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Vibrações Mecânicas

CCET - Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia

Prática 2
Pêndulo

Data de realização: 24 / 10 / 2023

Data de entrega: 03 / 12 / 2023

PROFESSOR :
● Dr. Vitor Ramos Franco

RA Nome

800992 Bianca Freire Lima

744727 Giovanni Henrique Silva das Neves

595977 Marcelo Antonio Zanovelli

800676 Matheus da Costa Caffer Markies


1. Introdução
A vibração é definida como movimentos mecânicos que se repetem, regular ou
irregularmente, depois de um intervalo de tempo. Como exemplo, o movimento de um
pêndulo. Para a engenharia, esses movimentos ocorrem, na maioria das vezes, em
elementos de máquinas e nas estruturas, quando submetidas a ações dinâmicas (SANTOS,
2020).
No experimento em análise, serão explorados sistemas de pêndulo com três tipos de
vibração livre: não amortecida, com amortecimento Coulomb e com amortecimento viscoso.
Em cada caso, a vibração livre implica que uma perturbação inicial é aplicada no início do
movimento, mas após essa perturbação inicial, o pêndulo continua em movimento sem ser
influenciado por essa condição inicial.
A vibração não amortecida é aquela em que a energia vibratória não se dissipa, de
forma que o movimento vibratório se mantém com o decorrer do tempo. A vibração não
amortecida ocorre em sistemas ideais, pois em sistemas reais sempre haverá dissipação de
energia. Em muitos casos o amortecimento é tão pequeno que é possível desprezá-lo, pois
os níveis vibratórios diminuem muito pouco durante o tempo de observação e a análise do
problema se torna uma análise de vibração não amortecida (SANTOS, 2020).
O amortecimento de Coulomb aparece quando corpos deslizam em superfícies
secas. Em muitos sistemas mecânicos, são utilizados elementos que provocam
amortecimento por atrito seco. Também em estruturas, componentes frequentemente
deslizam um em relação ao outro e o atrito seco aparece internamente (PINHEIRO, 2019).
O amortecimento viscoso ocorre devido à resistência criada pela substância na qual
o sistema vibra, pode ser água, óleo ou ar. Como modelo mais simples de amortecimento
se apresenta o amortecimento viscoso,assim chamado por representar a força dissipativa
proporcionada por um fluido viscoso. Esta força tem como característica principal ser
proporcional à velocidade relativa entre as superfícies em movimento quando existe um
fluido separando-as (RAUL, 2020).
Levando em consideração os aspectos expostos, o presente trabalho busca obter o
modelo físico a partir do modelo real, em seguida obter o modelo matemático
correspondente e as saídas do sistema quando este é submetido a uma determinada
entrada.
2. Modelagem
A fim de obter o modelo físico para a realização da modelagem e estudo de
vibração de um pêndulo submetido a vibração livre não amortecido, com amortecimento
de coulomb e amortecimento viscoso, respectivamente, foi necessário a aplicação de
hipóteses simplificadoras para facilitar na aplicação das leis físicas e resolução do
problema.

2.1. Hipóteses Simplificadoras


● Condição inicial de deslocamento;
● Pequenas variações de deslocamento;
● Massas rígidas e com valor constante concentradas em seus
respectivos CGs;
● Molas lineares e puras.

3. Modelagem Matemática
O presente tópico tem por objetivo encontrar os modelos matemáticos que
representam os sistemas de pêndulo do experimento. Os mesmos obedecem a segunda
lei de Newton, onde podemos encontrar a solução das EDOs via Newton-Euler.

3.1. Pêndulo Simples Não Amortecido


O modelo de um pêndulo simples não amortecido pode ser representado conforme a
Figura 1:

Figura 1: Diagrama de pêndulo simples.

Autor: Autoria própria


Pela segunda lei e considerando pequenos ângulos, temos:

𝐹𝑥 =− 𝐹𝑠𝑒𝑛θ =− 𝐹θ
𝐹𝑦 = 𝐹𝑐𝑜𝑠θ = 𝐹

∑ 𝐹𝑦 = 𝑚𝑔 → 𝐹 = 𝑚𝑔 =− 𝑃

∑ 𝐹𝑥 = 𝑚𝑎 → − 𝐹θ = 𝑚𝑎

𝑎 = 𝑣˙ = 𝑥¨ ⇒ 𝑥¨ = 𝐿θ̈

− 𝑚𝑔θ = 𝑚𝐿θ̈

𝑚𝐿θ̈ + 𝑚𝑔θ = 0
A equação do movimento então é:
𝑔
θ̈ + 𝐿
θ=0 [1]

