagos ou ignorados pelo paciente.
Como emergencista, você poderá identificar um AVC, por meio dessa escala, que
consiste na avaliação de três sinais físicos importantes (SENASP, 2015):
✓ Queda facial;
✓ Debilidade do braço; e
✓ Fala anormal.

Queda facial e debilidade do braço

Fonte: https://medifoco.com.br/sintomas-do-avc-acidente-vascular-cerebral/

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Fala anormal
Quando o paciente pronuncia frases ininteligíveis; é incapaz de falar ou a fala
sai arrastada. Peça para que o paciente diga "o rato roeu a roupa do rei de Roma"
ou outra frase similar.

http://alimentonaturaldavida.blogspot.com/2014/11/escala-cincinnati-identificando-

um-avc.html

Os principais sinais e sintomas do AVE são:


●Fraqueza súbita ou paralisia da face, braço ou perna, especialmente em um
dos lados do corpo;
●Confusão mental de início abrupto;
●Dificuldade para falar ou compreender outras pessoas;
●Diminuição da visão, em um ou nos dois olhos;
●Dificuldade para caminhar;
●Tontura ou perda do equilíbrio ou da coordenação dos movimentos;
●Dor de cabeça intensa e súbita sem causa conhecida;
●Pode apresentar rigidez de nuca, caso tenha tido sangramento cerebral;
●Paciente pode apresentar anisocoria (pupilas de tamanhos diferentes); e
●Dificuldade para engolir.

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Classificação
O AVE pode ser classificado em:
Isquêmico: artéria ou veia cerebral sofre interrupção de fluxo sanguíneo,
devido principalmente a formação de trombo ou êmbolo; e

Hemorrágico: artéria ou veia cerebral sofre interrupção de fluxo sanguíneo


devido ao rompimento de vaso, com extravasamento de sangue para o tecido
cerebral.

Condutas:
Durante o atendimento inicial, deverá ser questionado com familiares e
acompanhante sobre doenças existentes e medicamentos em uso. Pacientes que
possuem doenças como diabetes, arritmias cardíacas, hipertensão arterial, além de
fumantes e obesos, sendo estes mais propensos;
Ofertar oxigênio para todos os pacientes, sendo com máscara com O2 úmido;
Manter oximetria de pulso acima de 94%;
Manter a cabeça elevada a 45°, pois se hemorrágico melhora a pressão
intracraniana (pressão dentro do cérebro).
Proceder com o ABCDE, lembrando que durante o AVE com perda de
consciência, o paciente poderá cair e sofrer algum tipo de trauma. Se houver
suspeita de trauma cranioencefálico, sempre proceder a imobilização de coluna
cervical.
Se o paciente encontrar-se inconsciente e houver queda de língua, proceder a
colocação da cânula de Guedel e/ou manobras de desobstrução de vias aéreas
(elevação do mento e/ou da mandíbula).
Se mesmo com as manobras anteriores houver dificuldade respiratória,
devemos instituir a ventilação assistida com máscara e Ambu® com reservatório de
O2;
Aferir a pressão arterial, pois níveis pressóricos elevados estão mais
associados ao AVE hemorrágico;
Avaliar as pupilas, analisando tamanho, simetria e resposta à luz;
Avaliar força motora, se o paciente estiver consciente, peça que levante os
membros inferiores, um por vez e que aperte cada uma de suas mãos;

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Avalie a musculatura facial, peça que cerre os olhos e sorria. São indícios de
possível AVE os casos em que o paciente que apresenta desvio da boca ou não
consegue fechar os olhos;
O diagnóstico definitivo do evento só será feito no ambiente hospitalar e com
exames de imagens (tomografia de crânio sem contraste ou ressonância magnética
de crânio); e
Lembrar sempre: quanto mais precoce for o tratamento desse paciente, seja
com trombolíticos ou cirurgia para drenagem de hematoma, melhor será o
prognóstico e o tratamento será mais eficiente.

10.2 Convulsões, epilepsia e perdas de consciência

Objetivos:
● Definir convulsões;

● Reconhecer e identificar o padrão das emergências envolvendo crises convulsivas;


● Classificar os tipos de convulsão;
● Apresentar as medidas de condutas a serem tomadas em caso de convulsão;
● Definir síncope e lipotimia;
● Reconhecer e identificar o padrão das emergências envolvendo diminuição e
perda de consciência;
● Classificar os tipos de síncope; e
● Apresentar as medidas de condutas a serem tomadas em caso de síncope.

