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2020
Sumário
Sumário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
2 MÉTODOS NUMÉRICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.1 Métodos Numéricos para solução de sistemas lineares . . . . . . 19
2.1.1 Regra de Cramer . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.1.2 Eliminação Gaussiana ou Gauss-Jordan . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.1.3 Decomposição LU . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.2 Métodos para solução de equações ou sistemas de equações
não lineares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.3 Métodos de Interpolação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.3.1 Interpolação Polinomial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.3.2 Interpolação por polinômio de Lagrange . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.4 Métodos de Integração Numérica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
2.4.1 Regra do Trapézio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
2.4.2 Regras de Simpson . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
2.5 Métodos Numéricos para solução de problemas de valor inicial . 30
2.5.1 Métodos de Passo Simples . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
2.5.2 Métodos Multi-passo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
2.6 Métodos de Otimização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
2.6.1 Steepest-Descent . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
2.6.2 Gradiente Conjugado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
2.7 Métodos de Otimização Estocásticos . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
2.7.1 Otimização por enxame de partículas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
2.7.2 Otimização por Random Restricted Window (R2W) . . . . . . . . . . . 37
2.8 Referências deste Capítulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
II ANÁLISE CINEMÁTICA 39
4 ANÁLISE CINEMÁTICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
4.1 Cinemática de ponto no plano utilizando um referencial móvel
auxiliar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
4.2 Velocidade e aceleração de um ponto fixo em relação à um
referencial móvel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
4.3 Velocidade e aceleração de um ponto móvel em relação à um
referencial móvel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
4.4 Exercícios recomendados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
4.5 Referências deste Cepítulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 481
Parte I
• Partículas
São corpos sem dimensões, logo são considerados como pontos com massa, velocidade e
aceleração.
Definida no espaço por 3 coordenadas, tendo sua dinâmica definida pelas 3 Leis de
Newton.
Como não possui dimensões, não possui rotação própria, porém podem possuir acelera-
ção e velocidade angular ao descrever trajetórias não retilíneas.
• Corpos rígidos
• Sistema de Referência
Conjunto de coordenadas retangulares, cilíndricas ou esféricas que auxiliam no mapea-
mento da dinâmica de um sistema. Em geral, para cada corpo 1 sistema de referência é
fixado em um dos seus pontos notáveis.
Um sistema é dito inercial se o mesmo for estacionário ou transladar com velocidade
constante. Como um sistema de referência fica, normalmente, acoplado à um ponto de
um corpo, ele translada e rotaciona junto com o mesmo.
Em geral, serão utilizados sistemas de referência cartesianos, ou seja, com base definida
por 3 vetores ortogonais entre si.
• Pontos notáveis
São pontos que apresentam propriedades que, de alguma forma, facilitam a construção
das análises cinemáticas e dinâmicas ao se considerar a geometria do corpo em questão e
a sua distribuição de massa. Esses pontos em geral estão associados à eixos de simetria
ou centro de gravidade.
• Translação
Um movimento é uma translação se a trajetória descrita por linhas paralelas, podendo ser
linhas retas ou curvas.
• Rotação
Em um movimento de rotação de um corpo rígido, as linhas descritas pelos pontos do
corpo são círculos centrados no eixo de rotação do corpo, cruzando as linhas descritas
por outros pontos.
1.3 Vetores
Um vetor que liga a origem do sistema de referência R ao ponto A é descrito como:
R
a x
R R
A = ay (1.1)
R
az
As operações de soma e subtração de vetores são feitas elemento a elemento, bem como a
multiplicação por escalar, onde todas as entradas do vetor são multiplicadas pelo escalar.
O vetor que liga o ponto A ao ponto B, descrito no sistema de referência R:
R R
b x − ax
R R R R
A rB = B − A = by −R ay (1.2)
R
bz −R az
A norma, propriedade de um vetor normalmente associada ao seu tamanho, pode ser medida
através de várias definições. A norma mais comumente utilizada na cinemática e dinâmica é a
norma euclidiana, definida como:
q
k~rk = rx2 + ry2 + rz2 (1.3)
A norma é uma propriedade que não se altera com a mudança do sistema de referência, pois
está associada à uma característica "física"do vetor.
Um vetor é dito unitário se a sua norma é igual a 1, logo para descobrir o vetor unitário
associado à direção de um vetor qualquer, basta multiplicá-lo pelo inverso da sua norma.
~r
~u = (1.4)
k~rk
Aos vetores estão associados dois operadores: produto escalar e produto vetorial.
Também pode-se associar o produto escalar com as normas de dois vetores e o ângulo entre
eles:
Com isso, pode-se afirmar que caso os vetores sejam perpendiculares, seu produto escalar
será nulo.
π
{r}T {s} = 0 ↔ α = (1.8)
2
Com a forma de se calcular o produto escalar como um produto entre um vetor linha e um
vetor coluna, pode-se facilmente implementá-lo computacionalmente.
A implementação pode ser feita com o auxílio de funções geradas pelo próprio usuário,
porém, posteriormente será descrita uma forma alternativa para representar o produto vetorial
que o torna mais fácil de implementar computacionalmente.
1.4 Matrizes
Conforme dito anteriormente, matrizes são um grupamento de elementos ordenados de
forma retangular ou quadrada que pode relacionam, de forma geral, o efeito no vetor de saída
com base na direção da entrada. Isso pode ser visto nas matrizes de rigidez, onde se relaciona
a deformação em uma direção com a gerada nas outras direções, ou a matriz de momentos
de inércia que relaciona o efeito gerado por um torque com as acelerações angulares nas três
direções.
Uma matriz é simétrica se:
[M ] = [M ]T (1.13)
e antissimétrica se:
[M ] = −[M ]T (1.14)
Caso a matriz M seja quadrada ela sempre pode ser expressa como a soma de uma matriz
simétrica e uma antissimétrica dadas por:
[M ] + [M ]T
[M ]s = (1.15)
2
[M ] − [M ]T
[M ]a = (1.16)
2
A matriz inversa de M , sendo M quadrada, é tal que:
~a × ~b = [ã]~b (1.19)
Propriedades do operador til:
ã = −ã (1.20)
αã = (αa)
˜ (1.21)
ãb = −b̃a (1.22)
ãa = aT ã = 0 (1.23)
ãb̃ = baT − aT bI (1.24)
˜ = baT − abT
(ãb) = ãb̃ − b̃ã (1.25)
˜ b = ã + b̃
a+ (1.26)
d ˙ + ãb
(ãb) = ãb (1.27)
dt
ã˙ = ȧ
˜ (1.28)
0 −sz sy
[R s̃] = sz 0 −sx (1.29)
−sy sx 0
−s2y − s2z sx sy sx sz
R 2
s̃ = sx sy −s2x − s2z sy sz (1.30)
2 2
sx sz sy sz −sx − sy
R 3
s̃ = −R~sT R~s[R s̃] (1.31)
R 4 R T R R 2
s̃ = ~s ~s s̃ (1.32)
R 4 2
s̃ = R~sT R~s R s̃ (1.33)
Com o auxílio desse operador pode-se transformar o produto vetorial em um produto matriz
por vetor o que torna sua implementação computacional muito mais fácil e prática.
O capítulo tem como objetivo reapresentar os principais métodos que serão utilizados nos
capítulo posteriores, sendo de grande importância que se tenha os mesmos implementados e
seus algoritmos compreendidos. Para auxiliar, os códigos de todos os métodos expostos estarão
disponíveis no código QR ao final do capítulo.
Como referências bibliográficas recomenda-se o livro (Dieguez 2005) para os métodos
numéricos, os livros (Luenberger e Ye 2008) e (Nocedal e Wright 2006) para os métodos de
otimização determinísticos e para os métodos estocásticos recomenda-se a busca por artigos
devido a falta de um livro que reuna os mesmos.
det(Ai )
xi = (2.1)
det(A)
onde Ai é a matriz A onde a i-ésima coluna foi substituída pelo vetor b.
A única restrição para a implementação desse método é a matriz A ser não singular, que é a
condição para a existência e unicidade da solução.
Assim, a solução do sistema tem como base um loop iterativo e uma função para o cálculo de
determinantes, tornando fácil de se implementar no MATLAB, de acordo com o código abaixo:
nl = length(b)
for i=1:1:nl
Ai=A;
Ai(:,i)=b;
x(i)=det(Ai)/det(A);
end
Exemplo 2.1 Considere o sistema dado por:
0 1 1 x1
2
2 2 −1 x2 = 3 (2.2)
4 0 −1 x3 4
2 1 1
−13
A1 = 3 2 −1 → det(A1 ) = −13 → x1 = = 1, 3 (2.3)
−10
4 0 −1
0 2 1
−8
A2 = 2 3 −1 → det(A2 ) = −8 → x1 = = 0, 8 (2.4)
−10
4 4 −1
0 1 2
−12
A3 = 2 2 3 → det(A1 ) = −12 → x1 = = 1, 2 (2.5)
−10
4 0 4
Ax = b → Ix = b‘ (2.6)
Esse método consiste então em se eliminar todos os elementos fora da diagonal principal,
sendo a forma mais conveniente de ser implementada, ir se fazendo da primeira para a última
linha. Todas as mudanças feitas na matriz A também são aplicadas no vetor b, gerando o vetor
b‘.
O algoritmo para esse método está exposto em (Dieguez 2005).
Exemplo 2.2
0 1 1 x1 2 0 1 1 2
2 2 −1 x2 = 3 → 2 2 −1 3 (2.7)
4 0 −1 x3 4 4 0 −1 4
Operações:
L1
• L1 = a11
• L2 = L2 − L1 a21
• L3 = L3 − L1 a31
1 0 −0.25 1
0 2 −0.5 1 (2.8)
0 1 1 2
Operações:
• L1 = L1 − L2 a12
L2
• L2 = a22
• L3 = L3 − L2 a32
1 0 −0.25 1
0 1 −0.25 0.5 (2.9)
0 0 1.25 1.5
Operações:
• L1 = L1 − L3 a13
• L2 = L2 − L3 a23
L3
• L3 = a33
1 0 0 1.3
0 1 0 0.8 (2.10)
0 0 1 1.2
Logo a solução do sistema é x1 = 1.3, x2 = 0.8 e x3 = 1.2
Ax = b → LU x = b (2.11)
Lx0 = b (2.12)
é um sistema triangular que pode ser simplesmente da primeira para a última equação simples-
mente por substituição. Conhecido o valor de x0 , resolve-se da mesma forma, só que de baixo
para cima, o sistema:
U x = x0 (2.13)
Sendo x a solução do sistema.
O algoritmo para esse método está disponível em (Dieguez 2005).
No MATLAB, basta utilizar o comando lu, para obter as matrizes e resolver o sistema por
retrosubstituição.
Exemplo 2.3
0 1 1
x 1
2
2 2 −1 x2 = 3 (2.14)
4 0 −1 x3 4
0 0.5 1
L = 0.5 1 0 (2.15)
1 0 0
4 0 −1
U = 0 2 −0, 5 (2.16)
0 0 1, 25
Logo:
4
0 −1
x =L b= 1 (2.17)
1, 5
Portanto:
1, 3
x = U −1 x0 = 0, 8 (2.18)
1, 2
2.2 Métodos para solução de equações ou sistemas de
equações não lineares
O método que será utilizado para resolver sistemas ou equações não lineares será o métodos
de Newton-Raphson.
Esse algoritmo se baseia na expansão por Série de Taylor truncada no termo de primeira
ordem para um sistema de equações não lineares definido pela função f (x) = 0. A equação
que define o método é a seguinte:
∂f (xi )
∆x = −f (xi ) (2.19)
∂x
onde
∆x = xi+1 − xi (2.20)
x1 + x 2 + x3 − 2 = 0 (2.21)
x1 x2 + x 1 x3 + x2 x3 + 3 = 0 (2.22)
x1 x2 x3 + 4 = 0 (2.23)
x2 x3 x1 x3 x2 x1 ∆x3
−1 0 0 ∆x3 −4
−3 −1 −2
A próxima iteração será:
1 1 1 ∆x1 0
−2 1 5 ∆x2 = − 8 (2.27)
−3 −12 4 ∆x3 8
−1.58
A próxima iteração será:
1 1 1 ∆x1 0
−0.58 1 3.58 ∆x2 = − 0 (2.31)
2x2 cos 5x
xi+1 = xi − (2.35)
4x cos 5x − 10x2 sin 5x
Tendo como uma estimativa inicial da solução x = 1 e tolerância de erro de 10−5 , os valores
obtidos são:
i xi f(xi )
1 1 0, 567324
2 0, 947097 0, 041431
3 0, 942521 0, 003892
4 0,942477 0, 000000
O ponto fraco deste algoritmo são os pontos de inflexão, onde o gradiente ou a derivada da
função se anula, o que faz com que a equação iterativa do método não possa ser utilizada. Esses
pontos podem ser evitados com a escolha adequada da estimativa inicial da solução.
• Os métodos de ajuste fornecem uma função que se aproxima o máximo possível de todos
os pontos, minimizando o quadrado da soma dos erros, gerando um comportamento mais
próximo para os pontos intermediários nos casos onde a não se tem nenhuma noção do
comportamento da função, enquanto que os métodos de interpolação podem apresentar
grandes desvios devido ao tipo de função que se utilize para interpolar.
x − xj
Lk (x) = Πnj=0,j6=k (2.40)
xk − x j
Exemplo 2.5 Considere o conjunto de dados abaixo: Logo:
i xi f(xi )
1 −1 4
2 0 1
3 2 −1
x−0 x−2 x2 − 2x
L0 = = (2.41)
−1 − 0 −1 − 2 3
2
x+1x−2 x −x−2
L1 = = (2.42)
0+10−2 −2
x+1x−0 x2 + x
L2 = = (2.43)
2+12−0 6
Portanto: 2
x2 − x − 2 x2 + x
x − 2x
p(x) = 4 + − (2.44)
3 −2 6
2.4 Métodos de Integração Numérica
Conforme foi dito anteriormente, o foco deste trabalho não é demonstrar e nem expor todos
os métodos existente, somente relembrar as técnicas mais simples e aplicáveis na grande maioria
dos casos. Assim, serão expostas as técnicas de integração baseadas em interpolação polinomial
com passo constante, conhecidadas como as Fórmulas de Newton-Cotes.
b
(b − a)(f (b) + f (a))
Z
I= f (x)dx = (2.45)
a 2
Com essa fórmula se está dividindo o domínio de integração em um único trapézio. Caso
se queira dividir o intervalo em partições menores para minimizar o erro de integração, pode-se
utilizar a seguinte fórmula:
n−1
!
Z b
∆x X
I= f (x)dx = f (b) + f (a) + 2 f (a + k∆x) (2.46)
a 2 k=1
onde
b−a
∆x = (2.47)
n
sendo n o número de intervalos em que se deseja particionar o domínio.
s∆x = x − x0 (2.49)
Essa mudança representa qualquer ponto no interior do domínior de integração, com 0 ≥
s ≥ 2. Utlizando uma interpolação com polinômio de Lagrange, temos que:
(x − x1 )(x − x2 ) (s − 1)(s − 2) s2 − 3s + 2
L0 = = = (2.50)
(x0 − x1 )(x0 − x2 ) (0 − 1)(0 − 2) 2
(x − x0 )(x − x2 ) (s − 0)(s − 2) s2 − 2s
L1 = = = (2.51)
(x1 − x0 )(x1 − x2 ) (1 − 0)(1 − 2) −1
(x − x0 )(x − x1 ) (s − 0)(s − 1) s2 − s
L2 = = = (2.52)
(x2 − x0 )(x2 − x1 ) (2 − 0)(2 − 1) 2
2 2 2
s − 3s + 2 s − 2s s −s
p2 (s) = f (x0 ) + f (x1 ) + f (x2 ) (2.53)
2 −1 2
Logo:
x2 2 2
s2 − 3s + 2 s2 − 2s s2 − s
Z Z Z
I= f (x)dx ≈ p2 (s)ds = f (x0 ) +f (x1 ) +f (x2 ) ds
x0 0 0 2 −1 2
(2.54)
2 2 2
s2 − 3s + 2 s2 − 2s s2 − s
Z Z Z
I ≈ f (x0 ) ds + f (x1 ) ds + f (x2 ) ds (2.55)
0 2 0 −1 0 2
∆x
I≈
(f (x0 ) + 4f (x1 ) + f (x2 )) (2.56)
3
2. Polinômio de 3o grau ou regra do 3/8 de Simpson
Repetindo o mesmo processo para um polinômio do 3o grau, realizando a mesma mu-
dança de variável, são gerados os seguintes resultados:
3∆x
I≈ (f (x0 ) + 3f (x1 ) + 3f (x2 ) + f (x3 )) (2.62)
8
2.5 Métodos Numéricos para solução de problemas de
valor inicial
Os métodos de solução de EDO numericamente se dividem em métodos de passo simples e
métodos multipasso e métodos implícitos e métodos explícitos.
Os métodos de passo simples utilizam somente o valor da função a ser conhecida um passo
a frente, já os multipassos utilizam mais valores conhecidos para mais pontos para estimar
o próximo. Os métodos explícitos utilizam somente valores já conhecidos, já os métodos
implícitos, aproximam de alguma forma o valor no próximo ponto e combinados com os valores
já conhecidos, é calculado o valor no ponto futuro.
1. Método de Euler
Como problemas esse método apresenta baixa precisão, devendo-se buscar a utilização
de pequenos valores de h, o que porém leva ao acúmulo de erros numéricos, desviando a
solução obtida da real.
2. Métodos de Runge-Kutta
n
X
yi+1 = yi + ai ki (2.64)
i=1
Não exigindo o cálculo de derivadas de ordem superior, tendo como ônus a necessidade
de se calcular a função f em vários pontos. O valor de n indica a ordem do método.
1a ordem
yi+1 = yi + hf (xi , yi ) (2.65)
yi+1 = yi + a1 k1 (2.66)
Logo:
a1 = h (2.67)
k1 = f (xi , yi ) (2.68)
h2 0
yi+1 = yi + hf (xi , yi ) + f (xi , yi ) (2.69)
2
yi+1 = yi + a1 k1 + a2 k2 (2.70)
h h h h
yi+1 = yi + f (xi , yi )+ f (xi+1 , yi+1 ) = yi+1 = yi + f (xi , yi )+ f (xi +h, yi +hf (xi , yi ))
2 2 2 2
(2.71)
Logo:
h
a1 = a2 = (2.72)
2
k1 = f (xi , yi ) (2.73)
k1
k2 = f (xi + h, yi + h ) (2.74)
2
3a ordem
Repetindo o mesmo procedimento, aproximando-se as derivadas de ordem superior em
função da primeira derivada, chega-se ao seguinte resultado:
h
a1 = a2 = a3 = (2.75)
6
k1 = f (xi , yi ) (2.76)
h h
k2 = f (xi + , yi + k1 ) (2.77)
2 2
k3 = f (xi + h, yi + hk2 ) (2.78)
(2.79)
A equação iterativa do método se torna:
h
yi+1 = yi + (k1 + 4k2 + k3 ) (2.80)
6
4a ordem
Fazendo o mesmo para se obter uma aproximação de 4a ordem:
h
a1 = a2 = a3 = a4 = (2.81)
6
k1 = f (xi , yi ) (2.82)
h h
k2 = f (xi + , yi + k1 ) (2.83)
2 2
h h
k3 = f (xi + , yi + k2 ) (2.84)
2 2
k4 = f (xi + h, yi + hk3 ) (2.85)
(2.86)
h
yi+1 = yi + (k1 + 2k2 + 2k3 + k4 ) (2.87)
6
h
yi+1 = yi + (3fi − fi−1 ) (2.88)
2
onde fi = f (xi , yi )
m=3
h
yi+1 = yi + (23fi − 16fi−1 + 5fi−2 ) (2.89)
12
m=4
h
yi+1 = yi + (55fi − 59fi−1 + 37fi−2 − 9fi−3 ) (2.90)
24
m=5
h
yi+1 = yi + (1901fi − 2774fi−1 + 2616fi−2 − 1274fi−3 + 251fi−4 ) (2.91)
720
Quando maior a ordem utilizada, mais pontos anteriores são considerados. Por isso, o
método deve ser inicializado em conjunto com um método de passo simples.
Esse método é um método implícito, onde os polinômios foram obtidos olhando somente
para trás.
m=2
h
yi+1 = yi + (fi+1 + fi ) (2.92)
2
m=3
h
yi+1 = yi + (5fi+2 + 8fi − fi−1 ) (2.93)
12
m=4
h
yi+1 = yi + (9fi+1 + 19fi − 5fi−1 + fi−2 ) (2.94)
24
m=5
h
yi+1 = yi + (251fi+1 + 646fi + 264fi−1 + 106fi−2 − 19fi−3 ) (2.95)
720
Da mesma forma esse método também deve ser inicializado com um método de passo
simples
Normalmente esses métodos são usados de forma conjunta, sendo um método de passo
simples para inicializar o algoritmo, um método explícito, que funciona como previsor (Adams-
Bashforth), que estima yi+1 e alimenta um método implícito, que serve como corretor (Adams-
Moulton), corrigindo a estimativa e realimentando o método explícito anteriormente utilizado.
Essa combinação é uma das formas de se minimizar erros e gerar soluções mais precisas, tendo
como problema o elevado custo computacional.
2.6.1 Steepest-Descent
Os métodos determinísticos se baseiam na seguinte equação iterativa:
xi+1 = xi + dk αk (2.97)
onde dk é uma direção de descida e αk é o tamanho do passo que será dado nessa direção.
Como opção óbvia a direção de descida a ser adotada seria:
dk = −∇f (2.98)
caracterizando a direção de maior descida para aquele ponto. Já αk pode ser constante e definido
de acordo com o problema para melhorar a convergência, ficando, geralmente entre 0 e 1, ou
pode-se buscar um passo ótimo atráves dos critérios de Armijo ou Goldstein, maximizando a
descida na direção do gradiente.
Isso caracteriza o método de steepest-descent, sendo o mais simples e tradicional método
de otimização. Como grande deficiência, é exigido o conhecimento da função e do cálculo do
seu gradiente.
(∇f dk )T fk
αk = (2.102)
(∇f dk )T (∇f dk )
Sendo valores já otimizados para qualquer método.
Esses são somente dois métodos clássicos e amplamente utilizados, sendo baseados somente
no conceito de busca por pontos de gradiente nulo. Existem métodos que levam em considera-
ção a derivada de segunda ordem do sistema e, por isso, buscam evitar esse tipo de problema,
evitando também alguns mínimos locais. Esses métodos, de forma genérica, apresentam maior
custo computacional.
k
xki+1 = xki + vi+1 (2.103)
k
vi+1 = αvik + β1 δ1 (xki − Pi,best ) + β2 δ2 (xki − Pg,best ) (2.104)
Esse algoritmo tem sua eficiência comprovada por uma série de trabalhos que o utilizam
para uma grande variedade de áreas de conhecimento e tipos de problema. Como característica,
a convergência desse algoritmo é oscilante com melhora e piora no valor da função objetivo,
além da possibilidade de estagnação das partículas, ou seja, todas as partículas ocupam a mesma
posição, zerando a variedade da população, travando o algoritmo.
ςH = ς∗ − δ|ς∗ | (2.105)
ςL = ς∗ + δ|ς∗ | (2.106)
δ ≈ 0, 08 (2.107)
ςi = ςL + R(ςH − ςL ), i = 1, ..., n (2.108)
Análise Cinemática
3 Conceitos básicos de cinemática
Projeto cinemático é definido com base nas necessidades de movimento do sistema, não
levando em consideração as forças e a resistência dos equipamentos.
Figura 2 – 4 barras
Figura 3 – Cames
Figura 4 – Engrenagens
Figura 5 – Trem de engrenagens
Após o processo de análise cinemática do mecanismo, deve ser feita a análise das forças
envolvidas (Dinâmica), para finalmente fazer a seleção dos materiais e equipamentos que
atendam tanto a cinemática, dinâmica e critérios de resistência dos materiais.
• Translação retilínea → todos os pontos do corpo se movem de acordo com linhas retas e
paralelas.
• Translação curvilínea → as curvas descritas por cada ponto do corpo são paralelas a um
plano fixo.
• Helicoidal → o corpo executa uma rotação em relação entorno de um eixo fixo e possui
uma translação paralela a esse eixo.
Logo:
P M1
ω1 = (3.2)
O1 P
P M2
ω2 = (3.3)
O2 P
Então,
ω1 P M1 O2 P
= (3.4)
ω2 O1 P P M2
Como os triângulos P f O1 e P M1 n são semelhantes:
P M1 Pn
= (3.5)
O1 P O1 f
Como os triângulos P eO2 e P M2 n são semelhantes:
P M2 Pn
= (3.6)
O2 P O2 e
Logo:
ω1 P n O2 e O2 e
= = (3.7)
ω2 O1 f P n O1 f
Para relacionar as velocidades somente com a distância entre os centros, considere os triângu-
los semenlhantes O1 Kf e O2 Ke. Portanto:
ω1 O2 e O1 K
= = (3.8)
ω2 O1 f O2 K
3.4 Mobilidade
Mobilidade ou número de graus de liberdade é igual ao menor número de coordenadas
independentes necessárias para descrever a posição de cada junta do mecanismo. Um corpo
livre no plano possui 2 graus de liberdade de translação e um de rotação. No espaço, um corpo
livre possui 3 graus de liberdade de translação e 3 de rotação. Quando os corpos são conectados
através de juntas, seus graus de liberdade são restringidos.
A mobilidade do sistema, para mecanismos planos, é definida pela Equação de Grubler-
Kutzbach.
Figura 7 – Juntas
Aplicando ao biela-manivela
M = 3 × (4 − 1) − 2 × 4 = 1 (3.10)
Aplicando ao 4 barras
M = 3 × (4 − 1) − 2 × 4 = 1 (3.11)
Um vetor {s} por ser representado nos dois referencias de acordo com a Fig 9 e as equações
abaixo:
n oT
{s} = sx sy (4.1)
1 n oT
s = sx1 sy1 (4.2)
Então, podemos relacionar as representações do vetor nos dois referenciais através das
equações:
sx = sx1 cos φ − sy1 sin φ (4.3)
" #
1 cos φ sin φ
T = (4.7)
− sin φ cos φ
o quer dizer que fazer uma rotação de −φ é o mesmo que multiplicar pela matriz transposta
de rotação. Além disso, pode-se afirmar que a matriz que leva do referencial inercial para o
referencial 1 é a transposta de T 1 . Essas duas afirmações nos permitem concluir que: Então
1 1 T T 1 1
s = T {s} = T 1 T s (4.8)
T −1 T
Logo [T 1 ] [T 1 ] = I, ou seja a matriz de rotação é ortogonal,ou seja, [T 1 ] = [T 1 ] . Fazendo
a conta, temos que:
" #
1 T 1 1 1 T cos2 φ + sin2 φ − cos φ sin φ + sin φ cos φ
T T = T T = =I
− cos φ sin φ + sin φ cos φ cos2 φ + sin2 φ
(4.9)
Quando as origens dos referenciais não coincidem, um vetor {11 rP }, que mapeia um ponto
P no referencial x1 − y1 , é representado no referencial inercial x − y de acordo com a seguinte
equação:
{rP } = {r1 } + T 1 11 rP
(4.10)
onde {r1 } é o vetor que relaciona as duas origens de acordo com a Fig. 10.
Figura 10 – Referenciais com origens não coincidentes
{rP } = T 2 2 rP = T 1 1 rP
(4.11)
Então:
1 T 2 2
= T1
rP T rP (4.12)
Então, pode-se definir que a matriz de rotação que relaciona o referencial 1 com o 2 é dada
por:
1 2 1 T 2
T = T T (4.13)
1 T 1 T 1 1 T 2 2 T 2
T2 T2 = T2 T T T = T T =I (4.14)
1 n oT
rQ = l1 0 (4.16)
2 n oT
Q rP = l2 0 (4.17)
Então:
1 1
rQ + 1 T 2 2Q rP
rP = (4.18)
( ) " #( )
1 l1 cos θ2 − sin θ2 l2
rP = + (4.19)
0 sin θ2 cos θ2 0
Logo:
{rP } = T 1 1 rP = T 1 1 rQ + T 1 1 T 2 2Q rP = T 1 1 rQ + T 2 2Q rP (4.20)
( )
l1 cos θ1 + l2 cos(θ1 + θ2 )
{rP } = (4.21)
l1 sin θ1 + l2 sin(θ1 + θ2 )
{rP } = {rO } + T 1 1O rP
(4.23)
" #
h i d − sin φ − cos φ
Ṫ 1 + T 1 = φ̇ = φ̇ B 1
= φ̇ (4.25)
dφ cos φ − sin φ
Logo:
{ṙP } = {ṙO } + φ̇ B 1 1O rP
(4.26)
Nessa equação, o primeiro termo representa a aceleração linear da origem do referencial móvel,
o segundo é a componente tangencial e o terceiro é a componente normal da aceleração devido
à rotação.
4.3 Velocidade e aceleração de um ponto móvel em rela-
ção à um referencial móvel
Tendo como base os resultados obtidos na Seção 4.2, o mesmo será feito considerando agora
que {1O rP } varia no tempo. Assim sendo, partindo da EQ. 4.23 e derivando, obtém-se:
2
( )
−θ¨1 l1 sin θ1 − θ˙1 l1 cos θ1 − (θ¨1 + θ¨2 )l2 sin(θ1 + θ2 ) − (θ˙1 + θ˙2 )2 l2 cos(θ1 + θ2 )
{r̈P } = 2
θ¨1 l1 cos θ1 − θ˙1 l1 sin θ1 + (θ¨1 + θ¨2 )l2 cos(θ1 + θ2 ) − (θ˙1 + θ˙2 )2 l2 sin(θ1 + θ2 )
(4.34)
Derivando a EQ. 4.20, temos:
{ṙP } = θ̇1 T 1 [R] 1 rQ + θ̇1 + θ̇2 T 2 2Q rP
(4.35)
Consideração básica: todos os corpos serão considerados rígidos, mesmo que se descubra
que as deformações causadas pelos esforços gerados sejam consideráveis.
Coordenadas cartesianas são as coordenadas que descrevem a posição do corpo, descritos
em relação aos vetores unitários que definem o sistema de referência absoluto.
Coordenadas generalizadas são um conjunto de variáveis que especificam a posição e
orientação de todos os corpos do mecanismo. Podem ser independentes (conjunto com menor
número possível e que podem variar livremente) ou dependentes (devem atender à um conjunto
de equações de restrição).
Para se especificar a configuração do mecanismo, à cada corpo é fixado um referencial que
tem a sua origem definida por ri = {xi , yi } e que está rotacionado de um ângulo φi em relação
ao referencial global inercial. Portanto, para o corpo i o vetor de coordenadas generalizadas
cartesianas é definido por:
n oT
qi = xi yi φi (5.1)
Utilizando-se essa definição para cada corpo do mecanismo é gerado um conjunto máximo
de coordenadas com nc = 3nb coordenadas, onde nc é o número de coordenadas e nb é o
número de corpos. Assim sendo, o vetor de coordenadas generalizadas do sistema é dado por:
n oT
q = q1T . . . qnTb (5.2)
Exemplo 5.1 Para um pêndulo simples, pivotado na origem O, do referencial inercial, pode-se
afirmar que as restrições de movimento e o conjunto de coordenadas generalizdas para um
ponto P distante l da origem são:
( )
x1 − l sin φ1
ΦK (q, t) = =0 (5.5)
y1 + l cos φ1
n oT
q= x1 y1 φ1 (5.6)
Logo, esse sistema é não singular para qualquer q, assim pode-se resolver q como função do
tempo.
Como, em geral, q não é função explícita do tempo, não se pode derivar diretamente para
obter q̇ e q̈. Assim, como solução alternativa, utiliza-se a regra da cadeia para derivar o vetor de
restrições e obter as equações:
Φ̇ = Φq q̇ + Φt = 0 → Φq q̇ = −Φt = ν (5.9)
Supondo que Φq seja não singular, essas equações podem ser resolvidas no tempo e, assim,
pode-se conhecer o comportamento do mecanismo ao longo do tempo.
Esse sistema só tem solução se a matriz Φq for não singular, confirmando a condição de
existência previamente exposto.
Para o cálculo das acelerações, deve-se calcular os seguintes termos:
1
ẋ − l φ̇1 cos φ1
Φq q̇ = ẏ1 − lφ̇1 sin φ1 (5.14)
φ̇
0 0 lφ̇1 sin φ1
(Φq q̇)q = 0 0 −lφ̇1 cos φ1 (5.15)
0 0 0
2
lφ̇1 sin φ1
2
(Φq q̇)q q̇ = −lφ̇1 cos φ1 (5.16)
0
0
Φtt = 0 (5.17)
¨
−f (t)
Como Φqt = Φtq = 0, tem-se que, combinamos os resultados obtidos, o sistema de equações
para o cálculo das acelerações é dado por:
2
1 0 −l cos φ1 −lφ̇1 sin φ1
0 1 −l sin φ1 q̇ = lφ̇21 cos φ1 (5.18)
f¨(t)
0 0 1
∂ 2 Φi
Φqt = Φtq = (5.20)
∂qj ∂t nh ×nc
" nc
!# "n #
c
∂ X ∂Φi X ∂Φi
(Φq q̇)q = q˙k = q˙k (5.21)
∂qj k=1
∂q k
k=1
∂q j ∂qk
nc ×nc nc ×nc
Exemplo 5.3 Tendo como base o mecanismo biela-manivela descrito na FIG. 13, temos que o
mecanismo está sujeito as seguintes restrições:
Conforme esperado, para um sistema definido por 6 variáveis e com 1 grau de liberdade, são
necessárias 5 equações de restrição. Assim, necessita-se de 1 restrição diretora, que será dada
por:
ΦD (q, t) = φ1 − ωt (5.24)
Então, as equações que definem o movimento do sistema são dadas por:
( )
ΦK (q)
Φ(q, t) = =0 (5.25)
ΦD (q, t)
Essa equação pode ser resolvida a qualquer instante no tempo. Conhecidas as posições,
pode-se obter as velocidades a partir do sistema definido pela EQ. 5.9, ou seja:
1 0 0 0 0 0
ẋ 1
0
0 1 0 0 0 0
ẏ 1
0
0 0 0 0 1 0 φ̇1 0
= (5.26)
1 0 −l1 sin φ1 −1 0 l2 cos φ2 ẋ 2
0
0 1 l cos φ 0 −1 l2 sin φ2 ẏ
0
1 1
2
0 0 1 0 0 0 φ̇2 ω
Para o cálculo das acelerações, temos que:
Portanto:
0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0
(Φq q̇)q = (5.29)
0 0 −l1 φ̇1 cos φ1 0 0 −l2 φ̇2 sin φ2
0 0 −l1 φ̇1 sin φ1 0 0 l2 φ̇2 cos φ2
0 0 0 0 0 0
0
0
0
(Φq q̇)q q̇ = (5.30)
−l1 φ̇21 cos φ1 − l2 φ̇22 sin φ2
2 2
−l 1 φ̇1 sin φ1 + l2 φ̇ 2 cos φ2
0
Com esses resultados e a EQ. 5.11, temos que as acelerações serão dadas por:
1 0 0 0 0 0 ẍ
1
0
0 1 0 0 0 0 ÿ1
0
0 0 0 0 1 0 φ̈1 0
= (5.31)
l1 φ̇21 cos φ1 + l2 φ̇22 sin φ2
1 0 −l1 sin φ1 −1 0 l2 cos φ2 ẍ2
l1 φ̇21 sin φ1 − l2 φ̇22 cos φ2
0 1 l cos φ
1 1 0 −1 l2 sin φ2
ÿ
2
0 0 1 0 0 0 φ̈
2 0
Exemplo 5.4 Seja o bloco deslizando por um plano inclinado com inclinação de 45 graus,
conforme a FIG.14. As restrições para esse sistema são dadas por:
Definindo, como restrição diretora, que a componente horizontal da velocidade seja constante(v),
temos que:
x 1 − y1
Φ(q, t) = y1 cos φ1 − x1 sin φ1 (5.32)
x1 − vt
Logo:
1 −1 0
Φq = − sin φ1 cos φ1 −y1 sin φ1 − x1 cos φ1 (5.33)
1 0 0
E,
|Φq | = −(y1 sin φ1 + x1 cos φ1 ) (5.34)
Dado um corpo i, que se move no plano x − y de tal forma que a distância entre um ponto
P , no seu interior, e um ponto C = (C1 , C2 ) é constante e igual a C3 > 0. Assim, a restrição
de distância absoluta que define essa limitação é dada por:
(6.1)
Portanto, os elementos da Jacobiana associados a essa restrição, sendo as coordenadas
[rP , φi ], são dados por:
∂ i i T i i 2
T T
= 2 {ri } + T i ii rP − {C}
P
{ri } + T r
i P − {C} {ri } + T r
i P − {C} − C 3
∂r
(6.2)
∂ T
{ri } + T i ii rP − {C} {ri } + T i ii rP − {C} − C32 =
(6.3)
∂φi
T T
= 2 ii rP [R]T T i {ri } + T i ii rP − {C}
( T
)T
({ri } + [T i ] {ii rP } − {C})
Φad
qi = 2 T T (6.4)
{ii rP } [R]T [T i ] ({ri } + [T i ] {ii rP } − {C})
Assim, pode-se construir as equações de velocidade e de aceleração.
ν ad = 0 (6.5)
h T i T 2i
ad
ṙPT ṙP
i i i
γ = −2 − i rP T {ri } + T i rP − {C} φ̇i (6.6)
n o
Φay
q = 0 1 i
i xP cos φi −ii yP sin φi (6.10)
Construída a Jacobiana, pode-se obter ν e γ associados. Como Φax e Φay não dependem do
tempo, temos que ν ax = ν ay = 0, já γ será dado pelo termo −(Φq q̇)q q̇, ou seja:
n o
Φax
q q̇ = ẋi −ii xP φ̇i sin φi −ii yP φ̇i cos φi (6.11)
n o
Φay
q q̇ = ẏi +ii xP φ̇i cos φi −ii yP φ̇i sin φi (6.12)
n o
(Φax
q q̇)q = 0 0 −ii xP φ̇i cos φi +ii yP φ̇i sin φi (6.13)
n o
(Φay
q q̇)q = 0 0 −ii xP φ̇i sin φi −ii yP φ̇i cos φi (6.14)
n o
ax
γ = −(Φax
q q̇)q q̇ = i 2
i xP φ̇i cos φi −ii yP φ̇2i sin φi (6.15)
n o
γ ay = −(Φay
q q̇)q q̇ =
i 2
i xP φ̇i sin φi +ii yP φ̇2i cos φi (6.16)
Φaφ = φi − C3 = 0 (6.17)
ν aφ = 0 (6.19)
Logo, sendo o ponto de pivotamento de pêndulo dado por C = (C1 , C2 ) = (0, 0) e o ponto
P coincidente com a origem, logo, temos que:
( )
1 0
1 rP = (6.21)
l
( )
x1
{r1 } = (6.22)
y1
Portanto:
( ) ( ) ( )
x1 −l sin φ x1 − l sin φ
Φ= + =0→Φ= =0 (6.24)
y1 l cos φ y1 + l cos φ
( )
xP
{rP } = (6.25)
yP
( )
1 0
1 rP = (6.26)
0
( ) ( )
y1 + [T 1 ] {11 rP } − 0 y1
Φ= =0→Φ= =0 (6.27)
φ−0 φ
Conforme esperado.
