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Cálculo vetorial

O cálculo vetorial é útil em mecânica dos fluidos para as operações quem envolvem os conceitos de
aceleração, rotacional. Antes de iniciarmos os cálculos vetoriais serão revistos dois conceitos básicos:
produto escalar entre dois vetores e produto vetorial entre dois vetores.

Produto escalar
Sejam dois vetores: 𝐴⃗ e 𝐵
⃗⃗, com as seguintes componentes.

𝐴⃗ = 𝐴𝑥 𝑖̂ + 𝐴𝑦 𝑗̂ + 𝐴𝑧 𝑘̂ 𝑒 𝐵
⃗⃗ = 𝐵𝑥 𝑖̂ + 𝐵𝑦 𝑗̂ + 𝐵𝑧 𝑘̂

O produto escalar é dado pela seguinte notação: 𝐴⃗ ∙ 𝐵


⃗⃗.
É preciso lembrar que:
𝑖̂ ∙ 𝑖̂ = 𝑗̂ ∙ 𝑗̂ = 𝑘̂ ∙ 𝑘̂ = 1
e
𝑖̂ ∙ 𝑗̂ = 𝑖̂ ∙ 𝑘̂ = 𝑗̂ ∙ 𝑘̂ = 0
e
𝑗̂ ∙ 𝑖̂ = 𝑘̂ ∙ 𝑖̂ = 𝑘̂ ∙ 𝑗̂ = 0

O produto escalar de dois vetores unitários iguais é igual a 1 e o produto escalar de dois vetores
unitários diferentes é igual a 0.
A operação do produto escalar é realizada fazendo-se a distributiva entre o produto de um vetor pelo
outro, mas para facilitar o cálculo operacional, vamos realizar o produto escalar desta maneira:
𝐴⃗ ∙ 𝐵
⃗⃗ = 𝐴𝑥 ∙ 𝐵𝑥 + 𝐴𝑦 ∙ 𝐵𝑦 + 𝐴𝑧 ∙ 𝐵𝑧

Então multiplicamos a mesma componente do vetor 𝐴⃗ pela mesma componente do vetor 𝐵


⃗⃗ e o
resultado será um escalar.

Exemplo 1
Dado dois vetores:
𝐴⃗ = 3𝑖̂ + 2𝑗̂ + 1𝑘̂ 𝑒 𝐵
⃗⃗ = 1𝑖̂ + 4𝑗̂ − 2𝑘̂

Calcule os seguintes produtos escalares: a) 𝐴⃗ ∙ 𝐵 ⃗⃗ ∙ 𝐴⃗.


⃗⃗ e b) 𝐵

Solução
a) 𝐴⃗ ∙ 𝐵
⃗⃗
É só fazermos os produtos das mesmas componentes de cada vetor.
⃗⃗ = (3𝑖̂ + 2𝑗̂ + 1𝑘̂ ) ∙ (1𝑖̂ + 4𝑗̂ − 2𝑘̂ ) = 3 ∙ 1 + 2 ∙ 4 + 1 ∙ (−2) = 3 + 8 − 2 = 9
𝐴⃗ ∙ 𝐵
O produto escalar 𝐴⃗ ∙ 𝐵
⃗⃗ vale 9. O resultado é um escalar.

1
Repare que foi feita esta operação:

⃗⃗ ∙ 𝐴⃗
b) 𝐵
É só fazermos os produtos das mesmas componentes de cada vetor.
⃗⃗ ∙ 𝐴⃗ = (1𝑖̂ + 4𝑗̂ − 2𝑘̂ ) ∙ (3𝑖̂ + 2𝑗̂ + 1𝑘̂ ) = 1 ∙ 3 + 4 ∙ 2 + (−2) ∙ 1 = 3 + 8 − 2 = 9
𝐵
⃗⃗ ∙ 𝐴⃗ vale 9. O resultado é um escalar.
O produto escalar 𝐵
Neste caso, percebe-se que: 𝐴⃗ ∙ 𝐵 ⃗⃗ ∙ 𝐴⃗
⃗⃗ = 𝐵

Produto vetorial
Sejam dois vetores: 𝐴⃗ e 𝐵
⃗⃗, com as seguintes componentes.

