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Notas de Aula

Produto Escalar

Profa. Drª. Eloiza Gomes


Prof. Dr. Vitor Alex Oliveira Alves

Colaboradora
Profa. Karina Bradaschia Rocha

2023
Sumário

1 Produto Escalar e Projeções ....................................................................................................... 2


1.1 Definição ...................................................................................................................... 2
1.2 Ângulo entre Vetores ................................................................................................... 2
1.3 Projeção Ortogonal ...................................................................................................... 4
1.4 Exercícios propostos .................................................................................................... 4
1.5 Exercícios resolvidos ................................................................................................... 9
2 Respostas dos exercícios propostos .......................................................................................... 10

1
1 Produto Escalar e Projeções

1.1 Definição

⃗ = [𝑥1 𝑦1 𝑧1 ]𝑇 e 𝑣 = [𝑥2
Definição 1: Sejam 𝑢 𝑦2 𝑧2 ]𝑇 vetores do espaço geométrico tridimensional.
O produto escalar de 𝑢
⃗ por 𝑣 é um número real.

𝑥2
⃗ ⋅ 𝑣 = 𝑥1 𝑥2 + 𝑦1 𝑦2 + 𝑧1 𝑧2 = [𝑥1
𝑢 𝑦1 ⃗ 𝑇𝑣
𝑧1 ] [𝑦2 ] = 𝑢
𝑧2

Lê-se “𝑢
⃗ escalar 𝑣 ”

Observação 1. Na Álgebra Linear, a definição fornecida para o produto escalar é extensível a espaços 𝑛-
dimensionais. De fato, sejam os vetores:

⃗ = [𝑢1
𝑢 𝑢2 … 𝑢𝑛 ]𝑇 e 𝑣 = [𝑣1 𝑣2 … 𝑣𝑛 ]𝑇 do ℝ𝑛 .

Então, 𝑢 ⃗ 𝑇 𝑣 = 𝑢1 𝑣1 + 𝑢2 𝑣2 + ⋯ + 𝑢𝑛 𝑣𝑛 .
⃗ ⋅𝑣 =𝑢 (1)

Propriedade 1. Para quaisquer vetores 𝑢


⃗,𝑣e𝑤
⃗⃗ e qualquer 𝛼 ∈ ℝ valem as propriedades:

a) 𝑢
⃗ ⋅𝑣 =𝑣⋅𝑢 ⃗
b) (𝛼𝑢⃗)⋅𝑣 =𝑢 ⃗ ⋅ (𝛼𝑣 ) = 𝛼(𝑢⃗ ⋅ 𝑣)
⃗ ⋅ (𝑣 + 𝑤
c) 𝑢 ⃗⃗ ) = 𝑢 ⃗ ⋅𝑣+𝑢 ⃗ ⋅𝑤
⃗⃗
2 2 2
d) 𝑢
⃗ ⋅𝑢⃗ = 𝑥1 + 𝑦1 + 𝑧1 = ‖𝑢 ⃗ ‖2, ou seja, ‖𝑢
⃗ ‖ = √𝑢
⃗ ⋅𝑢

e) 𝑢
⃗ ⋅𝑢⃗ =0⇔𝑢 ⃗ =0 ⃗

1.2 Ângulo entre Vetores

Definição 2. O ângulo 𝜃 entre os vetores não nulos 𝑢 ⃗ e 𝑣 , com 0 ≤ 𝜃 ≤ 𝜋, é o ângulo formado pelos
representantes dos vetores 𝑢
⃗ e 𝑣 construídos a partir de uma origem comum O, como na Figura 1.

Figura 1: Ângulo 𝜃 entre 𝑢


⃗ e𝑣

2
Existe uma relação entre o produto escalar de
dois vetores e o ângulo por eles formado. Para
examinar esta relação, seja o espaço geométrico
bidimensional ℝ2 . Todo vetor unitário desse espaço
pode ser escrito na forma 𝑢⃗ = [cos 𝜃 sen 𝜃 ]𝑇 , como
mostra a figura 2. Nela, 𝜃 é o ângulo formado entre os
⃗ e 𝑖 = [1 0]𝑇 – vetor unitário que tem a
vetores 𝑢
direção do eixo Ox.

⃗ ⋅ 𝑖 = [cos 𝜃
1 ⃗ escrito na forma [cos 𝜃
Figura 2: Vetor 𝑢 sen 𝜃 ]𝑇
Então, 𝑢 sen 𝜃 ] [ ] = cos 𝜃 − como
0
visto em (1).

