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UNIVERSIDADE ANHANGUERA - UNIDERP

CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


POLO TUCURUÍ - PA
CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM

CRISTIANE CUNHA MENDES

ENFERMAGEM NOS CUIDADOS


AOS PACIENTES ONCOLÓGICOS

Tucuruí-PA
2022-1
CRISTIANE CUNHA MENDES

ENFERMAGEM NOS CUIDADOS


AOS PACIENTES ONCOLÓGICOS

Trabalho de Conclusão de Curso II


apresentado como exigência parcial para
obtenção do grau de Bacharel em
Enfermagem da Instituição Anhanguera –
UNIDERP.
Orientador (a): Aline Chagas

Tucuruí-PA
2022-1
Dedico este trabalho primeiramente a Deus, segundo ao
meu pai, mãe e minha filha que estiveram ao meu lado e
me acompanharam todo este tempo de graduação.
AGRADECIMENTO
Agradeço por primeiro lugar a Deus por ter me sustentado do começo ao fim
deste curso, por ele sempre me reerguer quando eu precisava e por ainda o fazer.

Ao meus amados pais agradeço pelo tempo em que esteve presente em vida,
que pela sua presença permanente, amor e dedicação me mostrou com exemplos no
dia a dia, e em especial durante os cinco anos do meu curso, seus ensinamentos me
mantiveram forte e me deram forças para continuar.

Aos meus amigos, que me ajudaram e escutaram minhas reclamações,


amenizaram meu choro e me aconselharam nos momentos em que mais precisei.

Agradeço aos meus orientadores pela paciência e pela colaboração em cada


orientação e correção do meu Trabalho de Conclusão de Curso. Que sorte a minha
tê-los na construção deste trabalho, me orientando e impondo desafios com
determinação e confiança no meu potencial.

A todos os meus professores pois sem o conhecimento passado por cada um


de vocês eu jamais saberia ao menos aferir uma pressão ou escutar o relato de
queixas de um paciente ou até mesmo atender com carinho, com destreza e atenção
pela qual aprendi, e nunca vou me esquecer do olhar holístico que um enfermeiro
precisa ter.

Enfim, agradeço a todo incentivo que recebi da parte de cada pessoa que
colaboraram para minha formação, minha gratidão será eterna.
SUMÁRIO

RESUMO ................................................................................................................... 6

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 7

2. OBJETIVOS ........................................................................................................ 8

2.1 GERAL ................................................................................................................. 8