Φrx = xPj −xPi −C1 = 0 → xj +jj xPJ cos φj −+jj yPj sin φj −xi −ii xPi cos φi +ii yPi sin φi −C1 = 0
(6.28)
Logo: n o
Φrx
qi = −1 0 i
i xPi sin φi +ii yPi cos φi (6.29)
n o
Φrx
qj = 1 0 −jj xPj sin φj +jj yPj cos φj (6.30)
Portanto:
ν rx = 0 (6.31)
ẋi
ẏ
i
n o φ̇
j j i
(Φrx
[qi ,qj ] q̇) = −1 0 i
i xP i sin φi +ii yPi cos φi 1 0 −j xPj sin φj +j yPj j cos φj
ẋj
ẏ j
φ̇
j
(6.32)
2 j j
γ rx = −(Φrx 2 i i
[qi ,qj ] q̇)q q̇ = −φ̇i (i xPi cos φi −i yPi sin φi ) + φ̇j (j xPj cos φj +j yPj sin φj )
(6.33)
Φry = yPj −yPi −C2 = 0 → yj +jj xPJ sin φj −jj yPj cos φj −yi −yPi sin φi −ii yPi i cos φi −C2 = 0
(6.34)
Logo: n o
Φry
qi = 0 −1 −ii xPi cos φi +ii yPi sin φi (6.35)
n o
j
Φrx
qj = 0 1 j xP j j cos φ −jj yPj sin φj (6.36)
Portanto:
ν rx = 0 (6.37)
ẋ i
ẏ i
n
o φ̇
i
(Φry
[qi ,qj ] q̇) = −1 0 −ii xPi cos φi +ii yPi sin φi 1 0 jj xPj cos φj −jj yPj sin φj
ẋj
ẏ
j
φ̇
j
(6.38)
2 j j
γ ry = −(Φrx 2 i i
[qi ,qj ] q̇)q q̇ = −φ̇i (i xPi sin φi +i yPi cos φi ) + φ̇j (j xPj sin φj +j yPj cos φj )
(6.39)
Φrφ = φj − φi − C3 = 0 (6.40)
n o
Φq = 0 0 −1 0 0 1 (6.41)
Logo:
ν rφ = 0 (6.42)
γ rφ = 0 (6.43)
Assim, como:
{rPi } = {ri } + T i ii rPi
(6.45)
T T
γ rd = −2(ṙPi − ṙPj )T (ṙPi − ṙPj ) − 2(ii rPi T i φ̇2i −jj rPj T j φ̇2j )(rPi − rPj ) (6.50)
φrx = x2 −22 xP cos φ2 −22 yP sin φ2 − x1 −11 xP cos φ1 +11 yP sin φ1 = 0 (6.54)
φry = y2 +22 xP sin φ2 +22 yP cos φ2 −11 y1 − xP sin φ1 +11 yP cos φ1 = 0 (6.55)
Portanto: h j i
Φrq = i
i P
j P
I [T ] [R] i ri −I [T ] [R] j rj (6.57)
Assim,
ν r = 02×1 (6.58)
Logo:
γ r = T i ii riP φ̇2i − T j jj rjP φ̇2j
(6.60)
Figura 21 – Junta de revolução
Exemplo 6.5 O mecanismo 4 barras pode ser modelado com 4 corpos, incluindo o chão, sendo
definidas restrições absolutas em x, y e φ para o corpo 4, fazendo com que o chão permaneça
alinhado e parado em relação ao referencial inercial, e através das seguintes restrições de junta
de revolução:
• Corpo 1 e 4
• Corpo 1 e 2
• Corpo 2 e 3
• Corpo 3 e 4
Uma junta translacional permite o movimento relativo entre os corpos porém não rotação
entre os mesmos. Então, sejam Pi , Qi , Pj eQj pontos não coincidentes que pertencem a linha
de movimento ou a uma linha paralela ao mesmo e defina i v = {ii rP i } − {ii rQi }, onde vi =
[T i ] {i vi } e vj definido de forma similar. Defina, também, dij como o vetor que conecta Pi a Pj .
O vetor dij possui comprimento variável e os vetores vi e vj tem que ser colineares, portanto,
a restrição será construída fazendo com que os vetores dij e vj sejam perpendiculares a vi⊥ =
[R] vi . Logo:
( T ) ( T
)
T i T
⊥ i j
j i i
v {d ij } { vi } [R] [T ] ({r j } + [T ] r
j Pj − {r i } + [T ] { r
i Pi })
Φt = i⊥ T = i T T i T j j
=0
vi {vj } { vi }i [R] [T ] [T ] { vj }
(6.61)
Assim:
" i T T i T i T T i T j nj o
T i T i T T j nj o
− vi [R]T T i − vi T ({ri } − {rj }) − i vi T T j rPj v0T
i [R] T vi [R]T T i T j rPj
Φtq = T i T j j i T i T j j
0 − i vi T T vj 0 vi T T vj
(6.62)
Portanto:
νt = 0 (6.63)
" T
#
T i T
j
{i vi } [T i ] [R] [T j ] [R] r
j jP (φ̇i − φ̇j )2
− [R] [T ] ({r j } − {ri })φ̇2
i − 2 [T i
] (ṙj − ṙ i )φ̇i
γt = −
0
(6.64)
Em alguns sistemas mecânicos existem alguns corpos cuja única função é restringir o
movimento de outros corpos que ele conecta, criando combinações de juntas, de tal forma que
os mesmos funcionam como juntas, não necessitando ser tratados como corpos. Isso caracteriza
uma junta composta.
Um exemplo é uma junta composta revolução-revolução. Utilizando a abordagem tradicio-
nal seriam considerados 3 corpos com duas juntas de revolução, adicionando 3 coordenadas e 4
equações de restrição. Ignorando o corpo que une as juntas, percebe-se que basta garantir que a
distância dij permaneça constante e maior do que 0, de acordo com a FIG. 24.
Figura 24 – Junta composta
Analisando agora uma junta composta rotação-translação. Nesse caso, a junta restringe
somente 1 grau de liberdade, logo deve-se ter somente uma equação de restrição. Assim, sendo
vi o vetor que representa a direção de translação do corpo i e C a distância o ponto Pj no corpo
j e a linha de translação do corpo i, a equação que representa o comportamento dessa junta é
simplesmente a que garante que a distância C permaneça constante.
Figura 25 – Junta rotação-translação
Então de acordo com a construção da FIG. 25, temos que a restrição será definida pelo
produto escalar entre wi e dij ser igual a C. Logo:
1 ⊥ 1 i
T [R] i vi
wi = vi = (6.66)
kvi k kvi k
1 i T T
Φrt = vi [R]T T i {rj } + T j jj rPj − {ri } + T i ii rPi − C = 0 (6.67)
kvi k
Assim, temos que:
1 i T T i T
Φrt
i T i T T j T i T n j o
q = − vi [R] T − vi T ({rj } − {ri }) − i vi T T j rPj ... (6.68)
kvi k
i T T i T i T j T i T
j i
− { vi } [R] [T ] { vi } [T ] [T ] j rPj
ν tr = 0 (6.69)
1 i T T i T T n o
γ rt = vi 2 T ({ṙj } − {ṙi })φ̇i + [R]T T i ({rj } − {ri })φ̇2 − [R] T i T j jj rPj (φ̇j − φ̇i )2
kvi k
(6.70)
Exemplo 6.7 O mecanismo biela-manivela pode ser modelado substituindo o corpo 3 por uma
junta rotação-translação entre o corpo 2 e 4.
6.5 Engrenagens
Seja um par de engrenagens convexa-convexa, intuitivamente, temos que a restrição que
deve ser imposta ao sistema é a manutenção da distância entre os centros permaneça constante,
para garantir o contato entre os dentes da engrenagem e a continuidade da transmissão do
movimento. Além disso, a condição de velocidade linear igual entre os corpos nos diz que
o comprimento dos arcos prescritos por um ponto na superfície de uma engrenagem deve ser
igual ao prescrito por um ponto na outra. Assim, podemos contruir as equações de restrição
para o acoplamento.
αi = φi + θi − θ (6.71)
αj = −(φj + θj − θ − π) (6.72)
αi Ri = αj Rj (6.73)
Então,
Ri (φi − θi ) + Rj (φj + θj ) − Rj π
θ= (6.74)
Ri + Rj
A restrição de distâncias entre centros é dada por:
Φg = (rPJ − rPi ) u⊥
(6.75)
onde u é um vetor unitário que alinhado com a linha de centros.
Portanto:
h
T T
Φgq = − u⊥ − {ii rPi } [R]T [T i ] {u} + (rPj − rPi )T u⊥ RiR+R
i
j
... (6.76)
⊥ T T Rj i
− jj rPj [R]T [T j ] {u} + (rPj − rPi )T u⊥ Ri +R
u j
νg = 0 (6.77)
! !T
Rj φ̇j + Ri φ̇i j
γ g = 2 (ṙPj − ṙPi )T {u} j
φ̇2j − T i ii rPi φ̇2i u⊥
+ T j rP j
Ri + Rj
(6.78)
Então,
θi = θ̄i (6.85)
θj = θ̄j − pi (6.86)
Figura 28 – Pinhão-cremalheira
s = Rj αj (6.87)
1
s= vi (rPj − rPq ) (6.88)
vi
θ = φi + θi (6.89)
π
φj + θj + αj + = θ + 2π (6.90)
2
Logo:
3π
αj = φi + θi − φj − θj + (6.91)
2
Portanto:
( )
(rPj − rQi ) {vi } − {vi } Rj αj
Φrp = (6.92)
(rPj − rPi ) vi⊥ − {vi } Rj
i i
i rP = i rQ + {ai } (6.93)
onde
{ai } = ρi (αi ) {ui (αi )} (6.94)
com
n oT
ui = cos αi sin αi (6.95)
Figura 29 – Mapeamento da superfície de um came
Como os dois corpos devem permanecer em contato e esse contato ocorre somente em um
único ponto, temos que o ponto P representado no referencial dos dois corpos deve coincidir e
as tangentes devem ser colineares. Logo, o vetor de restrições será dado por:
( )
{ri } + [T i ] ({ii rQi } + ρi (αi ) {ui (αi )}) − {rj } + [T j ] jj rQj + ρj (αj ) {uj (αj )}
Φcf = T
{gi (αi )}T [R]T [T i ] [T j ] {gj (αj )}
(6.97)
Analisando essa equação, percebe-se a depedenência de mais dois parâmetros (αi e αj ),
devendo ser acresentados ao final do vetor de coordenadas generalizadas, por padronização.
A jacobiana será dada por:
"
I [T i ] [R] ({ii rQi } + ρi (αi ) {ui (αi )}) −I − {gi (αi )}T [T i ] [T j ] [R] {gj (αj )} . . .
Φcf
q = (6.98)
0 − {gi (αi )}T [T i ] [T j ] {gj (αj )} 0 − {gi (αi )}T [T i ] [T j ] [R] {gj (αj )} . . .
... [T i ] {gi (αi )} − [T j ] {gj (αj )}
n oT n o
dgi T i T j T T i T j dgj
... dαi
(αi ) [R] [T ] [T ] {gj (αj )} {gi (αi )} [R] [T ] [T ] dαj (αj )
Portanto:
ν cf = 0 (6.99)
" #
T i (riQ + ρ)iui )φ̇2i − Aj (rjQ + ρj uj )φ̇2j − T i (gi )αi α̇2i + Aj (gj )αj α̇2j − 2Bi gi φ̇i α̇i + 2Bj gj φ̇j α̇j
γ cf =
(gi )T 2 T 2 T T T
αi αi Bij gj α̇i + (gi )αi αi Bij (gj )αj αj α̇j − 2[(gi )αi Aij gj α̇i + (gi ) Aij (gj )αj α̇j ](φ̇i − φ̇j ) + 2(gi )αi Bij (gj )αj α̇i α̇j
(6.100)
Para um par came-seguidor com face plana o equacionamento pode ser simplificado dado
que o vetor uj é constante no referencial do seguidor. Então, escrevendo a equação de restrição,
tem-se que:
" #
(rP − rQ )T [T j ] [R] {uj }
Φcf f = (6.101)
{gi }T [T i ] [T j ] [R] {uj }
Assim
" T T
{uj }T [R]T [T j ] ({ii rP } + ρi {ui })T [T i ] [T j ] {uj } − {uj }T [R]T [T j ]
Φcf
q
f
= (6.102)
0 {gi }T [T i ] [T j ] {uj } 0
T T
#
−(rP − rj )T [T j ] {uj } {gi }T [R]T [T i ] [T j ] {uj }
T
− {gi }T [T i ] [T j ] {uj } dαd i {gi }T [R]T [T i ] [T j ] {uj }
Assim,
ν cf f = 0 (6.103)
" T T
2 ({ṙP } − {ṙj })T [T j ] {uj } φ̇j + ({ii rP } + ρi {ui }) [R]T [T i ] [T j ] {uj } φ̇2i +
γ cf f = (6.104)
{gi } [T i ] [T j ] [R] {uj } (φ̇j − φ̇i )2 − {gi }Tαi αj [T i ] [T j ] [R] {uj } α̇i2 +
#
+(rP − rj )T [T j ] [R] {uj } φ̇2j − dαd i {gi }T [T i ] [T j ] [R] {uj } α̇i2 − 2 {gi }T [T i ] [T j ] {uj } α̇i φ̇i
2 {gi }Tαi [T i ] [T j ] {uj } (φ̇j − φ̇i )α̇i
Para abordar esse tipo de acoplamento utiliza-se uma abordagem similar à utilizada para
cames, onde se mapeia todos os pontos do rasgo no qual o seguidor caminha através de coor-
denadas polares e se aumenta o número de coordenadas necessárias para mapear o movimento,
incluindo α em q. As restrições são similares as de uma junta de revolução, dado que pode
haver rotação entre os corpos. Logo:
Figura 30 – Ponto seguidor
Φpf = {ri } + [T ]
i
− {rj } − T j ρj (αj ) {uj (αj )} = 0
i rP (6.105)
Portanto:
h i
Φpf
q = I [T i
] [R] {ii rP } j
−I − [T ] [R] ρj (αj ) {uj (αj )} − [T ] {gj (αj )} j (6.106)
Φpf
t = 0 → ν
pf
=0 (6.107)
Φpf
qt = 0 (6.108)
Φpf
tt = 0 (6.109)
Φpf
i
[R] ii rP φ̇i − {ṙj } − T j [R] ρj (α) {uj (α)} φ̇j − α̇j T j {gj (αj )}
q q̇ = {ṙi } + T
(6.110)
h n o i
dg
Φpf −φ̇i T i ii rP φ̇j T j ρj (αj ) {uj (αj )} − α̇j T j [R] {gj (αj )} −φ̇j T j [R] {gj (αj )} − α̇j T j [R] dαj (αj )
q q̇ = 0 0
q j
(6.111)
pf dgj
= T i ii rP φ̇2i − T j ρj (αj ) {uj (αj )} φ̇2j + T j (αj ) α̇j2 +2 T j [R] {gj (αj )} φ̇j α̇j
γ
dαj
(6.112)
(6.121)
6.9 Análise de posição, velocidade, aceleração e configu-
rações singulares
Construindo as equações de restrição de movimento e diretoras para um mecanismo tal que
se tenha nh equações de restrição e nc − nh equações diretoras, o objetivo da análise de posição
é resolver o sistema de equações não lineares obtido de modo a garantir a existência da solução
em função do tempo.
Deve-se sempre verificar se as restrições impostas são consistentes e não há redundâncias
entre elas. Caso haja inconsistência, o posto do jacobiana será menor que o número de
restrições.
q = f (t) (6.122)
para algum intervalo na vizinhança de t0 , com f (t0 ) = q 0 . Isso é, para algum δ > 0,
Esse teorema permite a criação de um critério para análise da existência da solução das
equações de cinemática.
Com o teorema da função implícita ficam garantidas também a existência da solução da
velocidade e da aceleração.
Assim, o desafio está na solução dos sistemas de equações não lineares gerados. Para tal
será utilizada uma abordagem numérica, através do Método de Newton-Raphson.
Durante a análise da cinemática de um mecanismo, podem existir pontos singulares, ou
seja, onde alguma das hipóteses do Teorema da Função Implícita é quebrada não se podendo
garantir a existência ou unicidade da solução. Portanto, deve-se ficar atento ao comportamento
do determinante da jacobiana a todo tempo.
Para alguns mecanismos específicos existem relações geométricas que previnem os pontos
singulares atuando nas dimensões dos seus componentes, como a Lei de Grashoff e o meca-
nismo de 4 barras, conforme (Mabie e Rheinholtz 1987).
Os casos mais comuns de configuração singular ocorrem quando a configuração gerada
pela solução é inconsistente, quando há bifurcação ou travamento do mecanismo. A bifurcação
ocorre quando as restrições do modelo permitem mais de uma possibilidade para a continuidade
do modelo. Já o travamento ocorre quando há o alinhamento de corpos, fazendo com que os
mesmos passem a se mover juntos.
1. Identificação das juntas e respectivas equações de restrição, além das restrições diretoras
e do vetor de coordenadas generalizadas;
6. Proceder com a análise de posição, ou seja, resolver o sistema não linear definido por Φ =
0. Para a solução desse sistema será utilizado o método de Newton-Raphson, adotando
como estimativa inicial a definida no item 4;
9. Com os valores de q, q̇ e q̈, obtém-se uma estimativa para a posição da junta dos
mecanismos em ti+1 = ti + ∆t através dz equação:
1
q i+1 = q i + q̇∆t + q̈∆t2 (6.124)
2
A FIG. 33 (b) mostra a orientação do corpo caso seja feita a rotação em x e depois em y,
agora, caso essa ordem seja invertida a orientação resultante é exposta no item (c) da mesma
figura. Demonstrando assim, o cuidado que se deve ter na análise da orientação de corpos
rígidos no espaço, além de ressaltar a importância da aplicação das técnicas que ajudam a lidar
com essa dificuldade.
~iT f~ ~iT ~h b sx
~iT ~g
sx
sy = ~j T f~ ~j T ~g ~j T ~h
b sy (7.10)
~k T f~ ~k T ~g ~k T ~h b sz
sz
h i
T b = f~ ~g ~h
(7.21)
Como f~T , ~g T e ~hT são ortogonais, a matriz T b também será ortogonal, ou seja:
T T T −1
Tb Tb = Tb Tb = I → Tb = Tb
(7.22)
Além disso, partindo-se da análise física do problema, para se voltar ao referencial original
a partir de um referencial rotacionado deveria-se rotacioná-lo de menos os ângulos de rotação.
Matematicamente isso equivale à multiplicar pela inversa e, no caso de matrizes de rotação,
pela transposta. Portanto, pode-se afirmar que T (−θ) = T T (θ).
Considere agora um referencial xi − yi − zi transladado e rotacioanado em relação à um
referencial incercial. Um ponto P descrito no referencial xi − yi − zi por {ii rPi } será descrito
no referencial inercial através da equação:
a211 + a212 + a213 a11 a21 + a12 a22 + a13 a23 a11 a31 + a12 a32 + a13 a33
i T i
T T = a11 a21 + a12 a22 + a13 a23 a221 + a222 + a223 a21 a31 + a22 a32 + a23 a33 = I
a11 a31 + a12 a32 + a13 a33 a21 a31 + a22 a32 + a23 a33 a231 + a232 + a233
(7.24)
A existência de somente 6 restrições fica clara ao se observar que a matriz é simétrica.
A seguir será feita uma relação útil para a rotação de matrizes, aplicável para a rotação de
matrizes antissimétricas associadas a vetores. Tendo como base dois vetores ~s e ~v , representados
nos referenciais i e inercial. O produto vetorial entre ~s e ~v é dado por:
[s̃] {v} = T i
i i
s̃ v (7.25)
Como {v} = [T i ] {i v}:
[s̃] T i i v = T i i s̃ i v
(7.26)
[s̃] T i = T i i s̃
(7.27)
T
Multiplicando essa equação por [T i ] à direita, é gerada a seguinte relação:
T
[s̃] = T i i s̃ T i (7.28)
i i T i
s̃ = T [s̃] T (7.29)
0 − sin γ cos γ
Rotação no eixo y:
cos γ 0 sin γ
[T ] = 0 1 0 (7.31)
− sin γ 0 cos γ
Rotação no eixo z:
cos γ − sin γ 0
[T ] = sin γ cos γ 0 (7.32)
0 0 1
Essas matrizes são facilmente geradas através da análise de da projeção dos vetores do
referencial rotacionado nos eixos cartesianos.
7.4 Composição de Matrizes de Rotação
Quando se tem mais de um referencial rotacionado, ao se construir as matrizes de rotação
e pós-multiplicá-las, como a intuição nos diz, é gerada uma matriz de rotação que relaciona
o último referencial com o primeiro. Porém, isso é válido somente se, por exemplo, a matriz
que leva do referencial 1 para o 2 é uma matriz de rotação em relação ao referencial 1. Caso as
matrizes de rotação tenham sido construídas tendo como base o referencial absoluto, as matrizes
devem ser pré-multiplicadas e não pós-multiplicadas. Isso ficará mais claro no exemplo abaixo.
Exemplo 7.1 Para ilustrar essa diferença serão feitas duas rotações sucessivas de π2 rad em
um vetor qualquer, ~s, ao redor do eixo z e depois no eixo x, sendo que em um dos casos as
rotações serão em relação ao referencial absoluto e no outro a rotação em x será em relação
ao referencial já rotacionado em z.
Rotação em z − x
Como as rotações são em relação ao inercial, deve-se pré-multiplicar as matrizes:
1 0 0 0 −1 0
[T ] = [Tx ] [Tz ] = 0 0 −1 1 0 0 (7.33)
0 1 0 0 0 1
0 0 1
[T ] = 1 0 0 (7.34)
0 1 0
Portanto, rotacionando ~s, tem-se:
0 0 1 sx
sz
1 0 0 sy = sx (7.35)
0 1 0 sz sy
Rotação em z − x0
Como as rotações são em relação ao inercial, deve-se pré-multiplicar as matrizes:
0 −1 0 1 0 0
[T ] = [Tz ] [Tx ] = 1 0 0 0 0 −1 (7.36)
0 0 1 0 1 0
0 −1 0
[T ] = 0 0 −1 (7.37)
1 0 0
Portanto, rotacionando ~s, tem-se:
0 −1 0 sx
−sy
0 0 −1 sy = sz (7.38)
1 0 0 sz sx
Assim, a matriz de rotação equivalente que irá relacionar a orientação do corpo com o
referencial absoluto é dada por:
cos ϕ − sin ϕ 0 cos ϑ 0 sin ϑ cos ψ − sin ψ 0
[T ] = sin ϕ cos ϕ 0 0 1 0 sin ψ cos ψ 0 (7.39)
0 0 1 − sin ϑ 0 cos ϑ 0 0 1
cos ϕ cos ψ cos ϑ − sin ϕ sin ψ − cos ψ sin ϕ − cos ϕ cos ϑ sin ψ cos ϕ sin ϑ
[T ] = cos ϕ sin ψ + cos ψ cos ϑ sin ϕ cos ϕ cos ψ − cos ϑ sin ϕ sin ψ sin ϕ sin ϑ
p
2 2
Com essa formulação, adotando-se o sinal positivo para T23 + T13 limita-se os valores de
ϑ ao intervalo ()0, π), assumindo sempre que T13 6= 0 e T23 6= 0. Uma outra possibilidade é
substituir a primeira equação por:
Essa solução gera uma resposta onde ϕ ∈ (0, −π). Portanto, há sempre mais de uma
solução possível para a orientação do corpo e pontos onde os ângulos se degeneram, por isso os
intervalos de definição são abertos.
OBS: a função Atan2 calcula o arco tangente de xy , levando em consideração o sinal de
cada argumento para determinar o quadrante da resposta, possibilitando a correta determina-
ção da resposta no intervalo de 0 a 2π.
cos ϕ − sin ϕ 0 cos ϑ 0 sin ϑ 1 0 0
[T ] = sin ϕ cos ϕ 0 0 1 0 0 cos ψ − sin ψ (7.47)
cos(ϕ) cos(ϑ) cos(ϕ) sin(ψ) sin(ϑ) − cos(ψ) sin(ϕ) sin(ψ) sin(ϕ) + cos(ψ) cos(ϕ) sin(ϑ)
[T ] = cos(ϑ) sin(ϕ) cos(ψ) cos(ϕ) + sin(ψ) sin(ϕ) sin(ϑ) cos(ψ) sin(ϕ) sin(ϑ) − cos(ϕ) sin(ψ)
Definindo ϑ ∈ π2 , 3π
2
.
Para essa abordagem, a solução se degenera nos casos onde cos ϑ = 0, não sendo possível
definir ϕ e ψ.
{rP } = {ri } + T i ii rP
(7.55)
Supondo que o referencial 1 rotacione e translade e que o ponto P não se desloque em
relação ao referencial 1, temos que a velocidade do ponto P em relação ao referencial inercial
será dado por:
h i
{ṙP } = {ṙi } + Ṫ i ii rP + T i ii ṙP (7.56)
T
Como {ii rP } = [T i ] {i rP }:
h i
T
{ṙP } = {ṙi } + Ṫ i T i {i rP } + T i ii ṙP
(7.57)
Então, h i
T h iT h i T
T
Ṫ i T i = − T i Ṫ i = − Ṫ i T i (7.59)
h i
T
Assim, conclui-se que a matriz Ṫ i [T i ] é anti-simétrica.
O vetor [ω̃i ], definido como velocidade angular do referencial i, é dado por:
h i
T
[ω̃i ] = Ṫ i T i (7.60)
Logo:
h i
Ṫ i = [ω̃i ] T i
(7.62)
i i T h i i
ω̃i = T Ṫ (7.63)
χ
e0 ≡ cos (7.66)
2
e1
χ
~e = e2 ≡ ~u sin (7.67)
2
e3
Esses parâmetros são agrupados em um quartérnio p~, definido como:
" # e0
e0 e1
{p} = = (7.68)
~e
e2
e3
Que devem sempre atender a Restrição de normalização dos Parâmetros de Euler:
3
X
T
p~ p~ = e2i = 1 (7.69)
i=0
A relação entre os vetores unitários do referencial rotacionado e os parâmetros de Euler é
feita através das seguintes equações:
T
{f } = (2e20 − 1) [I] + 2(~eT ~e + e0 [ẽ]) {i}(7.70)
T
{g} = (2e20 − 1) [I] + 2(~eT ~e + e0 [ẽ]) {j}(7.71)
T
{h} = (2e20 − 1) [I] + 2(~eT ~e + e0 [ẽ]) {k}(7.72)
2
e0 + e21 − 21 e1 e2 − e0 e3 e1 e3 + e0 e2
[T ] = (2e20 − 1) [I] + 2(~eT ~e + e0 [ẽ]) = 2 e1 e2 + e0 e3 e20 + e22 − 21 e2 e3 + e0 e1 (7.73)
1
e1 e3 − e0 e2 e2 e3 + e0 e1 e20 + e23 − 2
tr(T ) + 1
e20 = (7.74)
4
Se e0 6= 0, deve-se selecionar um sinal para o mesmo e calcular o resto dos parâmetros:
a32 − a23
e1 = (7.75)
4e0
a13 − a31
e2 = (7.76)
4e0
a21 − a12
e3 = (7.77)
4e0
Cabe ressaltar que independentemente do sinal escolhido para o sinal de e0 a representação
da orientação do corpo continua correta.
Caso e0 = 0, deve-se utilizar as equações:
1 + 2a11 − tr(T )
e21 = (7.78)
4
1 + 2a 22 − tr(T )
e22 = (7.79)
4
1 + 2a 33 − tr(T )
e23 = (7.80)
4
E os sinais devem ser selecionados de acordo com as equações:
Sendo que pelo menos um dos parâmetros deve ser diferente de 0 e o seu sinal deve ser
selecionado.
Propriedades dos Parâmetros de Euler:
Defina as matrizes:
h i −e1 e0 −e3 e2
[E] ≡ − {e} ẽ + e0 [I] = −e2 e3 e0 −e1 (7.84)
−e3 −e2 e1 e0
h i −e1 e0 e3 −e2
[G] ≡ − {e} −ẽ + e0 [I] = −e2 −e3 e0 e1 (7.85)
−e3 e2 −e1 e0
{p}T {ṗ} = {ṗ}T {p} = e0 ė0 + {e}T {ė} = e0 ė0 + {ė}T {e} = e0 ė0 + e1 ė1 + e2 ė2 + e3 ė3 = 0
(7.86)
De forma similar, h i
[E] {ṗ} = − Ė {p} (7.87)
E
h i
[G] {ṗ} = − Ġ {p} (7.88)
h i h iT
T T
Como [T ] = [E] [G] e Ė [G] = [E] Ġ , o que facilmente demonstrável por
calculando-se os produtos dessas matrizes, gera-se a seguinte relação:
h i h iT
Ṫ = 2 [E] Ġ (7.89)
Além disso, pode-se também facilmente demonstrar com auxílio das propriedades das
matrizes˜, apresentadas no início deste trabalho e com e0 ė0 + {e}T {ė} = 0, que:
h i h iT
˜
Gṗ = [G] Ġ (7.90)
df
df (x, t) = fx dx + (7.91)
dt
δf (x, t) = fx δx (7.92)
δ(g + h) = δg + δh (7.93)
δ {g}T {h} = {h}T δ {g} + {g}T δ {h} (7.94)
δ ([g̃] {h}) = δ ([g̃]) {h} + [g̃] δ {h} (7.95)
Logo:
[T ] [T ]T + [T ] δ [T ]T + δ [T ] [T ]T + δ [T ] δ [T ]T = I (7.97)
o que permite afirmar que δ [T ] [T ]T é antissimétrica e será associada a δπ̃, denominado rotação
virtual.
Agora considere a equação abaixo:
{rp } = {ri } + T i ii rp
(7.99)
Aplicando o operador δ:
δ {rp } = δ {ri } + δ T i ii rp
(7.100)
δ [T ] = [δπ̃] [T ] (7.101)
Substituindo esse resultado:
i
δ {rp } = δ {ri } + [δπ̃] [T ] i rp (7.102)
[δπ̃] = δ [T ] [T ]T (7.104)
δ π̃ = [T ]T [δπ̃] [T ]
i
(7.105)
δ π̃ = [T ]T δ [T ] [T ]T [T ]
i
(7.106)
δ π̃ = [T ]T δ [T ]
i
(7.107)
δ [T ] = [T ] δ i π̃
(7.108)
δ {rp } = δ {ri } + = T i δ i π̃ ii rp
(7.109)
Assim, caracteriza-se uma rotação como um vetor, porém somente rotações virtuais podem
ser caracterizadas dessa forma. Para grandes rotações isso não é possível.
Considere agora o vetor:
δs = δ T i i s
(7.110)
δs = T i δ i π̃ i s
(7.111)
δs = − T i i s̃ δ i π
(7.112)
Esse resultado nos mostra a relação entre a rotação virtual e o deslocamento virtual. Essa
relação será muito útil no cálculo das jacobianas associadas às juntas espaciais.
i i T h i i
ω̃ = T Ṫ (7.113)
h i h iT
Como, [T i ] = [E] [G]T e Ṫ i = 2 [E] Ġ :
h iT
ω̃ = 2 [G] [E]T [E] Ġ
i
(7.114)
i h iT
ω̃ = 2 [G] Ġ (7.115)
h iT h i
E conforme demonstrado anteriormente, [G] Ġ = G˜ṗ , portanto:
h i
G˜ṗ = i ω̃ (7.116)
e
i
2 [G] {ṗ} = ω (7.117)
Logo:
1
[G]T i ω
{ṗ} = (7.118)
2
Passando a velocidade angular para o referencial inercial:
1 T
{ṗ} = [G]T T i {ω} (7.119)
2
1
{ṗ} = [G]T [G] [E]T {ω} (7.120)
2
1
{ṗ} = [E]T {ω} (7.121)
2
ou
δπx = −2e1 δe0 + 2e0 δe1 + 2e3 δe2 − 2e2 δe3 (7.128)
Ao se analisar essa equação percebe-se que a mesma não é uma diferencial exata pois, ao se
escrever a mesma na forma:
X
3fi (e)δei (7.129)
i=0
Percebe-se que:
∂fi ∂fj
6= (7.130)
∂ej ∂ei
Portanto, as equações diferenciais obtidas não são a derivada temporal de nenhum vetor,
portanto as rotações virtuais não são integráveis e da mesma forma, as velocidades angulares
também não são. Isso gera um questionamento que será melhor discutido na parte de Dinâmica,
dado que nesse tópico as equações são geradas com base em acelerações que tem que ser duas
vezes integradas para se obter a posição.
00
h i
i
Ti = f~i ~gi ~hi (8.1)
i T i T j j
Φd1 (~ai , ~aj ) ≡ ai T T aj = 0 (8.3)
Essa equação depende somente das matrizes de rotação, portanto, é uma restrição que atua
somente sobre a orientação dos corpos. Matematicamente, isso quer dizer que a mesma depende
somente dos parâmetros de Euler.
Passando agora para uma condição que dite a ortogonalidade entre ~ai e um vetor d~ij que una
os corpos, com d~ij 6= 0. Então, a restrição será dada por:
Φd2 (~ai , d~ij ) = {ai }T {dij } = 0 (8.4)
T i T
Φd2 (~ai , d~ij ) = i ai {rj } + T j jj rPj − {ri } + T i ii rPi = 0
T (8.5)
Essa equação não é simétrica em relação a i e j, para fazer com que o vetor ~aj seja ortogonal
ao vetor vecdij , deve-se trocar na equação acima os índices i por j e vice-versa. Ressaltando
sempre que dij 6= 0.
As vezes, é necessário fazer com que dois pontos coincidam. A condição para que isso seja
garantido é dada por:
Essa é conhecida como restrição esférica, pois modela uma junta esférica.
Por último, no caso onde se quer manter constante a distância C 6= 0 entre dois pontos Pi e
Pj , temos que:
Suponha que deseja-se que os vetores z”i e z”j sejam paralelos, ou seja, que os vetores ~hi e
~hj , o que é equivalente a dizer que ~hj é ortogonal à f~i e ~gi , logo:
" #
Φd1 (f~i , ~hj )
Φp1 (~hi , ~hj ) = (8.8)
Φd1 (~gi , ~hj )
Considere agora que se quer fazer com que o vetor ~hi seja paralelo ao vetor d~ij 6= 0. Isso é
equivalente a afirmar que d~ij é ortogonal à f~i e ~gi , ou seja:
" #
Φd2 (f~i , d~ij )
Φp2 (~hi , d~ij ) = (8.9)
Φd2 (~gi , d~ij )
n oT
q= x y z e0 e1 e2 e3 (8.10)
∂
{Φ} = [Φpi ] = 2 [Φi πi ] [Gi ] (8.11)
∂pi
Φs − [I] [I]
T
Φ ss
−2 {dij } 2 {dij }T
Equação de Restrição Φi πi Φj π j
d1 j T j T i i T T
Φ − { aj } [T ] [T ] [ ãi ] − { ai } [T i ] [T j ] [j ãj ]
i
T T T
{i ai } [ii r̃Pi ] − {dij }T [T i ] [i ãi ] − {i ai } [T i ] [T j ] jj r̃Pj
Φd2
Φs [T i ] [ii r̃Pi ] − [T j ] jj r̃Pj
2 {dij }T [T i ] [ii r̃Pi ] −2 {dij }T [T j ] jj r̃Pj
Φss
Uma restrição de ponto pode ser aplicada no ponto Pi , definindo a posição {ri0 }, levando a
equação de restrição:
Dados dois corpos i, j e dois pontos Pi e Pj . Pode-se aplicar uma restrição de distância
entre esses dois pontos, fixando-a em C 6= 0, logo a restrição pode ser modelada por:
Figura 39 – Restrição de distância
Uma junta universal entre os corpos i, j é construída através de um corpo intermediário que é
pivoteado em i e j. O centro da cruz da junta é fixo em relação à ambos os corpos, definido pelos
pontos Pi e Pj . Os pontos Qi e Qj nos braços da cruz entre os corpos i e j, respectivamente,
determinam o eixo z” dos referenciais de junta, ficando os eixos restantes a serem definidos de
acordo com a vontade do projetista. A equação de restrição consiste da coincidência dos pontos
Pi e Pj , além da ortogonalidade dos vetores {hi } e {hj }, sendo expressa pela equação:
Φs (Pi , Pj ) = 0 (8.27)
Φd1 (hi , hj ) = 0 (8.28)
Φs (Pi , Pj ) = 0 (8.29)
Φp1 (hi , hj ) = 0 (8.30)
Figura 42 – Junta de Revolução
Uma junta cilíndrica é similar a junta de revolução, porém ela permite a translação relativa
entre os corpos. Então, ao invés de amarrar os pontos Pi e Pj é substituída pela condição de
paralelismo entre o vetor {hi } e o vetor {dij }.
Para uma junta de translação, além das condições de paralelismos imposta pela junta de
cilíndrica, deve-se amarrar a orientação dos corpos. Assim, dado que o eixo z” tanto no corpo
i quanto no j está alinhado com o eixo de translação, deve-se definir os eixo x” como sendo
perpendiculares, acrescentando assim uma restrição do tipo Φd1 .
