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OBJETIVOS ..................................................................................................................................................................... 24
DESENVOLVIMENTO .................................................................................................................................................... 26
DIAGNÓSTICO ................................................................................................................................................................ 31
Referências ......................................................................................................................................................................... 45
Aula 1 ‐ Introdução à manutenção industrial
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UM BREVE HISTÓRICO
CONCEITOS E OBJETIVOS
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Alcançar esses objetivos requer manutenção diária em serviços de rotina e de
reparos periódicos programados.
A manutenção ideal de uma máquina é a que permite alta disponibilidade para
a produção durante todo o tempo em que ela estiver em serviço e a um custo
adequado.
Outros conceitos:
a) Manutenção ideal - é a que permite alta disponibilidade para a produção
durante todo o tempo em que ela estiver em serviço e a um custo adequado.
b) Vida útil de um componente - é o espaço de tempo que este componente
desempenha suas funções com rendimento e disponibilidade máximas. A medida que
a vida útil se desenvolve, desenvolve-se também um desgaste natural (crescente),
que após um certo tempo inviabilizará seu desempenho, determinando assim o seu
fim..
c) Ciclo de vida de um componente - veja gráfico a seguir:
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3) Envelhecimento - os vários componentes vão atingindo o fim da vida útil e
passam a apresentar quebras e/ou paradas mais freqüentes. É a hora de decidir pela
reforma total ou sucateamento. Veja no gráfico da bacia a seguir o custo da
manutenção para cada fase:
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ajustar ou trocar componentes em períodos predeterminados;
exame dos componentes antes do término de suas garantias;
replanejar, se necessário, o programa de prevenção;
testar os componentes elétricos etc.
Os serviços periódicos de manutenção podem ser feitos durante paradas
longas das máquinas por motivos de quebra de peças (o que deve ser evitado) ou
outras falhas, ou durante o planejamento de novo serviço ou, ainda, no horário de
mudança de turnos.
As paradas programadas visam à desmontagem completa da máquina para
exame de suas partes e conjuntos. As partes danificadas, após exame, são
recondicionadas ou substituídas. A seguir, a máquina é novamente montada e
testada para assegurar a qualidade exigida em seu desempenho.
Reparos não programados também ocorrem e estão inseridos na categoria
conhecida pelo nome de manutenção corretiva. Por exemplo, se uma furadeira de
bancada estiver em funcionamento e a correia partir, ela deverá ser substituída de
imediato para que a máquina não fique parada.
O acompanhamento e o registro do estado da máquina, bem como dos reparos
feitos, são fatores importantes em qualquer programa de manutenção.
TIPOS DE MANUTENÇÃO
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PLANEJAMENTO, PROGRAMAÇÃO E CONTROLE
ORGANIZAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO
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Dependendo do equipamento, às vezes é mais conveniente deixá-lo parar e
resolver o problema por atendimento de emergência. Por motivos econômicos vale
mais a pena, por exemplo, esperar a correia de uma fresadora romper, caso ela não
esteja sendo usada em produção contínua. Esta pode ser chamada também de
manutenção corretiva programada. Tudo que é planejado é sempre mais barato,
mais seguro e mais rápido.
A equipe de manutenção corretiva deve estar pronta para atender à produção
de imediato. Quando uma avaria necessita de reparo urgente, para efeitos de
registro e estatística, deverá ser emitido um documento com algumas informações
básicas (nome do equipamento, hora da parada...). É a ficha de solicitação. Um
analista da equipe de manutenção corretiva verifica o que deve ser feito e emite
uma ficha de execução para sanar o problema.
Após o conserto e a liberação do equipamento para a produção, o analista da
manutenção corretiva é obrigado a enviar para o setor de engenharia da
manutenção um relatório de avaria. Nesse relatório o analista pode e deve sugerir
alguma providência ou modificação no projeto da máquina para que o tipo de avaria
ocorrida – e solucionada – não venha a se repetir.
