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DA PRODUÇÃO
2ª Edição
Indaial - 2021
UNIASSELVI-PÓS
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
ISBN 978-65-5646-445-9
ISBN Digital 978-65-5646-442-8
CDD 658
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO.............................................................................5
CAPÍTULO 1
Planejamento da Produção, Demanda, Estoque
e Capacidade....................................................................................7
CAPÍTULO 2
Desenvolvimento e Controle do Planejamento
da Produção..................................................................................51
CAPÍTULO 3
Estratégias e Sistemas de Produção........................................91
APRESENTAÇÃO
Os agentes produtivos diariamente dedicam-se às atividades de produzir e
disponibilizar tudo o que a sociedade necessita para consumo. Tal atividade não
é nada simples, visto que os consumidores exigem condições determinadas de
qualidade e tempo, colocando relevantes imposições a serem atendidas pelas
empresas e organizações.
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Capítulo 1 Planejamento da Produção,
Demanda, Estoque e Capacidade
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
O planejamento da produção como atividade gerencial e como campo de
estudos poderá exigir de você, caro aluno, o conhecimento e a aplicação de
alguns princípios fundamentais da área. É necessário que você, caro leitor, tome
contato com tais princípios e desperte o interesse em entender a relação desses
com o conjunto de conhecimento e informações que sustentam nosso curso.
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Planejamento da Produção
2 FUNDAMENTOS DO
PLANEJAMENTO, PROGRAMAÇÃO E
CONTROLE DA PRODUÇÃO
O desenvolvimento do conteúdo é fundamentado essencialmente no contato
e no conhecimento com o conjunto de fundamentos e princípios que alicerçam
a disciplina Planejamento da Produção. Você, leitor, ao longo desta seção,
terá contato com os fundamentos da disciplina, compreendendo como esses
sustentam e estão presentes em todas as decisões gerenciais eficientes e que
permeiam a atuação do gestor de operações, de forma direta ou indireta.
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Capítulo 1 Planejamento da Produção,
Demanda, Estoque e Capacidade
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Planejamento da Produção
FONTE: O autor
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Capítulo 1 Planejamento da Produção,
Demanda, Estoque e Capacidade
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Planejamento da Produção
Você, caro leitor, pode estar concluindo que o ideal seria escolher a melhor
distribuição quanto às dimensões para favorecer o resultado da organização – o
menor custo. No entanto, cabe colocar que o nível de cada fator é essencialmente
influenciado por características próprias do processo produtivo e por padrões
muitas vezes já impostos pelo consumidor. Ainda tem destaque a presença
de conflitos, os chamados trade-offs, entre as dimensões, em que escolher ter
vantagem em um, pode implicar em elevar/reduzir o desempenho de outro.
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Capítulo 1 Planejamento da Produção,
Demanda, Estoque e Capacidade
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Planejamento da Produção
Primeiro, cabe destacar que não existe uma melhor forma de gerenciar
operações, já que um conjunto amplo de determinantes e aspectos são
importantes para o consumidor, e, notadamente as preferências mudam de
indivíduo para indivíduo. Ainda, muitos desses aspectos, representados pelos
objetivos de desempenho, são conflitantes, ou seja, escolher um implica em
influenciar outro de forma negativa, exemplo, a escolha pela manutenção de um
dado nível de flexibilidade vai gerar custos de produção mais altos. Essa relação
é denominada trade-offs entre os objetivos de desempenho.
De forma geral, a melhor escolha sobre qual objetivo buscar e qual renunciar
(até certo nível), deve basear-se no entendimento de quais são as prioridades do
cliente, e assim empenhar medidas para oferecê-las.
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Capítulo 1 Planejamento da Produção,
Demanda, Estoque e Capacidade
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Planejamento da Produção
FONTE: O autor
Nesse momento, você, caro leitor, deve estar atento à relevância das decisões
gerenciais relacionadas ao planejamento, programação e controle da produção, e
como tais atividades impactam diretamente no desempenho competitivo e até na
sobrevivência da organização. Cabe colocar que as decisões de operações são,
normalmente, difíceis e caras de serem revertidas, ou seja, a partir da decisão
tomada as consequências organizacionais são relevantes e de difícil correção.