10.2.1 Convulsões e epilepsia

O termo convulsão, de forma clássica, é a denominação para a contração


muscular involuntária tônica ou clônica. Entretanto, na atualidade é usado em geral
no plural, para designar séries de contrações musculares anormais, clônicas e
violentas, que variam segundo a natureza (epiléptica, tóxica, anóxica, psíquica etc.)
e localização.
É, portanto, uma denominação genérica que pode estar relacionada com
doenças ou síndromes de manifestações clínicas com origem extremamente
variáveis, cujas definições mais elementares são as seguintes (SENASP 2015):

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● Epilepsia: condição primária que se caracteriza pela presença de crises


convulsivas recorrentes.

● Convulsões: disfunção do sistema nervoso central, ocasionada por descargas


elétricas anormais, intensas e concomitantes em uma ou mais estruturas
encefálicas. Ocorrem de modo súbito e independente ou em consequência de
alterações sindrômicas como febre, desequilíbrio hidroeletrolíticos, irritações
neuronais ou acidentes com Traumatismo Crânio Encefálico - TCE.

Estado do Mal Epiléptico – EME: caracterizada como crise epiléptica com


duração igual ou maior que 30 minutos ou crises repetidas ao longo de 30 minutos
ou mais, sem recuperação da consciência entre elas, ou ainda qualquer crise tônico-
clônica generalizada, com duração maior que 5 a 10 minutos.

Fonte: https://salvovidas.wordpress.com/category/convulsao/

Reconhecimento
As vítimas de crise convulsiva podem ser identificadas tanto pela ocorrência
de apenas um episódio quanto pela tendência à apresentação de crises recorrentes.
Uma convulsão normalmente se manifesta por descarga neuronal excessiva,
paroxística, hipersincronizada, de variável extensão, que pode ou não ser seguida
de perda de consciência.
O acometimento do sistema nervoso pode ser de início parcial ou início
generalizado e a vítima pode apresentar um ou múltiplos tipos específicos de crises
convulsivas.
Os fatores que vão influenciar na classificação do tipo de crise convulsiva são
as variáveis demográficas, as circunstâncias nas quais as crises ocorrem e o
histórico da vítima.

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Tradicionalmente, no quadro característico de crises convulsivas consta as


seguintes manifestações (GOIAIS, 2016):
● Inconsciência;
● Perda do tônus postural seguida da queda desamparada;
● Perda do controle da musculatura;
● Olhar fixo, vago ou em movimentos oculares descoordenados;
● Sudorese;
● Midríase (pupila dilatada), com dor referida em todo o abdome ou em região
especifica;
● Náuseas e vômitos;
● Taquicardia ou bradicardia;
● Taquipneia ou dispneia;
● Febre;
● Lábios cianóticos,
● Salivação excessiva a escorrer pela boca;
● Movimentos de mastigação, podendo morder a língua e/ou lábios;
● Palidez intensa;
● Movimentos de membros ou de todo o corpo de forma involuntária e desordenada;
e
● Relaxamento dos esfíncteres, incorrendo em liberação de fezes e urina.
Geralmente os movimentos incontroláveis duram de 1 a 2 minutos, tornando-
se então menos violentos e a vítima vai se recuperando gradativamente. Esses
acessos podem variar na sua gravidade e duração. Algumas vítimas podem
pressentir o início da crise e chamar por ajuda, usar expressões exclamativas ou
balbuciar outro som antes da chamada “aura epiléptica”.

Classificação
Existem basicamente dois tipos de crises convulsivas:
● Focais (ou parciais): início limitado a um hemisfério cerebral; e

● Generalizadas: decorrentes da hiperestimulação simultânea dos dois hemisférios


cerebrais, portanto de maior importância para o socorro, pois períodos prolongados
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desse quadro de hipermetabolismo celular cerebral podem levar à exaustão


neuronal e a lesões celulares que podem deixar sequelas.