Similarmente, o produto escalar entre 𝑢


⃗ e o vetor
𝑇
unitário 𝑗 = [0 1] – com direção do eixo Oy – vale
𝑢
⃗ ⋅ 𝑗 = sen 𝜃. Estes resultados podem ser ampliados para
dois versores quaisquer do ℝ2 . De fato, o produto escalar
entre dois vetores unitários do ℝ2 é exatamente igual ao
cosseno do ângulo formado por tais vetores. Para
demonstrar este resultado, sejam os vetores unitários
𝑎 = [cos 𝛼 sen 𝛼]𝑇 e 𝑏⃗ = [cos 𝛽 sen 𝛽]𝑇 , em que 𝛼 e
𝛽 são os ângulos formados entre os respectivos vetores e o Figura 3: Versores 𝑎 e 𝑏⃗ no sistema Oxy
eixo Ox.

Assim: 𝑎 ⋅ 𝑏⃗ = cos 𝛼 ⋅ cos 𝛽 + sen 𝛼 ⋅ sen 𝛽 = cos(𝛽 − 𝛼) = cos 𝜃, com 𝜃 = ∡(𝑎, 𝑏⃗).

𝑢 ⃗
𝑣 ⃗ ⋅𝑣
𝑢 ⃗
Se 𝑢
⃗ e 𝑣 forem vetores não unitários, então: cos 𝜃 = (‖𝑢⃗‖) ⋅ (‖𝑣⃗‖) = ‖𝑢⃗‖⋅‖𝑣⃗‖.

⃗ ⋅ 𝑣 = ‖𝑢
Logo, vale a expressão: 𝑢 ⃗ ‖ ⋅ ‖𝑣 ‖ ⋅ cos 𝜃, com 𝜃 ∡(𝑢
⃗ , 𝑣 ), para quaisquer 𝑢
⃗ e 𝑣.

Como mencionado em (1), o raciocínio aqui descrito vale para espaços vetoriais n-dimensionais.
Em especial, para o espaço geométrico tridimensional ℝ3 , sejam os vetores 𝑢 ⃗ = [𝑥1 𝑦1 𝑧1 ]𝑇 e
𝑣 = [𝑥2 𝑦2 𝑧2 ]𝑇 . O produto escalar entre estes vetores é determinado por:

𝑥1 𝑥2 + 𝑦1 𝑦2 + 𝑧1 𝑧2
𝑢
⃗ ⋅𝑣 ={
‖𝑢
⃗ ‖ ⋅ ‖𝑣 ‖ ⋅ cos 𝜃 , 𝑐𝑜𝑚 0 ≤ 𝜃 ∡(𝑢⃗ , 𝑣) ≤ 𝜋

A relação entre o produto escalar e o ângulo 𝜃 entre os vetores 𝑢


⃗ e 𝑣 (pertencentes a espaços geométricos
bi ou tridimensionais) permite concluir que:

3
Figura 4: Relação entre o produto escalar e o ângulo 𝜃 entre vetores

1.3 Projeção Ortogonal

A projeção ortogonal de um vetor 𝑣 na direção de um


vetor não-nulo 𝑢
⃗ é um vetor 𝑎 paralelo ao vetor 𝑢
⃗ , como mostra
a figura 5. Assim: 𝑎 = 𝑝𝑟𝑜𝑗𝑢⃗ 𝑣 = 𝜆𝑢⃗ , com 𝜆 ∈ ℝ. É possível
escrever o parâmetro 𝜆 em função dos vetores 𝑢⃗ e 𝑣 . Para tanto,
⃗ ⃗
deve-se notar que 𝑏 = −𝑎 + 𝑣 e 𝑏 ⊥ 𝑢 ⃗
⃗ ⇔𝑏⋅𝑢 ⃗ = 0.

Figura 5: Projeção de 𝑣 em 𝑢

Assim, (−𝑎 + 𝑣 ) ⋅ 𝑢
⃗ = 0 ⇔ −𝑎 ⋅ 𝑢
⃗ +𝑣⋅𝑢 ⃗)⋅𝑢
⃗ = 0 ⇔ −(𝜆𝑢 ⃗ +𝑣⋅𝑢 ⃗ ‖2 + 𝑢
⃗ = 0 ⇔ −𝜆 ⋅ ‖𝑢 ⃗ ⋅ 𝑣 = 0.

⃗ ⋅𝑣
𝑢 ⃗ ⃗ ⋅𝑣
𝑢 ⃗
Então, 𝜆 = ‖𝑢⃗‖2 e, consequentemente, 𝑎 = 𝑝𝑟𝑜𝑗𝑢⃗ 𝑣 = 𝜆𝑢
⃗ = ‖𝑢⃗‖2 𝑢
⃗.