3 GERENCIAMENTO DA DEMANDA
O objetivo central de uma organização e por consequência de sua função
produção, é atender da forma mais adequada possível o desejo de seus
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Capítulo 1 Planejamento da Produção,
Demanda, Estoque e Capacidade
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Planejamento da Produção
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Capítulo 1 Planejamento da Produção,
Demanda, Estoque e Capacidade
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Planejamento da Produção
Tome como exemplo, caro leitor, uma empresa varejista que trabalha com
uma diversidade de itens para comercialização bastante expressiva - com milhares
de itens diferentes. É certo que alguns produtos irão apresentar maior volume de
vendas em relação aos demais. Portanto, será essencial considerar parâmetros
que indiquem o potencial de vendas de cada produto ou família de produtos e,
a partir desses parâmetros, que foram gerados em um processo previsão, a
empresa deve empenhar suas ações e decisões produtivas necessárias.
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Capítulo 1 Planejamento da Produção,
Demanda, Estoque e Capacidade
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Planejamento da Produção
FONTE: O autor
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Capítulo 1 Planejamento da Produção,
Demanda, Estoque e Capacidade
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Planejamento da Produção
A Figura 3 apresenta uma estrutura genérica que pode ser adotada para a
implantação de um modelo de previsão.
FONTE: O autor
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Capítulo 1 Planejamento da Produção,
Demanda, Estoque e Capacidade
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Planejamento da Produção
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Capítulo 1 Planejamento da Produção,
Demanda, Estoque e Capacidade
FONTE: O autor
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Planejamento da Produção
O modelo funciona muito bem quando está lidando com itens estáveis, é
considerado satisfatório em previsões de curto prazo, e não satisfatório quando
a demanda é baixa ou intermitente (a demanda pode ser nula em determinados
períodos). A escolha da constante alfa pode ser complexa, já que pode
desequilibrar o peso dado à demanda mais atual e a mais antiga.
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Capítulo 1 Planejamento da Produção,
Demanda, Estoque e Capacidade
4 GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
Em algum momento da sua trajetória profissional ou pessoal, você leitor, já
deve ter se deparado com alguma decisão, informação ou condição em que o
estoque se colocou como uma condição limitante, condicionando a continuidade
das atividades. Denota-se que o gerenciamento de estoques ocupa papel
relevante no ambiente organizacional e em especial na gestão e no planejamento
da produção.
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Planejamento da Produção
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Capítulo 1 Planejamento da Produção,
Demanda, Estoque e Capacidade
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Capítulo 1 Planejamento da Produção,
Demanda, Estoque e Capacidade
• “O quanto pedir?”.
• “Quando pedir?”.
• “Como controlar o sistema?”.
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Capítulo 1 Planejamento da Produção,
Demanda, Estoque e Capacidade
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Planejamento da Produção
FONTE: O autor
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Capítulo 1 Planejamento da Produção,
Demanda, Estoque e Capacidade
4.3.1 O Sistema ABC
Ao observarmos os diversos itens que podem estar armazenados em uma
operação produtiva com amplo volume e variedade, o leitor já deve inferir que
determinados itens podem ser mais ou menos importantes quanto ao processo
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Planejamento da Produção
• Itens classe A: são aqueles 20% dos itens de alto valor que representam
cerca de 80% do valor total do estoque.
• Itens classe B: são aqueles de valor médio, usualmente 30% dos itens
que representam cerca de 10% do valor do estoque.
• Itens classe C: são aqueles itens de baixo valor, que apesar de
compreender cerca de 50% do total de tipos de itens estocados,
provavelmente representam somente cerca de 10% do valor total de
itens estocados.
.
• Giro de estoque (GE): apresenta a frequência com que o
estoque é completamente usado em um período, é mais comum
que a cobertura, podemos calcular pela seguinte expressão:
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Capítulo 1 Planejamento da Produção,
Demanda, Estoque e Capacidade
5 PLANEJAMENTO DA CAPACIDADE
O planejamento da capacidade produtiva tem implicações estratégicas,
táticas e operacionais diretas sobre o desempenho financeiro e competitivo das
organizações. É bem conhecido que o papel central de uma unidade de produção
é atender de forma adequada a sua demanda, e, para tal, é necessário que
você, gestor de operações, possa garantir que a operação tenha a capacidade
necessária e suficiente para que a condição ocorra e o consumidor esteja
satisfeito.