Causas
Algumas causas comuns de crises convulsivas estão relacionadas à:
● Disfunções metabólicas como hipoglicemia e hiperglicemia e insuficiência renal;

● Febre alta acima de 40ºC em crianças e bebê;

●Infecções, sepse, encefalite (viral), meningite bacteriana;

● Disfunções endócrinas, hipertireoidismo, hipotireoidismo;

● Outras condições sistêmicas, crise falciforme, encefalopatia hipertensiva, lúpus


eritematoso sistêmico, poliarterite, eclampsia, febre alta (de qualquer causa); e

● Neoplasias ou trauma do sistema nervoso central, lesões vasculares, arritmias,


acidente vascular encefálico, hemorragia intracerebral, hipotensão.

Condutas

Fonte: https://salvovidas.wordpress.com/category/convulsao/

● Observe a segurança de todos envolvidos na cena, mantenha a segurança da


vítima e identifique o tipo e a fase da crise;

● Mantenha vias aéreas desobstruídas durante a convulsão, e cuidadosamente gire


a vítima para um dos lados para que as secreções saiam da boca de forma
espontânea, a fim de limpar as vias aéreas;

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● Proteja a vítima para que não se machuque durante os movimentos. Não é


necessário imobilizar ou realizar grandes esforços que oprimam a vítima. Caso não
se consiga proteger todas as extremidades da vítima, priorize a proteção da cabeça;

● Não realize RCP enquanto a vítima estiver se debatendo;

● Não tente colocar nada na boca da vítima enquanto durar a convulsão para evitar
que ele morda a língua ou mesmo o dedo do socorrista;

● Não permita que a vítima se esforce para levantar e caminhar após a convulsão
até que tenha recobrado por completo a consciência;

● Após a crise convulsiva, a pessoa entra em estado de relaxamento e apresenta


nítidos sinais de cansaço e confusão mental (pós-ictal), o socorrista devera colocar a
vitima em posição lateral de segurança para evitar aspiração de secreções;
● Afaste objetos perigosos do paciente durante a convulsão para prevenir traumas,
permita à vítima assumir uma posição de conforto. Mostre apoio na tentativa de
acalmar e tranquilizar a vítima, mantendo-a confortável e aquecendo-a se
necessário;

● Não tente medicar ou oferecer nada para a vítima comer, beber ou cheirar.
Procure por possíveis medicações do uso cotidiano da vítima para ser apresentada
ao médico oportunamente; e
● Peça ajuda para pessoa próxima, caso seja necessário oriente na chegada do
socorro especializado.

10.3 Perdas de consciência (Desmaio)

Introdução
No linguajar popular, o termo que denota a perda de consciência é o desmaio.
Entretanto, para o presente manual e para o alinhamento da comunicação
interdisciplinar, a perda da consciência e a diminuição serão definidas e classificadas
como síncope. A síncope é o fenômeno da perda da consciência associada à perda
do tônus postural. O evento é causado por comprometimento global do fluxo
sanguíneo cerebral. A pré-síncope é o período de tempo em que a redução do fluxo
cerebral se inicia, provocando mal-estar geral que precede a perda de consciência.
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Ocasionalmente, a hipoperfusão pode estar restrita aos hemisférios cerebrais


ou ao tronco cerebral, e o envolvimento de qualquer destas estruturas provoca a
inconsciência. A síncope tem que ser diferenciada das convulsões, que pode
manifestar-se de forma semelhante, porém com propriedades peculiaridades
(SENASP, 2015).

Reconhecimento
Na maioria das vezes, a perda súbita da consciência e do tônus postural
resulta da redução brusca do fluxo sanguíneo para o cérebro. A adequação desse
fluxo normalmente é protegida pelo mecanismo de autorregulação intrínseco
compensatório cardíaco. Quando esse mecanismo é ineficiente, a pressão média
das carótidas cai abaixo do limiar de manutenção do fluxo nutricional, levando à
diminuição do tônus postural e da consciência caracterizado como lipotimia. Quando
o mecanismo é completamente abolido, há a perda completa do tônus e da
consciência.
Nos episódios simples de síncope, em que a vítima rapidamente recobra nível
de consciência normal, geralmente não há demanda de recursos de emergência,
entretanto, até que se estabeleça o nível normal de segurança, todos os casos de
perda de consciência devem ser cuidadosamente observados.
Nos casos de episódios de múltiplas perdas de consciência, os cuidados
devem aumentar, uma vez que há a possibilidade de patologia de maior gravidade
(GOIAIS, 2016).

