Você está na página 1de 45

UNIBRAS

FACULDADE- NORTE GOIANO


CURSO DE ENFERMAGEM

JESSYCA MUNYQUY BARBOSA DE OLIVEIRA


JOSIANA OLIVEIRA XAVIER

ATUAÇÃO E INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE À PCR.

PORANGATU - GO
2023
JESSYCA MUNYQUY BARBOSA DE OLIVEIRA
JOSIANA OLIVEIRA XAVIER

ATUAÇÃO E INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE À PCR.

Monografia apresentada à Faculdade UniBRAS, como


requisito para a obtenção do título de Bacharel em
Enfermagem sob a orientação da Professora Mestra
Pollyana Silva.

PORANGATU - GO
2023
OLIVEIRA, Jessyca Munyquy Barbosa de; XAVIER, Josiana Oliveira. Atuação e
intervenção do enfermeiro em PCR / Jessyca Munyquy Barbosa de Oliveira,
Josiana Oliveira Xavier – Porangatu: 2023.
f.: il. (44 folhas)

Trabalho de Curso (Bacharelado em Enfermagem) UNIBRAS do Norte Goiano.


Coordenação de Curso

1. Parada Cardiorrespiratória. 2.Enfermagem. 3 Enfermeiro.


4. Ressucitação Cardiopulmonar.
TÍTULO I
UNIBRAS DO NORTE GOIANO

TERMO DE APROVAÇÃO

ATUAÇÃO E INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE À PCR.

Concluintes:

JESSYCA MUNYQUY BARBOSA DE OLIVEIRA


JOSIANA OLIVEIRA XAVIER

TCC apresentado à banca examinadora em ___/____/2023,


Constituída pelos professores:

_____________________________________________________________
Professora Me. Pollyana Silva orientadora-Membro / UNIBRAS

_____________________________________________________________
Professor Esp. Maikon Douglas Martins Leite - Membro / UNIBRAS

_____________________________________________________________
Professora Me. Xênia Freire Ferreira da Silva - Membro / UNIBRAS
Porangatu - GO
2023
RESUMO

A Parada Cardiorrespiratória (PCR) é motivo de receio para a maioria dos profissionais


de enfermagem atualmente, pois é considerada pelos enfermeiros um dos eventos mais
temidos durante a prestação de atividades hospitalares. À vista disso, vale ressaltar que
o tempo é um dos fatores mais importantes quando se leva em conta a excelência na
atuação ante a esse incidente. Esse tipo de intervenção, se bem realizada, é altamente
eficaz pois contribui para a sobrevida do paciente sendo capaz de garantir a
minimização de sequelas. Busca-se a partir dessas informações refletir acerca de
questões necessárias como por exemplo o desempenho do profissional de enfermagem
diante de uma PCR, pois se realizadas de forma errada, oferecem riscos como por
exemplo ocorrências iatrogênicas e até mesmo a morte. O estudo foi realizado com
métodos qualitativos e bibliográficos referentes à atuação do profissional de
enfermagem ante à PCR, assim como as principais ações assistenciais ao paciente
com dificuldades cardiorrespiratórias. Espera-se ressaltar a importância da
impecabilidade do enfermeiro no atendimento às vítimas acomedidas e a confirmação
da necessidade de aprimoramento das técnicas na atuação relacionadas às
ocorrências cardiorrespiratórias. Dessa maneira, é importante que cada atendimento
seja realizado sem falhas, garantindo assim uma melhor assistência diante de uma
possível ocorrência.

Palavras-chave: Parada Cardiorrespiratória. Enfermagem. Enfermeiro. Ressucitação


Cardiopulmonar.
ABSTRACT

Cardiopulmonary arrest (CPA) is a cause for fear for most nursing professionals today,
as it is considered by nurses as one of the most feared events during the provision of
hospital activities. In view of this, it is worth mentioning that time is one of the most
important factors when taking into account the excellence in the nurse's performance in
the face of this incident. This type of intervention, if well performed, is highly effective as
it contributes to patient survival and is efficient, ensuring the minimization of possible
sequelae. It seeks to reflect on necessary issues, such as the performance of the
nursing professional in the face of a CRA, because, from the moment that failures are
detected during care, the risks become apparent with iatrogenic occurrences and
serious threats to the safety of the victim. The study was carried out with qualitative and
bibliographic methods referring to the performance of the nursing professional in the
face of CRA, as well as the main care actions for patients with cardiorespiratory
difficulties. It is expected to emphasize the importance of the impeccability of the nurse
in the care of victims affected and the confirmation of the need to improve the
techniques in the performance related to cardiorespiratory events. In this way, it is
important that each service is performed without fail, thus ensuring better assistance in
the event of a possible occurrence.

Keywords: Cardiorespiratory Arrest. Nursing. Nurse. Cardiopulmonary Resuscitation.


LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – Método do fole de lareira …………………………………………………..8


FIGURA 2 – As cadeias de sobrevivência da AHA para PCR em adultos………….11
FIGURA 3 – Situação de PCR …………………………………………………………..14
LISTA DE TABELAS

TABELA 1 –Ação em caso de PCR ..............................................................................17


TABELA 2 – Atualizações das orientações acerca do SBV e SAVC ............................18
LISTA DE ABREVIAÇÕES

PCR – Parada Cardiorrespiratória


CPA - Comissão Própria de Avaliação
OPAS - Organização Pan-Americana da Saúde
SBV – Suporte Básico de Vida
OMS – Organização Mundial da Saúde
SBC – Sociedade Brasileira de Cardiologia
IAM - Infarto Agudo do Miocárdio
SNC - Sistema Nervoso Central
AHA – American heart association
RCP - Ressuscitação Cardiopulmonar
TVSP - Taquicardia Ventricular sem Pulso
FV – Fibrilação Ventricular
SAMU - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
SAV - Suporte Avançado de Vida
SAVC - Suporte Avançado de Vida Cardiovascular
DEA - Desfibrilador Externo Automático
COF - Cânula Orofaríngea
PR – Parada Respiratória
IV – Intravenoso
IO - Punção intraóssea
RCE – Retorno da circulação espontânea
PCRIH - Parada Cardiorrespiratória Intra-Hospitalar
PCREH - Parada Cardiorrespiratória Extra-Hospitalar
AAE- Atenção Ambulatorial Especializada
BLS – Basic Life support
ALS - Amyotrophic lateral sclerosis
ELA - sclerose Lateral Amiotrófica

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...................................................................................................................3
1 PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA E RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR 7
1.1 Evoluçaõ histórica da Respiração Cardiopulmonar..............................................7
1.2 Conceitos relacionados à Parada Cardiorrespiratória..........................................9
1.3 Definição e diagnóstico de uma PCR....................................................................10
2 MATERIAIS E MÉTODOS.........................................................................................13
2.1 O Papel do enfermeiro no atendimento em situação de PCR.............................13
2.2 A Aplicação do Suporte Básico de Vida (SBV) e Suporte Avançado de Vida
(SAVC).............................................................................................................................17
2.3 Diretrizes de 2020.....................................................................................................19
3. A IMPORTÂNCIA DA QUALIFICAÇÃO PARA O ATENDIMENTO À PCR............23
3.1 Efetividade dos treinamentos.................................................................................24
3.2 Gestão com foco na melhoria do cuidado............................................................24
3.3 Levantamento de dados acerca das ocorrências do Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência (SAMU) de Porangatu...................................................................26
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES..............................................................................29
CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................32
REFERÊNCIAS...............................................................................................................32
INTRODUÇÃO