𝐴⃗ = 𝐴𝑥 𝑖̂ + 𝐴𝑦 𝑗̂ + 𝐴𝑧 𝑘̂ 𝑒 𝐵
⃗⃗ = 𝐵𝑥 𝑖̂ + 𝐵𝑦 𝑗̂ + 𝐵𝑧 𝑘̂

O produto vetorial é dado pela seguinte notação: 𝐴⃗ × 𝐵


⃗⃗.
É preciso lembrar que:
𝑖̂ × 𝑖̂ = 𝑗̂ × 𝑗̂ = 𝑘̂ × 𝑘̂ = 0
e
𝑖̂ × 𝑗̂ = 𝑘̂ 𝑒 𝑗̂ × 𝑖̂ = −𝑘̂
e
𝑗̂ × 𝑘̂ = 𝑖̂ 𝑒 𝑘̂ × 𝑗̂ = −𝑖̂
e
𝑘̂ × 𝑖̂ = 𝑗̂ 𝑒 𝑖̂ × 𝑘̂ = −𝑗̂

O produto vetorial de dois vetores é a resolução do determinante de uma matriz de ordem 3, sendo
que teremos a seguinte maneira de colocarmos os vetores na matriz:
- na primeira linha colocaremos os vetores unitários: 𝑖̂; 𝑗̂ e 𝑘̂;
- na segunda linha colocaremos as componentes do vetor 𝐴⃗: 𝑎𝑥 ; 𝑎𝑦 e 𝑎𝑧 ;
⃗⃗: 𝑏𝑥 ; 𝑏𝑦 e 𝑏𝑧 .
- na terceira linha colocaremos as componentes do vetor 𝐵

2
O produto vetorial 𝐴⃗ × 𝐵
⃗⃗ é dado por:

𝑖̂ 𝑗̂ 𝑘̂
⃗ ⃗⃗
𝐴 × 𝐵 = |𝐴𝑥 𝐴𝑦 𝐴𝑧 |
𝐵𝑥 𝐵𝑦 𝐵𝑧

Então, agora é só calcularmos o determinante desta matriz e vamos utilizar a regra de Sarrus que
deve ser a mais simples.
A regra de Sarrus acrescenta as duas primeiras colunas ao lado direito da última coluna da matriz. O
produto das três primeiras diagonais da esquerda para a direita será positivo e o produto das três primeiras
diagonais da direita para a esquerda será negativo, conforme o esquema a seguir.

O produto vetorial será dado por:


⃗⃗ = (𝐴𝑦 ∙ 𝐵𝑧 )𝑖̂ + (𝐴𝑧 ∙ 𝐵𝑥 )𝑗̂ + (𝐴𝑥 ∙ 𝐵𝑦 )𝑘̂ − (𝐴𝑥 ∙ 𝐵𝑧 )𝑗̂ − (𝐴𝑧 ∙ 𝐵𝑦 )𝑖̂ − (𝐴𝑦 ∙ 𝐵𝑥 )𝑘̂
𝐴⃗ × 𝐵
Rearranjando os termos em função dos mesmos vetores unitários, teremos:
⃗⃗ = (𝐴𝑦 ∙ 𝐵𝑧 − 𝐴𝑧 ∙ 𝐵𝑦 )𝑖̂ + (𝐴𝑧 ∙ 𝐵𝑥 − 𝐴𝑥 ∙ 𝐵𝑧 )𝑗̂ + (𝐴𝑥 ∙ 𝐵𝑦 − 𝐴𝑦 ∙ 𝐵𝑥 )𝑘̂
𝐴⃗ × 𝐵
Concluindo: o produto vetorial de dois vetores será um vetor.

Exemplo 2
Dado dois vetores:
𝐴⃗ = 3𝑖̂ + 2𝑗̂ + 1𝑘̂ 𝑒 𝐵
⃗⃗ = 1𝑖̂ + 4𝑗̂ − 2𝑘̂

Calcule os seguintes produtos vetoriais: a) 𝐴⃗ × 𝐵 ⃗⃗ × 𝐴⃗.