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Planejamento da Produção
5.1 GERENCIAMENTO DA
CAPACIDADE
Você, caro leitor, pode estar se perguntando quais são os efeitos do
gerenciamento da capacidade sobre o desempenho organizacional. Esses são
diversos! Podemos considerar (SLACK et al., 2009):
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Capítulo 1 Planejamento da Produção,
Demanda, Estoque e Capacidade
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Planejamento da Produção
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Capítulo 1 Planejamento da Produção,
Demanda, Estoque e Capacidade
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Planejamento da Produção
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Capítulo 1 Planejamento da Produção,
Demanda, Estoque e Capacidade
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Planejamento da Produção
É provável que até o início deste curso o leitor nunca tenha observado as
populares “filas” como algo relacionado ao planejamento da produção, porém, a
partir de agora esse novo olhar já encontra subsídio.
6 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
O capítulo apresentou a você, caro aluno, os principais conceitos que
permeiam o planejamento da produção, e ainda se dedicou a apresentar e discutir
o gerenciamento da demanda, dos estoques e da capacidade. Temas esses
que são centrais em todo o nosso curso e subsidiam grande parte das decisões
gerenciais relacionadas à produção.
Você, caro aluno, notou que o capítulo atingiu seu objetivo e agora com a
estrada do conhecimento já pavimentada podemos avançar para nosso próximo
capítulo “Desenvolvimento e Controle do Planejamento da Produção”.
REFERÊNCIAS
ARNOLD JR.; T. Administração de materiais: uma introdução. São Paulo:
Atlas, 2012.
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Planejamento da Produção
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C APÍTULO 2
Desenvolvimento e Controle
do Planejamento da Produção
A partir da perspectiva do saber-fazer, neste capítulo você terá os seguintes
objetivos de aprendizagem:
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Capítulo 2 Desenvolvimento e Controle
do Planejamento da Produção
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Definitivamente produzir é uma atividade complexa, neste momento o leitor
mais atento já deve ter chegado a essa constatação. Por esse motivo os esforços
aqui empreendidos na busca do conhecimento sobre planejamento e gestão da
produção são necessários e justificáveis.
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Planejamento da Produção
2 PLANEJAMENTO MESTRE DA
PRODUÇÃO (PMP)
O planejamento é essencial para a gestão da produção. A inércia
decisória é presente em todas as decisões gerenciais da atividade, ou seja, é
importante empenhar hoje medidas e recursos que só terão efeitos no futuro. As
decisões que apresentam inércia menor vão envolver recursos em níveis mais
moderados, e, por consequência, seus efeitos são relativamente menores, como
o uso de hora extra na atividade produtiva. Já decisões com inércia maior vão
envolver maiores recursos e acarretar grandes consequências, como a expansão
da capacidade produtiva de uma fábrica.
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Capítulo 2 Desenvolvimento e Controle
do Planejamento da Produção
Neste momento, você, caro leitor, já deve estar se perguntando, “Do ponto
vista prático, o que justifica a importância atribuída ao PMP?”.
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Planejamento da Produção
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Capítulo 2 Desenvolvimento e Controle
do Planejamento da Produção
FONTE: O autor
Exemplo prático:
Considere que o produto “A” é feito para estoque (os produtos acabados são
enviados para o estoque), e que a quantidade em estoque na data atual (atraso) é
de 220 unidades. Devido às condições produtivas o lote de produção deve ser de
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Capítulo 2 Desenvolvimento e Controle
do Planejamento da Produção
190 unidades, e ainda, a previsão de demanda indica 150 unidades por período
ao longo dos 6 próximos períodos. Com esses dados é possível desenvolver o
PMP – apresentado na Figura 6.