O vetor projeção ortogonal 𝑎 = 𝑝𝑟𝑜𝑗𝑢⃗ 𝑣 é também denominado componente vetorial de 𝑣 ao longo de 𝑢


⃗,
ao passo que o vetor 𝑏⃗ = 𝑣 − 𝑎 designa a componente vetorial de 𝑣 ortogonal a 𝑢
⃗.

1.4 Exercícios propostos

Esc1. Nos itens a seguir, a notação “⋅” indica o produto escalar. Em cada um deles, existe um erro. Aponte-
os.

⃗ ⋅ (𝑣 ⋅ 𝑤
a) 𝑢 ⃗⃗ ) b) (𝑢
⃗ ⋅ 𝑣) + 𝑤
⃗⃗ c) ‖𝑢
⃗ ⋅ 𝑣‖ d) 𝑘 ⋅ (𝑢
⃗ + 𝑣)

Esc2. Se 𝑣 = 𝑎𝑖 + 𝑏𝑗 + 𝑐𝑘⃗ , prove que 𝑎 = 𝑣 ⋅ 𝑖, 𝑏 = 𝑣 ⋅ 𝑗 e 𝑐 = 𝑣 ⋅ 𝑘⃗ .

Esc3. Sejam 𝑎 = [−2 0 1]𝑇 , 𝑏⃗ = [𝛼 −1 2]𝑇 e 𝑐 = [1 𝛽 𝛾]𝑇 . Calcule os parâmetros 𝛼, 𝛽 e 𝛾


para que os vetores 𝑎, 𝑏⃗ e 𝑐 fiquem dois a dois ortogonais.

Esc4. Os vetores não nulos 𝑢⃗ e 𝑣 são ortogonais e têm normas iguais. O vetor 𝑤
⃗⃗ é combinação linear de
𝑢
⃗ e 𝑣 . Sabendo-se que 𝑤
⃗⃗ ⋅ 𝑢
⃗ =𝑤
⃗⃗ ⋅ 𝑣 e que 𝑤 ⃗
⃗⃗ ≠ 0, obtenha as medidas angulares entre 𝑢
⃗ e𝑤 ⃗⃗ e entre 𝑣 e 𝑤
⃗⃗ .

4
Esc5. Sendo ‖𝑢
⃗ ‖ = 2 e ‖𝑣 ‖ = 3, calcule 𝜃 = ∡(𝑢
⃗ , 𝑣 ) para que tenhamos ‖𝑢
⃗ + 𝑣 ‖ = 2.

Esc6. Sejam 𝑢 ⃗ ≠ 𝑣. Use o produto escalar para provar que:


⃗ ≠0

a) ‖𝑢⃗ + 𝑣 ‖ = ‖𝑢 ⃗ ‖ + ‖𝑣 ‖ se, e somente se, 𝑢⃗ e 𝑣 são paralelos e de mesmo sentido.


b) ‖𝑢⃗ − 𝑣 ‖ = |‖𝑢 ⃗ ‖ − ‖𝑣 ‖| se, e somente se, 𝑢⃗ e 𝑣 são paralelos e de mesmo sentido. Neste caso,
por que empregar |‖𝑢 ⃗ ‖ − ‖𝑣 ‖|?
c) |𝑢
⃗ ⋅ 𝑣 | ≤ ‖𝑢
⃗ ‖ ⋅ ‖𝑣 ‖ (Desigualdade de Schwarz).
d) ⃗ + 𝑣 ≤ ‖𝑢
‖𝑢 ‖ ⃗ ‖ + ‖𝑣⃗⃗⃗ ‖ (Desigualdade de Minkowski).
e) Interprete geometricamente os resultados dos itens 𝑎, 𝑏 e 𝑑.

⃗⃗⃗⃗⃗ ⋅ 𝐷𝐴
Esc7. Seja ABCD um tetraedro regular de aresta unitária. Calcule 𝐴𝐵 ⃗⃗⃗⃗⃗ .

⃗⃗⃗⃗⃗ ⋅ 𝐵𝐶
Esc8. Os lados do triângulo equilátero ABC têm medida 2. Calcule 𝐴𝐵 ⃗⃗⃗⃗⃗ + 𝐵𝐶
⃗⃗⃗⃗⃗ ⋅ 𝐶𝐴
⃗⃗⃗⃗⃗ + 𝐶𝐴
⃗⃗⃗⃗⃗ ⋅ 𝐴𝐵
⃗⃗⃗⃗⃗ .

Esc9. São dados os números reais positivos a e b e o vetor 𝑢


⃗ , de norma a. Dentre os vetores de norma b,
qual é o que torna máximo o produto escalar 𝑢
⃗ ⋅ 𝑣? E mínimo? Quais são esses valores?