⃗⃗ e b) 𝐵

Solução
⃗⃗ = (3𝑖̂ + 2𝑗̂ + 1𝑘̂ ) × (1𝑖̂ + 4𝑗̂ − 2𝑘̂ )
a) 𝐴⃗ × 𝐵
𝑖̂ 𝑗̂ 𝑘̂ 𝑖̂ 𝑗̂ 𝑘̂
⃗ ⃗⃗ 𝐴
𝐴×𝐵 =| 𝑥 𝐵𝑦 𝐵𝑧 | = |3 2 1|
𝐵𝑥 𝐵𝑦 𝐵𝑧 1 4 −2

Utilizando a regra de Sarrus, teremos:

3
O produto vetorial 𝐴⃗ × 𝐵
⃗⃗ será dado por:
⃗⃗ = (2 ∙ (−2))𝑖̂ + (1 ∙ 1)𝑗̂ + (3 ∙ 4)𝑘̂ − (3 ∙ (−2))𝑗̂ − (1 ∙ 4)𝑖̂ − (2 ∙ 1)𝑘̂
𝐴⃗ × 𝐵
Rearranjando os termos em função dos mesmos vetores unitários, teremos:
⃗⃗ = (2 ∙ (−2) − 1 ∙ 4)𝑖̂ + (1 ∙ 1 − 3 ∙ (−2))𝑗̂ + (3 ∙ 4 − 2 ∙ 1)𝑘̂
𝐴⃗ × 𝐵
Resolvendo os produtos, teremos:
⃗⃗ = (−4 − 4)𝑖̂ + (1 + 6)𝑗̂ + (12 − 2)𝑘̂
𝐴⃗ × 𝐵
Resolvendo as somas e subtrações, teremos:
⃗⃗ = −8𝑖̂ + 7𝑗̂ + 10𝑘̂
𝐴⃗ × 𝐵
Este último é o resultado do produto vetorial 𝐴⃗ × 𝐵
⃗⃗.

⃗⃗ × 𝐴⃗ = (1𝑖̂ + 4𝑗̂ − 2𝑘̂ ) × (3𝑖̂ + 2𝑗̂ + 1𝑘̂ )


b) 𝐵
⃗⃗ e o segundo vetor é o 𝐴⃗. O produto vetorial ficará:
Percebe-se agora que o primeiro vetor é o 𝐵
𝑖̂ 𝑗̂ 𝑘̂ 𝑖̂ 𝑗̂ 𝑘̂
⃗⃗ × 𝐴⃗ = |𝐵𝑥
𝐵 𝐵𝑦 𝐵𝑧 | = |1 4 −2|
𝐴𝑥 𝐴𝑦 𝐴𝑧 3 2 1

Utilizando a regra de Sarrus, teremos:

⃗⃗ × 𝐴⃗ será dado por:


O produto vetorial 𝐵
⃗⃗ × 𝐴⃗ = (4 ∙ 1)𝑖̂ + ((−2) ∙ 3)𝑗̂ + (1 ∙ 2)𝑘̂ − (1 ∙ 1)𝑗̂ − ((−2) ∙ 2)𝑖̂ − (4 ∙ 3)𝑘̂
𝐵
Rearranjando os termos em função dos mesmos vetores unitários, teremos:
⃗⃗ × 𝐴⃗ = (4 ∙ 1 − (−2) ∙ 2)𝑖̂ + ((−2) ∙ 3 − 1 ∙ 1)𝑗̂ + (1 ∙ 2 − 4 ∙ 3)𝑘̂
𝐵
Resolvendo os produtos, teremos:
⃗⃗ × 𝐴⃗ = (4 + 4)𝑖̂ + (−6 − 1)𝑗̂ + (2 − 12)𝑘̂
𝐵
Resolvendo as somas e subtrações, teremos:
⃗⃗ × 𝐴⃗ = 8𝑖̂ − 7𝑗̂ − 10𝑘̂
𝐵
⃗⃗ × 𝐴⃗.
Este último é o resultado do produto vetorial 𝐵

Duas regras importantes:


Produto escalar: 𝐴⃗ ∙ 𝐵 ⃗⃗ ∙ 𝐴⃗
⃗⃗ = 𝐵

Produto vetorial: 𝐴⃗ × 𝐵 ⃗⃗ × 𝐴⃗
⃗⃗ = − 𝐵

4
Cálculo vetorial envolvendo o operador nabla
Operador nabla em coordenadas cartesianas
O operador nabla é um gradiente na forma de vetor. Um gradiente é uma derivada nas direções
principiais de um determinado sistema de coordenadas.
Para o sistema de coordenadas cartesianas, a derivada acontece nas direções 𝑥, 𝑦 e 𝑧. Para o sistema
de coordenadas cilíndricas, a derivada acontece nas direções 𝑟, 𝜃 e 𝑧.
O operador nabla (∇) em coordenadas cartesianas é dado por:
𝜕 𝜕 𝜕
∇= 𝑖̂ + 𝑗̂ + 𝑘̂
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧
O operador nabla em coordenadas cilíndricas é dado por:
𝜕 1 𝜕 𝜕
∇= 𝑒̂𝑟 + 𝑒̂𝑟 + 𝑒̂𝑧 = 0
𝜕𝑟 𝑟 𝜕𝜃 𝜕𝑧

O operador nabla é um vetor apesar de não ser usado a notação vetorial.


As quatro operações com o operador nabla são: gradiente, laplaciano, divergente e rotacional. A
priori trabalhar-se-á com dois tipos funções: a função escalar (𝜙) e a função vetorial (𝐴⃗). O quadro a seguir
mostra a função utilizada pela operação do operador nabla, que será chamada de entrada e o resultado que
será a saída.

Operação Entrada Saída


Gradiente Escalar Vetor
Divergente Vetor Escalar
Laplaciano Escalar Escalar
Rotacional Vetor Vetor

Antes da descrição de cada operação, serão especificadas as duas funções, sendo que será estudado
o caso de coordenadas cartesianas.
A função escalar é dada por: 𝜙 = 𝜙(𝑥, 𝑦, 𝑧).
A função vetorial é dada por: 𝐴⃗ = 𝐴𝑥 𝑖̂ + 𝐴𝑦 𝑗̂ + 𝐴𝑧 𝑘̂ , sendo que cada componente é função de 𝑥, 𝑦 e
𝑧, ou seja:
𝐴𝑥 = 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝐴𝑦 = 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) 𝐴𝑧 = 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧)

Gradiente
O gradiente utiliza um escalar em sua operação e a o resultado é um vetor. O gradiente de uma
função escalar é a derivada desta função em cada uma das direções dos eixos de coordenadas, que neste
caso serão os eixos cartesianos. O gradiente de uma função escalar (∇𝜙) é dado por:
𝜕𝜙 𝜕𝜙 𝜕𝜙
∇𝜙 = 𝑖̂ + 𝑗̂ + 𝑘̂
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧

5
Divergente
O divergente utiliza um vetor em sua operação e a o resultado é um escalar. A operação é o produto
escalar do operador nabla (∇) pelo vetor (𝐴⃗), sendo dada por:

𝜕𝐴𝑥 𝜕𝐴𝑦 𝜕𝐴𝑧


𝑑𝑖𝑣 𝐴⃗ = ∇ ∙ 𝐴⃗ = + +
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧

Laplaciano
O laplaciano utiliza um escalar em sua operação e a o resultado é um escalar. O laplaciano de uma
função escalar é a derivada segunda desta função em cada uma das direções dos eixos de coordenadas, que
neste caso serão os eixos cartesianos. O laplaciano de uma função escalar (∇2 𝜙) é dado por:
𝜕2𝜙 𝜕2𝜙 𝜕2𝜙
∇2 𝜙 = + +
𝜕𝑥 2 𝜕𝑦 2 𝜕𝑧 2
O laplaciano também pode ser considerado o divergente do gradiente de uma determinada função
escalar, o que resultará em:
∇2 𝜙 = ∇ ∙ (∇𝜙)

Desenvolvendo o produto escalar, tem-se:


𝜕 𝜕 𝜕 𝜕𝜙 𝜕𝜙 𝜕𝜙
∇ ∙ (∇𝜙) = ( 𝑖̂ + 𝑗̂ + 𝑘̂ ) ∙ ( 𝑖̂ + 𝑗̂ + 𝑘̂ )
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧
Neste caso será feito o produto entre os fatores de mesmo vetor unitário, ou seja:
𝜕 𝜕𝜙 𝜕 𝜕𝜙 𝜕 𝜕𝜙
∇ ∙ (∇𝜙) = ( 𝑖̂) ∙ ( 𝑖̂) + ( 𝑗̂) ∙ ( 𝑗̂) + ( 𝑘̂ ) ∙ ( 𝑘̂ )
𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑧
Sabe-se que: 𝑖̂ ∙ 𝑖̂ = 𝑗̂ ∙ 𝑗̂ = 𝑘̂ ∙ 𝑘̂ = 1
O resultado será:
𝜕 𝜕𝜙 𝜕 𝜕𝜙 𝜕 𝜕𝜙
∇ ∙ (∇𝜙) = ( )+ ( )+ ( )
𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑧
O que resulta em:
𝜕2𝜙 𝜕2𝜙 𝜕2𝜙
∇ ∙ (∇𝜙) = ∇2 𝜙 = + +
𝜕𝑥 2 𝜕𝑦 2 𝜕𝑧 2

Rotacional
O rotacional utiliza um vetor em sua operação e a o resultado é um vetor. O rotacional de uma função
vetorial é o produto vetorial do operador nabla pela função vetorial. O rotacional de uma função vetorial
(∇ × 𝐴⃗ = 𝑟𝑜𝑡 𝐴⃗) é dado por:
𝑖̂ 𝑗̂ 𝑘̂
𝜕 𝜕 𝜕
∇ × 𝐴⃗ = 𝑟𝑜𝑡 𝐴⃗ = || ||
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧
𝐴𝑥 𝐴𝑦 𝐴𝑧

6
O rotacional será o determinante desta matriz 3×3, sendo que:
- na primeira linha estarão os vetores unitários;
- na segunda linha estarão as componentes do operador nabla;
- na terceira linha estarão as componentes da função vetorial.

Resolvendo o determinante da matriz, tem-se:


𝜕𝐴𝑧 𝜕𝐴𝑦 𝜕𝐴𝑥 𝜕𝐴𝑧 𝜕𝐴𝑦 𝜕𝐴𝑥
∇ × 𝐴⃗ = 𝑟𝑜𝑡 𝐴⃗ = ( − ) 𝑖̂ + ( − ) 𝑗̂ + ( − ) 𝑘̂
𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑧 𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑦

Resumo dos operadores vetoriais


𝜕𝜙 𝜕𝜙 𝜕𝜙
Gradiente ∇𝜙 = 𝑖̂ + 𝑗̂ + 𝑘̂
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧

𝜕𝐴𝑥 𝜕𝐴𝑦 𝜕𝐴𝑧


Divergente 𝑑𝑖𝑣 𝐴⃗ = ∇ ∙ 𝐴⃗ = + +
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧
𝜕2𝜙 𝜕2𝜙 𝜕2𝜙
Laplaciano ∇ ∙ (∇𝜙) = ∇2 𝜙 = + +
𝜕𝑥 2 𝜕𝑦 2 𝜕𝑧 2
Rotacional
𝜕𝐴𝑧 𝜕𝐴𝑦 𝜕𝐴𝑥 𝜕𝐴𝑧 𝜕𝐴𝑦 𝜕𝐴𝑥
∇ × 𝐴⃗ = 𝑟𝑜𝑡 𝐴⃗ = ( − ) 𝑖̂ + ( − ) 𝑗̂ + ( − ) 𝑘̂
𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑧 𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑦

Exemplo 3
Dada a seguinte função escalar:
𝑥2
𝜙= − 0,8𝑧 3
2𝑦
a) Determine o gradiente da função dada.
b) Calcule o laplaciano da função dada.

Solução
a) Determine o gradiente da função dada.
O gradiente de uma função escalar é dado por:
𝜕𝜙 𝜕𝜙 𝜕𝜙
∇𝜙 = 𝑖̂ + 𝑗̂ + 𝑘̂
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧

Vamos calcular a derivada da função em cada direção.


