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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Seminário de Iniciação à Docência – SEMID (4.: 2019: São Luís, MA)

Anais do IV Seminário de Iniciação à Docência – SEMID [recurso eletrônico]: formação e prática


docente: trajetórias, concepções e desafios / Organizadores: Ângelo Rodrigo Bianchini... [et al.]. — São
Luís: EDUFMA, 2020.

408 p.
Modo de acesso: world wide web
ISBN: 978-65-86619-52-2 

1.Formação docente – Encontro científico - UFMA. 2. Prática docente. I. Bianchini, Ângelo


Rodrigo. II. Santos, Antonio Higor Gusmão dos. III. Sousa, Karla Cristina Silva. IV. Sousa, Scarlet Cristina
Silva. V. Rodrigues, Tadeu Luís Maciel. VI. Título.

CDD 371.12
CDU 371.13

Elaborada por Eliziene Barbosa Costa – Bibliotecária CRB 13/528


PIBID E A EDUCAÇÃO PARA AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS: reflexões
sobre uma experiência com a literatura infantil

Lourrane Mafra Viégas da Silva


Maria Clara Passos Cutrim
Rayssa de Kassia Magalhães Moraes
Samires do Nascimento Andrade
Jucimária Pereira Amorim
PIBID/Pedagogia
Docente Orientadora: Profa. Dra. Valdenice de Araujo Prazeres

RESUMO: O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) é


uma iniciativa voltada para formação inicial de docentes, elaborado pela
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes por
intermédio da Portaria Normativa de número 122, datada em de 16 de setembro de
2009, com base na Lei nº 11.502, de 11 de julho de 2007. O programa tem por
objetivo antecipar a aproximação dos licenciandos/as no contexto da sala de aula
para que estes vivenciem o cotidiano da educação básica na esfera pública,
propiciando a estes a observação e reflexão sobre a prática docente. O PIBID
também visa elevar a qualidade da formação inicial de alunos/as dos cursos de
licenciaturas, contribuindo para articulação entre teoria e prática. O subprojeto do
núcleo de Pedagogia intitulado “Entrecruzando alfabetização e letramento
linguístico e matemático com educação para as relações étnicos-raciais”, objetiva
a exploração da leitura, da interpretação e análise dos mais variados gêneros
textuais, contextualizando-os na perspectiva da valorização de
conhecimento/saberes oriundos da diversidade étnico-racial que compõe a
sociedade brasileira, tendo como elemento constituinte a alfabetização e o
letramento linguístico e matemático, numa perspectiva crítica (FONSECA, 2009;
KLEIMAN, 1995; ROJO, 2009; SKOVSMOSE, 2007) com o que preconiza a Base
Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017), abrangendo os processos de

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e desafios. (Orgs). Angelo Rodrigo Bianchini; Antonio Higor Gusmão dos Santos, Karla Cristina Silva
Sousa, Scarlet Cristina Silva Sousa, Tadeu Luís Maciel Rodrigues. São Luís: Edufma, 2020. ISBN:
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diversidade e interculturalidade com base na educação para as relações étnico-
raciais (BRASIL, 2004, GOMES, 2006, 2012). Nesse sentido, a presente produção
tem por objetivo principal relatar como foi executada uma atividade com alunos/as
de uma escola da rede de São Luís, situada no bairro Alemanha, de modo que as
atuação do PIBID nesta escola iniciou-se no segundo semestre de 2018, focando
em atividades voltadas para alfabetização e letramento numa perspectiva étnico-
racial, conforme determina o subprojeto institucional do núcleo de Pedagogia e
justificando-se pelas observações feitas neste contexto escolar ora citado. Cabe
salientar que refletir a construção da identidade dos sujeitos é algo bastante
complexo, pois os seres humanos são submetidos a constantes interações sociais,
que os formam no que diz respeito a sentimentos, ações, ideologias, pensamentos
etc. Essa cotidianidade vivida no coletivo e na individualidade, permite que se
assumam posturas diante do experienciado nos vários espaços sociais. Cavalleiro
(2000) e Fazzi (2006), são autoras que adentram a escola para pesquisar as
relações étnico-raciais. Seus trabalhos expõem como as crianças negras, muitas
tidas como mulatas, morenas, entre outros termos, vivenciam o preconceito racial
por parte dos colegas de maneira extremamente ofensiva. Para além das questões
relacionadas a autoestima e autoimagem, o preconceito se torna evidente com
relação ao cabelo crespo e por essas questões, muitas pessoas passam pelo
processo de alisamento ainda na infância, principalmente meninas, que pode ser
até mesmo prejudicial à saúde. Em meio a tudo isso, há uma luta para desconstruir
a carga histórica social que afirma a todo momento que “o cabelo crespo é ruim”. A
falta de conhecimento sobre cultura, raça, e etnia se torna um problema para o
processo formador do cidadão. É na infância que o indivíduo inicia o processo de
construção de sua identidade, então é de suma importância trabalhar essa
desconstrução com os alunos para incentivar o seu processo de identidade e o
combate ao preconceito. Os dados também apontam que esse preconceito é
evidenciado de diversas formas e como um exemplo: a fabricação de bonecas.
Segundo um levantamento realizado em 2018, pela ONG Avante, apontou que
apenas 7% das bonecas fabricadas no Brasil são negras, muito embora haja um