2.2 ESPECÍFICOS ..................................................................................................... 8

3. DEFINIÇÃO DE CANCÊR ................................................................................... 9

4. ASSISTÊNCIA HUMANIZADA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM ..................... 13

5. CUIDADOS PALIATIVOS ................................................................................. 16

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 21

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 22
6

RESUMO

Todo o

Palavras-Chave:
7

1. INTRODUÇÃO
8

2. OBJETIVOS

2.1 GERAL

2.2 ESPECÍFICOS

Os
9

3. DEFINIÇÃO DE CANCÊR

A palavra câncer vem do grego karkínos, que quer dizer caranguejo, e foi
utilizada pela primeira vez por Hipócrates, o pai da medicina, que viveu entre 460 e
377 a.C. O câncer não é uma doença nova. O fato de ter sido detectado em múmias
egípcias comprova que ele já comprometia o homem há mais de 3 mil anos antes de
Cristo (INCA, 2011 apud MORAES, et al; 2017).
O câncer constitui um importante problema de saúde pública mundial, sendo
a principal causa de morte em países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil.
O câncer engloba um grupo com mais de cem diferentes tipos de doenças e é
mundialmente responsável por um elevado índice de óbitos. Ao paciente em risco
iminente de perder a vida, bem como ao seu familiar, é indicado os cuidados paliativos,
que podem ser oferecidos por meio da assistência hospitalar, domiciliar e ambulatorial
(BARBOSA, et al; 2019).
O câncer caracteriza-se pelo crescimento desordenado de células que
possuem a capacidade de disseminar-se entre os tecidos e órgãos adjacentes. É
atualmente um grave problema de saúde pública mundial, não somente pelo aumento
de sua prevalência, mas também, pelos investimentos em ações abrangentes nos
diferentes níveis de atuação, como na promoção da saúde, diagnóstico precoce,
assistência, vigilância, formação de recursos humanos, diálogo e mobilização social,
na pesquisa e na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) (SILVA, et al; 2020).
O câncer é uma enfermidade que geralmente desencadeia sofrimento físico e
emocional no indivíduo adoecido, provocando, inclusive, a diminuição de sua
autoestima frente às mudanças que ocorrem durante o processo de adoecimento. É
uma enfermidade que geralmente inspira sentimento de tristeza, angústia e medo, que
necessitam ser enfrentados pelo indivíduo adoecido e por sua família. O processo
vivido por familiares de indivíduos com câncer geralmente os fragiliza, tornando-os
mais suscetíveis ao sentimento de medo das repercussões que poderão advir da
doença (MATTOS et al., 2016).
O câncer é um problema de saúde pública no Brasil, devido, sobretudo, a sua
abrangência, variedade, complexidade e magnitude epidemiológica, social e
econômica. Trata-se de uma doença causada pelo crescimento celular desordenado
e pela invasão de tecidos e órgãos, sendo que parte significativa dessa enfermidade
pode ser prevenida. O acometimento das pessoas por esta doença está relacionado
10

não somente às predisposições hereditárias, mas também a seu estilo de vida


(BRANDÃO et al; 2017).
O Brasil deverá registrar 625 mil novos casos de câncer para cada ano do
triênio 2020/2022, segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer). Se descontados os
casos de câncer de pele não melanoma, serão 450 mil novos registros da doença para
cada ano. O câncer de pele não melanoma é o mais incidente no país, com 177 mil
novos casos estimados. Ele corresponderá a 27,1% do total de casos de câncer em
homens e 29,5% em mulheres. Considerando-se todos os demais tipos de câncer, os
mais frequentes na população serão mama e próstata (66 mil casos cada), cólon e
reto (41 mil), pulmão (30 mil) e estômago (21 mil). Por gênero, os tipos de câncer mais
comuns em homens são próstata (29,2%), cólon e reto (9,1%), pulmão (7,9%),
estômago (5,1%) e cavidade oral (5%). Nas mulheres, o câncer de mama lidera
(29,7%), seguido por cólon e reto (9,2%), colo do útero (7,4%), pulmão (5,6%) e
tireoide (5,4%).
De acordo com Oliveira e seus colaboradores (2017), para o paciente
oncológico, parece ser um consenso a importância da comunicação no intuito de
promover conforto, acalmar, aliviar sintomas, diminuir angústias e equilibrar. Nesse
sentido, a comunicação inadequada ou ruidosa com o paciente pode provocar
angústias, medos, ansiedade, entre outros sentimentos negativos, podendo provocar
interferências na assistência.
O enfermeiro atua na intervenção dos principais sintomas na doença terminal,
dentre esses sintomas estão a desidratação, constipação, fadiga, fraqueza, náusea,
vômito, caquexia, infecção, anemia, alterações metabólicas e endócrinas, alterações
musculares e outras. Podem ser utilizadas medidas não farmacológicas para
amenizar esses sintomas, utilizando diversas terapias não convencionais destacando
a aromoterapia, ludoterapia e toque terapêutico, além de recursos para ajudar a
criança no processo saúde doença, promovendo bem estar, conforto e alegria, tais
como: desenho, pintura, música, brinquedos, teatro, e contar histórias (SILVA, et al;
2020).
Conforme visto por Alecrim e seus colaboradores (2020), o câncer é visto
como uma doença ameaçadora para a vida, sendo assim é bastante temida por todos.
Quando revelado para o paciente representa uma má notícia, devido a todo estigma
11