𝜕𝜙 𝑥 𝜕𝜙 𝑥2 𝜕𝜙
= ; = − 2; = 2,4𝑧 2
𝜕𝑥 𝑦 𝜕𝑦 2𝑦 𝜕𝑧

7
Substituindo as derivadas na fórmula do gradiente, teremos:
𝑥 𝑥2
∇𝜙 = 𝑖̂ − 2 𝑗̂ + 2,4𝑧 2 𝑘̂
𝑦 2𝑦
b) Calcule o laplaciano da função dada.
A fórmula do laplaciano é dada por:
𝜕2𝜙 𝜕2𝜙 𝜕2𝜙
∇2 𝜙 = + +
𝜕𝑥 2 𝜕𝑦 2 𝜕𝑧 2
Agora é só fazer a segunda derivada e podemos aproveitar e derivar a derivada do item “a”.
As derivadas primeiras são:
𝜕𝜙 𝑥 𝜕𝜙 𝑥2 𝜕𝜙
= ; = − 2; = 2,4𝑧 2
𝜕𝑥 𝑦 𝜕𝑦 2𝑦 𝜕𝑧
As derivadas segundas serão:
𝜕2𝜙 1 𝜕2𝜙 𝑥 2 𝜕2𝜙
= ; = ; = 4,8𝑧
𝜕𝑥 2 𝑦 𝜕𝑦 2 𝑦 3 𝜕𝑧 2
Substituindo estes valores no laplaciano, teremos:
1 𝑥2
∇2 𝜙 = + + 4,8𝑧
𝑦 𝑦3

Exemplo 4
Dada a seguinte função vetorial:
𝐴⃗ = 𝑥 2 𝑦𝑧𝑖̂ + 2𝑥𝑧𝑗̂ + 𝑧 2 𝑘̂
a) Determine o divergente da função dada.
b) Calcule o rotacional da função dada.

Solução
a) Determine o divergente da função dada.
A fórmula do divergente é:
𝜕𝐴𝑥 𝜕𝐴𝑦 𝜕𝐴𝑧
∇ ∙ 𝐴⃗ = + +
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧
Então vamos fazer as derivadas de cada componente do vetor.

𝜕𝐴𝑥 𝜕𝐴𝑦 𝜕𝐴𝑧


𝐴𝑥 = 𝑥 2 𝑦𝑧 → = 2𝑥𝑦𝑧 𝐴𝑦 = 2𝑥𝑧 → =0 𝐴𝑧 = 𝑧 2 → = 2𝑧
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧

Substituindo as derivadas na fórmula do divergente, teremos:


∇ ∙ 𝐴⃗ = 2𝑥𝑦𝑧 + 0 + 2𝑧 = 2𝑧(𝑥𝑦 + 1)

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b) Calcule o rotacional da função dada.
O rotacional é dado pela seguinte fórmula já pronta.
𝜕𝐴𝑧 𝜕𝐴𝑦 𝜕𝐴𝑥 𝜕𝐴𝑧 𝜕𝐴𝑦 𝜕𝐴𝑥
∇ × 𝐴⃗ = ( − ) 𝑖̂ + ( − ) 𝑗̂ + ( − ) 𝑘̂
𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑧 𝜕𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑦

Sabemos que:

𝐴𝑥 = 𝑥 2 𝑦𝑧 𝐴𝑦 = 2𝑥𝑧 𝐴𝑧 = 𝑧 2

Então vamos calcular as seis derivadas da fórmula.

𝜕𝐴𝑥 𝜕𝐴𝑦 𝜕𝐴𝑧


= 𝑥2𝑧 = 2𝑧 =0
𝜕𝑦 𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝜕𝐴𝑥 𝜕𝐴𝑦 𝜕𝐴𝑧
= 𝑥2𝑦 = 2𝑥 =0
𝜕𝑧 𝜕𝑧 𝜕𝑦

Substituindo na fórmula do rotacional, teremos:


∇ × 𝐴⃗ = (0 − 2𝑥)𝑖̂ + (𝑥 2 𝑦 − 0)𝑖̂ + (2𝑧 − 𝑥 2 𝑧)𝑘̂
Simplificando, teremos:
∇ × 𝐴⃗ = −2𝑥𝑖̂ + 𝑥 2 𝑦𝑗̂ + 𝑧(2 − 𝑥 2 )𝑘̂

Exemplo 5
Seja a seguinte função escalar: 𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥 2 + 2𝑦 2 .
a) Calcule o gradiente desta função.
b) Determine as curvas de nível para 𝑓 = 4 e 𝑓 = 9 e faça os gráficos das duas funções
conjuntamente.
c) Para a curva com 𝑓 = 4, determine o gradiente para 𝑥 = 0,0; 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0.

a) Calcule o gradiente desta função.