Normalmente as perdas de consciência estão relacionadas em maior ou


menor grau com:
● Hipoglicemia;

● Cansaço excessivo;
● Nervosismo intenso;

● Emoções súbitas;

● Sustos;

● Dor intensa;
Fonte: http://www.poderdasmaos.com.br/desmaio/
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● Permanência prolongada em pé;

● Acidentes, principalmente os que envolvemperda sanguínea;

● Mudança súbita de posição (hipotensão postural);

● Ambientes fechados e quentes; e

● Disritmias cardíacas (bradicardia) etc.

As principais manifestações das perdas repentinas de consciência são


percebidas juntamente com:
● Fraqueza;
● Sudorese excessiva;
● Náuseas ou ânsia de vômito;
● Palidez intensa;
● Pulso fraco;
● Respiração lenta ou com dificuldades;
● Extremidades frias e cianóticas;
● Tonturas e vertigens; e
● Sensação de escurecimento da visão e, em decorrência da alteração de
consciência, a vítima acaba por cair de forma desamparada, podendo gerar algum
trauma decorrente da queda.

Fonte: http://www.poderdasmaos.com.br/desmaio/

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Condutas
● Realizar o ABC;
● Não deixe que pessoas se aglomerem em torno da vítima;
● Afrouxe suas vestes;
● Eleve as pernas da vítima, com cuidado se houver suspeita de TCE.
● Nunca jogue água na vítima ou coleque algo no nariz para cheirar;
●Nunca ofereça nenhum líquido à vítima; e
● Monitore sinais vitais e se necessário acione o suporte avançado de vida.

10.4 Oxigenoterapia

Oxigenoterapia é a administração de oxigênio a um paciente com fins


terapêuticos, seja por meio de máscara, cateter e outros meios. O uso imediato e
eficiente de alguns equipamentos permitirá cuidados mais efetivos, principalmente
para manutenção das vias aéreas permeáveis, melhoria da ventilação e da oferta de
oxigênio ao paciente. No entanto, procedimentos inadequados podem acontecer, se
ocorrer demora no atendimento ou uso de equipamento desajustado ou incorreto
(GOIAIS, 2016).

Fonte: https://euquerosabertudo.com/saude/oxigenoterapia.html

Responsabilidades do socorrista na oxigenoterapia


⦁ Assegure-se de que o equipamento esteja limpo e funcionando adequadamente;
⦁ Selecione o equipamento apropriado para a situação observando a individualidade
do paciente;
⦁ Monitore constantemente o paciente;

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⦁ Providencie a assepsia do equipamento ou que seja descartado, se for o caso, e


reavalie as condições para a sua reutilização;

Oxigênio
O oxigênio, imprescindível para a vida, é um gás inodoro, incolor, e, sozinho,
não é combustível; entretanto, é alimentador da combustão e reage violentamente
com materiais combustíveis. Ele está presente no ar ambiente num teor de,
aproximadamente, 21% (GOIAIS, 2016).
Indicações para o emprego do oxigênio:
⦁ insuficiência cardíaca;
⦁ infarto agudo do miocárdio;
⦁ edema pulmonar;
⦁ insuficiência respiratória;
⦁ hemorragias;
⦁ trabalho de parto complicado;
⦁ intoxicações;
⦁ acidente vascular cerebral;
⦁ estado de choque; e
⦁ traumas, etc. Fonte: https://euquerosabertudo.com/saude/oxigenoterapia.html

Observação: a administração de oxigênio não substitui as manobras de


reanimação.

Riscos no uso do oxigênio


1. O oxigênio facilita a combustão, portanto, mantenha-o afastado das fontes
de chama no local onde estiver sendo empregado;
2. Nunca fume quando estiver manipulando o equipamento de provisão de
oxigênio. 3. Evite o contato com óleos e graxas, inclusive em manutenção, sob risco
de explosão;
4. Evite pancadas ou quedas do cilindro; um golpe mais forte que venha a
romper a válvula poderá fazer o cilindro ser impulsionado como um míssil. O cilindro
deve estar bem fixado na viatura, preferencialmente, em pé;
5. Transporte o cilindro sem arrastá-lo ou rolá-lo;
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6. Abra completamente a válvula do cilindro; em seguida, volte-a meia volta.


Isso servirá como medida de segurança, caso alguém pense que esteja fechada e
force sua abertura.

