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FINANCEIRA HOSPITALAR
UNIASSELVI-PÓS
Programa de Pós-Graduação EAD
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Equipe Multidisciplinar da
Pós-Graduação EAD: Prof.ª Bárbara Pricila Franz
Prof.ª Tathyane Lucas Simão
Prof.ª Kelly Luana Molinari Corrêa
Prof. Ivan Tesck
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2017
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
UNIASSELVI – Indaial.
362.11068
C932a Crispim, Cláudia Hernandez
Administração financeira hospitalar / Cláudia Hernandez
Crispim. Indaial : UNIASSELVI, 2017.
146 p. : il.
ISBN 978-85-69910-44-2
1. Administração de Hospital.
I. Centro Universitário Leonardo da Vinci
Cláudia Hernandez Crispim
APRESENTAÇÃO...................................................................... 7
CAPÍTULO 1
Administração, Administração Financeira e
Organização Hospitalar......................................................... 9
CAPÍTULO 2
Demonstrações Contábeis para Analisar a
Organização Hospitalar....................................................... 27
CAPÍTULO 3
Critérios de Investimentos.................................................. 57
CAPÍTULO 4
Análise do Ponto de Equilíbrio Hospitalar....................... 77
CAPÍTULO 5
Fluxo de Caixa Hospitalar................................................... 93
CAPÍTULO 6
Risco e Retorno.................................................................. 113
CAPÍTULO 7
Custo de Capital e Políticas de Financiamento
de Curto e Longo Prazo.................................................... 129
APRESENTAÇÃO
A Administração Financeira representa uma disciplina de grande valia e
apoio para os Gestores em seu processo de tomada de decisão. A área hospitalar
especificamente, representa um aprofundamento da administração financeira, voltada
exclusivamente para hospitais de pequeno, médio e/ou grande portes. Além deles,
clínicas, laboratórios, etc.
A tratativa desta disciplina irá discursar acerca dos seus principais fundamentos,
com a intenção de introduzir o assunto de forma a colocar o aluno a par dos assuntos
que serão tratados. Trazendo na sequência a apresentação das demonstrações
contábeis, que representa uma ferramenta de apoio para confecção de dados. Essas
demonstrações ajudarão o gestor a desenvolver subsídios para calcular os principais
indicadores financeiros hospitalares, além, claro, da sua análise.
A autora.
C APÍTULO 1
Administração, Administração
Financeira e organização Hospitalar
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ADMINISTRAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO
Capítulo 1
FINANCEIRA E ORGANIZAÇÃO HOSPITALAR
Contextualização
A disciplina Administração Financeira tem sido utilizada como grande aliada
nas organizações para consistência de informações financeiras, primordiais para
a gestão. Na gestão hospitalar isso não é diferente. Com o crescente número de
instituições hospitalares, a demanda aumenta para os pacientes/clientes e estes,
por sua vez, tornam-se mais exigentes, buscando maior qualidade na prestação
dos serviços e melhor custo-benefício.
Não só nesse contexto, mas em tantos outros que poderiam ser citados aqui,
a administração embasa as teorias e práticas em que os gestores necessitam
estar atentos para alcançar estratégias, promover competências, buscar recursos,
e buscar o sucesso organizacional.
11
Administração Financeira Hospitalar
Segundo Chiavenato (2007, p. 3), “[...] o que leva uma organização rumo
à excelência e ao sucesso não são apenas produtos, serviços, competências e
recursos. É o modo como ela arranja tudo isso e é administrada”.
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ADMINISTRAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO
Capítulo 1
FINANCEIRA E ORGANIZAÇÃO HOSPITALAR
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Administração Financeira Hospitalar
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ADMINISTRAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO
Capítulo 1
FINANCEIRA E ORGANIZAÇÃO HOSPITALAR
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Administração Financeira Hospitalar
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ADMINISTRAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO
Capítulo 1
FINANCEIRA E ORGANIZAÇÃO HOSPITALAR
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Administração Financeira Hospitalar
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ADMINISTRAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO
Capítulo 1
FINANCEIRA E ORGANIZAÇÃO HOSPITALAR
19
Administração Financeira Hospitalar
Nesse contexto, temos as organizações hospitalares que por sua vez podem
ser organizações voltadas para o lucro, que representam de forma geral as
clínicas e hospitais particulares. E as organizações hospitalares não voltadas para
o lucro, que são os hospitais filantrópicos e hospitais administrados e criados por
ONGs com o objetivo apenas de prestar um serviço médico à comunidade.
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ADMINISTRAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO
Capítulo 1
FINANCEIRA E ORGANIZAÇÃO HOSPITALAR
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Administração Financeira Hospitalar
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ADMINISTRAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO
Capítulo 1
FINANCEIRA E ORGANIZAÇÃO HOSPITALAR
Atividade de Estudos:
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Administração Financeira Hospitalar
Algumas Considerações
Eis que finalizamos o primeiro capítulo da nossa disciplina. Com ele você
conseguiu ter uma visão geral da Administração enquanto disciplina, e uma das
suas vertentes que é a Administração Financeira. Apresentamos as funções
administrativas e discorremos um pouco sobre cada uma delas.
ReFerÊncias
ALMEIDA, T. R. R. Perspectivas de sobrevivência do hospital. Revista paulista
de hospitais, São Paulo, n. 5/6, p. 104-113, maio/jun. 1983.
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ADMINISTRAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO
Capítulo 1
FINANCEIRA E ORGANIZAÇÃO HOSPITALAR
SILVA, J. P. Análise financeira das empresas. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2001.
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Administração Financeira Hospitalar
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C APÍTULO 2
Demonstrações Contábeis Para
Analisar a Organização Hospitalar
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DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA
Capítulo 2
ANALISAR A ORGANIZAÇÃO HOSPITALAR
Contextualização
As Demonstrações Contábeis tentam representar, da forma mais apurada
possível, a composição patrimonial e financeira, bem como o desempenho
econômico de uma entidade. Por isso, o objetivo principal delas é fornecer
informações sobre a posição patrimonial e financeira, do desempenho e dos fluxos
de caixas da empresa a qual elas pertençam, de forma que sejam úteis ao mais
amplo público possível e que sirvam de base para a tomada de decisão deste.