Dessa forma temos que a frequência não amortecida é :

𝑔
𝑤𝑛 = 𝐿
[2]

E o período dado por:



𝑇= 𝑤𝑛
[3]

A EDO tem a solução conhecida:

θ(𝑡) = 𝐴1𝑐𝑜𝑠(𝑤𝑛𝑡) + 𝐴2𝑠𝑒𝑛(𝑤𝑛𝑡)

θ̇(𝑡) =− 𝑤𝑛𝐴1𝑠𝑒𝑛 𝑤𝑛𝑡 ( ) + 𝑤𝑛 𝐴 𝑐𝑜𝑠(𝑤𝑛𝑡)


2

Dadas as condições iniciais do experimento com θ(𝑡 = 0) = θ0 e

θ̇(𝑡 = 0) = 𝑤0 = 0.

𝑤0
𝐴1 = θ0 e 𝐴2 =
𝑤𝑛

A equação do movimento considerando pequenos ângulos é:

θ(𝑡) = θ0𝑐𝑜𝑠(𝑤𝑛𝑡)

Em termos de deslocamento linear x(t):


𝑥(𝑡) = 𝑥0𝑐𝑜𝑠(𝑤𝑛𝑡) [4]

Dessa forma podemos notar que o comportamento do pêndulo depende apenas de


seu comprimento e da constante de aceleração gravitacional.

3.2. Pêndulo Composto Não Amortecido


Sendo o pêndulo composto com eixo de rotação no ponto “O”, centro de massa no
ponto “G” de uma barra circular esbelta de comprimento “L” e massa “m”, podemos
representar o sistema conforme a Figura 2, sendo “d” a distância do ponto “O” até “G”.

Figura 2: Diagrama de pêndulo composto.

Autor: Autoria própria

Fazendo somatório de momentos no ponto “O”, temos que:

∑ 𝑀𝑂 = 𝐽0θ̈ ⇒ − 𝑃𝑑θ = 𝐽0θ̈ ⇒ 𝐽0θ̈ + 𝑃𝑑θ = 0

Podemos reorganiza-la como:


𝑚𝑔𝑑
θ̈ + 𝐽0
θ=0

De forma análoga ao pêndulo simples temos que:

𝑚𝑔𝑑
𝑤𝑛 = 𝐽0
[5]

E como solução geral para θ(𝑡 = 0) = θ0 𝑒 θ̇(𝑡 = 0) = 0

θ(𝑡) = θ0𝑐𝑜𝑠(𝑤𝑛𝑡)
O momento de inércia de massa 𝐽0 para uma barra delgada com eixo de rotação em

uma de suas extremidades pode ser descrita como:

2
𝐽0 = 𝐽𝐶𝑀 + 𝑚𝑑

1 2 2
𝐽0 = 12
𝑚𝐿 + 𝑚𝑑

Como 𝑑 é a distância do eixo de rotação até o centro de massa, para uma barra
delgada, 𝐿 = 2𝑑

4 2
𝐽0 = 3
𝑚𝑑

3.3. Pêndulo Composto Com Atrito Seco


O atrito seco causa um momento (M) no eixo de giro (ponto O) contrário ao
movimento do pêndulo.
Para o primeiro meio ciclo:

∑ 𝑀𝑂 = 𝐽0θ̈ ⇒ − 𝑃𝑑θ + 𝑀 = 𝐽0θ̈ ⇒ 𝐽0θ̈ + 𝑃𝑑θ =+ 𝑀

Para o segundo meio ciclo:

∑ 𝑀𝑂 = 𝐽0θ̈ ⇒ 𝐽0θ̈ + 𝑃𝑑θ =− 𝑀

Ambas EDOs são não homogêneas, onde podemos dividir a solução em duas
partes:

θ(𝑡) = θℎ(𝑡) + θ𝑝(𝑡)

A solução homogênea θℎ(𝑡) é a mesma solução do pêndulo composto sem

amortecimento e possui a mesma frequência de oscilação.