A equipe de manutenção, evidentemente, deverá eliminar as emergências;
porém, sempre se preocupando em deixar o equipamento trabalhando dentro de
suas características originais, de acordo com seu projeto de fabricação. Em uma
indústria montadora com 1200 máquinas, por exemplo, uma das equipes de
manutenção é composta de 70 profissionais. Há postos distribuídos pela fábrica
junto às células de produção para facilitar os atendimentos emergenciais. Há
sempre um ou mais mecânicos com conhecimentos de hidráulica e um eletricista em
cada posto. São 40 chamadas de manutenção corretiva por dia. Estes números
sempre dependem do número de máquinas existentes em uma fábrica.
Quando a equipe de manutenção não está atendendo às emergências, não
se fica parado: sempre existem serviços de montagem e manutenção preventiva
para serem feitos. Os profissionais que trabalham na área da manutenção devem ter
uma sólida formação técnica e também passar por um treinamento especializado de
um ano, pois isso garante que eles terão alta qualificação para cuidar do patrimônio
fundamental das empresas: seus equipamentos. Também é importante uma
atualização para acompanhar as novas técnicas e tecnologias, bem como
treinamentos dirigidos para as necessidades do atendimento, as quais são diversas.
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Relembrando, a manutenção corretiva é aquela que executa intervenções
urgentes quando ocorre uma parada imprevista de uma máquina por motivo de
quebra ou defeito no material que ela produz. O mecânico de manutenção ou uma
equipe de manutenção vai até a máquina verificar a situação e determina o que
deve ser feito de acordo com os recursos disponíveis: peças de reposição e
pessoal.
Às vezes é melhor deixar a máquina parar por quebra do que pará-la para
uma manutenção preventiva. Esse procedimento, aparentemente errôneo, justifica-
se pela simples razão de que tirar uma máquina da produção onera todos os custos
de fabricação. Em síntese, a manutenção corretiva deverá continuar existindo. A
manutenção das aeronaves é baseada em planejamento, sendo 80% preventiva e
preditiva e 20% corretiva.
A manutenção corretiva é utilizada essencialmente nos sistemas eletrônicos e
instrumentais da aeronave, pois eles existem em duplicata.
Não existe filosofia, teoria ou fórmula para dimensionar uma equipe de
manutenção corretiva, pois nunca se sabe quando alguém vai ser solicitado para
atender aos eventos que requerem a presença dos mantenedores. Por esse motivo,
as empresas que não têm uma manutenção programada e bem administrada
convivem com o caos, pois nunca haverá pessoal de manutenção suficiente para
atender às solicitações. Mesmo que venham a contar com pessoal de manutenção
em quantidade suficiente, não saberão o que fazer com os mantenedores em
épocas em que tudo caminha tranquilamente.
É por esse motivo que, normalmente, a manutenção aceita serviços de
montagem para executar e nunca cumpre os prazos estabelecidos, pois há ocasiões
em que terá de decidir se atende às emergências ou continua montando o que
estava programado.
Como as ocorrências de emergência são inevitáveis, sempre haverá
necessidade de uma equipe para esses atendimentos, mesmo porque, não se deve
ter 100% de manutenção preventiva. Dependendo do equipamento, às vezes é mais
conveniente, por motivos econômicos, deixá-lo parar e resolver o problema por
atendimento de emergência.
Mesmo em empresas que não podem ter emergências, às vezes elas
ocorrem com resultados geralmente catastróficos. Exemplo: empresas aéreas.
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Nas empresas que convivem com emergências podem redundar em
desastres, deve haver uma equipe muito especial de manutenção, cuja função é
eliminar ou minimizar essas emergências.
A filosofia que deve ser adotada é: “emergências não ocorrem, são causadas.
Elimine a causa e você não terá novamente a mesma emergência”.
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3. Em princípio, a OS deve ser encaminhada ao responsável pelo grupo, que
deve verificar imediatamente se o equipamento está dentro do período de garantia
de aquisição ou garantia de serviço (informação contida no Formulário para Histórico
de Equipamento). Se o equipamento estiver em garantia, a rotina a ser adotada é a
explicada na sub-rotina de garantia. Antes de enviar o equipamento a uma empresa
ou representante técnico, é importante que o técnico tente identificar a causa da
falha do equipamento, independentemente do defeito acusado na OS pelo usuário.