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Administração Financeira Hospitalar
Fonte: A autora.
a) Ativo
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DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA
Capítulo 2
ANALISAR A ORGANIZAÇÃO HOSPITALAR
Já o grupo dos Ativos Não Circulantes representa aqueles itens que serão
convertidos em caixa ou equivalente em um prazo superior a 12 meses, ou
itens que a unidade hospitalar não pretende converter em caixa de forma direta,
utilizando-os para a obtenção de receita. São representantes comuns desse
grupo: os investimentos de longo prazo, participações em outras sociedades,
terrenos, edifícios, máquinas e equipamentos, veículos, dentre outros.
b) Passivo
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DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA
Capítulo 2
ANALISAR A ORGANIZAÇÃO HOSPITALAR
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Administração Financeira Hospitalar
Fonte: A autora.
Esses recursos, por sua vez, são aplicados na parte esquerda do balanço
(ativo). Essas aplicações são feitas no caixa, nos clientes, nos estoques,
máquinas e etc. Conforme Marion (2009, p. 60), “a empresa, na verdade, só pode
aplicar (ativo) aquilo que tem origem (passivo e PL)”. Uma unidade hospitalar que
possua uma origem no valor de R$ 500 milhões de reais, por exemplo, deverá,
necessariamente, ter uma aplicação dos mesmos R$ 500 milhões de reais.
Esse equilíbrio entre Esse equilíbrio entre as origens e as aplicações fornece a base
as origens e as para o nome Balanço Patrimonial, onde o ativo sempre deve ter valor
aplicações fornece
a base para o nome igual ao passivo mais o patrimônio líquido.
Balanço Patrimonial,
onde o ativo sempre
deve ter valor igual
ao passivo mais o
patrimônio líquido.
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DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA
Capítulo 2
ANALISAR A ORGANIZAÇÃO HOSPITALAR
Fonte: A autora.
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Administração Financeira Hospitalar
Demonstração do Resultado do
Exercício (DRE)
Como visto anteriormente, o balanço patrimonial evidencia a situação
econômico-financeira de um hospital em um dado momento do tempo, de forma
estanque. Por isso não é possível acompanhar como foi seu desempenho entre
períodos, o que difere da próxima demonstração estudada, que é a DRE.
a) Receitas
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DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA
Capítulo 2
ANALISAR A ORGANIZAÇÃO HOSPITALAR
b) Despesas/Custos
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Administração Financeira Hospitalar
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DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA
Capítulo 2
ANALISAR A ORGANIZAÇÃO HOSPITALAR
• Receitas Médicas
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Administração Financeira Hospitalar
Gastos de promoção,
marketing, • Despesas com Vendas
propaganda,
publicidade, salários
do pessoal ligado As despesas com vendas representam os gastos de promoção,
ao departamento marketing, propaganda, publicidade, salários do pessoal ligado ao
de vendas, perdas
estimadas em departamento de vendas, perdas estimadas em créditos de liquidação
créditos de liquidação duvidosa etc. (IUDÍCIBUS et al., 2013).
duvidosa.
• Despesas Financeiras
São exemplos desse tipo de despesa os juros pagos a fornecedores (seja por
compra parcelada ou por atraso no pagamento), correções monetárias, descontos
financeiros concedidos a clientes, comissões e despesas bancárias, entre outras.
• Despesas Administrativas
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DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA
Capítulo 2
ANALISAR A ORGANIZAÇÃO HOSPITALAR
Também existem despesas que não afetam o caixa de forma direta, mesmo
quando elas ocorrem, portanto, não haverá, neste caso, um equivalente da rubrica
da demonstração do resultado na demonstração dos fluxos de caixa.
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Administração Financeira Hospitalar
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DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA
Capítulo 2
ANALISAR A ORGANIZAÇÃO HOSPITALAR
• Atividades operacionais
• Atividades de investimento
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Administração Financeira Hospitalar
• Atividades de financiamento
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DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA
Capítulo 2
ANALISAR A ORGANIZAÇÃO HOSPITALAR
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Administração Financeira Hospitalar
Fonte: A autora.
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DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA
Capítulo 2
ANALISAR A ORGANIZAÇÃO HOSPITALAR
A figura anterior, adaptada do CPC 03, mostra a DFC elaborada pelo método
indireto. Como vantagem desse método, tem-se a facilidade de sua elaboração
e a possibilidade de conferência dos valores por meio das outras demonstrações
contábeis publicadas do hospital (PEREZ JUNIOR; BEGALLI, 2009). Já a
desvantagem é a dificuldade inicial de leigos em analisar e compreender os fluxos
de caixa que a atividade operacional gerou no período. Este é o método mais
utilizado pelas empresas no Brasil como um todo.
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Administração Financeira Hospitalar
a) Liquidez
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DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA
Capítulo 2
ANALISAR A ORGANIZAÇÃO HOSPITALAR
Contudo, não se pode focar apenas no curto prazo, por isso existe o índice
de liquidez geral, onde se soma o ativo circulante com o realizável em longo
prazo e divide-se pela soma do passivo circulante com o passivo não circulante.
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Administração Financeira Hospitalar
A liquidez geral
verifica a capacidade A liquidez geral verifica a capacidade de uma instituição pagar
de uma instituição suas obrigações de curto e longo prazo, não precisando usar recursos
pagar suas
obrigações de curto do ativo permanente. Conforme Marion (2010, p. 79), “mostra a
e longo prazo, não capacidade de pagamento da empresa a Longo Prazo, considerando
precisando usar tudo o que ela converterá em dinheiro (a curto e longo prazo), relaciona-
recursos do ativo
permanente. se com tudo o que já assumiu como dívida (a curto e longo prazo)”.
Atividade de Estudos:
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DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA
Capítulo 2
ANALISAR A ORGANIZAÇÃO HOSPITALAR
Os índices de
b) Rentabilidade rentabilidade
medem o
Os índices de rentabilidade medem o desempenho econômico de desempenho
uma instituição de saúde, avaliando seu potencial de auferir receitas e econômico de
sua habilidade de gerar resultados, ou seja, verificam o retorno dos uma instituição de
saúde, avaliando
investimentos aplicados na instituição. Os índices utilizados serão TRI
seu potencial de
(Taxa de Retorno sobre o Investimento), TRPL (Taxa de Retorno sobre o auferir receitas e sua
Patrimônio Líquido), Giro do Ativo e Margem do Retorno. habilidade de gerar
resultados.