Por fim, considere uma junta cilíndrica onde o movimento de translação é acoplado ao
de rotação por meio de uma rosca com passo α. A relação entre o ângulo de rotação e o
deslocamento é feita através da equação:
Assim, temos que as restrições são as mesmas que as de uma junta cilíndrica juntamente
com a equação:
∂ ∂
θ= θ=0 (8.38)
∂ri ∂rj
∂ T
θ = −2 i hi [Gi ] (8.39)
∂pi
∂ T i T j
θ = 2 i hi T T [Gj ] (8.40)
∂pj
A seguir serão expostos alguns tipos de juntas compostas e seus respectivos equacionamen-
tos, sem análise da formulação das mesmas.
Para o caso de se ter, por exemplo, um atuador pneumático, pode-se ter uma restrição
diretora de distância, definida por:
De forma similar, pode-se querer controlar a rotação relativa entre corpos, utilizando a
equação:
Além disso, como o sistema possui 6 graus de liberdade e está sendo modelado por 7, para
cada corpo deve-se incluir uma equação de restrição associada aos parâmetros de Euler, que é
a Restrição de Normalização dos Parâmetros de Euler. Assim, o vetor de restrições assume a
forma:
K
Φnh ×1
Φ7nb ×1 = ΦD
nDOF ×1 =0 (8.62)
Φpnb ×1
A solução continua sendo feita através do Método de Newton-Raphson, tendo como fun-
damentação o Teorema da Função Implícita, sendo a jacobiana associada a cada corpo descrita
por:
h i
ΦK
qi = ΦK K
ri Φpi (8.63)
h i
ΦD
qi = ΦD D
ri Φpi (8.64)
h i
Φpqi = 0 2pTi (8.65)
nb
(" # " # ) " # " #
X ΦK
ri ΦK
πi
i ΦK
t νK
{ṙi } + ωi =− ≡ (8.67)
i=1
ΦD
ri ΦD
πi ΦD
t νD
Φq q̇ = ν (8.68)
considerando-se que:
T
qi = riT i πiT
(8.69)
e que:
T
q̇i = ṙiT i ωiT
(8.70)
Derivando a equação da velocidade, tem-se que a equação das acelerações será definida por:
nb
(" # " # ) " # nb
(" # " # ) " #
X ΦK
ri ΦK
πi
i ΦK
tt
X Φ̇K
ri Φ̇K
πi
i γK
{r̈i } + ω̇i =− − {ṙi } + ωi ≡
i=1
ΦD
ri ΦD
πi ΦD
tt i=1
Φ̇D
ri Φ̇D
πi γD
(8.71)
K D
O cálculo dos valores de γ e γ para as restrições definidas neste capítulo estão descritas
abaixo:
• Restrição d1
j T h j T i i i j j j T i i
γ d1 = aj T T ωi ωi + ωj ωj T T {ai } + (8.72)
T i i i
2 j ωj j ãj T j T ãi ωi
• Restrição d2
i T i i T T j j T i i i
γ d2 = 2 ({ṙi } − {ṙj }) + 2 jj rPj
ωi ãi T ω̃j T T ω̃i ai − (8.73)
i T i i i j T j j j T i i
− i rPi ω̃i ω̃i ai − j rPj ω̃j ω̃j T T ] ai
T i i i i
− {dij } T ] ω̃i ] ω̃i ai
• Restrição s
• Restrição ss
T j j j
γ ss = −2 ({ṙj } − {ṙi })T ({ṙj } − {ṙi }) + 2 jj rPj
ω̃j ω̃j j rPj + (8.75)
i T i i i j T j j T i i i
2 i rPi ω̃i ω̃i i rPi − 4 j rPj ω̃j T T ω̃i i rPi +
j j j i i i
+4 ({ṙj } − {ṙi }) T j r̃Pj ωj − T i r̃Pi ωi +
2 {dij }T T i i ω̃i ii r̃Pi ] i ωi − T j i ω̃i jj r̃Pj ] j ωj
• Restrições absolutas
γ1
2 i i i i
γ =− T ω̃i ω̃i i rP (8.76)
3
γ
4
γ
5 1 ˜
ėi + ė0 I i ωi
γ = (8.77)
2
γ6
• Restrição de ponto
γ P = − T i i ω̃i i ω̃i ii rP
(8.78)
θ
i T i T j j i i T j j
γ = − hi T T ω̃j − ω̃i T T ωj (8.79)
γ scr = γ d2 − αγ θ (8.80)
γ 3d γ3 C̈3 (t)
γ td = γ d2 + C̈(t) (8.83)
Cabe ressaltar que a matriz dos coeficientes do sistema linear da aceleração é a mesma
do sistema gerado pela equação da velocidade, o que facilita a implementação e diminui
consideravelmente as contas a serem feitas.
8.9 Exemplos de modelagem de mecanismos espaciais
x1 − sin t (8.86)
y1 − cos t (8.87)
• Há uma restrição a ser implementada para o único corpo em questão, relativa a normali-
zação dos parânetros de Euler.
Como só há 1 corpo:
x 1
y
1
z
1
q= e01 (8.88)
e
11
e
21
e31
T = [E1 ] [G1 ]T
1
(8.89)
z1
1
n o
1 T
0 0 1 [T ] 0
0
0
n o
1 T
Φ= 0 0 1 [T ] 1 =0 (8.90)
0
e01
x1 − sin t
y1 − cos t
{p1 }T {p1 } − 1
Esse sistema de equações não lineares será utilizado para fazer a análise de posição do
mecanismo.
Jacobiana de Φ
0 0 1 01x4
0 −1 0
n o
0 0 0 2 1 0 0 [T 1 ] 1 0 0 [G1 ]
0 0 0
n o 0 −1 0
Φq = 0 0 0 2 0 1 0 [T 1 ] 1 0 0 [G1 ] (8.91)
0 0 0
0 0 0 1 0 0 0
1 0 0 01x4
0 1 0 01x4
0 0 0 2 {p1 }T 7x7
Análise de Velocidade
0
( Para ) a análise de velocidade será construída uma "jacobiana"em relação ao vetor q =
r
, ou seja, em relação as rotações virtuais. Essa matriz será similar a jacobiana ante-
πi
riormente exposta, porém, a multplicação por 2 [G1 ] à direita e, para o caso específico da 4
linha, multiplicar por 0.5 [G1 ]T , dado que:
Φq = 2Φπ1 [G1 ] (8.92)
1
Φπ1 = Φq [G1 ]T (8.93)
2
Então:
0 0 1 01x3
0 −1 0
n o
0 0 0 1 0 0 [T 1 ] 1 0 0
0 0 0
0 −1 0
Φπ1 = (8.94)
n o
0 0 0 0 1 0 [T 1 ] 1 0 0
n 0o 0 0
1
[G1 ]T
0 0 0 2 1 0 0 0
1 0 0 01x3
0 1 0 01x3 6x6
0
0
0
ν= (8.95)
0
cos t
− sin t
Assim o sistema linear de equações a ser resolvido será dado por:
0 0 1 01x3
0 −1 0
n o
0 0 0 1 0 0 [T 1 ] 1 0 0
0 0 0
( )
0 −1 0 r1
= {ν} (8.96)
n o
0 0 0 0 1 0 [T 1 ] 1 0 0
1
ω1
n 0o 0 0
1
[G1 ]T
0 0 0 2 1 0 0 0
1 0 0 01x3
0 1 0 01x3
Análise de Aceleração
O lado esquerdo é o mesmo, não sendo necessário recalcular, porém o lado direito é dado
por:
n o 0 n
o
1 1
1 0 0 [T ] [ ω̃ ] 0 0 1
1
n o n o
1 1
0 1 0 [T ] [ ω̃1 ] 0 0 1
γ= (8.97)
0
− cos t
− sin t
Com o valor da velocidade angular no instante seguinte pode-se obter a derivada temporal
dos parâmetros de Euler através da relação:
1
[G1 ] 1 ω1
ṗ1 = (8.100)
2
Assim pode-se integrar ṗ1 e obter a nova orientação do corpo através da equação:
1
r1 (t + ∆t) = r1 (t) + ṙ1 ∆t + r̈1 (∆t)2 (8.102)
2
8.9.2 Pêndulo
Nesse problema são aplicadas ao bloco as seguintes restrições:
onde f~2 é o direcional do eixo x2 que é obtido através de uma rotação de θ em relação a
z.
• Há uma restrição a ser implementada para o único corpo em questão, relativa a normali-
zação dos parânetros de Euler.
Como só há 1 corpo:
x 1
y
1
z
1
q= e01 (8.105)
e
11
e
21
e31
T = [E1 ] [G1 ]T
1
(8.106)
cos θ − sin θ 0
e, para as restrições onde se relacionar o referencial 1 com o 2, a matriz será [T 2 ] = sin θ cos θ 0 .
0 0 1
Vetor de Restrições:
r1
0
n o
1 T
2
1 0 0 [T ] [T ] 1
0
0
n o
1 T 2
Φ= 1 0 0 [T ] [T ] 0 =0 (8.107)
1
0
n o
1 T
2
0 1 0 [T ] [T ] 1 − cos t
0
T
{p1 } {p1 } − 1
Esse sistema de equações não lineares será utilizado para fazer a análise de posição do
mecanismo.
Jacobiana de Φ
1 0 0 01x4
0 1 0 01x4
0 0 1 01x4
0 0 0
n o
0 0 0 2 0 1 0 [T 2 ]T [T 1 ]
0 0 −1 [G1 ]
0 1 0
Φq =
n o 0 0 0
(8.108)
T
0 0 0 2 0 0 1 [T 2 ] [T 1 ] 0 0 −1 [G1 ]
0 1 0
0 0 1
n o
0 0 0 2 0 1 0 [T 2 ]T [T 1 ]
0 0 0 [G1 ]
−1 0 0
0 0 0 2 {p1 }T 7x7
Análise de Velocidade
0
( Para ) a análise de velocidade será construída uma "jacobiana"em relação ao vetor q =
r
, ou seja, em relação as rotações virtuais. Essa matriz será similar a jacobiana ante-
πi
riormente exposta, porém, a multplicação por 2 [G1 ] à direita e, para o caso específico da 4
linha, multiplicar por 0.5 [G1 ]T , dado que:
Φq = 2Φπ1 [G1 ] (8.109)
1
Φπ1 = Φq [G1 ]T (8.110)
2
Então:
1 0 0 01x3
0 1 0 01x3
0 0 1 01x3
n o 0 0 0
T
0 0 0 0 1 0 [T 2 ] [T 1 ] 0 0 −1
0 1 0
Φq = (8.111)
n o 0 0 0
T
0 0 1 [T 2 ] [T 1 ]
0 0 0 0 0 −1
0 1 0
n o 0 0 1
T
0 0 0 0 1 0 [T 2 ] [T 1 ] 0 0 0
−1 0 0 6x6
0
0
0
ν= (8.112)
0
0
− sin t
Assim o sistema linear de equações a ser resolvido será dado por:
1 0 0 01x3
0 1 0 01x3
0 0 1 01x3
n o 0 0 0
T
0 0 0 0 1 0 [T 2 ] [T 1 ] 0 0 −1
( )
0 1 0 r1
1ω = {ν} (8.113)
n o 0 0 0 1
T
0 0 1 [T 2 ] [T 1 ]
0 0 0 0 0 −1
0 1 0
n o 0 0 1
T
0 0 0 0 1 0 [T 2 ] [T 1 ] 0 0 0
−1 0 0
Análise de Aceleração
O lado esquerdo é o mesmo, não sendo necessário recalcular, porém o lado direito é dado
por:
n o 03x1 n o
T
[T 2 ] [T 1 ] [1 ω̃1 ]
0 1 0 1 0 0
γ= n o
2 T
o n (8.114)
0 0 1 [T ] [T 1 ] [1 ω̃1 ] 1 0 0
n o n o
T
0 1 0 [T 2 ] [T 1 ] [1 ω̃1 ] 0 1 0 − cos t
8.9.3 Biela-Manivela
Considere agora, um biela-manivela de acordo com a figura abaixo, onde o bloco 2 se
desloca ao longo do eixo x. Para esse mecanismo serão expostos 3 possíveis modelagens
equivalentes.
De uma forma geral, esse mecanismo que é composto por 3 corpos pode ser modelado utili-
zando juntas compostas reduzindo o conjunto de coordenadas generalizadas há 14 componentes
ao invés de 21, pelo omissão de um corpo. Inicialmente considere que:
nb = 2 (8.116)
nc = 7nb = 14 (8.117)
nDOF = 1 (8.118)
nh = nc − nDOF = 13 (8.119)
Das 13 equações de restrição cinemática que devem ser impostas ao mecanismo, 2 sempre
serão relativas à normalização dos parâmetros de Euler definidas por:
r1
p
1
q= (8.120)
r2
p
2
( )
p {p1 }T {p1 } − 1
Φ = (8.121)
{p2 }T {p2 } − 1
z2 = 0 (8.123)
e12 = 0 (8.124)
e22 = 0 (8.125)
e32 = 0 (8.126)
Modelo 2 Substituição da junta esférica no ponta do corpo 1 ou no corpo 2 por uma junta
de revolução, retirando a restrição absoluta em z2 .
e12 = 0 (8.130)
e22 = 0 (8.131)
e32 = 0 (8.132)
Modelo 3
Substituição das duas juntas esféricas por 2 juntas de revolução, fazendo o paralelismo entre
h1 e h2 .
• Restrições absolutas no corpo 2, amarrando o deslcomanto ao longo do eixo x (2 equa-
ções):
y2 = 0 (8.135)
yA = 0 (8.136)
T
l1
l1
{r1 } + T 1 − r2 {r1 } + T 1 − r2 − l22
0 0
0 0
ss
Φ (P1 , P2 , l2 )
l1
Φrr = Φd2 (h1 , dij ) = =0
1h T 1
T 1
T {r1 } + T 0 − r2
1
p
Φ (h1 , h2 )
1
0
1 T 1 T 2 2
h1 T T f2
1 T 1 T 2 2
h
1 T T g
2
(8.137)
ΦD = x2 − sin t = 0 (8.139)
Jacobiana
{j}T
01x3 01x4 01x4
01x3 01x4 {k}T 01x4
h i
0 0 0 03x1 I3x3
3x3 3x4 3x3
T T T
1 1 1
2 {dij } 4 {dij } [T ] [ r̃P ] [G ] −2 {dij }
1 01x4
[I]3x3 03x4 03x3 03x4
Φq = T
h i (8.140)
0
1x3 2 {i} [T 1 ] 1 h̃1 [G1 ] 01x3 01x4
h i
T 1 1 1
0
1x3 2 {j} [T ] h̃1 [G ] 01x3 01x4
T
01x3
01x4 {i} 01x4
T
01x3 2 {p1 } 01x3 01x4
T
01x3 01x4 01x3 2 {p2 } 14x14
Jacobiana em relação a π
{j}T
01x3 01x3 01x3
01x3 01x3 {k}T 01x3 i
h
0 1 T
3x3 03x3 03x3 2 03x1 I3x3 [G2 ]
2 {dij }T 2 {dij }T [T 1 ] [1 r̃P ] −2 {dij }T
1 01x3
Φq = (8.141)
[I]3x3 03x3h i 03x3 03x3
T 1 1
0
1x3 {i} [T ] h̃1 01x3 01x3
h i
0
1x3 {j}T [T 1 ] 1 h̃1 01x3 01x3
01x3 01x3 {i}T 01x3 12x12
Termos ν e γ
( )
011x1
ν= (8.142)
cos t
0
h 0i
− 21 03x1 I3x3 [G2 ]T 2 ω2
T 1 1 1
−2 (ṙ1 − ṙ2 )T (ṙ1 − ṙ2 ) + 2 11 rP1 ω̃1 1 rP1 + 4 (ṙ1 − ṙ2 )T T 1 11 r̃P1 1 ω1 − ...
ω̃1
T 1 1 1 1
γ= ... − 2 {dij } T ω̃1 r̃P ω1
1 1 1 11 1
T ω̃ 1 ω̃ 1 r P
T 1 11
T T 2 1 h 1 i 1
− {i}T T 2 T 1 1 ω̃1 1 ω̃1 + 2 ω̃2 2 ω̃2 T 2 h1 + 2 2 ω2
T ĩ T T h̃1 ω1
1 2 2 2 T 1 1 2 T 2 1 h 1 i 1
T 2 T 1 1
− {j} T T ω̃1 ω̃1 + ω̃2 ω̃2 T T h1 + 2 ω2 j̃ T T h̃1 ω1
− sin t
(8.143)
Dinâmica
9 Cinética de Partículas
~s
~v = lim (9.2)
∆t→0 ∆t
9.2 Quantidade de Movimento
~ de uma partícula é definida por:
A quantidade de movimento (G)
~ = m~r
G (9.3)
F~ = 0 → G
~ = cte (9.4)
d ~
F~ 6= 0 → G = F~ (9.5)
dt
(9.6)
1
Ec = m~v T ~v (9.8)
2
Já o trabalho (W ) é um escalar associado à variação de posição causada pela influência de
uma força externa, sendo descrito como:
Z r~2
dW = F~ dr → W (~
r2 ) − W (~
r1 ) = F~ d~r (9.9)
r~1
A integral da última equação pode ser substituída, trocando a variável de integração para o
tempo (t), em função da derivada da Energia cinética, gerando:
Z t2
r2 ) − W (~
W (~ r1 ) = Ėc (t)dt = Ec (t2 ) − Ec (t2 ) (9.10)
t1
3. Terceira Lei: Para cada ação há uma reação com mesmo módulo e direção oposta.
Cabe ressaltar que nada é dito sobre colinearidade quando se lê o que é dito na Terceira Lei
de Nrwton.
Onde [T 1 ] é a matriz dos cossenos diretores que relaciona o referencial 1 com o sistema
inercial.
Derivando-se essa equação é obtida a velocidade do ponto P escrita no referencial inercial.
O1 ~
rP = [T 1 ]1O1 ~rP →1O1 ~rP = [T 1 ]TO1 ~rP (9.13)
Estando todos os vetores escrito no referencial inercial. Define-se como vetor de velocidade
angular (~ω ) o vetor associado a matriz antisimétrica definida por [Ṫ ][T ]T .
Prova:
TTT = I (9.15)
Ṫ T T + T Ṫ T = 0 (9.16)
Ṫ T T = −T Ṫ T (9.17)
~r¨P = ~r¨O1 + [T̈ 1 ]1O1 ~rP + 2[Ṫ 1 ]1O1 ~r˙P + [T 1 ]1O1 ~r¨P (9.20)
cos α − sin α 0
[T ] = sin α cos α 0 (9.25)
0 0 1
0 0 1
0 −1 0
[Ṫ ][T ]T = α̇ 1 0 0 (9.27)
0 0 0
Essa matriz é justamente a matriz anti-simétrica associada pelo operador til ao vetor:
0
ω
~z = 0 (9.28)
α̇
Reproduzindo-se o mesmo processo para as rotações expostas em ??, seriam obtidos vetores
de velocidade angular de acordo com o exposto abaixo:
cos α 0 sin α
[T ] = 0 1 0 (9.29)
− sin α 0 cos α
0
ω
~y = α̇ (9.30)
0
1 0 0
[T ] = 0 cos α − sin α (9.31)
0 sin α cos α
α̇
ω
~x = 0 (9.32)
0
9.7 Exemplos
m~r¨ = F~ (9.33)
1
~r¨ = F~ (9.34)
m
1
~r˙ = ~r˙0 + F~ (t − t0 ) (9.35)
m
1
~r = ~r0 + ~r˙0 (t − t0 ) + F~ (t − t0 )2 (9.36)
2m
O que conduz a 3 movimentos uniformemente variados, um em cada direção.
0
ωz = 0 (9.38)
θ̇
cos θ − sin θ 0
[T 1 ] = sin θ cos θ 0 (9.39)
0 0 1
sin θ
− cos θ
¨ ˙ 2
~rP = (ω̃z + ω̃ )~rP = θ̈R cos θ 2
+ θ̇ R − sin θ (9.43)
0 0
Onde surge outra componente na direção tangente a trajetória (colinear com a velocidade)
que atua na variação do módulo da velocidade.
Escrevendo-se a aceleração no referencial móvel, obtém-se:
0
1
¨
~rP = θ̈R 1 2
− θ̇ R 0 (9.44)
0 0
1. Acompanha a projeção do pistão no plano (x − y), de modo que essa projeção permaneça
alinhada com o eixo x1 ; e
Assim, as equações que mapeiam o movimento do ponto P na ponta do pistão são definidas
por:
s
2
rP = 0 (9.45)
0
ṡ
2
ṙP = 0 (9.46)
0
s̈
2
r̈P = 0 (9.47)
0
cos β − sin β 0
T 1 = sin β cos β 0 (9.48)
0 0 1
cos θ 0 sin θ
1 2
T = 0 1 0 (9.49)
− sin θ 0 cos θ
0
ω1 = 0 (9.50)
β̇
0
1 ω2 = θ̇ (9.51)
0
(9.52)
rP = [T 1 ] 1 T 2 2 rP
(9.53)
h i
ṙP = [Ṫ 1 ] 1 T 2 2 rP + [T 1 ] 1 Ṫ 2 2 rP + [T 1 ] 1 T 2 2 ṙP
(9.54)
h i
1 1 2
2 1 1 2 2
rP + 2[Ṫ 1 ] 1 T 2 2 ṙP +
r̈P = [T̈ ] T rP + 2[Ṫ ] Ṫ (9.55)
h i h i
+[T 1 ] 1 T̈ 2 2 rP + 2[T 1 ] 1 Ṫ 2 2 ṙP + [T 1 ] 1 T 2 2 r̈P
˜˙ 2 + 1 ω
r̈P = (ω̃˙ 1 + ω̃12 )rP + T 1 (1 ω ˜ 2 2 ) 1 rP + T 1 1 T 2 2 r̈P +
(9.56)
+2ω̃1 T 1 1 ω˜ 2 1 T 2 2 rP + 2ω̃1 T 1 1 T 2 2 ṙP + 2 T 1 1 ω ˜ 2 1 T 2 2 ṙP
Considere o sistema abaixo onde a mesa e o disco giram com velocidades angulares
constantes (θ̇ e α̇ = cte). Da mesma forma que para o exemplo anterior, serão utilizados
dois sistemas móveis para o mapeamento do movimento de um ponto P na superfície externa
do disco. Os referenciais são construídos de acordo com:
1. Acompanha a rotação da mesa de modo que o centro do disco permaneça sobre o eixo y1 ;
e
0 0 1
cos α 0 sin α
1 2
T = 0 1 0 (9.61)
− sin α 0 cos α
0
ω1 = 0 (9.62)
θ̇
0
1 ω2 = α̇ (9.63)
0
rP = T 1 1 rO + T 1 1 T 2 2 rP
(9.64)
h i h i h i
ṙP = Ṫ 1 1 rO + Ṫ 1 1 T 2 2 rP + T 1 1 Ṫ 2 2 rP (9.65)
h i h i h ih i h i
r̈P = T̈ 1 1 rO + T̈ 1 1 T 2 2 rP + 2 Ṫ 1 1 Ṫ 2 2 rP + T 1 1 T̈ 2 2 rP
(9.66)
r̈P = ω̃12 T 1 1 rO + ω̃12 T 1 1 T 2 2 rP + 2ω̃1 T 1 1 ω
˜ 2 1 T 2 2 rP +
(9.67)
+ T 1 1ω ˜ 2 2 1 T 2 2 rP
2 2 2
bθ̇ sin θ − dα̇ sin α cos θ − dθ̇ sin α cos θ − 2dα̇θ̇ cos α sin θ
~r¨P = 2dα̇θ̇ cos α cos θ − dα̇2 sin α sin(θ) − dθ̇2 sin α sin θ − bθ̇2 cos θ (9.68)
−α̇2 d cos α
1. Acompanha a rotação da mesa de modo que o braço permaneça alinhado com o eixo y1 ,
estando deslocado no eixo z de a em relação ao referencial inercial;
2. Acompanha a rotação do braço de modo que o eixo y2 permaneça alinhado com o braço
(rotação no eixo x1 ), com origem no ponto de rotação do braço; e
De acordo com esses referenciais, a descrição do movimento do ponto P será dada como:
c
3
rP = 0 (9.69)
0
0
1
rC = b (9.70)
0
a
rO = 0 (9.71)
0
cos α − sin α 0
T 1 = sin α cos α 0 (9.72)
0 0 1
1 0 0
1 2
T = 0 cos β − sin β (9.73)
0 sin β cos β
cos γ − sin γ 0
2 3
T = sin γ cos γ 0 (9.74)
0 0 1
0
ω1 = 0 (9.75)
α̇
β̇
ω
1 2 = 0 (9.76)
0
0
2 ω3 = 0 (9.77)
γ̇
(9.78)
rP = rO + T 1 1 rC + T 1 1 T 2 2 T 3 3 rP
(9.79)
h i h i h i h i
ṙP = Ṫ 1 1 rC + Ṫ 1 1 T 2 2 T 3 3 rP + T 1 1 Ṫ 2 2 T 3 3 rP + T 1 1 T 2 2 Ṫ 3 3 rP
(9.80)
h i h i h i h i
r̈P = T̈ 1 1 rC + T̈ 1 1 T 2 2 T 3 3 rP + T 1 1 T̈ 2 2 T 3 3 rP + T 1 1 T 2 2 T̈ 3 3 rP
(9.81)
h ih i h i h i h ih i
+2 Ṫ 1 1 Ṫ 2 2 T 3 3 rP + 2 Ṫ 1 1 T 2 2 Ṫ 3 3 rP + 2 T 1 1 Ṫ 2 2 Ṫ 3 3 rP
Para descrever o movimento dessa partícula no interior desse corpo, leve em consideração
o seguinte conjunto de referenciais móveis:
Assim, supondo que a velocidade angular seja constante (θ̇ = cte) e que a inclinação do
rasgo também seja constante (β = cte), pode-se descrever a equação do movimento da partícula
de acordo com:
0
2
rP = s(t) (9.82)
0
0
2
ṙP = ṡ(t) (9.83)
0
0
2
r̈P = s̈(t) (9.84)
0
cos θ − sin θ 0
T 1 = sin θ cos θ 0 (9.85)
0 0 1
1 0 0
1 2
T = 0 cos β − sin β (9.86)
0 sin β cos β
rp = T 1 1 T 2 2 rP
(9.87)
h i
ṙp = Ṫ 1 1 T 2 2 rP + T 1 1 T 2 2 ṙP
(9.88)
h i h i
1 1 2 2
1 1 2 2
r̈P + 2 Ṫ 1 1 T 2 2 ṙP
r̈p = T̈ T rP + T T (9.89)
2
cos β(−sθ̇ sin θ + 2ṡθ̇ cos θ + s̈ sin θ + sθ̈ cos θ)
r̈P = cos β(−sθ̇2 cos θ + 2ṡθ̇ sin θ − s̈ cos θ + sθ̈ sin θ) (9.90)
−s̈ sin β
0
0
Nx
1 1 2 1 1 2
mr̈P = −mg + T T −ks + T T 0 (9.91)
0 0 Nz
Essa equação pode ser vista como um sistema linear onde as variáveis são a segunda
derivada de s e as componentes da normal, obtendo-se um sistema com 3 equações e 3
incógnitas. Nesse caso, o sistema gerado é dado por:
cos θ − sin θ sin β m cos β sin θ Nx
msθ̇2 cos β sin θ − 2mṡθ̇ cos β cos θ − ks cos β sin θ − msθ̈ cos β cos θ
sin θ cos θ sin β −m cos β cos θ Nz = mg − msθ̇2 cos β cos θ − 2mṡθ̇ cos β sin θ − ks cos β cos θ − msθ̈ cos β sin θ
0 cos β −m cos β cos θ s̈ −ks sin β
(9.92)
− sin θ 0 cos θ
Figura 63 – Diagrama de corpo livre representado no referencial 2
cos β − sin β 0
1 2
T = sin β cos β 0 (9.98)
0 0 1
rP =1 rO + T 1 1 T 2 2 rP
(9.99)
h i h i
ṙP = Ṫ 1 1 T 2 2 rP + T 1 1 Ṫ 2 2 rP + T 1 1 T 2 2 ṙP
(9.100)
h i h i
1 1 2
2 1 1 2 2
r̈P + 2 Ṫ 1 1 T 2 2 ṙP
r̈P = T̈ T rP + T T (9.101)
2
cos β(−xθ̇ cos θ + 2ẋθ̇ sin θ + ẍ cos θ)
r̈P = −ẍ sin β (9.102)
2
− cos β(xθ̇ sin θ + 2ẋθ̇ cos θ − ẍ sin θ))
p
0
−µ 2 Ny2 +2 Nz2 sign(ẋ)
0
T 1 T
m2 rP = 1 T 2
2
T −mg + 0 + Ny (9.103)
2
0 0 Nz
q
ẍ = −µsign(ẋ) 2 Ny2 +2 Nz2 + mg sin β + mθ̇2 x cos2 β (9.106)
Assim, substituindo-se as normais na equação diferencial, obtém-se uma EDO não linear
para o movimento da partícula. A seguir serão expostos resultados de simulações com e sem
atrito desse sistema.
15
10
-5
-10
-15
-20
-20 -15 -10 -5 0 5 10 15 20
10
-5
-10
-15
-15 -10 -5 0 5 10 15
-1
-2
-3
Através da análise desses gráficos percebe-se claramente a influência do atrito, onde para o
caso onde o mesmo foi desprezado, a partícula sobe e desce ao longo da haste repetidas vezes em
um movimento oscilatório gerado pelo balanço entre a variação da aceleração angular e o peso.
No caso com atrito, percebe-se que ao atingir uma determinada posição o atrito "equilibra"o
sistema fazendo com que o mesmo gire em um determinado plano fixo. Isso também é visto pois
quando a partícula atinge essa posição o mesmo passa a varia de sentido muito rapidademente.
Considere o braço articulado da figura abaixo que está atrelado à uma mesa que gira com
velocidade β̇ = cte.
− sin β 0 cos β
cos φ − sin φ 0
1
T2 =
sin φ cos φ 0 (9.110)
0 0 1
(9.111)
Considerando que o braço está fixo (φ̇ = φ̈ = 0), conclui-se que:
rP = T 1 1 rO + T 1 1 T 2 2 rP
(9.112)
h i h i
1 1 1 1
T2
2
rP + T 1 1 T 2 2 ṙP
ṙP = Ṫ rO + Ṫ (9.113)
h i h i h i
r̈P = T̈ 1 1 rO + T̈ 1 1 T 2 2 rP + T 1 1 T 2 2 r̈P + 2 Ṫ 1 1 T 2 2 ṙP
(9.114)
0 0 0 N
x
T 1
m 2 rP = ˙
1
T2
p 2
T −mg + −Kl + −µ Nx + Ny2 sign(l) + 0
0 0 0 Nz
(9.116)
1 2
2
Nx = gm sin φ − m Rβ̇ cos φ + β̇ l sin 2φ (9.117)
2
˙ sin φ
N z = −2β̇ 2 lm (9.118)
˙ N2 + N2
p
¨l = Rβ̇ sin φ + β̇ l sin φ
2 2 2
Kl µsign(l) x z
− + g cos φ + (9.119)
m m
• 2a Lei de Newton:
X
I d
Fi = (m I r˙∗ ) = ṁ I r˙∗ + m I r¨∗
(10.1)
i
dt
• Lei de Euler
Conforme dito anteriormente a lei de Euler é sempre escrita em relação a um determinado
ponto O e em relação a um referencial fixo ao corpo (S). A Lei de Euler afirma que a
soma dos momentos angulares é igual a variação da quantidade de movimento angular,
em relação a referencial inercial, portanto:
X
I
d I
MO i
= HO (10.2)
dt
Rotacionando essa equação para o referencial do corpo:
X d I S S
[I T S ]T
I
= [I T S ]T
MO i
[ T ] HO (10.3)
dt
X n o
S
= [I T S ]T [I Ṫ S ]
S
HO + [I T S ]T [I T S ] S ḢO
MO i
(10.4)
Logo:
[I T S ]T [I Ω̃S ][I T S ] = [I T S ]T [I Ṫ S ][I T S ]T [I T S ] (10.6)
[S Ω̃S ] = [I T S ]T [I Ṫ S ] (10.7)
Assim, pode-se reescrever a Lei de Euler, no referencial do corpo, como:
X n o
S S
ḢO + [S Ω̃S ] S HO
MO i
= (10.8)
Assim, poderia-se descrever a 2a Lei de Newton para uma partícula como sendo, supondo
que a sua massa seja constante:
m
X d I
I
G = m I r̈∗
Fi = (10.17)
i=1
dt
I ∗
onde r̈ é definido acima.
m
X
I d I h
I ∗ I ˙
i h
I 2
i
I 1
1 ∗
Fi = G =m r̈A + Ω̃1 + Ω̃1 T rA (10.18)
i=1
dt
Obtendo-se assim a 2a Lei de Newton para um corpo rígido descrito com o auxílio de um
referencial móvel com origem em um ponto diferente do centro de massa do corpo.
I
HA = IA ρ̃i I Gi = IA ρ̃i mi I ṙi
(10.19)
n
I X I I
HA = A ρ̃i mi ṙi (10.20)
i=1
I I h I i I
ṙi = ṙA + I Ω̃B A ρi + {A ρ̇i } (10.21)
Relembrando a hipótese de corpo rígido, não há movimento relativo entre pontos em um
mesmo corpo, logo: {A ρ̇i } = 0. Simplificando a equação:
n h i n n
I X I
I
I I
X I
I X I hI i I
HA = A ρ̃i mi ṙA + I Ω̃B A ρi = A ρ̃i mi ṙA + A ρ̃i mi I Ω̃B A ρi
i=1 i=1 i=1
(10.22)
Supondo que esse conjunto de partículas componha um corpo rígido que roda com veloci-
dade angular II ωB em relação ao ponto A e translada com velocidade I ṙA , pode-se afirmar
que:
n n h
" n #
i
mi {˜IA ρi } I ṙA = mi {˜IA ρi } I ṙA
X X X
I
I
A ρ̃i mi ṙA = (10.23)
i=1 i=1 i=1
Pn I I
Porém, i=1 mi A ρi =m A ρCG , logo:
n
X
I
I
ṙA = m IA ρCG i I ṙA
A ρ̃i mi (10.24)
i=1
I
Se o ponto A for coincidente com o centro de massa, A ρCG = 0, anulando o primeiro
termo da equação.
Portanto:
n
I X I hI i
I
HA = mi A ρ̃i I Ω̃B A ρi (10.25)
i=1
Reescrevendo essa equação no referencial do corpo:
n
B B I
I X B I
I hI i
I
HA = T HA = mi T A ρ̃i I Ω̃B A ρi (10.26)
i=1
n
B X B T B hI i T I
TI
I B
TI TI B
TI TI
B
HA = mi A ρ̃i I Ω̃B A ρi (10.27)
i=1
n
B X B hB i B
HA = mi A ρ̃i I Ω̃B A ρi (10.28)
i=1
Considerando novamente a hipótese de corpo rígido, B
A ρi = cte, ∀i. Fazendo cada massa
mi ser um elemento infinitesimal de massa dm = µdV = µdxdydz, pode-se descrever a
equação da quantidade de movimento angular de um corpo rígido como:
Z Z Z Z
B hB i B B hB i B
µ B
HA = A ρ̃i I Ω̃B A ρ dm = µ A ρ̃i I Ω̃B A ρ dxdydz (10.29)
Z Z Z 0 −z y 0 −ωz ωy x
B
HA = z 0 −x ωz 0 −ωx y dxdydz (10.30)
−y x‘ 0 −ωy ωx ‘ 0 z
2 2
Z Z Z y ωx − xyω y + z ω x − xzω z
B 2 2
HA = −yzωx − x ωy − z ωy + yzωz µdxdydz (10.31)
−zxωx + x2 ωz − zyωy + y 2 ωz
2
Z Z Z y + z 2 −xy −xz ω
x
B 2 2
HA = −yx x + z −yz ωy µdxdydz (10.32)
−zx −zy x2 + y 2 ωz
B
HA = B IA B ωA
(10.34)
Assim, define-se o tensor de inércia de um corpo rígido, sendo essa matriz a responsável por
representar matematicamente a distribuição espacial da massa do corpo em relação ao ponto
de análise. Essa distribuição é a responsável pelo acoplamento dos movimentos de rotação nos
diferentes eixos pois, ao se aplicar um momento alinhado com um dos eixos, rotações nos outros
eixos são possíveis. Como a matriz foi construída no referencial do corpo, ela será constante
em relação a esse referencial, facilitando as contas e a resolução da dinâmica do sistema.
Por definição essa matriz é simétrica, sendo os elementos da diagonal principal denomi-
nados momentos de inércia e os elementos fora da diagonal denominados produtos de inércia.
Quando o corpo possui simetria em relação a alguns dos eixos do sistema de referência acoplado
ao corpo, os produtos de inércia relativos ao eixo de simetria se anulam. Quando o corpo é
simétrico em relação aos 3 eixos, a matriz se torna diagonal.
Nesse ponto cabe ressaltar a importância de se trabalhar no referencial do corpo: analisando
a matriz do tensor de inércia, ela somente seria constante para um referencial fixo no corpo,
caso contrário, para cada instante de tempo deveria-se recalcular a matriz de inércia o que além
de consumir tempo, poderia se tornan uma tarefa complicada.
Para um ponto diferente do centro de massa, a equação de movimento fica na forma:
B
HA = B IA B ωA + m B ρ̃A B ṙA
(10.35)
sendo B ρA o vetor que conecta o ponto A ao centro de massa e B ṙA a velocidade do
ponto A escrita no referencial do corpo.
Muitas vezes, o tensor de inércia é conhecido em relação a um determinado sistema de
referência porém, por conveniência da dinâmica, é melhor posicioná-lo deslocado em relação
ao centro de massa. Nos casos onde esses referenciais se relacionam através de uma translação,
pode-se utilizar o Teorema de Steiner para calcular os momentos e produtos de inércia em
relação ao novo referencial. De forma genérica, esse teorema afirma que:
X
S
n o h i
MA = S ḢA + S Ω̃S S HA
(10.37)
X
S d B B B B hB i B B
ωA + m B ρ̃A B ṙA
MA = IA ωA + m ρ̃A ṙA + Ω̃B IA
dt
(10.38)
X
S d B B B d B d B B d B
ṙA + m B ρ̃A
MA = IA ωA + IA ωA + m ρ̃A ṙA (10.39)
+
dt dt hdt i dt
+ B Ω̃B B
IA B ωA + m B ρ̃A B ṙA
S
Como o tensor de inércia e o ρA são constantes, suas derivadas são nulas, logo:
X
S
d B d B
MA = B IA ωA + m B ρ̃A
ṙA + (10.40)
h i dt dt
+ B Ω̃B B
IA B ωA + m B ρ̃A B ṙA
B d B B hB i B
ṙA = m B ρ̃A B r̈A
m ρ̃A ṙA + m ρ̃A Ω̃B (10.41)
dt
Portanto:
X
S
B d B h B i
B
IA B ωA + m B ρ̃A B r̈A
MA = IA ωA + Ω̃B S
dt
(10.42)
Os exemplos que serão resolvidos a seguir seguirão o mesmo roteiro utilizado na cinética
de partículas:
9. Resolver as EDO;
Inicialmente pode-se afirmar que Ixx = Iyy devido a simetria do corpo ao longo do eixo z.