FONTE: O autor
Note, leitor, que o período 1 inicia-se com 220 unidades em estoque com
origem em períodos anteriores (coluna atraso). Logo, se a demanda prevista é
de 150 unidades neste período, não será necessário produzir (linha PMP) e ainda
restam 70 unidades em estoque.
O período 2 tem início com 70 unidades em estoque e a demanda é de
150, ou seja, o PMP vai indicar a necessidade de produção do lote mínimo, 190
unidades, então ao final teremos 110 unidades em estoque. Para compreender
melhor esse cálculo, note que, as 110 unidades em estoque resultam da soma
das unidades produzidas (190) com o estoque no período anterior (70), menos a
demanda total (150).
O mesmo raciocínio é repetido para todos os períodos, ao final o PMP indicou
produção nos períodos “2”, “3”, “5” e “6”, sendo que neste último o estoque final
ficou em 80 unidades. Nos períodos “1” e “4” não foi necessário a produção do
produto “A”, já que o estoque no início destes períodos era o suficiente para
atender a demanda.
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Capítulo 2 Desenvolvimento e Controle
do Planejamento da Produção
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Planejamento da Produção
efetiva disponibilidade para uso dos itens comprados. No entanto, se espera que
o consumidor não tenha a paciência e a disponibilidade de esperar alguns meses
até a chegada dos componentes e a posterior fabricação do produto. Então, neste
exemplo, a estrutura do produto ganha toda relevância.
FONTE: O autor
Para a produção da Mesa de Madeira do exemplo é necessária 1 unidade
do item “Tampo de madeira”, além de 4 unidades do item “Perna”, depois 8 do
“Parafuso fixação perna” e 4 do item “Parafuso fixação tampo”.
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Capítulo 2 Desenvolvimento e Controle
do Planejamento da Produção
A coluna nível, que neste exemplo é o “1” para todos os itens, indica a ordem
de estrutura que forma o produto. Alguns itens são formados por outros itens e
essa condição vai indicar os níveis da estrutura. Nível “0” representa o produto
final, no nosso caso a mesa, o nível “1” os demais componentes, por exemplo, os
parafusos, e caso esses componentes fossem compostos por outros itens, estes
receberiam classificação no nível “2”, assim sucessivamente. Condição essa que
é frequente no mundo real.
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Planejamento da Produção
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Capítulo 2 Desenvolvimento e Controle
do Planejamento da Produção
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Capítulo 2 Desenvolvimento e Controle
do Planejamento da Produção
3.2 ESTRUTURA E
CARACTERÍSTICAS DO MRP II
A estrutura do MRP II pode ser dividida em três grandes blocos, que recebem
as seguintes denominações (CORRÊA; GIANESI; CAON, 2019):
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Planejamento da Produção
Por fim, o bloco roda, é responsável por apoiar a execução das ações
planejadas e em execução, por exemplo, com a área de compras entregando
os materiais necessários. De forma ilustrativa, pode-se considerar que o módulo
roda sustenta o sistema.
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Capítulo 2 Desenvolvimento e Controle
do Planejamento da Produção
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Capítulo 2 Desenvolvimento e Controle
do Planejamento da Produção
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Capítulo 2 Desenvolvimento e Controle
do Planejamento da Produção
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Planejamento da Produção
O leitor vai notar que os módulos, via de regra, estão distribuídos pelas
diversas funções organizacionais e visam atender às principais áreas e
necessidades impostas para gestão estruturada e coordenada de uma empresa.
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FONTE: O autor
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Capítulo 2 Desenvolvimento e Controle
do Planejamento da Produção
reduz desvios e falhas, e ainda, esse plano deve direcionar as ações em busca
dos objetivos definidos. A formação de uma equipe qualificada que conduza esse
projeto é importante, à medida que diversas ações multidisciplinares e envolvendo
múltiplos stackholders serão necessárias.
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Planejamento da Produção
4.4 INVESTIMENTO E
FORNECEDORES COMERCIAIS
Como demonstrado, o ERP pode gerar significativos benefícios às empresas
que o adotam, e ainda, denota-se sua capacidade de apoiar quase a totalidade
das necessidades e áreas funcionais de uma organização (representado pelos
módulos).