“A rentabilidade é medida em função dos investimentos. As fontes
de financiamento do Ativo são o Capital Próprio e o Capital de Terceiros. “A rentabilidade é
A administração adequada do Ativo proporciona maior retorno para a medida em função
empresa” (MARION, 2010, p. 141). dos investimentos.
As fontes de
financiamento do
O Giro do Ativo mede a proporção entre receitas e o investimento
Ativo são o Capital
total. Marion diz que “o giro do ativo significa a eficiência com que a Próprio e o Capital
empresa utiliza seus ativos, com o objetivo de gerar receitas. Quanto de Terceiros.
mais for gerado de vendas, mais eficientemente os ativos serão
utilizados” (2010, p. 156). “O giro do ativo
significa a eficiência
GIRO DO ATIVO = Faturamento / Ativo Total com que a empresa
utiliza seus ativos,
com o objetivo
Por exemplo, supondo que uma clínica odontológica tem ativos
de gerar receitas.
totais de R$ 2.500.000,00 (sendo principalmente equipamentos) e um Quanto mais for
faturamento (receita) de R$ 5.000.000,00 ao ano, significa que seu ativo gerado de vendas,
“girou” duas vezes, e quanto mais “girar”, melhor a eficiência da utilização mais eficientemente
de seus ativos. os ativos serão
utilizados”.
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Administração Financeira Hospitalar
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DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA
Capítulo 2
ANALISAR A ORGANIZAÇÃO HOSPITALAR
Atividade de Estudos:
c) Endividamento
O endividamento
pode ser analisado
O índice de endividamento mede a proporção de recursos tomados em relação à
de terceiros. O endividamento pode ser analisado em relação à sua sua quantidade
quantidade de dívidas (endividamento ou grau de endividamento) ou à de dívidas
sua qualidade de dívidas (composição do endividamento) que se refere (endividamento
ou grau de
ao perfil de dívida em relação ao prazo.
endividamento) ou
à sua qualidade de
ENDIVIDAMENTO = Passivo / Ativo dívidas (composição
do endividamento)
Por exemplo, um hospital com ativos no valor de R$ 10.000.000,00 que se refere ao
e passivos de R$ 6.000.000,00, possui um endividamento de 60%, ou perfil de dívida em
relação ao prazo.
seja, 60% são financiados com capital de terceiros e 40% financiados
com recursos próprios.
Já o grau de
Endividamento
Já o grau de Endividamento mede a participação na instituição de
mede a participação
Capitais de Terceiros, avaliando e mensurando os riscos de dependência na instituição
em relação ao seu capital próprio. de Capitais de
Terceiros, avaliando
GRAU DE ENDIVIDAMENTO = Passivo / Patrimônio Líquido e mensurando
os riscos de
dependência em
relação ao seu
capital próprio.
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Administração Financeira Hospitalar
Atividade de Estudos:
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DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA
Capítulo 2
ANALISAR A ORGANIZAÇÃO HOSPITALAR
Algumas Considerações
Ao finalizar o segundo capítulo, evoluímos bastante no estudo da
administração financeira, pois inicialmente vimos as principais demonstrações
contábeis aplicáveis a qualquer entidade, inclusive instituição do segmento da
saúde. Com base nas demonstrações, podemos identificar os bens, direitos e
obrigações, assim como calcular o patrimônio líquido.
ReFerÊncias
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS – CPC. Pronunciamento
Conceitual Básico (R1). Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação
de Relatório Contábil-Financeiro. Brasília – DF, 15 dez. 2011a. Disponível em:
<http://www.cpc.org.br/Arquivos/Documentos/147_CPC00_R1.pdf>. Acesso em:
1 set. 2016.
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Administração Financeira Hospitalar
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C APÍTULO 3
Critérios de Investimentos
58
Capítulo 3 CRITÉRIOS DE INVESTIMENTOS
Contextualização
As organizações hospitalares, assim como qualquer outra empresa, possuem
uma quantidade de recursos limitada (sejam financeiros ou não) para alocar em
investimentos de expansão e/ou melhoria na qualidade dos serviços hospitalares
prestados.
a) Projeto
Projeto para
Adotaremos a terminologia de projeto para designar uma aplicação designar uma
de capital com o propósito de obter benefícios econômicos futuros. Essa aplicação de capital
aplicação pode ser a constituição de uma filial da organização hospitalar com o propósito
de obter benefícios
econômicos futuros.
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Administração Financeira Hospitalar
b) Fluxo de Caixa
Fonte: A autora.
As setas para cima informam os valores que (espera-se) irão entrar no caixa
(receitas) provenientes da execução do projeto, e as setas para baixo representam
as saídas de caixa esperadas (investimento inicial, gastos, custos e despesas).
60
Capítulo 3 CRITÉRIOS DE INVESTIMENTOS
d) Valor Presente – VP
VF
VP=
(1+i) n
Onde:
VP = Valor Presente
VF = Valor Futuro
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Administração Financeira Hospitalar
VF 600,00 600,00
VP= VP= VP= VP=R$ 447,73
(1+i )
n
(1+0,05)6 1,340096
Podemos então perceber que o valor que o hospital irá receber no futuro (VF)
em poder aquisitivo de hoje (VP) apresenta uma perda de R$ 157,27.
O conceito de valor O conceito de valor presente também pode ser usado para
presente também
pode ser usado identificarmos o montante que devemos investir para alcançarmos uma
para identificarmos quantia pretendida no futuro. Por exemplo: devemos pagar um título de
o montante que
devemos investir para R$ 2.623,00 em um prazo de quatro anos, e o hospital conseguiu junto
alcançarmos uma a uma instituição financeira um rendimento de 15% a.a. Quanto será
quantia pretendida no necessário investir para que possamos obter essa quantia? A resposta
futuro.
é aproximadamente R$ 1.500,00.