Preparação do equipamento de oxigenoterapia

1. Retire o capacete que protege a válvula do cilindro (se houver);


2. Acople, na válvula, o regulador de pressão;
3. Conecte o frasco umidificador com a mangueira e a máscara facial
adequada ao paciente;
4. Abra a válvula, vagarosamente, sem o uso de qualquer ferramenta, para
evitar danos ao cilindro e diminuir a possibilidade de vazamentos;
5. Regule o fluxo de saída de oxigênio conforme a necessidade do paciente;
6. Ajuste a máscara na face do paciente e oriente para que respire lenta e
profundamente.

10.5 Hipertensão

Hipertensão é uma condição na qual a pressão arterial encontra-se acima dos


níveis considerados normais. A hipertensão é uma doença que impõe uma
sobrecarga às funções do sistema cardiovascular.
A maior incidência da hipertensão é verificada entre mulheres da raça negra,
fumantes, na faixa etária entre 30 e 50 anos. Embora a incidência seja mais elevada
no sexo feminino, à tolerância nas mulheres é maior que nos homens (SENASP,
2015).
Valores normais
✓ Diástole 60 a 80mmhg; e
✓ Sístole 100 a 140mmhg.

Sinais e sintomas
✓ Náuseas;
✓ Cefaleia;
✓ Ansiedade;
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✓ Zumbido nos ouvidos;


✓ Alteração visual;
✓ Hemorragia nasal;
✓ Formigamento na face e extremidades; e
✓ Pressão arterial elevada.

Atendimento pré-hospitalar
✓ Mantenha as vias aéreas permeáveis;
✓ Coloque o paciente em posição sentada ou semissentada;
✓ Mantenha o paciente em repouso;
✓ Promova o suporte emocional;
✓ Oriente-o para que tome a medicação habitual; e
✓ Transporte o paciente.

10.6 Infarto Agudo Do Miocárdio – IAM

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2013), o Infarto Agudo do


Miocárdio (IAM), também conhecido como ataque cardíaco, é a morte das células de
uma porção do músculo do coração, em decorrência da formação de um coágulo
(trombo) que interrompe, de forma súbita e intensa, o fluxo de sangue no interior da
artéria coronária.
A principal causa do infarto é a aterosclerose, processos no qual placas de
gordura se desenvolvem, ao longo dos anos, no interior das artérias coronárias,
criando dificuldade à passagem do sangue.
As alterações cardiovasculares que culminam em cardiopatias estão entre as
principais causas de morte em todo o mundo. Existem muitas doenças que afetam
diretamente o coração.
O coração é um órgão com alta carga de trabalho, “descansando” apenas
entre as batidas. Para manter a eficiência do bombeamento, o músculo cardíaco
necessita de oxigenação eficiente, que é suprida pelas artérias coronárias (SENASP,
2015).
Quando essas artérias estão deficientes na oxigenação desse músculo,
instala-se a doença isquêmica, que pode variar desde dor (angina pectoris),

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passando pelo infarto do miocárdio (lesão permanente das fibras musculares


cardíacas), até a morte súbita (comprometimento total da artéria coronária
responsável pela irrigação de região extensa do coração).

Reconhecimento
Muitas vítimas de emergências cardíacas se sujeitam ao retardo na busca de
suporte médico e morrem antes mesmo de dar entrada em um pronto-socorro.
O sintoma mais comum para a doença isquêmica é a dor cardíaca,
denominada angina do peito. Inicialmente se manifesta quando a pessoa está sujeita
a esforços físicos ou quando é submetida a fortes emoções.
Essa dor é percebida na parte central do tórax, podendo irradiar-se para
outras partes do corpo, mais comumente para o braço e ombro esquerdos, pescoço,
mandíbula e face, e ainda para o abdome e costas.

Fonte: http://www.ojornalzinho.com.br/2017/11/17/existe-vida-ativa-apos-o-infarto-agudo-do-
miocardio/

Esse sintoma normalmente tem duração de apenas alguns minutos.