A identificação da causa será registrada tanto no Formulário para Histórico de
Equipamento quanto na Ficha Para Controle de Serviços Externos.
4. Para equipamentos sob contrato de manutenção (informação contida no
Formulário para Histórico de Equipamento), é necessário que o responsável
verifique o tipo de contrato efetuado para o equipamento em questão. Se for
contrato de manutenção por período determinado, deve então solicitar a presença
do técnico ou enviar o equipamento para as oficinas da empresa prestadora de
serviço. Em serviços sob contratos que exigem a presença do técnico da empresa
contratada no local, é muito importante que ele esteja sempre acompanhado de
técnico pertencente ao grupo de manutenção. O acompanhamento do serviço por
um técnico interno é valioso tanto para a sua aprendizagem como para a
fiscalização do trabalho executado.
5. Caso o equipamento não esteja em garantia, o responsável deve definir a
equipe ou o técnico que executará o serviço. É importante nessa etapa a elaboração
de uma forma de registro da data de entrega do equipamento para o técnico, que
servirá para o controle do tempo de reparo do equipamento. Sugerimos a utilização
de uma agenda com a anotação da data prevista para a conclusão do serviço, a
identificação do equipamento e o nome do técnico.
6. Nem sempre o equipamento está disponível no departamento de
manutenção. Em vários casos, o equipamento deve ser localizado e levado para a
oficina de manutenção, se necessário. Equipamentos de grande porte só podem ser
consertados no local onde estão instalados. Para o caso de consertos fora da oficina
de manutenção, é importante que o técnico vá ao local de reparo já com a maleta de
ferramentas e o esquema elétrico ou mecânico do equipamento (caso este esteja
disponível no departamento).
7. Antes do início de qualquer reparo, o técnico deve seguir alguns
procedimentos para evitar a abertura de um equipamento cuja falha pode ser
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simplesmente devida a erro de operação, queima de fusível ou qualquer outra causa
de fácil solução. Para isso, é necessário que o responsável, em colaboração com o
grupo, desenvolva algumas rotinas iniciais de manutenção e instrua cada técnico
contratado dos procedimentos que devem ser adotados. Reuniões periódicas com o
grupo de técnicos para discussão e estabelecimento dos procedimentos iniciais de
manutenção corretiva constituem uma das melhores maneiras de desenvolver essas
rotinas, que devem ser idênticas para grupos específicos de equipamentos.
8. Quando o técnico não conseguir identificar ou reparar o defeito, é
necessário o contato com o fabricante ou com a assistência técnica. Para isso, o
técnico deve devolver a OS ao responsável pelo grupo, que localizará a assistência
técnica à qual será solicitada a visita de um técnico ou para onde será enviado o
equipamento para reparo, seguindo a rotina de controle de serviços de terceiros.
Existem casos em que o reparo do equipamento representa um custo bastante alto
– nesse caso recomenda-se a desativação do equipamento. O método a ser seguido
para esse processo não é assunto deste manual por ser relativamente complexo. A
decisão de desativação de um equipamento depende não somente do custo da
mão-de-obra (mesmo sendo serviço interno), mas também da dificuldade de
obtenção de peças de reposição, do número de vezes que este equipamento vem
apresentando falhas nos últimos anos, da existência de tecnologias mais modernas
com um menor custo de operação, da disponibilidade financeira do EAS, etc. Nos
casos de desativação, o que ocorre também em relação a serviços terceirizados, o
responsável pelo grupo de manutenção deve preparar um relatório à administração
justificando o motivo de sua sugestão para a desativação do equipamento. O termo
“sugestão” foi colocado entre aspas para lembrar que não é o responsável pelo
grupo que decide sobre a desativação de um equipamento; este apenas recomenda
e justifica a necessidade desse procedimento para a administração.