Também devido a simetria, pode-se afirmar que os produtos de inércia serão nulos. Iniciando
pelo cálculo de Izz :
Z
Izz = (x2 + y 2 )dm (10.45)
m
como x2 + y 2 = r02 e dm = ρtdr0 dθ, essa integral pode ser escrita como:
Z rZ 2π
tρπr4
Izz = ρtr03 dθdr0 = (10.46)
0 0 2
m
sendo ρ = πrt2
, conclui-se que:
mr2
Izz = (10.47)
2
Passando para o cálculo de Ixx :
Z
Ixx = (y 2 + z 2 )dm (10.48)
m
Analisando-se a geometria do corpo, afirma-se que:
y = r0 sin θ (10.49)
dm = ρr0 dθdr0 dz (10.50)
Portanto:
Z tZ rZ 2π
Ixx = ρ (r02 sin2 θ + z 2 )r0 dθdr0 dt (10.51)
0 0 0
Z tZ rZ 2π Z tZ rZ 2π
1 − cos 2θ
Ixx = ρ r03 θdr0 dt + ρ r0 z 2 dθdr0 dt (10.52)
0 0 0 2 0 0 0
Z t Z r Z tZ r
Ixx = ρ r03 πdr0 dt
+ 2πr0 z dr0 dt 2
(10.53)
0 0 0 0
Z t Z t
π 4 2 2
Ixx =ρ r πdt + πr z dt (10.54)
0 4 0
1 4 1 23
Ixx = ρπ r t + r t (10.55)
4 3
(10.56)
m
sendo ρ = πr2 t
:
1 1
Ixx = mr2 + mt2 (10.57)
4 3
Z Z
2 2
Ixx = (y + z )dm = ρ (y 2 + z 2 )dV (10.58)
m m
Porém, pode-se afirmar que:
πr02 π(r2 − x2 )
dV = = (10.59)
2 2
Além disso:
z 2 + y 2 = r 2 − x2 (10.60)
Assim:
Z Z r Z r
2 2 ρπ 2 ρπ
2 2
Ixx = (y + z )dm = (r − x ) dx = 2 (r2 − x2 )2 dx (10.61)
m 2 −r 2 0
Z r
Ixx = ρπ (r4 + 2r2 x2 + x4 )dx (10.62)
0
2 1 8ρπ 5
Ixx = ρπ(r5 + r5 + r5 ) = r (10.63)
3 5 15
m
Como ρ = 4
πr3
3
2
Ixx = mr3 (10.64)
5
Exemplo 10.3 Sólido com geometria complexa I
Como se sabe, para sólidos de geometria complexa pode-se dividr o mesmo em partes cujo
momento de inércia se saiba calcular, transportar os eixos com o Toerema de Steiner e, por fim,
calcular o seu momento de inércia do sólido através da soma dos momentos calculados para
cada uma das partes. Considere então o sólido abaixo:
Percebe-se claramente que o mesmo pode ser dividido em 3 partes sendo elas: o furo
cilíndrico, um paralelogramo e a metade de um cilindro. Deseja-se calcular os momentos de
inércia em relação ao eixo aa, logo para cada partição do sólido será calculado um momento
de inércia para a direção paralela a aa para posteriormente transladar. Com o auxílio de
uma tabela de momentos de inércia, para um cilindro com referencial centrado no seu centro
geométrico:
1 1 1 1
If uro = mr2 + ml2 = ρπr4 l + ρπr2 l3 (10.65)
4 12 4 12
Passando agora para o paralelogramo, também com referencial no seu centro geométrico:
1 1
Ipara = m(b2 + l2 ) = ρabl (10.66)
12 12
Já para o semicilindro, com referencial centrado no seu centro de massa:
1 1 1 1
Isc = mr2 + ml2 = ρπr4 l + ρπr2 l3 (10.67)
4 12 8 24
Então, o momento de inércia do sólido será dado por:
Isa a = Isc + m(d2x−sc + d2z−sc ) + Ipara + m(d2x−para + d2z−para ) − If uro + m(d2x−f uro + d2z−f uro )
(10.68)
Cabe ressaltar que o centro de massa do semicilindro fica na metade da sua altura, alinhado
4r
com o centro do círculo que define o perímetro externo, porém há uma distância 3π da face
plana.
Sólido x̄ ȳ z̄ Massa
−c b a
1 2 2
e+ 2
ρabc
−c b a
2 2 2
e+ 2
ρπr2 c
−g f e
3 2 2 2
ρef g
+ ρef g −g
P3
mi x̄i ρabc −c − ρπr2 c −c
x̄ = Pi=1
3 = 2 2
2 c + ρef g
2
(10.69)
i=1 mi
ρabc − ρπr
P3
mi z̄i ρabc(e + a2 ) − ρπr2 c(e + a2 ) + ρef g 2e
z̄ = Pi=1
3 = (10.71)
i=1 mi
ρabc − ρπr2 c + ρef g
• Corpo 1
1
Ixx1 = m1 (a2 + b2 ) (10.72)
12
1
Iyy1 = m1 (a2 + c2 ) (10.73)
12
1
Izz1 = m1 (c2 + b2 ) (10.74)
12
Ixz1 = Izx1 = 0 (10.75)
Ixy1 = Iyx1 = 0 (10.76)
Iyz1 = Izy1 = 0 (10.77)
• Corpo 2
1
Ixx2 = m2 r2 (10.78)
2
1 1
Iyy2 = m2 r2 + m2 c2 (10.79)
4 12
1 1
Izz2 = m2 r2 + m2 c2 (10.80)
4 12
Ixz2 = Izx2 = 0 (10.81)
Ixy2 = Iyx2 = 0 (10.82)
Iyz2 = Izy2 = 0 (10.83)
• Corpo 3
1
Ixx3 = m3 (e2 + f 2 ) (10.84)
12
1
Iyy3 = m3 (e2 + g 2 ) (10.85)
12
1
Izz3 = m3 (g 2 + f 2 ) (10.86)
12
Ixz3 = Izx3 = 0 (10.87)
Ixy3 = Iyx3 = 0 (10.88)
Iyz3 = Izy3 = 0 (10.89)
Com os momentos de inércia calculados deve-se agora fazer a translação do tensor para o
centro de massa, aplicando o Teorema de Steiner.
• Corpo 1
¯ 2 2
Iyy1 = Iyy1 + m1 (dx1 + dz1 ) (10.91)
¯ 1 = Izz1 + m1 (d2 + d2 )
Izz (10.92)
x1 y1
¯ 1 = Ixy1 + m1 dx1 dy1
Ixy (10.93)
¯ 1 = Ixz1 + m1 dx1 dz1
Ixz (10.94)
¯ 1 = Iyz1 + m1 dy1 dz1
Iyz (10.95)
onde:
−c
d x1
x̄
2
b
dy1 = ȳ − 2
(10.96)
dz1 z̄ e + a2
• Corpo 2
¯ 2 = Ixx2 + m2 (d2 + d2 )
Ixx (10.97)
y2 z2
¯ 2 = Iyy2 + m2 (d2 + d2 )
Iyy (10.98)
x2 z2
¯ 2 2
Izz2 = Izz2 + m2 (d + d ) (10.99)
x2 y2
¯ 2 = Ixy2 + m2 dx2 dy2
Ixy (10.100)
¯ 2 = Ixz2 + m2 dx2 dz2
Ixz (10.101)
¯ 2 = Iyz2 + m2 dy2 dz2
Iyz (10.102)
onde:
−c
d x2
x̄
2
b
dy2 = ȳ − 2
(10.103)
dz2 z̄ e + a2
• Corpo 3
¯ 3 = Ixx3 + m3 (d2 + d2 )
Ixx (10.104)
y3 z3
¯ 2
Iyy3 = Iyy3 + m3 (dx3 + d2z3 ) (10.105)
¯ 3 = Izz3 + m3 (d2 + d2 )
Izz (10.106)
x3 y3
¯ 3 = Ixy3 + m3 dx3 dy3
Ixy (10.107)
¯ 3 = Ixz3 + m3 dx3 dz3
Ixz (10.108)
¯ 3 = Iyz3 + m3 dy3 dz3
Iyz (10.109)
onde: −g
dx3
x̄
2
f
d y3 = ȳ − 2
(10.110)
e
dz3 z̄
2
I¯xx = Ixx
¯ 1 − Ixx
¯ 2 + Ixx
¯3 (10.111)
I¯yy = Iyy
¯ 1 − Iyy
¯ 2 + Iyy
¯3 (10.112)
I¯zz = Izz
¯ 1 − Izz
¯ 2 + Izz
¯3 (10.113)
I¯xy = Ixy
¯ 1 − Ixy
¯ 2 + Ixy
¯3 (10.114)
I¯xz = Ixz
¯ 1 − Ixz
¯ 2 + Ixz
¯3 (10.115)
I¯yz = Iyz
¯ 1 − Iyz
¯ 2 + Iyz
¯3 (10.116)
10.6.2 Dinâmica de corpos rígidos
Exemplo 10.5 Biela-Manivela com pêndulo
Considere o sistema e os referenciais móvies posicionados conforme a figura abaixo:
Modelando-se o disco, a haste e a cabeça do pistão como corpos rígidos e o pêndulo como
uma partícula, há no total 21 possíveis graus de liberdade para o sistema. Porém, por se tratar
de um sistema plano, podem ser desconsiderados 1 grau de liberdade de translação para cada
corpo rígido e 2 de rotação, já para a partícula pode-se retirar somente 1 grau de liberdade
de translação, dado que a mesma não possui rotação. Assim restam 21 - 3x1 (translação dos
corpos rígidos) - 3x2 (rotação dos corpos rígidos) - 1x1 (translação da partícula), restando 11
graus de liberdade, para os possíveis movimentos no plano.
Analisando-se agora a cinemática do mecanismos percebe-se que o disco não translada,
logo há menos 2 graus de liberdade, da mesma forma a cabeça do pistão não rotaciona e
nem se desloca ao longo do eixo y, logo menos 4 graus de liberdade, sendo que para cada um
desses graus subtraídos existe um componente do força de restrição associada. Ainda restam 7
possíveis graus de liberdade que estão relacionados com o movimento da haste (3), rotação do
disco (1) e movimentos do pêndulo (2) e translação em x do pistão. Porém há 4 componentes de
força de restrição atuando na haste, realizando o acoplamento do seu movimento com o disco
e com o pistão, e a tração na haste do pêndulo. Como última restrição, é imposto que o disco
gire com velocidade angular constante, sendo aplicado um momento M1 . Considerando todo
o acima exposto, há somente 1 grau de liberdade no sistema, devendo ser obtida somente 1
equação diferencial. Dos outros 10 graus de liberdade, 9 estão relacionado a uma componente
de força ou momento (F1x ,F1y , F2x , F2y ,F3x , F3y , N , T e M1 ), sendo o décimo a restrição de
não rotação da cabeça do pistão, que será imposta aplicando a condição de θ3 = 0.
Com base na análise acima, deverão ser encontradas 1 EDO e 9 equações para o cálculo
das forças de restrição. Para encontrar a relação entre as acelerações e as forças de restrição
serão utilizadas as Leis de Newton e Euler.
Dinâmica
Figura 78 – Diagramas de corpo livre para o problema do biela-manivela vertical com pêndulo
acoplado.
• Disco
2a Lei de Newton
m1 g
F1x
F2x
0
0 + −F1y + F2y = m1 0 (10.117)
0 0 0 0
• Haste
2a Lei de Newton
m2 g
−F2x
F3x
0 + −F2y + F3y = m2 {r̈2∗ } (10.119)
0 0 0
• Cabeça do Pistão
2a Lei de Newton
m 3 g
0
−F3x
3
T
0 + N + −F3y + T 0 = m3 {r̈3∗ } (10.121)
0 0 0 0
Considerando que todas as forças atuam sobre o centro de massa, não há rotação do
corpo, não sendo necessário considerar a Lei de Euler para o mesmo.
• Pêndulo
2a Lei de Newton
m4 g
−T
4
0 + T 0 = m4 {r̈P } (10.122)
0 0
Então basta agora definir as variáveis cinemáticas do modelo para completar o equaci-
onamento em função das entradas que são θ1 e suas derivadas.
Cinemática
0 0 1
R
1
{rA } = T 0 (10.124)
0
R
1
{ṙA } = [ω̃1 ] T 0 (10.125)
0
R
2 1
{r̈A } = ω̃1 T 0 (10.126)
0
cos β − sin β 0
2
T = sin β cos β 0 (10.127)
0 0 1
−l
2
{rA } = {rB } + T 0 (10.128)
0
−l
2
{ṙA } = {ṙB } + [ω̃2 ] T 0 (10.129)
0
−l
2 2
{r̈A } = {r̈B } + ω̃2 + ω̃˙ 2 T 0 (10.130)
0
r sin θ
β = arcsen (10.131)
l
Impondo a restrição de que o ponto B não se movimenta em y, pode-se afirmar que sua
velocidade terá somente componentes em x, igualando as equações de velocidade:
ẋB + β̇l sin β
−Rθ̇ sin θ
−β̇l cos β = Rθ̇ cos θ (10.132)
0 0
" #( ) ( )
1 l sin β ẋB −Rθ̇ sin θ
= (10.133)
0 −l cos β β̇ Rθ̇ cos θ
Logo:
−Rθ̇ cos θ
β̇ = (10.134)
l cos β
−Rθ̇ sin(θ − β)
ẋB = (10.135)
l cos β
Continuando a análise para a aceleração:
2 2
ẍB + l(β̇ cos β + β̈ sin β)
−Rθ̇ sin θ
−l(−β̇ 2 sin β + β̈ cos β) = −Rθ̇2 cos θ (10.136)
0 0
2 2
lβ̇ 2 cos β+lβ̈ sin β
− lβ̇ −Rθ̇coscos(θ−β)
2 β
lβ̇ 2 sin β−lβ̈ cos β
{r̈2∗ } = 2
(10.141)
0
−l/2
2 T 2 T
∗ ∗ ˙
2 2
r̈
B 2 = T ({r̈2 } − {r̈B }) = T [ω̃2 ] + ω̃2 T 0 (10.142)
0
−l/2
˙
2 ∗ 2 2
B r̈2 = ω̃2 + ω̃2 0 (10.143)
0
Como o problema é plano e todas as rotações são em z, {ω2 } = {2 ω2 } = β̇k, então:
β̇ 2 l
2
2 ∗
2
B r̈2 = − β̈2 l (10.144)
0
• Aceleração do ponto P
r
3
{rP } = {rB } + T 0 (10.145)
0
Logo:
r
2 3
˜3 T
{r̈P } = {r̈B } + [ω̃3 ] + ω̇ 0 (10.146)
0
Desse modo, todas as variáveis necessárias para a construção das Leis da Dinâmica foram
definidos, podendo ser substituídos e, assim, descritos em função somente de θ e θ̇.
Então substituindo as relações obtidas nas equações da dinâmica, são geradas as seguintes
equações:
2a Lei de Newton para o corpo 1
m1 g
F1x
F2x
0
0 + −F1y + F2y = 0 (10.148)
0 0 0 0
2 2
lβ̇ 2 cos β+lβ̈ sin β
− lβ̇ −Rθ̇coscos(θ−β)
m2 g
−F2x
F3x
2 β
lβ̇ 2 sin β−lβ̈ cos β
0 + −F2y + F3y = m2 2
(10.150)
0 0 0 0
0 0 0
m 2 g
0 0 0 −F2x
0
2
2 T 2 T
0 0 2l T 0 + 0 0 l T −F2y = I2B 0 (10.151)+
0 − 2l 0 0 0 −l 0 0 β̈
β̇ 2 l
0 −β̇ 0 0
0 0 0 2
2 −l β̈ 2 l
+ β̇ 0 0 I2B 0 + 0 0 2 m2 − 2
l
0 0 0 β̈ 0 0 0
2
m3 g
0
−F3x
3
T
ẍB
0 + N + −F3y + T 0 = m3 0 (10.152)
0 0 0 0 0
Assim, dado θ e θ̇ para cada instante de tempo, pode-se calcular todas as forças de restrição
e as acelerações de cada um dos componentes.
Fazendo a mesma análise de graus de liberdade, como esse mecanismo possui 2 corpos com
movimento plano, inicialmente ele possui 6 graus de liberdade, sendo que o disco, da mesma
forma não se move e gira com velocidade constante, como a haste somente gira, o sistema
possui um grau de liberdade.
Contabilizando as forças de restrição, elenca-se as forças de reação no ponto O1 e no
ponto O2 , além da força de contato T entre 1 e 2. Somado a essas forças existe o momento M1
aplicado em 1 para que o mesmo gire com velocidade constante. Assim, há um total de 6 forças.
Portanto, deve-se encontrar uma EDO e 6 equações para calcular as forças de restrição.
Então, para construir as equações das dinâmica, considere os diagramas de corpo livre
abaixo:
Dinâmica
• Disco
2a Lei de Newton
m1 g
F1x
−T
0
2
0 + −F1y + T 0 = 0 (10.154)
0 0 0 0
• Haste
2a Lei de Newton
m2 g
2
T
F2x
0 + T 0 + F2y = m2 {r̈2∗ } (10.156)
0 0 0
Cinemática
De forma similar ao feito no exemplo anterior, será buscado a relação entre as variáveis
cinemáticas do disco e da haste. Portanto, inicialmente considere a seguinte relação geométrica
do mecanismo:
Figura 82 – Análise geométrica do problema biela manivela com deslizamento.
• Disco
cos θ1 − sin θ1 0
1
T = sin θ1 cos θ1 0 (10.160)
0 0 1
r r cos θ1
1
{rB } = T 0 = r sin θ1 (10.161)
0 0
r −rθ̇1 sin θ1
1
{ṙB } = [ω̃1 ] T 0 = rθ̇1 cos θ1 (10.162)
0 0
r −rθ̇12 cos θ1
2 1
{r̈B } = ω̃1 T 0 = −rθ̇12 sin θ1 (10.163)
0 0
• Haste
cos θ2 − sin θ2 0
2
T = sin θ2 cos θ2 0 (10.164)
0 0 1
0
0 −l2 sin θ2
2
{rB } = −l1 + T l2 = l2 cos θ2 − l1 (10.165)
0 0 0
˙
0
2
0
−l2 sin θ2 − l2 θ̇2 cos θ2
l˙2 l˙2 cos θ2 − l2 θ̇2 sin θ2
2
{ṙA } = [ω̃2 ] T l2 + T = (10.166)
0 0 0
0
0
0
˙ ˙ ¨
2 2 2 2
{r̈B } = ω̃2 + ω̃2 T l2 + 2 [ω̃2 ] T l2 + T l2 =(10.167)
0 0 0
( )
l2 θ̇22 sin θ2 − l2 θ̈2 cos θ2 − ¨l2 sin θ2 − 2l˙2 θ̇2 cos θ2
=
¨l2 cos θ2 − l2 θ̇2 cos θ2 − l2 θ̈2 sin θ2 − 2l˙2 θ̇2 sin θ2
2
˙
−l2 sin θ2 − l2 θ̇2 cos θ2
−rθ̇1 sin θ1
l˙2 cos θ2 − l2 θ̇2 sin θ2 = rθ̇1 cos θ1 (10.168)
0 0
Logo:
" #( ) ( )
−l2 cos θ2 − sin θ2 θ̇2 −rθ̇1 sin θ1
= (10.169)
−l2 sin θ2 cos θ2 l˙2 rθ̇1 cos θ1
Partindo para a aceleração:
2
−rθ̇1 cos θ1
( )
l2 θ̇22 sin θ2 − l2 θ̈2 cos θ2 − ¨l2 sin θ2 − 2l˙2 θ̇2 cos θ2
¨l2 cos θ2 − l2 θ̇2 cos θ2 − l2 θ̈2 sin θ2 − 2l˙2 θ̇2 sin θ2
= −rθ̇12 sin θ1 (10.170)
2
0
" #( ) ( )
−l2 cos θ2 − sin θ2 θ̈2 −rθ̇12 cos θ1 − l2 θ̇22 sin θ2 + 2l˙2 θ̇2 cos θ2
=
−l2 sin θ2 cos θ2 ¨l2 −rθ̇12 sin θ1 + l2 θ̇22 cos θ2 + 2l˙2 θ̇2 sin θ2
(10.171)
Resta somente calcular a aceleração do centro de massa da haste que será dada por:
0
∗ ˙
2 2 ∗
{r2 } = ω̃2 + ω̃2 T l (10.172)
0
Figura 84 – Diagrama de corpo livre para o problema do biela manivela com deslizamento e
pêndulo.
Baseando-se nesses diagramas, pode-se construir as seguintes equações aplicando-se as
Leis de Newton e Euler:
• AB
2a Lei de Newton
0
F1x
F
2 2x
0
−m1 g + F1y + T F2y = 0 (10.173)
0 0 0 0
• BD
2a Lei de Newton
0
0
−F2x
3
0
−m2 g + T 2
N + −F2y + T T = m2 {r̈2∗ } (10.175)
0 0 0 0
• Pêndulo
2a Lei de Newton
0
0
3
−m3 g + T T = m3 {r̈E } (10.177)
0 0
Gerando mais 2 equações.
a = l1 cos θ1 (10.178)
h = l1 sin θ1 (10.179)
h
tan θ2 = (10.180)
l0 − a
l1 sin θ1
θ2 = arctan (10.181)
l0 − l1 cos θ1
q
lc = l12 + l02 − 2l1 l2 cos θ1 (10.182)
• Matrizes de rotação
cos θ1 − sin θ1 0
1
T = sin θ1 cos θ1 0 (10.183)
0 0 1
cos θ2 − sin θ2 0
1
T = sin θ2 cos θ2 0 (10.184)
0 0 1
cos θ3 − sin θ3 0
1
T = sin θ3 cos θ3 0 (10.185)
0 0 1
l1
2
{A r1∗ } = {A r1∗ } = T 1
0 (10.186)
0
l1
2
{ṙ1∗ } = [ω̃1 ] T 1
0 (10.187)
0
l1
2
{r̈1∗ } = [ω̃1 ]2 T 1
0 (10.188)
0
∗
l1 l2
∗
1
1 1 2
{r2 } = T 0 + T T 0 (10.189)
0 0
l1
l2∗
∗
1 1 1 2 1 1 2
{ṙ2 } = [ω̃1 ] T 0 + [ω̃1 ] T T + T [1 ω̃2 ] T 0 (10.190)
0 0
∗
l1
1 l2
[1 ω̃2 ]2 + 1 ω̇˜2
h i
{r̈2∗ } = [ω̃1 ] 2
T1 2 1
1 2 1 2
T + 2 [ω̃1 ] T 1 [1 ω̃2 ] T 2
0 + [ω̃1 ] T T + T 0
0 0
(10.191)
• Movimento do ponto B
l1
1
{rB } = T 0 (10.192)
0
l1
1
{ṙB } = [ω̃1 ] T 0 (10.193)
0
l1
2 1
{r̈B } = [ω̃1 ] T 0 (10.194)
0
• Movimento do ponto D
l1 l2
1
1 1 2
{rD } = T 0 + T T 0 (10.195)
0 0
l1 l2
1 1 1 2 1 1 2
{ṙD } = [ω̃1 ] T 0 + [ω̃1 ] T T + T [1 ω̃2 ] T 0 (10.196)
0 0
l l2
1 1
2 2 1 1 2
1 2
h
˜
i
1 2
T + 2 [ω̃1 ] T 1 [1 ω̃2 ] T 2
{r̈D } = [ω̃1 ] T 0 + [ω̃1 ] T T + T [1 ω̃2 ] + 1 ω̇2 0
0 0
(10.197)
• Movimento do ponto E
0
3
{rE } = {rD } + T l3 (10.198)
0
0
3
{ṙE } = {ṙD } + [ω̃3 ] T l3 (10.199)
0
0
2 3
˙
{r̈E } = {r̈D } + [ω̃3 ] + ω̃3 T l3 (10.200)
0
l r ṙ
1 1
1 1 2 1 1 2 2
{ṙC } = [ω̃1 ] T 0 + [ω̃1 ] T T + T [1 ω̃2 ] T 0 + T 0 =0
0 0 0
(10.201)
l
1 h i
r ṙ
h i
r̈
2 1 2 2 2
{r̈D } = [ω̃1 ] T 0 + T̈ 0 + 2 Ṫ 0 + T 0 =0
0 0 0 0
(10.202)
onde
h i
Ṫ 2 = [ω̃1 ] T 1 1 T 2 + T 1 [1 ω̃2 ] 1 T(10.203)
2
h i
T̈ 2 = [ω̃1 ]2 T 1 1 T 2 + 2 [ω̃1 ] T 1 [1 ω̃2 ] 1 T 2 + T 1 [1 ω̃2 ]2 + 1 ω̇
˜2
1 2
T(10.204)
Com isso todas as variáveis estão relacionadas e as forças de restrição podem ser calcula-
das, de acordo com a rotação de AB.
Assim, considere o diagrama de corpo livre para o pião expresso na figura abaixo:
0
Rx
0 + Ry = mr̈∗ (10.205)
−mg Rz
E a Lei de Euler, no referencial 2, em relação ao ponto O:
0
0
d 2 h i 2 2
2 ∗
ωp + 2˜Ω2 ωp + m 2O r̃∗ 2O r̈∗
2
0 + O r̃ 0 = IO IO
dt
M −mg
(10.206)
Como não há movimento de translação entre o centro de massa e o ponto O, no referencial
2, o último termo do lado direito é nulo.
Para a parte da cinemática, convém iniciar calculando as velocidades angulares de inte-
resse e escrevendo-as no referencial 2.
cos ϕ − sin ϕ 0
1
T = sin ϕ cos ϕ 0 (10.207)
0 0 1
1 0 0
1 2
T = 0 cos ϕ − sin ϕ (10.208)
0 sin ϕ cos ϕ
0 −ϕ̇ 0
h i d 1 1 T
Ω̃1 = ϕ̇ T T = −ϕ̇ 0 0 (10.209)
dϕ
0 0 0
0 0 0
h i d 1 2 1 2 T
1 Ω̃2 = θ̇ T T = 0 0 −θ̇ (10.210)
dθ
0 −θ̇ 0
h i h i h i
T
Ω̃2 = Ω̃1 + T 1 1 Ω̃2 T 1 (10.211)
Logo:
θ̇ cos ϕ
2
Ω2 = θ̇ sin ϕ (10.212)
ϕ̇
h i T 1 T h i 1 1 2 1 2 T 1 T 1 h i 1 T 1 1 2
2
Ω̃2 = 1 T 2 T Ω̃1 T T + T T T 1 Ω̃2 T T T
(10.213)
h i 1 T h i 1 1 2 1 2 T h i 1 2
2 2 T
1
Ω̃2 = T T Ω̃1 T T + T 1 Ω̃2 T (10.214)
Portanto:
θ̇
2
Ω2 = ϕ̇ sin θ (10.215)
ϕ̇ cos θ
Porém, na equação em que esses termos aparecem, ambos aparecem escritos no referencial
2, logo, convém já escrevê-los nesse referencial:
0 0
2 2 T 2 T 2 2 2
ωp = T {Ω2 } + T T 0 → ωp = Ω2 + 0 (10.218)
φ̇ φ̇
onde:
θ̇
2
ωp = ϕ̇ sin θ (10.219)
ϕ̇ cos θ + φ̇
Como na equação da Lei de Euler aparece a derivada do termo acima calculado, será feito
agora esse cálculo, sendo que se deve atentar para um fato importante que é o seguinte: não
se pode calcular a derivada de um vetor se ele estiver em um referencial móvel, logo deve-se
escrevê-lo no referencial inercial para derivá-lo e retornar para o referencial do corpo ou fazer
o abaixo exposto:
d 2 d 2 T h iT T
ωp = T {ωp } = Ṫ 2 {ωp } + T 2 {ω̇p } (10.220)
dt dt
d 2 h 2 iT h 2 i h 2 iT 2 T h 2 i h 2 iT
ωp = Ṫ Ṫ Ṫ {ωp } + T Ṫ Ṫ {ω̇p } (10.221)
dt
d 2 h 2 i 2 2
ωp = Ω̃2 ωp + ω̇p (10.222)
dt
Fazendo essa conta:
θ̈ + ϕ̇φ̇ sin θ
d 2
ωp = ϕ̈ sin θ + ϕ̇θ̇ cos θ − φ̇θ̇ (10.223)
dt
ϕ̈ cos θ − ϕ̇θ̇ sin θ − + − φ̈
h i 0
∗ 2
{ṙ } = Ω̃2 T 0 = (10.225)
h
h i2 h i 0
∗ ˜
{r̈ } = ( Ω̃2 + Ω̇2 ) T 2
= (10.226)
0
h
onde:
0 −ϕ̈ θ̈ sin φ + θ̇ϕ̇ cos φ
˜ =
h i
Ω̇ ϕ̈ 0 −θ̈ cos φ + θ̇ϕ̇ sin φ (10.227)
2
−θ̈ sin φ − θ̇ϕ̇ cos φ −θ̈ cos φ + θ̇ϕ̇ sin φ 0
X X
{Ri } = mi {r̈i } − {Fi } (10.228)
X
B d B hB i ∗ B X B
ωi + Ω̃i [I] B ωi + mi B
MBR = [I] A r̃ ) A ri − MBE(10.229)
dt
Definam dois deslocamentos virtuais infinitesimais que atendem aos vínculos cinemáticos
do sistema ∆s e ∆. Logo, esses deslocamentos serão perpendiculares às forças e momentos
de reação. Fazendo o produto escalar entre esses vetores e essas forças, são obtidas as seguintes
equações:
X X
{∆s}T {Ri } = {∆s}T mi {r̈i } − {Fi } = 0 (10.230)
T
X
B
d B T
{∆} MBR = {∆} [I] ωi + (10.231)
dt
h i ∗ B X B
B
Ω̃i [I] B ωi + mi B
A r̃ ) r
A i − M BE =0
Da mesma forma que as forças e momentos são perpendiculares aos deslocamentos, elas
também serão perpendiculares às derivadas temporais dos deslocamentos, ou seja, perpendicu-
lar as velocidades virtuais. Então:
T
X T d B
{∆ṡ} mi {r̈i } − {Fi } + {∆}˙ [I] ωi + (10.233)
dt
h i ∗ B X B
B
Ω̃i [I] B ωi + mi B
A r̃ ) r
A i − M BE =0
B !T Pj
N ∗
T Pj
∂ A ωi
∂ {ri } d B
X X X
FEj + mi {r̈i∗ } + B
− − MA + [I] ωi (10.236)
+
i=1
∂ { q̇} j=1
∂ {q̇} j=1
dt
h i ∗ B i
+ B Ω̃i [I] B ωi + mi B
A r̃ ) A ri =0
0 0 0
e
0 1 0
Jω = sin θ 0 0 (10.241)
cos θ 0 1
Então:
h sin θ 0 0 2θ̇ϕ̇ cos θ + ϕ̈ sin θ
0
2 −
0 −h 0 m ϕ̇ cos θ sin θ − θ̈ −mg sin θ +
(10.242
2
2 2
0 0 0 −ϕ̇ sin θ − θ̇ mg cos θ
˜
˙
0 1 0 θ̈ + ϕ̇phi sin θ
θ̇ θ̇
2
2
+ sin θ 0 0 Ip ϕ̈ sin θ + ϕ̇θ̇ cos θ − θ̇φ̇ + ϕ̇ cos θ Ip ϕ̇ cos θ = 0
cos θ 0 1 ϕ̈ cos θ − ϕ̇θ̇ sin θ + φ̈ ϕ̇ sin θ ϕ̇ sin θ + φ̇
0
1 1
Ω1 = ω 2 = 0 (10.244)
ψ̇
θ̇
2 2
Ω2 = ω3 = ψ̇ sin θ (10.245)
ψ̇ cos θ
θ̇
2
ω4 = ψ̇ sin θ (10.246)
ψ̇ cos θ + φ̇
0
d 1
ω2 = 0 (10.247)
dt
ψ̈
θ̈
d 2
ω3 = ψ̈ sin θ + ψ̇ θ̇ cos θ (10.248)
dt
ψ̈ cos θ − ψ̇ θ̇ sin θ
θ̈
d 2
ω4 = ψ̈ sin θ + ψ̇ θ̇ cos θ (10.249)
dt
ψ̈ cos θ − ψ̇ θ̇ sin θ + φ̈
1
0 0 0
∂ { ω2 }
Jω2 = = 0 0 0 (10.250)
∂ q̇
1 0 0
0 1 0
∂ {2 ω3 }
Jω3 = = sin θ 0 0 (10.251)
∂ q̇
cos θ 0 0
1
0 1 0
∂ { ω2 }
Jω2 = = sin θ 0 0 (10.252)
∂ q̇
cos θ 0 0
Para iniciar esse tópico, cabe relembrar alguns conceitos já expostos anteriormente:
Teoremas Fundamentais
Φ(u0 , v o ) = 0 (11.1)
Se Φu for não singular em (u0 , v 0 ), então existe uma função f única e k vezes diferenciável,
onde:
u = f (v) (11.2)
definida em uma vizinhança de v 0 , ou seja, (v − v 0 )T (v − v 0 ) ≤ δ 2 .
∂Φi (q 0 )
= Φu (q 0 ) 6= 0 (11.3)
∂qk
Então, pelo Teorema da Função Implícita, sendo v o subconjunto de n variáveis restantes
em q, existe uma única função c vezes continuamente diferenciável tal que:
|gvmxm | =
6 0 (11.5)
Um ponto em que esse mapeamento não seja 1 para 1 é uma singularidade, quebrando a
condição de unicidade do mapeamento.
˙ + rt
ṙ = rq (q) (11.8)
δr = rq δq (11.9)
Logo, a derivada total (dq) e a derivada parcial (δq))são iguais se e somente se rt = 0. Isso
é facilmente interpretado pela análise das equações acima. O deslocamento dr tem como base
um instante de tempo infinitesimal dt, se o mapeamento não for dependente do tempo dq = δq.
Se rq possui posto completo, cada δr admissível é tangente a superfície de restrição definida
e consistente Φ(q, t) = 0 e é gerada por um único δq.
Considerando um conjunto de restrições holonômicas:
Φ(r, t) = 0 (11.10)
Se:
Φr δr = 0 (11.11)
Φ(r, t) = 0 → Φr rq δq = Φq δq = 0 (11.12)
Φr rq dr + Φt dt = 0 (11.13)
X
δW = Fi δr (11.14)
i
X
δWc = Ri δqi = 0, ∀δqi admissível segundo Φ (11.15)
i
Fi + Ri = 0 (11.16)
Logo:
X
(Fi + Ri ) δri = 0 (11.17)
i
X X
Fi δri + Ri δri = 0 (11.18)
i i
X
δWc = Ri δri = 0 (11.19)
i
Então:
X
Fi δri = 0 (11.20)
i
Exemplo 11.4 Considere o seguinte sistema composto por 2 massas em equilíbrio. Qual o
valor da força F2 para garantir essa condição?
Figura 88 – Sistema sem atrico com restrição de movimento
δx1
= tan θ (11.22)
δx2
Logo:
F2 = −m1 g cot θ (11.23)
Fi + Ri − mi r̈i = 0 (11.24)
Ou seja, a soma das forças externas com as forças de restrição menos as forças de inércia
(mi r̈i ) é nula. Isso no leva a concluir que, se for aplicada uma força de módulo igual ao
do produto da massa pela aceleração de cada partícula e sinal contrário, o sistema pode ser
considerado em equilíbrio. Como o sistema nessa condição está em equilíbrio, pode-se aplicar
o Princípio do Trabalho Virtual, portanto:
X X
(Fi + Ri − mi r̈i ) δri = 0 → (Fi + −mi r̈i ) δri = 0 (11.25)
i i
Tendo como base um sistema de coordenadas polares (r, θ, φ). A aceleração da partícula
pode ser definida como:
r̈ = (r̈ − rθ̇2 − rφ̇2 sin2 θ)er + (rθ̈2 + ṙθ̇ − rφ̇2 sin θ cos θ)eθ + (rφ̈ + 2ṙφ̇ cos θ + 2rφ̇θ̇ cos θ)eφ
(11.26)
Logo, o deslocamento virtual δr será dado por:
h i h i
mr g sin θ − (rθ̈2 + ṙθ̇ − rφ̇2 sin θ cos θ) δθ−mr sin θ rφ̈ + 2ṙφ̇ cos θ + 2rφ̇θ̇ cos θ δφ = 0
(11.29)
Como os deslocamentos δθ e δφ são independentes, cada um dos coeficientes tem que ser
zero, caracterizando assim as duas equações de movimento.
3N
X
δW = Fj δxj (11.30)
j=1
Porém:
n
X ∂xj
δxj = δqi (11.31)
i=1
∂qi
Logo:
3N X
n n
X ∂xj X
δW = Fj δqi = Qi δqi (11.32)
j=1 i=1
∂qi i=1
com:
3N
X ∂xj
Qi = Fj (11.33)
j=1
∂qi
∂V ∂V ∂V
dW = F dr = Fx dx + Fy dy + Fz dz = −( dx + dy + dz) (11.35)
∂x ∂y ∂z
Z r2 Z r2
W = F dr = − dV = V1 − V2 (11.36)
r1 r1
Portanto, o trabalho só depende das condições iniciais, independe da trajetória percorrida.
Então: I
F dr = 0 (11.37)
1
T = mv 2 (11.38)
2
Considere agora a integral de linha do trabalho dessa partícula, aplicada em conjunto com a
segunda Lei de Newton:
Z r2 Z r2 Z B
1 d T 1
W =m r̈dr = m ṙ ṙdt = m dv 2 (11.39)
r1 2 r1 dt 2 A
Logo
1 1
W = mvB2 − mvA2 = TB − TA (11.40)
2 2
Em resumo: o aumento da energia cinética de uma partícula conforme ela se movimenta de
um ponto arbitrário a outro é igual ao trabalho realizado pelas forças atuando sobre a mesma
durante esse intervalo. Note que a força pode advir de qualquer fonte, sem a necessidade de ser
conservativa.