⃗ = [𝑎 + 1 3 1 − 𝑎]𝑇 e 𝑣 = [𝑎 − 1 1 − 𝑎
Esc10. Sejam os vetores 𝑢 1]𝑇 , com 𝑎 ∈ ℝ, e seja 𝜃=
⃗ , 𝑣 ). Discuta, em função do parâmetro 𝑎, quando 𝜃 é agudo, reto e obtuso.
∡(𝑢

Esc11. Determine as coordenadas de um vetor 𝑣 tal que:

‖𝑣 ‖ = √3, 𝑣 ⊥ 𝑥 = [1 1 0]𝑇 , 𝑣 ⊥ 𝑦 = [−1 0 1]𝑇 e 𝜃 = ∡(𝑣 , 𝑂𝑦) é obtuso.

⃗ = [1
Esc12. Decompor o vetor 𝑢 0 3]𝑇 como soma dos vetores 𝑣 e 𝑤
⃗⃗ tais que:

𝑆 = {𝑣 , 𝑎 = [1 1 1]𝑇 , 𝑏⃗ = [−1 1 2]𝑇 } é l.d., 𝑤 ⃗⃗ ⊥ 𝑏⃗.


⃗⃗ ⊥ 𝑎 e 𝑤

Esc13. Mostre que se 𝑢 ⃗⃗ são vetores não nulos e ortogonais dois a dois, então 𝑆 = {𝑢
⃗,𝑣e𝑤 ⃗⃗ } é um
⃗ , 𝑣, 𝑤
conjunto l.i..

3 1
Esc14. Sabendo-se que 𝑢
⃗ +𝑣+𝑤 ⃗ , ‖𝑢
⃗⃗ = 0 ⃗ ‖ = 2, ‖𝑣 ‖ = 2 e ‖𝑤
⃗⃗ ‖ = 2, calcule 𝑢
⃗ ⋅𝑣+𝑣⋅𝑤
⃗⃗ + 𝑤
⃗⃗ ⋅ 𝑢
⃗.

1
Esc15. Sejam 𝑢
⃗,𝑣e𝑤
⃗⃗ vetores de norma unitária tais que 𝑢
⃗ ⋅𝑣 =𝑣⋅𝑤
⃗⃗ = 𝑤
⃗⃗ ⋅ 𝑢
⃗ = 2. Verifique se 𝑤
⃗⃗ é
combinação linear de 𝑢
⃗ e 𝑣.

Esc16. Sabendo-se que ‖𝑢


⃗ ‖ = √2, ‖𝑣 ‖ = 3 e 𝜃 = ∡(𝑢⃗ , 𝑣 ) = 45°, calcule o ângulo 𝛼 entre os vetores 𝑝
e 𝑞, onde 𝑝 = 𝑢
⃗ +𝑣 e 𝑞 = 𝑣−𝑢 ⃗ . Faça um esboço representando os vetores 𝑢 ⃗ , 𝑣 , 𝑝 e 𝑞 a partir de uma origem
comum O.

5
Esc17. No trapézio ABCD da figura 6 tem-se:

• ‖𝑢 ⃗ ‖ = 1, ‖𝑣 ‖ = 2√2 e ∡(𝑢 ⃗ , 𝑣 ) = 45°;


• ⃗⃗⃗⃗⃗ = 4 ⋅ 𝑢
𝐴𝐵 ⃗⃗⃗⃗⃗ e 𝐴𝐷
⃗ = 2 ⋅ 𝐷𝐶 ⃗⃗⃗⃗⃗ = 𝑣 ;
• 𝑀 é o ponto médio de 𝐵𝐶.

Pede-se:
Figura 6: Trapézio ABCD

a) Expressar 𝑝 = ⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝐴𝑀 e 𝑞 = ⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝐵𝐷 como combinações lineares de 𝑢 ⃗ e 𝑣.
b) Expressar como combinação linear de 𝑢 ⃗ e 𝑣 a projeção ortogonal 𝑎 de 𝑣 na direção de 𝑝.
c) Mostrar que este trapézio é um trapézio retângulo.

1
Esc18. Seja ABC um triângulo equilátero com lados de comprimento 3𝑙 > 0 e ⃗⃗⃗⃗⃗
𝐴𝑅 = ⃗⃗⃗⃗⃗
𝑆𝐵 = 4 ⃗⃗⃗⃗⃗
𝐴𝐵, como
ilustrado na figura 7.

