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CAMPUS ALEGRETE

CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA


AL0194 – VIBRAÇÕES DE SISTEMAS MECÂNICOS
TURMA 80
Professor: Vicente Bergamini Puglia

JOSÉ MARCELO MORIMÃ LIMA RODRIGUES – 141150440


LUIZ FELIPE DE OLIVEIRA – 141150476
MATHEUS DE LIMA MARTINEZ – 141150494

VIBRAÇÃO LIVRE COM AMORTECIMENTO VISCOSO

ALEGRETE
2017
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Comparativo entre movimentos com diferentes tipos de amortecimento. ..... 5


Figura 2 - Sistema massa-mola-amortecedor com Strain Gauges. ................................. 8
Figura 3 - Onda resultante do sistema em estudo. ........................................................ 10
Figura 4 - Gráfico FFT ................................................................................................. 10

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 4

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................... 4

3. METODOLOGIA............................................................................................... 7

3.1 LISTA DE EQUIPAMENTOS ......................................................................... 7

3.2 PROCEDIMENTOS PRÁTICOS ..................................................................... 8

4. ANÁLISE DE RESULTADOS E CONCLUSÕES ......................................... 8

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................... 11

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1. INTRODUÇÃO

O estudo de vibrações mecânicas é importante para permitir ao perito avaliar os motivos


de falhas de estruturas ou mesmo a um projetista prever uma ocorrência de tal natureza.
Basicamente, é importante para definir os parâmetros que influenciam em determinado
fenômeno. Dessa forma, esse relatório tem os objetivos de determinar as propriedades da
vibração do elemento e discutir sobre seu funcionamento.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Em um sistema massa-mola em equilíbrio, após um agente externo causar um distúrbio,


tal sistema passa a oscilar de acordo com as configurações que possui, ou seja, o valor da massa
(m), da rigidez da mola (k), presença ou não de dissipação da energia mecânica (seja por atrito,
seja por força de arrasto do fluido em que está imerso, etc.) influenciam no movimento. O valor
da amplitude depende do impulso que recebeu do agente externo inicialmente.
Dispositivos eletrônicos, chamados “strain gauges” ou no português “medidor de
deformação” são acoplados ao sistema em análise (como o sistema massa-mola citado acima)
com a finalidade de fazer a leitura da deformação e a partir destes valores, softwares
especializados interpretam os sinais e transformam em uma curva de aceleração em função do
tempo de análise. Estes dados permitem obter as configurações do sistema ou apenas fazer uma
conferência dos parâmetros. De forma que são largamente utilizados para estudo de casos
referentes à área.
Ao receber um impulso, a massa ligada à mola começa o movimento, até que toda
energia cinética se transforme em potencial elástico, depois o sentido alterna e assim o
fenômeno segue para sempre (situação ideal); ou que o atrito ou o fluido em que está imerso
dissipem a energia mecânica (situação real) até que o equilíbrio seja atingido novamente. Tendo
em mente que a aceleração é máxima e a velocidade é zero quando atinge seu ponto máximo
(amplitude), com os dados fornecidos pelo software de aceleração x tempo, é possível obter os
parâmetros descritos abaixo:
• Período (T): intervalo de tempo necessário para que o sistema complete um ciclo. Está
relacionado com a frequência linear e angular natural pelas equações:

1
𝑓𝑛 = ; 𝜔𝑛 = 2𝜋𝑓𝑛
𝑇
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• Rigidez elástica (k): Força necessária por unidade de comprimento para deslocar o
sistema. Relaciona-se com a frequência angular natural pela equação:

𝑘 = 𝑚𝜔𝑛 2

• Fator de amortecimento: Definido como a razão entre a constante de amortecimento


(c – intrínseco do ambiente no qual o sistema se encontra) e a constante de amortecimento
crítico (cc – valor para o qual a constante de amortecimento tem valor máximo), relacionados
pela equação:
𝑐
 =
𝑐𝑐

Podemos observar a influência deste parâmetro pela figura abaixo:

Figura 1 - Comparativo entre movimentos com diferentes tipos de amortecimento.

Para  maior que 1, ocorre um superamortecimento, coibindo a vibração antes desta


completar um ciclo. Para  igual a 1, a vibração é suprimida muito mais rapidamente,
conferindo a situação do amortecimento crítico. Para  menor que 1, o sistema é subamortecido,
completando alguns ciclos antes de atingir o equilíbrio. E para  igual a 0, não ocorre
amortecimento.

5
• Decremento logarítmico do sinal: é a taxa de redução da amplitude de uma vibração
amortecida, geralmente representado por . Partindo da equação geral da posição para o
movimento amortecido:

𝑥 (𝑡) = 𝑥𝑚 𝑒 −𝜔𝑛𝑡 cos(𝜔𝑑 𝑡)


𝑥 (𝑡1 ) = 𝑥𝑚 𝑒 −𝜔𝑛𝑡1 cos(𝜔𝑑 𝑡1 ) , 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑜 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑡1
𝑥 (𝑡1 + 𝑇) = 𝑥𝑚 𝑒 −𝜔𝑛(𝑡1 + 𝑇) cos[𝜔𝑑 (𝑡1 + 𝑇)] , 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑜 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑡1 + 𝑇

A razão do decréscimo da amplitude da posição do instante 𝑡1 para o 𝑡1 + 𝑇 (após um


ciclo) pode ser demonstrada da seguinte forma:

𝑥 (𝑡1 ) 𝑥𝑚 𝑒 −𝜔𝑛𝑡1 cos(𝜔𝑑 𝑡1 )


=
𝑥 (𝑡1 + 𝑇) 𝑥𝑚 𝑒 −𝜔𝑛(𝑡1 + 𝑇) cos[𝜔𝑑 (𝑡1 + 𝑇)]