Conservação da Energia
Suponha um sistema sujeito apenas a forças conservativas, então:
VA − VB = TB − TA (11.41)
Para um sistema descrito por coordenadas generalizadas q e forças generalizadas Q:
∂V
Fj = − (11.42)
∂xj
3N
X ∂V ∂xj ∂V
Qi = − = (11.43)
j=1
∂xj ∂qi ∂qi
Logo:
Z B
W = Qdq = VA − VB (11.44)
A
Energia cinética de um sistema
Para um sistema de partículas, a energia cinética de uma de suas partículas pode ser descrita
como:
n
1 1X
Ti = mi ṙi2 → T = mi (ṙ∗2 + 2ṙ∗ ρ̇i + ρ̇2i ) (11.45)
2 2 i=1
Logo:
n n n
1X X 1X
T = mi ṙ∗2 + ṙ∗ mi ρ̇i + mi ρ̇2i (11.46)
2 i=1 i=1
2 i=1
Como ρ são os braços em relação ao centro de massa a segunda parcela é nula. Desse
resultado advém o Teorema de Konig: a energia cinética total de um sistema de partículas é
igual a soma da energia da energia de uma partícula com massa igual a massa do sistema que
se move com a velocidade do centro de massa mais a soma das energias cinéticas devido ao
movimento relativo do sistema em relação ao centro de massa.
Esse resultado deduzido para um sistema de partículas pode ser expandido para um corpo
rígido, transformando cada massa mi em um elemento infinitesimal dmi e transformando em
uma integral ao longo do volume µdV = dmi . Então:
Z
∗2 1
T = mṙ + µρ̇2i dV (11.47)
2
A velocidade ρ̇ será a velocidade angular de cada partícula ao redor do centro de massa,
logo:
ρ̇ = ω̃ρ (11.48)
ρ̇2 = ρ̇ω̃ρ = ωρ
˜ ρ̇ (11.49)
Assim:
Z
1
T = µρ̃(ω̃ρ)dV (11.50)
2
Expandindo essa expressão chega-se a expressão:
1
T = ω T Iω (11.51)
2
onde I é o momento de inércia em relação ao centro de massa.
Lagrangeano
O lagrangeano de um sistema é definido como sendo a diferença entre a sua energia cinética
e a sua energia potencial.
L=T −V (11.52)
Momentum Generalizado
A quantidade de movimento generalizada é definida como:
∂L
pi = (11.53)
∂ q̇i
3N
1X
T = mk ẋ2k (11.54)
2 k=1
Porém, xk = xk (q, t), logo:
3N n 2
1X X ∂xk ∂xk
T = mk q̇i + (11.55)
2 k=1 i=1
∂qi ∂t
Expandido esse somatório:
n n 3N n 3N 3N 2
1 XXX ∂xk ∂xk X X ∂xk ∂xk 1X ∂xk
T = mk + mk q̇i + mk (11.56)
2 i=1 j=1 k=1 ∂qi ∂qj i=1 k=1
∂qi ∂t 2 k=1 ∂t
Como mk > 0, T é uma forma positiva definida, ou seja, T = 0 se e somente se ẋk = 0, ∀k.
Partindo do Princípio de D’Alembert:
3N 3N X n
X X ∂xk ∂xk
(Fk − mk ẍk )δxk = 0 → (Fk − mk ẍk )δqi = 0 (11.57)
k=1 k=1 i=1
∂q i ∂q i
3N X
n
X ∂xk
(Qi − mk ẍk )δqi = 0 (11.58)
k=1 i=1
∂qi
Considerando que:
∂ ẋk ∂xk
= (11.59)
∂ q̇i ∂qi
Então:
n
d ∂xk X ∂ 2 xk ∂ 2 xk ∂ ẋk
= q̇j + = (11.60)
dt ∂qi j=1
∂qi ∂qj ∂t∂qi ∂qi
3N
∂T X ∂ ẋk
pi = = mk ẍk (11.61)
∂ q̇i i=1
∂ q̇i
E que:
3N
∂T X ∂ ẋk
= mk ẋk (11.62)
∂qi k=1
∂qi
Considere agora que:
3N 3N
d ∂T X ∂xk X ∂ ẋk
= mk ẍk + mk ẋk (11.63)
dt ∂ q̇i k=1
∂qi k=1
∂qi
Substituindo os resultados nessa última equação, conclui-se que:
3N
X ∂xk d ∂T ∂T
mk ẍk = − (11.64)
k=1
∂qi dt ∂ q̇i ∂qi
Assim, aplicando no Princípio de D’Alembert:
3N X n
X d ∂T ∂T
(Qi − + )δqi = 0 (11.65)
k=1 i=1
dt ∂ q̇ i ∂q i
d ∂T ∂T
Qi = − (11.66)
dt ∂ q̇i ∂qi
Como essa equação é válida para cada i, gera-se um conjunto de n equações diferenciais de
segunda ordem, que são as equações diferenciais do movimento.
Suponha agora um sistema conservativo, ou seja, que as forças derivam de um campo
conservativo, logo:
∂V
Qi = − (11.67)
∂qi
Então:
d ∂T ∂T ∂V
− + =0 (11.68)
dt ∂ q̇i ∂qi ∂qi
Como L = T − V , pode-se reescrever a equação acima como sendo:
d ∂L ∂L
− =0 (11.69)
dt ∂ q̇i ∂qi
que é a forma da Equação de Lagrange para sistemas holonômicos conservativos.
Considerando que existam outras forças não advindas de campos conservativos, a equação
poderá ser reescrita como:
d ∂L ∂L
− = Qi (11.70)
dt ∂ q̇i ∂qi
11.8 Exemplos
Exemplo 11.6 Pêndulo Esférico
Considere o pêndulo da figura abaixo:
1
T = m l2 θ2 + l2 φ2 sin2 θ
(11.72)
2
A energia potencial será dada por:
1
L = T − V = m l2 θ2 + l2 φ2 sin2 θ − mgl cos θ
(11.74)
2
Logo, aplicando a equação para qi = φ:
d ∂L ∂L
− =0 (11.75)
dt ∂ φ̇ ∂φ
d ∂L
= ml2 φ̈ sin2 θ + 2ml2 φ̇θ̇ sin θ cos θ (11.76)
dt ∂ φ̇
∂L
=0 (11.77)
∂φ
Aplicando a equação para qi = θ:
d ∂L
= ml2 θ̈ (11.78)
dt ∂ θ̇
∂L
= ml2 φ̇2 sin θ cos θ + mgl sin θ (11.79)
∂θ
Logo as equações de movimento serão:
O sistema acima é holonômico e possui dois graus de liberdade e será modelado pelos
ângulos θ e φ. A energia cinética total do sistema é dada por:
1
T = ml2 2θ̇2 + φ̇2 + 2φ̇θ̇ cos(φ − θ) (11.82)
2
Logo:
1 2 2 2
L = ml 2θ̇ + φ̇ + 2φ̇θ̇ cos(φ − θ) + 2mgl(2 cos θ + cos φ) (11.84)
2
Logo, aplicando a equação para qi = φ:
d ∂L h i
= ml2 φ̈ + θ̈ cos(φ − θ) − θ̇(φ̇ − θ̇ sin(φ − θ)) (11.85)
dt ∂ φ̇
∂L
= −ml2 θ̇φ̇ sin(φ − θ) − mgl sin φ (11.86)
∂φ
Aplicando a equação para qi = θ:
d ∂L 2
h i
= ml 2θ̈ + φ̈ cos(φ − θ) − φ̇(φ̇ − θ̇ sin(φ − θ)) (11.87)
dt ∂ θ̇
∂L
= ml2 θ̇φ̇ sin(φ − θ) − 2mgl sin θ (11.88)
∂θ
Figura 92 – Partícula em aro rotativo.
h i
2 2
ml φ̈ + θ̈ cos(φ − θ) − θ̇(φ̇ − θ̇ sin(φ − θ)) − −ml θ̇φ̇ sin(φ − θ) − mgl sin φ (11.89)
h i
2 ¨ ˙ 2
ml 2θ̈ + phi cos(φ − θ) − phi(φ̇ − θ̇ sin(φ − θ)) − ml θ̇φ̇ sin(φ − θ) − 2mgl sin θ
(11.90)
Exemplo 11.8 A partícula de massa m pode deslizer no aro circular de raio r sem atrito.
Sabendo que o aro gira com velocidade angular ω, conforme exposto na figura abaixo, obtenha
as equações de movimento.
A energia cinética da partícula será dada por:
1 2 2 2 2
T = mr θ̇ + ω sin θ (11.91)
2
E a potencial será dada por:
d ∂L
= mr2 θ̈ (11.93)
dt ∂ θ̇
∂L
= mr2 ω 2 cos θ + mgr sin θ (11.94)
∂θ
Logo:
mr2 θ̈ − mr2 ω 2 cos θ − mgr sin θ = 0 (11.95)
Uma observação importante deve ser feita: o sistema deste exemplo não é escleronômico,
pois como o aro gira com velocidade constante, as restrições variam com o tempo. Porém, ao
escrever o Lagrangeano em função de θ, o tempo não aparece de forma explícita.
A equação de Lagrange pode ser utilizada sem a quebra de suas hipóteses pois muito
embora forças oriundas da rotação do tubo realizem trabalhos sobre a partícula, em um deslo-
camento virtual não, classificando essas forças como restrições que não realizam trabalhos.
1 1
T = 2mẋ2 + m(ẋ + lθ̇)2 (11.96)
2 2
V = mgl(1 − cos θ) (11.97)
d ∂L
= 3mẍ + mlθ̈ (11.98)
dt ∂ ẋ
∂L
=0 (11.99)
∂x
d ∂L
= mlẍ + ml2 θ̈ (11.100)
dt ∂ θ̇
∂L
= mgl sin θ (11.101)
∂θ
Logo:
Figura 94 – Pião
1 2 1
2 2 2
T = Ia φ̇ + ψ̇ sin θ + It θ̇ + ψ̇ cos θ (11.104)
2 2
Já a energia potencial:
It ψ̈ cos2 θ − 2It ψ̇ θ̇ cos θ sin θ + Ia ψ̈ sin2 θ + 2It ψ̇ θ̇ cos θ sin θ + Ia φ̈ sin θ + Ia φ̇θ̇ cos θ = 0
(11.107)
Supondo pequenas deformações, o trabalho realizado pela força F será dado por:
W = F (x + b tan θ) + F aθ (11.109)
1 1 4ml2 2
T = mẋ2 + θ̇ (11.112)
2 2 12
1 1
V = k2 x2 + k1 (x + 2b tan θ)2 (11.113)
2 2
Logo, aplicando a Equação de Lagrange:
sT b = 0, ∀s ∈ Rn (11.120)
As = 0, ∀s ∈ Rn (11.121)
sT b + sT AT λ = 0 (11.122)
AT λ = −b (11.123)
Se A possuir posto cheio, λ é único.
Aplicando o Teorema dos Multiplicadores de Lagrange, conclui-se que:
n
X n
X n
X
λj aji δqi = 0 → (Ci − λj aji )δqi = 0 (11.124)
i=1 i=1 j=1
11.9.1 Exemplos
Exemplo 11.13 Plano Inclinado Considere um bloco descendo um plano inclinado que desliza
também.
1 1
T = m1 ẋ21 + m2 (ẋ21 + ẋ22 − ẋ1 ẋ2 cos α) (11.129)
2 2
Portanto, para α = π4 :
√
2
(m1 + m2 )ẍ1 − m2 ẍ2 = 0 (11.131)
√ 2√
2 2
− m2 ẍ1 + m2 ẍ2 − m2 g = 0 (11.132)
2 2
Considere agora mais uma coordenada que mede o deslocamento vertical do plano em
relação ao plano (x3 ). Essa variável está sujeita a uma restrição:
x3 = 0 → ẋ3 = 0 (11.133)
Então:
a11 = 0 (11.134)
a12 = 0 (11.135)
a13 = 1 (11.136)
a1t = 0 (11.137)
C1 = 0 (11.138)
C2 = 0 (11.139)
C3 = λ1 (11.140)
1
V = − √ m2 g(x3 − x2 ) (11.142)
2
Logo:
m2 g
ẍ1 = (11.143)
2m1 + m2
√ m2 + +m1
ẍ2 = 2 /2m1 + m2 (11.144)
g
√ m2 m1 g
C3 = 2 (11.145)
2m1 + m2
(11.146)
Figura 97 – Haltere
Considere agora uma haltere que desliza no plano, mapeado pelo seu centro de massa e seu
ângulo em relação ao eixo x. A restrição é dada por:
Então, como V = 0 e:
m 2 ml2 2
T = (ẋ + ẏ 2 ) + ω (11.150)
2 4
As equações obtidas são:
ÿ = ẍ tan ωt (11.153)
ẏ = v0 cos ωt (11.156)
λ1 = −2mv0 ω (11.157)
REFERÊNCIAS
mr̈ − F = 0 (12.1)
Logo:
supondo que δr seja admissível, o trabalho das forças de restrição será nulo.
Porém, conforme definido anteriormente, um deslocamento admissível é tal que:
Φr δr = 0 (12.5)
Fc + ΦTr λ = 0 (12.8)
Portanto:
mr̈ + B T µ = Fa (12.17)
Supondo agora um sistema com restrições holonômicas e não-holonômicas na forma dife-
rencial não integrável. Para colocar o mesmo na forma matricial, deve-se obter a relação entre
B e r̈, assim, diferenciando duas vezes a equação de restrição, chega-se a:
Para que esses sistemas possuam solução única, deve-se garantir que M seja positiva definida
e J tenha posto cheio.
δr = rq δq (12.22)
ṙ = rq ṙ (12.23)
r̈ = rq q̈ + (rq q̇)q q̇ (12.24)
Qc = 0 (12.30)
Logo, aplicando o acima exposto e o Teorema da Ortoganilidade novamente:
Φq δq = 0 (12.33)
é válido se δq for admissível, logo as forças de restrição podem ser expressas como:
Fc = −Φq λ (12.34)
Portanto:
Qc = −ΦTq λ (12.37)
Isso mostra que os mesmos multiplicador de Lagrange que relaciona as forças de restrição
com as restrições cinemáticas é o mesmo que relaciona as relações cinemáticas com as forças
de restrição generalizadas, mudando somente a jacobiana que as relaciona com λ.
Partindo da equação variacional de movimento e aplicando as relações acima obtidas, junto
com o Teorema da Ortogonalidade:
Essa é a forma com Multiplicadores de Lagrange das equações de movimento com restrição
expressa em coordenadas generalizadas, que formam um conjunto de equações algébrico-
diferenciais juntamente com a equação:
Φq q̈ = γ (12.39)
e portanto:
Pode-se escrever essa equação na forma matricial em conjunto com a equação de aceleração
da cinemática, considerando as seguintes mudanças de variável:
M̂ = rqT M rq (12.43)
" #( ) ( )
M̂ ΦTq q̈ Ra
= (12.45)
Φq 0 λ γ
Φij ij
ri δri + Φrj δrj = 0 (12.47)
nb
X
mi r̈ = Fia + Fijc (12.50)
i=1
nb nb
!
X X
δriT mi r̈ = Fia + Fijc =0 (12.51)
i=1 i=1
Considere agora um par de partículas i e j e o trabalho realizado pelas forças Fijc e Fjic :
δriT (Fijc + Φij Tri λij ) + δrjT (Fjic + Φij Trj λij ) = 0 (12.53)
nb nb nb
!
X X X
δriT mi r̈ − Fia + Φij Tri λij + B ij T µij =0 (12.58)
i=1 i=1 i=1
Logo
nb
X nb
X
mi r̈ + Φij Tri λij + B ij T µij = Fia (12.59)
i=1 i=1
nb
X nb
X X X
mi riTq riq q̈ + mi riTq (riq q̇)q q̇ + Φij T ij
q λ + Dij T µij (12.60)
i=1 i=1 i,j i,j
12.3 Exemplos
Exemplo 12.1 Considere uma partícula restrita a se mover ao longo de uma linha reta com
direcional ~u. Sejam ~v e w
~ dois vetores ortogonais a ~u, logo o vetor de restrições é dado por:
( )
{v}T ({r} − {r0 })
Φ= (12.61)
{w}T ({r} − {r0 })
Logo, a força de restrição será dada por:
( )
n o λ1
Fc = − v w (12.62)
λ2
Suponha que essa partícula esteja sujeita ao efeito da gravidade, logo a 2a Lei de Newton,
na forma variacional será dada por:
0
m {r̈} + {v} λ1 + {w} λ2 = −mg 0 (12.63)
1
Exemplo 12.2 Considere uma partícula restrita a se mover ao longo de uma esfera de raio
unitário. A equação de restrição é dada por:
Assim, supondo que a única força atuante seja a gravidade, a equação variacional será
dada por:
0
m {r̈} + 2λ {r} = −mg 0 (12.66)
1
Exemplo 12.3 Considere o exemplo de uma partícula restrita a se mover ao longo de uma reta.
A coordenanda independente desse modelo é o parâmetro q, onde:
r(q) = r0 + qu (12.67)
Logo:
rq = u (12.68)
Considerando que a única força atuante sobre o corpo é o peso, a força generalizada será:
0
T
QA = mgu 0 (12.69)
1
Então:
rq T rq = uT u = 1 (12.70)
Logo:
n o 0
T −R sin q
a
Qa = −R sin q R cos q −mg 0 +q R cos q (12.75)
2π
a2
R2 +
a
1
4π 2
2π
r
a2 mga
Qa = T R2 + 2
− (12.76)
4π 2π
Calculando os termos da equação variacional:
−R cos q
(rq q̇)q q̇ = −R sin q q̇ 2 (12.77)
0
Exemplo 12.5 Considere agora o exemplo de uma partícula restrita a se mover sobre uma
esfera unitária. O vetor que relaciona as coordenadas generalizadas independentes e as
coordenadas cartesianas é dado por:
cos q1 cos q2
r= sin q1 cos q2 (12.79)
sin q2
Logo:
− sin q1 cos q2 − cos q1 sin q2
rq = cos q1 cos q2 − sin q1 sin q2 (12.80)
0 cos q2
Portanto:
( )
0
Qa = −mg (12.81)
cos q2
Calculando os termos da equação variacional:
" #
cos2 q2 0
rqT rq = (12.82)
0 1
( )
2q̇1 q̇2
rqT (rq q̇)q q̇ = sin q2 cos q2 (12.83)
q̇12
Portanto:
" #( ) ( ) ( )
cos2 q2 0 q̈1 2q̇1 q̇2 0
m + m sin q2 cos q2 = −mg (12.84)
0 1 q̈2 q̇12 cos q2
aq1
Φ = q2 − =0 (12.86)
2π
( )
0
Qa = (12.87)
−mg
" #
2
R 0
rqT rq = (12.88)
0 1
n o
a
Φq = − 2π 1 (12.90)
Logo:
aλ
mR2 q̈1 − =0 (12.91)
2π
( )
x2 + y 2 − 1
Φ= (12.93)
z
Logo:
2x 0
ΦTr = 2y 0 (12.94)
0 1
Portanto:
2x 0 ( )
λ1
FC = − 2y 0 (12.95)
λ2
0 1
Portanto a equação em função das coordenadas cartesianas é dado por:
2x 0 1
mg
mr̈ + 2y 0 = √ 1 (12.96)
3
0 1 1
Passando para coordenadas generalizadas:
−2q 1
Fc = −2q2 λ (12.98)
0
com
1 0
rq = 0 1 (12.99)
0 0
( )
mg 1
Qa = rqT F = √ (12.100)
3 1
Portanto:
( )
mg 1
m {q̈} + 2 {q} λ = √ (12.101)
3 1
mg
m 0 0 2x 0 ẍ √
3
mg
0 m 0 2y 0 ÿ √
3
mg
0 0 m 0 1 z̈ = √ (12.102)
3
2x 2y 0 0 0 λ1 2 2
−2ẋ − 2ẏ
0 0 1 0 0 λ2
0
Exemplo 12.8 Considere um haltere, modelado como duas massas concentradas na ponta de
uma haste sem massa e de comprimento unitário. Logo:
Logo:
h i
T T
Φr = 2 −(r2 − r1 ) (r2 − r1 ) (12.104)
Figura 99 – Exemplo do Haltere
Analisando o jacobiano, percebe-se que nunca o mesmo será nulo pois as coordenadas
nunca serão iguais e, por isso, a jacobiana nunca será nula, logo pode-se usar as coordenadas
cartesianas como coordenadas generalizadas. Porém, como a posição de uma das massas
pode ser expressa em função da outra, pode-se utilizar a posição de uma delas e 2 ângulos,
totalizando 5 coordenadas generalizadas independentes.
q3
( )
q4
r1 (q) q5
r(q) = = (12.105)
r2 (q)
q3 + cos q2 cos q1
q4 + cos q2 sin q1
q5 + sin q2
Figura 100 – Coordenadas Generalizadas do Haltere
−q̇1 q̇2 sin 2q2
1 2
q̇ sin 2q2
2 1
rqT (rq q̇)q q̇ = −q̇1 cos q1 cos q2 + 2q̇1 q̇2 sin q1 sin q2 − q̇22 cos q1 cos q2
2 2 2 (12.109)
−q̇12 sin q1 cos q2 − 2q̇12 q̇22 cos q1 sin q2 − q̇22 sin q1 cos q2
−q̇22 sin q2
e
1 − (sin q2 )2 0 − cos q2 sin q1 cos q2 cos q1 0
0 1 − cos q1 sin q2 − sin q2 sin q1 cos q2
T
rq rq =
− cos q2 sin q1 − sin q2 cos q1 2 0 0 (12.110)
cos q2 cos q1 − sin q2 sin q1 0 2 0
0 cos q2 0 0 2
Portanto:
2r1T 0
Φq = 0 [010] (12.113)
T T
−(r2 − r1 ) (r2 − r1 )
Supondo que haja somente uma força em x atuando sobre a biela, as equações em coorde-
nadas cartesianas assumem a forma:
Exemplo 12.10 Considerando que cada partícula é modelada pelo conjunto de coordenadas
cartesianas, que podem ser utilizadas como coordendadas generalizadas:
( )
x1
r1 = (12.116)
y1
( )
x2
r2 = (12.117)
y2
Φ13 = y1 − a (12.118)
Φ12 = nT (r2 − r1 ) − b (12.119)
As forças de restrição entre a rampa e o chão que é a normal, será dada por:
c
F13 = F1c = −Φ13 λ13 (12.120)
c
F12 = F1c = −Φ12 λ12 (12.121)
Assim, a força de atrito será dada por (considerando que τ = [cos φ, sin φ]):
F1f = −µ1 F13
c c
sign(ẋ1 )i + µ2 F12 sign[(ṙ2 − ṙ1 )T τ ]τ (12.122)
F2f c
= −µ2 F12 sign[(ṙ2 − ṙ1 )T τ ]τ (12.123)
Portanto:
Exemplo 12.11 Considere o pêndulo duplo da figura abaixo, com massas m1 e m2 , hastes
unitárias e que oscila no plano x − y. Adote como conjunto de coordenadas generalizadas
independentes os ângulos que os pêndulos fazem com a vertical. Logo a posição das massas
pode ser expressa como:
0 0
cos q1 cos q2
r2q = sin q1 sin q2 (12.131)
0 0
As forças atuantes são somentes os pesos, logo as forças generalizadas serão dadas por:
T~ T~
Qa = −m1 gr1q j − m2 gr2q j (12.132)
( )
−(m1 + m2 )g sin q1
Qa = (12.133)
−m2 g sin q2
T
r1q (r1q q̇)q q̇ = 0 (12.134)
( )
T − sin (q1 + q2 ) q̇22
r2q (r2q q̇)q q̇ = (12.135)
sin (q1 + q2 ) q̇12
Logo: n o
Φq = sin q1 sin q2 (12.139)
Logo, para se obter as equações da dinâmica na forma variacional, basta incluir os termos
associados ao multiplicador de Lagrange:
)q̇22
(m1 + m2 )q̈1 + m2 cos(q2 − q1 )q̈2 + λ sin q1 = −(m1 + m2 )g sin q1 + m2 sin(q2 − q1(12.140)
)q̇12
m2 q̈2 + m2 cos(q2 − q1 )q̈1 + λ sin q1 = m2 g sin q2 − m2 sin(q2 − q1(12.141)
2
m1 + m2 m2 cos(q2 − q1 ) sin q1 q̈1
−(m1 + m2 )g sin q1 + m2 sin(q2 − q1 )q̇2
m2 cos(q2 − q1 ) m2 sin q2 q̈2 = = m2 g sin q2 − m2 sin(q2 − q1 )q̇12
sin q1 sin q2 0 λ q̇12 cos q1 − q̇22 cos q2
(12.142)
Referência:
(Rao 2008), Capítuulo 9
(Mabie e Rheinholtz 1987), Capítulo 12
Neste capítulo serão abordados os problemas de desbalanceamento em eixos rotativos e de
motores alternativos.
Esse problema se divide em dois grandes tipos: desbalanceamento estático (em um plano) e
desbalanceamento dinâmica (em dois planos).
13.1.1 Desbalanceamento em um plano ou estático
Se ao se aplicar uma rotação a um eixo, sem rotação prévia, for marcado o ponto mais baixo
do mesmo após retornar ao repouso, caso o eixo seja balanceado, as marcações não devem
a princípio serem coincidentes. Porém, caso as marcações sejam próximas ou coincidentes,
o eixo possui um desbalanceamento que pode ser modelado como uma massa excêntrica na
direção radial das marcações. Assim, para se corrigir esse problema, basta se adicionar uma
massa diametralmente oposta com mesma ou pela remoção de massa na marca.
F = mω 2 r (13.1)
X
F =0 (13.2)
.
Como a velocidade angular é igual para todos os corpos envolvidos, resta definir a posição
angular (que será definida pela direção da resultante das forças de desbalanceamento) e o
produto mr da massa que será introduzida pela distância radial da mesma. Para esse tipo de
problema, a adição de somente 1 massa é capaz de balancear o eixo.
O rotor rígido com 3 massas deve ser balanceado com uma quarta massa. Considere que
ela deve ser colocada a r4 = 10in.
X
Fx = 0 → m1 r1 ω 2 cos 45o + m2 r2 ω 2 cos 60o − m3 r3 ω 2 cos 30o + m4 r4 ω 2 cos θ = 0 (13.3)
X
Fy = 0 → m1 r1 ω 2 sin 45o − m2 r2 ω 2 sin 60o − m3 r3 ω 2 sin 30o + m4 r4 ω 2 sin θ = 0 (13.5)
Logo:
e
m4 = 14.15lb (13.8)
É possível demonstrar que com duas massas pode-se resolver qualquer problema de des-
balanceamento, porém na prática essa solução nem sempre é adotada pois acoplar ou remover
massas aos eixos pode induzir outros modos de vibração, gerando outros problemas. Uma
solução muitas vezes empregada é a inclusão de mancais de apoio intermediários, para reduzir
a deflexão do eixo e um massa para compensar cada desbalanceamento. Como boa prática
deve-se sempre buscar a simetria na distribuição de cargas.
X
F =0 (13.9)
X
Fa = 0 (13.10)
r
F = mr(cos θ + cos 2θ) (13.11)
l
Logo, o movimento de um pistão induz um desbalanceamento, portanto, deve-se buscar a
distribuição dos ângulos de fase dos pistões para buscar o balanceamento do eixo. Além disso,
pode-se alterar a angulação entre as direções de movimento dos pistões, como por exemplo nos
motores com cilindros em V.
Assim, para determinar o desbalanceamento de um motor define-se um cilindro como
referência e calcula-se a soma das forças que será dada por:
X X r2
S= mrω 2 cos θ + m cos 2θ (13.12)
i i
l
com θi = φ + φi . Logo para se ter o balanceamento:
X X
cos θi = 0 → cos(φ + φi ) = 0 (13.13)
X X
cos 2θi = 0 → cos(2φ + 2φi ) = 0 (13.14)
Abrindo esses somatórios pode-se fatorá-los e concluir que para haver balanceamento deve-
se ter que:
X
cos φi = 0 (13.15)
X
sin φi = 0 (13.16)
X
cos 2φi = 0 (13.17)
X
sin 2φi = 0 (13.18)
As condições acima garantem a condição de equilíbrio de forças, para garantir o equilíbrio
de momentos deve-se observar a seguinte equação:
X X r2 2
C= mrω 2 ai cos θi + m ω ai cos 2θi (13.19)
i i
l
X X r2 2 X X
C = mrω 2 (cos φ ai cos θi −sin φ ai sin θi )+m
ω (cos 2φ ai cos 2θi −sin 2φ ai sin 2θi )
i i
l i i
(13.20)
Logo para se ter o balanceamento de momentos, deve-se afirmar que:
X
ai cos φi = 0 (13.21)
X
ai sin φi = 0 (13.22)
X
ai cos 2φi = 0 (13.23)
X
ai sin 2φi = 0 (13.24)
Define-se a linha de ação da força de desbalanceamento S é dada por:
C
aR = (13.25)
S
Nos casos em que S = 0, indica-se que não há desbalanceamento de força porém podendo
haver desequilíbrio de momento. Nesse caso o momento C atua sobre o plano axial.
Com esse equacionamento pode-se obter o desbalanceamento, bem como obter a posição
para se posicionar a massa para balancear o mesmo.
Exemplo 13.2 Motor de 4 cilindros em linha
Logo:
r2 2 X r2
S=m ω cos 2θ1 cos 2φ = 4m ω 2 cos 2θ1 (13.26)
l i
l
r2 2
C = 24m ω cos 2θ1 (13.27)
l
Portanto:
2
C 24m rl ω 2 cos 2θ1
aR = = 2 =6 (13.28)
S 4m rl cos 2θ1
Logo:
S=0 (13.29)
e
r2 2
C = mrω 2 (−0.264a cos φ + 0.3633a sin φ) + m ω (−4.736a cos 2φ + 1.5389a sin 2φ)
l
(13.30)
Parte IV
A robótica é o estudo das máquinas que substituem o ser humano na execução de tarefas
tanto físicas como na tomada de decisões. Assim, antes de iniciar o estudo da modelagem
cinemática dos mesmos é necessário definir as classificações dos manipuladores robóticos, bem
como alguns conceitos relacionados à essa área do conhecimento. E, muito embora, o termo
robô esteja associado ao conceito de um robô humanóide na cultura popular, na verdade, a
maioria dos robôs são manipuladores mecânicos que não possuem o intuito de se assemelhar à
um homem.
O termo robô tem como origem uma peça teatral tcheca, escrita por Karel Čapek, de-
nominada Rossum’s Universal Robots (R.U.R), em 1920. Nessa peça existia existia um
mecanismo antropomórfo autônomo, feito de matéria orgânica, que era denominado "robota",
que nas línguas eslavas significa aquele que executa trabalhos, cunhando assim o termo robô
aos manipuladores que auxiliam os seres humanos nas suas tarefas. Em 1940, ainda muito
associado ao ramo da ficção científica, o russo Issac Asimov, também escritor, concebeu o robô
como um artefato mecânico autônomo com aparência humana e sentimentos, porém com um
cérebro programado de forma a atender algumas regras de comportamento social e ético que se
baseavam em 3 regras fundamentais:
2. Um robô deverá sempre obedecer a todos os comandos de um ser humano, exceto aqueles
que quebrem a primeira lei; e
3. Um robô deverá sempre presevar a sua existência desde que isso não interfira no cumpri-
mento da segunda e da primeira lei.
Essas leis da ficção para o comportamento de robôs são adotas até hoje como especificações
para o projeto de robôs. Baseando-se nas Leis de Asimov, Shymon Y. Nof definiu as 3 Leis de
Aplicação da Robótica:
2. Um robô deve substituir o homem em trabalhos que ele não deseja fazer ou impossíveis;
e
3. Um robô deve substituir o homem em trabalhos em que os robôs sejam mais econômicos.
Assim, baseando-se nesse cenário definido pela ficção, um robô seria um humanóide que
seria capaz de falar, ouvir, ver e andar independentemente do ambiente em que se situe, sendo
capaz de alterar e interagir com o ambiente que o cerca, tendo sempre o seu comportamento
definido por uma série de "leis"intrínsecas a ele conjugadas com as informações adquiridas do
seu estado e do seu entorno. Portanto, também pode-se definir robótica como sendo a ciência
que estuda a conexão de forma inteligente entre percepção e ação, caracterizando assim um
sistema complexo composto por um grande quantidade de subsistemas e envolvendo diversas
áreas do conhecimento, tornando-a uma área multidisciplinar. O componente essencial de um
sistema robótico é um sistema mecânico composto por:
A capacidade de atuar sobre o sistema vem da ação sobre esse sistema mecânico de motores
elétricos, autadores pneumáticos, servomotores que compõem os autadores. Para a tomada
de decisão sobre como mover os atuadores para cumprir de forma correta a tarefa existe
um "sistema de controle"que, baseado nas leituras dos sensores e nas leis de comportamento
definidas na sua programação, define como o sistema deve agir para cumprir a tarefa, levando
em consideração o ambiente ao seu redor. Esse sistema caracteriza a inteligência do sistema
robótico. Os sensores atuam realizando um feedback para o controlador informando ele
sobre o atual estado do sistema mecânico e sobre o ambiente, possibilitando a correta tomada
de decisão. Os controladores utilizados podem variar desde simples PIDs até controladores
preditivos baseados em modelo e controladores robustos. Outros componentes são a fonte de
alimentação, que alimenta todos esses subsistemas, e a interface homem-máquina (IHM), que
possibilita a comunicação entre o sistema robótico e o usuário e vice-versa.
Portanto, em uma análise simples de um sistema robótico as áreas de conhecimento que
se deve dominar para se projetar um sistema robótico são: mecânica, controle, computação,
elétrica e eletrônica. Assim, a robótica se inclui dentro do ramo da engenharia Mecatrônica.
• Fixo ou manipuladores
• Móveis
O espaço de trabalho de um robô representa a porção do espaço que o mesmo alcança com a
sua ferramenta, tendo sua forma e volume dependentes da estrutura do manipulador, bem como
das juntas e dos limites das mesmas. Então, tendo como critério a ordenação dos tipos de juntas
e sua orientação, partindo da base, classificam-se os manipuladores como:
• Cartesianos;
• Cilíndricos;
• Esférico;
• SCARA; e
• Antropomórficos.
Manipuladores Cartesianos (P ⊥ P ⊥ P )
Ordem das juntas: 3 juntas prismáticas mutuamente ortogonais;
Espaço de trabalho: paralelepípedo definido pelos limites de junta;
Particularidades:
• Caso se queira abordar as peças por cima, pode-se utilizar a arquitetura de um manipula-
dor Gantry.
Figura 121 – Representação da cadeia cinemática para robô cartesiano e do espaço de trabalho.
Figura 122 – Exemplo de robô cartesiano na arquitetura Gantry.
Manipuladores Cilíndricos (R k P ⊥ P )
Ordem das juntas: Uma junta de revolução com eixo paralelo ao da próxima junta prismática
e uma terceira junta prismática ortogonal às duas primeiras;
Espaço de trabalho: casca cilíndrica definida pela amplitude das juntas;
Particularidades:
• Quando utilizado com grandes massas ou grandes volumes, adotam-se atuadores pneu-
máticos ao invés de motores elétricos;
• Espaço de trabalho pode incluir o plano que contém a base, logo, possibilita o manuseio
de peças no chão;
Utilização: Usinagem.
Manipuladores SCARA (R k R k P )
Ordem das juntas: 2 juntas de revolução e 1 prismática paralelas entre si;
Espaço de trabalho: de acordo com a Fig. 125;
Particularidades:
Manipuladores Antropomórficos (R ⊥ R k P )
Ordem das juntas: 1 juntas de revolução ortogonal a 2 juntas de revolução paralelas entre si;
Espaço de trabalho: aproximadamente uma esfera;
Particularidades:
• Maior destreza;
Utilização: Variada.
A maior parte dos robôs instalados no mundo são antropomórficos, seguidos dos cartesianos,
cilíndricos e SCARA.
Um dos fatores que foi ressaltado nas características de cada uma das configurações de
manipuladores foi a rigidez de cada uma. Assim, percebe-se que o fato de se estar trabalhando
com massas elevadas pode caracterizar um problema. Como solução para esse problema, a
utilização de cadeias cinemáticas fechadas é uma saída, mesmo que haja uma provável perda
na mobilidade e consequentemente no volume de trabalho. Um manipulador com cadeia
cinemática fechada particular e com grandes aplicações são os manipuladores paralelos, onde
mais de uma cadeia cinemática conectam a base à ferramenta.
Uma vez posicionada a ferramenta, a mesma deve assumir a orientação correta para executar
a sua tarefa, caso isso seja necessário. Nesses casos, 3 graus de liberdade adicionais devem ser
incluídos com um punho composto por 3 juntas de revolução ortogonais entre si. A melhor
solução em termos de destreza é obtida quando esses três eixos se cruzam no mesmo ponto,
caracterizando assim um punho esférico.
A ferramenta pode assumir as mais diversas formas, devendo ser construída de acordo com
a tarefa a ser executada, podendo ser uma garra, uma pistola de tinta, uma chave de fenda, etc.
A escolha da configuração de robô a ser utilizada deve levar em consideração o volume de
trabalho esperado, o tipo de tarefa a ser executado, cargas a serem manipuladas e desempenho
do sistema. Assim, mesmo que todas as configurações possam ser adaptadas para a execução
de qualquer tarefa, a análise dos fatores acima leva, em geral, a escolha de uma das 5 listadas.
Os robôs móveis são em geral divididos em:
• com rodas; e
• com pernas.
• Roda fixa: a roda gira somente em relação à um eixo ortogonal à direção de movimento
e que passa pelo centro da mesma;
• Roda orientável: possui dois eixos de rotação, ambos passando pelo centro da roda, sendo
ortogonais entre si, permitindo assim a rotação do chassi; e
• Rodízio: possui dois eixos de rotação ortogonais que, porém, não se cruzam no centro da
roda, fazendo com que a roda se alinhe com o sentido de movimento.
Essas rodas podem ser combinadas de várias maneiras, gerando-se diferentes mobilidades
para o chassi. As formas mais relevantes encontram-se expostas abaixo:
• Differential-drive: duas rodas fixas atrás alinhadas com um mesmo eixo de rotação e
um ou mais rodízios na dianteira, com o objetivo de balancear estaticamente o chassi.
As rodas traseiras são controladas individualmente, proporcionando a rotação do chassi,
inclusive a rotação no próprio eixo.