Pede-se:

⃗⃗⃗⃗⃗ e 𝑠 = 𝐶𝑆
a) Expressar 𝑟 = 𝐶𝑅 ⃗⃗⃗⃗ como
combinações lineares de 𝑢⃗ = ⃗⃗⃗⃗⃗
𝐴𝐵 e
𝑣 = ⃗⃗⃗⃗⃗
𝐴𝐶 ;
b) Expressar ‖𝑟‖ em função de 𝑙;
c) Calcular o ângulo 𝜃 de 𝑟 e 𝑠.

Figura 7: Triângulo equilátero ABC

Esc19. Seja o tetraedro regular


OABC, representado na Figura 8, em que
⃗⃗⃗⃗⃗ , 𝑏⃗ = 𝑂𝐵
𝑎 = 𝑂𝐴 ⃗⃗⃗⃗⃗ e ‖𝑎‖ = ‖𝑏⃗‖ =
⃗⃗⃗⃗⃗ , 𝑐 = 𝑂𝐶
‖𝑐‖ = 1. Os pontos R, S, P e Q são pontos
de trissecção dos lados correspondentes.
Pedem-se os comprimentos de 𝑝 = ⃗⃗⃗⃗⃗
𝑂𝑃 e
⃗⃗⃗⃗⃗ e o ângulo 𝜃 destes vetores.
𝑟 = 𝑂𝑅

Figura 8: Tetraedro OABC

6
Esc20. Na figura os vetores ⃗⃗⃗⃗⃗
𝐴𝑃 = 𝑢⃗⃗⃗⃗1 e ⃗⃗⃗⃗⃗
𝐴𝑄 = 𝑢⃗⃗⃗⃗2 são representados sobre os lados do triângulo equilátero
APQ da figura 9. Pede-se:

a) Construir o paralelogramo ABCD em que 𝑢 ⃗ = ⃗⃗⃗⃗⃗ ⃗⃗⃗⃗1 e 𝑣 = ⃗⃗⃗⃗⃗


𝐴𝐵 = 3𝑢 𝐴𝐷 = 2𝑢
⃗⃗⃗⃗2 .
b) Desenhar no paralelogramo ABCD um representante do vetor 𝑢 ⃗ + 𝑣.
c) Calcular 𝑢 ⃗⃗⃗⃗⃗ , ‖𝐴𝐶
⃗ ⋅ 𝑣 , 𝑣 ⋅ 𝐴𝐶 ⃗⃗⃗⃗⃗ ‖ e 𝜃 = ∡(𝑣 , 𝐴𝐶
⃗⃗⃗⃗⃗ ).

Figura 9: Triângulo APQ

⃗⃗⃗⃗⃗ = [4
Esc21. São dados o ponto 𝑅 = (−1,1, −1) e os vetores 𝑅𝑆 ⃗⃗⃗⃗⃗ = [3
1 −1]𝑇 e 𝑅𝑇 −1 2]𝑇 ,
representados na figura 10. Pede-se:

a) Determinar o vetor ⃗⃗⃗⃗⃗𝑅𝑋, projeção


⃗⃗⃗⃗⃗ .
⃗⃗⃗⃗⃗ na direção de 𝑅𝑆
ortogonal de 𝑅𝑇
b) As coordenadas do ponto 𝑋.
c) As de um vetor ℎ ⃗ que dê a direção da
altura do triângulo RST relativa ao vértice
T.
d) As coordenadas do ponto Y simétrico de
T em relação à reta RS. ⃗⃗⃗⃗⃗ e 𝑅𝑇
Figura 10: Representação de R, 𝑅𝑆 ⃗⃗⃗⃗⃗

Esc22. Sendo ‖𝑏⃗‖ = 2‖𝑎‖ = 2 e 𝑎 ⊥ 𝑏⃗, pede-se:

a) Representar, a partir de uma mesma origem O, os vetores 𝑎, 𝑏⃗, 𝑢


⃗ = 𝑎 + 𝑏⃗ e 𝑣 = 𝑏⃗ − 𝑎.
b) Determinar 𝛼 = ∡(𝑢 ⃗ , 𝑣 ).

Esc23. Usando o produto escalar, prove a “Lei dos Cossenos” para o triângulo qualquer ABC, como
ilustrado na figura 11:
𝑎2 = 𝑏 2 + 𝑐 2 − 2𝑏𝑐 ⋅ cos 𝐴̂.