A solução particular, dado um θ constante, temos que θ̈ = 0

𝑀
𝑃𝑑θ𝑝 =± 𝑀 ⇒ θ𝑝(𝑡) =± 𝑚𝑔𝑑

Dessa forma, temos como solução:

θ1(𝑡) = 𝐴1𝑐𝑜𝑠(𝑤𝑛𝑡) + 𝐴2𝑠𝑒𝑛 𝑤𝑛𝑡 + ( ) 𝑀


𝑚𝑔𝑑
θ2(𝑡) = 𝐴3𝑐𝑜𝑠(𝑤𝑛𝑡) + 𝐴4𝑠𝑒𝑛 𝑤𝑛𝑡 − ( ) 𝑀
𝑚𝑔𝑑

π
Para o primeiro meio ciclo (0≤𝑡≤ 𝑤𝑛
) com θ(𝑡 = 0) = θ0 𝑒 θ̇(𝑡 = 0) = 0 :

𝑀 𝑀
θ1(𝑡) = (θ0 − 𝑚𝑔𝑑
)𝑐𝑜𝑠(𝑤𝑛𝑡) + 𝑚𝑔𝑑

Como condição inicial do 2º meio ciclo:

θ( ) (
π
𝑤𝑛
= θ0 −
𝑀
𝑚𝑔𝑑 )𝑐𝑜𝑠 (π) + 𝑀
𝑚𝑔𝑑
= − θ0 +
2𝑀
𝑚𝑔𝑑

(
θ̇ 𝑡 =
π
𝑤𝑛 ) =0

π 2π
Para o segundo meio ciclo ( 𝑤 ≤𝑡≤ 𝑤𝑛
):
𝑛

θ2 ( ) (
π
𝑤𝑛
= − θ0 +
2𝑀
𝑚𝑔𝑑 )𝑐𝑜𝑠 (π) − 𝑀
𝑚𝑔𝑑
= θ0 −
3𝑀
𝑚𝑔𝑑

Para o final do segundo meio ciclo:

θ2 ( ) (

𝑤𝑛
= θ0 −
3𝑀
𝑚𝑔𝑑 )𝑐𝑜𝑠 (2π) − 𝑀
𝑚𝑔𝑑
= θ0 −
4𝑀
𝑚𝑔𝑑

(
θ̇ 𝑡 =

𝑤𝑛 ) =0

4𝑀
Disso temos que para cada ciclo, a amplitude cai 𝑚𝑔𝑑
.

A reta de decremento de amplitude (δ) então pode ser expressa como:

4𝑀 𝑡 4𝑀 𝑤𝑛
δ(𝑡) = θ0 − 𝑚𝑔𝑑 𝑇
= θ0 − 𝑚𝑔𝑑 2π
𝑡 [6]

E a equação de movimento sendo expressa como:

(
θ(𝑡) = θ0 −
4𝑀 𝑤𝑛
𝑚𝑔𝑑 2π )
𝑡 𝑐𝑜𝑠(𝑤𝑛𝑡)

O movimento oscilatório ocorre até que o momento gerado pelo pêndulo seja menor
ou igual ao momento gerado pela força de atrito.
𝑀
𝑚𝑔𝑑θ≤𝑀 𝑜𝑢 𝑒𝑛𝑡ã𝑜 θ𝑛 ≤ 𝑚𝑔𝑑

O número de meio ciclos (n) podemos encontrar por:

2𝑀 𝑀 𝑚𝑔𝑑θ0−𝑀
θ0 − 𝑛 𝑚𝑔𝑑
≤ 𝑚𝑔𝑑
⇒ 𝑛≥ 2𝑀
[7]

Podemos reescrever o momento causado pela força de atrito como:

𝑀 = µ𝑟 𝑃𝑐𝑜𝑠θ = µ𝑟 𝑚𝑔 [8]

Sendo “µ 𝑟" o coeficiente de atrito multiplicado pelo raio do eixo que ocorre o atrito.

3.4. Pêndulo Composto Com Amortecimento Viscoso


A representação do pêndulo com atrito viscoso, no qual o experimento utilizou-se de
uma folha de papel atritando com o ar, pode ser representado como na Figura 3, onde o
amortecimento causado pela folha é modelado como um amortecedor torcional no eixo de
rotação do pêndulo.