Atividade de Estudos:
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Capítulo 3 CRITÉRIOS DE INVESTIMENTOS
e) Valor Futuro – VF
Valor Futuro é o
valor que se terá
Valor Futuro é o valor que se terá em uma data futura, se aplicarmos em uma data futura,
um montante de capital a uma determinada taxa de juros, por um se aplicarmos um
certo período de tempo e segundo um dado regime de capitalização montante de capital
(MARTINS, 2005). a uma determinada
taxa de juros, por
um certo período de
Essa capitalização (o recebimento de juros sobre um determinado tempo e segundo
montante) está associada ao sistema de juros simples ou compostos, e um dado regime
que aqui assumiremos sempre serem juros compostos, que são os juros de capitalização
calculados sobre o valor inicial mais os juros auferidos em períodos (MARTINS, 2005).
anteriores.
VP x (1 + i )
n
=VF
Onde:
VP = Valor Presente
VF = Valor Futuro
i = taxa (também chamada de taxa de capitalização)
n = número de períodos
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Administração Financeira Hospitalar
Atividade de Estudos:
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Capítulo 3 CRITÉRIOS DE INVESTIMENTOS
Para melhor entendimento, podemos afirmar que o VPL consiste VPL consiste
em trazer o valor presente às entradas e saídas de caixa de um projeto em trazer o valor
e comparar esse valor com o investimento inicial, verificando se o valor presente às
é positivo ou negativo. entradas e saídas
de caixa de um
projeto e comparar
Um projeto de investimento geralmente será aceito se o valor esse valor com o
presente líquido for positivo, ou será recusado se ele for negativo (ROSS investimento inicial,
et al., 2013). verificando se o
valor é positivo ou
Em notação matemática, o VPL pode ser expresso da seguinte negativo.
forma:
n
FCn
VPL
= ∑ (1 + i )
n =1
n
− I0
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Administração Financeira Hospitalar
Fonte: A autora.
35.000-7.000 35.000-7.000
+ -100.000
(1+0,1) (1+0,1)
5 6
66
Capítulo 3 CRITÉRIOS DE INVESTIMENTOS
Atividades de Estudos:
67
Administração Financeira Hospitalar
68
Capítulo 3 CRITÉRIOS DE INVESTIMENTOS
um projeto. Além disso, queremos que essa taxa seja taxa ‘interna’, no sentido de
que depende apenas dos fluxos de caixa de determinado investimento, e não das
taxas oferecidas em outro lugar”, ou seja, a TMA.
28.000 28.000
+ − 100.000
(1 + i ) (1 + i )
5 6
69
Administração Financeira Hospitalar
Aqui iremos usar o Excel para auxiliar nosso estudo, e para tanto
construiremos uma tabela que evidencie as etapas do projeto de investimento,
bem como as entradas e saídas de caixa previstas para o mesmo. Segue abaixo:
Fonte: A autora.
70
Capítulo 3 CRITÉRIOS DE INVESTIMENTOS
Fonte: A autora.
71
Administração Financeira Hospitalar
Atividade de Estudos :
72
Capítulo 3 CRITÉRIOS DE INVESTIMENTOS
Fonte: A autora.
Investimento Inicial
Payback =
Fluxo de caixa período
Segundo Gitman
Com isso, é possível determinar que o investimento analisado (2004), o método
possui um payback de 3,6 anos, ficando abaixo do período estipulado de payback é
pela administração. amplamente
utilizado por grandes
empresas para
Segundo Gitman (2004), o método de payback é amplamente analisar pequenos
utilizado por grandes empresas para analisar pequenos projetos, ou por projetos, ou por
pequenas empresas para analisar a maioria dos seus investimentos. pequenas empresas
Isso se deve à facilidade de cálculo e pela natureza simplista e intuitiva para analisar a
do conceito envolvido. maioria dos seus
investimentos.
73
Administração Financeira Hospitalar
Para tentar sanar pelo menos uma dessas desvantagens – não reconhecer
o valor do dinheiro no tempo –, surge o conceito do payback descontado, onde
se tenta buscar o período onde a soma dos fluxos de caixa descontados de
um investimento seja igual ao investimento inicial (ROSS et al., 2013), e para
obtermos esses fluxos de caixas descontados deve-se adotar o conceito de VPL.
Fonte: A autora.
74
Capítulo 3 CRITÉRIOS DE INVESTIMENTOS
Atividade de Estudos :
Algumas Considerações
Uma das tarefas mais desafiadoras para um gestor financeiro é analisar se as
diversas opções de investimentos no mercado são atrativas para a organização,
bem como conseguir dar suporte aos tomadores de decisões quando da
identificação da viabilidade e execução de projetos de investimentos.
75
Administração Financeira Hospitalar
ReFerÊncias
GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. 10. ed. São
Paulo: Addison Wesley, 2004.
ROSS, Stephan A.; WESTERFIELD, Randolph W.; JORDAN, Bradford D.; LAMB,
Roberto. Fundamentos da Administração Financeira. 9. ed. Porto Alegre:
McGraw Hill, 2013.
76
C APÍTULO 4
Análise do Ponto de Equilíbrio
Hospitalar
78
Capítulo 4 ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO HOSPITALAR
Contextualização
Na atividade comercial os custos representam o valor efetivamente
Na atividade comercial
pago por algo que está sendo vendido, porém, com a Revolução
os custos representam
Industrial, as empresas passaram a adquirir matéria-prima, construir o valor efetivamente
parques fabris e contratar mão de obra. Neste cenário econômico, surge pago por algo que
a contabilidade de custos com o objetivo de mensurar os estoques está sendo vendido.
e, posteriormente, gerar informações para o controle e análise para
auxiliar no processo de tomada de decisão.
Conceitos e Terminologias em
Custos
Diversos conceitos e terminologias em custos foram desenvolvidos e
aprimorados de acordo com a necessidade de classificar diferentes operações.
Nesse sentido, na sequência apresentaremos alguns desses conceitos, conforme
quadro a seguir:
Terminologias Conceitos
Desembolso “Pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço” (MAR-
TINS, 2003, p. 17).
Custo Recurso sacrificado para conseguir um objetivo específico e é
normalmente medido por uma quantia monetária que precisa
ser paga para adquirir um bem ou serviço (HORNGREN;
DATAR; FOSTER, 2004).
Investimento Gasto que gera benefícios futuros e integra o ativo (MARTINS,
2003).