No ano de 2022 aconteceu a comemoração ao Dia Mundial do Coração e em


função disso, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), por meio da Hearts
Initiative in the Americas realizou uma conferência com o tema “Use corações para
todos os corações, em todos os lugares” conscientizando a população sobre os riscos
de doenças cardiovasculares pois atualmente no Brasil, cerca de 14 milhões de
pessoas possuem alguma doença cardiovascular o que causa aproximadamente 400
mil mortes por ano em decorrência dessas enfermidades, correspondendo a pelo
menos 30% de todos os óbitos no país.
A Parada Cardiorrespiratória (PCR) é definida como uma perda súbita da
oxigenação e das funções cardíacas, e por sua vez, requer intervenção rápida e eficaz
de um profissional de saúde capacitado para garantir a oxigenação e a circulação para
a vítima sem prejudicar órgãos vitais.
Os enfermeiros são os profissionais que possuem maior contato com os
pacientes, o que facilita a detecção de ocorrências cardíacas, cenário este que exige
cada vez mais no atual cenário aprimoramento e conhecimento das práticas
necessárias no exercício dos primeiros passos do suporte básico de vida (SBV) até a
chegada de outros profissionais. Assim sendo o PCR se prestado com exatidão é capaz
de promover benefícios como a recuperação dos pacientes, o desenvolvimento da
equipe e novas formas de gestão e organização.
Dados atualizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Sociedade
Brasileira de Cardiologia (SBC) apontam que as doenças cardiovasculares são as
principais causas de óbitos no mundo todo, e que, muitas dessas mortes poderiam ser
postergadas adotando cuidados preventivos que visassem a saúde do indivíduo.
Dessa Forma, a conscientização se torna o primeiro passo de cada pessoa
contra esse problema de saúde pública, posteriormente a adoção de medidas
preventivas de tratamento relacionado aos fatores de risco.  Destaca dentro desse
grupo as síndromes coronarianas agudas como principais causas da parada
cardiorrespiratória.
4

A maioria das mortes por Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) ocorrem nas
primeiras horas de manifestação dos sintomas, sendo 40 a 65% na primeira hora e,
aproximadamente, 80% nas primeiras 24 horas. Os danos decorrentes desses agravos,
resultantes da hipóxia sistêmica, levam a lesões irreversíveis do sistema nervoso
central (SNC).
A PCR por sua vez é definida por Silva et al. (2012) como o cessar súbito da
atividade cardíaca, associada à ausência da respiração e a um elevado índice de
complicações decorrentes, no entanto pode ser reversível mediante um atendimento
imediato.
Diante disso, é necessário que a equipe de saúde esteja apta a reconhecer e a
prestar uma assistência adequada, seja em um ambiente intra ou extra-hospitalar.
Segundo AHA (2015) e Nolan et al. (2010), há a estimativa de que a cada minuto que
passa, o indivíduo em PCR perca de 7 a 10% de chance de sobrevida, portanto, é
imprescindível que a os profissionais de enfermagem assumam o suporte básico à vida
o mais breve possível.
De acordo com as informações expostas, entende-se que a postura do
enfermeiro nas primeiras horas é fundamental, Calil et al. (2007) salientam que o
profissional deve estar preparado para assumir à frente em situações de parada
cardiorrespiratória. Ainda segundo o autor, uma situação de emergência é um momento
de estresse para todos os profissionais da área da saúde, por isso a o conhecimento e
posicionamento correto ante a esse evento é estar apto para seguir os passos
relacionados ao suporte básico de cada indivíduo.
A atuação da equipe hospitalar, em especial o enfermeiro, tem suma
responsabilidade no atendimento da PCR, pois a mesma é capaz de definir a situação
do paciente, principalmente no que tange questões como sequelas cerebrais ou até
mesmo a mortes, consequências advindas de condutas e medidas que não sejam
capazes de prevenir esse risco.
Independentemente da área de atuação, o enfermeiro está sempre suscetível a
enfrentar uma situação de PCR, já que a mesma é uma emergência passível de
desenvolvimento em qualquer ambiente, seja intra ou extrahospitalar.
5

E é nesse sentido que o enfermeiro se torna a figura capaz de reconhecer e


namaioria das veze a responsável pelo atendimento frente a outras para atuar na
assistência da PCR, o que mais uma vez revela a sua importância nos passos para
uma execução sem falhas.
Contudo, para que o atendimento tenha eficácia, é necessário que o enfermeiro
seja capacitado para o exercício dos procedimentos necessários a esse tipo de
situação emergencial. Nesse sentido, salienrta-se a necessidade da competência dos
profissionais ante a necessidade dos protocolos de atendimento que visem à
organização das ações nessa situação.
A monitorização da frequência cardíaca permite o diagnóstico precoce do
mecanismo cardíaco, sendo de extrema importância sua detecção, o que facilitará o
tratamento e, assim, melhorará a sobrevida dos pacientes advindos desse evento.
De acordo com o Suporte Básico de Vida (SBV), após 4 minutos de PCR sem
nenhuma intervenção, começa haver danos ao tecido cerebral e em 10 minutos de
anóxia, ou seja, falta de oxigenação do cérebro certamente haverá morte cerebral
(MATSUMOTO, 2009).
Atualmente, muitos hospitais estão aprimorando suas técnicas, utilizando as
Equipes Médicas de Emergência ou Equipes de Resposta Rápida, que são
responsáveis por realizar uma ação com eficácia, identificando e tratando a
precariedade de atendimentos e técnicas nas clínicas, onde em sua maioria acabam
por melhorar as condições de tratamentos de uma forma adequada.
É importante ter em mente que o sucesso das manobras empregadas depende
especialmente dessas equipes preparadas para estarem á frente de todo atendimento,
para agilizar e potencuializar os processos.
Dentro desse âmbito encontramos também a cadeia de sobrevivência, desde o a
detecção da PCR até as a aplicação das medidas de ressuscitação, cuja função é
promover a circulação sanguínea, levando à oxigenação para os órgãos vitais
reestabelecendo assim a função cardíaca.
Diante de tal perspectiva, o estudo levanta questões acerca da atuação do
enfermeiro na equipe de urgência e emergência durante um eventual acontecimento de
PCR, pauta-se tal fundamento no entendimento de Pereira et al. (2015), que asseguram
6

que o reconhecimento da parada cardiorrespiratória se dá pela detecção da morte


clínica, ou seja, a vítima se encontra não responsiva, com ausência de respiração e
pulso central sentido em dez segundos. Sendo assim, o quanto antes o profissional de
saúde prestar a assistência emergencial necessária, menor será o risco de óbito.
Além disso, Cruz, Rêgo e Lima (2018), ressaltam que a atuação do enfermeiro
constitui fator determinante no sucesso no atendimento, sendo ele o profissional a
iniciar os primeiros cuidados, as condutas de reanimação cardiopulmonar, aumentando
a possibilidade de sobrevivência da vítima, pois a PCR é uma intercorrência inesperada
que constitui grave ameaça à vida, visto que a interrupção súbita das funções cardíaca
e pulmonar pode resultar em lesão cerebral irreversível, seguida de óbito, caso não
sejam realizadas as condutas necessárias para reverter o quadro.
7

1 PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA E RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR

A RCP, ou ressuscitação cardiopulmonar é denominada como um grupo de


procedimentos destinados a garantir a oxigenação dos órgãos no instante em que a
circulação sanguínea de uma pessoa cessa. Nesse caso, se o sangue não for
bombeado para os órgãos vitais como o cérebro e o coração acabará por acontecer
complicações tornando-se uma ameaça à vida do paciente.
Por se tratar de uma emergência gravíssima, requer conhecimento técnico-
científico dos profissionais de saúde e diversas habilidades psicomotoras. Diante desse
pressuposto sabe-se que até chegar nos atuais parâmetros esses métodos passaram
por diversas modificações, como por exemplo, na década de 1960 onde as técnicas de
ventilação em sua maioria eram combinadas com procedimentos de circulação manual
para criar procedimentos de ressuscitação cardiopulmonar (RCP).
Somente em 1991 a parada cardíaca foi classificada como " cessação das
atividades mecânicas do coração, caracterizada pela ausência de pulso, com sinais
indetectáveis, perda de consciência, ritmo de morte ou respiração (sibilos)". Dessa
forma, a parada cardíaca é uma síndrome clínica que envolve perda súbita de pulsação
seguida de parada respiratória espontânea seguida de perda de consciência.

1.1 Evoluçaõ histórica da Respiração Cardiopulmonar

Embora seja um procedimento contemporâneo, a PCR inclui métodos que


vieram desde a antiguidade; o registro mais antigo encontra-se na Bíblia Sagrada,
mencionado no livro dos I Reis 17: 17: 22 (capítulos 1,3,5 e 8) e II Reis 4: 34 no Antigo
Testamento, onde narra Eliseu, um seguidor do profeta Elias, trazendo uma criança
aparentemente morta de volta à vida respirando pela boca, mesmo não sendo
especificamente detalhado ele nos leva a perceber passos hoje seguidos em uma
eventual reanimação.
Apesar de vários estudos sincrônicos e diacrônicos acerca da PCR, questões
relacionadas ao corpo humano e sua anatomia não eram bem aceitos, Galeno de
8

Pérgamo foi indubitavelmente um dos maiores contribuintes para a união da medicina


com a ciência pois seus escritos influenciaram a medicina dos 1300 anos posteriores.
Outro exemplo foi Paracelsus, em 1530, que utilizou foles de lareira com a
finalidade de levar ar aos pulmões de vítimas já mortas, esse método foi tão discutido
que durante 300 anos foram usadas adaptações desse método até chegar no que
conhecemos por balão de oxigênio.