9. Durante o reparo, é possível a necessidade de substituição de peças. Cada
peça substituída deve ser rigorosamente anotada na OS. O controle de peças em
estoque depende muito do sistema de almoxarifado adotado pelo EAS. Para peças
de reposição de uso intenso e diário (resistores, capacitores, porcas, parafusos,
arruelas, etc.), sugerimos o acesso livre dos técnicos, a quem caberia também o
controle de estoque mínimo. Para cada peça retirada, seria dada baixa em uma
ficha específica daquele item, localizada na gaveta ou caixa onde a peça está
armazenada. Para cada peça que o técnico retirar da gaveta, ele deve contar o
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número de peças restantes daquele determinado item e, se estiver abaixo do
estoque mínimo, ele mesmo deve emitir uma solicitação de aquisição. Esse
procedimento compartilharia o controle de material e eliminaria a necessidade de um
almoxarife só para o grupo ou a necessidade de armazenamento e controle em local
distante da oficina de manutenção. Para peças de maior valor e baixa taxa de
substituição, o armazenamento pode ser feito em almoxarifado central, já existente
no EAS.
10. Para os casos em que a peça de reposição não esteja disponível,
sugerimos que a OS seja devolvida ao responsável pelo grupo, acompanhada do
formulário de aquisição, descrição da peça e a quantidade a ser solicitada. Tanto no
caso de peças abaixo do estoque mínimo como para peças não disponíveis no
almoxarifado, o pedido de compra deve ter o mesmo formato e seguir o mesmo
procedimento. No formulário para requisição devem constar a quantidade e todas as
características da peça a ser comprada. Entretanto, o processo de aquisição pode
se tornar bastante complicado, pois nem sempre as características de uma
determinada peça são de fácil descrição. Freqüentemente, a pessoa que solicita
desconhece o número com que o fabricante designa a peça (part number) ou a
existência do desenho explodido do local onde a peça é colocada. Em grupos em
que o próprio técnico executa a aquisição, esse processo pode ser
significativamente facilitado, pois a pessoa que solicita é a mesma que descreve a
peça ao fornecedor. Por outro lado, o tempo que o técnico despende nesse
procedimento compromete significativamente sua produtividade. Em grupos com um
único comprador (normalmente com perfil administrativo), a falta de informações
para a aquisição pode comprometer bastante o tempo de retorno do equipamento ao
usuário. Para agilizar o processo de aquisição e reduzir a possibilidade de compra
de peças erradas, recomenda-se que, quando o responsável recebe a OS de volta
com a Ficha de Solicitação de Aquisição, este verifique se todos os dados relativos à
peça estão corretamente preenchidos. Somente após essa verificação e possível
correção com o pessoal técnico é que a ficha será enviada ao sistema de compras.
11. Como foi mencionado, são fundamentais o treinamento e a
conscientização do pessoal técnico da importância de um cuidadoso reparo em
equipamentos. Muitos deles são fundamentais para a segurança e principalmente
para a sustentação da vida do usuário.
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12. O controle de qualidade oferecido pelo grupo após a manutenção tem um
reflexo bastante positivo para o usuário. É importante que o grupo crie alguns
protocolos de teste que devem obrigatoriamente ser efetuados após a manutenção
de equipamentos, principalmente aqueles que oferecem riscos ao operador. Cada
teste deve ser baseado nos recursos materiais (equipamentos de teste e
simuladores) disponíveis no grupo. Uma vez elaborados, esses testes podem ser
efetuados pelo próprio técnico e, através deles, verificar diversos itens do
equipamento, desde o estado da pintura externa até a sua calibração. A elaboração
dos testes pode ser baseada no próprio manual de operação do equipamento e no
manual de manutenção (caso exista).
13. Na OS há um campo para a assinatura do usuário, que deve ser obtida no
momento do retorno do equipamento ao usuário. Entretanto, nem sempre a pessoa
que solicitou o serviço é a que está presente no momento da entrega do
equipamento. Nessa situação, o responsável pelo grupo de manutenção deve
conversar com cada departamento do EAS e solicitar que sejam nomeadas uma ou
mais pessoas que ficariam responsáveis pelo recebimento do equipamento.