Figura 3: Diagrama de pêndulo composto com amortecimento viscoso

Autor: Autoria própria

Temos que a força de amortecimento como:

𝑓𝐵𝑡 = − 𝐵𝑡(θ̇ − 0) =− 𝐵𝑡θ̇

De forma análoga ao realizado no pêndulo composto sem amortecimento temos:


𝐽0θ̈ + 𝑃𝑑θ =− 𝐵𝑡θ̇ ⇒ 𝐽0θ̈ + 𝐵𝑡θ̇ + 𝑃𝑑θ = 0

Para a EDO de segunda ordem acima, admitimos solução na forma de:

𝑠𝑡 𝑠𝑡 2 𝑠𝑡
θ(𝑡) = 𝐶𝑒 ; θ̇(𝑡) = 𝐶𝑠𝑒 ; θ̈(𝑡) = 𝐶𝑠 𝑒

Onde temos então a equação característica:

2
𝐽0𝑠 + 𝐵𝑡𝑠 + 𝑃𝑑 = 0

Suas raízes são:

2
𝑠1,2 =−
𝐵𝑡
2𝐽0
± ( )
𝐵𝑡
2𝐽0

4𝑑𝑃
2𝐽0

Reorganizando a EDO, temos:

2 𝐵𝑡 𝑃𝑑
𝑠 + 𝐽0
𝑠+ 𝐽0
=0

Com isso temos que:

𝑑𝑃
𝑤𝑛 = 𝐽0

𝐵𝑡 𝐵𝑡
2 ζ𝑤𝑛 = 𝐽0
⇒ ζ=
2 𝐽0𝑑𝑃

Sabendo que o experimento tem um comportamento de um sistema subamortecido,


podemos reescrever as raízes da seguinte forma:

𝑠1,2 =− ζ𝑤𝑛 ± 𝑖𝑤𝑑

Sendo que a frequência de vibração amortecida (𝑤𝑑) é:

2
𝑤𝑑 = 𝑤 𝑛 1 − ζ

As raízes dão duas soluções, com solução geral dada pela combinação delas:

𝑠1𝑡 𝑠2𝑡
θ(𝑡) = 𝐶1𝑒 + 𝐶2𝑒

Por Newton-Euler, a solução se torna:


−ζ𝑤𝑛𝑡
θ(𝑡) = 𝑒 (𝐴1 cos 𝑐𝑜𝑠 𝑤𝑑𝑡 ( ) ( )
+ 𝐴2𝑠𝑒𝑛 𝑤𝑑𝑡 )

Pelas condições iniciais θ(𝑡 = 0) = θ0 𝑒 θ̇(𝑡 = 0) = 𝑤0

−ζ𝑤𝑛𝑡 𝑤0+θ ζ𝑤𝑛


θ(𝑡) = 𝑒 (cos θ0𝑐𝑜𝑠 𝑤𝑑𝑡( ) + 𝑤𝑑
0
( )
𝑠𝑒𝑛 𝑤𝑑𝑡 )

O decremento logarítmico (δ) Pode ser determinado experimentalmente pelo


logaritmo natural de duas amplitudes medidas com um ”m” ciclos completos de diferença.

1 θ1
δ= 𝑚
𝑙𝑛⁡( θ ) = ζ𝑤𝑛𝑇𝑑 [9]
𝑚+1

E o fator de amortecimento pode ser obtido por:

δ
ζ= 2 2
[10]
(2π) +δ

A curva de decremento logaritmo pode ser expressa por:

−ζ𝑤𝑛𝑡
λ(𝑡) = 𝑋𝑒 [11]

Sendo 𝑋:

2 2
𝑋= 𝐴1 + 𝐴2

4. Comparação Teórica e Experimental


Para diminuir erros de comparação, foi feita uma correção da constante gravitacional
em função da latitude e da altura local, onde segundo Hinrichsen [3], a correção pode ser
feita por:

2 −6
𝑔 = 9, 83209 – 0, 05179 𝑐𝑜𝑠 θ – ℎ * 3, 086 * 10

Sendo θ a latitude em graus e ℎ a elevação em metros.


A latitude foi obtida via google maps, sendo esta de -21,98101º e a altura de 855 m
2
obtido via google earth. A aceleração gravitacional obtida é de 9, 785 𝑚 /𝑠 .
4.1 Comparação do pêndulo não amortecido

O pêndulo não amortecido teve um deslocamento inicial 𝑥0 de 104,7 mm e o

comprimento L até o centro da massa da chumbada usada é de 339 mm, medidos via
tracker.
Seguindo o modelo teórico, podemos comparar a resposta livre graficamente. O
resultado está ilustrado na Figura 4:

Figura 4: Comparação teórica e experimental do pêndulo não amortecido.

Autor: Autoria própria

É observado que o comportamento experimental e teórico são muito semelhantes


graficamente. A Tabela 1 compara os parâmetros obtidos pelas equações [2] e [3].

Tabela 1: parâmetros do pêndulo não-amortecido.

Fonte: autoria própria.

