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Prática 2
Pêndulo
PROFESSOR :
● Dr. Vitor Ramos Franco
RA Nome
3. Modelagem Matemática
O presente tópico tem por objetivo encontrar os modelos matemáticos que
representam os sistemas de pêndulo do experimento. Os mesmos obedecem a segunda
lei de Newton, onde podemos encontrar a solução das EDOs via Newton-Euler.
𝐹𝑥 =− 𝐹𝑠𝑒𝑛θ =− 𝐹θ
𝐹𝑦 = 𝐹𝑐𝑜𝑠θ = 𝐹
∑ 𝐹𝑦 = 𝑚𝑔 → 𝐹 = 𝑚𝑔 =− 𝑃
∑ 𝐹𝑥 = 𝑚𝑎 → − 𝐹θ = 𝑚𝑎
𝑎 = 𝑣˙ = 𝑥¨ ⇒ 𝑥¨ = 𝐿θ̈
− 𝑚𝑔θ = 𝑚𝐿θ̈
𝑚𝐿θ̈ + 𝑚𝑔θ = 0
A equação do movimento então é:
𝑔
θ̈ + 𝐿
θ=0 [1]
𝑔
𝑤𝑛 = 𝐿
[2]
θ̇(𝑡 = 0) = 𝑤0 = 0.
𝑤0
𝐴1 = θ0 e 𝐴2 =
𝑤𝑛
θ(𝑡) = θ0𝑐𝑜𝑠(𝑤𝑛𝑡)
𝑚𝑔𝑑
𝑤𝑛 = 𝐽0
[5]
θ(𝑡) = θ0𝑐𝑜𝑠(𝑤𝑛𝑡)
O momento de inércia de massa 𝐽0 para uma barra delgada com eixo de rotação em
2
𝐽0 = 𝐽𝐶𝑀 + 𝑚𝑑
1 2 2
𝐽0 = 12
𝑚𝐿 + 𝑚𝑑
Como 𝑑 é a distância do eixo de rotação até o centro de massa, para uma barra
delgada, 𝐿 = 2𝑑
4 2
𝐽0 = 3
𝑚𝑑
Ambas EDOs são não homogêneas, onde podemos dividir a solução em duas
partes:
𝑀
𝑃𝑑θ𝑝 =± 𝑀 ⇒ θ𝑝(𝑡) =± 𝑚𝑔𝑑
π
Para o primeiro meio ciclo (0≤𝑡≤ 𝑤𝑛
) com θ(𝑡 = 0) = θ0 𝑒 θ̇(𝑡 = 0) = 0 :
𝑀 𝑀
θ1(𝑡) = (θ0 − 𝑚𝑔𝑑
)𝑐𝑜𝑠(𝑤𝑛𝑡) + 𝑚𝑔𝑑
θ( ) (
π
𝑤𝑛
= θ0 −
𝑀
𝑚𝑔𝑑 )𝑐𝑜𝑠 (π) + 𝑀
𝑚𝑔𝑑
= − θ0 +
2𝑀
𝑚𝑔𝑑
(
θ̇ 𝑡 =
π
𝑤𝑛 ) =0
π 2π
Para o segundo meio ciclo ( 𝑤 ≤𝑡≤ 𝑤𝑛
):
𝑛
θ2 ( ) (
π
𝑤𝑛
= − θ0 +
2𝑀
𝑚𝑔𝑑 )𝑐𝑜𝑠 (π) − 𝑀
𝑚𝑔𝑑
= θ0 −
3𝑀
𝑚𝑔𝑑
θ2 ( ) (
2π
𝑤𝑛
= θ0 −
3𝑀
𝑚𝑔𝑑 )𝑐𝑜𝑠 (2π) − 𝑀
𝑚𝑔𝑑
= θ0 −
4𝑀
𝑚𝑔𝑑
(
θ̇ 𝑡 =
2π
𝑤𝑛 ) =0
4𝑀
Disso temos que para cada ciclo, a amplitude cai 𝑚𝑔𝑑
.
4𝑀 𝑡 4𝑀 𝑤𝑛
δ(𝑡) = θ0 − 𝑚𝑔𝑑 𝑇
= θ0 − 𝑚𝑔𝑑 2π
𝑡 [6]
(
θ(𝑡) = θ0 −
4𝑀 𝑤𝑛
𝑚𝑔𝑑 2π )
𝑡 𝑐𝑜𝑠(𝑤𝑛𝑡)
O movimento oscilatório ocorre até que o momento gerado pelo pêndulo seja menor
ou igual ao momento gerado pela força de atrito.
𝑀
𝑚𝑔𝑑θ≤𝑀 𝑜𝑢 𝑒𝑛𝑡ã𝑜 θ𝑛 ≤ 𝑚𝑔𝑑
2𝑀 𝑀 𝑚𝑔𝑑θ0−𝑀
θ0 − 𝑛 𝑚𝑔𝑑
≤ 𝑚𝑔𝑑
⇒ 𝑛≥ 2𝑀
[7]
𝑀 = µ𝑟 𝑃𝑐𝑜𝑠θ = µ𝑟 𝑚𝑔 [8]
Sendo “µ 𝑟" o coeficiente de atrito multiplicado pelo raio do eixo que ocorre o atrito.