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mercado consumidor potencial, pois 55% dos brasileiros se reconhecem como
pretos ou pardos. Pensando nisso, a atividade realizada teve como principal
objetivo desmistificar a ideia da inferioridade da raça negra, trazendo uma atividade
voltada para a valorização do cabelo crespo e cacheado, que é um dos elementos
mais visíveis e destacados do corpo. Desse modo, trabalhamos com um conto de
origem africana denominado "As tranças de Bintou", que trata sobre a história das
tranças e a importância das mesmas para a personagem, trazendo ricos elementos
da cultura africana que reforçam a identidade negra nos/as alunos/as. Expusemos
imagens dos diversos tipos de tranças, contextualizado sua origem e significado e
relacionando-as com a história apresentada. Também exibimos o videoclipe da
música "Seu cabelo" de Duda Pimenta que trata sobre a apreciação de todos os
tipos de cabelo. Por fim, fizemos uma oficina de tranças, onde as crianças tiveram
seus cabelos trançados e puderam se sentir valorizadas, compreendendo a beleza
de seu cabelo nas diversas cores, formas, texturas e tamanhos. É de suma
importância que a luta, dentro das escolas e das salas de aula, contra os diversos
tipos de preconceito seja feita de modo eficiente, pois é a partir dela que
contribuímos de forma positiva o processo de aprendizagem do aluno e, até um
determinado ponto, a sua construção de identidade, sempre respeitando as
pessoas e suas diferenças. Após o estudo do assunto e execução das atividades
no colégio, foi de condecoração que em julho de 2017, uma pesquisa realizada pelo
Google BrandLab mostrou que, pela primeira vez no Brasil, houve maior número
de buscas no Google por cabelos cacheados em comparação a lisos. Os dados
mostraram um crescimento de 232% na busca por cabelos cacheados entre 2016
e 2017 e um crescimento de 309% por cabelos afro. Ou seja, cada vez mais o
assunto é abordado, debatido e aceito na sociedade, fazendo com que a luta diária
contra o preconceito e seus derivantes, faça sentido e propõe, cada dia mais, a
esperança para uma sociedade melhor.

REFERÊNCIAS

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e desafios. (Orgs). Angelo Rodrigo Bianchini; Antonio Higor Gusmão dos Santos, Karla Cristina Silva
Sousa, Scarlet Cristina Silva Sousa, Tadeu Luís Maciel Rodrigues. São Luís: Edufma, 2020. ISBN:
P á g i n a 161 | 400
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Brasília: MEC. 2017.
Disponível no site: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/download-da-bncc/.
Acesso em janeiro de 2018

CAVALLEIRO, Eliane. D. S. Do silêncio do lar ao silêncio escolar: racismo,


preconceito e discriminação na educação infantil. São Paulo: Contexto, 2000. 110
p.

FAZZI, Rita de Cássia. O drama racial de crianças brasileiras: socialização


entre pares e preconceito. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.