Aplicando ln dos dois lados:

𝑥 (𝑡1 ) 𝑥𝑚 𝑒 −𝜔𝑛𝑡1 cos(𝜔𝑑 𝑡1 )


ln = ln
𝑥 (𝑡1 + 𝑇) 𝑥𝑚 𝑒 −𝜔𝑛(𝑡1 + 𝑇) cos[𝜔𝑑 (𝑡1 + 𝑇)]
𝑥 (𝑡1 )
𝛿 = ln = −𝜔𝑛 𝑇
𝑥 (𝑡1 + 𝑇)

Fazendo uso do relacionamento entre a amplitude da aceleração que é igual a amplitude


da posição vezes a frequência angular natural ao quadrado (para um mesmo instante):

𝑎𝑚 = 𝑥𝑚 𝜔𝑛 2
𝑎𝑚
= 𝑥𝑚
𝜔𝑛 2

Então:

𝑎 (𝑡1 )
𝛿 = ln = −𝜔𝑛 𝑇
𝑎 (𝑡1 + 𝑇)

6
A partir da série de dados obtêm-se para duas amplitudes da aceleração consecutivas,
no instante 𝑡1 e outra no instante 𝑡1 + 𝑇, então o valor do decremento logarítmico será calculado
por este método.
Outras relações importantes de  são mostradas abaixo apenas para fins de cálculo:

2𝜋 2𝜋 2𝜋𝑐 𝜋𝑐
 = 𝜔𝑛 =  = =
𝜔𝑑 2𝑚 𝜔𝑑 𝑚
√1 − 2𝜔𝑑 √1 − 2

O próprio fator de amortecimento pode ser obtido pela manipulação algébrica da


equação acima:


=
√(2𝜋)2 + 2

O fator de amplificação dinâmica é dado pela equação abaixo:

1 𝜔
𝑀= ; 𝑟= =1
√(1 − 𝑟 2 )2 + (2r)2 𝜔𝑛

3. METODOLOGIA

São apresentadas a lista de equipamentos utilizados no experimento e os procedimentos


práticos realizados. Essa descrição é necessária para melhor entendimento dos resultados
obtidos.

3.1 LISTA DE EQUIPAMENTOS

Abaixo é apresentada a lista de equipamentos utilizados no experimento. Além disso, a


figura 2 apresenta o sistema analisado.
• Um sistema massa-mola-amortecedor com Strain Gauges;
• Excitador inicial;
• Software de análise de resposta do equipamento a excitação.

7
Figura 2 - Sistema massa-mola-amortecedor com Strain Gauges.

3.2 PROCEDIMENTOS PRÁTICOS

Para o experimento montou-se um sistema massa-mola-amortecedor constituído de uma


haste na vertical de 0,8kg de massa, um engaste na ponta inferior e um peso preso na ponta
superior com massa de 1,5kg, constituindo assim uma massa total de 2,3kg. A mola desse
sistema foi a rigidez da haste e o amortecedor foi o ar, fluido viscoso onde o sistema estava.
Strain gauges foram colocados na haste para se medir a cada instante a deformação
ocorrida e assim transformar esses dados em uma resposta do sistema a excitação. A partir
desses dados fornecidos ao software, a resposta do sistema foi dada em aceleração (m/s²) em
função do tempo (s).

4. ANÁLISE DE RESULTADOS E CONCLUSÕES

Os valores calculados são apresentados abaixo. Além disso, a figura 3 apresenta a onda
resultante (amplitude x tempo) e a figura 4 apresenta o FFT obtido.

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• Coeficiente de amortecimento crítico:

𝑐𝑐 = 2 √𝑚 𝑘 = 2√(132,4273)(2,3) = 34,9046 𝑘𝑔/𝑠

• Rigidez:

𝑘 = 𝑚𝜔𝑛 2 = 132,4273 𝑁/𝑚

• Frequência natural:

1 1
𝑓𝑛 = = = 1,2076661 𝐻𝑧
𝑇 0,958333

• Frequência natural amortecida:

𝜔𝑑 = √1 − 2 𝜔𝑛 = √1 − 0,4081782 . 7,5879 = 6,9271 𝑟𝑎𝑑/𝑠

• Coeficiente de amortecimento:

𝑐 = 𝑐𝑐  = 34,9046 . 0,408178 = 14,2473 𝑘𝑔/𝑠

• Razão de amortecimento:

 0,256889
 = = = 0,408178
√(2𝜋)2 +  2 √(2𝜋)2 + 0,2568892

• Decremento logarítmico do sinal:

𝑎 (𝑡1 ) −9,852591 . 10−3


𝛿 = ln = ln = 0,256889
𝑎 (𝑡1 + 𝑇) −7,620526 . 10−3

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• Período:

O Período é basicamente o intervalo de tempo entre as cristas da onda.


T = 0,828047s

• FFT:

Figura 3 - Onda resultante do sistema em estudo.

Figura 4 - Gráfico FFT.

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• Fator de amplificação dinâmica:

1 1 1
𝑀= = 𝑀= = = 1,5
√(1 − 𝑟 2 )2 + (2r)2 √(1 − 12 )2 + (2.0,408178.1)2 0,666437

Analisando os resultados obtidos e sabendo que as equações utilizadas estão


estritamente ligadas, possibilitando uma resolução simples através da variável obtida, pode-se
concluir que a razão de amortecimento está entre 0 e 1, o que indica um amortecimento
subcrítico e está coerente com o caso mostrado na figura 2 para  < 1. Além disso, conforme
esperado, o período da vibração não se alterou ao longo da análise.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] HALLIDAY, D. Fundamentos de física. 8 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009.


[2] RAO, S. Vibrações Mecânicas. 4 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008.

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