Despesa "Gasto que provoca a redução do patrimônio... Bem ou serviço
consumidos direta ou indiretamente para obtenção de receitas"
(BERTI, 2007, p. 20).
79
Administração Financeira Hospitalar
Atividade de Estudos :
80
Capítulo 4 ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO HOSPITALAR
81
Administração Financeira Hospitalar
82
Capítulo 4 ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO HOSPITALAR
Os custos
se nota que, aumentando ou diminuindo o volume de produção, há semivariáveis,
um aumento ou diminuição no valor total do custo, porém sem uma que são os custos
relação direta e proporcional, mantêm-se fixos dentro de certos limites que apresentam
(PADOVEZE, 2004), conforme a figura a seguir: variação em relação
à quantidade
produzida ou
vendida, mas não na
Figura 17 – Evolução dos diferentes custos relação direta.
Outras classificações para custos são apontadas por Leone (2006), que
aborda os custos necessários ao exercício do controle das operações e das
atividades, por exemplo:
83
Administração Financeira Hospitalar
Atividade de Estudos:
“A diferença
entre o preço de
venda e o Custo Margem de Contribuição
Variável de cada
produto; é o valor Para determinar a Margem de Contribuição (MC) é necessário
que cada unidade conhecer os custos e despesas variáveis, pois a MC é definida por
efetivamente traz à Martins (2003, p.128) como “a diferença entre o preço de venda e o Custo
empresa de sobra
Variável de cada produto; é o valor que cada unidade efetivamente traz
entre sua receita e
o custo que de fato à empresa de sobra entre sua receita e o custo que de fato provocou e
provocou e que lhe que lhe pode ser imputada sem erro”.
pode ser imputada
sem erro”.
84
Capítulo 4 ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO HOSPITALAR
MC = PS – (DV+CV)
Supondo que existam dois serviços médicos, o primeiro gerando uma receita
de R$ 1.000,00 e o segundo uma receita de R$ 800,00. Neste mesmo cenário,
se os serviços possuírem margem de contribuição de R$ 400,00 e R$ 600,00,
respectivamente, apesar de o primeiro gerar mais faturamento, o segundo serviço
será aquele que impactará mais o resultado.
Destaca-se ainda que nem sempre o serviço que oferece maior faturamento
(receita) será o que vai possuir a maior margem de contribuição, pois dependerá
dos custos e despesas variáveis. Para melhor compreensão, a seguir
demonstraremos mais um exemplo prático de margem de contribuição.
85
Administração Financeira Hospitalar
Atividade de Estudos:
Serviço A B C D
Margem de Contribuição
Ponto de Equilíbrio
Uma das muitas aplicações de margem de contribuição para a tomada de
decisão encontra-se no cálculo do Ponto de Equilíbrio. Para Horngren, Datar e
Foster (2004, p. 58), o ponto de equilíbrio pode ser definido como a “quantidade
de produtos vendidos em que as receitas totais se igualam aos custos
“Quantidade de
produtos vendidos totais – ou seja, a quantidade de produção vendida em que o lucro
em que as receitas operacional é R$ 0”.
totais se igualam
aos custos Supondo que o ponto de equilíbrio seja 200 procedimentos médicos
totais – ou seja, e cada procedimento tenha uma margem de contribuição de R$ 75. Se
a quantidade de
realizarmos em um período 199 procedimentos, teremos um prejuízo de
produção vendida
em que o lucro R$ 75. No entanto, se realizarmos 201 procedimentos teremos um lucro
operacional é R$ 0”. de R$ 75. Caso efetue 210 procedimentos, mensurará um lucro de R$
750,00. Portanto, podemos perceber que através do conhecimento do
ponto de equilíbrio e da margem de contribuição, teremos subsídios para identificar
o impacto dos procedimentos médicos diante dos resultados pretendidos.
86
Capítulo 4 ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO HOSPITALAR
CDF
PEu =
MCu
Legenda:
87
Administração Financeira Hospitalar
Atividade de Estudos:
88
Capítulo 4 ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO HOSPITALAR
89
Administração Financeira Hospitalar
Algumas Considerações
Neste capítulo trabalhou-se com a análise do ponto de equilíbrio hospitalar,
para fomentar e subsidiar o planejamento estratégico, tático e operacional, desde
a concepção de um projeto até a execução de um orçamento. Portanto, buscou-
se primeiramente diferenciar as terminologias aplicadas para gestão de custos e
classificar os custos dos serviços da saúde em diretos, indiretos, fixos e variáveis.
ReFerÊncias
BERTI, Anélio. Contabilidade e análise de custos. Curitiba: Juruá, 2007.
90
Capítulo 4 ANÁLISE DO PONTO DE EQUILÍBRIO HOSPITALAR
91
Administração Financeira Hospitalar
92
C APÍTULO 5
Fluxo de Caixa Hospitalar
94
Capítulo 5 FLUXO DE CAIXA HOSPITALAR
Contextualização
O fluxo de caixa no ambiente público e empresarial apresenta-se como uma
importante ferramenta para o planejamento, o controle e como subsídio na tomada
de decisão. No ambiente hospitalar, independe de ser uma organização pública
ou privada, esta ferramenta também pode nortear os gestores em diferentes tipos
de decisões estratégicas, táticas e principalmente operacionais.
95
Administração Financeira Hospitalar
2. Saídas
2.1 Insumos
2.1.1 Medicamentos
2.1.2 Material
2.1.3 Outros Insumos
2.2 Pessoal
2.2.1 Salários
2.2.2 Encargos
2.2.3 Benefícios
B Investimentos
3.1 Equipamentos
3.2 Imóveis
3.3 Móveis
C Financiamentos
4.1 Empréstimos
4.2 Financiamentos
4.3 Aporte de capital
4.4 Outros
Saldo Final
Fonte: A autora
96
Capítulo 5 FLUXO DE CAIXA HOSPITALAR
O fluxo de caixa evidenciado não objetiva ser uma “receita de bolo” pronta
e acabada, mas apenas um exemplo, sendo que cada caso se deve adaptar
com as necessidades da instituição hospitalar. No exemplo proposto, elaborou-
se um detalhamento maior nas atividades operacionais, em que as entradas
são os efetivos recebimentos projetados e as saídas os pagamentos estimados,
relacionados com as atividades fins da instituição.