Sugestão: Faça 𝑏⃗ = 𝐴𝐶 ⃗⃗⃗⃗⃗ ,


⃗⃗⃗⃗⃗ = −𝑐 + 𝑏⃗,
⃗⃗⃗⃗⃗ , 𝑎 = 𝐵𝐶
𝑐 = 𝐴𝐵
𝑎 = ‖𝑎‖, 𝑏 = ‖𝑏⃗‖, 𝑐 = ‖𝑐‖ e
𝑎2 = 𝑎 ⋅ 𝑎.
Figura 11: Exemplos de um triângulo qualquer ABC

Esc24. No triângulo ABC temos ⃗⃗⃗⃗⃗


𝐴𝐵 = 𝑢⃗ = [2 −1 −2]𝑇 e ⃗⃗⃗⃗⃗
𝐴𝐶 = 𝑣 = [3 5 −1]𝑇 . Pede-se:

a) A projeção ortogonal 𝑎 de 𝑣 na direção de 𝑢 ⃗;


⃗⃗⃗⃗𝑐 que dê a direção da altura relativa ao vértice C;
b) Um vetor não nulo 𝐻
c) O comprimento ℎ𝑐 da altura relativa ao vértice C;
d) As coordenadas do vetor ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝐴𝐶′′, em que 𝐶′′ é o ponto simétrico de 𝐶 em relação à reta suporte do
lado 𝐴𝐵.

7
Esc25. O tubo mostrado nafigura12 está
sujeito à força 𝐹 de intensidade 80lb. Determine o
ângulo 𝜃 entre 𝐹 e o segmento 𝐵𝐴 do tubo e os
módulos das componentes de 𝐹 paralela e
perpendicular a 𝐵𝐴.

Figura 12:Tubo sujeito a força 𝐹

Esc26. O cabo BC da figura 13 exerce Esc27. Determine as projeções das forças ⃗⃗⃗
𝐹1
uma força de intensidade 28N sobre o topo do
e ⃗⃗⃗⃗
𝐹2 nas direções dos cabos de suporte AB e AC,
mastro. Determine a projeção desta força ao longo
respectivamente. Situação ilustrada na figura 14.
do eixo z do mastro

Figura 14: Ilustração dos cabos AB e AC


Figura 13: Cabo BC e o mastro AB

⃗⃗⃗⃗⃗ = [2
Esc28. Sabe-se que 𝐴𝐵 𝑇 ⃗⃗⃗⃗⃗
√3 1] e 𝐴𝐶 = [−1 √3 1]𝑇 .

a) Verifique que A, B e C são vértices de um triângulo.


b) Calcule o comprimento da altura relativa ao vértice A e a área do triângulo ABC.

Esc29.
a) Mostre que, se 𝑢 ⃗ é unitário, então 𝑝𝑟𝑜𝑗𝑢⃗ 𝑣 = (𝑣 ⋅ 𝑢
⃗)⋅𝑢
⃗.
b) Seja 𝐵 = {𝑖, 𝑗, 𝑘⃗ } uma base ortonormal. Mostre que todo vetor 𝑢
⃗ é a soma de suas projeções
ortogonais sobre 𝑖, 𝑗 e 𝑘⃗.

8
1.5 Exercícios resolvidos

Esc30. Sendo 𝑎 e 𝑏⃗ dois vetores não nulos, julgue as seguintes sentenças em Verdadeiro ou Falso.

a) Se ∡(𝑎, 𝑏⃗) = 0°, então 𝑎 ⋅ 𝑏⃗ = −‖𝑎‖ ⋅ ‖𝑏⃗‖.


Solução: Falso, porque 𝑎 ⋅ 𝑏⃗ = ‖𝑎‖ ⋅ ‖𝑏⃗‖ ⋅ cos 0° = ‖𝑎‖ ⋅ ‖𝑏⃗‖ ⋅ 1

b) Se 𝑎 ⋅ 𝑏⃗ < 0, então ∡(𝑎, 𝑏⃗) > 90°.


Solução: Verdadeiro, porque o valor do cosseno de um ângulo maior que 90° é negativo.

c) Se 𝑎 ⋅ 𝑏⃗ = 0, então ∡(𝑎, 𝑏⃗) = 180°.


Solução: Falso, quando 𝑎 ⋅ 𝑏⃗ = 0, os vetores são ortogonais, isto é o ângulo entre eles é igual a 90°.

d) Se ∡(𝑎, 𝑏⃗) é obtuso, então 𝑎 ⋅ 𝑏⃗ = 0.


Solução: Falso, quando 𝑎 ⋅ 𝑏⃗ = 0, os vetores são ortogonais, isto é o ângulo entre eles é igual a 90°.
Note que todas as justificativas estão baseadas na fórmula 𝑎 ⋅ 𝑏⃗ = ‖𝑎‖ ⋅ ‖𝑏⃗‖ ⋅ 𝑐𝑜𝑠  , 𝑐𝑜𝑚 ∡(𝑎, 𝑏⃗) =  .