O período do experimento observado não foi constante durante a realização do


mesmo, sendo necessário fazer uma média dos períodos observados. Porém a variação
entre os mesmos não era maior do que o tempo de captura do vídeo, que fora gravado a 60
frames por segundo, com exceção de um período observado destoante, que possuía valor
de 1,207 segundos, do qual foi descartado na obtenção do período médio.
4.2 Comparação do pêndulo com atrito seco

Para termos uma comparação teórica do experimento do pêndulo com atrito seco, é
necessário primeiro encontrarmos a constante de decaimento, sendo que para atrito seco
temos um decaimento em forma de uma equação de reta que podemos obter
experimentalmente. Analisando os pontos do experimento temos um deslocamento inicial
θ0 de 0,1683 rad e podemos ajustar um amortecimento na seguinte equação de reta:

δ(𝑡) = 0, 1683 − 0, 0214𝑡

Sendo δ(𝑡) o decremento da amplitude em radianos e “t” em segundos, a reta de


amortecimento então pode ser visualizada na Figura 5:

Figura 5: Amortecimento causado pelo atrito seco.

Autor: Autoria própria

Pela equação [6] temos então que:

4𝑀 𝑤𝑛
𝑚𝑔𝑑 2π
= 0, 0214

Tendo o comprimento do pêndulo igual a 0,7m, sua massa igual a 0,17 kg, o
decaimento obtido experimentalmente e adotando um raio “r” de 5mm onde ocorre o atrito,
conforme a modelagem do item 3.3 temos os seguintes parâmetros para comparar na
Tabela 2 a seguir:
Tabela 2: parâmetros do pêndulo com atrito seco.

Fonte: autoria própria.

Para a obtenção do período experimental, foi feita uma média dos 4 primeiros
períodos, onde foi observado uma diminuição dos mesmos ao decorrer do tempo, sendo
eles T1=1,3400 seg, T2= 1,3220 seg, T3=1,3060 seg, T4=1,2900 seg. Após o sexto
período, foi observado que a diminuição não mais ocorria, ficando em torno de 1,2
segundos com uma variação próxima a 0,0167 segundos que é o tempo de 1 frame do
vídeo.
A resposta livre pode ser observada pela Figura 6, onde as oscilações do modelo
teórico param em 10,989 meio ciclos conforme as equações [7] e [8] ou então 7,54
segundos.

Figura 6: Comparação teórica e experimental do pêndulo com atrito seco.

Autor: Autoria própria

O mesmo não foi observado para as oscilações experimentais que não cessaram
mesmo 18 segundos após o início do experimento, isso se deve a como o experimento foi
montado, onde existe um acoplamento elástico que não foi introduzido na modelagem
matemática, o mesmo pode ser visto na imagem do acoplamento, representado na Figura 7,
que liga o pêndulo com um potenciômetro e causa um momento contrário ao movimento.

Figura 7: Acoplamento elástico .

Autor: Autoria própria

Os efeitos desse acoplamento elástico, agem como uma mola de torção, são bem
perceptíveis quando o tempo se aproxima de 10 meio ciclos, justamente próximo do tempo
em que as oscilações deveriam parar. Acontece que o momento produzido pelo pêndulo se
aproxima da magnitude do momento produzido pelo potenciômetro, quando o
potenciômetro para de girar, o momento produzido pelo pêndulo é menor do que o momento
causado pelo potenciômetro e a força elástica produzida pelo acoplamento mantém o
pêndulo oscilando similar a um sistema não amortecido.

4.3 Comparação do pêndulo com atrito viscoso

Para termos uma comparação teórica do experimento do pêndulo com atrito viscoso,
é necessário primeiro encontrarmos o decaimento da amplitude, sendo que para atrito
viscoso temos um decaimento logarítmico δ que podemos obter pela equação [9] tem valor
de 0,2745. Então pela equação [10] temos o fator de amortecimento ζ no valor de 0,0437.
Conforme a modelagem feita no item 3.4, e um deslocamento inicial θ0 de 0,1555

rad, temos os seguintes parâmetros na Tabela 3:


Tabela 3: Parâmetros do pêndulo com atrito viscoso.

Fonte: autoria própria.

A curva de decremento logaritmo segundo a equação [11] é:

(−0,1999*𝑡)
λ(𝑡) = 0, 1557 * 𝑒

A comparação da curva de decremento logarítmico com a resposta livre do


experimento pode ser vista na Figura 8.

Figura 8: Amortecimento causado pelo atrito viscoso.

Autor: Autoria própria

A comparação das respostas livres teórica e experimental podem ser vistas


conforme a Figura 9:
Figura 9: Comparação teórica e experimental do pêndulo com atrito seco.