Essa condição implica então que o sistema seja usado por médias e grandes
empresas, na maioria dos casos. Destaca-se que os principais fornecedores
de sistemas ERP são grandes empresas com presença intensa no mercado
internacional e que concentram grande participação de mercado.
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Capítulo 2 Desenvolvimento e Controle
do Planejamento da Produção
5 PLANEJAMENTO DE VENDAS
E OPERAÇÕES (S&OP) E DOS
RECURSOS DE DISTRIBUIÇÃO (DRP)
Esta última seção está dividida em dois blocos. Primeiro, abordamos o
Planejamento de Vendas e Operações - S&OP, em seguida o Planejamento dos
Recursos de Distribuição – DRP.
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Capítulo 2 Desenvolvimento e Controle
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Capítulo 2 Desenvolvimento e Controle
do Planejamento da Produção
Por fim, nota-se que o processo de implantação do plano guarda certo nível
de complexidade e exige da empresa determinado esforço e eficiência. Contudo,
como demonstrado, se empenhado de forma correta e guardando alguns
princípios centrais, os resultados e os benefícios alcançados pela empresa serão
bastante satisfatórios.
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Capítulo 2 Desenvolvimento e Controle
do Planejamento da Produção
Note, caro leitor, de acordo com a Figura 12, que a empresa tem alternativas
para sua distribuição, como entregar via atacadista ou entregar direto ao
consumidor, implicando na manutenção de depósitos principais e intermediários.
Denota-se então, que este exemplo simples já indica as complexas decisões e os
investimentos necessários para implantação da estratégia DRP.
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Planejamento da Produção
Considere, por exemplo, que determinado produto tem quantidade definida
que deve ser transportada, além de ocupar um dado volume e ter peso próprio.
Logo, o planejador de transporte, de posse dessas informações, pode construir
suas decisões de forma mais completa, reservando níveis mais adequados de
capacidade de transporte, atendendo às ordens de envio e reduzindo custos
totais de deslocamento.
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Capítulo 2 Desenvolvimento e Controle
do Planejamento da Produção
Depois, o planejamento de estoque exige movimentações consistentes e
confiáveis de produtos entre as unidades de armazenamento. Esse processo irá
reduzir a incerteza entre o ciclo de entrega e a movimentação.
Por fim, os sistemas de planejamento integrados estão sujeitos a
instabilidades do sistema ou a reprogramação frequente devido a falhas que
interrompam o processo de produção ou atrasos na entrega. Essa condição é
conhecida como “agitação” dentro do DRP.
6 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
O capítulo apresentou a você o conhecimento necessário para
compreensão e atuação direta e ativa sobre as principais dimensões
do planejamento da produção e a articulação deste com o desempenho
organizacional.
Iniciamos apresentando os conceitos centrais e destacando a importância do
Planejamento Mestre da Produção – PMP, como colocado o plano é fundamental
para organização da produção na empresa de manufatura. O aluno teve contato
com o processo necessário para o desenvolvimento do plano, e, ao final, espera-
se que este tenha adquirido o conhecimento e as informações necessárias para a
construção do PMP, quando necessário.
Em seguida, o Planejamento dos Recursos Materiais – MRP II é apresentado
e discutido, dedicando especial atenção aos efeitos positivos do plano e como
este mostra-se quase que essencial a qualquer empresa manufatureira. Assim,
o leitor é capaz de compreender o funcionamento e a estrutura de operação do
MRP II, e, se necessário, atuar diretamente em funções e no desenvolvimento do
plano.
A próxima seção abordou o Planejamento dos Recursos Empresariais – ERP,
o aluno foi apresentado para as principais informações e módulos que compõem
o ERP, bem como, a estrutura que garante a coordenação entre as diversas
funções organizacionais. É esperado que ao final da seção o leitor possa atuar
de forma crítica e ativa sobre o software, seja como usuário ativo do sistema ou
como usuário indireto.
A importância estratégica do Planejamento de Vendas e Operações -
S&OP é conceituada e discutida, destacando a relevância estratégica do plano
e os avanços que este pode proporcionar a organizações que apresentam
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Planejamento da Produção
Dessa forma, caro leitor, podemos seguir para nosso próximo e último
capítulo deste curso, “Estratégia e Sistemas de Produção”. Vamos em frente.