• Synchro-Drive: três rodas orientáveis alinhadas e acopladas entre si, isso faz com que
a orientação do chassi permaneça constante. Para se alterar essa orientação, em geral
utiliza-se um eixo adicional.
Com esses conceitos definidos, pode-se definir um robô como sendo um manipulador re-
programável multifuncional projetado para mover materiais, peças, ferramentas ou dispositivos
especializados através da programação dos seus movimentos para o bom desempenho nas mais
diversas tarefas. Dentre as tarefas que os robôs executam na indústria, algumas delas encontram-
se listadas abaixo:
• empacotamento;
• soldagem;
• pintura;
• colagem;
• inspeção metrológica; e
• detecção de imperfeições.
Diante do acima exposto, a aplicação industrial de robôs se torna desvantajosa somente nos
casos onde o custo e tempo necessários para a implementação da linha autônoma seja maior do
que a execução da própria tarefa.
Uma possibilidade na implantação de linhas de produção com robôs está na utilização
de robôs cooperativos, ou seja, robôs que podem compartilhar o mesmo espaço de trabalho
executando diferentes tarefas de forma simultânea e coordenada, em geral, por uma mesma
unidade lógica. Essa possibilidade expande em muito o potencial de aplicação dos robôs,
aumentando a eficácia e possibilidades do sistema, diminuindo tempo e consequentemente
custo. Porém, a programação e o nível de treinamento do usuário aumentam, aumentando a
necessidade de controle e calibração, o que pode não ser vantajoso para qualquer atividade.
Antes de iniciar o estudo dessa seção, cabe revisar os conceitos associados ao mapeamento
de posição e orientação de um corpo rígido no espaço abordados neste trabalho no Capítulo 6.
{rP } = {r1 } + T 1 11 rP
(15.1)
Porém, quando são utilizados vários referenciais, essa equação é aplicada várias vezes
dentro dela mesmo, aumentando e complicando os termos que nela aparecem, fazendo com
que para cadeias cinemáticas ela seja pouco atraente. Assim, no intuito de gerar um versão
mais compacta para a mesma é introduzido o conceito de transformação homogênea. Nessa
notação um vetor {r} é transformado em {r̃} definido como:
( )
r3x1
{r̃} = (15.2)
1
1 −1 −1
= T1 {r1 } + T 1
1 rP {rP } (15.5)
Passando essa equação para a forma homogênea, obtem-se:
" −1 −1
#
1 [T 1 ] [T 1 ] {r1 }
1 r̃P = {r̃P } (15.6)
01x3 1
" #
n e s e ae r e
{r̃e } = {ee r̃e } (15.8)
0 0 0 1
cos ϑ1 − sin ϑ1 0 a1 cos ϑ2 − sin ϑ2 0 a2 0 0 −1 0
b sin ϑ1 − cos ϑ1 0 0 sin ϑ2 − cos ϑ2
0 0 0 1 0 0 e
{ r̃e }
r̃2 =
0 0 1 0 0
0 1 0 1 0 0 0
0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1
(15.9)
onde
0
0
e
{ r̃e } = (15.10)
0
1
Assim, para uma cadeia aberta constituída por n + 1 elos e n juntas, em geral defini-se
como elo 0 como sendo o elo fixo ao chão e que para cada junta é definida uma variável de
junta. Portanto, o referencial que liga 0 elo 0 ao elo n é dado por:
0
An = 0 A1 1 A2 2 A3 . . . n−1 An
(15.11)
b
Ae = b A0 0 An [n Ae ]
(15.12)
• Para o referencial n, como não há junta n + 1, zn não é definido de forma única, já xn tem
que ser ortogonal a zn−1 . Em geral, a junta n é de revolução, logo zn será alinhado com a
direção de zn−1 ;
• Quando dois eixos consecutivos são paralelos, logo a normal comum não é definida
unicamente;
• ϑi → ângulo entre xi−1 e xi rotacionados no eixo zi−1 , com o sentido positivo definido
no sentido anti-horário;
cos ϑi − sin ϑi cos αi sin ϑi sin αi ai cos ϑi
i−1 i
h
i i0
ih 0
i i
i sin ϑi cos ϑi cos αi − cos ϑi sin αi ai sin ϑi
A = A A = (15.15)
0 sin αi cos αi di
0 0 0 1
Perceba que a matriz de transformação obtida é função somente das variáveis de junta e da
geometria.
Abaixo será descrito um procedimento para a aplicação da Convenção de Denavit-Hartenberg
em qualquer cadeia cinemática aberta.
1. Encontre e numere todos os eixos juntas de forma consecutiva e defina a direção dos eixos
z0 , . . . , zn−1 ;
5. Defina os eixos yi de forma a obter referenciais que atendam a regra da mão direita;
6. Defina o referencial n: se a junta n for de revolução alinhe zn com zn−1 , já no caso de ser
prismática, defina de forma arbitrária e defina xn de acordo com o passo 4;
10. Pré-multiplique essa matriz pela transformação de b para 0 e pós-multiplique pela matriz
que leva de n para e, levando assim à posição da ferramenta.
Para se obter essa relação, remove-se um elo da cadeia fechada e são geradas as matrizes de
transformação que levam até os elos adjacentes ao removido pelas duas cadeias abertas geradas
após a remoção. Com isso, sabe-se que a diferença entre os vetor posição que representam os
elos adjacentes, escrito no referencial de um dos elos adjacentes, será um vetor com uma única
coordenada igual ao comprimento do elo.
Outra forma, é simplesmente calcular as matrizes que representam um mesmo elo pelos dois
ramos da cadeia fechada e igualar as posições. Ambas as formas levam a equações matriciais
que formam um sistema de equações com dimensão igual à perda de graus de liberdade do
sistema.
Também deve-se garantir o paralelismo dos eixos z das juntas adjacentes e para o caso de
haver uma junta prismática, deve-se garantir que o ângulo entre os eixos x permaneça constante.
Assim, matematicamente, temos que, para juntas de revolução:
0
j i i i
T rj − rk = 0 (15.16)
djk
i i
zj = zk (15.17)
" T
# 0
{ j xi } i i
T rj − rk = 0 (15.18)
{j yi }
0
i i
zj = zk (15.19)
i T i
xj xk = cos ϑjk (15.20)
Perceba que, como djk varia para juntas prismáticas, essa condição é alterada para uma
condição de paralelismo.
Elo ai αi di ϑi
1 a1 0 0 ϑ1
2 a2 0 0 ϑ2
3 a3 0 0 ϑ3
cos (ϑ1 + ϑ2 + ϑ3 ) − sin (ϑ1 + ϑ2 + ϑ3 ) 0 a1 cos ϑ1 + a2 cos (ϑ1 + ϑ2 ) + a3 cos (ϑ1 + ϑ2 + ϑ3 )
sin (ϑ1 + ϑ2 + ϑ3 )
0 3 cos (ϑ1 + ϑ2 + ϑ3 ) 0 a1 sin ϑ1 + a2 sin (ϑ1 + ϑ2 ) + a3 sin (ϑ1 + ϑ2 + ϑ3 )
A = (15.22)
0 0 1 0
0 0 0 1
Esse mecanismo possui 2 graus de liberdade, porém existem 4 variáveis de junta, que são
os 4 ângulos associados às 4 juntas de rotação. Assim, pode-se afimar que:
{0 r30 } − {0 r1 } = 0 (15.25)
Essa equação vetorial, gera 2 equações que relacionam os 4 variáveis de junta, levando
somente a 2 graus de liberdade.
Para esse manipulador, com o referencial de base posicionado nesse ponto e com os demais
escolhidos segundo os critérios definidos pela Convenção de Denavit-Hartenberg, pode-se
afirmar que os parâmetros do modelo serão:
Elo ai αi di ϑi
−π
1 0 2
0 ϑ1
−π
2 0 2
d2 ϑ2
3 0 0 d3 0
No link abaixo está disponível um vídeo com a explicação da escolha e posicionamento dos
referenciais intermediários e dos referenciais das juntas.
Assim, tendo como base os referenciais definidos nesse modelo, os parâmetros de Denavit-
Hartenberg:
Elo ai αi di ϑi
π
1 0 2
0 ϑ1
2 a2 0 0 ϑ2
3 a3 0 0 ϑ3
Elo ai αi di ϑi
−π
4 0 2
0 ϑ4
π
5 0 2
0 ϑ5
6 0 0 d6 ϑ6
0
A6 = 0 A3 3 A6
(15.29)
Elo ai αi di ϑi
−π
1 0 2
0 ϑ1
−π
2 0 2
d2 ϑ2
3 0 0 d3 0
−π
4 0 2
0 ϑ4
π
5 0 2
0 ϑ5
6 0 0 d6 ϑ6
Elo ai αi di ϑi
π
1 0 2
0 ϑ1
2 a2 0 0 ϑ2
π
3 0 2
0 ϑ3
−π
4 0 2
d4 ϑ4
π
5 0 2
0 ϑ5
6 0 0 d6 ϑ6
Elo ai αi di ϑi
π
1 0 2
0 ϑ1
π
2 0 2
0 ϑ2
π
3 0 2
d3 ϑ3
π
4 0 2
0 ϑ4
π
5 0 2
d5 ϑ5
π
6 0 2
0 ϑ6
7 0 0 d7 ϑ7
O humanóide da figura abaixo é um conjunto de dois manipuladores DLR sendo que para
se obter a assimetria das mãos, a sétima junta em um dos lados está rotacionada em π2 e no
outro braço de π2 . A base é um manipulador antropomórfico. Logo, a cinemática direta das
mãos do robô são obtidas combinando um manipulador antropomórfico com um DLR.
Como último exemplo, na figura abaixo está representado um manipulador SCARA com os
referenciais já posicionados.
Figura 145 – Manipulador SCARA
Elo ai αi di ϑi
1 a1 0 d1 ϑ1
2 a2 π 0 ϑ2
3 0 0 d3 0
4 0 0 d4 ϑ4
Para se obter as matrizes pode-se utilizar o script em MATLAB, disponível na link abaixo,
para construir as transformações homogêneas de forma simbólica ou obter a posição e orienta-
ção da ferramenta para um caso numérico. A entrada do algoritmo é uma matriz igual as tabelas
aqui construídas e as saídas são a posição do último referencial, a matriz de rotação e a matriz
de transformação homogênena.
• As equações a serem resolvidas em geral são não lineares, não possuindo em geral solução
fechada ou única;
cos (ϑ1 + ϑ2 + ϑ3 ) − sin (ϑ1 + ϑ2 + ϑ3 ) 0 a1 cos ϑ1 + a2 cos (ϑ1 + ϑ2 ) + a3 cos (ϑ1 + ϑ2 + ϑ3 )
0 sin (ϑ1 + ϑ2 + ϑ3 ) cos (ϑ1 + ϑ2 + ϑ3 ) 0 a1 sin ϑ1 + a2 sin (ϑ1 + ϑ2 ) + a3 sin (ϑ1 + ϑ2 + ϑ3 )
A3 = (15.32)
0 0 1 0
0 0 0 1
φ = ϑ1 + ϑ2 + ϑ3 (15.37)
Logo:
px2 = a1 c1 + a2 c12 (15.38)
py2 = a1 s1 + a2 s12 (15.39)
(15.40)
Portanto:
p
sin ϑ2 = ± 1 − cos2 ϑ2 (15.44)
A variação no sinal já indica as duas possíveis posturas para uma dada posição (cotovelo
para cima ou para baixo). Portanto:
Com ϑ2 definido, pode-se substituir nas equações acima, gerando 2 equações em ϑ1 , onde
pode-se obter uma solução algébrica para essa variável dada por:
ϑ3 = φ − ϑ1 − ϑ2 (15.49)
Essa é uma abordagem puramente algébrica. Já uma abordagem geométrica para esse caso
pode ser facilmente gerada com a utilização de uma lei dos cossenos no triângulo formado
pelas juntas 0 − 1 − 2, obtendo-se a mesma equação para o ângulo ϑ2 . A condição de existência
p
dessa equação é que p2x2 + p2y2 ≤ a1 + a2 , que é a desigualdade triangular aplicada ao mesmo
triângulo e que garante que a posição esteja dentro do espaço de trabalho do manipulador. Nesse
caso:
−1
p2x2 + p2y2 − a21 − a22
ϑ2 = ± cos (15.50)
2a1 a2
onde, se ϑ2 ∈ (−π, 0) o cotovelo está para baixo e se ϑ2 ∈ (0, π) o cotovelo está para cima.
Para o cálculo de ϑ1 , considere o triângulo retângulo formado pelas juntas 0 − 2, sendo
α = ϑ1 + β, pode-se afirmar que:
a1 + a2 c 2
cos β = p 2 (15.52)
px2 + p2y2
Logo:
p2x2 + p2y2 + a21 − a22
β= p (15.53)
2a1 p2x2 + p2y2
ϑ1 = α ± β (15.54)
onde se ϑ2 < 0 vale o sinal de mais e, caso contrário, vale o sinal de menos.
c1 c2 −s1 c1 s2 c1 s2 d3 − s1 d2
0 3
s1 c2 c1 s1 s2 s1 s2 d3 + c1 d2
A = (15.55)
−s2 0 c2 c2 d 3
0 0 0 1
Considerando que a posição do efetuador é definida por o˜W , deseja-se escrever a posição
do mesmo em relação ao referencial 1, para se reduzir o número de variáveis existentes no
equacionamento. Portanto:
pWx
1 0 1 −1 0 3 3 1 2 2 3 3 0 1 −1 pW y
p˜W = A A p˜W = A A p˜W = A (15.56)
pWz
1
onde
c2 0 s2 s 2 d3
1 s2 0 −c2 −d3 c2
A3 = 1 A2 2 A3 =
(15.57)
0 1 0 d2
0 0 0 1
e
c1 s 1 0 0
0 1 −1
0 0 −1 0
A = (15.58)
−s1 c1 0 0
0 0 0 1
n oT
Assumindo que {3 p˜W } = 0 0 0 1 , {1 p˜W } será dado por:
d3 s2
p W x c1 + p W y s 1
1 −d3 c2 −p Wz
p˜W = = (15.59)
d2
−pWx s1 + pWy c1
1
1
1 − t2
c1 = (15.60)
1 + t2
2t
s1 = (15.61)
1 + t2
Então, pela terceira componente:
q
−pWx ± p2Wx + p2Wy − d22
t= (15.63)
d2 + pW y
Assim:
q
ϑ1 = 2atan2 −pWx ± p2Wx + p2Wy − d22 , d2 + pWy (15.64)
Essa equação possui duas soluções, caracterizando as duas possíveis posturas do robô.
Elevando as duas primeiras componentes ao quadrado e somando é possível obter d3 de acordo
com a equação abaixo.
q 2
d3 = pWx c1 + pWy s1 + p2Wz (15.65)
sendo que d3 ≥ 0.
Se d3 6= 0, dividindo-se os dois primeiros termos, calcula-se ϑ2 .
ϑ2 = atan2 pWx c1 + pWy s1 , pWz (15.66)
Portanto:
ϑ3 = atan2 (s3 , c3 ) (15.72)
Essa equação possui duas soluções. Com esses valores são geradas duas possíveis soluções
para ϑ2 , somando-se os quadrados da primeira com o quadrado da segunda equação. A solução
dessa equação gera duas soluções para cada um dos valores de ϑ3 . E da mesma forma, para
cada par de soluções de é gerado um valor de ϑ1 . Portanto, para cada posição são gerados
quatro possibilidades de solução inversa.
Para os casos onde pWx = pWy = 0 há uma infinidade de soluções possíveis, dado que é
possível determinar ϑ2 e ϑ3 independentemente do valor de ϑ1 .
cos ϑ4 cos ϑ5 cos ϑ6 − sin ϑ4 sin ϑ6 − cos ϑ6 sin ϑ4 − cos ϑ4 cos ϑ5 sin ϑ6 cos ϑ4 sin ϑ5 d6 cos ϑ4 sin ϑ5
cos ϑ4 sin ϑ6 + cos ϑ5 cos ϑ6 sin ϑ4
3 6 cos ϑ4 cos ϑ6 − cos ϑ5 sin ϑ4 sin ϑ6 sin ϑ4 sin ϑ5 d6 sin ϑ4 sin ϑ5
A =
− cos ϑ6 sin ϑ5 sin ϑ5 sin ϑ6 cos ϑ5 d6 cos ϑ5
0 0 0 1
(15.73)
n z s z az
Logo comparando as matrizes, pode-se obter os valores das variáveis de juntas. Então
considerando ϑ5 ∈ (0, π):
Para manipuladores com punho esférico, resolve-se o problema em duas etapas: a primeira
mapeia a posição do atuador definindo-se as variáveis de junta do manipulador e a segunda,
utilizando o equacionamento acima, determina a orientação da ferramenta em relação ao punho,
concluindo a definição de todas as variáveis de junta, ou seja, é o acoplamento de dois problemas
de cinemática inversa.
ϑ1 = 0.3140 (15.87)
ϑ2 = 0.3486 (15.88)
d3 = 0.7498 (15.89)
Esse capítulo tem como objetivo introduzir a cinemática diferencial aplicada a manipula-
dores seriais para se obter as velocidades das juntas e do atuador. Para isso será utilizado o
Jacobiano que está relacionado com a configuração do manipulador.
Além de ter como finalidade a relação entre as derivadas das variáveis de juntas e as
velocidades da juntas e do atuador, o Jacobiano também tem como possíveis aplicações a análise
de singularidades, a solução da cinemática inversa, dentre muitas outras.
o que nos leva a uma equação para a velocidade do elo i em função da velocidade de i − 1.
Considerando agora a parte relativa a rotação, o ponto de partida será a equação:
i i−1 i−1 i
T = T T (16.5)
i−1 i−1 T i
[ω̃i ] T i = [ω̃i−1 ] T i + T i−1 i−1
ω̃i T T (16.7)
Sabe-se que:
i−1 ωi =0 (16.10)
{i−1 ṙi } = d˙i {hi−1 } (16.11)
Sendo hi−1 o vetor unitário ao longo da direção do eixo zi−1 . Assim, as expressões para as
velocidades linear e angular se tornam:
ωi = ωi−1 (16.12)
{ṙi } = {ṙi−1 } + [ω̃i ] {i−1 ri } + d˙i {hi−1 } (16.13)
Portanto:
• Juntas Prismáticas:
JPi q̇i = d˙i {hi−1 } JPi = {hi−1 } (16.20)
Figura 147 – Vetores utilizados no cálculo da contribuição de cada vetor velocidade angular na
velocidade linear do atuador.
• Junta de Revolução: deve-se notar que a contribuição para a velocidade linear do atuador
deve ser tomada em relação a origem do mesmo, ou seja, deve-se calcular o produto
vetorial entre a velocidade angular i−1 ωi e o vetor que liga a origem de i − 1 a e.
h i h i
JPi q̇i = [i−1 ω̃i ] {i−1 re } = ϑ̇i h̃i−1 ({re } − {ri−1 })JPi = h̃i−1 ({re } − {ri−1 })
(16.21)
n
X n
X
ωe = i−1 ωi = JOi q̇i (16.22)
i=1 i=1
• Junta de Revolução:
JPi q̇i = ϑ̇i {hi−1 } JPi = {hi−1 } (16.24)
Resumindo, a jacobiana poderá ser construída de acordo com a seguinte matriz particionada:
" #
JP1 JPn
[J] = (16.25)
JO1 JOn
Onde dependendo do cada cada junta for, os termos assumem a forma acima exposta.
Com essa matriz, pode-se obter de forma sistemática o jacobiano tendo como base as
variáveis de juntas e parâmetros obtidos via cinemática direta, conforme descrito a seguir:
• O vetor re é definido pelas 3 primeiras linhas do vetor {r̃e } que é igual a quarta
coluna
da
0
0
matriz de transformação homogênea da transformação [0 Ae ], com {r̃0 } = :
0
1
0
Ae {r̃0 }
{r̃e } = (16.27)
0
Ai−1 {r̃0 }
{r̃i−1 } = (16.28)
Por fim, caso se queira mudar o referencial para o cálculo das velocidades para um referen-
cial u, por exemplo, deve-se rotacionar a jacobiana de acordo com o descrito abaixo.
( ) " #( )
u
ṙe Tu 0 ṙe
u
= = (16.29)
ωe 0 Tu ωe
( ) " #
u
ṙe Tu 0
u
= [J] {q̇} (16.30)
ωe 0 Tu
" #
u
T 0
[J u ] = [J] (16.31)
0 Tu
16.1.3 Exemplos de Jacobianos Geométricos
Manipuador plano com 3 elos
Nesse caso são 3 juntas de revolução, logo o jacobiano assumirá a forma:
" h i h i h i #
h̃0 ({re } − {r0 }) h̃1 ({re } − {r1 }) h̃2 ({re } − {r2 })
J= (16.32)
{h0 } {h1 } {h2 }
Isso leva a:
−a2 sin(ϑ1 + ϑ2 ) − a1 sin(ϑ1 ) − a3 sin(ϑ1 + ϑ2 + ϑ3 ) −a2 sin(ϑ1 + ϑ2 ) − a3 sin(ϑ1 + ϑ2 + ϑ3 ) −a3 sin(ϑ1 + ϑ2 + ϑ3 )
a cos(ϑ + ϑ ) + a cos(ϑ ) + a cos(ϑ + ϑ + ϑ ) a2 cos(ϑ1 + ϑ2 ) + a3 cos(ϑ1 + ϑ2 + ϑ3 ) a3 cos(ϑ1 + ϑ2 + ϑ3 )
2 1 2 1 1 3 1 2 3
0 0 0
J =
0 0 0
0 0 0
1 1 1
(16.33)
Percebe-se que a matriz possui 3 linhas nulas, que justamente se referem ao deslocamento
em z e as rotações em x e y. Sendo assim, para se utilizar esse equacionamento deve-se utilizar
um subespaço do espaço de trabalho considerando somente 3 variáveis e não 6, eliminando
assim essas 3 linhas e tornando a jacobiana não singular.
Braço antropomórfico
Esse braço também é composto por 3 rotações sucessivas, logo o formato do jacobiano
será idêntico ao do braço plano, porém devido a sua tridimensionalidade, a equação final será
diferente, na forma representada abaixo:
− sin(ϑ1 )(a3 cos(ϑ2 + ϑ3 ) + a2 cos(ϑ2 )) − cos(ϑ1 )(a3 sin(ϑ2 + ϑ3 ) + a2 sin(ϑ2 )) −a3 sin(ϑ2 + ϑ3 ) cos(ϑ1 )
cos(ϑ1 )(a3 cos(ϑ2 + ϑ3 ) + a2 cos(ϑ2 )) − sin(ϑ1 )(a3 sin(ϑ2 + ϑ3 ) + a2 sin(ϑ2 )) −a3 sin(ϑ2 + ϑ3 ) sin(ϑ1 )
0 a3 cos(ϑ2 + ϑ3 ) + a2 cos(ϑ2 ) a3 cos(ϑ2 + ϑ3 )
J =
0 sin(ϑ1 ) sin(ϑ1 )
− cos(ϑ1 ) − cos(ϑ1 )
0
1 0 0
(16.34)
Essa matriz possui posto 3, logo há somente 3 linhas linearmente independentes, o que leva
a somente 3 graus de liberdade. Aconselha-se a escolher o bloco 3 × 3 superior, pois o mesmo
está relacionado à posição e velocidade do último referencial. O fato do posto ser inferior a 6
mostra que essa configuração não permite a escolha de qualquer vetor ω.
Manipulador Stanford
O manipulador Stanford é composto por um braço esférico acoplado com um punho
esférico. Assim ele é composto pelas seguintes juntas, nessa ordem: revolução, revolução,
prismática e 3 de revolução. Portanto, o jacobiano será dado por:
" h i h i h i h i h i #
h̃0 ({re } − {r0 }) h̃1 ({re } − {r1 }) {h2 } h̃3 ({re } − {r3 }) h̃4 ({re } − {r4 }) h̃5 ({re } − {r5 })
J=
{h0 } {h1 } 0 {h3 } {h4 } {h5 }
(16.35)
O tamanho da matriz jacobiana impede de escrevê-la neste texto, porém, com o auxílio
dos código disponibilizados no link abaixo, pode-se obter essa matriz de forma simbólica e
numérica sem maiores complicações.
• singularidades do braço;
• singularidades do punho.
h h i h i h i i
J12 = h̃3 ({re } − {r3 }) h̃4 ({re } − {r4 }) h̃5 ({re } − {r5 }) (16.38)
h i
J22 = h3 h4 h5 (16.39)
Colocando o último referencial, alinhado como o ponto de rotação do punho esférico, anula-
se todos os termos de J12 , dado que re = r4 = r3 = r5 por construção geométrica.
Assim, o determinante da jacobiana passará a ser dado por:
Com isso, desacopla-se o problema de singularidade e pode-se analisar os dois casos abaixo:
• Singularidades no braço: det J11 = 0 Para cada braço existem configurações que
caracterizam a singularidade e elas devem ser evitadas na fase de planejamento de
trajetória do manipulador.
• Singularidades no punho: det J22 = 0 Essa singularidade ocorre quando há o alinhamento
de h3 com h5 , ou seja, ϑ5 = 0, π. Nessa posição qualquer movimento em ϑ4 ou ϑ6 não
altera a orientação da ferramenta.
∂
{ṙe } = {re } q̇ = JP (q)q̇ (16.42)
∂q
e n o ∂
φ̇e = {φe } q̇ = Jφ (q)q̇ (16.43)
∂q
Essa segunda equação em geral, não é muito fácil de se utilizar, pois suponha que está se
adotando como parametrização para a orientação do atuador os ângulos de Euler ZYZ. A matriz
de rotação seria expressa em função dos parâmetros de junta, logo, comparando-se a matriz de
rotação com a matriz de rotação gerada por parâmetros ZYZ e se recuperar os ângulos de Euler
que levariam a essa matriz, para assim escrever a matriz em função dos 3 ângulos de Euler. Isso
já foi demonstrado não ser um procedimento trivial, pelas várias possibilidades de solução que
podem surgir, além das singularidades.
Partindo do acima exposto, pode-se relacionar a velocidade com a posição expressa pela
variáveis de junta através da equação:
( ) " #
ṙe JP
= q̇ = [JA ] q̇ (16.44)
φ̇e Jφ
Pela sua definição o Jacobiano Analítico é diferente do Geométrico pois ωe não é definido
por φ̇e . Porém, pode-se encontrar a relação entre essas duas formas de se expressar a velocidade
angular. Considere uma parametrização por ângulos de Euler ZYZ na seguinte ordem (ϕ, ϑ, ψ),
então a contribuição de cada umas dessas 3 rotações elementares em relação ao referencial
absoluto é dada por:
0
{ωϕ } = ϕ̇ 0 (16.45)
1
− sin ϕ
{ωϑ } = ϑ̇ cos ϕ (16.46)
0
cos ϕ sin ϑ
{ωψ } = ψ̇ sin ϕ sin ϑ (16.47)
0
0 − sin ϕ cos ϕ sin ϑ
{ωe } = 0 cos ϕ sin ϕ sin ϑ φ̇e → {ωe } = [TA ] φ̇e (16.48)
1 0 0
J = TA JA (16.49)
Então qual jacobiano utilizar? Quando for necessário se referir a quantidades com associ-
adas a valores físicos, deve-se adotar o Jacobiano Geométrico, já quando se desejar tratar de
derivadas de variáveis definidas no espaço de trabalho, deve-se adotar o Analítico.
Para o cálculo é mais prático se calcular o jacobiana geométrico, portanto, é mais fácil se
construir o geométrico, que pode ser obtido simbolicamente, gerar os valores dos ângulos de
Euler (o que não é tão agradável de se fazer numericamente, uma vez que envolve o cálculo de
funções trigonométricas inversas), montar a matriz TA e utilizar a relação acima exposta para se
obter a jacobiana analítica.
Os códigos disponibilizados fazem esse cálculo numericamente automaticamente.
e = xd − xe (16.53)
e sua derivada:
Note que como estão sendo utilizadas variáveis cartesianas para a pose, o jacobiano que
surge é o analítico. Com essa equação, construiu-se um problema que relaciona a derivada das
variáveis de junta com o erro. Portanto, basta definir agora uma relação entre q̇ e e, tal que o
erro tenda a 0.
ė + Ke = 0 (16.57)
Essa equação diferencial e assindoticamente estável se K for uma matriz positiva definida,
ou seja, o erro tende a zero ao longo da trajetória com uma convergência que está associada
aos autovalores de K. A análise dessa influência e a demonstração desse fato, fogem ao escopo
deste trabalho e demandam conhecimentos abordados em disciplinas à frente.
O conceito utilizado no algoritmo que está exposto na figura acima, se vale de algumas
técnicas de controle como a realimentação e o feedfoward para garantir que o erro tenda a zero
o mais rápido o possível.
Caso o JA não seja quadrada, pode-se utilizar uma pseudo-inversa à direita definida por:
Demonstra-se que V̇ é negativa definida quando V é positiva definida, o que permite afirmar
que o sistema é assindoticamente estável. Assim, pode-se utilizar somente a transposta da
jacobiana e a cinemática direta para se resolver o problema da cinemática inversa. A restrição
desse algoritmo é o fato de ẋd = 0, caso contrário, a convergência do erro não é garantida.
Demonstra-se que esse algoritmo apresenta bons resultados inclusive com trajetórias que
cruzam pontos de singularidade.
q̈ = JA−1 ẍe − J˙A (q, q̇)q̇ (16.64)
o que leva à:
q̈ = JA−1 ẍd + KD ė + KP e − J˙A (q, q̇)q̇ (16.67)
ë + KD ė + KP e = 0 (16.68)
eP = pd − pe (q) (16.70)
eO = φd − φe (16.72)
ėO = φ̇d − φ̇e (16.73)
(16.74)
Não havendo mudanças no formato da equação. Portanto, para métodos de primeira ordem:
( )
ṗd − KP ep
q̇ = JA−1 (16.75)
φ̇d − KO eO
Cabe nesse ponto ressaltar as dificuldades em explicitar φ em função de q, dado que essa
relação provém da matriz de rotação e do uso de funções trigonométricas inversas, possuindo,
em geral mais de uma solução e pontos de singularidade.
Para definir um perfil temporal para a orientação do atuador (φd ). A forma mais comum
de se fazer isso é definindo-se a orientação final e inicial do atuador com base nos sistemas de
referência desejados, para aí se extrair os parâmetros necessários e, por fim, definir a variação
dos mesmos.
Uma forma de simplificar esse problema é a adoção de punhos esféricos que fazem com
que os últimos 3 graus de liberdade sejam os responsáveis pela orientação e os restantes pelo
posicionamento do atuador, desacoplando os movimentos.
16.9 Exemplo de cinemática diferencial inversa
Considere um manipulador plano com 3 elos cuja posição inicial é dada por:
π
−π
q0 = 2
(16.76)
−π
2
π
φd = sin t (16.78)
24
Como é o manipulador esférico, para se ter um jacobiano não singular:
• para não se ter problemas quanto à extração dos ângulos de Euler da matriz de rotação,
a transformação de matriz de rotação em parâmetros de rotação será feita através do
seguinte conjunto de equações:
ϕ = ϑ1 + ϑ2 + ϑ3 (16.79)
ϑ=0 (16.80)
ψ=0 (16.81)
isso faz com que se evite a singularidade nessa conversão. A restrição de movimento fica
aplicada à ϕ, fechando o último canal.
Algorítmo da Inversa
0.7
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
-0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6
Algoritmo da transposta
0.7
0.6
0.5
0.4
0.3
0.2
-0.1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5
Nesse capítulo será reproduzida toda a teoria até agora desenvolvida, com o auxílio da
Convenção de Denavit-Hartenberg, porém agora com a utilização da Teoria de Helicóides. 3
sx
~s = sy (17.1)
sz
temos:
tem-se que:
SP P2 = SP N + N P2 (17.7)
~r2 − (~r2T ~s)~s = (~r1 − (~r1T ~s)~s) cos θ + [s̃] ~r1 sin θ (17.8)
{p2 } = {s0 }+t {s}+({p1 }−{s0 }) cos θ+[s̃] ({p1 }−{s0 }) sin θ+ ({p1 } − {s0 })T {s} {s} (1−cos θ)
(17.18)
Expandindo-se essa equação, tem-se:
{p2 } = {s0 } + t {s} − {s0 } cos θ − [s̃] {s0 } sin θ − ({s0 }T {s}) {s} (1 − cos θ) (17.19)
+ {p1 } cos θ + [s̃] {p1 } sin θ + ({p1 }T {s}) {s} (1 − cos θ)
onde a matriz de rotação é a definida na seção anterior. Assim, pode-se passar para a forma
homogênea, gerando-se:
onde:
" #
T q
[A] = (17.23)
01×3 1
Aparentemente essa modelagem depende de 8 parâmetros: 3 para definir ~s, 3 para ~s0 , θ e
t. Porém, considerando-se que ~s é unitário e que ~s0 é ortogonal a ~s, 2 graus de liberdade são
retirados do sistema, voltando a ter 6 conforme esperado.
Dada uma matriz de transformação homogênea, a recuperação dos parâmetros do helicóide
se dá da mesma forma que foi feita na seção anterior e para o cálculo de t utiliza-se a equação:
t = {q}T {s} = {s0 }T {s} + t {s}T {s} − ([T ] {s0 })T {s} (17.24)
Considere agora um corpo σ que está conectado à base fixa através de duas juntas, estando
a primeira junta fixa e a segunda móvel. Nessa análise, a ordem dos movimentos de translação
e rotação das juntas 1 e 2 não importa, o que deve ser considerado sempre são os valores dos
pares (θ1 , t1 ) e (θ2 , t2 ), sendo os movimentos simultâneos ou sequenciais.
Figura 165 – Deslocamentos descritos por helicóides sucessivos.
Tentar resolver esse problema calculando a cada instante o eixo helicoidal resultante não
se mostra uma tarefa prática ou viável pois o mesmo varia em função dos movimentos de 1
e 2. Portanto, a melhor estratégia é rotacionar o corpo σ ao redor do eixo 2 seguida por uma
outra rotação no eixo 1. Assim, a posição inicial do eixo 2 pode ser usada como base para o
a construção da matriz de transformação homogênea e a matriz de transformação homogênea
resultante será obtida através da pré-multiplicação das duas matrizes, ou seja:
[Ar ] = A1 A2
(17.25)
Note que as matrizes não são mais mudanças de referenciais, o que se está fazendo agora é
a composição de movimentos, dado que as matrizes [A1 ] e [A2 ] representam os deslocamentos
em relação às respectivas posições iniciais.
Esse raciocínio pode ser expandido para n juntas em um manipulador serial. Para isso,
define-se uma posição de referência, que pode ser a posição de home do robô, que geralmente
é conhecida, ou qualquer outra posição arbitrária. A posição de referência também é conhecida
como posição zero e a deseja é denominada posição alvo. Assim, considera-se o deslocamento
da posição de referência até a posição alvo.
Para a posição de referência são definidos:
h 1 2
A = A A . . . [An ] (17.26)
Assim, pode-se construir os vetores si e s0,i para cada uma das juntas.
Junta si s0,i
1 {0, 0, 1}T {0, 0, 0}T
2 {1, 0, 0}T {0, 0, 0}T
3 {0, 1, 0}T {g, 0, 0}T
4 {0, 1, 0}T {g, 0, 0}T
5 {0, 0, 1}T {g, 0, 0}T
6 {0, 1, 0}T {g, 0, 0}T
Uma vez obtidos os vetores si e s0,i de cada junta pode-se contruir as matrizes de transfor-
mação e aplicar os valores de rotação/translação de cada uma das juntas. Assim, isso torna o
somente um trabalho braçal, que está implementado no MATLAB e disponível no link abaixo.
Cabe ressaltar que a matriz obtida deve ser utilizada para a rotação de um vetor, então, caso
queira obter a posição de algum ponto do manipulador, basta obter o vetor na posição de origem
e depois multiplicar à direita pela matriz de transformação.
Nesse caso, como a cinemática direta depende diretamente dos ângulos reais que as juntas
se deslocam, o problema de cinemática inversa se torna puramente algébrico.
Para esse manipulador a posição de referência foi definida com o braço totalmente esticado
e na horizontal. Assim, os parâmetros na posição de referência e do helicóide são definidos de
acordo com:
0
u0 = 0 (17.32)
1
0
v0 = −1 (17.33)
0
1
w0 = 0 (17.34)
0
a2 + a3 + a4
p0 = 0 (17.35)
0
Tabela 13 – Parâmetros dos helicóides para o manipulador 6R
Junta si s0,i
1 {0, 0, 1}T {0, 0, 0}T
2 {0, −1, 0}T {0, 0, 0}T
3 {0, −1, 0}T {a2 , 0, 0}T
4 {0, −1, 0}T {a2 + a3 , 0, 0}T
5 {0, 0, 1}T {a2 + a3 + a4 , 0, 0}T
6 {1, 0, 0}T {0, 0, 0}T
logo:
A A
TB
B A
ω̃B rP =− ṙq (18.2)
A A
ṙP =λ ωB (18.3)
A
ωB = A ṙq + A ω̃B
A B B
λ T rP (18.4)
T
Pré-multiplicando-se por A ωB , gera-se a equação abaixo, lembrando que
A T A A B B
ωB ω̃B T rP = 0
pois o produto vetorial gera um vetor perpendicular ao plano definido por A ωB e A T B B rP .
A T A
ωB ṙq
λ= (18.5)
kA ωB k2
Pode-se reescrever a equação da velocidade como:
A A B B A 0
ṙq − λ A ωB = − A ω̃B
T rP = ṙq (18.6)
A T A 0 A T A
ṙq − λ A ωB = 0
ωB ṙq = ωB (18.7)
Então, tendo como base o resultado da álgebra linear, que afirma que se:
˜~c = ~b
~a (18.8)
~aT~b = 0 (18.9)
˜~b
~a
~c = − + µ~a (18.10)
|~a|2
Fazendo:
~a = A ωB
(18.11)
~b = A ṙ0
q (18.12)
A B B
~c = T rP (18.13)
É obtida o lugar geométrico dos pontos cuja velocidade linear aponta para a direção do vetor
velocidade angular, sendo denominada eixo instantâneo do helicóide, definida por:
A A 0
A ω̃B ṙq A
r = {rA } + +µ ωB (18.14)
kA ωB k2
Concluindo, pode-se afirmar que um movimento genérico espacial de um corpo rígido
consiste de uma rotação diferencial e uma translação diferencial ao longo de um mesmo eixo.