Desta forma, Assaf Neto e Silva (2002, p. 22) destacam como “ciclo
“Ciclo de caixa
de caixa exclusivamente as movimentações de caixa, abrangendo exclusivamente as
determinado período de desembolso inicial de caixa e o recebimento movimentações de
da venda do produto”. caixa, abrangendo
determinado período
As atividades de investimento são aplicações de recursos em bens de desembolso
inicial de caixa e
duráveis (móveis, equipamentos e imobilizados), no fluxo de caixa serão
o recebimento da
negativos na aquisição (saída de caixa) e positivos na venda (entrada venda do produto”.
de caixa). Por fim, as atividades de financiamentos são relacionadas
com as fontes de recursos, de terceiros (empréstimos e financiamentos) e própria
(com aporte de capital dos proprietários).
Para a projeção dos valores, deve-se partir dos valores históricos, registrados
na contabilidade e projetar os valores futuros observando as tendências, como
crises econômicas, ou variações, como uma sazonalidade das atividades.
Uma projeção de fluxo de caixa não visa ser assertiva com uma precisão
matemática, mas apenas uma estimativa, uma aproximação dos valores previstos
com os posteriormente realizados. Neste aspecto, mais do que a precisão, a
tempestividade, a consistência e a confiabilidade são virtudes que devem ser
buscadas.
97
Administração Financeira Hospitalar
Atividade de Estudos:
( ) Convênios
( ) Medicamentos
( ) Dinheiro
( ) Benefícios
( ) Plano A
( ) Cartão de crédito
( ) Salários
( ) Material
( ) Cheque
( ) Cartão de débito
98
Capítulo 5 FLUXO DE CAIXA HOSPITALAR
99
Administração Financeira Hospitalar
Realizados Projetados
Períodos
2015 2016 2017 2018 2019
Saldo Inicial 100.000 400.000 500.000 300.000 100.000
A Operacionais
1. Entradas 3.500.000 3.400.000 3.200.000 3.200.000 3.400.000
1.1 Convênios 1.750.000 1.700.000 1.600.000 1.600.000 1.700.000
1.1.1 Plano A 700.000 680.000 640.000 640.000 680.000
1.1.2 Plano B 525.000 510.000 480.000 480.000 510.000
1.1.3 Plano X 525.000 510.000 480.000 480.000 510.000
1.2 Particular 1.750.000 1.700.000 1.600.000 1.600.000 1.700.000
1.2.1 Dinheiro 350.000 340.000 320.000 320.000 340.000
1.2.2 Cheque 525.000 510.000 480.000 480.000 510.000
1.2.3 Cartão de débito 525.000 510.000 480.000 480.000 510.000
1.2.4 Cartão de crédito 350.000 340.000 320.000 320.000 340.000
100
Capítulo 5 FLUXO DE CAIXA HOSPITALAR
Realizado Projetado
Períodos
2015 2016 2017 2018 2019
Saldo Inicial 100.000 150.000 100.000 - -
A Operacionais
1. Entradas 3.250.000 3.250.000 3.200.000 3.200.000 3.400.000
1.1 Convênios 1.625.000 1.625.000 1.600.000 1.600.000 1.700.000
1.1.1 Plano A 650.000 650.000 640.000 640.000 680.000
1.1.2 Plano B 487.500 487.500 480.000 480.000 510.000
1.1.3 Plano X 487.500 487.500 480.000 480.000 510.000
1.2 Particular 1.625.000 1.625.000 1.600.000 1.600.000 1.700.000
1.2.1 Dinheiro 325.000 325.000 320.000 320.000 340.000
1.2.2 Cheque 487.500 487.500 480.000 480.000 510.000
1.2.3 Cartão de débito 487.500 487.500 480.000 480.000 510.000
1.2.4 Cartão de crédito 325.000 325.000 320.000 320.000 340.000
Neste novo exemplo (Quadro 5), o hospital trabalha com uma folga financeira
menor no ano de geração de caixa operacional (R$ 50.000,00 em 2015). A partir
de 2016 inicia-se um processo de consumo do caixa e no exercício de 2017 e
2018 necessita-se de recursos de terceiros (empréstimos de R$ 100.000,00 em
2015 e R$ 200.000,00 em 2016) para conseguir “fechar as contas”.
101
Administração Financeira Hospitalar
Atividade de Estudos:
Realizado Projetado
Períodos
2016 2017
Saldo Inicial 400.000
A Operacionais
1. Entradas 3.400.000
1.1 Convênios 1.700.000
1.1.1 Plano A 680.000
1.1.2 Plano B 510.000
1.1.3 Plano X 510.000
1.2 Particular 1.700.000
1.2.1 Dinheiro 340.000
1.2.2 Cheque 510.000
1.2.3 Cartão de débito 510.000
1.2.4 Cartão de crédito 340.000
2. Saídas 3.300.000
2.1 Insumos 990.000
2.1.1 Medicamentos 495.000
2.1.2 Material 330.000
2.1.3 Outros Insumos 165.000
2.2 Pessoal 2.310.000
2.2.1 Salários 1.320.000
2.2.2 Encargos 660.000
2.2.3 Benefícios 330.000
Variação 100.000
Saldo Final 500.000
102
Capítulo 5 FLUXO DE CAIXA HOSPITALAR
103
Administração Financeira Hospitalar
Análise de Cenários
O fluxo de caixa projetado representa uma importante ferramenta de
planejamento que assim como qualquer estimativa é passível de interpretações
equivocadas pelo elaborador ou mudança dos pressupostos da estimativa, como
um processo de falência de um importante plano de saúde, por exemplo. Portanto,
ao trabalhar com cenários e análise de sensibilidade da projeção permite-se
verificar a robustez dos resultados projetados. Para seu melhor entendimento
acerca do que estamos tratando, a seguir apresentaremos um modelo de
elaboração de cenários.
104
Capítulo 5 FLUXO DE CAIXA HOSPITALAR
Neste cenário, o hospital teria resiliência até 20% de inflação, acima disso a
variação de caixa seria evidenciada de forma deficitária, mas ainda resultaria em
um saldo final residual. Em outros exemplos de projeções podemos considerar as
variações de câmbio em hospitais com empréstimos em moeda estrangeira ou
uma variação dos planos de saúde, por exemplo.