REFERÊNCIAS
ARNOLD JR., T. Administração de Materiais: uma introdução. São Paulo: Atlas, 2012.
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Capítulo 3 Estratégias e Sistemas de Produção
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Ao longo do desenvolvimento do nosso curso, fomos construindo o conjunto
de conhecimento necessário para compreensão e atuação do leitor na complexa
atividade de Planejamento e Gestão da Produção.
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Planejamento da Produção
2 PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO
E CONTROLE DA PRODUÇÃO:
PLANEJAMENTO, PROGRAMAÇÃO E
CONTROLE DA PRODUÇÃO JIT
O Sistema de Produção Just in Time (JIT) surgiu no Japão, no período
posterior a Segunda Guerra mundial, tem seu embrião inicial atribuído a
montadora Toyota Motor Company, que buscava um sistema de administração da
produção que pudesse coordenar a produção com a demanda de veículos com
um atraso considerado mínimo.
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Capítulo 3 Estratégias e Sistemas de Produção
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Capítulo 3 Estratégias e Sistemas de Produção
É bem provável que você, caro leitor, já tenha ouvido a colocação anterior,
apenas de outra forma. Já que é comum muitos interessados sobre o tema
afirmarem que, “o JIT significa produzir algo apenas no momento que é necessário
(hora certa)”.
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Planejamento da Produção
2.2.3 Estoque
Nos sistemas considerados tradicionais o estoque tem função essencial
e útil no processo produtivo, já que protege o sistema de eventuais problemas
que podem ocasionar a interrupção do processo. Pode-se considerar que o ativo
promove a independência entre as etapas da produção.
Já no sistema JIT o estoque é classificado como negativo, um problema a ser
reduzido ou até eliminado, já que ocupa espaço físico, exige altos investimentos
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Capítulo 3 Estratégias e Sistemas de Produção
2.2.5 Erros
Enquanto a abordagem tradicional considera que os erros e defeitos são
inevitáveis, e que devem ser considerados no processo de produção, o JIT
considera que os erros e defeitos são evitáveis, e assume claramente a meta de
eliminá-los totalmente.
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Planejamento da Produção
JIT devem ser interpretados como fonte de informação, já que lançam luz sobre
ineficiências e indicam caminhos para corrigi-las. Em outras palavras, deve-se
procurar a causa ou origem dos erros, e, em seguida, corrigir essa causa.
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Capítulo 3 Estratégias e Sistemas de Produção
Cabe destacar que a busca pela máxima redução de desperdício passa pelo
estabelecimento de metas bastante ousadas e quase inatingíveis do ponto de
vista prático, são elas: (a) zero defeito; (b) tempo zero de setup (preparação); (c)
movimentação zero; (d) quebras zero; (e) lead time zero e (f) lote unitário. Contudo,
a filosofia JIT necessita desses objetivos para conquistar seus resultados.
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Capítulo 3 Estratégias e Sistemas de Produção
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Planejamento da Produção
3 ESTRATÉGIAS E PROJETOS DE
SISTEMAS DE PRODUÇÃO - JIT
Esta seção vai apresentar, a você, caro leitor, alguns conceitos e princípios
que são necessários para o desenvolvimento e a implantação de estratégias
JIT de produção. Esses conceitos, somados aos fundamentos apresentados
anteriormente, garantem que o leitor ou qualquer interessado no tema possa
avaliar ou até aplicar a técnica JIT de forma parcial ou completa. Vamos conhecê-
los.
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Capítulo 3 Estratégias e Sistemas de Produção
3.2. O KANBAN
No início do capítulo já discutimos que no sistema JIT a produção é
“puxada”, ou seja, é produzido só o que for necessário e solicitado pela etapa
anterior do processo de produção.
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Planejamento da Produção
que constam no cartão: (a) número da peça (código interno); (b) descrição
da peça; (c) tamanho do lote (quantidade de peças) – informação
altamente relevante; (d) centro de produção; (e) local de armazenagem.