que a palavra câncer acarreta no seio familiar. O papel da família, para o paciente, é
algo precioso, já que é de dentro do campo familiar que primeiramente virá todo o
carinho, compreensão, apoio e suporte emocional e psicológico que se fazem
extremamente necessários para diferentes estágios de cuidado e para o
enfrentamento de todos os sinais e sintomas.
No Brasil, o câncer aparece nas estatísticas como o segundo maior causador
de óbitos, com projeção em torno de seiscentas mil novas ocorrências para 2018/2019
e de 17 milhões para o ano de 2030, incluindo o câncer de pele não melanoma. Esse
crescimento explica-se por diversos fatores, tais como o crescimento da esperança
de vida e o envelhecimento populacional, os quais incidem no aumento do número de
doenças crônico-degenerativas, em especial o câncer (BARBOSA, et al; 2019).
A palavra câncer é utilizada para denominar um conjunto constituído por mais
de cem diferentes tipos de doenças correspondentes aos diferentes tipos de células
que existem no corpo; essa enfermidade se caracteriza pelo crescimento
desordenados dessas células, levando a formação de tumores que podem atacar
tecidos e órgãos, tendo como elemento causal a presença de inúmeros fatores, por
exemplo, herança genética, hábitos de vida nocivos, sedentarismo, dentre outros
(BARBOSA, et al; 2019).
O paciente além de desenvolver sinais e sintomas relativos ao câncer inicia
diversas mudanças de comportamento que interferem diretamente na vida dele. É
bastante comum o paciente oncológico apresentar um quadro de depressão
relacionado ao medo iminente da morte, pela incerteza no que tange ao processo de
tratamento e possibilidades de cura. A sensação de impotência, a perda do valor
social, a perda da rotina são alguns sentimentos muito comuns nos adoecidos
(RODRIGUES, POLIDORIS, 2012 apud MORAES, et al; 2017).
O enfermeiro é o principal responsável pelo conforto e pela qualidade da
assistência que é prestada, visto que a humanização é fundamental durante os
cuidados paliativos. Assim observa-se a necessidade de realização de novos estudos
envolvendo essa temática, criação de protocolos assistenciais e programas educação
permanente, para uma assistência de qualidade e eficaz ao paciente oncológico em
cuidados paliativos (SILVA, et al; 2020).
12

Devemos ressaltar que a vida e a morte são processos naturais, ofertar um


sistema de apoio familiar a como lidar com a doença, oferecer um sistema de suporte
para ajudar os pacientes a viverem o mais ativamente possível até sua morte. Usar
uma abordagem interdisciplinar para acessar necessidades clínicas e psicossociais
dos pacientes e suas famílias, incluindo aconselhamento e suporte ao luto (PAIVA et
al., 2014 apud MORAES, et al; 2017).
O diagnóstico de câncer repercute de modo importante na vida da pessoa e
de sua família, em especial quando a doença se apresenta em estágio avançado e
com metástases, fora de possibilidade terapêutica de cura. Quando isso acontece,
diz-se que a pessoa se encontra em cuidados paliativos (CP), sendo que, a partir
desse ponto, a ênfase recai sobre as medidas que visam a identificação, a avaliação
e o tratamento oportuno de sintomas físicos, psicossociais e espirituais que
repercutem na qualidade de vida (QV) da pessoa (FIGUEIREDO et al; 2018).
Para tanto, são desenvolvidas diferentes abordagens assistências pelos
integrantes das equipes dos serviços de saúde da atenção primária, secundária e
terciária, quais sejam, a equipe de enfermagem, médica, nutrição, serviço social,
psicologia, terapia ocupacional, dentre outras. Para garantir qualidade de vida, bem-
-estar, conforto e dignidade humana, os cuidados paliativos devem ser centrados na
pessoa, valorizando as necessidades do paciente de forma que este receba
informações adequadas e culturalmente apropriadas sobre seu estado de saúde e o
seu papel nas tomadas de decisões sobre o tratamento recebido (ATTY; TOMAZELLI;
2018).
13