105
Administração Financeira Hospitalar
serra e chave de fenda são importantes para um marceneiro. Nesse sentido, com
a aplicação, elaboração e prática o gestor hospitalar terá acesso a uma “caixa de
ferramentas” para diversos cenários desafiadores, a fim de auxiliá-lo no processo
decisório em melhores alternativas de investimentos e mesmo de manutenção da
sua unidade hospitalar em gerenciamento.
Atividade de Estudos:
106
Capítulo 5 FLUXO DE CAIXA HOSPITALAR
107
Administração Financeira Hospitalar
108
Capítulo 5 FLUXO DE CAIXA HOSPITALAR
109
Administração Financeira Hospitalar
Fonte: Adaptado de AMORIM, Lucas. Compra da Amil saiu cara para a United Health.
Revista Exame, 7 out. 2015. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/revista-exame/
compra-da-amil-saiu-cara-para-a-united-health/>. Acesso em: 7 mar. 2017.
110
Capítulo 5 FLUXO DE CAIXA HOSPITALAR
Algumas Considerações
Neste capítulo trabalhou-se com Fluxo de Caixa Hospitalar, uma importante
ferramenta da gestão na perspectiva financeira, sob o aspecto histórico e
prospectivo. Assim, inicialmente observou-se a diferenciação das terminologias e
classificações aplicadas em um fluxo de caixa para uma entidade hospitalar.
ReFerÊncias
ASSAF NETO, A.; SILVA, C. A. T. Administração do capital de giro. 3. ed. São
Paulo: Atlas, 2002.
PÓVOA, A. Valuation: como precificar ações. 2. ed. São Paulo: Globo, 2007.
111
Administração Financeira Hospitalar
112
C APÍTULO 6
Risco e Retorno
114
Capítulo 6 RISCO E RETORNO
Contextualização
O retorno de um empreendimento é um dos principais balizadores do
êxito empresarial na perspectiva econômico-financeira e norteador de medidas
corretivas de rumo. Nas organizações voltadas para o segmento da saúde também
se revela importante o retorno para remuneração do capital empregado, ampliação
do negócio e manutenção das atividades com efetiva qualidade. Desta forma, o
gestor de organizações hospitalares necessita ter este indicador como
um orientador para a sua tomada de decisão, planejamento estratégico Para Póvoa (2007, p.
e operacional. 76), “o retorno obtido
por uma empresa,
seja em relação ao
Para Póvoa (2007, p. 76), “o retorno obtido por uma empresa,
seu ativo médio, seja
seja em relação ao seu ativo médio, seja em relação ao seu patrimônio em relação ao seu
líquido médio do ano, é o objetivo principal do negócio”. O mesmo autor patrimônio líquido
ainda destaca que “compreender a evolução passada e prospectiva médio do ano, é o
do indicador deve ser o centro das atenções”. Em um investimento objetivo principal do
qualquer, o retorno significa não apenas as entradas de caixa originadas negócio”. O mesmo
autor ainda destaca
pelo ativo, mas também a valorização do referido ativo.
que “compreender
a evolução passada
Porém, nem tudo são flores, pois em qualquer investimento, e prospectiva do
incluindo em organizações do segmento hospitalar, identifica-se indicador deve
também um risco envolvido, ofertando incerteza. Para Gitman (1997, p. ser o centro das
202), risco caracteriza-se como "a possibilidade de prejuízo financeiro”, atenções”.
e ainda destaca que “o termo risco é usado alternativamente com
incerteza ao referir-se à variabilidade de retornos associada a um dado Para Gitman (1997,
ativo". Consequentemente, os ativos mais arriscados possuem maiores p. 202), risco
caracteriza-se como
possibilidades de prejuízos, e para os de menor risco as possibilidades
“a possibilidade de
de perdas são diminutas. prejuízo financeiro”,
e ainda destaca
Neste contexto, uma das premissas básicas de finanças que “o termo
empresariais reside em que o risco estimado, invariavelmente, é risco é usado
proporcional ao retorno de um ativo. Assim, um retorno esperado alternativamente
com incerteza
elevado pressupõe um risco de prejuízo também alto; já para um
ao referir-se à
retorno esperado diminuto, espera-se um risco de igual maneira, ou variabilidade de
seja, pequeno. Por isso, ao comparar diferentes produtos financeiros, retornos associada a
como caderneta de poupança e investimento em ações, torna-se um dado ativo”.
míope a análise apenas do retorno passado, pois se deve considerar
que possuem diferentes perfis de risco.
115
Administração Financeira Hospitalar
12% nos últimos três anos, já o segundo com um retorno de 14%, 6% e 10%,
sendo que o terceiro obteve um retorno de 10% nos três períodos. Os três
hospitais obtiveram um retorno médio de 10% nos últimos três anos, mas o
terceiro (Santo Antônio) apresenta um risco menor, pois possui menor incerteza e,
consequentemente, menor risco.
116
Capítulo 6 RISCO E RETORNO
Retornos Médios
O retorno pode ser calculado para diferentes bases, como um determinado
projeto futuro, para um equipamento adquirido ou para um investimento realizado.
Além disso, o retorno pode ser mensurado exclusivamente com bases históricas,
olhando somente para o passado, ou projetado prospectivamente, estimando
retornos futuros. Não restam dúvidas de que os valores passados são muito mais
objetivos e precisos, mas os valores futuros são, em alguns momentos, mais úteis
para uma tomada de decisão empresarial.
117
Administração Financeira Hospitalar
118
Capítulo 6 RISCO E RETORNO
Atividade de Estudos:
Em outro exemplo típico, imagine uma pessoa com uma mão em uma
panela de água fervente e outra mão em cubos de gelo; na média possui uma
temperatura agradável, mas evidentemente não está. Adicionalmente, reflita sobre
uma doença específica que leve a óbito apenas crianças da primeira infância e
idosos de senilidade avançada. Talvez a idade média de óbito seja na casa dos 40
anos, mesmo sem nenhuma pessoa com óbito neste perfil.