• Kanban de transporte: como o próprio nome indica, o cartão irá
autorizar a movimentação do material dentro da fábrica, saindo do centro
de produção em que foi produzido, até o centro local que será consumido
ou processado. São informações que constam no cartão: (a) o número
da peça; (b) descrição; (c) tamanho do lote que será movimentado; (d)
centro de origem; (e) centro de destino.
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Capítulo 3 Estratégias e Sistemas de Produção
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Planejamento da Produção
FONTE: O autor
4 PLANEJAMENTO, PROGRAMAÇÃO
E CONTROLE DA PRODUÇÃO EM
CADEIAS DE SUPRIMENTOS
A competitividade crescente entre as organizações e as mudanças
estruturais que avançam com rápida velocidade no ambiente de negócio, vem
impondo crescentes níveis de terceirização de atividades e a compra de materiais
e serviços de fornecedores especializados. Nesse contexto, o planejamento da
cadeia de suprimento ganha caráter estratégico e essencial para as organizações.
A gestão da cadeia de suprimentos é a gestão da interconexão das
empresas, que se relacionam entre si, por meio de ligações a montante e a
jusante entre os diferentes processos, que produzem valor na forma de produtos
e serviços para o consumidor final (SLACK et al., 2009). Trata-se, em especial, de
organizar e gerenciar o fluxo de bens e serviços através dos canais ou ramos – as
cadeias de suprimentos.
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Capítulo 3 Estratégias e Sistemas de Produção
O gerenciamento da cadeia de suprimentos ocupa-se das interações
logísticas que ocorrem entre as funções de marketing, logística e produção
no âmbito de uma empresa, e dessas mesmas interações entre e com outras
empresas separadas no canal de fluxo de produto (BALLOU, 2009).
Nesse momento, ainda inicial, cabe ressaltar ao leitor que a Gestão da
Cadeia de Suprimentos, ou do termo em inglês, Supply Chain Management -
SCM, tem seu conceito e objeto central em relação a todos os processos entre
fornecedor, empresa (produtora) e consumidor, ou seja, extrapola os limites
físicos e de relacionamento da organização.
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Planejamento da Produção
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Capítulo 3 Estratégias e Sistemas de Produção
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Planejamento da Produção
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Planejamento da Produção
4.4. RELACIONAMENTO E
COMPORTAMENTO DENTRO DA
CADEIA DE SUPRIMENTOS
Um dos pontos essenciais para o eficiente planejamento e gestão da cadeia
de suprimentos, é como ela administra o relacionamento com seus fornecedores
e consumidores imediatos. Já que esse relacionamento implica em decisões e
ações que estruturam todo o desenho da cadeia e a qualidade do relacionamento.
https://www.amazon.com.br/
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Capítulo 3 Estratégias e Sistemas de Produção
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Planejamento da Produção
Outra questão com alto potencial de impacto dentro do planejamento e gestão
da cadeia de suprimentos é a falha de comunicação entre os atores. Quando
envolvemos dois ou mais agentes em uma operação estruturada a possibilidade
de falhas de comunicação é presente, e, de forma certa, quanto maior o número
de elos (empresas, agentes, atores) pelo qual a informação passa, maior tende
a ser a distorção. É essencial que as partes envolvidas sejam claras quanto às
expectativas do consumidor, e quanto aos direitos e deveres dos envolvidos.
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Capítulo 3 Estratégias e Sistemas de Produção
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Planejamento da Produção
5 PLANEJAMENTO, PROGRAMAÇÃO
E CONTROLE DA PRODUÇÃO EM
SERVIÇOS
Até esse momento, em nosso material abordamos conceitos, técnicas e
exemplos relacionados majoritariamente a produtos e os processos de produção
a eles associados. Agora, caro leitor, é importante destacarmos o planejamento,
programação e controle da produção em serviços.
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Capítulo 3 Estratégias e Sistemas de Produção
Ao longo da seção o leitor vai perceber que muitos dos princípios aplicados
aos serviços já foram exaustivamente colocados ao longo de nosso material,
quando tratamos “exclusivamente” de produtos.