Figura1. Método do fole de lareira.

Fonte: US National Library of Medicine/Reprodução

A primeira ação realizada para a até então conhecida morte súbita ocorreu na
cidade de Amsterdã (Holanda) em agosto de 1767 a qual foi formada em toda a Europa
e América com o objetivo principal de encontrar formas de reanimação com sucesso e
então divulgar informação sobre cuidados de reabilitação para vítimas de afogamento e
também outros tipos de asfixia. Quatro anos após o incidente iniciado em Amsterdã,
150 vítimas de afogamento haviam sido salvas graças ao suporte que as
recomendações ofereceram (guidelines) da época:

 Aquecer a vítima (se faz até hoje)


 Remover roupas molhadas (se faz até hoje)
9

 Drenar água dos pulmões posicionando-se a vítima com a cabeça mais baixa
que os pés
 Estimular a vítima com técnicas tais como instilação de fumaça de tabaco via
retal ou oral (feito até 1890). (parou-se de fazer em 1993).
 Utilizar o método de respiração boca-a-boca (se faz até hoje) Sangrias (parou-se
de fazer há mais de 60 anos).
Entre 1958 e 1961, a respiração foi finalmente combinada com a circulação
artificial, chamada de compressões cardíacas, nascia ali a Ressuscitação
cardiopulmonar, nascia uma nova era com o movimento declarando que "qualquer
pessoa, em qualquer lugar, pode iniciar uma RCP".
Seguiu-se um período de demonstrações em todo o mundo até que, em 1962,
Gordon e Adams produziram um filme de 27 minutos chamado "Pulse of Life" (Pulso da
Vida), que seria usado em aulas de ressuscitação cardiopulmonar (RCP) em todo o
mundo. Para aumentar o aprendizado, foram utilizados os seguintes mnemônicos para
determinar a sequência de exercícios, assim os conhecidos "ABCs da Vida" foram
criados:
A. Via aérea aberta
B. Boca a boca
C. Circulação que explana a sequência completa da PCR.
Por volta de 1960, Laerdal desenvolveu o rosto do boneco, inspirado no busto de
uma mulher não identificada que se afogou no Sena em 1930, por não ter tido o nome
identficado recebeu o nome de "ANNE", e até hoje é mundialmente conhecida como
"resusci-anne".

1.2 Conceitos relacionados à Parada Cardiorrespiratória

A PCR de acordo com Feitosa Filho et al. (2006), constitui importante causa de
mortalidade mundial e a necessidade de atitudes rápidas e precisas oferecendo o
suporte básico e avançado demonstra que é de extrema importância manter-se
10

atualizado e capacitado diante das novas diretrizes no atendimento de pacientes em


PCR, independente da especialidade desse profissional de saúde.
Segundo Rocha et al. (2012), os profissionais de enfermagem, geralmente, são
os primeiros que detectam a PCR e devem iniciar as manobras de suporte básico de
vida enquanto aguardam a chegada da equipe de suporte avançado, nessas situações,
o enfermeiro, constantemente, se encontra na linha de frente, tornando-se o profissional
responsável por identificar a evolução do paciente para a parada cardiorrespiratória.
Dessa forma, este estudo justifica-se no fato de que durante as situações de
emergência como a PCR, a equipe de enfermagem, tem a obrigação de dominar o
conhecimento e ter preparo técnico, assim com acesso a materiais tecnológicos, para
alcançar atendimento de qualidade ao paciente em em estado de evolução
cardiopulmonar.
Como líder, o enfermeiro tem como função coordenar a equipe e gerenciar a
assistência prestada ao paciente, sendo quem consequentemente exerce influência,
não só na equipe de enfermagem, mas entre outros membros que integram o serviço,
incluindo os médicos.
Uma PCR representa um grande desafio para os que a presenciam, pois, a
cessação de atividades do coração além de piorar o quadro clínico resultando em
lesões cerebrais irreversíveis e até mesmo um possível óbito, isso, caso não sejam
tomadas as medidas necessárias para a reanimação.
Mesmo com os avanços dos últimos anos relacionados à prevenção e
tratamento, no Brasil, muitas mortes foram registradas, especificamente em decorrência
da chamada PCR súbita.
Para que o Suporte Básico de Vida (SBV) seja concretizado com eficiência são
necessários o reconhecimento rápido e a realização das manobras de RCP, utilizando
de compressões torácicas de boa qualidade.

1.3 Definição e diagnóstico de uma PCR


11

A cada cinco anos, a AHA atualizam as diretrizes referentes à PCR, as quais


são norteadas em um processo que é dotado de evidências e após vários
levantamentos se apresentam os resultados fornecidos. Para a AHA, o atendimento
destinado à PCR é dividido em: suporte Básico de Vida (SBV) e Suporte Avançado de
Vida (SAV), necessários para um tratamento eficaz. (AHA, 2020).
A American Heart Association (2020), também ressalta que o atendimento inicial
do paciente em PCR deve consistir em uma abordagem que seja seguida à risca e
estabelecida nos cinco elos da cadeia de sobrevivência:
 Identificar precocemente um indivíduo em PCR
 Solicitar imediatamente ajuda especializada
 Iniciar ressuscitação por meio de compressões torácicas efetivas
 Abrir via aérea e ofertar oxigênio e, na vigência dos ritmos TVSP e FV,
proceder à desfibrilação precoce
 Oferecer suporte avançado de vida eficaz e cuidados pós-PCR integrados,
como demonstra a Figura 1 abaixo (AHA, 2020).

Figura 2. As cadeias de sobrevivência da AHA para adultos.

Fonte: American Hearth Association, 2020


12

A atuação do enfermeiro no atendimento à PCR pode determinar o futuro do


paciente em relação ao prejuízo proveniente de atos errados, como perca de tempo ou
procedimentos realizados de forma incorreta, se os comportamentos e medidas
esperados falharem, haverá uma enorme perca quanto a prevenção ou redução desse
risco.
Para que o cuidado seja efetivo, o enfermeiro deve possuir conhecimento
científico, prático e técnico para tomar decisões rápidas e específicas, ele deve ainda
repassar segurança à toda a equipe e principalmente, trabalhar para a redução dos
riscos que ameaçam a vida do paciente.
13

2 MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se um levantamento de cunho qualitativo acerca da relevância da


assistência de enfermagem frente à Parada Cardiorrespiratoria (PCR), assim como as
principais ações assistenciais de enfermagem ao indivíduo vitima de PCR. Para tanto,
a referida pesquisa tem como objetivo a busca de estudo afim de discorrer sobre o
papel do enfermeiro frente ao indivíduo vítima de PCR em unidade de urgência e
emergência, assim como apresentar um quantitativo público de casos de PCR atentidos
pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Porangatu-Go.
A seleção dos estudos a serem analisadas deve compreender o lapso temporal
entre 2006 a 2022, sendo assim, aqueles que não encontrarem dentro desse período
de analise serão excluídos desse estudo. Quanto a seleção quantitativa dos casos de
PCR do SAMU de Porangatu, serão incluídos apenas os dados públicos referentes aos
meses de outubro, novembro e dezembro (a fechar).