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2 Respostas dos exercícios propostos
Esc1.
⃗ ⋅ (𝑣 ⋅ 𝑤
a) 𝑢 ⃗⃗ ) = 𝑢
⃗ ⋅ 𝑘 ⇒ não se aplica o produto escalar entre um vetor e um escalar 𝑘;
Escalar

b) (𝑢
⃗ ⋅ 𝑣) + 𝑤
⃗⃗ = 𝑘 + 𝑤
⃗⃗ ⇒ não existe as soma entre um escalar 𝑘 e um vetor;
Escalar

c) ‖𝑢
⃗ ⋅ 𝑣 ‖ = ‖𝑘‖ ⇒ o conceito de norma não se aplica a um escalar 𝑘;

d) 𝑘 ⋅ (𝑢
⃗ + 𝑣) = 𝑘 ⋅ 𝑤
⃗⃗ ⇒ não se aplica o produto escalar entre um vetor e um escalar 𝑘.
Vetor

Esc2. Tem-se:
𝑣 ⋅ 𝑖 = (𝑎𝑖 + 𝑏𝑗 + 𝑐𝑘⃗ ) ⋅ 𝑖 = 𝑎(𝑖 ⋅ 𝑖) + 𝑏(𝑖 ⋅ 𝑗) + 𝑐(𝑖 ⋅ 𝑘⃗ ) = 𝑎‖𝑖‖2 = 𝑎
𝑣 ⋅ 𝑖 = (𝑎𝑖 + 𝑏𝑗 + 𝑐𝑘⃗ ) ⋅ 𝑗 = 𝑎(𝑖 ⋅ 𝑗) + 𝑏(𝑗 ⋅ 𝑗) + 𝑐(𝑗 ⋅ 𝑘⃗ ) = 𝑏‖𝑗‖2 = 𝑏
2
𝑣 ⋅ 𝑖 = (𝑎𝑖 + 𝑏𝑗 + 𝑐𝑘⃗ ) ⋅ 𝑗 = 𝑎(𝑖 ⋅ 𝑘⃗ ) + 𝑏(𝑗 ⋅ 𝑘⃗ ) + 𝑐(𝑘⃗ ⋅ 𝑘⃗ ) = 𝑐‖𝑘⃗‖ = 𝑐

⃗ ⋅𝑖
𝑣
Outra solução: 𝑎𝑖 = 𝑝𝑟𝑜𝑗𝑖 𝑣 =
‖𝑖‖2
𝑖 = (𝑣 ⋅ 𝑖) ⋅ 𝑖 ∴ 𝑎 = 𝑣
⃗ ⋅ 𝑖 e assim, analogamente para b e c.

Esc3. 𝛼 = 1, 𝛽 = 5 e 𝛾 = 2. Esc4. 𝜃 = 45° ou 𝜃 = 135°.

3
Esc5. 𝜃 = 𝑎𝑟𝑐𝑐𝑜𝑠 (− ) ≃ 138,6°. Esc7. 𝐴𝐵 ⃗⃗⃗⃗⃗ = − 1.
⃗⃗⃗⃗⃗ ⋅ 𝐷𝐴
4 2

⃗⃗⃗⃗⃗ ⋅ 𝐵𝐶
Esc8. 𝐴𝐵 ⃗⃗⃗⃗⃗ + 𝐵𝐶
⃗⃗⃗⃗⃗ ⋅ 𝐶𝐴
⃗⃗⃗⃗⃗ + 𝐶𝐴
⃗⃗⃗⃗⃗ ⋅ 𝐴𝐵
⃗⃗⃗⃗⃗ = −6.

𝑏 𝑏
Esc9. 𝑣𝑚𝑎𝑥 = 𝑎 𝑢
⃗, 𝑣𝑚𝑖𝑛 = − 𝑎 𝑢
⃗, 𝑢
⃗ ⋅ 𝑣𝑚𝑎𝑥 = 𝑎𝑏 e 𝑢
⃗ ⋅ 𝑣𝑚𝑖𝑛 = −𝑎𝑏.

Esc10. O ângulo 𝜃 é agudo quando 𝑎 < 1 ou 𝑎 > 3;


𝜃 é obtuso quando 1 < 𝑎 < 3 ou;
𝜃 é reto quando 𝑎 = 1 ou 𝑎 = 3.

1 3 𝑇 1 3 𝑇
Esc11. 𝑣 = [1 −1 1]𝑇 Esc12. 𝑣 = [2 2
2] ; 𝑤
⃗⃗ = [2 −2 1] .