14. A OS é encerrada e arquivada para posterior utilização no controle
periódico desenvolvido pelo grupo de manutenção. Após o encerramento da rotina
de manutenção corretiva ou preventiva de cada equipamento, tenha sido ela
executada através de serviço interno ou externo, é importante que haja um
documento que faça um resumo do serviço executado, das peças que foram
substituídas e do custo de manutenção (interna ou externa). Esse resumo ou
histórico do equipamento serve como informação tanto para os técnicos do grupo de
manutenção no início da cada serviço, como para que o responsável pelo grupo
possa gerenciar o andamento da manutenção de cada equipamento sob sua
responsabilidade. Esse documento deve conter toda a história do equipamento de
modo bastante resumido, desde sua chegada ao local de serviço até a desativação.
Dele devem ser extraídas as seguintes informações:
a. número e tipo de falhas ocorridas no equipamento;
b. comparação das falhas que foram relatadas pelo grupo interno de
manutenção e aquelas relatadas pelas empresas prestadoras de serviço;
c. tipo e número de peças que estão sendo substituídas no equipamento,
tanto em serviços internos como externos;
d. custo por serviço (interno e externo) e custo acumulado;
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e. datas de realização de cada serviço;
f. no caso de serviços externos, a pessoa de contato para cada serviço
executado na(s) empresa(s) de prestação de serviço.
A equipe de manutenção corretiva deve estar sempre em um local específico
para ser encontrada facilmente e atender à produção de imediato.
Como a equipe não sabe o local onde vai atuar, o usuário com problemas
deverá solicitar o atendimento por telefone, porém, para efeitos de registro e
estatística, ele deverá emitir um documento com as seguintes informações:
Equipamento ........................... da seção ................................ parou às ................
horas do dia ..............................
Uma analista da equipe de manutenção corretiva atende ao chamado, verifica
o que deve ser feito e emite uma ficha de execução para sanar o problema.
O preenchimento da frente da ficha de execução deve seguir os passos:
Preencher o campo unidade ou área onde o equipamento está localizado;
Preencher o campo data;
Preencher o campo equipamento citando o nome do equipamento;
preencher os campos conjunto e subconjunto;
Preencher o campo trabalho a realizar especificando exatamente o que
fazer e onde fazer;
Preencher o campo trabalho realizado;
Preencher o campo parada da produção colocando código 00 quando for
emergência (serviço não programado) e código 11 quando for preventiva
(serviços programados);
Preencher os campos natureza de avaria e causas de avaria.
O preenchimento do verso da ficha de execução deve seguir os passos:
preencher o campo chapa com a identificação do funcionário;
preencher o campo data;
preencher os campos início, término e duração do trabalho.
Os campos ‘data’, ‘início’, ‘término’ e ‘duração’ do trabalho na primeira linha
do verso apresentarão apenas eventos previstos. Somente a partir da segunda linha
é que apresentarão eventos realizados, de acordo com o desenvolvimento do
trabalho.
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Quando o trabalho tiver sido executado, fecha-se a coluna ‘duração’ e
transfere-se o resultado obtido (horas, dias) para o campo ‘realizada’, existente na
frente da ficha. Após isso, pede-se para a chefia colocar o visto no respectivo campo
para a liberação do equipamento.
A equipe de manutenção, evidentemente, deverá eliminar as emergências;
porém, sempre se preocupando em deixar o equipamento trabalhando dentro de
suas características originais, de acordo com seu projeto de fabricação.
O preenchimento do relatório de avaria deve seguir os passos:
preencher o campo unidade com nome e código;
preencher o campo equipamento com nome e código;
preencher o campo conjunto com código;
preencher o campo subconjunto com código;
preencher o campo data com a data de ocorrência;
preencher o campo natureza da avaria com código (anexo 1) e relatar a
ocorrência;
preencher o campo causa da avaria com código (anexo 2) e relatar a
causa fundamental;
preencher o campo sugestão indicando alguma providência ou
modificação no projeto.