2.1 O Papel do enfermeiro no atendimento em situação de PCR

Podemos pensar acerca da atuação do enfermeiro como uma via de suma


importância para o cuidado de pacientes com parada cardirrespiratória. Em sua
vertente mais ampla, o mesmo possui múltiplas dimensões, de acordo com as
necessidades de que cada indivíduo necessite.
Individualmente falando, o enfermeiro deve contar com seu conhecimento
técnico-científico em conjunto com práticas gerenciadas nos guidelines e a Diretriz de
Ressuscitação Cardiopulmonar com a sua última atualização, passos como esses são
indispensáveis na atuação de qualquer enfermeiro, em situações de PCR.
Outro aspecto igualmente importante refere-se à gestão dos cuidados de grupo,
à participação dos enfermeiros na concepção, operacionalização e sensibilização das
equipes de saúde e a população acerca de políticas públicas e estratégias de
intervenção dirigidas à condução do socorro a vítimas com PCR, ou seja, a
14

implementação e valorização dos programas de saúde e promoção de hábitos de vida


saudáveis na comunidade. Ainda nessa vertente, outro aspecto é a sensibilização e
educação em saúde para leigos da comunidade, priorizando a conscientização precoce
no atendimento de emergência cardiovascular para assim ser um agente de
intervenção na RCP.
Quando se trata do papel do enfermeiro na administração de procedimentos de
RCP, ele deve ser proativo para planejar, coordenar, organizar os cuidados durante e
após a RCP, prestar assistência direta ao paciente e desempenhar suas atividades com
competência, acordando com os princípios éticos e a lei de prática profissional.

Figura 3 - Situação de PCR

Fonte: Journal of Health Connections, 2019

Diante do exposto, entende-se que o enfermeiro exerce a liderança a partir do


conhecimento das competências e necessidades dos membros da equipe garantindo
o melhor desempenho de todos. Nesse caso, o profissional desenvolve uma gestão
mais voltada para as necessidades do serviço, iniciada na adesão às normas e
mandamentos, provocada no que é preconizado pela organização e demais
profissionais, inclusive a equipe médica. (LINO, 2009).
15

Além disso, os enfermeiros devem possuir iniciativa e aptidão para melhor


coordenar suas equipes, direcionando todos a seus respectivos lugares para uma
melhor atuação diante de uma PCR seja para realizar as compressões torácicas,
monitorar e desfibrilar ou para controlar sinais vitais e em tudo mais que for necessário.
(MATSUMOTO, 2009).
Campos e cols. (2013) ressaltam que as vítimas de PCR requerem
atendimento rápido no menor tempo possível para evitar lesões e sofrimento, como o
enfermeiro, na maioria das vezes, é o membro da equipe que primeiro se depara com a
situação de parada cardiorrespiratória, é de suma importância que o mesmo esteja
preparado para atuar com competência, iniciando as manobras básicas de reanimação
com finalidade de restabelecimento, evitando lesão cerebral, o que demanda tomada de
decisão rápida, sincronismo da equipe durante o atendimento (LUGON et al., 2014).
Quando ocorre a identificação precoce da PCR pelo enfermeiro, as chances de
sobrevida da vítima tendem a aumentar. Após 4 minutos de PCR sem qualquer
intervenção, os danos aos tecidos cerebrais surgem, e em média 10 minutos de anóxia
pode ocorrer à morte cerebral.
Nesse sentido, ressalta-se a importância do enfermeiro, bem como de toda a
equipe de enfermagem, pois em todas as situações ele deve manter-se atualizado e
pronto para atender às eventuais emergências, além de facilitar o treinamento teórico e
prático com os demais membros da equipe (ROCHA et al. 2012). No entanto, sabemos
que a capacitação é um grande passo a dar, principalmente para os enfermeiros, uma
vez que é necessário que esse treinamento seja eficiente e efetivo, contribuindo para a
melhoria das ações e possibilitando que haja menos obstáculos para um atendimento
de qualidade à vítima.
Guilherme et al. (2013) salientam que a atuação do enfermeiro diante das
situações de PCR é muito mais ampla, pois ela se inicia desde o diagnóstico, execução
dos procedimentos de reanimação, da organização do ambiente de trabalho até nos
materiais a serem utilizados, além de fatores externos como por exemplo a equipe de
enfermagem, que deve realizar o acompanhamento contínuo e intensivo da vítima
reanimada após a PCR, na qual o exercício foi bem-sucedido.
16

Os enfermeiros e toda a equipe assistencial também são responsáveis por fazer


relatórios e a evolução do atendimento, revisar medicamentos e reorganizar o setor
onde ocorreu o incidente. Eles ainda têm o dever de prestar socorro aos familiares,
tanto em caso de reversão quanto em caso de óbito. O enfermeiro deve atuar
esclarecendo, minimizando e dando suporte no que tange a angústia e ansiedade dos
familiares da vítima.
Após a reversão da PCR, os enfermeiros devem continuar com alguns cuidados
necessários para evitar a deterioração do estado de saúde do paciente e proporcionar
as melhores condições possíveis para a recuperação do mesmo. Os pacientes podem
ser ventilados mecanicamente e monitorados com oximetria de pulso para avaliar a
adequação da oxigenação, além da avaliação e controle do estado hemodinâmico do
paciente com infusões de volume, vasopressores e drogas antiarrítmicas quando
necessário.
Segundo Carvalho (2015), o enfermeiro coordena as ações e direciona as
atribuições da equipe de enfermagem e a sua equipe deve dispor de cinco elementos
assim distribuídos:
 ventilação;
 compressão torácica;
 anotador de medicamentos e de tempo;
 manipulação dos medicamentos; um no comando, próximo ao monitor
cardíaco.
Sendo assim, Teixeira e Teixeira (2014), salientam a importância da preparação
que o enfermeiro deve ter ante a esses eventos; é de extrema importância que o
profissional seja capaz de reconhecer quando um paciente está em franca PCR ou
prestes a desenvolvê-la, pois, este período representa a mais grave emergência clínica
que se pode deparar.
No que diz respeito à assistência durante a RCP, deve haver o suporte básico de
vida para restabelecer a oxigenação e a circulação, até a chegada da equipe médica
para as intervenções avançadas.
Para os autores Freitas e Pellenz (2018), a qualificação do enfermeiro que atua
em situações de emergência, é necessária pois somente o aperfeiçoamento, agilidade,
17

eficiência e principalmente a segurança é capaz de garantir um atendimento de


qualidade e com menores riscos ao paciente cuidado.
Nesse sentido, Carvalho, Santos e Viana (2015), corroboram que o enfermeiro
coordena as ações e direciona as atribuições da equipe de enfermagem, ele também é
responsável por instalar o desfibrilador semiautomático (DEA) e se indicado realizar a
desfibrilação. Compete ainda ao profissional frente à equipe oferecer caminhos que
possibilitem o desenvolvimento de sua equipe e com isso, novas formas de
administração e organização.
Dessa forma, compreende-se que o enfermeiro possui um papel relevante no
que diz respeito a atendimento de PCR, uma vez que frequentemente, é este quem
avalia em primeiro lugar o paciente e inicia as manobras de PCR, acionando a equipe
de SAV.

2.2 A Aplicação do Suporte Básico de Vida (SBV) e Suporte Avançado de Vida


(SAVC)

O conhecimento sobre as práticas da RCP deve inicialmente ser realizadas


baseadas no conhecimento inicial da PCR, descrito no protocolo do Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de emergências clinicas, elaborado conforme
o American Heart Association (AHA) iniciando baseado na suspeita de paciente
inconsciente, com respiração ausente ou em gasping, sem pulso central palpável
(BRASIL, 2016).
Em relação ao atendimento da PCR, este é realizado em diferentes etapas,
desde o reconhecimento dos sinais de parada até a realização das manobras de
ressuscitação avançadas. A agilidade das intervenções tomadas em casos de PCR e o
êxito na reanimação cardiopulmonar (RCP) dependem da rapidez e eficácia com que se
ativa a cadeia de sobrevida. Essa cadeia de eventos consiste no reconhecimento
dessa situação pelo desencadeamento do sistema de emergência disponível, na
aplicação do Suporte Básico de Vida (SBV), desfibrilação precoce e Suporte Avançado
de Vida em Cardiologia (SAVC) (ARAUJO et al., 2012).
18

O SBV é um protocolo de atendimento no qual se estabelecem o reconhecimento


e a realização das manobras de ressuscitação cardiopulmonar (RCP) com o objetivo de
manter a vítima de parada cardiorrespiratória (PCR) viva até a chegada de uma
unidade de transporte especializada. Nesse sentido, apresenta-se a seguir o protocolo
PCR e RCP em individuo adulto para melhor conhecimento do processo.

Tabela 1. Ação em caso de PCR


SBV- Parada respiratória em adulto
Quando suspeitar ou critérios de Paciente irresponsivo ao estímulo, com
respiração agônica ou ausente, com pulso
inclusão central palpável.

Conduta 1- Checar responsividade (tocar os ombros


e chamar o paciente em voz alta) e checar
a presença de respiração.