4. ASSISTÊNCIA HUMANIZADA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM

De acordo com Anacleto e seus colegas, a Humanização, em seu sentido literal,


significa ato de tornar humano, ou dar condição humana a alguma coisa/situação; é
tornar benévolo, afável, com passivo e caridoso. A Política Nacional de Humanização
(PNH) foi lançada pelo Ministério da Saúde em 2003, com propósito de aplicar os
princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) na rotina dos serviços de saúde, tendo
como princípios a transversalidade; indissociabilidade entre atenção e gestão;
protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos sujeitos e coletivos, pautados
sobre as diretrizes do acolhimento, gestão participativa e coparticipação, ambiência,
clínica ampliada e compartilhada, valorização do trabalhador e defesa dos direitos dos
usuários.
Ao conceituar a enfermagem, seja como profissão, ciência ou apenas ao
designá-la uma atividade humana, não é possível citá-la sem abranger a palavra
“cuidar” como sendo um dos pilares para defini-la, pois o exercício da profissão na
enfermagem não é apenas prestação de serviços diretos e executados ao ser
humano, mas sim o ato de priorizá-lo em todos os momentos por meio de um olhar
atento, um bom diálogo, uma escuta atenta e compreensiva, ou uma simples palavra
de conforto e carinho capaz de modificar a rotina do paciente submetido aos seus
cuidados (ALECRIM, et al; 2020).
O cuidado do enfermeiro aos pacientes com câncer fora de possibilidade de cura
precisa ser eficiente e humanizado. Entre suas ações está o conforto, que contribui
com a esperança, o consolo, o apoio, a assistência de qualidade, a interação
enfermeiro-paciente e o estabelecimento de vínculo afetivo. Tão logo, é indispensável
que esses profissionais desenvolvam cuidado humanizado em saúde, coerente com
os preceitos dos cuidados paliativos, na busca de amenização do sofrimento,
favorecendo assim a QV dos pacientes (BRANDÃO et al; 2017).
A equipe de enfermagem tem grande importância no cuidado, devendo
considerar os aspectos que possam reduzir as influências do sofrimento e possibilitem
o estabelecimento de assistência humanizada, implementando cuidados que vão além
da técnica, tais como o estabelecimento de vínculo, amizade, empatia e confiança,
promovendo ao paciente a sensação de pertencente ao processo observando toda a
dimensão humana (ANACLETO; CECCHETTO; RIEGEL; 2020).
14

O enfermeiro em cuidados paliativos precisa realizar uma assistência que vá


além de habilidades técnicas, é necessário empatia, sensibilidade para lidar com os
aspectos psicológicos desenvolvidos pelo paciente e seus familiares a partir do
diagnóstico (BARBOSA, et al; 2019).
Segundo Ribeiro e seus colaboradores (2020), durante o tratamento de
pacientes oncológicos a enfermagem se depara rotineiramente com o sinal flogístico
da dor, porém para ser caracterizada como dor crônica a mesma precisa ser
persistente por mais de 30 dias, afetando assim a rotina diária e o tratamento de
pacientes oncológicos. Fatores como procedimentos para diagnosticar o câncer, como
o tumor, o tipo de terapia, e a terminalidade da doença são pontos enfrentados pelos
pacientes que causam indisposição e angústia o que afeta seu humor e
consequentemente seu quadro geral.
O enfermeiro deve ver o paciente de forma holística, humanizada, priorizando a
comunicação terapêutica de forma adequada, para promover o afeto, carinho e
atenção de cada paciente. É importante que os profissionais de enfermagem
compreendam a necessidade de dar uma maior importância ao relacionamento
terapêutico no sentido mais amplo (DOS SANTOS, et al; 2018).
A enfermagem, por este aspecto, necessita estar preparada e capacitada para
desenvolver o cuidado humanizado que o paciente oncológico demanda, frente a isso,
este estudo objetiva verificar de que forma a equipe de enfermagem promove o
cuidado humanizado ao paciente oncológico (ANACLETO; CECCHETTO; RIEGEL;
2020).
Durante os cuidados paliativos, é necessário que o enfermeiro desenvolva ações
e o cuidado humanizado para que o paciente, apesar da impossibilidade de cura,
consiga recuperar sua autoestima e possibilitar seu controle emocional para um
melhor convívio com a doença (SILVA, et al; 2020).
Visto que a humanização, o amparo, o conforto, a solidariedade e a compaixão
prestada tanto pelo enfermeiro, quanto pela família, são indispensáveis durante a
realização de cuidados paliativos, recomenda-se que o profissional de enfermagem
acolha sempre bem o paciente, esteja apto para lidar com essa vivência e tenha uma
visão holística do paciente, visando a todas as instâncias afetadas, proporcionando
15