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Para realizar esse controle, o usuário deverá acompanhar a quilometragem
do carro e, baseado nela, fazer a previsão da troca do óleo.
Essa previsão nada mais é do que uma simples manutenção preventiva, que
é o assunto desta aula.
CONCEITOS
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ser evitados com simples paradas preventivas para lubrificação, troca de peças
gastas e ajustes.
Com o auxílio dos relatórios escritos sobre os trabalhos realizados, são
suprimidas as inconveniências das quebras inesperadas. Isso evita a difícil tarefa de
trocas rápidas de máquinas e improvisações que causam o desespero do pessoal
da manutenção corretiva.
A manutenção preventiva é um método aprovado e adotado atualmente em
todos os setores industriais, pois abrange desde uma simples revisão – com
paradas que não obedecem a uma rotina – até a utilização de sistemas de alto
índice técnico.
A manutenção preventiva abrange cronogramas nos quais são traçados
planos e revisões periódicas completas para todos os tipos de materiais utilizados
nas oficinas. Ela inclui, também, levantamentos que visam facilitar sua própria
introdução em futuras ampliações do corpo da fábrica.
A aplicação do sistema de manutenção preventiva não deve se restringir a
setores, máquinas ou equipamentos. O sistema deve abranger todos os setores da
indústria para garantir um perfeito entrosamento entre eles, de modo tal que, ao se
constatar uma anomalia, as providências independam de qualquer outra regra que
porventura venha a existir em uma oficina. Essa liberdade, dentro da indústria, é
fundamental para o bom funcionamento do sistema preventivo.
O aparecimento de focos que ocasionam descontinuidade no programa deve
ser encarado de maneira séria, organizando-se estudos que tomem por base os
relatórios preenchidos por técnicos da manutenção. Estes deverão relatar, em
linguagem simples e clara, todos os detalhes do problema em questão.
A manutenção preventiva nunca deverá ser confundida com o órgão de
comando, apesar dela ditar algumas regras de conduta a serem seguidas pelo
pessoal da fábrica. À manutenção preventiva cabe apenas o lugar de apoio ao
sistema fabril.
O segredo para o sucesso da manutenção preventiva está na perfeita
compreensão de seus conceitos por parte de todo o pessoal da fábrica, desde os
operários à presidência.
A manutenção preventiva, por ter um alcance extenso e profundo, deve ser
organizada. Se a organização da manutenção preventiva carecer da devida solidez,
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ela provocará desordens e confusões. Por outro lado, a capacidade e o espírito de
cooperação dos técnicos são fatores importantes para a manutenção preventiva.
A manutenção preventiva deve, também, ser sistematizada para que o fluxo
dos trabalhos se processe de modo correto e rápido. Sob esse aspecto, é
necessário estabelecer qual deverá ser o sistema de informações empregado e os
procedimentos adotados.
O desenvolvimento de um sistema de informações deve apresentar definições
claras e objetivas e conter a delegação das responsabilidades de todos os
elementos participantes. O fluxo das informações deverá fluir rapidamente entre
todos os envolvidos na manutenção preventiva.
A manutenção preventiva exige, também, um plano para sua própria
melhoria. Isto é conseguido por meio do planejamento, execução e verificação dos
trabalhos que são indicadores para se buscar a melhoria dos métodos de
manutenção, das técnicas de manutenção e da elevação dos níveis de controle.
Esta é a dinâmica de uma instalação industrial.
Finalmente, para se efetivar a manutenção preventiva e alcançar os objetivos
pretendidos com sua adoção, é necessário dispor de um período de tempo
relativamente longo para contar com o concurso dos técnicos e dos dirigentes de
alto gabarito. Isso vale a pena, pois a instalação do método de manutenção
preventiva, pela maioria das grandes empresas industriais, é a prova concreta da
pouca eficiência do método de manutenção corretiva.