2- Se não responsivo e respiração ausente


ou gasping, posicionar o paciente em
decúbito dorsal em superfície plana, rígida
e seca. Solicitar ajuda (DEA).

3- Checar pulso central (carotídeo) em 10


segundos.

Se pulso presente:

•abrir via aérea e aplicar 1 insufl ação com


bolsa valva-máscara.

•a insuflação de boa qualidade deve ser de


1 segundo e obter visível elevação do
tórax. Considerar a escolha da manobra
manual segundo a presença de trauma;

•precocemente instalar suprimento de O2,


alto fluxo (10 a 15l/min) na bolsa valva-
máscara;

•considerar ainda no suporte a instalação


da cânula orofaríngea (COF);
19

•na persistência da PR, realizar 1 insufl


ação de boa qualidade a cada 5 a 6
segundos (10 a 12/min);

•verificar a presença de pulso a cada 2


minutos. Na ausência de pulso, iniciar RCP
com compressões torácicas eficientes e
seguir Protocolo BC5; e manter atenção
para a ocorrência de PCR (Protocolo BC5).
Se pulso ausente:
•iniciar RCP com compressões torácicas efi
cientes e seguir Protocolo BC5.

4- Realizar contato com a Regulação


Médica e passar os dados de forma
sistematizada.

5- Aguardar orientação da Regulação


Médica para procedimentos e/ou transporte
para a unidade de saúde.
Fonte: Autores, 2022. (Adaptado de BRASIL, 2016).

De fato, o SBV é essencial até a chegada da equipe médica com o Suporte


Avançado à Vida (SAV), uma vez que o SBV tem por objetivo manter a perfusão
cerebral ou pressão de perfusão coronária, com intuito de restabelecer um retorno de
circulação espontâneo.
Esse protocolo busca aumentar as chances de sobrevida da vítima, minimizando
sequelas e tornando fácil a comunicação entre a equipe de SBV e SAV. Portanto, é
imprescindível que o profissional da área da Saúde saiba como é o protocolo de
sistema de suporte à vida do SAMU (BRASIL, 2016).

2.3 Diretrizes de 2020

As recomendações para o suporte básico de vida (SBV) e para o Suporte


avançado de vida cardiovascular estão nas diretrizes de 2020. As principais novas
alterações incluem as seguintes informações:
20

Tabela 2: Atualizações das orientações acerca do SBV e SAVC

Os algoritmos aprimorados e recursos visuais fornecem recursos fáceis para lembrar


das orientações para cenários de ressuscitação no SBV e SAVC.

A importância do inicio imediato da RCP por socorristas leigos tem sido reenfatizada
As recomendações anteriores sobre a administração de epinefrina foram reafirmadas
com ênfase em sua administração mais precoce.

O uso de dispositivos de feedback visual em tempo real é recomendado como forma


de manter a qualidade da RCP.

Mensurar continuamente a pressão arterial sanguínea e o teor de dióxido de carbono


ao final da expiração (ETCO2) durante a ressuscitação de SAVC pode ser útil para
melhorar a qualidade da RCP

Com base na evidência mais recente, o uso rotineiro de dupla desfibrilação sequencial
não é recomendado.

O acesso intravenoso (IV) é a via preferida de administração de medicação durante a


ressuscitação no SAVC. Acesso intraósseo (IO) é aceitável se o acesso IV não estiver
disponível.

O atendimento do paciente após o retorno da circulação espontânea (RCE) requer


muita atenção à oxigenação, controle da pressão arterial, avaliação da intervenção
coronária percutânea, controle direcionado de temperatura e neuroprognóstico
multimodal.

Como a reabilitação pós PCR continua muito tempo depois da hospitalização inicial,
os pacientes devem ter avaliação e suporte formais para suas necessidades físicas,
cognitivas e psicossociais.

Após uma ressuscitação, o debriefing para socorristas leigos, profissionais do SME e


profissionais da saúde no hospital pode ser benéfico para suporte na saúde mental e
bem estar dos mesmos

O tratamento da PCR na gravidez é focado em ressuscitação maternal, com a


preparação para uma cesariana de emergência, se necessário, para salvar o bebê e
melhorar as chances de ressuscitação bem-sucedida da mãe.
Fonte: Autores, 2022. (Adaptado de AHA 2020).
21

Essas atualizações garantem ao profissional de enfermagem medidas eficazes


para diminuição de óbitos advindos das ocorrências de PCR, pauta evidente que nos
mostra que apenas cerca de 2% das vítimas sobrevivem após o socorro.
 Também foram adicionados e atualizados alguns algoritmos, com foco maior em
promover mais eficiência no treinamento dos socorristas de beira-leito. As
principais atualizações são:
 Adição de um sexto fator em cadeias de sobrevivência da PCRIH e PCREH – o
componente “Recuperação”; o qual é de suma importância;
 Mudança no algoritmo universal de PCR, enfatizando a administração
antecipada da epinefrina quando o paciente não precisar de desfibrilador; 
 Adição de dois algoritmos de emergência relacionada ao uso e inadequado de
opioides;
 Atualização do algoritmo dos cuidados pós-PCR, enfatizando evitar hipoxemia,
hipotensão e hiperóxia;
 Adição do diagrama para orientação e informação acercado neuroprognóstico;
 Adição de um novo algoritmo para melhoraria da abordagem dos casos
especiais, como por exemplo a gravidez

2.4 A postura do Profissional de enfermagem na aplicação do Suporte Básico


de Vida (SBV) e Suporte Avançado de Vida (SAVC)

Quando ocorrem emergências, os enfermeiros já estão cientes da necessidade


de cuidar de pacientes com condições específicas, agudas e quase irreversíveis; e é
nesse aspecto que salienta-se a postura de um enfermeiro ao chegar nesses locais; um
trabalho de equipe especializado, dividido em tarefas mas com eficiência para garantir
um bom socorro. Primeiramente, entende-se que a capacitação é fundamental para a
atuação dos enfermeiros em unidades de emergência, onde são atendidos quase todos
os dias pacientes com risco de morte.
Desde 1983, os padrões para a prática de enfermagem de emergência exigidos
pela Associação Americana de Enfermagem (AAE) foram definidos como três níveis de
22

competência: o primeiro exige que os enfermeiros forneçam competência mínima no


cuidado de pacientes traumatizados; segundo, os profissionais precisam ter uma
formação; e no nível final, os enfermeiros devem ser especialistas em um campo
claramente definido e trabalhar em ambientes pré-hospitalares ou hospitalares.
Dalcin (2009) recomenda que os enfermeiros assumam cargos de liderança
dentro da equipe de enfermagem, promovam estratégias que estejam direcionadas a
enfermagem, assumam ações mais complexas e deleguem ações menos complexas a
técnicos e auxiliares de enfermagem, sempre respeitando a ética profissional e
legalidade do pessoal. Fortes (2010) alertou que a imagem do enfermeiro líder deve
incluir atitudes, de posicionamento e liderança, mantendo o funcionamento do pronto-
socorro, sempre assumindo uma postura equilibrada e oferendo formas de prestar uma
assistência efetiva e eficiente diante dos desafios concomitantes que tanto prevalecem
nessas unidades.
Cabe ao enfermeiro ter uma postura humanizadora, exercendo sempre valores
como: respeito, solidariedade, compaixão, empatia e gentileza para os pacientes,
garantindo que todo o processo tenha o mínimo de desconforto seja física ou
psicologicamente falando. Daí a percepção do quão desafiadora é a prática do
enfermeiro, sua versatilidade, e agilidade no seu atendimento e a competência e
humanização para o sucesso de sua prática
23