aos pacientes oncológicos um tratamento menos doloroso, e mais digno (DOS


SANTOS, et al; 2018).
O enfermeiro tem um grande papel nestas etapas como o fornecimento de um
atendimento específico como a orientação correta de como será o tratamento,
fornecer o alívio de algia e outros sintomas pertinentes como estresses, anorexia,
dispneia e outras emergências oncológicas (MORAES, et al; 2017).
As dificuldades impostas pelo câncer ao indivíduo acometido e familiares fazem
com estes busquem apoio de diversas naturezas. Entre os participantes do estudo,
destacou-se a busca de apoio espiritual, familiar e dos amigos. O câncer por vezes
também faz emergir no indivíduo adoecido sentimento de revolta que requerem dos
familiares uma atitude de compreensão e acompanhamento constante (MATTOS et
al., 2016).
Na formação de vários enfermeiros é evidente a carência de disciplinas que
abordem temáticas como de cuidados paliativos e morte. Para tanto, é reconhecida
a necessidade de reformular currículos na graduação, favorecendo ao futuro
profissional com a implementação de ações eficazes ao cuidar de pacientes fora de
possibilidades de cura. Tão logo, é indispensável ampliar as discussões sobre essas
temáticas e aprimorar o currículo dos cursos de graduação. Nesta revisão evidenciou-
se déficit de conhecimentos dos enfermeiros para prestar o cuidado paliativo ao
paciente oncológico, o que pode estar associado à formação profissional (BRANDÃO
et al; 2017).
A humanização é inserida no processo de acolhimento, baseada no
estabelecimento de uma relação compreensiva, altruística e confiável entre os
usuários e os profissionais de saúde (ANACLETO; CECCHETTO; RIEGEL; 2020).
16

5. CUIDADOS PALIATIVOS

O surgimento dos cuidados paliativos se deu oficialmente na década de 1960


como prática distinta na área da atenção em saúde, no Reino Unido, sendo a médica
que também era assistente social e enfermeira Cicely Saunders a precursora. No
Brasil, esse cuidado surgiu no final da década de 1990, e o seu principal objetivo
clínico é fazer com que a morte seja vista como um processo natural da vida, sem
antecipar a morte, nem prolongar o processo de morrer, enfatizando o cuidado com a
família e ao doente, formando assim uma unidade de cuidados, sendo esses cuidados
providos por uma equipe interdisciplinar (ROSA, et al; 2020).
É importante que os cuidados paliativos façam parte da linha de cuidado, que
sejam incluídos em todos os níveis de atenção, em especial, na atenção básica. A
rede deve estar integrada e articulada para assegurar ao paciente, sob tais cuidados,
a internação numa unidade de cuidados paliativos, os exames de investigação
diagnóstica e o seu acompanhamento, proporcionando segurança ao paciente e aos
seus familiares e compartilhando as decisões para o final da vida. A integração
inadequada dos cuidados paliativos na rede de saúde contribui para a falta de acesso
equitativo aos cuidados de saúde, comprometendo a integralidade do cuidado (ATTY;
TOMAZELLI; 2018).
Segundo Silva e seus colaboradores (2020), os estudos realizados no Rio de
Janeiro, mostrou que as dificuldades enfrentadas pelas enfermeiras em cuidados
paliativos são os déficits na formação profissional, pois não são preparadas para lidar
com o processo de morrer e morte; a falta de recursos humanos, de materiais e de
infraestrutura básica para atendimento. Assim tais dificuldades traz a necessidade de
estratégias para qualificação da assistência e capacitação da equipe de enfermagem
por meio da educação permanente. Esses fatores refletem diretamente na qualidade
do cuidado prestado e na qualidade de vida do paciente e família, adquirindo vivências
e experiências negativas durante o período de internação.
O cuidado de enfermagem paliativa está relacionado ao cuidar e promover a
qualidade de vida do paciente, proporcionando conforto, preservando o estado físico,
emocional, moral e espiritual e também ajudá-lo a entender o processo de morte,
estágios e aceitação da doença. O cuidar de enfermagem paliativa é proporcionar
17