OBJETIVOS
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Para atingir a meta qualidade do produto, a manutenção preventiva deverá
ser aplicada com maior rigor, ou seja: máquinas deficientes X máquinas
eficientes; abastecimento deficiente X abastecimento otimizado.
c) Aumento de produção - O aumento de produção de uma empresa se resume
em atender à demanda crescente do mercado. É preciso manter a fidelidade
dos clientes já cadastrados e conquistar outros, mantendo os prazos de
entrega dos produtos em dia. A manutenção preventiva colabora para o
alcance dessa meta atuando no binômio produção atrasada X produção em
dia.
d) Efeitos no meio ambiente - Em determinadas empresas, o ponto mais crítico
é a poluição causada pelo processo industrial. Se a meta da empresa for a
diminuição ou eliminação da poluição, a manutenção preventiva, como
primeiro passo, deverá estar voltada para os equipamentos antipoluição, ou
seja, equipamentos sem acompanhamento X equipamentos revisados;
poluição X ambiente normal.
e) Aumento da vida útil dos equipamentos - O aumento da vida útil dos
equipamentos é um fator que, na maioria das vezes, não pode ser
considerado de forma isolada. Esse fator, geralmente, é consequência de:
redução de custos;
qualidade do produto;
aumento de produção;
efeitos do meio ambiente.
manutenção preventiva, atuando nesses itens, contribui para o aumento da
vida útil dos equipamentos.
f) Redução de acidentes do trabalho - Não são raros os casos de empresas
cujo maior problema é a grande quantidade de acidentes. Os acidentes no
trabalho causam: · aumento de custos;
diminuição do fator qualidade;
efeitos prejudiciais ao meio ambiente;
diminuição de produção;
diminuição da vida útil dos equipamentos.
A manutenção preventiva pode colaborar para a melhoria dos programas de
segurança e prevenção de acidentes.
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DESENVOLVIMENTO
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das fichas individuais que se faz o registro da inspeção mecânica da máquina
e, com base nessas informações, a programação de sua manutenção.
Quanto à forma de operação do controle, há quatro sistemas: manual,
semiautomatizado, automatizado e por microcomputador.
Controle manual - É o sistema no qual a manutenção preventiva e corretiva
são controladas e analisadas por meio de formulários e mapas, preenchidos
manualmente e guardados em pastas de arquivo. Esquematicamente:
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A fonte de dados desse sistema deve fornecer todas as informações
necessárias para serem feitas as requisições de serviço, incluindo as rotinas de
inspeção e execução. O principal relatório emitido pelo computador deve conter, no
mínimo:
o tempo previsto e gasto;
os serviços realizados;
os serviços reprogramados (adiados);
os serviços cancelados.
Esses dados são fundamentais para a tomada de providências por parte da
supervisão.
Controle automatizado - É o sistema em que todas as intervenções da
manutenção têm seus dados armazenados pelo computador, para que se tenha
listagens, gráficos e tabelas para análise e tomada de decisões, conforme a
necessidade e conveniência dos vários setores da manutenção. Esquematicamente:
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Controle por microcomputador - É o sistema no qual todos os dados sobre as
intervenções da manutenção ficam armazenados no microcomputador. Esses dados
são de rápido acesso através de monitor de vídeo ou impressora.
Esquematicamente:
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Aula 4 - Manutenção preditiva
DIAGNÓSTICO
31
A manutenção preditiva, geralmente, adota vários métodos de investigação
para poder intervir nas máquinas e equipamentos. Entre os vários métodos
destacam-se os seguintes: estudo das vibrações; análise dos óleos; análise do
estado das superfícies e análises estruturais de peças.
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Se captadores de vibrações forem colocados em pontos definidos da
máquina, eles captarão as vibrações recebidas por toda a estrutura. O registro das
vibrações e sua análise permitem identificar a origem dos esforços presentes em
uma máquina operando.