3. A IMPORTÂNCIA DA QUALIFICAÇÃO PARA O ATENDIMENTO À PCR

A parada cardíaca é a emergência clínica mais grave e de pior prognóstico, mas


apesar de sua periculosidade, se houverem os cuidados necessários pode ser uma
fase breve e reversível com potencial de recuperação e retorno à atividade.
Diante desse fato acredita-se que um bom atendimento hospitalar e u bom
desempenho de toda a equipe eja interna ou externa e capaz de oferecer um bem estar
para o paciente. (MORAIS; CARVALHO; CORREA, 2014).
Nesse intuito, compreende-se que é parte das responsabilidades profissionais do
enfermeiro estar em constante aprimoramento pois atualmente existem uma gama de
treinamentos disponíveis para essa vertente, além do que ele também conta com a
atualização das diretrizes de RCP, as quais são indispensáveis para que haja uma
minimização de eventos cardiorrespiratórios e/ou mortalidade.
É necessário salientar que as competências do profissional de enfermagem
devem estar em sintonia com os pilares e habilidades relacionadas a esses eventos; o
que pode ser oferecido em cursos de capacitação e treinamento hospitalar.
Barros e Neto (2018) corroboram que a competência é uma característica
definidora e determina o sucesso da assistência prestada, o que contribui para a
sobrevida primária do paciente em parada cardiorrespiratória e para a ampliação do
conhecimento dos profissionais. (BARROS; NETO, 2018).
Vale ressaltar que o profissional que está preparado desenvolve a práxis capaz
de melhorar a sua atuação, auxiliando assim no prolongamento da vida da vítima.
(BARBOSA et al., 2019).
Contar com o conhecimento de profissionais treinados é de suma importância,
pois é capaz de fornecer auxílios referentes aos objetivos e se os mesmos foram
atingidos, o que implica a necessidade de obtenção de resultados no trabalho
(NOGUEIRA et al., 2018).
24

3.1 Efetividade dos treinamentos

Propor um programa de qualificação ou treinamento para enfermeiros que atuam


em situações de PCR/RCP, aproximando esses profissionais da prática desses
serviços e ampliando seus conhecimentos sobre o tema é uma forma de contribuição
para a padronização desse serviço.As manobras de Suporte Básico de Vida (BLS) e
Suporte Avançado de Vida (ALS) exigem uma equipe bem preparada e treinada para
lidar com a situação e isso requer agilidade não apenas de membros isolados da
equipe, mas de todos trabalhando com foco na recuperação da vítima.
Segundo Bellan, Araújo e Araújo (2010), os cursos de SBV e ELA são oferecidos
regularmente no Brasil sob a supervisão e licença da AHA, no entanto esses cursos
não são acessíveis a alguns interessados, impossibilitando muitos de ter um
desenvolvimento em sua vida profissional. Existe também a necessidade de
reconhecimento, fatores como a má remuneração, elevada carga horário semanal de
trabalho e dupla jornada de trabalho, dificultam a participação desses profissionais em
cursos de treinamentos.
Portanto é necessário criar e executar estratégias de treinamento que reduzam
os riscos, medidas assim são eficazes para melhorias e reduz a mortalidade hospitalar
em ambientes de PCR. Além disso, esses profissionais devem buscar alternativas de
aprendizagem para aumentar seus rendimentos ao longo do tempo (BRIãO et al.,
2009).

3.2 Gestão com foco na melhoria do cuidado

A PCR de alto desempenho é uma combinação de habilidade e métodos de alta


qualidade de equipes coordenadas por enfermeiros bem preparadas. Para ter sucesso,
alguns conceitos adicionais precisam ser incluídos. Um plano ou protocolo detalhado
deve ser desenvolvido com antecedência para uma abordagem de alto desempenho.
Caso contrário, pode ocorrer algum grau de confusão e redução da qualidade do
atendimento.
25

Todos os membros da equipe precisam estar envolvidos e cientes do que está


acontecendo ao seu redor. Grande parte do sucesso alcançado com uma abordagem
que garanta um alto desempenho envolve antecipar as ações de outros membros da
equipe e estar pronto para dar o próximo passo o mais rápido possível. A coordenação
efetiva de habilidades práticas entre os membros da equipe pode levar a um sucesso
significativo no cuidado prestado.
Os enfermeiros devem se comunicar de forma clara e aberta, que é a base da
RCP eficaz. Após a ressuscitação, uma discussão em grupo ou revisão geral do evento
ajuda os membros da equipe a refletir sobre os cuidados prestados. A análise geral
identifica problemas com uma determinada habilidade, equipamento ou procedimento.
Também destaca o que é certo e reforça as melhores práticas.
A adoção de uma abordagem de equipe coordenada pode aumentar a eficiência
dos cuidados prestados, pois interrupções podem ser consideradas atos reversivos,
atrapalhando o atendimento do paciente. Existem papéis definidos que precisam ser
preenchidos em uma abordagem de equipe, cada um corroborando para desempenhar
um melhor papel no geral.
De acordo com a American Heart Association (2020), as últimas diretrizes têm
focado na prevenção da PCR, como intervenções com abertura das vias aéreas e
fornecimento de oxigênio ao identificar pacientes com insuficiência respiratória, que
evolui para insuficiência sistêmica, com sintomas tais apneia, cianose, pele pálida e
perda ou diminuição do nível de consciência.
Está cientificamente comprovado que o reconhecimento precoce desses sinais e
a pronta implementação de medidas de suporte adequadas podem melhorar as
chances de sobrevivência e reduzir as sequelas. Isso é ainda mais importante em
pediatria porque a maioria das causas de PCR é devida à hipoxemia.
Segundo Gonzales et al (2013), a PCR é causada por uma variedade de
doenças ou situações clínicas, podendo estar associada ao aparecimento de obstrução
coronária e arritmias ou eventos evolutivos tardios em muitas outras doenças.
A PCR pode ser causada por quatro padrões anormais de ritmo cardíaco:
fibrilação ventricular, taquicardia ventricular sem pulso, atividade elétrica sem pulso e
assistolia.Ainda segundo Gonzales et al., (2013), epidemiologicamente, a PCR ocorre
26

principalmente em adultos devido à principal causa de doença coronariana. Em


crianças, no entanto, a incidência é menor porque a parada respiratória ocorre primeiro,
seguida pela parada cardíaca e, portanto, a PCR ocorre no contexto de fibrilação
ventricular ou em associação com cardiopatia congênita.
Segundo Falcão, Ferez e Almeida (2011), os principais sinais e sintomas que
precedem a PCR são: dor torácica, sudorese, palpitações precordiais, tontura,
escurecimento da visão, perda de consciência, alterações neurológicas, diminuição do
débito cardíaco e interrupção do sangramento Sinais prévios, quando não causados por
causa súbita, como choque elétrico.
Nesse sentido, Corrêa, Carvalho e Morais (2013), pontuam que diversos estudos
que investigam a natureza das PCR trazem os desfechos e as análises epidemiológicas
relacionadas ao gênero, idade e comorbidades das vítimas, bem como às causas,
sendo mais prevalente em homens, acima de 60 anos e com doenças cardiovasculares
e de causa presumivelmente cardíaca.
Também existem estudos sobre época, local, época, idade, etc. da ocorrência,
havendo divergências na literatura. Todos esses dados demonstram a importância de
conhecer o atendimento e o perfil das vítimas de PCR para orientar de forma eficaz as
ações e os recursos disponíveis para melhorar a sobrevida das vítimas.

3.3 Levantamento de dados acerca das ocorrências do Serviço de Atendimento


Móvel de Urgência (SAMU) de Porangatu

O Serviço de oferecido pelo SAMU objetiva chegar à vítima o mais rápido


possível, pois, em casos de PCR quanto mais cedo for detectada a parada
cardiorespiratória, maior serão as chances de melhoria para o paciente.
Na abordagem prática, o Protocolo do SAMU de emergências clínicas estabelece
na cadeia de atendimento ao paciente em PCR, o início da RCP, deve-se checar a sua
resposta, no caso de não ter respostas, deve-se checar a respiração e o pulso
rapidamente, em caso de haver ausência de sinais informar a regulação médica e
iniciar a RCP, com 30 compressões na frequência de 100 a 120/min, deprimindo o tórax
27

em 5 a 6 cm, no qual tenha o seu completo retorno e a seguir 2 ventilações (BRASIL,


2016).
Quando se fala em sinais clínicos de uma PCR o conhecimento dos profissionais
de enfermagem é satisfatório uma vez que a maioria dos profissionais tem constante
contato com esse quadro na Unidade móvel de Porangatu.
De acordo com as pesquisas realizadas no município nos meses de outubro,
novembro e dezembo (a fechar), os casos de parada cardiorrespiratória foram
considerados como um período de “muitas ocorrências”, principalmente quando se
pensa sobre o fato de que a cada três meses em média seis pessoas têm uma
ocorrência que evolui para óbito.no mês de outubro, duas ocorrências foram registradas
na equipe móvel de Porangatu, ambas vieram a óbito antes mesmo de serem
socorridas. Segundo os socorristas, os óbitos desses casos aconteceram por volta de
uma a duas horas de antecedência à chegada da equipe do SAMU.
Já no mês de novembro nenhum evento foi detectado, já em dezembro
novamente houveram duas ocorrências o que é motivo de preocupação para os
socorristas pois, em relação ao mês de outubro possivelmente haverá aumento de
casos já que o mês ainda não foi encerrado.