18.2 Coordenadas Helicoidais e Sistemas Helicoidais
Com os resultados acima, é construído o deslocamento helicoidal, sendo o eixo denominado
eixo helicoidal. O pitch (λ), que representa a relação entre translação e rotação, é definida por:
d
Para deslocamento finitos: λ = (18.15)
θ
d˙
Para deslocamento infinitesimais: λ = (18.16)
θ̇
$ = q̇ $̂ (18.20)
onde:
n
X
$= q̇i $̂i (18.23)
i=1
h i
J= $̂1 ... $̂n (18.25)
Logo, para se obter o jacobiano deve-se obter as direções e localizações dos eixos em relação
ao referencial fixo. Isso pode ser feito de acordo com a geometria do manipulador, porém, caso
se tenha a cinemática direta desenvolvida via Convenção de Denavit-Hartenberg, todos essas
variáveis a serem calculadas podem ser obtidas através da manipulação algébrica das matrizes
de transformação homogênea gerada pela convenção, extraindo-se as colunas 3 e 4 das matrizes
de [0 Ai−1 ].
Note que o as coordenadas dos helicóides podem ser descritos em relação à qualquer
referencial e, com base nisso, percebe-se que escrevê-lo em relação a terceira ou quarta junta
simplifica bastante o jacobiano. Especificamente, se o manipulador possuir juntas com eixos
concorrentes, o recomendado é posicionar o referencial fixo no cruzamento dos eixos. De forma
similar, se as juntas possuírem eixos paralelos, os eixos dos helicóides devem ser posicionados
alinhados com os mesmos.
Então, seja um referencial x00 − y00 − z00 , coincidente com o referencial do elo j, dado por
xj − yj − zj . Então as direções e localizações dos eixos das juntas em relação à x00 − y00 − z00 são
dados pelas terceira e quarta colunas da matriz de transformação homogênea [j Ai ]. Portanto:
( )
0
si+1 j i
0
= A (18.26)
0 1
0
( )
0
s0,i+1 j i 0
= A (18.27)
0 0
1
Para o cálculo eficiente das coordenadas dos helicóides, pode-se utilizar o seguinte processo
iterativo:
• Condições iniciais: defina sj+1 = [0, 0, 1]T e que s0,j+1 = [0, 0, 0]T .
si+1 = j T i i zi
(18.31)
= s0,i+2 − j T i+1 i+1 ri+1
s0,i+1 (18.32)
j i−1 j i i i−1
T = T T (18.33)
onde
0
i
zi = 0 (18.34)
1
ai
i
ri = di sin αi (18.35)
di cos αi
Unindo os helicóides unitários gerados pelas fórmulas recursivas acima, é gerada a seguinte
equação:
( )
j
ωn j
j
= J {q̇} (18.36)
v0
Essa expressão fornece a velocidade do atuador expressa no referencial que é coincidente
instantaneamente com o referencial do j-ésimo elo. Portanto, dado as taxas de variação das
juntas, pode-se utilizar a equação acima para obter a velocidade do atuador. Da mesma forma,
definida a velocidade do atuador, pode-se calcular as taxas de variação das juntas.
Um exemplo será feito com o auxílio de um live script no MATLAB (cind ifh elic), disponvelem :
j
ωn = 0 T j ωn (18.37)
vn = 0 T j j v0 +j ω̃nj rn
(18.38)
Referências
• Came de cunha;
• Came cilíndrico; e
• Came de face.
Figura 168 – Tipos de Came
O tipo menos comum dentre estes é o came de cunha dado que o mesmo necessita de um
movimento alternativo da cunha ao invés de um movimento contínuo. O mais comum é o came
excêntrico, que será o foco da abordagem de projeto de cames desenvolvida neste trabalho.
Os cames também podem ser classificados de acordo com o tipo de seguidor, de acordo com
as seguintes categorias:
• Seguidor de aresta;
• Seguidor de rolete; e
Independente do tipo de came ou de seguidor, o projetista deve sempre garantir que o came
e o seguidor permaneçam sempre em contato, seja pela ação da gravidade, adição de molas ao
sistema, ranhuras, pela adição de mais seguidores ou pela imposição de restrições mecânicas.
y = y(θ) (19.1)
Essa curva retrata a natureza do came, bem como as informações necessárias para sua
manufatura e determina o desempenho dinâmico do mesmo.
Para se obter um movimento uniforme o diagrama de deslocamento deve ser uma reta com
inclinação constante, ou seja, para uma entrada com velocidade constante, a velocidade do
seguidor será constante. Porém, deve-se prestar atenção às quinas formadas nos momentos do
início e final do movimento, devendo-se assim utilizar as retas para obter movimento uniforme
com a suavização da inclinação da reta tanto no início da subida como no final.
O diagrama para um movimento uniforme modificado está exposto na figura abaixo. Na
parte central a curva é uma reta e nas extremidades são parábolas.
Para se obter movimento harmônico utiliza-se o esquema gráfico descrito na figura abaixo,
onde divide-se as abcissas em um determinado número de pontos e divide-se também o semi-
círculo acoplado ao eixo das ordenadas na mesma quantidade de pontos. Posteriormente faz-se
a interseção entre as retas verticais que passam por cada ponto obtido no eixo das abcissas
com a reta horizontal paralela ao eixo das abcissas que passa pelo respectivo ponto no círculo,
conforme exposto na figura abaixo.
Também é muito utilizado o movimento cicloidal. Conforme exposto na Fig. 174, considera-
se um círculo de raio L/2π. Esse círculo, se rolasse sobre o eixo das ordenadas executaria
exatamente uma volta ao percorrer da origem até L. Considere agora um ponto P na superfície
desse círculo, ele descreverá a curva ciclóide representada na figura abaixo. A projeção
horizontal da trajetória do ponto P gera a forma do came.
• Trace Point; ponto téorico do seguidor ao qual será imposto o movimento. Corresponde
à ponta de um seguidor de aresta, para roletes é o centro do mesmo ou um ponto na
superfície para seguidores de face plana.
• Curva de Pitch: é o lugar geométrico definido pelo trace point conforme o seguidor se
move em relação ao came. Para um seguidor de aresta essa curva é idêntica à superfície
do came, já para seguidores de rolete essas duas curvas são separadas pelo raio do rolete.
• Círculo primitivo: é o menor círculo que pode ser desenhado com centro no eixo de
rotação do came e que seja tangente à curva de pitch.
• Círculo base: é o menor círculo centrado no eixo de rotação do came e que seja tangente
à superfície do came. Para seguidores de rolete a diferença entre os raios do círculo
primitivo e base é o raio do rolete, já para seguidores de face plana esses círculos são
coincidentes.
• Ângulo de pressão: é o ângulo entre a direção do movimento do trace point e a normal à
superfície de contato. Está relacionado à transmissão instantânea de força.
Assim sendo, para se construir a geometria do came será utilizado o princípio da inversão
cinemática, mantendo o came estacionário e girando o seguidor ao seu redor na direção oposta
ao movimento do came. O passo a passo a seguir explica a construção gráfica de um came com
seguidor de rolete:
Para o caso onde há um offset entre o eixo de translação do seguidor e o eixo de rotação do
came, o procedimento a ser adotado é diferente:
Abordando agora o caso de seguidores com face plana, o problema é resolvido da mesma
forma que para o caso de seguidores rolete, porém para cada trace point traça-se uma reta
perpendicular à normal ao círculo primitivo. A curva de pitch é uma curva tangente à todas
essas retas, que representam a face do seguidor.
Figura 177 – Projeto gráfico de came com seguidor de face plana
1. Construir o círculo com centro no eixo de rotação do came e raio igual a distância entre
o centro do came e o eixo de rotação do seguidor.
3. Para cada posição no círculo do seguidor traça-se um arco com raio igual à dimensão
do seguidor.
4. Nesse arco marca-se a distância prevista pelo diagrama de deslocamento somada ao raio
do círculo primitivo, definindo os trace points e a curva de pitch.
A partir desses exemplos fica claro que para cada tipo de came existe um procedimento
diferente para a construção gráfica do geometria do came, além de ressaltar a relação íntima
entre a curva de superfície e o diagrama de deslocamento.
Misturando os conceitos expostos para o came com seguidor de rolete oscilante e o seguidor
de face plana, pode-se construir um came com seguidos oscilante de face plana, conforme a
figura abaixo.
Figura 179 – Projeto gráfico de came com seguidor oscilante de face plana
d2 y
y 00 = (19.3)
dθ2
d3 y
y 000 = (19.4)
dθ3
A primeira derivada está relacionada à inclinação do diagrama de deslocamentos, estando
também relacionada ao ângulo de pressão. A segundo derivada está relacionada ao raio de
curvatura do came, sendo que quando y 00 é grande o raio de curvatura é pequeno e quando ele
tende a infinito, o raio de curvatura tende a 0, criando uma ponta. Já a terceira derivada està
relacionada a variação da força no came.
Exemplo 19.1 Construa as curvas de deslocameto para um came com movimento parabólico
com subida total de L em um ângulo de β.
Para a primeira metade da curva:
y 00 (θ) = 2A (19.7)
4L
y 0 (θ) = θ (19.10)
β2
4L
y 00 (θ) = (19.11)
β2
y 000 (θ) = 0 (19.12)
E a inclinação máxima ocorre em θ = β2 , onde ymax
0
= 2L
β
.
Para a segunda metade da curva: Como y(β) = L e y 0 (β) = 0 e temos que a inclinação da
curva tem que ser igual na interseção para garantir a continuidade, temos que:
L = Aβ 2 + Bβ + C (19.13)
0 = 2Aβ + B (19.14)
2L β
= 2A + B (19.15)
β 2
−2L 4L
Logo A = β2
, B= β
e C = −L.
Portanto: " 2 #
θ
y(θ) = L 1 − 2 1 − (19.16)
β
0 4L θ
y (θ) = 1− 1− (19.17)
β β
4L
y 00 (θ) = (19.18)
β2
d2 θ
α= (19.21)
dt2
d3 θ
α̇ = (19.22)
dt3
Nessas equações, ω é a velocidade, α é a aceleração e α̇ é a segunda aceleração ou jerk.
Considerando uma velocidade de entrada constante, θ = ωt, temos que α = α̇ = 0.
Calculando as derivadas temporais, temos que:
dy
ẏ = = y0ω (19.23)
dt
d2 y
ÿ = 2
= y 00 ω 2 + y 0 α (19.24)
dt
... d3 y
y = 3 = y 000 ω 3 + 3y 00 α + y 0 α̇ (19.25)
dt
Sendo a velocidade constante:
dy
ẏ = = y0ω (19.26)
dt
d2 y
ÿ = = y 00 ω 2 (19.27)
dt2
... d3 y
y = 3 = y 000 ω 3 (19.28)
dt
Essa análise mostra que as curvas das derivadas cinemáticas do diagrama de deslocamento
são proporcionais às derivadas temporais, o que possibilita, para análises qualitativas levar em
consideração somente essas.
Para cames que operam em baixas velocidades, o efeito da mudança brusca de aceleração
pode não gerar perda de desempenho no mecanismo, fazendo com que os requisitos de
continuidade para todas as 3 curvas de derivadas não necessitem ser satisfeitos. Porém, em se
tratando de cames em alta velocidade, a continuidade das funções é de extrema importância,
sendo as vezes necessário analisar a suavidade e continuidade da quarta derivada.
Assim, para um projeto de came que irá operar em altas velocidades é necessária a constru-
ção do diagrama de deslocamento e das suas derivadas para todas as fases do movimento para
garantir a suavidade e continuidade das mesmas. Enquanto que, para cames lentos existem
técnicas baseadas em otimização, onde baseada em formas padrão parametrizadas, se obtém
o diagrama de deslocamentos desejado, como o método arco-círculo e cames tangentes.
L πθ
y= 1 − cos (19.29)
2 β
πL πθ
y0 = sin (19.30)
2β β
2
π L πθ
y 00 = 2
cos (19.31)
2β β
3
π L πθ
y 000 = − 3 sin (19.32)
2β β
L πθ 1 2πθ
y= 1 − cos − 1 − cos (19.37)
2 β 4 β
0 πL πθ 1 2πθ
y = sin − sin (19.38)
2β β 2 β
2
00 π L πθ 2πθ
y = cos − cos (19.39)
2β 2 β β
3
000 π L πθ 2πθ
y = − 3 sin − 2 sin (19.40)
2β β β
L πθ
y= 1 + cos (19.41)
2 β
πL πθ
y0 = − sin (19.42)
2β β
2
π L πθ
y 00 = − 2 cos (19.43)
2β β
3
π L πθ
y 000 = 3
sin (19.44)
2β β
• Movimento cicloidal
θ 1 2πθ
y =L 1− + sin (19.45)
β 2π β
0 L 2πθ
y =− 1 − cos (19.46)
β β
2πL 2πθ
y 00 = − 2 sin (19.47)
β β
2
4π L 2πθ
y 000 = − 3 cos (19.48)
β β
L πθ 1 2πθ
y= 1 + cos − 1 − cos (19.49)
2 β 4 β
0 πL πθ 1 2πθ
y =− sin + sin (19.50)
2β β 2 β
π2L
00 πθ 2πθ
y = − 2 cos + cos (19.51)
2β β β
3
000 π L πθ 2πθ
y = sin + 2 sin (19.52)
2β 3 β β
Figura 186 – Diagrama de deslocamento para movimento harmônico de descida completa
ou
πθ
y = L sin (19.57)
2β
πL πθ
y0 = cos (19.58)
2β 2β
2
π L πθ
y 00 = − 2 sin (19.59)
4β 2β
3
π L πθ
y 000 = − 3 cos (19.60)
8β 2β
πθ
y = L cos (19.61)
2β
πL πθ
y0 = − sin (19.62)
2β 2β
2
π L πθ
y 00 = − 2 cos (19.63)
4β 2β
3
π L πθ
y 000 = 3
sin (19.64)
8β 2β
ou
πθ
y = L 1 − sin (19.65)
2β
πL πθ
y0 = − cos (19.66)
2β 2β
2
π L πθ
y 00 = sin (19.67)
4β 2 2β
3
π L πθ
y 000 = cos (19.68)
8β 3 2β
ou
θ 1 πθ
y=L + sin (19.73)
β π β
0 L πθ
y = 1 + cos (19.74)
β β
πL πθ
y 00 = − 2 sin (19.75)
β β
2
π L πθ
y 000 = − 3 cos (19.76)
β β
Essas curvas tem como vantagem o fato de ter aceleração nulo em ambos os extremos.
Como sugestão para critério de escolha sobre qual curva utilizar, uma forma de escolha
é minimizar a aceleração, sendo a curva harmônica a que apresenta menores valores de
aceleração.
Existem uma infinidade de curvas que podem ser parametrizadas para emprego no projeto
de cames e não pretende-se aqui exaurir o assunto mas sim apresentar um conjunto de curvas
mínimo para possibilitar o projeto desse tipo de mecanismos.
Exemplo 19.2 Um came de face plana com seguidor oscilante é conduzido por um motor que
gira com velocidade constante de 150 rpm. O seguidor deve começar de uma permanência,
acelerar para velocidade uniforme de 25in/s, manter essa velocidade por uma subida de 1.25in,
desacelerar até a subida máxima e retornar, permanecendo 0.1s em repouso. Sendo a subida
máxima de 3in, determine o diagrama de deslocamento e suas derivadas.
Um esboço do diagrama de deslocamentos pode ser construído com as informações dadas,
conforme a figura abaixo:
Ainda com essas informações é possível construir a seguinte tabela com informações sobre
as velocidades e acelerações nos pontos de conexão das curvas:
ẏ
y0 =
= 25/15.708 = 1.592in/rad (19.85)
ω
Como o segmento BC é um movimento uniforme, temos que:
L2 1.25
y0 = = → β2 = 0.785rad (19.86)
β2 β2
Dado que o segmento EF é uma permanência, L5 = 0 e:
Por construção:
L4 = L1 + L2 + L3 (19.88)
Assim, nos restam 5 variáveis a serem definidas: L1 , L3 , β1 , β3 e β4 .
Para encontrar os valores dessas variáveis é necessário definir os tipos de curvas que serão
utilizados.
Segmento AB: inicia com y 0 = 0 e y 00 = 0 e termina com y 0 = 1.592 e y 00 = 0. Logo,
deve-se utilizar uma ciclóide.
Segmento DE: inicia com y 0 = 0 e y 00 =? e termina com y 0 = 0 e y 00 = 0. Uma solução é
utilizar um movimento harmônico modificado de descida, para minimizar a terceira derivada.
Segmento CD: inicia com y 0 = 1.592 e y 00 = 0 e termina com y 0 = 0 e y 00 =?. Para unir
com o segmento DE, deve-se utilizar um movimento de meia subida harmônica.
Então, pode-se construir as seguintes equações:
L1 1.264in β1 1.589rad
L2 1.250in β2 0.785rad
L3 0.486in β3 0.479rad
L4 3.000in β4 2.382rad
L5 0.000in β5 1.047rad
2 3
θ θ θ
y = C0 + C1 + C2 + C3 + ... (19.94)
β β β
θ=0 y=0 y 0 = 0 y 00 = 0
θ=β y=L y 0 = 0 y 00 = 0
" 2 3 4 #
1 θ θ θ θ
y0 = C1 + 2C2 + 3C3 + 4C4 + 5C5 (19.96)
β β β β β
" 2 3 #
1 θ θ θ
y 00 = 2 2C2 + 6C3 + 12C4 + 20C5 (19.97)
β β β β
θ=0 y=L y 0 = 0 y 00 = 0
θ=β y=0 y 0 = 0 y 00 = 0
Logo:
L = C0 (19.108)
0 = C0 + C1 + C2 + C3 + C4 + C5 (19.109)
0 = C1 (19.110)
0 = C1 + 2C2 + 3C3 + 4C4 + 5C5 (19.111)
0 = 2C2 (19.112)
0 = 2C2 + 6C3 + 12C4 + 20C5 (19.113)
A solução desse sistema linear é dada por:
C0 = L C1 = 0 C2 = 0
C3 = −10L C4 = 15L C6 = −6L
" 3 4 5 #
θ θ θ
y = L 1 − 10 + 15 −6 (19.114)
β β β
" 4 #
2 3
L θ θ θ
y0 = − 30 − 60 + 30 (19.115)
β β β β
" 2 3 #
L θ θ θ
y” = − 2 60 − 180 + 120 (19.116)
β β β β
" 2 #
L θ θ
y”0 = − 60 − 360 + 360 (19.117)
β3 β β
Outro polinômio comum de ser utilizado é o de oitava ordem. Nesse caso é possível inclusive
à segunda aceleração. Um exemplo de polinômio de oitava ordem, onde buscou-se obter um
comportamento similar ao do movimento harmônico modificado está representado nas equação
abaixo:
" 3 5 6 7 8 #
θ θ θ θ θ
y = L 6.09755 − 20.78040 + 26.73155 + 13.60965 + 2.56095
β β β β β
(19.118)
Na figura abaixo, percebe-se que a curva da superfície do came se cruza, o que é fisica-
mente impossível e na construção do came levaria à um rebaixo que alteraria o diagrama de
deslocamentos final. Esse problema é causado pela tentativa de se fazer uma subida grande
com uma pequena rotação com um came pequeno demais. Isso pode ser resolvido basicamente
de duas formas: diminuindo-se a subida desejada, o que pode impactar no funcionamento da
máquina como um todo, ou aumentar o raio primitivo, aumentando o tamanho do came.
Portanto, o ideal seria possuir uma ferramenta de análise que permita fazer a escolha do
raio primitivo de modo a evitar esse problema. Para possibilitar essa análise, considere o
exposto na figura abaixo:
Então, utilizando uma notação complexa polar:
r cos(θ + α) = s (19.120)
r sin(θ + α) + ρ = R0 + y (19.121)
Considerando que o centro de curvatura é fixo em relação a superfície do came para
pequenos ângulos, as magnitudes de r, α e ρ não se alteram para pequenas rotações do came,
ou seja:
dr dα dρ
= = =0 (19.122)
dθ dθ dθ
Logo, derivando em relação a θ a primeira relação obtida, obtém-se:
ds
jrej(θ+α) = jy 0 + (19.123)
dθ
Separando novamente as partes reais e imaginárias:
ds
−r sin(θ + α) = (19.124)
dθ
r cos(θ + α) = y 0 (19.125)
Logo:
s = y0 (19.126)
E, derivando em relação a θ:
ds
= y 00 (19.127)
dθ
Portanto,
ρ = R0 + y + y 00 (19.128)
Ou seja, a curvatura do came pode ser definida para cada θ para quaisquer y e R0 .
Assim, para se previnir o rebaixo, temos o valor de R0 deve ser tal que atenda a seguinte
equação:
R0 + y + y 00 > ρmin (19.129)
00
R0 > ρmin − y − ymin (19.130)
0 0
LF > ymax − ymin (19.131)
Da mesma figura, ainda podemos dizer que:
π
uejθ + vej(θ+ 2 ) = j(R0 + y) + s (19.132)
p
R = (R0 + y)2 + y 02 (19.136)
π y0
ψ = − θ − tan−1 (19.137)
2 R0 + y
Exemplo 19.3 Assuma que o diagrama de deslocamento do exemplo anterior tenha que ser
obtido com um came radial com seguidor de face plana. Calcule a largura da face mínima e o
raio mínimo do círculo primitivo para garantir uma curvatura mínima de 0.25in.
Do exemplo anterior, temos que:
Figura 200 – Diagrama de deslocamento da solução do exemplo anterior
0 L2
ymax = = 1.59in/rad (19.138)
β2
Trecho DE
Pela figura, vemos que o ponto de velocidade mínima ocorre no meio do trecho. Logo, é
necessário utilizar a segunda derivada para se obter esse ponto:
−πL24
00 πθ 2πθ
y = cos + cos =0 (19.139)
2β42 β β
θ
Logo β4
= 1/3. Então:
y 00 = −2.57in/rad (19.140)
Assim, a largura da face deverá ser dada por:
−πL24
y 00 = (cos 0 + cos 0) = −5.22in/rad2 (19.142)
2β42
Portanto,
00
R0 > ρmin − ymax − ymin = 0.25 + 5.22 − 3 = 2.47in (19.143)
Logo, R0 = 2.5in
Percebe-se pela figura que a normal a curva de pitch intercepta o eixo horizontal em P24 ,
que é o centro instantâneo de velocidade entre o came e o rolete. Como o seguidor translada,
todos os seus pontos possuem a mesma velocidade que P24 . Porém, essa velocidade também
tem que ser igual a velocidade do mesmo ponto no corpo 2, ou seja:
ẏ = ωRP24 O2 (19.144)
Dividindo por ω:
y 0 = RP24 O2 (19.145)
y0
φ = tan−1 (19.148)
R0 + y
Para se obter os valores máximos do ângulo de pressão pode-se derivar essa equação e
igualar a zero, porém esse é um processo que pode ser complicado e tedioso. Para isso foi
criado um normograma para as curvas mais comuns de serem utilizadas, onde para cada valor
de Rβ0 é possível se conhecer o valor máximo de φ.
Assim, para se ter um perfil de came aceitável deve-se escolher um raio de rolete de tal
forma que o raio de curvatura mínimo da surfície seja maior que o do rolete ou seja:
ρmin = ρ + Rr (19.149)
Agora, para um came radial com rolete, as coordenadas polares da curva de pitch são θ e
R = R0 + y (19.150)
3
[(R0 + y)2 + y 02 ] 2
ρpitch = (19.151)
(R0 + y)2 + 2y 02 − (R0 + y)y 00
Da mesma forma que para o ângulo de pressão, poderia-se derivar a equação acima,
derivar e igualar a zero para se encontrar o seu valor de mínimo, porém é um processo
complicado e trabalhoso. Para isso foram construídas curvas parametrizadas, para os vários
tipos de movimentos padronizados, em função de ρminR+R
0
r
xβ, para várias razões de RL0 .
Poupando-se ainda mais esforços, não é necessário verificar os segmentos onde y 00 perma-
nece positivo durante todo o segmento, pois dado que y 00 é contínua, o raio mínimo não ocorre
nesses segmentos e a equação tem como solução:
ρmin = R0 − Rr (19.152)
Figura 204 – Seleção de raio de rolete para subida completa com movimento harmônico
Figura 205 – Seleção de raio de rolete para descida completa com movimento harmônico
Figura 206 – Seleção de raio de rolete para subida completa com movimento cicloidal
Figura 207 – Seleção de raio de rolete para descida completa com movimento cicloidal
Figura 208 – Seleção de raio de rolete para subida completa com movimento harmônico
modificado
Figura 209 – Seleção de raio de rolete para descida completa com movimento harmônico
modificado
Figura 210 – Seleção de raio de rolete para movimento meio harmônico
rq
R = ( R02 − 2 ) + y − Rr cos φ)2 + ( + Rr sin φ)2 (19.156)
p
−1 R02 − 2 − Rr cos φ
ψ = −θ + tan (19.157)
+ Rr sin φ
Exemplo 19.4 Calcule o raio primitivo R0 caso se adote o diagrama de deslocamento anterior
para um came com seguidor de rolete tendo um ângulo de pressão de no máximo 30 graus.
Além disso, calcule o raio de curvatura mínimo, considerando um raio de rolete de Rr = 0.5in
ÂNGULO DE PRESSÃO
Avaliando seção por seção da curva:
π 1.592
= tan−1 → R0 = 1.495in (19.159)
6 R0 + 1.264
• CD - meio harmônico de subida L3 = 0.486in e β3 = 0.479 = 27.44graus→ L03 =
0.972in e β30 = 54.88graus
Pelo nomograma:
R0 = L4 → R0 = 3in (19.162)
R0 3.25 + 2.51
= = 11.85 (19.163)
L3 0.486
R0 3.25
= = 1.08 (19.165)
L4 3
Logo o menor dos raios obtidos é o raio de curvatura mínimo, ρmin = 2.75in
R2 + R3 = C (19.168)
ou seja,
C
R2 = dθ2
(19.169)
1 + dθ3
ou
C
R3 = dθ3
(19.170)
1 + dθ2
Assim, pode-se construir qualquer tipo movimento dada uma entrada adequada.
• Função quadrática
θ3 = kθ22 (19.171)
dθ3
= 2kθ2 (19.172)
dθ2
dθ2 1
= (19.173)
dθ3 2kθ2
2kCθ2
R2 = (19.174)
1 + 2kθ2
C
R3 = (19.175)
1 + 2kθ2
Com essas equações pode-se construir o contorno dos cames. Se eles operarem ao
contrário, é obtida a função raiz quadrada.
• Função logarítmica
1
θ3 = log10 θ2 = ln θ2 (19.176)
2.303
dθ3 1
= (19.177)
dθ2 2.303θ2
dθ2
= 2.303θ2 (19.178)
dθ3
C
R2 = (19.179)
1 + 2.303θ2
2.303Cθ2
R3 = (19.180)
1 + 2.303θ2
• Funções trigonométricas
θ3 = tan θ2 (19.181)
dθ3
= sec2 θ2 (19.182)
dθ2
dθ2 1
= − cos2 θ2 (19.183)
dθ3 sec2 θ2
C
R2 = (19.184)
1 + cos2 θ2
C cos2 θ2
R3 = (19.185)
1 + cos2 θ2
Nesse tipo de came deve-se sempre estar atento para a possibilidade do raio tender a 0,
levando à uma situação impraticável. Isso fica claro no exemplo abaixo, onde ainda é proposta
uma solução para esse problema.
θ3 = sin2 θ2 (19.186)
dθ3
= 2 sin θ2 cos θ2 (19.187)
dθ2
2C sin θ2 cos θ2
R2 = (19.188)
1 + 2 sin θ2 cos θ2
C
R3 = (19.189)
1 + 2 sin θ2 cos θ2
quando θ2 = 0, R2 = 0, assim, adota-se
Referências
(Shigley e Uicker 1981) , Capítulo 7
(Mabie e Rheinholtz 1987), Capítulos 4 e 5
(Budynas e Nisbett 2011), Capítulo 13
• Cilíndricas
de dentes retos
de dentes helicoidais
• Cônicas
de dentes retos
espiral
hipóide
Figura 216 – Engrenagens cônicas
• Círculo primitivo: círculo teórico no qual todos os cálculos são realizados. Os círculos
primitivos de um par de engrenagens são tangentes entre si.
• Passo circular (p): é a distância entre dentes adjacentes medida no círculo primitivo.
• Passo diametral (P): é a razão entre o número de dentes (N) e o diâmetro do círculo
primitivo (d) (em pol).
• Módulo (m): é a razão entre o diâmetro do círculo primitivo (d) e o número de dentes
(N), em unidades SI.
• Folga: é a diferença entre o vão entre dois dentes consecutivos e a espessura do dente da
outra engrenagem, medido no círculo primitivo.
Figura 219 – Parâmetros dos dentes de engrenagens
N
P = (20.1)
d
d
m= (20.2)
N
πd π
pc = = mπ = (20.3)
N P
ω2 r3
= (20.4)
ω3 r2
Essa equação é conhecida como lei das engrenagens, que diz ainda que o ponto de pitch P
deve permanecer na linha de centros.
Não se deve assumir que qualquer par de superfícies conjugadas será satisfatório. Deve-
se sempre levar em consideração os fatores econômicos da produção e de praticidade na
produção dos mesmos, além de ter que considerar os desalinhamentos, folgas e esforços ao
qual o mecanismo está sujeito. O perfil evolvente é um perfil que atende a todos os requisitos
acima citados e será o foco das próximas seções.
Considere agora duas engrenagens sem dentes com centros fixos em O2 e O3 , cujos cilindros
base possuem como raios, respectivamente, O2 A e O3 B. Imagine agora que a corda é enrolada
no sentido horário na engrenagem 2, no ponto A ela é esticada até o ponto B na engrenagem 3
e enrolada na engrenagem 3 no sentido anti-horário.
Figura 221 – Evolvente e engrenagens
Cabe ressaltar que a alteração na distância de centros, causada, por exemplo, por um erro
de montagem, não tem efeito na forma da evolvente e o ponto P permanece fixo, garantido que
a lei das engrenagens seja atendida.
1. Passo diametral das ferramentas utilizadas para cortar as engrenagens deve ser o
mesmo;
N3 50
d3 = = = 5in (20.5)
P 10
2. Desenhe um reta perpendicular a linha de centros pelo ponto de pitch, que é o ponto de
tangência dos círculos primitivos. Desenhe uma linha que faz um ângulo igual ao ângulo
de pressão em relação ã essa perpendicular. A linha de pressão corresponde a geratriz
dos perfis ou linha de ação. Ao longo dessa linha está a força resultante que age no dente
durante o contato.
4. Gere os perfis evolventes a partir do círculo de base. Para isso, divida o círculo de base
em partes iguais, depois construa linhas radiais ligando o centro do círculo aos pontos
que dividem o mesmo. Construa perpendiculares à essas linhas radiais. O primeiro
ponto da evolvente é o primeiro ponto marcado no círculo. O segundo é obtido marcando
sobre a perpendicular o comprimento do arco entre dois pontos consecutivos que foram
marcados. O terceiro é obtido marcando sobre a perpendicular partindo do terceiro
ponto, duas vezes o comprimento do arco. Repetindo esse processo para todos os pontos
é construída a curva evolvente.
5. Utilizando uma cartolina ou plástico transparente, corte um modelo para cada evolvente,
marcando o centro da engrenagem correspondente. Esse modelo é utilizado para dese-
nhar cada lado do dente.
1.25
b= = 0.125in (20.8)
P
8. Agora desenhe os dentes baseado nos círculos desenhados e no modelo construído. Na
coroa, note que o círculo primitivo é menor que o de dedendo, logo, a menos, do filete,
todo o perfil do dente é evolvente. O filete referido anteriormente se encaixa na folga
definida pela tabela abaixo do círculo de dedendo. Já para o pinhão, o círculo primitivo
é maior que o de dedendo, o que significa que a porção do dente abaixo do círculo
primitivo não é evolvente, devendo ser construída como arco de círculo a menos do filete.
Passo de base (pb ): lados correspondentes de dentes consecutivos são evolventes paralelas.
O passo de base é a distância entre essas duas curvas ao longo de uma normal comum.
pb
= cos φ (20.9)
pc
Engrenagem interna: para esse caso, ambos os centros estão do mesmo lado do ponto de
pitch, logo as posições dos círculos de adendo e dedendo tem que ser invertidas em relação ao
círculo primitivo.
Figura 226 – Engrenagem interna
As partes do perfil do dente que não são conjugadas são denominadas interferências. O
problema da interferência ocorre quando o ponto inicial de contato se dá fora da parte do dente
com perfil evolvente, ou seja, abaixo do círculo base. Quando isso ocorre, há uma tendência
que a ponta do dente da coroa cave a porção não evolvente do pinhão. O mesmo ocorre no
final do movimento.
Alguns processos de fabricação eliminam esse tipo de problema durante o mesmo, devido
a interferência entre a ferramenta e o flanco do dente. Esse efeito é denominado undercuting,
que resolve a interferência porém enfraquece estruturalmente o dente.
Interferência pode ser eliminada através do aumento do número de dentes, porém se deseja-
se transmitir potência, aumentar o número de dentes implicaria no aumento do diâmetro da
engrenagem, o que nem sempre é possível. Além disso, isso aumentaria a velocidade do ponto
de contato, gerando mais ruído e prejudicando a transmissão de potência.
Outra forma de se resolver a interferência é aumentar o ângulo de pressão, o que diminui
o círculo de base, aumentando a porção evolvente do dente, reduzindo também o número de
dentes, forçando a utilização de engrenagens menores.
Definindo como α o ângulo descrito pelo pinhão enquanto o ponto de contato se desloca
pelo trecho BP como ângulo de aproximação. Esse ângulo delimita um arco no círculo de base
obtido através da construção de perfis de dente por P e B. De forma análoga se define o ângulo
de afastamento γ.
Sendo o passo de base a distância entre perfis correspondentes medido na linha de ação,
pode-se definir a razão de contato como:
ua + ur
mc = (20.13)
pb
Possibilitanto assim o cálculo da razão de contato, porém essas equações somente são
válidas se ua e ur forem maiores que, respectivamente r2 sin φ e r3 sin φ.
O maior contato é obtido ajustando o adendo de modo a juntar B com A e C com D, ou
seja:
1
a2 = (r2 + r3 )2 sin2 φ + rb22 2 − r2
(20.16)
1
a3 = (r2 + r3 )2 sin2 φ + rb23 2 − r3
(20.17)
(20.18)
Figura 230 – Configuração limite para não ter interferência com cremalheira
PE
sin φ = (20.19)
R
K
a
sin φ = = P (20.20)
PE PE
Logo
K
sin2 φ = (20.21)
P
2k
N= (20.22)
sin2 φ
q
Ro2 = (Rb2 )2 + C 2 sin2 φ (20.23)
Então:
s 2 2
N2 + 2k N2 N1 + N2
= cos2 φ+ sin2 φ (20.24)
2P 2P 2P
Logo:
Como sin2 φ + cos2 φ = 1, calcula-se o menor número de dentes para não se ter interferên-
cia, dado por:
4k 2 − (N1 )2 sin2 φ
N2 = (20.26)
2N1 sin2 φ − 4k
Expandindo:
4k
(N1 )2 + 2N2 N1 − (N2 + k) = 0 (20.27)
sin2 φ
Essa equação foi plotada para facilitar a obtenção do número de dentes para se evitar a
interferência.
A distância mínima que se pode ter entre os centros é aquela onde o dente da coroa encosta
em dois dentes do pinhão ao mesmo tempo. Caso se tente diminuir a distância, ocorrerá a
deformação dos dentes. Ao se aumentar um pouco a distância a partir da mínima, pode-se
incluir no sistema folgas. Isso se deve ao fato de, muito embora o círculo de base se mantenha
constante, os círculos primitivos aumentam, dado que os mesmos tem que ser tangentes, fazendo
com que mude o ângulo de pressão. Os perfis gerados continuarão sendo os mesmos, garantido
que a lei das engrenagens seja satisfeita.
Figura 233 – Análise da variação da distãncia entre centros
Considere o círculo base com centro em O, utilizado para construir a evolvente BC. AT é a
geratriz, ρ é o raio instantâneo de curvatura e r o raio em qualquer ponto T na curva. Defina
rb como o raio do círculo base, então o comprimento AT é igual ao arco AB, logo:
Figura 234 – Estudo da evolvente
ρ = rb (α + ϕ) (20.28)
onde α é o ângulo entre o raio que define a origem da evolvente e o raio que define qualquer
ponto T e ϕ é o ângulo entre os raios que definem qualquer ponto T na curva e o ponto A, no
círculo base. Além disso:
ρ = rb tan ϕ (20.29)
rb
r= (20.31)
cos ϕ
Essas relações podem ser usadas para o cálculo de vários parâmetros do dente. A seguir
será exposta a metodologia para cálculo da espessura do dente em um ponto T qualquer
conhecendo a espessura no topo e no círculo de base.
Temos que:
tp
= βp rp (20.32)
2
t
= βr (20.33)
2
Logo:
tp t
βp − β = − (20.34)
2rp 2r
tp t
invϕ − invφ = − (20.35)
2rp 2r
Portanto:
tp
t = 2r − invϕ + invφ (20.36)
2rp
Suponha que duas engrenagens padronizadas estejam em contato. A distância entre centros
será dada por:
N1 + N2
C= (20.37)
2P
Figura 236 – Folga
Caso a distância entre entre seja aumentada de uma distância ∆C, temos que o ângulo de
pressão e os círuclos de pitch serão alterados. Para essa nova condição pode-se afirmar que:
ω1 N2 R0
= = 20 (20.38)
ω2 N1 R1
0 0 0
R1 + R2 = C = C + ∆C (20.39)
0 N1
R1 = C0 (20.40)
N + N1
2
0 N2
R2 = C0 (20.41)
N2 + N1
Como os círculos de base são mantidos, pode-se afirmar que:
0 Rb1 + Rb2 cos φ cos φ
C = = (R1 + R2 ) = C (20.42)
cos φ0 cos φ0 cos φ0
0 cos φ
∆C = C − C = C −1 (20.43)
cos φ0
Caso as engrenagens operem em um sentido único, não haverá problemas, porém, se houver
inversão no sentido de rotação, haverá a influência da folga entre os dentes. Assim, definindo-se
a folga no círculo primitivo (B), pode-se afimrar que:
2πR10
pc = = t01 + t02 + B (20.44)
N1
Como
t1
=t01 2R10 + invφ − invφ 0
(20.45)
2R1
0 0 t2 0
t2 = 2R2 + invφ − invφ (20.46)
2R2
R1 R2 C
0
= 0 = 0 (20.47)
R1 R2 C
0 h
C π i
B= − (t1 + t2 ) + 2C(invφ0 − invφ) (20.48)
C P
Se as engrenagens forem padronizadas:
Exemplo 20.1 Uma engrenagem com profunidade completa e 20 graus de ângulo de pressão,
com passo diametral (P )de 2 dentes por polegada e 22 dentes. Calcule o raio de base e a
espessura do dente no círuclo de base e no adendo.