119
Administração Financeira Hospitalar
A variância é igual
A fórmula significa que a variância é igual à soma dos desvios à soma dos desvios
quadráticos, dividido pelo número de elementos menos um, sendo que quadráticos, dividido
os desvios quadráticos representam quanto cada número se distancia pelo número de
elementos menos
da média ao quadrado. Contudo, para facilitar e agilizar os trabalhos,
um, sendo que os
existem diversas planilhas eletrônicas que calculam a variância, que desvios quadráticos
podem ser encontradas com uma simples busca na internet. No representam quanto
exemplo anterior, ao incluir os dados das variâncias, mensura-se os cada número se
seguintes valores: distancia da média
ao quadrado.
Média do
Ano Hospital X Hospital Y Hospital Z
Período
2007 10% 10% 10% 10,00%
2008 12% 5% 12% 9,67%
2009 9% 15% 9% 11,00%
2010 10% -10% 10% 3,33%
2011 12% 20% 12% 14,67%
2012 12% -3% 80% 29,67%
2013 10% 20% 10% 13,33%
2014 9% 20% 9% 12,67%
2015 8% 15% 8% 10,33%
2016 12% 13% 12% 12,33%
Média do
10,40% 10,50% 17,20% 12,70%
Hospital
Fonte: A autora.
121
Administração Financeira Hospitalar
Coeficiente de Variação de
0,22% 10,06% 28,42% 3,54%
Risco e Retorno
Fonte: A autora.
122
Capítulo 6 RISCO E RETORNO
Atividade de Estudos:
Coeficiente (Risco/
Retorno)
123
Administração Financeira Hospitalar
124
Capítulo 6 RISCO E RETORNO
125
Administração Financeira Hospitalar
126
Capítulo 6 RISCO E RETORNO
127
Administração Financeira Hospitalar
Algumas Considerações
Neste capítulo trabalhou-se os conceitos e mensurações relacionadas ao
risco e retorno, dois elementos que possuem uma correlação inversa, mas estão
constantemente relacionados. Inicialmente, destacou-se a diferenciação dos
conceitos aplicados para o risco e retorno de um empreendimento hospitalar,
considerando as especificidades e adaptações necessárias.
ReFerÊncias
ASSAF NETO, A.; SILVA, C. A. T. Mercado Financeiro. 5. ed. São Paulo: Atlas,
2003.
PÓVOA, A. Valuation: como precificar ações. 2. ed. São Paulo: Globo, 2007.
128
C APÍTULO 7
Custo de Capital e Políticas de
Financiamento de Curto e Longo
Prazo
130
CUSTO DE CAPITAL E POLÍTICAS DE
Capítulo 7 FINANCIAMENTO DE CURTO E LONGO PRAZO
Contextualização
Uma decisão relevante para o administrador hospitalar consiste na
determinação da estrutura de capitais da entidade de forma a financiar suas
atividades. Para tomar esta decisão, o administrador deve buscar uma série de
informações para subsidiá-lo e ponderar de forma holística com outros elementos
quantitativos e qualitativos. Contudo, uma das questões envolvidas reside na
variável financeira que envolve o custo de capital, a alavancagem financeira,
o ciclo operacional e financeiro, além de analisar as formas de financiamentos
existentes.
131
Administração Financeira Hospitalar
132
CUSTO DE CAPITAL E POLÍTICAS DE
Capítulo 7 FINANCIAMENTO DE CURTO E LONGO PRAZO
Custo
Estrutura de Custo do capital
Ponderado
capital (1) (2)
3=1X2
133
Administração Financeira Hospitalar
Atividade de Estudos:
134
CUSTO DE CAPITAL E POLÍTICAS DE
Capítulo 7 FINANCIAMENTO DE CURTO E LONGO PRAZO
135
Administração Financeira Hospitalar
Neste exemplo, qual hospital tem mais chance de “quebrar”? Com certeza, o
Hospital C, mas também possui melhor remuneração do capital dos sócios (75%
136
CUSTO DE CAPITAL E POLÍTICAS DE
Capítulo 7 FINANCIAMENTO DE CURTO E LONGO PRAZO
137
Administração Financeira Hospitalar
Fórmulas:
PMRE = 360 X Estoque / Custo
PMRV= 360 X Duplicatas / Vendas
PMPC= 360 X Fornecedores / Compras
Ciclos Operacionais= PMRE+PMRV
Ciclo Financeiro=PMPC-CO
Fonte: Adaptado de Marion (2010, p. 113).
138
CUSTO DE CAPITAL E POLÍTICAS DE
Capítulo 7 FINANCIAMENTO DE CURTO E LONGO PRAZO
Atividade de Estudos:
139
Administração Financeira Hospitalar
O montante dos
Desta forma, o montante dos ativos circulantes operacionais
ativos circulantes
operacionais diminuídos dos passivos circulantes operacionais deriva na Necessidade
diminuídos dos de Capital de Giro Líquido (NCGL). Portanto, para este recurso devem-
passivos circulantes se buscar passivos financeiros de baixa onerosidade para saldar esta
operacionais deriva diferença, que deve ser gerenciada. Porém este valor é dinâmico e se
na Necessidade altera conforme o desempenho e evolução da instituição, devendo a
de Capital de Giro
situação ser analisada rotineiramente. A seguir apresenta-se o exemplo
Líquido (NCGL).
do Hospital Capital para ilustrar:
140
CUSTO DE CAPITAL E POLÍTICAS DE
Capítulo 7 FINANCIAMENTO DE CURTO E LONGO PRAZO
141
Administração Financeira Hospitalar
142
CUSTO DE CAPITAL E POLÍTICAS DE
Capítulo 7 FINANCIAMENTO DE CURTO E LONGO PRAZO
143
Administração Financeira Hospitalar
BNDES
144
CUSTO DE CAPITAL E POLÍTICAS DE
Capítulo 7 FINANCIAMENTO DE CURTO E LONGO PRAZO
IPOs
PROJECT FINANCE
PRIVATE EQUITY
145
Administração Financeira Hospitalar
Algumas Considerações
Neste capítulo final do livro trabalhou-se o custo de capital e políticas de
financiamento de curto e longo prazo. Neste contexto, inicialmente capacitou-se
para diferenciar o custo de capital próprio e o custo do capital de terceiros, duas
fontes relevantes na política de financiamento de entidades hospitalares.
ReFerÊncias
DAMODARAN, A. Finanças corporativas aplicadas: manual do usuário. Porto
Alegre: Bookman, 2002.
146