𝑠𝑡 𝑠𝑡 2 𝑠𝑡
θ(𝑡) = 𝐶𝑒 ; θ̇(𝑡) = 𝐶𝑠𝑒 ; θ̈(𝑡) = 𝐶𝑠 𝑒
2
𝐽0𝑠 + 𝐵𝑡𝑠 + 𝑃𝑑 = 0
2
𝑠1,2 =−
𝐵𝑡
2𝐽0
± ( )
𝐵𝑡
2𝐽0
−
4𝑑𝑃
2𝐽0
2 𝐵𝑡 𝑃𝑑
𝑠 + 𝐽0
𝑠+ 𝐽0
=0
𝑑𝑃
𝑤𝑛 = 𝐽0
𝐵𝑡 𝐵𝑡
2 ζ𝑤𝑛 = 𝐽0
⇒ ζ=
2 𝐽0𝑑𝑃
2
𝑤𝑑 = 𝑤 𝑛 1 − ζ
As raízes dão duas soluções, com solução geral dada pela combinação delas:
𝑠1𝑡 𝑠2𝑡
θ(𝑡) = 𝐶1𝑒 + 𝐶2𝑒
1 θ1
δ= 𝑚
𝑙𝑛( θ ) = ζ𝑤𝑛𝑇𝑑 [9]
𝑚+1
δ
ζ= 2 2
[10]
(2π) +δ
−ζ𝑤𝑛𝑡
λ(𝑡) = 𝑋𝑒 [11]
Sendo 𝑋:
2 2
𝑋= 𝐴1 + 𝐴2
2 −6
𝑔 = 9, 83209 – 0, 05179 𝑐𝑜𝑠 θ – ℎ * 3, 086 * 10
comprimento L até o centro da massa da chumbada usada é de 339 mm, medidos via
tracker.
Seguindo o modelo teórico, podemos comparar a resposta livre graficamente. O
resultado está ilustrado na Figura 4:
Para termos uma comparação teórica do experimento do pêndulo com atrito seco, é
necessário primeiro encontrarmos a constante de decaimento, sendo que para atrito seco
temos um decaimento em forma de uma equação de reta que podemos obter
experimentalmente. Analisando os pontos do experimento temos um deslocamento inicial
θ0 de 0,1683 rad e podemos ajustar um amortecimento na seguinte equação de reta:
4𝑀 𝑤𝑛
𝑚𝑔𝑑 2π
= 0, 0214
Tendo o comprimento do pêndulo igual a 0,7m, sua massa igual a 0,17 kg, o
decaimento obtido experimentalmente e adotando um raio “r” de 5mm onde ocorre o atrito,
conforme a modelagem do item 3.3 temos os seguintes parâmetros para comparar na
Tabela 2 a seguir:
Tabela 2: parâmetros do pêndulo com atrito seco.
Para a obtenção do período experimental, foi feita uma média dos 4 primeiros
períodos, onde foi observado uma diminuição dos mesmos ao decorrer do tempo, sendo
eles T1=1,3400 seg, T2= 1,3220 seg, T3=1,3060 seg, T4=1,2900 seg. Após o sexto
período, foi observado que a diminuição não mais ocorria, ficando em torno de 1,2
segundos com uma variação próxima a 0,0167 segundos que é o tempo de 1 frame do
vídeo.
A resposta livre pode ser observada pela Figura 6, onde as oscilações do modelo
teórico param em 10,989 meio ciclos conforme as equações [7] e [8] ou então 7,54
segundos.
O mesmo não foi observado para as oscilações experimentais que não cessaram
mesmo 18 segundos após o início do experimento, isso se deve a como o experimento foi
montado, onde existe um acoplamento elástico que não foi introduzido na modelagem
matemática, o mesmo pode ser visto na imagem do acoplamento, representado na Figura 7,
que liga o pêndulo com um potenciômetro e causa um momento contrário ao movimento.
Os efeitos desse acoplamento elástico, agem como uma mola de torção, são bem
perceptíveis quando o tempo se aproxima de 10 meio ciclos, justamente próximo do tempo
em que as oscilações deveriam parar. Acontece que o momento produzido pelo pêndulo se
aproxima da magnitude do momento produzido pelo potenciômetro, quando o
potenciômetro para de girar, o momento produzido pelo pêndulo é menor do que o momento
causado pelo potenciômetro e a força elástica produzida pelo acoplamento mantém o
pêndulo oscilando similar a um sistema não amortecido.
Para termos uma comparação teórica do experimento do pêndulo com atrito viscoso,
é necessário primeiro encontrarmos o decaimento da amplitude, sendo que para atrito
viscoso temos um decaimento logarítmico δ que podemos obter pela equação [9] tem valor
de 0,2745. Então pela equação [10] temos o fator de amortecimento ζ no valor de 0,0437.
Conforme a modelagem feita no item 3.4, e um deslocamento inicial θ0 de 0,1555
(−0,1999*𝑡)
λ(𝑡) = 0, 1557 * 𝑒
A obtenção do período experimental foi feita tomando uma média dos 4 primeiros
períodos que tinham uma diferença máxima entre si de 1 frame de vídeo, ou então 0,0166
segundos, porém é notado que o período amortecido diminuiu com o passar do tempo,
onde ficou por volta de 1,23 segundos. Essa diminuição do período nos indica que que o
amortecimento não foi constante ao decorrer de todo o experimento, de fato a folha de
papel usada para atritar com o ar se deforma durante a realização do experimento,
mudando então sua aerodinâmica e consequentemente o coeficiente de amortecimento.
Pode-se observar que o movimento para o atrito seco cessa mais rápido do que o no
atrito viscoso nas condições em que foram obtidas experimentalmente.
Na Figura 11 é possível ver as curvas de amortecimento para cada experimento,
onde inicialmente temos um decaimento de amplitude maior para o atrito viscoso visto a
natureza de ser um decaimento logarítmico, mas como o fator de amortecimento ζ é baixo,
o amortecimento pelo atrito seco faz com que as oscilações cessem em menos tempo
decaindo de forma constante até que o momento causado pelo pêndulo seja menor do que
o momento causado pela força de atrito.