Autor: Autoria própria

A obtenção do período experimental foi feita tomando uma média dos 4 primeiros
períodos que tinham uma diferença máxima entre si de 1 frame de vídeo, ou então 0,0166
segundos, porém é notado que o período amortecido diminuiu com o passar do tempo,
onde ficou por volta de 1,23 segundos. Essa diminuição do período nos indica que que o
amortecimento não foi constante ao decorrer de todo o experimento, de fato a folha de
papel usada para atritar com o ar se deforma durante a realização do experimento,
mudando então sua aerodinâmica e consequentemente o coeficiente de amortecimento.

5. Comparação dos Amortecimentos


No presente tópico faremos uma comparação dos sistemas teóricos dada
uma mesma condição inicial de 10º, ou então θ0 de 0,174533 rad. Ambos o

sistemas possuem a mesma frequência de oscilação não amortecida (wn) de 4,579


rad/s, porém o sistema com amortecimento viscoso oscila na frequência de
oscilação amortecida (wd) de 4,575 rads/s, em que por ter um amortecimento muito
baixo, quase não se nota a diferença de oscilação no gráfico apresentado pela
Figura 10.
Figura 10: Comparação da resposta teórica dos amortecimentos.

Autor: Autoria própria

Pode-se observar que o movimento para o atrito seco cessa mais rápido do que o no
atrito viscoso nas condições em que foram obtidas experimentalmente.
Na Figura 11 é possível ver as curvas de amortecimento para cada experimento,
onde inicialmente temos um decaimento de amplitude maior para o atrito viscoso visto a
natureza de ser um decaimento logarítmico, mas como o fator de amortecimento ζ é baixo,
o amortecimento pelo atrito seco faz com que as oscilações cessem em menos tempo
decaindo de forma constante até que o momento causado pelo pêndulo seja menor do que
o momento causado pela força de atrito.

Figura 11: Comparação da resposta teórica dos amortecimentos.

Autor: Autoria própria


6. Conclusão
As diferenças obtidas entre os experimentos e os modelos matemáticos teóricos são
pequenas, para o caso não amortecido com diferença de 0,06% mostra como a teoria é
condizente com a realidade, apesar de não existirem sistemas sem nenhum amortecimento,
algumas vezes o amortecimento pode ser desprezível para o período de tempo analisado
como é o caso.
Para os sistemas amortecidos, as simplificações surtiram um efeito maior, o que
causou diferenças mais significativas entre os resultados teórico e experimental. Alguns dos
motivos para este fenômeno foram:
● Não contabilização do acoplamento elástico para o amortecimento de Coulomb;
● Não contabilização do cilindro no cálculo do momento de inércia de massa onde a
haste foi fixada, mostrado na Figura 7 e a não verificação do comprimento real da
extremidade da haste até o centro de giro;
● Erros experimentais na obtenção dos dados, visto o limite de 60 frames por
segundo.
Ainda assim, no experimento com amortecimento viscoso o resultado experimental
foi bastante fiel ao modelo teórico, o que comprova que a teoria pode ser útil na previsão de
muitos casos reais. Por outro lado, o amortecimento de Coulomb apresentou grande
semelhança no início do percurso, antes da interferência do acoplamento elástico fosse
evidente, e portanto, especialmente com algumas adaptações, a teoria utilizada neste
relatório também poderia ser amplamente aplicada na prática.
O experimento foi bastante eficaz no sentido de possibilitar a visualização na prática
das diferentes frequências em que um sistema pode vibrar: frequência natural amortecida e
não-amortecida, bem como dois dos diferentes tipos de amortecimento: viscoso e Coulomb.
7. Referências
1. CHRISTIAN, D. Indaial - 2020 Vibrações. Disponível em:
<https://www.uniasselvi.com.br/extranet/layout/request/trilha/materiais/livro/livro.php?
codigo=241710>. Acesso em: 4 dez. 2023.
2. UNIDADE 2 - VIBRAÇÕES LIVRES DE SISTEMAS DE UM GRAU DE LIBERDADE.
Disponível em:
<https://www.fernandoeguia.com/uploads/6/4/0/5/6405834/unidade2_1.pdf>. Acesso
em: 4 dez. 2023.
3. Hinrichsen, P. Correcting the correction. Phys. Teach. 32 (7), 388 (1994).
4. RAO, S. S. Vibrações mecânicas (4a. ed.). São Paulo: Pearson Educación, 2009.

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