Entretanto, nas isquemias mais graves, a dor é constante, sendo a característica
mais habitual a sensação de aperto ou peso, mas pode ser descrita como quente,
em pontadas ou dilaceração (rasgamentos). Nos casos de dor mais intensa,
geralmente as vítimas relatam sensação de morte iminente a ponto de cessar toda a
atividade corporal para tentar repousar.
Além da dor, outros sinais e sintomas que devem ser considerados:
dificuldade respiratória, sudorese, pele fria, úmida e pálida ou azulada, ansiedade,
náuseas e vômitos, fadiga, fraqueza, vertigens ou tonturas e perda da consciência,
pulso irregular ou fraco, parada cardiorrespiratória (GOIAIS, 2016).
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Condutas
⦁ Acionar suporte avançado de vida;

⦁ Manter vias aéreas pérvias;

⦁ Prevenir estado de choque, afrouxando as roupas, aquecendo a vítima, mantendo


o menor esforço físico possível;

⦁ Não elevar os membros inferiores, pois o aumento do retorno venoso sobrecarrega


o coração e piora o congestionamento pulmonar;

⦁ Administrar oxigênio;

⦁ Fornecer apoio emocional e tentar acalmar a vítima;

⦁ Verificar se a vítima faz uso habitual de medicação específica; caso ainda não
tenha sido usado, o socorrista pode auxiliar na ingestão ou aplicação;

⦁ Observar o padrão dos sinais vitais e iniciar a RCP, caso necessário; e

⦁ Transportar a vítima por meio de unidade de suporte avançado e/ou direcioná-la


para hospital de referência, segundo orientação do médico regulador.

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LIÇÃO 11 – EMERGENCIAS EM OPERAÇÕES TÁTICAS

Fonte: https://www.google.com/search?q=APH+TATICO&source

Objetivos:

✓ Descrever os componentes do Suporte Médico de emergência em operações


táticas;
✓ Entender as funções operacionais e de apoio das operações táticas;
✓ Entender a diferença do atendimento médico de emergência das fases do
atendimento tático;
✓ Entender as zonas de ação em um atendimento médico de operações táticas;
✓ Conhecer e entender o APH Tático no Brasil.

11 INTRODUÇÃO

O suporte medico de emergência em operações táticas civis é um sistema de


atendimento pré hospitalar dedicado aumentar a probabilidade de sucesso das
operações especiais da policia, reduzindo o risco e a responsabilidade do serviço
médico da missão e promover a segurança publica. O atendimento pré hospitalar
tático se baseia nos princípios da medicina militar, da medicina de áreas remotas e
ambientes hostis, de resposta a desastre, de sistema urbano de busca e resgate e
nos serviços médicos de emergências convencionais, criando um sistema de
atendimento de apoio as missões policiais e maximiza o desfecho clinico das vitimas
em ambientes distantes e com recursos precários, ao mesmo tempo em que
minimiza os riscos aos profissionais de atendimento pré hospitalar. A participação no

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atendimento tático às vitimas exige treinamento especifico especialização, assim


como para qualquer outras situação de operações especiais (PHTLS, 2015).
A primeira equipe de operações táticas especiais (SWAT) foi desenvolvida em
Los Angeles, em 1968. Logo depois, o conceito de ter uma equipe tática ligado a
equipe da SWAT foi avançando, de forma similar ao modelo militar de ter um medico
de combate junto ao esquadrão. Atualmente, o serviço médico tático compreende
um amplo aspecto de serviços médicos, com estrutura e função modificadas para
operar em ambientes táticos dinâmicos e de alto risco. Existe agora um amplo apoio
ao serviço medico tático dentro da policia e das comunidades medias.

11.1 Componentes práticos do serviço médico de operações táticas

O Serviço Médico em Emergência – SME tática tem muitas diferenças do


serviço medico de emergência convencional. Ao contrario do SME convencional, os
abrangentes programas do serviço médico tático inclui a manutenção da saúde,
medicina preventiva, avaliações de riscos médicos e coordenação do atendimento
com uma variedade de recursos médicos locais. Do ponto de vista operacional, os
emergencista do serviço médico de operações táticas são frequentemente
confrontados com decisões de tratamento e liberação. Essas situações variam
desde o emergencista do serviço medico operacional tático que ficou desidratado
ate o prisioneiro agressivo que pode ter sido ferido em uma operação tática. Os
emergencistas devem estar familiarizados com os protocolos locais quando atuam
no ambiente tático.
O conjunto de habilidade de emergencista do Suporte Médico de Emergência
em Operaçóes Táticas – SMEOT é consistente com o SME convencional, embora
geralmente mais amplo. Apesar de serem similares, a aplicação dos conjuntos de
habilidades do SMEOT é geralmente influenciada pela situação tática e pelo perfil da
missão.
Existem algumas barreiras para o acesso do SME tradicionais em um cenário
de operação policial, a área geralmente é isolada dentro desse perímetro, raramente
fica evidente quais as áreas seguras, se existem, para passagem ou desempenho
para atividades de emergências.