alívio dos sintomas, ser flexível, ter planos de cuidado, defender o paciente e
reconhecê-lo como ser humano único. Assim visando à qualidade de vida do paciente,
através do alivio da dor e sintomas psicológicos e espirituais. O auxílio da enfermagem
e da equipe de saúde ao paciente terminal é indispensável, não se esquecendo da
família que desempenha papel fundamental no processo de cuidar (SILVA, et al;
2020).
Os cuidados paliativos tem sido o início para o diagnóstico relacionado a terapia
da doença principal. A equipe de enfermagem tem como papel de grande importância
na aceitação da doença, além de dar assistência ao paciente/família, auxilia também
no lado emocional de como conviver com a doença e enfrentar a morte (MORAES, et
al; 2017).
Segundo Alecrim e seus colegas (2020), a enfermagem é compreendida como
uma arte que requer amplo conhecimento para atender as várias necessidades dos
pacientes, vista como uma atuação de afetividade centrada no bem-estar e na busca
pelo cuidado humanizado ao paciente oncológico. Objetiva orientar o paciente em
relação ao diagnóstico, como será realizado o seu tratamento e também no
acompanhamento de todo processo de adoecimento e cura, especialmente em
cuidados paliativos, juntamente aos seus familiares.
Os cuidados paliativos são producentes e completos, destinados ao portador de
grave doença progressiva, que compromete a vida, tendo como objetivo a promoção
de melhores condições de vida ao doente e aos seus familiares, por meio do
planejamento de uma assistência pautada nas reais necessidades de cada caso, para
alívio do sofrimento, das dores físicas, entre outros sintomas da mesma ordem e
também de âmbito social, psicológico e espiritual. Os cuidados paliativos são providos
por uma equipe multiprofissional que possui em sua composição médico, enfermeiro,
farmacêutico, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, nutricionista, psicólogo, terapeuta
ocupacional, voluntários e capelão. Em especial, profissionais de enfermagem, atuam
mais de perto com o doente e com a família, ouvindo suas queixas, temores, dúvidas,
provendo meios para saná-las por meio de comunicação verbal eficaz e de
proximidade (BARBOSA, et al; 2019).
De acordo com Santos (2016), os princípios fundamentais dos cuidados
paliativos são:
18

- Promover o alívio da dor e de outros sintomas angustiantes;


- Reafirmar a vida e ver a morte como um processo natural;
- Não pretender antecipar ou postergar a morte;
- Integrar aspectos psicossociais e espirituais do cuidado;
- Oferecer um sistema de apoio para ajudar os pacientes a viver tão
ativamente quanto possível até a morte;
- Oferecer um sistema de apoio e abordagem de equipe para identificar
necessidades clínicas e psicossociais da família e do paciente, incluindo
suporte ao luto, se indicado;
- Melhorar a qualidade de vida e também influenciar positivamente o curso da
doença;
- Ser aplicável no início do curso da doença, em conjunto com outras terapias
que visam prolongar a vida, como quimioterapia ou radioterapia;
- Incluir as investigações necessárias para melhor compreender e gerir as
complicações clínicas angustiantes.