Por meio da medição e análise das vibrações de uma máquina em serviço
normal de produção detecta-se, com antecipação, a presença de falhas que devem
ser corrigidas:
rolamentos deteriorados;
engrenagens defeituosas;
acomplamentos desalinhados;
rotores desbalanceados;
vínculos desajustados;
eixos deformados;
lubrificação deficiente;
folga excessiva em buchas;
falta de rigidez;
problemas aerodinâmicos;
problemas hidráulicos;
cavitação.
O aparelho empregado para a análise de vibrações é conhecido como
analisador de vibrações. No mercado há vários modelos de analisadores de
vibrações, dos mais simples aos mais complexos; dos portáteis – que podem
ser transportados manualmente de um lado para outro – até aqueles que são
instalados definitivamente nas máquinas com a missão de executar monitoração
constante.
Abaixo, um operador usando um analisador de vibrações portátil e, em
destaque, o aparelho.
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ANÁLISE DOS ÓLEOS
34
ponto de fulgor;
ponto de congelamento. Em termos de contaminação dos óleos, interessa
saber quanto existe de:
resíduos de carbono;
partículas metálicas;
água.
Assim como no estudo das vibrações, a análise dos óleos é muito importante
na manutenção preditiva. É a análise que vai dizer se o óleo de uma máquina ou
equipamento precisa ou não ser substituído e quando isso deverá ser feito.
A análise das superfícies das peças, sujeitas aos desgastes provocados pelo
atrito, também é importante para se controlar o grau de deterioração das máquinas e
equipamentos.
A análise superficial abrange, além do simples exame visual – com ou sem
lupa – várias técnicas analíticas, tais como:
endoscopia;
holografia;
estroboscópio;
molde e impressão.
ANÁLISE ESTRUTURAL
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gamagrafia (raios gama);
ecografia;
magnetoscopia;
correntes de Foucault;
infiltração com líquidos penetrantes.
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As vantagens da manutenção preditiva são:
aumento da vida útil do equipamento;
controle dos materiais (peças, componentes, partes etc.) e melhor
gerenciamento;
diminuição dos custos nos reparos;
melhoria da produtividade da empresa;
diminuição dos estoques de produção;
limitação da quantidade de peças de reposição;
melhoria da segurança;
credibilidade do serviço oferecido;
motivação do pessoal de manutenção;
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boa imagem do serviço após a venda, assegurando o renome do
fornecedor.
Aula 5 – TPM
A ORIGEM DA TPM
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maior consciência de preservação ambiental e conservação de energia;
dificuldades de recrutamento de mão-de-obra para trabalhos considerados
sujos, pesados ou perigosos;
aumento da gestão participativa e surgimento do operário polivalente.
39
metas, tais como defeito zero, falhas zero, aumento da disponibilidade de
equipamento e lucratividade. Os cinco pilares são representados por:
eficiência;
auto-reparo;
planejamento
treinamento;
ciclo de vida.
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OBJETIVOS DA TPM
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1. Estruturação das condições básicas.
2. Obediência às condições de uso.
3. Regeneração do envelhecimento.
4. Sanar as falhas do projeto (terotecnologia).
5. Incrementar a capacitação técnica.
A ideia da “quebra zero” baseia-se no conceito de que a quebra é a falha visível.
A falha visível é causada por uma coleção de falhas invisíveis como um iceberg.
Motivos físicos
As falhas não são visíveis por estarem em local de difícil acesso ou
encobertas por detritos e sujeiras.
Motivos psicológicos
As falhas deixam de ser detectadas devido à falta de interesse ou de
capacitação dos operadores ou mantenedores.
42
MANUTENÇÃO AUTÔNOMA
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Aquisição de novas habilidades.
Crescimento através da participação.
Maior senso de posse das máquinas.
Diminuição da rotatividade de pessoal.
Satisfação pelo reconhecimento.
Para finalizar “a manutenção não deve ser apenas aquela que conserta,
mas, sim, aquela que elimina a necessidade de consertar” (Anônimo).
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Referências
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Curso (Graduação em Engenharia de Produção). Universidade Federal de
Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2008.
46