O gradiente da função é dado por:
𝜕𝑓 𝜕𝑓
∇𝑓 = 𝑖̂ + 𝑗̂
𝜕𝑥 𝜕𝑦
Note que agora temos somente duas variáveis independentes: 𝑥 e 𝑦.

Vamos calcular a derivada da função em cada direção.

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𝜕𝑓 𝜕𝑓
= 2𝑥; = 4𝑦
𝜕𝑥 𝜕𝑦

Substituindo as derivadas na fórmula do gradiente, teremos:


∇𝑓 = 2𝑥𝑖̂ + 4𝑦𝑗̂

b) Determine as curvas de nível para 𝑓 = 4 e 𝑓 = 9 e faça os gráficos das duas funções


conjuntamente.
A curva de nível para 𝑓 = 4 é dada por:

4 − 𝑥2
𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥 2 + 2𝑦 2 → 4 = 𝑥 2 + 2𝑦 2 → 𝑦 = ±√
2
A curva de nível para 𝑓 = 9 é dada por:

9 − 𝑥2
𝑓(𝑥, 𝑦) = 𝑥 2 + 2𝑦 2 → 9 = 𝑥 2 + 2𝑦 2 → 𝑦 = ±√
2
Fazendo o gráfico das duas curvas, teremos:
2,5
2 9 − 𝑥2
𝑦 = ±√
2
1,5
1
0,5 4 − 𝑥2
𝑦 = ±√
2
0
-3,5 -2,5 -1,5 -0,5 0,5 1,5 2,5 3,5
-0,5
-1
-1,5
-2
-2,5

c) Para a curva com 𝑓 = 4, determine o gradiente para 𝑥 = 0,0; 0,5; 1,0; 1,5 e 2,0.
A função para esta situação é dada por:

4 − 𝑥2
𝑦 = ±√
2

O gradiente da função é dado por:


∇𝑓 = 2𝑥𝑖̂ + 4𝑦𝑗̂

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Substituindo os valores de 𝑥 na função teremos valores positivos e negativos de 𝑦, então:
Função Gradiente Vetor Gradiente
x y x y
0,0 1,414 0,0 5,656 ∇𝑓 = 0𝑖̂ + 5,656𝑗̂
0,5 1,369 1,0 5,476 ∇𝑓 = 1,0𝑖̂ + 5,476𝑗̂
1,0 1,225 2,0 4,9 ∇𝑓 = 2,0𝑖̂ + 4,9𝑗̂
1,5 0,935 3,0 3,74 ∇𝑓 = 3,0𝑖̂ + 3,74𝑗̂
2,0 0,0 4,0 0,0 ∇𝑓 = 4,0𝑖̂ + 0𝑗̂
0,0 -1,414 0,0 -5,656 ∇𝑓 = 0𝑖̂ − 5,656𝑗̂
0,5 -1,369 1,0 -5,476 ∇𝑓 = 1,0𝑖̂ − 5,476𝑗̂
1,0 -1,225 2,0 -4,9 ∇𝑓 = 2,0𝑖̂ − 4,9𝑗̂
1,5 -0,935 3,0 -3,74 ∇𝑓 = 3,0𝑖̂ − 3,74𝑗̂

Os gradientes são normais (perpendiculares) às curvas da função, conforme a figura a seguir.

Os gradientes, que são vetores, foram colocados em um gráfico para se perceber que eles são
perpendiculares à curva. Note que só foram feitos os gradientes para 𝑥 positivo, mas existem os vetores
gradientes do lado do 𝑥 negativo de forma simétrica.

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O gráfico a seguir mostra a curva de nível com os gradientes do lado do eixo positivo e do lado do
eixo negativo das abscissas. Note que foram feitos alguns gradientes, mas existe um número infinito de
gradientes ao longo da curva. A curva é a elipse e os gradientes estão representados por setas.

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