De acordo com Dos Santos (2018), a assistência a pacientes em cuidados


paliativos é um grande desafio principalmente para a equipe de enfermagem, pois o
câncer é uma patologia que causa um grande desgaste, onde o indivíduo terá todo o
seu cotidiano alterado, tendo que se adaptar a uma nova realidade e, devido ao fato
de que a equipe de enfermagem está em todo o tempo ao lado desse paciente, esse
cuidado acaba sendo intenso.
O enfermeiro precisa conhecer o perfil socioeconômico e clínico do paciente,
havendo melhora no planejamento de cuidados através da redução de possíveis
complicações relacionadas à terapêutica, tendo um vínculo e aproximação com o
paciente. Os fatores socioeconômicos contribuem para o prognóstico da doença, pois
a falta de condições financeiras pode refletir na busca tardia pelo atendimento e
diagnóstico de câncer avançado (SILVA, et al; 2020).
O enfermeiro que trabalha em cuidados paliativos de pacientes oncológicos
necessita ter conhecimentos específicos para orientar o doente e sua família nos
cuidados a serem desenvolvidos no domicílio. Ele pode informar sobre o tratamento,
as medicações e os cuidados, com o intuito de favorecer o bem-estar dos pacientes.
Os resultados desta revisão evidenciaram que os enfermeiros têm déficit de
conhecimentos na perspectiva dos cuidados paliativos (BRANDÃO et al; 2017).
Quando hospitalizado, o paciente oncológico e sua família vivenciam situações
diversificadas, em que a possibilidade da morte se revela de forma inevitável e real.
Nesse momento, a família não almeja somente o cuidado, mas deseja manifestações
de solicitude que contemplem seu ente querido e a si próprio. Os cuidadores familiares
têm valorizado a equipe de enfermagem pelo apoio ofertado e por ouvi-los durante
19

suas aflições e sentimentos expressos diante da situação complexa que vivencia


(BRANDÃO et al; 2017).
Dessa forma, os cuidados paliativos no processo da sistematização da
assistência de enfermagem estão relacionados a um campo de atuação complexo,
frente ao conhecimento e a junção das extensões que envolvem os pacientes, e a
cooperação de um conjunto de pensamentos direcionados a soluções das dificuldades
de sistematizar o cuidado. Para os pacientes sob cuidados paliativos é importante o
vínculo de confiança com o cuidador profissional, com o almejo de não focar somente
na interação com a doença, mas como estabelecer com o paciente a comunicação,
otimismo e alegria (DOS SANTOS, et al; 2018).
Especificamente no âmbito dos Cuidados Paliativos, o enfermeiro exerce seu
papel desenvolvendo ações práticas e gerenciais em maior consonância com toda a
equipe de saúde, cujos profissionais, nesse momento tão específico do tratamento
terapêutico, convergem seus discursos para a estrutura do cuidado ante a estrutura
da cura. Tem-se então um ambiente genuíno para a prática da enfermagem
fundamental. Trata-se de uma abordagem de enfermagem generalizada numa 89
prática médica clinicamente especializada (ACADEMIA NACIONAL DE CUIDADOS
PALIATIVOS, 2009 apud MORAES, et al; 2017).
O Ministério da Saúde do Brasil (MS), com a intenção de implementar políticas
nas áreas de cuidados paliativos e de assistência aos pacientes com dor, instituiu, no
âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), em 2002, o Programa Nacional de
Assistência à Dor e Cuidados Paliativos, através da Portaria MS/GM nº 198. Esta foi
revogada pela Portaria MS/GM n° 3.150/20069, que instituiu a Câmara Técnica em
Controle da Dor e Cuidados Paliativos e passou a responder pelas diretrizes nacionais
sobre controle da dor e cuidados paliativos, pela estruturação de redes de atenção
nesse âmbito e pela formação e qualificação de profissionais para atuação em
controle da dor e cuidados paliativos, entre outros assuntos.
Além disso, destaca a importância dos sistemas de informação do SUS, ao
possibilitarem uma aproximação do cenário epidemiológico e assistencial, ainda que
essa não seja a finalidade primeira desses sistemas. Espera-se que, além de estimular
o conhecimento do fluxo do cuidado integral do usuário oncológico, o estudo contribua
20

para a prática do monitoramento e da avaliação da rede de atenção à saúde no que


tange os cuidados paliativos (ATTY; TOMAZELLI; 2018).
21

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Es
22

REFERÊNCIAS

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