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Alguns comandantes de bombeiros e de equipes de resgates e diretores de


SME podem se opor que a sua equipe profissional pratique ações de medicina tática
por considerar uma ação muito perigosa. Quando perguntados por que os
bombeiros sobre o seu comando entram em prédios em chama, uma situação de
perigo bastante evidente, eles costumam responder que o combate ao fogo é
diferente das operações táticas, porque a equipe é mais bem treinada e equipada de
maneira apropriada contra ameaça de incêndio. O mesmo argumento é valido para o
SMEOT. Somente profissionais de atendimento pré-hospitalar treinados
apropriadamente devem estar em uma zona que não é segura. Assim como um
técnico de emergência médica não deve entrar na zona quente de um incidente de
materiais perigosos, ou em uma cena de incêndio sem equipamento de proteção
individual e treinamento adequado, o mesmo é valido para o ambiente tático
(PHTLS, 2015).

11.2 Zona de Operação

Durante as missões táticas, os conceitos de operações da e equipe tática


divide a área-alvo em zonas de operações. As equipes táticas estabelecem um
perímetro interno e um externo, como limites geográficos que definem a “zona
segura” (fora do perímetro externo onde não há ameaças), a “ zona morna” (entre o
perímetro externo e interno onde pode existir perigo de ameaça) e a “zona de morte”
(a área que representa um perigo imediato ou no qual o emergencista pode se tornar
um alvo claro). De muitas formas, essa estrutura é análoga às zonas de operações
em incidentes com produtos perigosos. Assim como ocorre com incidentes com
produtos perigosos, os limites geográficos de varias zonas podem mudar conforme
muda a situação.
O PHTLS (2015), trás as diretrizes para o atendimento a vitimas em combate
tático, como será descrito abaixo. Importante salientar que muitos dos
procedimentos citados são técnicas invasivas e atualmente o Corpo de Bombeiros
Militar do Rio Grande do Sul não está autorizado a realizar tais procedimentos.

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Atendimento sob fogo (atendimento com risco direto)


✓ Mantenha a supremacia tática: Neutralize a ameaça o mais rapidamente
possível (ex. fogo dirigido, fumaça, postura de ameaça, supressão de fogo,
mitigação de material perigoso).
✓ Garanta a cobertura e a camuflagem: evite mais ferimentos à vitima ou ao
socorrista.
✓ Use torniquetes para hemorragias nas extremidades com risco a vida;
✓ NÃO:
• Realize manejo invasivo de vias aéreas;
• Realize reanimação cardiopulmonar;
• Utilize precauções estritas de coluna vertebral.

Atendimento tático de campo (atendimento com risco indireto)


✓ Controle o sangramento (torniquete, curativo hemostático, curativo
compressivo convencional) para a hemorragia com risco a vida;
✓ Gerencie o ABCDE:
• Via aérea: avalie se há obstrução da via aérea e assegure com a utilização do
dispositivo nasofaringeo, dispositivo supraglotico, tubo endotraqueal ou via
aérea cirúrgica;
• Ventilação: avalie e trate as feridas penetrantes do tórax, ferimentos torácicos
aspirativos e pneumotórax hipertensivo;
• Circulação: Avalie o choque. Estabeleça o aceso intraósseo ou intravenoso e
inicie a reanimação com fluidos, caso tenha indicação médica;
• Incapacidade: Utilize talas para qualquer fraturas de ossos longos e forneça
imobilização da coluna cervical para lesões de alto risco.
• Exposição: Proteja o doente contra hipotermia. Exposição ao calor, agentes
químicos ou tóxicos podem ser fatores de risco.

