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1. INTRODUÇÃO
Existem inúmeras fontes de vibração em um ambiente industrial: processos de impacto;
máquinas rotativas; veículos de transporte; o fluxo de fluidos; e muitos outros. A presença de
vibração muitas vezes leva ao desgaste excessivo de rolamentos, formação de trincas,
afrouxamento de parafusos, falhas estruturais e mecânicas, manutenções demasiadas e mau
funcionamento eletrônico por fratura de solda.
No dia-a-dia um exemplo simples do efeito de vibrações é dirigir em uma autoestrada.
Ao atingir uma certa velocidade o carro pode se tornar instável e emitir ruídos altos ficando
quase insuportável dirigir. Isso ocorre devido às vibrações causadas pelos esforços gerados por
problemas no veículo e pelas condições adversas de rugosidade do asfalto, movimento das
partes do carro, rotação do motor, dentre outros fatores. Além disso, a exposição ocupacional
do ser humano à vibração leva à dor, ao desconforto e à redução de eficiência.
A vibração pode, por vezes, ser eliminada com base na análise teórica. No entanto, os
custos de fabricação envolvidos na eliminação da vibração podem ser muito altos. Um projetista
deve se comprometer entre uma quantidade aceitável de vibração e um custo de fabricação
razoável, mesmo porque, em alguns casos, a força de excitação ou agitação é inerente à
máquina. Uma força de excitação relativamente pequena pode causar uma resposta
indesejavelmente grande perto da ressonância, especialmente em sistemas levemente
amortecidos.
Desta forma, considerando a importância e efeitos prejudiciais de vibrações mecânicas
demasiadas, surge o seguinte questionamento: como promover o controle de vibrações?
Pensando em responder a tal questionamento, tem-se como objetivo apresentar
ferramentas necessárias para que conheça e aplique o controle e medições de vibrações, a fim
de compreender e aplicar a melhor forma de controlar vibrações para minimizar seus efeitos.
Para tanto, o percurso metodológico para a construção deste conhecimento buscará
apresentar conceitos indispensáveis à compreensão deste contexto. Tendo em vista a amplitude
e complexidade do tema, o conteúdo será embasado em livros de referência na temática e artigos
científicos.
2. CONTROLE DE VIBRAÇÃO
A primeira coisa a ser explorada no controle de vibrações de um sistema é tentar alterar
a fonte de vibração de modo que ela produza menos oscilação. Mas isto por vezes é inviável,
seja por inviabilidade financeira ou pela impossibilidade devido à fonte de vibração como
terremotos, ou irregularidades nas estradas que não podem ser controladas a partir da alteração
da fonte.
Na prática, as causas de vibrações podem ser reduzidas, mas não eliminadas, cabendo
aos engenheiros responsáveis realizarem então um controle de vibração. Para tal, há diferentes
métodos de controle como:
● Controle dos limites toleráveis;
● Balanceamento;
● Controle de frequências;
● Introdução de amortecimento;
● Isoladores de vibração;
● Absorvedores de vibração.
2.1 MONOGRAMAS
Uma forma simples de controlar a vibração é acompanhar a resposta de um sistema e
não permitir que este não ultrapasse os níveis aceitáveis de vibração. Tais limites são mostrados
em um gráfico chamado nomograma de vibração (Fig. 1), sendo especificados em termos da
resposta de um sistema livre sem amortecimento com um grau de liberdade, sujeito à vibração
harmônica.
Para o movimento harmônico 𝑥(𝑡) = 𝑋 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡). Logo, a amplitude de deslocamento
X e os valores máximos de velocidade e de aceleração podem ser relacionados como:
E para os momentos:
Se para um motor for verificado que todas as condições foram zeradas, então este
estará em balanceamento e consequentemente com sua vibração mecânica controlada.
Observa-se que para o isolamento efetivo a força transmitida para a base deve
ser menor que a força de excitação do isolador e que a frequência forçante 𝜔 deve ser
no mínimo √2 vezes maior que a natural 𝜔𝑛 segundo Rao (2008);
● Isolar a vibração vinda do suporte para a máquina - Para uma massa submetida à
excitação de base tem-se a equação governante:
onde a redução da frequência natural 𝜔2 faz com que a força transmitida se torne menor.
Contudo, há situações reais em que em vez de
completamente rígida ou completamente flexível, a
base do isolador é parcialmente flexível como na Fig.
6. Neste caso, deve-se utilizar o conceito de
impedância mecânica (𝑍(𝜔)) da base:
ou
ou seja, a força da mola do absorvedor é oposta à força excitadora anulando-a.
O problema é que esse tipo de absorvedor sem amortecimento, retira o sistema da
ressonância quando as frequências se igualam (𝜔 = 𝜔1 ), mas gera duas novas frequências (𝛺1
e 𝛺2 ):
4. CONCLUSÃO
O controle de vibrações tem papel essencial na engenharia, tanto na manutenção quanto
na operacionalização de máquinas, além de evitar catástrofes relacionadas à ressonância. Há
inúmeros métodos a serem utilizados os quais visam reduzir ao máximo as vibrações,
lembrando que estas podem apenas serem reduzidas. Haverá uma forma de controle que será
mais assertiva que outra, como o balanceamento estático realizado nas rodas de um carro ou o
absorvedor dinâmico com amortecimento como os coxins de apoio de um motor a combustão
que também deverá estar balanceado em relação aos ângulos de ação dos seus pistões. Destaca-
se a necessidade de atribuição de uma maior importância à temática na formação acadêmica de
engenharia, para que o estudante, ainda na graduação, possa compreender a
interdisciplinaridade e associatividade do controle de vibrações à disciplinas como resistências
dos materiais, mecânica da fratura e até mesmo fabricação mecânica.
REFERÊNCIAS
ABBATE, R. Maintenance Digital Using Vibration Data. Procedia Computer Science, 2022.
JUNIOR, A. A. Manutenção preditiva usando análise de vibrações. Barueri: Manole, 2004.
RAO, S. Vibrações Mecânicas. 4ª ed. São Paulo: Pearson, 2008.