13 1
Esc14. 𝑢
⃗ ⋅𝑣+𝑣⋅𝑤
⃗⃗ + 𝑤
⃗⃗ ⋅ 𝑢
⃗ =− 4
. Esc16. 𝛼 = 𝑎𝑟𝑐𝑐𝑜𝑠 ( ) ≅ 40,60°.
√85

1 1
Esc17. 𝑝 = 3𝑢
⃗ + 2𝑣 e 𝑞 = −4𝑢
⃗ + 𝑣, 𝜃 ≃ 121°, 𝑎 = 17 (30𝑢
⃗ + 5𝑣 ).

1 3 3√13
Esc18. 𝑟 = 𝑢
⃗ − 𝑣, 𝑠= 𝑢
⃗ − 𝑣, ‖𝑟‖ = 𝑙, 𝜃 ≃ 32,2°.
4 4 4

√ 7 11
Esc19. ‖𝑝‖ = ‖𝑟‖ = 3 e 𝜃 = 𝑎𝑟𝑐𝑐𝑜𝑠 (14) ≃ 38,21°.

Esc20. a),b) A representação geométrica a seguir soluciona os itens a e b:

10
7
c) 𝑢
⃗ ⋅ 𝑣 = 3; ⃗⃗⃗⃗⃗ = 7; ‖𝐴𝐶
𝑣 ⋅ 𝐴𝐶 ⃗⃗⃗⃗⃗ ‖ = √19 e 𝜃 = 𝑎𝑟𝑐𝑐𝑜𝑠 (2 ) ≅ 36,59°.
√19

Esc21. 1 1 𝑇 3 5 𝑇
c) ⃗⃗⃗⃗⃗
𝑅𝑋 = [2 − 2] ; ⃗ = [1
a) ℎ −2 ] ;
2 2
3 3 b) 𝑌 = (0, 3, −4).
d) 𝑋 = (1, , − );
2 2

Esc22 a) Construção geométrica: b) O ângulo 𝛼 é tal que:

3
𝛼 = 𝑎𝑟𝑐𝑐𝑜𝑠 ( ).
5

Esc23. Adotando os vetores sugeridos no enunciado, tem-se:

2 2
𝑎2 = ‖𝑎‖2 = 𝑎 ⋅ 𝑎 = (−𝑐 + 𝑏⃗) ⋅ (−𝑐 + 𝑏⃗) = ‖𝑐‖2 − 𝑐 ⋅ 𝑏⃗ − 𝑏⃗ ⋅ 𝑐 + ‖𝑏⃗‖ = ‖𝑐‖2 − 2(𝑏⃗ ⋅ 𝑐) + ‖𝑏⃗‖ =
2
= ‖𝑐‖2 − 2 ⋅ ‖𝑏⃗‖ ⋅ ‖𝑐‖ ⋅ cos 𝐴̂ + ‖𝑏⃗‖ ⇒ 𝑎2 = 𝑏 2 + 𝑐 2 − 2𝑎𝑏 cos 𝐴̂.

1 1 1
ℎ𝑐 = [7 16 −1]𝑇 , √34, ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
Esc24. 𝑎 = 3 [2 −1 −2]𝑇 , 𝑏⃗ = 3 [7 16 −1]𝑇 , ⃗⃗⃗⃗ 𝐴𝐶′′ = − 3 [5 17 1]𝑇

7
Esc25. 𝜃 = 𝑎𝑟𝑐𝑐𝑜𝑠 (3 ) 𝐹1 ∥ ⃗⃗⃗⃗⃗
≅ 42,45°; ⃗⃗⃗ 𝐵𝐴 ⇒ ‖𝐹 𝐹2 ⊥ ⃗⃗⃗⃗⃗
⃗⃗⃗1 ‖ ≅ 59 lb; ⃗⃗⃗⃗ ⃗⃗⃗⃗2 ‖ ≅ 54 lb.
𝐵𝐴 ⇒ ‖𝐹
√10

𝐹1 = 𝑝𝑟𝑜𝑗𝑘⃗ 𝐹 = −24𝑘⃗ = [0 0
Esc26. ⃗⃗⃗ −24]𝑇 .

⃗⃗⃗1 = 𝑝𝑟𝑜𝑗⃗⃗⃗⃗⃗ ⃗⃗⃗ 𝑇


e ⃗⃗⃗⃗ ⃗⃗⃗⃗ 𝑇
Esc27. 𝑃 𝐴𝐵 𝐹1 = [−8,79 −26,36 −13,18] ⃗⃗⃗⃗⃗ 𝐹2 = [−7,24 −10,86 8,14] .
𝑃2 = 𝑝𝑟𝑜𝑗𝐴𝐶

Esc28. Altura relativa ao vértice 𝐴 = 2; Área do triângulo 𝐴𝐵𝐶 = 3.

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