Atendimento tático de evacuação (atendimento com risco evacuação)


✓ Forneça SME convencional e cuide de transporte;
✓ Assegure rotas claras de saída para o emergencista de atendimento pré-
hospitalar e para a ambulância;
✓ Atenda as considerações de preparação;
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✓ Fique alerta para dispositivos secundários e ameaças não convencionais (por


exemplo, inundações, multidões, fogo)

Fonte: https://www.usemilitar.com.br/blog/grupo-caos-brasil-treinamentos-de-forcas-especiais/

11.3 Considerações adicionais


As intervenções comuns do SME convencional podem ser inadequadas em
situações taticas, principalmente a imobilização da coluna cervical e a reanimação
cardiopulmonar. A imobilização da coluna cervical é uma intervenção demorada,
com o valor relativamente pequeno em traumas penetrantes. Uma equipe de dois
socorristas experientes leva em média 5 minutos e meio para realizar a imobilização
cervical corretamente. Esta demora e exposição podem ser mortais, não somente
para o doente, mas também para o socorrista. Assim caso a ameaça de ocorrência
de mais lesões seja maior do que o risco de lesão medular, a imobilização da coluna
cervical pode ser retardada.
Da mesma maneira, a reanimação cardiopulmonar oferece pouco beneficio
em parada cardíaca traumática, e aumenta a exposição do emergencista. Assim a
RCP tem um papel muito limitado na resposta médica tática e deve ser reservada
para as vitimas de afogamento, eletrocossão, hipotermia e algumas exposições a
substâncias tóxicas.

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11.4 APH tático no Brasil

O APH tático no Brasil é recente, começou a ser em implantado no ano de


2018, através da portaria Normativa nº 16/MD, de 12 de abril de 2018, que aprova a
Diretriz de Atendimento Pré-Hospitalar Tático do Ministério da Defesa, que passa a
regular a atuação das classes profissionais, a capacitação, os procedimentos
envolvidos e as situações previstas para a atividade.
Segundo a Portaria Normativa nº 16/MD (2018), o atendimento Pré-Hospitalar
Tático é exercido privativamente pelo Médico, pelo Enfermeiro, pelo Técnico de
Enfermagem e pelos militares com a formação complementar no Atendimento Pré-
Hospitalar Tático, previamente capacitados em Atendimento Pré-Hospitalar, de
acordo com as normas em vigor. A supracitada Portaria foi elaborada aos moldes do
PHTLS (modelo Americano), adequando à realidade brasileira e apesar de ser
recente esta ganhando força no cenário nacional, importante salientar que os
bombeiros militares que desejam atuar nesta área deverão ter uma formção
complementar no atendimento tático.
Abaixo serão listado alguns tópicos mais relevantes da Portaria Normativa nº
16/MD (2018):

Procedimentos específicos
Os procedimentos do Atendimento Pré-Hospitalar Tático, de maior
conhecimento técnico exigirão do emergencista ações imediatas e conhecimentos
específicos, implantados a vitimas com eminente risco de morte, devendo ser
implantado os seguintes procedimentos pré-hospitalr tático.
✓ Aplicação de torniquete;
✓ Garantia de vias aéreas;
✓ Descompressão torácica com agulha;
✓ Acesso venoso periférico;
✓ Acesso intraósseo;
✓ Prescrição tática.

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Elementos Capacitados em atendimento Pré-hospitalar tático

A capacitação para atuar no APH tático é dividido em três níveis de atuação, como
segue:
✓ Nível I – Médicos e Enfermeiros;
✓ Nível II - Profissionais de saúde, técnicos de enfermagem, elementos de
Operações Especiais e Operadores de Busca e Salvamento da Marinha, do
Exército e da Aeronáutica;
✓ Nível III - Socorristas Táticos.

São requisitos gerais para os elementos do Atendimento Pré-Hospitalar Tático:

✓ Equilíbrio emocional e autocontrole;


✓ Disposição para cumprir ações orientadas;
✓ Capacidade física e mental para a atividade;
✓ Iniciativa e facilidade de comunicação;
✓ Destreza manual e física para trabalhar em ambientes táticos diversos;
✓ Capacidade de trabalhar em equipe; e
✓ Disponibilidade para a capacitação e para a recertificação periódica.

Obs: É relevante salientar que, para o bombeiro Militar estar apto a atuar
como emergencista Pré-hospitalar tático, ele deve ser capacitado em procedimento
e treinamentos conforme supracitado e deverão ter formação em Primeiros
Socorros, em seu nível de atuação.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

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