Gráfico 1: Relação de ocorrências de PCR nos últimos três meses em Porangatu

Fonte: Autores, 2022. (Adaptado de BRASIL, 2016).


28

Não foram detectadas características que possam conectar o motivo das


ocorrências, apenas espera-se que com as novas diretrizes, os profissionais possam se
atualizar para garantir um melhor atendimento para os pacientes, tanto durante o
processo quanto no pós. Espera-se que pessoas leigas também possam ter a iniciativa
de compreender através do conhecimento dos próprios enfermeiros sinais de uma
possível ocorrência e se tornar um agente de salvamento.
29

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Nossos resultados confirmam a premissa de que as barreiras que as equipes


assistenciais enfrentam ao lidar com eventuais ocorrências estão diretamente
relacionadas à falta de atualização profissional das diretrizes e protocolos atuais, pode-
se observar um desconhecimento sobre RCP devido ao desinteresse dos profissionais
em buscar atualizações sobre o tema,
Moura (2019) salienta que o percentual de conhecimento dos profissionais sobre
os sinais clínicos é muito pequeno e os procedimentos após a identificação desses
mesmos sinais clínicos também reforça a ideia de que a falta de atualização por parte
dos enfermeiros é um problema que precisa ser melhorado.
Para Barbosa et al. (2006), a enfermagem em PCR deve ser regida por alguém
que porte conhecimento obrigatório quando for necessário; pois o diagnóstico rápido e
correto é a chave para o sucesso da ressuscitação cardiopulmonar
Os resultados desta pesquisa contribuem para o aprofundamento dos
conhecimentos acerca da postura do enfermeiro frente a uma parada
cardiorrespiratória, tema este importante para a melhoria continuada dos serviços na
perspectiva do aprimoramento da qualidade em saúde, além de ter como aplicabilidade
prática fomentar o repensar das práticas dos enfermeiros além da preocupação e
produção de cuidados em uma enfermagem de qualidade e livre de danos.
Nos últimos anos, a enfermagem tem vivenciado um processo de evolução nas
esferas acadêmica e profissional, o que tem favorecido a consolidação de seus saberes
e fazeres e permitido maior autonomia profissional. Além disso, as instituições
hospitalares também têm sofrido modificações na maneira de produzir cuidados.
Dessa forma, o conhecimento acerca da ampliação e melhoria de práticas frente
a uma PCR, torna-se indispensável, tendo em vista a necessidade de alinhar a
dimensão gerencial e a prática assistencial e, consequentemente, de promover um
ajuste viável entre objetivos e metas, e que cada pessoa realize da melhor forma seus
deveres.
Os resultados encontrados no presente estudo corroboram essas afirmações,
por mostrarem que os profissionais de enfermagem que estão na linha de frente
30

precisam estar em contínuo aprendizado, reflexão e colocando em prática seus


saberes; no entanto, nota-se deficiência no que tange o conhecimento populacional
sobre a detecção e aplicação dos primeiros socorros para possíveis vitimas, o que em
tese necessita de mais ênfase e conscientização realizados pelos próprios profissionais
de saúde.
Os enfermeiros de emergência devem ser capazes de ajudar e identificar
problemas de saúde e realizar a reavaliação de acompanhamento contínuo com base
nas mudanças no estado do paciente, sempre com o objetivo de evolução do mesmo.
Características como agilidade e sincronia são de extrema importância pois auxiliam à
equipe a prestar uma melhor ajuda para realizar procedimentos altamente técnicos em
situações de emergência.
Silva e Padilha (2009) corroboram que o atendimento na PCR exige rapidez,
eficiência, conhecimento científico e habilidade técnica. Ainda, faz-se necessário uma
infra-estrutura adequada e a realização de um trabalho harmônico e sincronizado, pois
a atuação em equipe é necessária para se atingir a recuperação do paciente.
Os autores ressaltam ainda que os fatores iatrogênicos associados ao
atendimento de PCR em unidades de terapia intensiva podem ser decorrentes de
profissionais inexperientes, pessoal inadequado e questões de ausência ou
inequabilidade de materiais e equipamentos. Portanto, é importante ter a equipe pronta
para fornecer ajuda suficiente assim como ter à disposição os equipamentos
necessários para realizar todo o procedimento, porque a reanimação deve restaurar o
processo de vida e não prolongar o processo de morte.
Silva e Padilha (2009) mencionam que a PCR, em si, demonstra o nível de
gravidade em que o paciente se encontra. Uma vez presente, a chance de
sobrevivência depende, em sua maioria, da aplicação imediata, competente e segura
das manobras de RCP que precisam ser instituídas com o objetivo de evitar sequelas
ou óbito.
Entende-se também que o fator tempo constitui uma variável fundamental na
recuperação do paciente, comprovado pelos dados apresentados pela equipe do SAMU
de Porangatu, que em sua maioria havia incidência de óbitos antes mesmo dos
primeiros socorros. Dessa forma, acredita que os resultados parciais demonstram um
31

sistema com falhas em todas as suas vertentes; profissionais que necessitam de mais
formação e atualização de técnicas utilizadas, incentivo e valorização por parte dos
órgãos do governo, melhores ambientes de trabalho com aparelhos e medicamentos
suficientes e conscientização populacional acerca dos primeiros socorros relacionados
a PCR até que o SBV seja acionado.
32

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo alcançou os objetivos propostos ao demonstrar aspectos referentes


à postura do enfermeiro diante de uma PCR; através do mesmo descobriu-se que o
desempenho e execução são de suma importância e que para todo o processo sekja
eficaz é necessário que ambos estejam em sincronia e da mesma forma se um serviço
é afetado por alguma falha diversos fatores afetam diretamente os resultados
esperados.
Espera-se ainda contribuir e aprimorar a área da saúde, demonstrando a
necessidade de um processo contínuo de conhecimento sobre procedimentos para
reverter o quadro clínico de pacientes com PCR. Sabe-se que os profissionais
reconhecem um evento, mas ainda sim as equipes devem ser treinadas para atuar
nessas emergências para possíveis complicações. Com o apoio da agência, as equipes
precisam estar qualificadas para realizar procedimentos eficazes em situações de
emergência.
Cabe ainda as universidades e faculdades de Enfermagem estarem de acordo
com as normas exigidas e oferecerem uma abordagem mais enfática à PCR e RCP,
tanto para com a teoria e aspectos clínicos quanto para a prática na construção do
processo de aprendizagem, assim ambos se complementam serão indissociáveis na
preparação do produto final que é um profissional capacitado e preparado para
quaisquer acontecimentos.
Tal preparo culminará tanto na eficácia das manobras de RCP qunto no
aprimoramento do profissional ante a esse acontecimento. O sucesso do atendimento
ao paciente vítima de parada cardiorrespiratória advém da integração de esforços da
equipe, com envolvimento de cada profissional. Entende-se que a assistência imediata
pode aumentar as chances de sobrevida de cada paciente, então profissionais que
tenham qualificação necessária para tal atuação é de exímia importância.
Uma vez que a enfermagem necessita de uma postura de liderança, coclui-se
que acima de qualquer coisa faz-se necessário que o enfermeiro atue como líder a fim
de administrar o desenvolvimento da equipe com os protocolos adotados, pois a
liderança tem a finalidade de proporcionar melhoria para ambas as partes.
33

REFERÊNCIAS

AHA, American Heart Association. Destaques da atualização das diretrizes da AHA


para RCP e ACE. Guidelines CPR e ECC. United States of America, 2015:32p.

ARAÚJO, L. P. et al. Conhecimento da equipe de enfermagem sobre o protocolo


ressuscitação cardiopulmonar no setor de emergência de um hospital público.
Revista Univap, v. 18, n. 32, p. 66-78, 2012.

BELLAN MC, Araújo IIM, Araújo S. Capacitação teórica do enfermeiro para o


atendimento da parada cardiorrespiratória. Rev Bras Enferm. 2010;63(6):1019-27.
https://doi.org/10.1590/S0034- 71672010000600023

BARBOSA, Fabiano Timbó et al. Avaliação do diagnóstico e tratamento em parada


cardiorrespiratória entre os médicos com mais de cinco anos de graduação.
Revista Brasileira de Terapia Intensiva Vol. 18 Nº 4, Outubro – Dezembro, 2006.