FONSECA, Maria da Conceição Ferreira Reis. Conceito(s) de numeramento e


relações com o letramento. In: LOPES, C. E.; NACARATO, A. (Orgs.). Educação
matemática, leitura e escrita: armadilhas, utopias e realidade. Campinas:
Mercado das Letras, 2009.

GOMES, Nilma Lino. Diversidade cultural, currículo e questão racial: desafios


para a prática pedagógica. In: ABRAMOWICZ, Anete; BARBOSA, Lúcia Maria A.;
SILVÉRIO, Valter Roberto.(Orgs.). Educação como prática da diferença.
Campinas: Armazém do Ipê (Autores Associados), 2006.

______. Relações étnico-raciais, educação e descolonização dos currículos. In:


Currículo sem fronteiras, v.12, n.1. p. 98-109, jan./abr. 2012. Disponível em:
http://www.curriculosemfronteiras.org/articles.htm . Acesso em: 06 jun. 2014.

KLEIMAN, Angela B. Os significados do letramento: uma nova perspectiva


sobre a prática social da escrita. Campinas: Mercado de Letras, 1995.

ROJO, Roxane H. Letramentos múltiplos, escola e inclusão social. São Paulo:


Parábola Editorial, 2009.

SKOVSMOSE, O. Educação crítica: incerteza, matemática, responsabilidade.


São Paulo: Cortez, 2007.

OLIVEIRA, Carmem de. Soltando o cabelo e a voz das meninas negras na


escola. Disponível no site:
https://www.extraclasse.org.br/opiniao/2019/08/soltando-o-cabelo-e-a-voz-das-
meninas-negras-na-escola/. Acesso em novembro de 2019.

Cabelo crespo ou cacheado, opção dos brasileiros. Disponível em:


http://www.noticiario.com.br/noticia.php?cod_noticia=10925 Acesso em novembro
de 2019.

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e desafios. (Orgs). Angelo Rodrigo Bianchini; Antonio Higor Gusmão dos Santos, Karla Cristina Silva
Sousa, Scarlet Cristina Silva Sousa, Tadeu Luís Maciel Rodrigues. São Luís: Edufma, 2020. ISBN:
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“APRENDER FAZENDO”: notas sobre a experiência do PIBID no Colégio
Universitário - UFMA

Ticyana Silva Franco


Docente Orientador: Prof. Dr. Thiago Lima dos Santos
PIBID/História
Domenica de Campos Antonio
Docente Orientador: Prof. Dr. Raimundo Ináci Sousa Araújo
PIBID/Estudos Africanos e Afro-Brasileiros
Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

RESUMO: O Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Maranhão,


denominado Colégio Universitário (COLUN), foi criado em maio de 1968 pelo
Conselho Diretor da Fundação Universidade do Maranhão. Atualmente funciona
como uma Instituição de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico, que oferece Ensino
Fundamental (Anos Finais), Ensino Médio Regular (1º a 3º Ano), Ensino Médio
Técnico Integrado (Cursos de Administração e Meio Ambiente) e Curso Técnico
Subsequente (Enfermagem). As escolas de aplicação ligadas a rede pública de
ensino superior se constituem como um grande laboratório de desenvolvimento de
metodologias de ensino, buscando o aperfeiçoamento do processo ensino
aprendizagem na tentativa de aliar o conhecimento teórico e prático, devendo atuar
como campo de prática do processo de formação docente ligado diretamente às
atividades de estágio. O COLUN atua como principal campo de estágio da
Universidade Federal do Maranhão, possibilitando aos licenciandos o
desenvolvimento de observação e regências de aulas, mas também a participação
em projetos de ensino, pesquisa, extensão e inovação, o desenvolvimento de
materiais, dinâmicas e metodologias de ensino e até mesmo acompanhamento e
desenvolvimento de atividades relativas ao atendimento de alunos com deficiência.
O registro e gestão dessas atividades são feitos pela Coordenação de Estágio do

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e desafios. (Orgs). Angelo Rodrigo Bianchini; Antonio Higor Gusmão dos Santos, Karla Cristina Silva
Sousa, Scarlet Cristina Silva Sousa, Tadeu Luís Maciel Rodrigues. São Luís: Edufma, 2020. ISBN:
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