Pela tabela
1
a= = 0.5in (20.50)
P
1.25
b= = 0.625in (20.51)
P
N
rp = = 5.5n (20.52)
2P
π
pc = = 1.57in (20.53)
P
Logo, o raio do círculo base é dado por:
rb
ra = (20.57)
cos ϕa
Logo:
rb
ϕa = cos−1 = 0.532rad → invϕa = 0.058rad (20.58)
ra
Portanto a espessura do dente no círculo de adendo é:
tp
ta = 2ra + invφ − invϕa = 0.341in (20.59)
2rp
Exemplo 20.2 Para um pinhão com 24 dentes e uma coroa com 60 dentes, com ângulo de
pressão de 20 graus. Sabendo que o raio primitivo do pinhão é 1.5in, que as engrenagens são
padronizadas e operam no sistema full depht. Calcule:
1. passo diametral:
2. módulo:
3. passo circular:
4. passo de base:
7. adendo e dendendo:
24
P = = 8dentes/in (20.60)
2 × 1.5
1 25, 4
m= × = 3.175mm (20.61)
P 1
π π π
p= = pb = p cos 20 = cos 20 = 0.3690 (20.62)
P 8 8
N3 60
r3 = = = 3.75in (20.63)
2P 12
rb2 = r2 cos 20 = 1.5 cos 20 = 1.40953in (20.64)
rb3 = r3 cos 20 = 5 cos 20 = 3.5238in (20.65)
1 1
a= = = 0.125n (20.66)
P 8
1.25 1.25
b= = = 0.15625n (20.67)
P 6
1
ua = (r3 + a)2 − rb23 2 − r3 sin φ = 0.32939n
(20.68)
1
ur = (r2 + a)2 − rb22 2 − r2 sin φ = 0.2955798in
(20.69)
ua + ur 0.6249
m= = = 1.6934 (20.70)
pb 0.369
Exemplo 20.3 Considere um par de engrenagens cujo pinhão possui 16 dentes e a coroa 40
dentes. O passo diametral é 2 e o ângulo de pressão é 20. Supondo engrenagens padronizadas
que operem no sistema full depht. Calcule:
1. Passo circular
π π
pc = = = 1.57in (20.71)
P 2
N2
d2 = = 8in (20.72)
P
N3
d3 = = 20in (20.73)
P
C = r2 + r3 = 14in (20.74)
Raios de base:
cos φ 0 −1 C cos φ
∆C = C − 1 → φ = cos = 22.6 (20.77)
cos φ0 ∆C + C
Raios primitivos
db2
d02 = = 8.14in (20.78)
cos φ0
db3
d03 = = 20.36in (20.79)
cos φ0
Exemplo 20.4 Considere uma engrenagem com módulo 3, N2 = 24 e N3 = 60, com ângulo de
pressão igual a 20. Calcule o comprimento da linha de ação e a razão de contato considerando
a não existência de folga.
N2 m
R2 = = 36mm (20.80)
2
N3 m
R3 = = 90mm (20.81)
2
Rb2 = 36 cos 20 = 33.829mm (20.82)
Rb3 = 90 cos 20 = 84.572mm (20.83)
a2 = a3 = m = 3mm (20.84)
0.5
ua = (r3 + a)2 + (rb3 )2
+ r3 sin φ = 7.90mm (20.85)
0.5
ur = (r2 + a)2 + (rb2 )2
+ r2 sin φ = 7.09mm (20.86)
ua + ur = 14.99mm (20.87)
pb = pc cos 20 = mπ cos 20 = 8.856mm (20.88)
14.99
mp = = 1.6934 (20.89)
8.856
Caso a distância entre centros seja aumentada em 0.5mm, calcule os novos raios primitivos,
ângulo de pressão e a folga introduzida.
0 −1C cos φ
φ = cos = 20.61 (20.90)
∆C + C
N2 C 0
d02 = = 36.142 (20.91)
N2 + N3
N3 C 0
d03 = = 90.537 (20.92)
N2 + N3
B = 2C 0 (invφ0 − invφ) = 2x126.5(0.016362 − 0.014904) = 0.3689mm (20.93)
Figura 238 – Fabricação do novo perfil de dente para trabalhar na nova distância de centros e
relação geométrica
pc
t = 2e tan φ + (20.94)
2
Nesse caso, o offset será dado por:
e = a − r + rb cos φ (20.95)
Caso duas engrenagens feitas através desse processo de corte com offset, o ângulo de
pressão, o círculo primitivo serão alterados. Assim, pode-se dizer que:
0 t2 0
t2 = 2r2 + invφ − invφ (20.96)
2r2
0 t3 0
t3 = 2r3 + invφ − invφ (20.97)
2r3
A soma das novas espessuras de dente no novo círculo primitivo devem ser igual ao passo
circular, logo:
2πr20 2πr30
t02 + t03 = pc = = (20.98)
N2 N3
Como a razão entre os raios primitivos é igual ao inverso do número de dentes, pode-se
afirmar que:
N3
r3 = r2 (20.99)
N2
N3 0
r30 = r , logo (20.100)
N2 2
N2 (t2 + t3 ) − 2πr2
invφ0 = + invφ (20.101)
2r2 (N2 + N3 )
Assim é obtido o novo ângulo de pressão do par de engrenagens. Já a nova distância entre
centros será dada pela soma dos raios primitivos novos. Para se obter esse novo parâmetro,
observa-se que o raio de base não é alterado nesse processo, portanto, pode-se afirmar que:
rb = r2 cos φ (20.102)
rb = r20 cos φ0 (20.103)
r2 cos φ
r20 = (20.104)
cos φ0
r3 cos φ
r30 = (20.105)
cos φ0
(20.106)
Assim, a nova disância entre centros é dada por r20 + r30 .
Exemplo 20.5 Com uma engrenagem de 20 graus, passo 1 e 12 dentes é cortada por uma
cremalheira com uma folga de 0.25
P
. A coroa possui 40 dentes. Operando na distância padrão
a razão de contato é 1.14 e há interferência. Calcule o offset a ser aplicado para evitar
interferência, o novo ângulo de pressão, a nova distância entre centros e a nova razão de
contato.
Solução:
r2 = 6in (20.107)
r3 = 20in (20.108)
P =1 (20.109)
e = a + rb cos φ − r2 = 0.2981in (20.110)
O novo ângulo de pressão será dado por:
pc
t2 = 2e tan φ + = 1.7878in (20.111)
2
N2 (t2 + t3 ) − 2πr2
invφ0 = + invφ = 0.019077rad (20.112)
2r2 (N2 + N3 )
φ0 = 21.6511rad (20.113)
Logo:
cos φ
C 0 = r20 + r30 = (r2 + r3 ) = 26.286in (20.114)
cos φ0
Os raios de raiz serão dados por:
Pinhão:
Rr2 = r2 + e − 1.25 = 5.0481in (20.115)
Coroa:
Rr3 = r3 − 1.25 = 18.75in (20.116)
Coroa:
Ro3 = Rr3 + h + c = 20.9879in (20.119)
0
ua = Ro23 − rb23 .5 − r30 sin φ = 1.8826in
(20.120)
0
ur = Ro22 − rb22 .5 − r20 sin φ = 2.3247in
(20.121)
(20.122)
Logo:
ua + ur 1.8826 + 2.3247
mc = = = 1.425 (20.123)
pb 2.9521
Considerando agora que as engrenagens tenham sido cortadas com offsets diferentes (e1 e
e2 ). Para esse caso, pode-se afirmar que:
ω3 N2 r20
= = (20.124)
ω2 N3 r30
0
2πr2 2πr30
t02 + t03 = = (20.125)
N2 N3
2πr20
t2 t3
2r20 0 0
+ invφ − invφ + 2r3 + invφ − invφ = 0
(20.126)
2r2 2r3 N2
r30 t3 r30
t2 π
+ = + 1 + 0 (invφ0 − invφ) (20.127)
2r2 r20 2r3 N2 r2
N
Como 2r = P
:
t2 P N3 t3 P π N3 + N2
+ = + (invφ0 − invφ) (20.128)
N2 N2 N3 N2 N2
N2
Multiplicando por P
:
π N3 + N2
t2 + t3 = + (invφ0 − invφ) = pc (20.129)
P P
Logo:
pc pc π N3 + N2
2e2 tan φ + + 2e3 tan φ + = + (invφ0 − invφ) (20.130)
2 2 P P
Fazendo pc = π
P
e resolvendo para invφ0 :
2P (e2 + e3 ) tan φ
invφ0 = invφ (20.131)
N2 + N3
ou
N3
= 0.6 (20.137)
N2 + N3
e1
= 0.543 (20.138)
e1 + e2
Também sabe-se que:
Exemplo 20.7 Para duas engrenagens com 12 e 15 dentes (20 graus full depht) com passo
diametral 6 em operação conjunta, determine a distância de centros para que não ocorra
interferência.
1 N2 2
e1 = k− sin φ = 0.04968in (20.140)
P 2
1 N3 2
e2 = k− sin φ = 0.02045in (20.141)
P 2
2P (e1 + e2 ) tan φ
invφ0 = invφ + = 0.02624 (20.142)
N − 2 + N3
(20.143)
Exemplo 20.8 Duas engrenagens com m=3, 20 graus, 32 e 48 dentes, operam na distância
de 120mm. A engrenagem de 32 dentes foi substutuída por uma de 31. Considerando que a
espessura do dente da engrenagem de 48 dentes não tenha se alterado e que se deve manter a
distância entre os centros inalterada. Determine e1 para que essas condições sejam atendidas
e o mecanismo funcione.
N2 m
r2 = = 46.5mm (20.146)
2
N3 m
r3 = = 72mmm (20.147)
2
C cos φ 118.5 cos 20
phi0 = cos−1 = cos−1
= 21.88 (20.148)
C0 120
(N3 + N2 )(invφ0 − invφ)
e1 = = 1.566mm (20.149)
2P tan φ
Essa solução não produz resultados se aplicada em engrenagens com o mesmo tamanho,
gerando somente mais rebaixo. Nos casos em que há diferença de tamanho a menor deve ser a
diretora, para se ter a vantagem do aumento do arco de afastamento.
Em termos práticos, esse sistema implica em se afastar a ferramenta de corte em uma das
engrenagens e aproximar da outra da mesma distância, fazendo com que e1 = −e2 . Com isso,
não há variação no ângulo de pressão e na distância entre centros.
Esse perfil de dente também atende á lei das engrenagens, dado que pode-se demonstrar que
a normal comum no ponto de contato sempre passa pelo mesmo ponto de pitch, fixo na linha de
centros. Porém, a linha de ação e de pressão não possui inclinação constante. Essa variação no
ângulo de pressão causa ruídos adicionais e aumenta o desgaste dos dentes, causando variação
no esforço imposto aos rolamentos e mancais utilizados para fixar a engrenagem em posição.
Além disso, como o dente possui duas curvaturas diferentes pode-se ter problemas em se cortar
o dente.
Para que um par de engrenagens com dentes cicloidais funcionar adequadamente elas
devem operar exatamente na distância de centros prevista, caso contrário não se garantirá
que a superfícies sejam conjugadas. Portanto, ao se considerar as deformações geradas devido
a carga a ser transmitida, sempre haverá variação na distância de centros, fazendo com que a
utilização da evolvente seja mais vantajosa ao se apresentar mais robusta à pequenas variações
nos parâmetros construtivos do mecanismo.
As vantagens da aplicação de perfis cicloidais está na ausência de interferência, os dentes
são mais resistentes, como há menos escorregamento há menos desgaste nos dentes. Esse tipo
de perfil ainda é muito utilizado em relógios e instrumentos onde a existência de interferência
é inaceitável e os dentes tem que ser resistentes.
21 Engrenagens helicoidas, sem fim e
cônicas
Na maioria dos casos é mais vantajoso utilizar engrenagens de dentes retos quando se está
tratando com eixos paralelos para transmissão de carga pela facilidade de projeto e viabilidade
econômica. Porém quando se trata de transmissão de grandes cargas com altas velocidades a
utilização de engrenagens helicoidais é uma melhor opção, mantendo ainda baixos níveis de
ruído.
O emprego de engrenagens helicoidais permite também a transmissão de movimento e carga
entre eixos não paralelos, caso onde não é possível de se aplicar as engrenagens de dentes retos.
Para poder ser feito o contato entre essas engrenagens deve-se garantir que:
ω2 D3 N3
= = (21.1)
ω3 D2 N2
pn = pt cos ψ (21.2)
pt
px = (21.3)
cos ψ
Como pn Pn = π , o passo diametral normal:
Pt
Pn = (21.4)
cos ψ
onde Pt é o passo diametral normal, ou:
π cos ψ
pn = (21.5)
Pt
Como o dente é angular, são definidos dois ângulos de pressão, o transversal e o normal.
tan φn
cos ψ = (21.6)
tan φt
Figura 243 – Corte no dente heilcoidal
Pegando um corte segundo o plano AA, que faz um ângulo ψ com o plano transversal,
descrito na figura a seguir, pode-se ter uma melhor noção das relações. Considerando que o
raio do círculo primitivo seja r, percebe-se que a interseção do plano de corte com o cilindro
primitivo é uma elipse cujo raio no ponto P de pitch é rp . Esse raio é denominado raio primitivo
equivalente e esse é o raio de curvatura da superfície de pitch da seção reta normal. Quando
ψ = 0 o raio é r, pode-se demonstrar que:
r
re = (21.7)
cos2 ψ
Essa engrenagem equivalente possui um número equivalente de dentes definido por:
N
Ne = de Pn = (21.8)
cos3 ψ
Essa variável também é conhecida como número virtual de dentes e é utilizada para o
cálculo de resistência mecânica do dente.
Da mesma forma que para as engrenagens de dentes retos é possível se determinar o menor
número de dentes para que não ocorra interferência, sendo a equação definida por:
• Engrenagem em contato com cremalheira:
2k cos ψ
N= (21.9)
sin2 φ
2k cos ψ
q
2
NP = 1 + 1 + 3 sin φt (21.10)
3 sin2 φt
2k cos ψ
q
2 2
NP = rt + rt + (1 + 2rt ) sin φt (21.11)
(1 + 2rt ) sin2 φt
Cabe lembrar que φ é o ângulo de pressão medido no plano de rotação e não no normal.
Foi padronizado em norma esse valor do número mínimo de dentes em função do ângulo de
pressão normal e o ângulo de hélice, de acordo com a tabela abaixo.
ψ 14,5 20 25
0 32 18 12
5 32 17 12
10 31 17 11
15 29 16 11
20 27 15 10
23 26 14 10
25 25 14 9
30 22 12 8
35 19 10 7
40 15 9 6
45 12 7 5
Caso seja necessário utilizar um número menor de dentes que o estipulado pela tabela,
deve-se adotar o mesmo procedimento descrito para engrenagens de dentes retos, aumentando
a distância entre centros na fabricação, de uma distância e dada por:
N sin2 φ
1
e= k− (21.13)
Pn 2 cos ψ
21.3 Proporções dos dentes helicoidais
As proporções dos dentes de engrangens helicoidais variam em função do tipo de fabrica-
ção. O mais comum é serem fabricadas a partir de engrenagens de corte (hob), fazendo com que
as proporções da ferramenta de corte sejam transferidas para o plano normal da engrenagem
helicoidal. Isso quer dizer que o passo diamentral do hob será igual ao passo diametral normal
da engrenagem helicoidal, assim como o ângulo de pressão.
Não há padronização para engrenagens de dentes helicoidais, sendo um dos motivos
para isso o fato de raramente serem utilizadas engrenagens helicoidais em aplicações onde
a intercambiabilidade seja uma restrição e pelo fato de ser mais barato alterar o projeto ä
comprar uma ferramente especial. Além disso, mesmo com projetos diferentes, engrenagens
helicoidais tendem a funcionar juntas.
Como guia pode-se utilizar a padronização para engrenagens de dentes retos com 20 graus
de ângulo de pressão normal baseado no passo diametral normal. Essas proporções funcionam
bem para ângulos de hélices entre 0 e 30 graus. Como opção, pode-se adotar o ângulo
transversal de pressão de 20 graus e utilizar o passo diametral transversal, sendo para esse
sistema geralmente utilizados somente ângulos de hélices iguais a 15, 23, 30 ou 45 graus.
Ângulos maiores que 45 não são recomendados. Para se calcular o resto das proporções deve-
se utilizar o passo normal, baseadas nos padrão de dentes retos.
Recomenda-se que a largura da face dos dentes seja pelo menos duas vezes o passo axial,
para garantir o contato helicoidal completo, tendo como exceção as aplicações automotivas e
navais.
Cabe também ressaltar que em um par de engrenagens helicoidais em contato para eixos
paralelos, ambas devem ter o mesmo ângulo de hélice, passo e com hélices de sentido contrário.
Assim, a razão de transmissão é calculada da mesma forma que para engrenagens de dentes
retos. Em norma fica estabelecido como critério:
1.15p
F > (21.14)
tan ψ
Logo:
m
mn = (21.16)
cos2 ψb
Existe também a razão de contato axial, também denominada razão de contato de face, que
é a razão da largura da face do dente e o passo axial.
F F tan ψ
mx = = (21.17)
px pt
A razão de contato total mt é a soma das razões de contato de face e transversal, que dá
uma noção do número médio de dentes em contato.
Exemplo 21.1 Um engrenagem helicoidal possui ângulo de pressão normal de 20, ângulo de
hélice de 25, um passo diametral transversal de 6 e 18 dentes. Calcule:
1. o diâmetro primitivo;
a)
N
d= = 3in (21.18)
Pt
b)
π
pt = = 0.5236in (21.19)
Pt
Pt
px = = 1.123in (21.20)
tan ψ
pn = pt cos ψ = 0.4745in (21.21)
c)
Pt
Pn = = 6.262 (21.22)
cos ψ
d)
−1 tan φn
φt = tan = 21.88 (21.23)
cos ψ
Exemplo 21.2 Considere um acoplamento feito por duas engrenagens de dentes retos com
passo diametral de 16in, 20 graus full depth, com 30 e 80 dentes. Esse mecanismo produzindo
muito ruído e por isso as engrenagens serão substituídas por 2 engrenagens helicoidais,
devendo ser mantidas constantes a distância entre centros e a razão de transmissão. Para
isso, determine o ângulo de hélice, o raio externo e a largura de face das novas engrenagens.
Assuma que se utilizará engrenagens com passo normal 16, com 20 graus de ângulo de pressão
normal.
N2 + N3 30 + 80 55
C= = = in (21.24)
P 16 16
ω2 N3 80 8
= = = (21.25)
ω3 N2 30 3
(21.26)
Pn = 16 (21.27)
N2 + N3
P = (21.28)
2c
P = Pn cos ψ → P < 16 (21.29)
N3 40
= (21.30)
N2 15
55
N2 8
P = 15 55 = N2 (21.31)
2 16 15
Logo por tentativa e erro:
N2 N3 P Obs
30 80 16 Caso anterior P = 16
29 77.33 15.47 Número de dentes não inteiro
28 74.67 14.93 Número de dentes não inteiro
27 72 14.4 Satisfatório
Assim:
P 14.4
cos ψ = = = 0.9 → ψ = 25.84 (21.32)
Pn 16
N2 2
Do2 = D2 + 2a = + = 2in (21.33)
P Pn
N3 2
Do3 = D3 + 2a = + = 5.125in (21.34)
P Pn
1.15p 1.15π 9
F > = = 0.5189in → F = in (21.35)
tan ψ P tan ψ 16
Exemplo 21.3 Calcule o número mínimo de dentes para não haver interferência em uma
engrenagem helicoidal com ângulo de pressão normal de 20 e ângulo de hélice de 30, nos
casos abaixo:
Σ = ψ2 ± ψ3 (21.43)
O sinal de mais é utilizado quando as engrenagens possuem o mesmo sentido e menos
quando uma é a esquerda e a outra a direita. Engrenagens com sentidos contrários são
utilizadas para ângulos entre eixos pequenos.
O diâmetro de pitch é obtido através de:
N
d= (21.44)
Pn cos ψ
Assim, para como para haver contato as engrenagens devem possuir o mesmo passo
normal:
Figura 246 – Passagem de movimento com engrenagens helicoidal com eixos cruzados
Exemplo 21.4 Seja um par de eixos a 60 graus cuja transmissão de velocidade é na razão de
1.5:1. O passo diametral normal do pinhão é de 6in, diâmetro primitivo 7.75in e ângulo de
hélice 35. Determine o ângulo de hélice e diâmetro da coroa e o número de dentes de ambas as
engrenagens.
Σ = 60 = ψ3 + ψ2 → ψ3 = 25 (21.47)
N2 N3
Pn = = (21.48)
D2 cos ψ2 D3 cos ψ3
ω2 N3 D3 cos ψ3
1.5 = = = (21.49)
ω3 N2 D2 cos ψ2
D2 = 10.5in (21.50)
N2 = Pn D2 cos ψ2 = 38 (21.51)
N3 = Pn D3 cos ψ3 = 57 (21.52)
Para eixos ortogonais, ambas as engrenagens devem possuir o mesmo sentido de hélice,
porém não necessariamente necessitam ter o mesmo ângulo de hélice. No sem-fim os ângulos
são normalmente grandes e pequenos para a engrenagem. Assim, é comum ser definido o
ângulo de avanço para o sem-fim e o ângulo de hélice para a engrenagem, dado que os dois
tem que ser iguais para eixos ortogonais. O ângulo avanço é o complemento do ângulo de
hélice do sem-fim.
Condições para casamento entre engrenagem e sem-fim:
Em engrenagens sem-fim trabalha-se com o passo axial combinado com o passo circular da
engrenagem, sendo iguais para o caso de eixos ortogonais. Não há motivos para não se adotar
os diâmetros primitivos padronizados para engrenagens de dentes retos. O diâmetro primitivo
da engrenagem é dado por:
N3 p
d3 = (21.53)
π
O diâmetro do sem-fim pode se qualquer, porém recomenda-se que seja igual ao da
ferramenta utilizada para o corte da engrenagem. Porém há uma relação, recomendada em
normas, para o diâmetro primitivo e a distância entre centros definida por:
(r2 + r3 )0.875
d2 = (21.54)
2.2
ou
C 0.875 C 0.875
≤ d2 ≤ (21.55)
3 1.7
Essa equação foi construída de forma a produzir um conjunto de proporções que geram boas
condições para transmissão de potência.
O avanço possui o mesmo sentido que ele possui em parafusos, representando a distância
transversal produzida por um ponto na superfície do sem-fim ao se girar uma volta completa.
Logo:
l = px N2 (21.56)
e, portanto:
l
λ = tan−1 (21.57)
πd2
Os ângulos de pressão utilizados nas engrenagens variam muito, sendo, em geral, próximos
ao valor do ângulo de avanço. O ângulo de pressão ideal seria aquele que elimina a
interferência e o rebaixo nos dentes. Recomenda-se a utilização dos valores da tabela abaixo
para cada ângulo de avanço.
.
Tabela 15 – Relação entre ângulo de pressão e de avanço
Ângulo de avanço Ângulo de pressão
0-16 14.5
16-25 20
25-35 25
35-45 30
A relação de transmissão é dada por:
ω2 N3 D3 cos ψ3
= = (21.58)
ω3 N2 D2 cos ψ2
Sendo os eixos ortogonais:
ω2 N3 D3 π
= = (21.59)
ω3 N2 l
Para as proporções do dente, são geradas as seguintes relações:
A largura da face da engrenagem deve ser obitda da forma descrita na figura abaixo.
Exemplo 21.5 Um sem-fim com 3 dentes está conduzindo uma engrenagem com 60 dentes,
sendo os eixos ortogonais. O passo circular da engrenagem é 1.25in e o diâmetro primitivo do
sem-fim 3.8in. Calcule o ângulo de avanço do sem-fim, o ângulo de hélice da engrenagem e a
distância entre eixos.
Solução
• Miter Gears: quando as engrenagens são do mesmo tamanho e o ângulo entre eixos é
90;
Em engrenagens cônicas a superfície primitiva é um cone, sendo assim, no par, dois cones
que rolam juntos, sem escorregamento gerando um movimento esférico. Na montagem deve-se
garantir que o pico dos cones sejam coincidente, pois o pitch do dente depende da distância
radia em relação ao ápice do cone.
ω2 r3 N3
= = (21.68)
ω3 r2 N2
De forma geral, o número de dentes e o ângulo entre eixos são normalmente dados, porém
pode-se obtê-los através de uma análise gráfica.
r2
OP = (21.69)
sin γ2
r3
OP = (21.70)
sin γ3
r2 r2
sin γ2 = sin γ3 = sin(Σ − γ2 ) (21.71)
r3 r3
r2
sin γ2 = (sin Σ cos γ2 − sin γ2 cos Σ) (21.72)
r3
sin Σ sin Σ
tan γ2 = r3 = N3 (21.73)
r2
+ cos Σ N2
+ cos Σ
De forma análoga,
sin Σ sin Σ
tan γ3 = r2 = N2
(21.74)
r3
+ cos Σ N3
+ cos Σ
Quando os eixos são ortogonais:
N2
tan γ2 = (21.75)
N3
N3
tan γ3 = (21.76)
N2
Conforme mencionado, para que o contato dos dentes seja perfeito o contato na região
mais larga do dente deveria ser esférico, para garantir que os cones primitivos rodem sem
escorregamento. Isso faz com que, idealmente, as engrenagens cônicas sejam esféricas na sua
base, o que na prática não é feito, sendo essa esfera aproximada por um cone tangente à essa
esfera na porção mais larga do dente. Esse cone é denominado back cone, sendo seus elementos
perpendiculares aos do cone primitivo. Na região final do dente, pelo fato de serem tangentes,
o cone se aproxima da esfera, garantindo as propriedades desejadas.
Ainda devido ao fato do contato ser esférico, a evolvente necessária para a construção do
dente deveria ser uma evolvente esférica o que é impraticável. Portanto, foi desenvolvido um
sistema de dentes onde o perfil gerado é conjugado à uma engrenagem que possui dentes com
lados planos, fazendo com que essa engrenagem se relacione com a engrenagem cônica assim
com a cremalheira se relaciona com as engrenagens cilíndricas de dentes retos. A esse perfil
gerado da-se o nome de octóide pois o ponto de contato descrito na superfície da esfera é um
oito, sendo porém somente uma porção do 8 percorrida.
Para o projeto dos dentes de engrenagens cônicas, por facilidade, utiliza-se um método que
aproxima essas engrenagens a uma engrenagem cilíndrica de dentes retos equivalente, sendo
essa técnica denominada aproximação de Tredgold. Essa abordagem dá bons resultados se a
engrenagem possuir mais de 8 dentes, sendo de uso comum e difundido, estando a terminologia
atualmente utilizada em engrenagens cônicas baseada nessa aproximação.
Essa técnica exige a criação de um cone de fundo construído de forma que as arestas que
geram o cone sejam perpendiculares à superfície de pitch no base mais larga do dente, de
acordo com a figura abaixo. A altura desse cone é denominada raio do cone de fundo. Agora,
a engrenagem cilíndrica de dentes retos equivalente é construída com raio primitivo igual ao
raio do cone de fundo, definindo assim o par de engrenagens equivalentes.
r2
re2 = (21.77)
cos γ2
r3
re3 = (21.78)
cos γ3
Essas engrenagens equivalentes são utilizadas para obter as dimensões do dente, linha de
ação e o contato ao longo do dente. O número de dentes equivalentes dessa engrenagem é dado
por:
2πre
Ne = (21.79)
p
Basicamente todas as engrenagens cônicas de dentes retos são fabricadas com ângulo de
pressão igual a 20 graus. Além disso, a intercambiabilidade não é um requisito necessário
para esse tipo de acoplamento, então se utiliza o sistema de adendo longo e curto para ajustes
de desempenho. As proporções padronizadas estão na tabela abaixo, também conhecidas como
Proporções para Engrenagens Cônicas de Gleason.
Tabela 16 – Proporções de dentes de engrenagens cônicas para ângulo de pressão de 20 graus
Parâmetro Fórmula
Profundidade de trabalho hk = P2
0.188
Folga c = P + 0.002in
Profundidade completa ht = 2.188
P
+ 0.002
Adendo da coroa ag = P + 0.46
0.54
N2
P 2
2
N1
Adendo do pinhão ap = P2 − aG
Dedendo da coroa bg = 2.188P
− ag
2.188
Dedendo do pinhão b p = P − ag
Espessura da coroa tg = p2 − (ap − ag ) tan φ
Espessura do pinhão tp = p − tg
Razão mg = N G
qNP
cos γP
Razão equivalente a 90 graus m90 = mg se Σ = 90 ou mG cos γG
caso contrário
l 10
Largura da face F = 3
ou P
o que for menor
Pinhão Coroa
16 16
15 17
14 20
13 30
Engrenagens cônicas são, normalmente, montadas na ponta dos eixos, dado que os eixos se
interceptam. Portanto, a deflexão na ponta do eixo faz com que a parte interna da engrenagem
tenda a sair da superfície de contato, fazendo com que a parte externa da engrenagem suporte
a maior parte da carga. Assim, pode-se afirmar que a carga é variável ao longo de dente,
tornando desejável a utilização de dentes pequenos. Para tentar diminuir esse efeito, o ideal é
a utilização de dentes com face menor.
Na figura abaixo estão definidos mais alguns termos utilizados no projeto de engrenagens
cônicas. O adendo e o dedendo são medidos perpendicularmente ao cone de pitch, assim o
ângulo de dedendo é determinado por:
Figura 255 – Dimensões adicionais em engrenagens cônicas
b
tan δ = (21.80)
l
O ângulo do adendo (α) não é projetado em direção ao ápice, sendo portanto determinado
indiretamente através do ângulo de dedendo da outra engrenagem do par. Pode-se também
definir os ângulos de face e raiz através das equações:
γo = γ + α (21.81)
γr = γ − δ (21.82)
Como o ângulo do cone de fundo é igual ao do cone primitivo, pode-se calcular o diâmetro
externo da engrenagem por:
do = d + 2a cos γ (21.83)
Engrenagens coroas
Se o ângulo de pitch de uma das engrenagens cônicas for igual a 90 graus, o cone de
pitch se torna plano resultando em uma engrenagem coroa, conforme a figura a seguir. Essa
engrenagem é o equivalente à cremalheira no caso de engrenagens cilíndircas, sendo o cone de
fundo um cilindro e a evolvente dos dentes uma linha reta. Pode-se construir um acoplamento
pseudo-cônico utilzando uma engrenagem de face e uma engrenagem cilíndrica de dentes retos.
Engrenagens espirais
As engrenagens cônicas espirais são o equivalente das engrenagens cilindicas com dentes
helicoidais, sendo utilizadas para transmissão de altas velocidades. As superfícies de pitch e
a natureza do contato são idênticas as das engrenagens helicoidais. O ângulo da espiral é tal
que o avanço é maior que o passo circular.
Figura 257 – Engrenagem cônica espiral
Em geral são utilizados ângulos de pressão de 14,5 ou 20 graus, com ângulo de espiral de
30 ou 35 graus. A princípio o sentido da espiral não influencia, porém a folga nos rolamentos
e mancais pode resultar no travamento ou separação da engrenagem, dependendo do sentido
da rotação e do sentido da espiral. Como o travamento pode provocar mais danos, o ideal é
projetar de forma a esse tipo de variação nas condições de montagem provocar a separação
das mesmas.
Engrenagens zerol
Existe uma engrenagem cônica patenteada denominada zerol a qual possui ângulo de
espiral nulo, porém o dente é curvo. Seu comportamento é similar ao das engrenagens cônicas
de dentes retos, exceto pelo fato de que o contato ocorre não ao longo de todo o dente e sim em
uma porção localizada ao redor do centro do dente.
Figura 258 – Engrenagem cônica zerol
Engrenagens hipóides
As engrenagens hipóides são engrenagens cônicas que podem operar com off-set entre os
eixos. Nesse caso as superfícies de pitch são hiperbolóides de revolução, fazendo com que haja
uma combinação de rolamento com escorregamento no contato entre os dentes. O contato se
dá ao longo de uma linha, se comportanto de forma similar aos sem fim. Os dentes gerados são
mais resistentes que os das engrenagens cônicas, produzindo menos ruído.
Figura 259 – Engrrenagem cônica hipóide
Para esses tipos especiais de engrenagens deve-se utilizar o sistema de adendo long-
curto para ajuste do desempenho, exceto quando possuírem o mesmo número de dentes. Há
referências que especificam as proporções para os dentes das engrenagens cônicas especiais.
22 Trens de Engrenagem
ωin N2
=± (22.1)
ωout N1
ωin ωcondutoras
= (22.2)
ωout ωconduzidas
onde ωconduzidas é o produto do número de dentes de todas as engrenagens conduzidas no
trem e ωcondutoras é o produto do número de dentes das engrenagens condutoras.
ωin ω1 N2 N4
= = (22.3)
ωout ω4 N1 N3
Nesse caso o sinal de mais está correto pois há um número par de acoplamentos externos.
Para comprovar, considere os acoplamentos individualmente:
ω2 = ω3 (22.4)
ω1 N2
=− (22.5)
ω2 N1
ω3 N4
=− (22.6)
ω4 N3
ω1 ω3 N2 N4 ω1
= = (22.7)
ω2 ω4 N1 N3 ω4
Também define-se como valor do trem o inverso da razão de transmissão calculada através
da relação ωωout
in
.
• Fixe o braço e deixe o sol livre. Nesse caso, a relação de transmissão entre o sol(1) e o
planeta (2), ambas em relação ao braço, é dada por:
ω23 N1
=− (22.8)
ω13 N2
Para o caso hipocíclico, o procedimento é igual porém devido a inversão do sinal da razão
de transmissão, o resultado final é dado por:
ω21 N1
=1+ (22.11)
ω31 N2
Para o caso em que todos os 3 corpos giram, de acordo com a figura abaixo, pode-se afirmar
que:
Figura 263 – Trens de engrenagens planetários
ω24 N3
=− (22.15)
ω34 N2
N3 N3
ω21 = − ω31 + ω41 1 + (22.16)
N2 N2
Onde são conhecidas as velocidades do braço e do sol em relação ao referencial inercial.
A análise dessa equação reproduz os resultados anteriormente obtidos para os casos
particulares onde o braço ou o sol eram fixos.
Uma generalização do equacionamento de trens planetários é dado pela equação:
ωLA ωL − ωA
= (22.17)
ωF A ωF − ωA
onde F significa a primeira engrenagem, L a última engrenagem e A representa o braço.
Deve-se emfatizar que a primeira e última engrenagens referidas devem sempre estar em
contato com as engrenagens que possuem movimento planetário. Além disso, as engrenagens
devem estar em eixos paralelos, caso contrário as velocidades angulares não podem ser
tratadas algebricamente.
Porém:
ω34 N1
=− (22.22)
ω14 N3
Logo:
ω31 N1
=1+ (22.23)
ω41 N3
Uma outra aplicação clássica é em diferenciais automotivos, que permitem que as rodas
girem com velocidades diferentes, para a mesma rotação do motor, quando o veículo realiza
curvas. O esquema de um diferencial está representado na figura abaixo.
Figura 269 – Diferencial
Nesse modelo, a engrenagem cônica 2 é acionada pelo motor, estando em contato com a
engrenagem também cônica 3. A engrenagem 3 por sua vez está ligada à carcaça do diferencial
que gira junto com a mesma. Se o carro está andando reto, as engrenagens 4, 5 e 6 se movem
de forma única com um bloco, sem movimento relativo, sendo que as engrenagens 5 e 6 rodam
os eixos das rodas. Porém, se o carro faz uma curva, a velocidade de rotação da engrenagem 5
é diferente do que a da engrenagem 6, fazendo com que a engrenagem 4 gire no entorno do seu
eixo.
1
θ31 = (22.24)
N3
Onde θ31 é a distância percorrida pela engrenagem 3 após um giro de 1 dente ao redor de
1. Também pode-se afirmar que:
ω41
θ41 = θ31 (22.25)
ω31
Sabe-se que:
ω41 N3
= (22.26)
ω31 N3 + N1
Logo:
1 N3 1
θ41 = = (22.27)
N3 N1 + N3 N1 + N3
Então o menor número de dentes possível é definido pelo ângulo AOB. Se a engrenagem 3
rodar um número c de dentes:
c
∠AOB = cθ41 = (22.28)
N1 + N3
Fixando agota a engrenagem 3 e repetindo a mesma análise, chega-se a conclusão de que:
c
∠AOB 0 = cθ43 = (22.29)
N1 + N3
Isso mostra que independente de que se mova, o braço gira o mesmo ângulo. Dado que o
ângulo AOB é uma fração de revolução por planetas, seu inverso é igual à número de planetas.
Sendo n o número de planetas, então:
N1 + N3
n= (22.30)
c
Então deseja-se maximizar essa função. Para isso considere a figura abaixo:
Considere que o ponto C seja o ponto médio de AB, que representa o caso de máximo,
então:
360 180
nmax = = (22.31)
∠AOB ∠AOC
AC
∠AOC = sin−1 (22.32)
OA
Com AC > Ro2 e OA = R1 + R2 . Então, para engrenagens padronizadas:
N2 + 2
Ro2 = (22.33)
2P
N1 + N2
R1 + R2 = (22.34)
2P
Então:
180
nmax = (22.35)
sin−1 NN12+N
+2
2
Além disso, pode-se afirmar também que:
N3 = N1 + 2N2 (22.36)
Para engrenagens não padronizadas, deve-se utilizar o valor obtido através da equação
abaixo:
N3 − N1
N2 = (22.37)
2
Exemplo 22.7 Exemplo 7.6 (Mabie e Rheinholtz 1987)
EXERCÍCIOS RECOMENDADOS DA PARTE DE ENGRENAGENS
Todos dos capítulos 7, 8 e 9 do (Shigley e Uicker 1981).
Todos dos capítulos 4, 5, 6 e 7 do (Mabie e Rheinholtz 1987).
Referências