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Planejamento da Produção
5.1 GERENCIAMENTO DE
CAPACIDADE E DA DEMANDA
Para compreender a grande particularidade do gerenciamento de serviços
pode-se recorrer a seguinte afirmação: a capacidade dos serviços é uma
commodity perecível (FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2014). Podemos ilustrar
com o exemplo de uma sala de cinema que inicia a sessão com 50 poltronas
vazias. Nesse caso, os recursos não utilizados, ou seja, 50 poltronas, do ponto
de vista da geração de receita foram perdidos, já que não será mais possível
consumi-los, pelo menos nesse espaço de tempo que ocorre a sessão.
Outro exemplo bastante impactante, em especial quanto aos custos
consequentes, é uma companhia aérea que levanta determinado voo com a
capacidade da aeronave abaixo do limite. Esse desperdício de serviço (os locais
não ocupados) deve impactar significativamente a receita da empresa e não será
mais recuperado. Não podemos armazenar esse serviço para consumi-lo depois.
Em outras palavras, podemos armazenar um produto em um depósito para
consumir no futuro. Já um serviço é uma experiência pessoal intangível que não
pode ser transferida entre pessoas, ele é produzido e consumido ao mesmo
tempo. Diante desta condição, quando a demanda de um serviço é menor que
a capacidade disponível, teremos instalações e funcionários ociosos. Condição
comum em alguns momentos já que pela natureza da atividade a variabilidade
na demanda de serviços é muito grande, até por condições naturais e sociais
imutáveis, como por exemplo, as estações do ano.
As estratégias baseadas em acomodação estão mais alinhadas para
favorecer a experiência do cliente, ou seja, a percepção do uso, e em menor
nível a eficiência operacional do serviço prestado. Já as estratégias de redução
favorecem mais a simplicidade operacional (condições de operação) do que a
experiência que o consumidor tem do serviço e, ainda podem-se apresentar
estratégias híbridas entre as duas abordagens.
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Planejamento da Produção
do dia representa a demanda que pode ser planejada e no qual a clínica tem
certo controle, já os pacientes que buscam atendimento sem agenda claramente
representam a demanda aleatória. A qualidade do atendimento e o nível de
serviço ofertado dependerá da capacidade da organização de equalizar as duas
dimensões da demanda.
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Capítulo 3 Estratégias e Sistemas de Produção
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Planejamento da Produção
Contudo, alguns riscos estão presentes, por exemplo, a empresa não tem
mais o controle total da operação, já que não é garantia que todos os clientes irão
limpar a sua mesa (para o nosso exemplo). Ainda, dependendo do serviço a ação
do consumidor, se equivocada ou não seguindo os padrões esperados pode gerar
perdas relevantes e com efeito para os demais consumidores, por exemplo, a
contaminação de alimentos manuseados por diversos consumidores.
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Capítulo 3 Estratégias e Sistemas de Produção
O leitor vai concordar que uma inspeção de qualidade, nos moldes feitos
em produtos, não pode ser aplicada aos serviços (CORRÊA, 2017). Imagine, por
exemplo, que seria necessário inspecionar a qualidade junto ao consumidor, ou
seja, interrompendo o consumo do serviço e atrapalhando o uso, em resumo,
operações de serviços não permitem inspeção no “produto” final.
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Planejamento da Produção
6 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao fim deste capítulo e de nosso curso. Este capítulo, Estratégias
e Sistemas de Produção, teve como objetivo permitir ao leitor o contato e o
conhecimento direto das estratégias e sistemas de produção relevantes para o
planejamento e gestão da manufatura e de serviços.
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Capítulo 3 Estratégias e Sistemas de Produção
Tenha a certeza, caro leitor, que este material sustenta boa parte do
conhecimento e das informações necessárias para o gerenciamento da produção
de bens, serviços e da cadeia de suprimentos. A parte restante é com você, e,
temos a certeza que será bem desenvolvida.
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Planejamento da Produção
REFERÊNCIAS
ANTUNES, J. Sistemas de produção: conceitos e práticas para projetos e
gestão da produção enxuta. Bookman Editora, 2009.
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