BARROS, F.R.B.; NETO, M.L. Parada e reanimação cardiorrespiratória:


conhecimento do enfermeiro baseado nas diretrizes da American Heart
Association 2015. Enfermagem em Foco, v.9, n.3, p.8-12, 2018.

BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Protocolos de


Intervenção SAV para o SAMU 192- Serviço de Atendimento Móvel de Urgência.
Brasília: Ministério da Saúde, 2a edição, 2016. Disponivel em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_suporte_avancado_vida.pdf.
Acesso em: 15 nov. 2022.

BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Protocolos de


Intervenção SBV para o SAMU 192- Serviço de Atendimento Móvel de Urgência.
Brasília: Ministério da Saúde, 2016. Disponivel em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_suporte_basico_vida.pdf. Acesso
em: 08 dez. 2022.

BRIÃO, R. C. et al. Estudo de coorte para avaliar o desempenho da equipe de


enfermagem em teste teórico, após treinamento em parada cardiorrespiratória.
Revista Latino Americana de Enfermagem, Porto Alegre, v. 17, n. 1, p. 40-45, jan./fev.
2009.Disponível emhttp://www.scielo.br/scielo.php?04-11607&scpt>. Acesso: 10 dez.
2022.

CALIL, A. M.; PARANHOS, W. Y. O Enfermeiro e as Situações de Emergência. São


Paulo, SP: Atheneu, 2007.

CAMPOS, A.C. D; PAULA, B.D de, SILVA, B.C et al. O Enfermeiro como articulador
do cuidado humanizado no atendimento às urgências e emergências - REVISÃO.
34

Periódico Científico do Núcleo de Biociências, Belo Horizonte, v.3, n.6, p.31-40, dez.
2013.

CARVALHO, A.S.A, SANTOS, F.F., VIANA, E.R. Atuação e liderança do enfermeiro


frente à parada cardiorespiratória na unidade de terapia intensiva. Persp. Online:
biol & saúde. Campos dos Goytacazes, 18 (5), 30-31, 2020.

CORRÊA, AR; CARVALHO, DV; MORAIS, DA. Características dos atendimentos a


vítimas de parada cardíaca extra-hospitalar. J Nurs UFPE on line [Internet].
2013;7(11):6382-90.

CRUZ, Lidiane Louzeiro da; RÊGO, Marina Goulart do; LIMA, Évily Caetano de. O
enfermeiro frente à parada cardiorrespiratória em ambiente hospitalar: desafios do
cotidiano. REFACI, Brasília, v., nº , 2018.

FALCÃO, LFR; FEREZ, D; AMARAL, JLG. Atualização das Diretrizes de


Ressuscitação Cardiopulmonar de Interesse ao Anestesiologista. Revista Brasileira
de Anestesiologista; 2011; 61(5): 624-640.

FEITOSA FILHO, GS et al. Atualização em Reanimação Cardiopulmonar: O que


mudou com as novas diretrizes. Revista Brasileira de Terapia Intensiva 2006
abr./jun;18(2):177-185.

FREITAS, J.; PELLENZ, D. Parada cardiorrespiratória e a atuação do profissional


enfermeiro. Revista Saberes da UNIJIPA, Paraná, v. 8, n. 1, p. 74-84, Jan./Jun. 2018.
Disponível em: https://unijipa.edu.br/wp-content/uploads/Revista%20Saberes/ed8/6.pdf.
Acesso em: 29 out. 2022.

FORTES PAC, Zoboli ELCP, Spinetti SR. Critérios sociais na seleção de pacientes
em serviços de emergência. Rev Saúde Pública. 2001;35(5):451-5.

GUIDELINES 2000 For Cardiopulmonary Resuscitation and Emergency


Cardiovalscular Care. International Consensus on Science. Part 6. Advanced
cardiovascular life support. Resuscitation 2000; 46: 109-62.

GUILHERME, M.I.S; OLIVEIRA, C.E.F.V et al. O atendimento de enfermagem em


casos de parada cardiorrespiratória (pcr),2013. Disponível em:
<http://apps.cofen.gov.br/cbcenf/sistemainscricoes. Acesso em: 19 dez. 2022.

GONZALEZ, MM et al. I Diretriz de ressuscitação cardiopulmonar e cuidados


cardiovasculares de emergência da sociedade brasileira de cardiologia: resumo
executivo. Arq. Bras. Cardiol [Internet]. 2013.

LINO, Mônica Motta et al. 2007. A realidade da educação continuada naenfermagem


nos serviços públicos de saúde de Florianópolis. Online Braz J. Nurs (Online), v. 6,
n. 0, s/p. Disponível em: Acesso em: 27 nov. 2022.
35

LUGON, A.S; SANTOS, V.M; FARIAS, L.G et al. Atuação do profissional enfermeiro
frente a parada cardiorrespiratória de acordo com as novas diretrizes. Centro
Universitário São Camilo-ES, Cachoeiro de Itapemirim-Es, 2014. Disponível em:
http://apps.cofen.gov.br/cbcenf/sistemainscricoes/arquivosTrabalhos/
I54234.E12.T10523.D8AP.pdf>. Acesso em: 27 nov. 2022.

MATSUMOTO, I. A atuação da equipe multiprofissional no atendimento daparada


cardiorrespiratória PCR.Disponívelem:<http://portaldeenfermagem._01_archive.html>.
Acesso em 20 dez. 2022

MORAIS, D; CARVALHO, D.V; TIMERMAN S; GONZALEZ, M. M. Parada


cardiorrespiratória em ambiente pré-hospitalar: ocorrências atendidas pelo
Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de Belo Horizonte. Rev Bras Clin Med.
Belo Horizonte, v.7, p. 211-218. 2009.

MOURA JG, Brito MPS, Rocha GOS, Moura LTR. The Knowledge and Acting of a
Nursing Team from a Sector of Cardiorespiratory Arrest Urgent Care. J res: fundam
care Online. 2019;11(3):634-40. DOI:10.9789/2175-5361.2019.v11i3.634-640

NOGUEIRA, L.S. et al. Avaliação dos conhecimentos e habilidades em


ressuscitação cardiopulmonar assimilados por profissionais da atenção primária
em saúde. Scientia Médica, v.28, n.1, 2018.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Comunicação e Informação. SAMU 192.


Protocolos de Atendimento Pré-hospitalar em Suporte avançado de Vida [12 dez.
2022]. Disponível em: http:// MNH_MBD_00.1_por.pdf

PEREIRA, Diogo da Silva; et al. Atuação do Enfermeiro Frente a Parada


Cardiorrespiratória (PCR). Revista brasileira de educação e saúde; 2015; 5(3): 08-17

ROCHA, FAZ et al. Atuação da Equipe de Enfermagem Frente à Parada


Cardiorrespiratória Intrahospitalar. R. Enferm. Cent. O. Min, 2012 jan/abr; 2(1):141-
150.

SBC, Sociedade Brasileira de Cardiologia. Atualização da Diretriz de Ressuscitação


Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade
Brasileira de Cardiologia. 2020 [cited 2022 Dec 19];113:449-653. Available from:
http:// publicacoes.cardiol.br/portal/abc/portugues/2020/v11403/atualizacao-da-diretriz-
de-ressuscitacao-cardiopulmonar-e-cuidados-cardiovasculares-de-emergencia-da-
sociedade-brasileira-de-cardiologia-2020.

SBC, Sociedade Brasileira de Cardiologia. I Diretriz de Ressuscitação


Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade
Brasileira de Cardiologia. Arq ras cardiol [Internet]. 2013 Ago;101(2):Supl 3.
36

SILVA SC, Padilha KG. Parada cardiorrespiratória na unidade de terapia intensiva:


considerações teóricas sobre os fatores relacionados às ocorrências
iatrogênicas. Rev Esc Enferm USP 2001; 35(4): 360-5.

TEIXEIRA, GKR; TEIXEIRA, VMN. Atendimento de enfermagem na parada


cardiorrespiratória em ambiente intra-hospitalar. Centro Universitário UMA Diretoria
de educação continuada, pesquisa e extensão, curso de pós graduação em urgência,
emergência e atendimento pré-hospitalar; 2014.

Você também pode gostar